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O FASCISMO NA ITÁLIA

TEMA 1 (livro 3)
Contexto histórico
• Ao fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Itália, apesar de
vitoriosa, teve cerca de 670 mil mortos e quase 1 milhão de feridos. As
províncias do nordeste do país estavam destruídas, havia falta de mão de
obra, matérias-primas e capital para investimento. Além disso, Inglaterra e
França não cumpriram as promessas do Tratado de Londres, de 1915, e a
Itália não recebeu os territórios de Ístria e Dalmácia, nos Bálcãs. Isso fez
com que o ressentimento dos ex-combatentes aumentasse e se
desenvolvesse o revanchismo de motivação nacionalista contra ingleses e
franceses.
• Ao mesmo tempo, o fortalecimento das organizações operárias fazia com
que as propostas socialistas influenciadas pela Revolução Bolchevique
Russa, de 1917, se espalhassem.
• Durante a década de 1920, operários organizados realizaram grandes
greves, ocupando fábricas, o que foi suficiente para assustar a classe
dirigente. Nesse contexto, e já com apoio financeiro dos industriais, em
maio de 1921, o movimento liderado por Mussolini transformou-se em um
partido político — o Partido Nacional Fascista — e elegeu 32 membros no
Parlamento. O momento decisivo para a consolidação de sua popularidade
se deu em outubro de 1922, quando promoveu a Marcha sobre Roma.

• Durante essa marcha, diversos


militantes usaram camisas
negras e seguravam bandeiras
da Itália, tornando-se uma
demonstração da força fascista.
Mussolini e seus partidários no
congresso fascista ocorrido na
cidade de Nápoles, em 24 de
outubro de 1922, no qual teria
declarado “Nosso programa é
simples: nós queremos
comandar a Itália”.
Os fascistas fizeram
concentrações em algumas
cidades próximas a Roma, até
chegarem à capital nos dias 28 e
29 de outubro do mesmo ano.
• Em novembro de 1922, a Câmara e o
Senado italianos decidiram conceder
plenos poderes a Mussolini, instalando uma
ditadura legal até as eleições de 1924.
Com isso, Mussolini alterou a lei eleitoral e
obteve uma grande vitória nas eleições.
Em 1924, por meio de várias estratégias
fraudulentas, o Partido Fascista tornou-se
maioria nas eleições parlamentares.
Características do Fascismo
• A partir de 1925, o Partido Nacional Fascista se tornou o único partido
político do país. Dois anos mais tarde, o slogan na Itália de Mussolini
resumia bem seu objetivo ditatorial: “Tudo no Estado, nada fora do Estado,
nada contra o Estado”.
• O fascismo baseava-se na ideia de que o Estado impusesse o controle sobre
toda e qualquer atividade pública ou privada da população italiana, assim
como questões econômicas, culturais e políticas.
• Eram utilizados métodos violentos de perseguição aos opositores: milhares
de prisões foram realizadas, pessoas foram executadas e centenas de
intelectuais, artistas e pensadores fugiram do país devido à censura.
• Estado totalitário: o Estado controlava todas as manifestações da vida
individual e nacional.
• Autoritarismo: a autoridade do líder era indiscutível, pois ele seria o mais
preparado e sabia exatamente o que a população necessitava.
• Nacionalismo: a nação é um bem supremo, e em nome dela qualquer
sacrifício devia ser exigido e feito pelos indivíduos.
• Militarismo: a salvação nacional viria por meio da organização militar, da
luta, da guerra e do expansionismo.
• Anticomunismo: os fascistas rejeitavam a ideia da abolição da
propriedade, da igualdade social absoluta, da luta de classes.
Totalitarismo e Fascismo
• O Totalitarismo representa um sistema político autoritário e repressivo, em
que o Estado controla todos os cidadãos, os quais não possuem liberdade
de expressão nem participação política.
• O período entre guerras foi uma época de radicalização política. Foi assim
que os regimes totalitários se instalaram em vários países europeus, como a
Itália, a partir de 1922, e o nazismo, na Alemanha, em 1933.
• expansão dos regimes totalitários estava relacionada aos problemas
econômicos e sociais pelos quais a Europa passou depois da Primeira Guerra
Mundial. Também existia o temor de que o socialismo, implantado na
Rússia, viesse a se expandir.
• Para muitos países, uma ditadura totalitária parecia uma solução, pois
prometia uma reação forte, próspera e sem agitações sociais. Além da Itália
e da Alemanha, países como a Polônia e a Iugoslávia foram dominados por
regimes totalitaristas.
Nazismo e Fascismo
• É muito comum haver confusão entre os
termos “fascismo” e “nazismo”. Afinal,
ambos são regimes políticos de cunho
totalitários e nacionalistas que se
desenvolveram na Europa no século XX.

• Entretanto, o fascismo foi implementado


na Itália por Benito Mussolini durante o
período entre guerras. Já o nazismo foi
um movimento de inspiração fascista que
ocorreu na Alemanha, liderado por Adolf
Hitler e que se baseava, principalmente,
no antissemitismo.
• FASCISMO: UM ALERTA
“O fascismo cresceu porque milhões de italianos odiavam o que viam em seu país e tinham
medo do que o mundo testemunhava na Rússia bolchevique. De discurso em discurso,
Mussolini oferecia alternativas. Instigava compatriotas a rejeitar os capitalistas que queriam
explorá-los, os socialistas determinados a causar transtornos em suas vidas e os políticos
desonestos e covardes que só falavam e falavam enquanto sua amada terra natal mergulhava
cada vez mais no abismo. Em vez de jogar uma classe contra a outra, propunha a união dos
italianos - trabalhadores, estudantes, soldados e empresários - na formação de uma frente
unida contra o mundo. Pedia a seus apoiadores que imaginassem um futuro no qual todos os
que pertencessem ao movimento cuidariam sempre uns dos outros, enquanto os parasitas que
vinham atravancando a vida do país - os estrangeiros, os fracos, os politicamente não confiáveis
- seriam largados à própria sorte por ser autossuficiente e respeitada por ser temida. Assim teve
início o fascismo no século XX: com um líder sedutor que explorava a insatisfação generalizada
fazendo todo tipo de promessas.”
ALBRIGHT, Madeleine. Fascismo: um alerta. São Paulo: Planeta, 2018. p. 27-28

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