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FILOSOFIA ANTIGA

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SUMÁRIO

Disciplina: Filosofia Antiga.............................................................................................. 3

Filósofo - Amigo da Sabedoria ......................................................................................... 3

Mitologia grega ................................................................................................................ 4

Mito e sociedade ............................................................................................................... 6

Mito e religião .................................................................................................................. 8

Fontes literárias ................................................................................................................ 9

Filosofia pré-socrática .................................................................................................... 13

Período Socrático............................................................................................................ 15

Filosofia Helênico Romana ............................................................................................ 17

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FACULESTE

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Disciplina: Filosofia Antiga

Caro aluno nessa disciplina você vai conhecer as origens da Filosofia, busque
fazer as leituras e as reflexões propostas pelo material didático. Bons Estudos.

Filósofo - Amigo da Sabedoria

O termo “filósofo” significa “amigo do saber” ou “amante do saber”, aquele que


busca a sabedoria, o conhecimento do mundo, da natureza ou da condição humana. A
filosofia mudou de tempos em tempos, devido ao contexto histórico dos filósofos.
A filosofia é a tentativa de proporcionar um sentido pessoal ou social para a vida,
que possa opor-se a certas ideias previamente estabelecidas. Portanto a filosofia não é
uniforme, mas cheia de tendências distintas.
Apesar do homem já se debruçar sobre tais questões desde o tempo das cavernas,
foram os gregos que criaram o método daquilo que chamamos de filosofia, quando
estabeleceram um conjunto de respostas para suas questões pessoais e sociais, apesar
desta filosofia ser bastante mitológica.
O auge da filosofia antiga está no período socrático (século IV a.C.), com
Sócrates, Platão e Aristóteles. Mas é na mitologia e poesia mesopotâmica que podemos
encontrar os primeiros traços filosóficos, já anteriores a 2000 a.C.
Claro que para estes povos, assim como para os egípcios e persas, a filosofia era
extremamente atrelada à religião e sem uma regra própria ou status próprio. Os hebreus,
que assim como outros povos da antiguidade tiveram sua origem no crescente fértil,
também possuem em seus textos sagrados, principalmente na Torá (atual Antigo
Testamento das Bíblias cristãs) além de outras obras, muitas discussões filosóficas,
principalmente sobre a origem do mundo, do mal, sobre a recompensa dos atos, etc.
Já os gregos tiveram sua mitologia transcrita em muitas obras, mas principalmente
nas obras de Homero, na qual se estabeleciam temas morais e religiosos, sem porém
pretender-se tornar um texto sagrado-dogmático. Isto facilitou a reinterpretação e a
discussão sobre tais conceitos por parte da emergente filosofia, sem que esta sofresse
sérias restrições por parte de religiosos.
Dos pensadores pré-socráticos não temos muitos documentos que sobreviveram
ao tempo. Apenas citações em obras de socráticos ou minúsculos fragmentos. Estes se
preocupavam com a organização dos astros e do mundo, se perguntavam sobre a
composição das coisas, sobre como o mundo se transformava, e já nesta fase buscavam
hipóteses em respostas nem sempre teológicas.

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Mitologia grega

É o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas com os mitos dos gregos


antigos, dos seus significados, da relação entre gregos e cristãos — narrativas essas
consideradas, com o advento do cristianismo, como meras ficções alegóricas.[1]
Para muitos estudiosos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar
luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas
práticas ritualísticas.[2] Os mitos gregos ilustram as origens do mundo, os modos de vida,
as aventuras e desventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e
de outras criaturas mitológicas.
Ao longo dos tempos esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção
de narrativas, que constituem a literatura grega e também na representação de outras
artes, como a pintura da Grécia Antiga e a cerâmica de figuras vermelhas.[3] Inicialmente
divulgados em tradição oral-poética,[4][5] atualmente esses mitos são tratados apenas
como parte da literatura grega.[6] Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes
literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada e Odisseia (ambos atribuídos
a Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Troia, destacando
a influência de deuses e de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias,
ambos produzidos por Hesíodo.[7]
Os mitos também estão preservados nos hinos homéricos, em fragmentos de
poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do século
V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do período helenístico e em outros documentos
de poetas do império Romano, como Plutarco e Pausânias. A principal fonte para a
pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que
descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométricos
em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo troiano e das
aventuras de Hércules. Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e helenístico, Homero e
várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências
literárias.[7]
A mitologia grega tem exercido uma grande influência na cultura, nas artes e na
literatura da civilização ocidental e permanece como parte da herança e da linguagem
do Ocidente.[8] Poetas e artistas desde os tempos antigos até o presente têm se inspirado
na mitologia grega e descoberto que os temas mitológicos lhes legam significado e
relevância em seu contemporâneo.[9]

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Seu patrimônio também influi na ciência, como no caso dos nomes dados
aos planetas do Sistema Solar em estudos teóricos, acadêmicos, psicanalíticos,
antropológicos e muitos
outros,[10][11][12][13] além de nos dias de hoje tradições neo-pagãs como
a Wicca serem influenciadas por ela e outras como o dianismo, a Stregheria e
principalmente o dodecateísmo (ou neopaganismo helênico) tenham tentado resgatar
suas crenças.

Num contexto acadêmico, a palavra "mito" significa basicamente


qualquer narrativa sacra e tradicional, seja verdadeira ou falsa.[14][15] O sufixo "-logia",
derivado do radical grego "logo",[16][17] representa campo de estudo sobre um assunto em
particular.[17] Com a junção de ambos os termos, "mitologia grega" seria, basicamente, o
estudo dos mitos gregos, ou seja, os que fazem parte da cultura da Grécia.[1] Sendo assim,
o termo não só alude ao estudo dos mitos como também aos próprios mitos. Como escreve
o professor e escritor português Carlos Ceia, "termo de dupla significação, indica, por um
lado, o conjunto dos mitos ou narrativas míticas relativas a seres sobrenaturais, fantásticos
ou de valor super humano e, por outro lado, o estudo ou interpretação dos mitos."[18]

Hércules e Atena
Cerâmica grega antiga, 480–470 a.C.

As dafnefórias. Eram um festival dedicado a Apolo celebrado pelos gregos a cada


nove anos, em Tebas,Beócia.[19]Óleo sobre tela de Frederic Leighton, 1876

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É um termo crítico moderno e, portanto, os próprios gregos e romanos antigos não
se referiam a suas crenças como "mitos" ou "mitologia", mas como religião (ver
capítulo Interpretação), o que ainda hoje em dia ocorre com os neopaganistas helênicos,
embora estes vivam um acontecimento moderno diferente de resgate e preservação e
mesmo certos grupos de adeptos entendam o papel dos mitos
como arquétipos ou símbolos (ver seção Neopaganismo e resgate).[1]
Para mais informações sobre o histórico de interpretação dos mitos gregos, dirija-
se até as sub-seções: Concepções greco-romanas einterpretações modernas. É importante
ressaltar que, nesse artigo, as palavras "mitologia" e "mito" são usadas para as narrativas
tradicionais e sagradas das culturas clássicas, sem qualquer implicação de que esta ou
aquela seja verdadeira ou falsa.[1]

Mito e sociedade

A mitologia grega era assunto principal nas aprendizagens das crianças da Grécia
Antiga, como meio de orientá-las no entendimento de fenômenos naturais e em outros
acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos homens.[20] Os gregos antigos
atribuíam a cada fenômeno natural uma criatura ou deus diferente.[21] Certos estudiosos
modernos dizem que, quando passaram a inventar meios de calcular o tempo e quando
criaram mecanismos de datação como o calendário, seus mitos declinaram (ver seção
Declínio logo abaixo).[21] Os poetas atribuíam esses estados térmicos, como também as
relações e as características humanas, aos deuses e a outras histórias lendárias, e elas
serviram durante um bom tempo como cultos ritualísticos na sociedade da Grécia
antiga.[20]
Além das crianças serem educadas através dos mitos, as famílias aristocráticas da
Grécia, assim como os reis, e também profissionais, como os médicos, possuíam a
tradição de se ligarem genealogicamente a antepassados míticos, geralmente divinos, ou
até mesmo heroicos.[20] Os comerciantes também cultuavam deuses, como Hermes,
sempre em tentativa de deixá-lo satisfeito e assim conseguir bons resultados em suas
vendas.[22] Além de serem habituados aos sacrifícios de animais e às orações, os gregos
antigos adotavam um deus particular ou um grupo deles para sua cidade, e os cidadãos
construíam templos e o(s) venerava(m). Essas cidades não possuíam qualquer
organização religiosa oficial, mas honravam os deuses em lugares determinados,
como Apolo exclusivamente em Delfos.[23]

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Mulher ajoelhada diante de um altar. Cerâmica de figuras vermelhas, ca. 510-500
a.C. Antigo Museu Ágora de Atenas

Muitos festivais religiosos eram realizados na Grécia antiga. Alguns eram


especificadamente dedicados a uma deidade particular ou cidade-estado. A Lupercália,
por exemplo, era comemorada na Arcádia e dedicada a Pã. Existiam também os jogos que
eram realizados anualmente em locais diferentes, e que culminaram nos Jogos Olímpicos
da Antiguidade, realizados a quatro anos e dedicados a Zeus. Os gregos, frequentemente,
encontravam desígnios dos deuses em muitas características da natureza. Os adivinhos,
por exemplo, acreditavam haver mensagens divinas contidas no voo das aves e nos
sonhos. Nas cidades, os oráculos — locais sagrados — eram usados por um sacerdote
que, tomado por êxtase ou loucura divina, servia de intermédio entre o diálogo de um fiel
e seu deus de adoração.[24]
Nas primeiras eras em que a recente filosofia vivia ao lado da tradicional
mitologia, para o povo grego a sabedoria plena e completa pertencia aos deuses, mas os
homens poderiam desejá-la e amá-la, tornando-se filósofos (philo= amizade, amor
fraterno, respeito; sophia= sabedoria).[25]

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Mito e religião

Cena de sacrifício grego Cerâmica de figuras vermelhas do século V a.C. Museu


Arqueológico de Espanha.

É preciso haver um esclarecimento acerca da diferença entre mito e religião. Hoje,


todas as mitologias de todos os povos são entendidas como conjunto de crenças
enraizadas em relatos modernamente tidos como fictícios e imaginados pelos poetas,
enquanto a religião propõe-se a criar rituais ou práticas com a finalidade de estabelecer
vínculos com a espiritualidade.[20]
"Mitologia" é um termo indiscutivelmente técnico e moderno e nunca utilizado
pelos próprios gregos ou romanos.[24] Seus cultos compreendiam uma religião
politeísta da qual os especialistas de hoje agrupam no que se chama "mitologia grega",
analisando as narrativas poéticas como legados da literatura antiga, ao passo que os
próprios gregos, sobretudo antes da fama da filosofia, acreditavam serem reais. Pode-se
dizer que "mito" é todo o conjunto que nós compreendemos hoje o que em suas épocas
os gregos chamavam "religião".[20]
Para ficar mais claro, podemos dizer que os textos sacros dos gregos são o que
chamamos agora de mitologia ou literatura da Grécia antiga.
A Teogonia e Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo, a Ilíada e
a Odisseia de Homero e as Odes de Píndaro estão entre as obras que os gregos
consideravam sacros. Estes são os principais textos que foram considerados inspirados

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pelos deuses e geralmente incluem no prólogo uma invocação às musas para que elas
auxiliem o trabalho do poeta.[26]
Os gregos faziam cultos os deuses do Olimpo, realizados em templos comuns ou
em altares e, também, culto aos heróis históricos, realizados em suas
respectivas tumbas.[24] Dedicados a um deus ou a um herói, os templos, decorados
com esculturas (de deuses ou heróis) em relevo entre o teto e o topo das colunas, eram
constituídos de pedras nobres como o mármore, usadas no alto da acrópole.[27] Os antigos
teatros gregos, também, eram construídos para determinada figura mitológica, deuses ou
heróis, como o teatro de Dioniso no Santuário de Apolo em Delfos.[28]
Além da religião ter sido praticada através de festivais, nela se acreditava que os
deuses interferiam diretamente nos assuntos humanos e que era necessário acalmá-los por
meio de sacrifícios.[24] Estes rituais de sacrifício desempenharam um papel importante na
formação da relação entre o homem e o divino.[29] Um dos conceitos mais importantes
quanto a moral para os gregos era o medo de cometer húbris (arrogância), o que constitui
muitas coisas, do estupro à profanação de um cadáver.[30][31]
A mitologia grega é conhecida nos dias de hoje através da literatura grega e de
expressões artísticas visuais como a cerâmica grega que datam do Período
Geométrico[nota 1]
em diante. O objetivo deste capítulo é entender como nós,
contemporâneos, tivemos a oportunidade de arrecadar hoje em dia informações tão
antigas quanto são os mitos gregos.[32]

Fontes literárias

A narração mítica desempenhou um papel importante em quase todos os gêneros


da literatura grega. No entanto, o único manual mitográfico que sobreviveu da Grécia
Antiga foi a famosa Biblioteca Mitológica, do escritor denominado Pseudo-
Apolodoro,[33] que tenta conciliar os contos contraditórios dos poetas e fornece um
resumo da mitologia grega e suas lendas históricas.[34] O verdadeiro Apolodoro viveu
entre c. 180-120 a.C., escreveu sobre muitos destes temas e seus escritos podem ter
formado a base para a coleção dessa obra, porém a Biblioteca aborda eventos que
ocorreram muito tempo após sua morte, daí o nome Pseudo-Apolodoro.[34]

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Ilíada
Livro VIII, linhas 245-53, manuscrito grego, final do século V e começo do VI
Entre as fontes literárias da primeira era, destacam-se os dois poemas
épicos de Homero – Ilíada e Odisseia. Completando esse ciclo épico, temos escritas de
poetas cujos documentos foram perdidos ao longo do tempo. Apesar da sua denominação
tradicional, os Hinos homéricos, hinos em coral da primeira fase da então-
denominada poesia lírica,[35] não possuem relação alguma com Homero.[36] Hesíodo,
possível contemporâneo de Homero, produziu Teogonia, o documento mais recente sobre
mitos gregos, que elabora a genealogia dos deuses e explica a origem dos titãs e
dos gigantes.
Os Trabalhos e os Dias, também de Hesíodo, é um poema didático sobre a vida
da agricultura que apresenta os mitos de Pandora e da era dos homens. O poeta dá
conselhos sobre a melhor maneira de ter sucesso em um mundo perigoso tornado ainda
mais arriscado por esses deuses.[7] Os Trabalhos e os Dias também apresenta o mito
de Prometeu, que, mais tarde, constituiu na base de uma trilogia de tragédias,
possivelmente iniciada por Ésquilo, que são: Prometeu Acorrentado, Prometeu
Desacorrentado e Prometeu, o Condutor do Fogo.[nota 2]
Os poetas líricos direcionaram por vezes seus temas aos mitos, todavia esse
tratamento ficou cada vez menor, enquanto que suas alusões à narrativa cresceu. Os
poetas líricos gregos, como Píndaro e Simónides de Ceos, e os poetas bucólicos,
incluindo Teócrito, forneceram incidentes mitológicos individuais. Além disso, o mito foi
tema central no drama Ateniense: os dramaturgos
trágicos Eurípides, Sófocles e Ésquilo produziram seus enredos envolvendo a era heroica
e a Guerra de Troia. Muitas das grandes históricas trágicas (ou seja, Agamenão e seus

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filhos, Édipo, Jasão e Medeia, etc.) Trouxeram em sua forma clássica estas peças
trágicas.[37]

O poeta romano Virgílio, aqui retratado no manuscrito do século XV Vergilius


Romanus, preservou muitos detalhes da mitologia grega em suas composições
Os historiadores Heródoto e Diodoro Sículo, e os
geógrafos Pausânias e Estrabão, que viajaram ao redor do mundo grego e anotaram as
histórias que ouviram, forneceram numerosos mitos locais, apresentando diversas vezes
versões alternativas pouco conhecidas dos mitos.[37] Heródoto, especialmente, procurou
as várias tradições apresentando e encontrando as raízes históricas ou mitológicas no
conflito entre a Grécia e o Oriente. Heródoto procurou conciliar as origens e a mistura de
diferentes conceitos culturais.[38]
A poesia das eras helenística e romana, que embora tenha sido composta mais
como literatura do que um exercício de culto aos mitos, contém muitos detalhes
importantes que de outra forma seriam perdidos. Essa categoria inclui: os poetas
romanos Ovídio,Sêneca e Virgílio; os poetas gregos da Antiguidade tardia: Antonino
Liberal e Quinto de Esmirna; os poetas gregos do período helenístico: Apolónio de
Rodes, Calímaco, Eratóstenes e Partênio.[39]
Em contrapartida com o gênero lírico, os escritores em
prosa Apuleio, Petrônio, Longo e Heliodoro também fazem referências mitológicas em
períodos semelhantes ao dos poetas citados acima.[40] Além disso, a Fábulas e
a Astronômica, ambas atribuídas ao escritor romano Higino, são duas composições não-
poéticas importantes como fontes literárias.[39] As obras Imagens e descrições,

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de Filóstrato e Calístrato (respectivamente), também se mostram úteis para o estudo dos
mitos gregos.
Finalmente, vários autores bizantinos, como Arnóbio, João Tzetzes, Hesíquio de
Alexandria, Eustácio de Tessalônica e o autor dasuda, providenciaram importantes
detalhes dos mitos, derivados em grande parte de fontes gregas completamente perdidas.
Importante notar, no entanto, que a atitude bizantina é a de frequentemente abordar os
mitos sob uma perspectiva moral cristã.
Fontes arqueológicas

Aquiles (esq.) Mata um prisioneiro de Troia diante de Caronte


Pintura-vermelha etrusca, realizada no fim do século IV e início do século III a.C.
A descoberta da civilização micênica pelo arqueólogo amador alemão Heinrich
Schliemann no século XIX, e a descoberta da Civilização Minoica em Creta pelo
arqueólogo britânico sir Arthur Evans no século XX, ajudaram a esclarecer muitas
dúvidas a respeito dos épicos de Homero e outras questões da mitologia, como as crenças
em deuses e em heróis. A evidência sobre os mitos e os rituais nos sítios arqueológicos das
civilizações micênica e minoica é inteiramente monumental, uma vez que a linear
B (método de escrita antigo, encontrado em Creta e na Grécia continental) era usada
principalmente para o registro de inventários, embora os nomes de deuses e de heróis
tenham sido dificilmente revelados.[7]
Schliemann começou seu trabalho em 1870, com o intuito de averiguar se as
histórias que ouvia de seu pai quando criança, a respeito dos épicos homéricos, eram
verdadeiras; numa madrugada, juntamente com sua esposa, conseguiu encontrar

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dois diademas de ouro, 4 066 plaquetas, 16 estatuetas, 24 colares de
ouro, anéis, agulhas, pérolas (total de 8 700 artefatos) e pesquisas posteriores deixaram
certezas de que a mítica cidade de Troia existiu no local há milênios.
Existem desenhos geométricos em cerâmica datados do século VIII a.C. Que
retratam o Ciclo de Troia, como também as aventuras de Hércules.[7] Por dois motivos,
essas representações visuais dos mitos possuem enorme importância: em primeiro lugar,
muitos mitos gregos foram comprovados em desenhos de vaso antes do que na literatura
escrita – das doze elaborações sobre Hércules, por exemplo, somente a aventura
de Cérbero é apresentada pela primeira vez em um texto literário[46] – e, em segundo
lugar, as fontes visuais muitas vezes fornecem cenas míticas que não são apresentadas em
quaisquer fontes literárias existentes. Em alguns casos, a primeira representação
conhecida de um mito na arte geométrica antecede, em questão de muitos anos e séculos,
a sua primeira aparição conhecida na poesia arcaica.[32] Nos períodos arcaico (750–c. 500
a.C.), clássico (480–323 a.C.), e helenístico, Homero e várias outras personalidades
surgem para completar as evidências literárias da existência da mitologia grega.[32]

Filosofia pré-socrática

Vários foram os pré-socráticos e os estudiosos mas os separamos em escolas:


Escola Jônica
Tales de Mileto: Para este solteirão a água era o elemento principal de todas as
coisas, e assim sua origem. Ele também, entre outras concepções, percebia em “Deus” a
inteligência que regia todo o universo, para ele Deus é o “começo e o fim”.
Anaxímandro de Mileto: Escreveu três livros sobre a natureza. Criou a ideias de
um elemento indeterminado, que daria forma a tudo. Ele também produziu uma certa
ideias de evolução entre as espécies.
Anaxímenes de Mileto: Para ele o ar era o elemento principal. Tudo vinha do ar
e no ar tudo se resolvia.
Escola Jônica Nova
Heráclito de Éfeso: para ele o fogo era o elemento de principal constituição de
toda a natureza. Para ele “tudo flui e nada permanece”. Também afirmava que os homens
e os deuses têm a mesma natureza, pois seriam sujeitos às mesmas regras cósmicas, que
chamava de Lógus.
Empédocles de Agrigento: Elegeu a água, o ar, o fogo e a terra como as “raízes”
da natureza, às quais eram disputadas por duas forças opostas, o amor e o ódio. Tentou

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também atribuir lógica à idéia evolucionista ao aplicar certo pensamento de seleção do
mais apto.
Anaxágoras de Clazomena: Para ele todos os corpos são compostos por
partículas homogêneas que são ordenadas por uma partícula inteligente: o “nous”. Os
astros são rochas incandescentes e não deuses.
Escola Pitagórica
Eram influenciados pelas religiões orientais.
Pitágoras de Samos: junto de seus seguidores, principalmente de Filolau de
Crotona, estabeleceram ideias sobre o movimento da Terra sobre o próprio eixo, sobre os
números, sobre a vivência diária em comunidade, dentre outras coisas. Matemática,
astronomia e as ciências de forma geral faziam parte da filosofia pitagórica. Para eles o
mestre tinha um papel preponderante, como se fosse alguém “inspirado”. A matéria é má
e o espírito é bom. O espírito se aperfeiçoa no contato com a matéria, que geraria
sofrimento, castigo. Trazem certa ideia de reencarnação.
Escola Eleática
Xenófones: Para ele a natureza é ordenada pelo “Ser”, que para ele é Uno, Eterno,
Imutável, Infinito, é Deus. Este Ser, porém não se parecia com os homens, ao contrário
das ideias mitológicas, ele era na verdade “tudo”.
Parmênides de Eléia: para ele o ser é objeto da inteligência, tal qual o sentir é
objeto do sentido. O “ser” se opõe ao “nada”. Tudo teria origem no quente e no frio, que
seriam fogo e terra.
Zenão de Eléia: Era um sofista, para ele o “ser” era imutável. Assim como
Parmênides, ele defendia o ser como objeto específico da inteligência.
Escola Atomista
Leocipo é o fundador, criou um profundo sistema de ideias.
Demócrito: sua obra principal foi “Mega diacósmus”. Não são forças opostas que
geram as coisas. Apenas existem os átomos, partículas imutáveis e indivisíveis, que
movem-se no vazio formando todas as coisas. Existe apenas átomos e vazio. Este, porém,
não é um materialismo propriamente mecanicista, pois não parte de uma explicação
científica, e sim de uma especulação filosófica.
Escola Sofista
Eram chamados de “Filósofos céticos” e Sócrates os criticava por receberem
salários. Deram proeminência a temas como:
- Conhecimento; - Lógica; - Linguagem; - Moral; - Política;

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Tiraram, assim o foco das especulações acerca da natureza.
Protágoras: é um dos protagonistas da lógica. Para ele não existiam leis naturais
para a vida e para a sociedade. São conveniências e poderes dos mais fortes que
prevalecem.
Gorgias: Era relativista e sensista. Acreditava na mutabilidade de tudo. Para ele
“o ser não existe”.
Antifon de Atenas: Para ele as leis humanas podem ser transgredidas, mas as leis
naturais não.
Pródicos de Ceos: Falava de “virtude”, como pré-requisito para os bens da vida.
Desmistificava os deuses.

Período Socrático

Morte de Sócrates, obrigado a beber cicuta, veneno letal.

Sócrates: Era um homem simples de Atenas, foi soldado e político. Por fim foi
condenado à morte por suas posturas contra ideias tradicionais. Nada escreveu, tudo que
sabemos foi-nos passado por Xenofonte, Platão e Aristóteles.
Para ele:
- a inteligência era específica e não sensorial;
- a alma era substancial, espiritual, preexistente e eterna;
- Deus existia, mas não era como os homens, divergindo da mitologia;
- O foco estava nas questões morais e não na natureza. Antes de mais nada o
homem precisava conhecer-se;

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- Haviam ideias inatas que poderiam ser redescobertas através da maiêutica,
método para ensinar através de perguntas;
- Ética é a arte de agir para o bem.
Platão (discípulo de Sócrates)

Imagem de Michelangelo, 1512.

Ele era Intelectualista, racionalista radical, politicamente absolutista. Acreditava


na dualidade alma-espírito e nas ideias inatas, que teriam origem em vidas passadas.
Defendia o universalismo arquétipo e via a ciência como a redescoberta das ideias inatas
por meio dos sentidos. Acreditava também na existência de um Deus infinito.
Desenvolveu também uma trilogia a acerca da realidade. Acreditava que existia o
campo das Ideias Arquétipas, o Demiurgo (Deus, o artista) e a matéria eterna. O artista
divino projeta as coisas no campo das ideias arquétipas e as materializa na matéria eterna.
Deus é quem põe para funcionar o motor do universo, gerando as primeiras ações que
geraram todas as outras em cadeia.
Politicamente Platão aceitava a desigualdade conforme a capacidade a não
conforme o nascimento.
Aristóteles de Pela - É o responsável pela formalização do pensamento lógico.
Dividiu as operações mentais em três: Ideia, Juízo e Raciocínio. Desenvolveu também a
teoria da potência: “das coisas não existentes, algumas existem em potência, por não
existirem em atos.” Politicamente tolerava a escravidão, argumentando que alguns
indivíduos seriam destinados naturalmente para isto, devido a sua incapacidade para
atividades intelectuais.

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Filosofia Helênico Romana

Trata-se do período pós-socrático da filosofia da Idade Antiga. Foram muitas as


mudanças que ocorreram com o crescimento do Império Romano. Este dominou
praticamente todo o mundo da época, gerando um caldeirão de culturas e ideias. A cultura
grega, porém, teve espaço especial no mundo romano que surgia.
Desde o final de período da filosofia socrática (IV a.C.) até cerca de II d.C.
desenvolveram-se de forma mais ou menos linear algumas escolas bastante inspiradas nas
escolas pré-socráticas e socráticas. Epicurismo e estoicismo, ao lado do crescimento do
cristianismo parecem as grandes novidades deste período. Haviam também os Cínicos,
que seriam os anarquistas da antiguidade, pois eram contra qualquer forma de distinção
pó sexo, raça, classe e ainda desacreditavam das instituições.
Os epicureus eram chamados de “filósofos do jardim”, pois reuniam-se em um
jardim que no portal de entrada tinha a seguinte inscrição: “forasteiro, aqui te sentirás
bem, aqui o bem supremo é o prazer.” Esse era o foco do ensinamento dos epicureus: é
possível afastar o sofrimento e o medo: aproveitar a vida, vivendo sem sofrer. Epícuro
Também ensinava a “viver em reclusão”, ou seja, em meio a correria da sociedade dizia
que as pessoas deveriam afastar-se de tudo e aproveitar a vida.
Outro enfoque de seus ensinamentos era a ideia de não preocupar-se com os
deuses, ou com os possíveis castigos dos mesmo, pois para ele a vida terminava por aqui
mesmo, não estendendo-se ao pós-morte. Isso, ele justificava pela teoria do átomo,
desenvolvida por Demócrito, pela qual o menor elemento fundamental de todas as coisas
é o átomo, que constituiria tudo. Segundo Epícuro, quando morremos o que ocorre na
verdade é o desmonte de nossos átomos que espalham-se para dar origem a outras coisas.
Inclusive, para ele, os átomos da alma também se espalham.
Já os estóicos, acreditavam que cada pessoas era um mundo em miniatura, um
mini-cosmos. Todos fazem parte de um todo harmônico (Kosmos), que se completa. Para
eles o universo é um deus, que se ordena sozinho, e o homem, também divino, faz parte
desse todo.
Não há espírito, alma, matéria, tudo é uma coisa só, na concepção estóica. Para
eles é preciso viver liberto do luxo, em harmonia com o universo, para poder se suportar
em paz os sofrimentos, que seriam inevitáveis à vivência. Os estóicos buscavam da
relação com o outro e com o todo, através de suas ações e sua ética, alcançar uma vida
boa.

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Estas duas linha filosóficas já eram bastante conhecidas em todo território de
domínio romano quando do surgimento do cristianismo. Talvez um dos primeiros
encontros entre filósofos destas duas linhas e pregadores cristãos seja o que está relatado
no Livro de Atos, na Bíblia, quando o apóstolo Paulo vai a Atenas e começa a ensinar em
uma praça, sendo contrariado dos defensores destas duas linhas que ali debatiam entre si
há tempos.

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