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Caruaru, Junho/2014
YTALO THIAGO SANTOS FARIAS
Caruaru, Junho/2014
YTALO THIAGO SANTOS FARIAS
Ao senhor Deus;
Ao meu irmão;
O mais sincero e fiel amigo que alguém pode ter.
O melhor irmão do mundo.
À minha noiva;
O amor da minha vida.
Primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar todos os empecilhos
encontrados durante a elaboração deste trabalho. Agradeço por minha vida, família e amigos.
Ao meu amigo e orientador professor MSc. Roberto Evaristo de Oliveira Neto, pela
confiança, orientação, paciência e apoio durante a elaboração deste trabalho. O meu muito
obrigado.
Aos meus pais, Antônio Evangelista de Farias e Maria de Lourdes Santos Farias, que
fizeram o possível e o impossível para me dar o maior bem: a educação. Agradeço por todos
os seus esforços, por todas as batalhas vencidas em nome da nossa família. Agradeço por todo
o carinho, dedicação, amor e paciência ao longo de todos esses anos. Amo vocês.
Ao meu irmão, Fábio Gustavo Santos de Farias, pelo incentivo e apoio em todos os
momentos de minha vida. Agradeço por ser essa pessoa especial, continue sempre assim.
À minha noiva, Maria Layane Rodrigues dos Santos. Agradeço por toda paciência e
dedicação durante vários momentos da minha graduação, por entender que o sucesso do
futuro é fruto de muita dedicação no presente. Muito obrigado por fazer parte de minha vida,
por ser essa pessoa especial. És muito importante. Amo você.
Ao meu grande amigo Matheus Freitas pela grande contribuição na elaboração deste -
projeto. Muito obrigado, grande abraço.
Agradeço a todos os meus amigos de curso pelo ótimo convívio ao longo de todos
esses anos. Ficarão na memória todos os momentos, tristes e felizes, ao qual tive a
oportunidade de dividir com vocês. Um abraço especial para os amigos Adiclênio Domingos,
Allex Anselmo, Alice Jadneiza, Danillo Fidel, Ewerton,Henrique, Heleno Junior, Jadson
Verçosa, João Netto, Jofre Lima, Josemar Leal, José Roberto, Juliana Torres, Lyneker Souza,
Luttemberg Ferreira, Neto Oliveira, Renan Pinheiro, Ricardo Ferraz, Robson Queiroz e
Thiago Sales.
Por fim, agradeço a todos aqueles que estiveram envolvidos direta ou indiretamente na
realização deste trabalho. O meu muito obrigado.
“Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e
descansa à sombra do Todo-poderoso, pode dizer
ao Senhor: “Tu és o meu refúgio e a minha
fortaleza, o meu Deus, em quem confio.””.
Palavras Chaves: Estrutura, análise estrutural, softwares, CYPECAD, pilar, viga, laje, cargas,
esforços, cálculo manual.
ABSTRACT
Key Words: Structure, structural analysis software, CYPECAD, column, beam, slab, loads,
efforts, manual calculation.
LISTA DE FIGURAS
Eci (t0) - Módulo de elasticidade ou módulo de deformação inicial do concreto no instante t0;
ν - Coeficiente de Poisson;
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17
3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 19
4.1.1 Evolução dos modelos construtivos e das teorias aplicadas em cálculo estrutural 20
4.8 Teoria das grelhas para lajes sobre apoios rígidos ................................................ 38
5. METODOLOGIA ...................................................................................................... 42
6. RESULTADOS ......................................................................................................... 51
7. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 92
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 94
ANEXOS ........................................................................................................................ 96
ANEXO A ...................................................................................................................... 96
17
1. INTRODUÇÃO
2. RELEVÂNCIA DO TEMA
cálculo manual, tornando-se apto para a solução de problemas que possa deparar-se durante a
concepção do projeto.
No Brasil, até o início da década de 70, não existiam ao menos as máquinas
eletrônicas portáteis que fizessem as quatro operações básicas. Os engenheiros e estudantes de
engenharia, quando possível, utilizavam as máquinas eletrônicas trazidas do exterior, ou,
utilizavam a régua de cálculo em seus cálculos.
As primeiras máquinas eletrônicas programáveis começaram a aparecer no início da
década de 70. Na época, existiam cinco modelos e marcas de máquinas programáveis e entre
elas, um modelo da Sharp que utilizava uma espécie de cartão magnético.
O cálculo de vigas contínuas era feito em duas etapas (dois cartões magnéticos) e
posteriormente se faziam os diagramas de momentos fletores e esforços cortantes à mão.
O cálculo das cargas verticais em edifícios, levando em conta o efeito do vento, também
era feito em duas etapas (dois cartões magnéticos): primeiro calculava-se o momento
devido ao vento em cada pavimento e depois, este efeito era somado com a carga
vertical de cada pilar em cada pavimento.
(ROBERTO STRAMANDINOLI, 2007, p. 96).
Como o engenheiro civil pode elaborar o cálculo estrutural, via softwares, sem se
abster da responsabilidade da interpretação e do conhecimento teórico, comparado com os
resultados obtidos à mão?
3. OBJETIVOS
A partir dos dados de saída obtidos com o auxílio do programa de cálculo estrutural,
CYPECAD, que será utilizado neste trabalho, e com os resultados calculados de maneira
manual, será analisado as possíveis diferenças entre as soluções, e assim definir cuidados
durante a entrada de dados e a interpretação dos resultados finais.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Introdução
4.1.1 Evolução dos modelos construtivos e das teorias aplicadas em cálculo estrutural
Em 1757, Euler, matemático suíço, publica trabalho estabelecendo uma fórmula para
determinação da carga máxima que poderia ser aplicada a um pilar antes da ocorrência do
fenômeno de flambagem.
Charles Augunstin Coulomb, físico e engenheiro militar, estabelece em 1775, os
fundamentos da teoria de vigas afirmando que “a linha neutra de uma seção retangular
homogênea se situa na metade da sua altura, a resultante das forças de tração atuantes de um
lado do eixo neutro é igual à resultante de compressão do outro lado e a resistência dos
esforços internos da viga deve equilibrar o momento introduzido pelas cargas externas”.
“O Teorema dos Três Momentos”, começou a ser utilizado para resolver problema de
vigas contínuas em 1850 por Clapeyron, um engenheiro francês.
Entre 1850 e 1855, o francês Joseph Louis Lambot, realiza a primeira publicação
sobre “Cimento Armado” (denominação do concreto armado até cerca de 1920). Presume-se
que em 1850 Lambot efetuou as primeiras experiências práticas do efeito da introdução de
ferragens em uma massa de concreto. Em 1954, Lambot já executava construções de “cimento
armado” com diversas finalidades. Imerso em estudos sobre o concreto armado e motivado
por problemas com a manutenção de canoas de madeira utilizadas para lazer em um pequeno
lago existente em sua propriedade em Miraval, no sul da França, Lambot tem a idéia de
construir um barco de concreto. Nada mais lógico, pois o concreto é durável, requer pouca
manutenção e resiste bem em meios aquáticos. Lambot empregou para a construção de sua
canoa uma malha fina de barras de ferro (ou arame), entrelaçadas, entremeadas com barras
mais grossas, usando essa malha fina ao mesmo tempo como gabarito para se ter o formato
adequado do barco, para segurar a argamassa, dispensando a confecção de moldes e para
evitar problemas com fissuras. Já em 1855 Lambot expõe o seu barco de concreto armado na
Exposição Mundial de Paris e solicita a patente de seu projeto. O barco exposto media
aproximadamente 4 m de comprimento por 1,30 m de largura com paredes de
aproximadamente 4 cm de espessura. Apesar de ser considerado por muitos como o pai do
concreto armado, os experimentos de Lambot não tiveram muita repercussão.
Um fabricante de gesso e cimento romano de Paris, William Wilkison, obtém a
patente de um sistema de lajes nervuradas, no mesmo período dos experimentos e
21
desenvolvimentos de Lambot 1854. Ao dispor as barras de aço nas regiões tracionadas das
vigas ou vigotas, a criação de William demonstrou o domínio dos princípios básicos do
funcionamento do concreto armado.
Em 1877, um fabricante de grades para calçada, Thaddeus Hyatt, inicia experimentos
com concreto, como nova forma de executar painéis para calçadas. Ele reuniu suas conclusões
sobre seus ensaios, da seguinte forma:
Considera-se que Hyatt (1877) foi, com suas grandes descobertas, o principal
motivador e disseminador do concreto armado e possivelmente o pioneiro a compreender a
necessidade de uma boa aderência entre o concreto e o aço.
Mesmo com tantas descobertas a falta de recursos, patrocinadores para seus
experimentos e concorrência direta com outras patentes impediram que Hyatt se beneficiasse
de suas descobertas.
Uma das primeiras normas publicadas para utilização do concreto armado, em 1917,
foi desenvolvidas nos Estados Unidos por um grupo formado por representantes do American
Society for Testingand Materials, engenheiros civis e fabricante de cimento, sofrendo duras
críticas na sua publicação.
22
Concreto armado é o material composto, obtido pela associação do concreto com barras de aço,
convenientemente colocadas em seu interior. Em virtude da baixa resistência à tração do
concreto (cerca de 10% da resistência à compressão), as barras de aço cumprem a função de
absorver os esforços de tração na estrutura. As barras de aço também servem para aumentar a
capacidade de carga das peças comprimidas. O funcionamento conjunto desses dois materiais
só é possível graças à aderência. De fato, se não houvesse aderência entre o aço e o concreto,
não haveria o concreto armado. Devido à aderência, as deformações das barras de aço são
praticamente iguais às deformações do concreto que as envolve.
(ARAÚJO, 2010, p. 257).
Segundo a NBR 6118 (2007, p.170), “a classe C20, ou superior, se aplica a concreto
armado e a classe C25, ou superior, a concreto protendido. A classe C15 pode ser usada
apenas em fundações e em obras provisórias de até 3 pavimentos.”
Por norma, NBR 6118 (2007, p.170), só serão considerados os concretos de massa
específica normal, que são aqueles que, depois de secos em estufa apresentam massa
específica, , compreendida entre ⁄ e ⁄ . Ainda, segundo a norma, se
a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar para o
concreto simples o valor de ⁄ e para o concreto armado ⁄ .
24
⁄
(1)
(2)
(3)
Onde:
e são expressos em megapascal.(NBR 6118, 2007, p.170)
⁄
(4)
Onde:
, módulo de elasticidade, e , resistência característica do concreto, são dados em
megapascal.
(5)
A NBR 6118 (2003, p.170.), com relação ao Coeficiente de Poisson, diz que: “Para
tensões de compressão menores que e tensões de tração menores que , o coeficiente de
Poisson pode ser tomado como igual a 0,2.”.
Para tensões de compressão menores que , pode-se admitir uma relação linear entre as
tensões e deformações adotando-se para módulo de elasticidade o valor secante. Para análises
no estado limite último, podem ser empregados o diagrama tensão-deformação idealizado.
(NBR 6118, 2007, p.170)
Segundo a NBR 6118 (2007, p.170), a superfície dos fios e barras podem ser lisos ou
provido de saliências ou mossas: “Para cada categoria de aço, o coeficiente de conformação
superficial mínimo, , determinado através de ensaios de acordo com a NBR 7477, deve
atender ao indicado na NBR 7480.”.
A conformação superficial é medida pelo coeficiente , em função do coeficiente de
conformação superficial, conforme Tabela 3.
Segundo a NBR 6118 (2007, p.26) a massa específica do aço para concreto armado é
adotada com valor igual a ⁄ .
4.4 Lajes
Maciças: São aquelas onde a espessura da laje é relativamente constante, composta por
concreto, contendo armaduras na direção longitudinal e transversal;
Nervuradas: Lajes onde há diminuição do consumo de concreto, tendo em vista a
redução da espessura de concreto das lajes na seção tracionada com utilização de
fôrmas pré-fabricadas, geralmente empregadas para vencer grandes vãos. Também
conhecida como “laje cabacinha”.
Tipo Lisa ou Cogumelo: São aquelas onde as lajes são apoiadas diretamente em
pilares;
4.5 Vigas
As vigas são elementos lineares e têm como função principal receber as ações das lajes
e transmiti-las aos pilares. O dimensionamento das armaduras das vigas deve levar em conta
esforços de cisalhamento, flexão, compressão, tração e torção, sendo a flexão e cisalhamento
efeitos preponderantes. A NBR 6118 (2007) reserva um item único para dimensionamento e
detalhamento de elementos lineares, seção 17 e 18, respectivamente.
33
4.6 Pilares
Segundo a NBR 6118 (2007, p.170), os pilares são elementos lineares de eixo reto,
usualmente disposto na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes.
Os pilares têm como principais funções receber as ações atuantes nos diversos níveis
de construção e conduzi-las até as fundações. Servem de apoio para as vigas e têm
fundamental importância no sistema estrutural de contraventamento do edifício.
Dessa forma, sabe-se que o estado de tensões em um ponto do corpo é definido pelas
nove componentes do tensor de tensões, que é dado por:
[ ] (6)
A lei da reciprocidade das tensões de cisalhamento determina que, uma vez que o
tensor de tensões é simétrico:
(7)
( ) (8)
Onde
(9)
A lei de Hooke, válida para os materiais elásticos lineares, estabelece a relação entre
as componentes das deformações e as componentes das tensões na forma:
[ ( )] (10)
[ ( )] (12)
[ ( )] (13)
(14)
(15)
( )
36
(PINHEIRO, 2007,.271)
.
37
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( )
( )
(16)
Onde,
A “Teoria das Grelhas” simplifica o cálculo das lajes armadas nas duas direções que
não são suficientemente ancoradas nos cantos ou que não possuam rigidez à torção. Considere
a laje simplesmente apoiada nos quatro lados, conforme indica a Figura 8.
39
(17)
(18)
(19)
Onde,
(20)
(21)
Dessa forma,
( ) (22)
(23)
Pode-se escrever
(24)
Onde
(25)
(26)
(27)
41
Para a análise de placas também pode ser empregado um método numérico conhecido
como o método dos elementos finitos. Hoje em dia esse método é bastante difundido e
utilizado em vários ramos da engenharia para resolução de vários problemas, como fluxo de
fluídos, condução de calor, análise estrutural, dispersão de poluentes, etc. O método dos
elementos finitos permite que um grupo de rotinas de cálculo seja utilizado para resolução de
problemas diferentes.
ARAÚJO (2010, p.395) descreve: “No caso da análise estrutural, o método pode ser
empregado tanto na formulação de deslocamentos, quanto na formulação em forças. Essas
duas formulações são análogas aos bem conhecidos método da rigidez e método das forças.”.
A formulação em deslocamentos do método dos elementos finitos é uma das mais
utilizadas tendo em vista a facilidade de implementação computacional. Essa formulação é
baseada no princípio dos trabalhos virtuais.
A subdivisão do domínio do problema em um conjunto de pequenos elementos,
chamados de elementos finitos, consiste no primeiro passo para resolução de uma
determinada equação. O domínio discretizado forma uma malha de elementos finitos.
Geralmente o aumento contínuo dos números de nós aumenta o desempenho e as
características de precisão do elemento. Porém, quando utilizado um elemento com um
número mínimo de nós a malha terá que ser mais refinada.
O Método dos Elementos Finitos (MEF), no âmbito da Engenharia de Estruturas, tem
como objetivo a determinação do estado de tensão e de deformação de um sólido de
determinada geometria sujeito a ações externas.
A formulação do MEF pode ser baseada no método dos deslocamentos, ao qual
apresenta uma maior simplicidade e, consequentemente uma maior versatilidade. Para isso,
requer a existência de uma equação integral, de modo que seja possível substituir a integral
sobre um domínio complexo de volume V por um somatório de integrais estendidos a
subdomínios de geometria simples de volume Vi.
42
5. METODOLOGIA
vigas e lajes. A partir dos dados obtidos no pré-dimensionamento dos elementos estruturais
será possível estimar as cargas permanentes e acidentais, esta divisão do trabalho será
considerada como terceira etapa. Como auxílio aos cálculos manuais, será utilizado software
de planilhas eletrônicas (EXCEL) configurando a quarta etapa do projeto. A quinta etapa tem
por finalidade o lançamento e modelagem computacional da estrutura em analise utilizando o
CYPECAD. A sexta e última etapa consiste na análise estrutural do projeto, onde se calculam
os efeitos das ações e cargas sobre a estrutura. Ou seja, calcular os esforços solicitantes por
meio de um modelo que simulará a estrutura real.
A espessura da laje, com seção típica conforme mostra a Figura 10, pode ser obtida
com o auxílio da equação 28.
(28)
Onde:
– Altura útil da laje
– Cobrimento nominal da armadura
–Diâmetro das barras
45
(29)
Segundo Pinheiro (2007, p.5.3), uma estimativa grosseira para a altura das vigas é
dada por:
Tramos internos:
Balanços:
Para o cálculo das cargas atuantes nas lajes será considerado o peso próprio da laje
maciça de concreto armado, peso do contrapiso, piso e revestimento do teto do pavimento
inferior à laje calculada. A NBR 6120 (1980) oferece o peso específico dos materiais
componentes de argamassa de revestimento e assentamento. Dessa forma, a Tabela 8
apresenta os cálculos das cargas atuantes no pavimento.
49
5.3.2 Paredes
A NBR 6120 (1980, p.2), trata a ação variável como carga acidental e a define como:
Toda aquela que pode atuar sobre de edificações em função do seu uso (pessoas, móveis,
materiais diversos, veículos, etc.). As cargas verticais que se consideram atuando nos pisos de
edificações, além das que se aplicam em caráter especial, referem-se a carregamentos devidos a
pessoas, móveis, utensílios, materiais diversos e veículos, e são supostamente distribuídas, com
valores mínimos.” (NBR 6120, 1980, p.2).
50
O modelo nada mais é que um sistema que procura simular as condições do edifício
real no computador. Toda análise estrutural de um determinado problema é baseada na adoção
de certo modelo estrutural.
Este modelo, que será utilizado no presente trabalho para o cálculo manual, baseia-se
na análise estrutural que é executada da seguinte forma:
Primeiramente, os esforços nas lajes maciças são calculados a partir das tabelas de
Bares (1972).
As cargas das lajes são transferidas para as vigas a partir das tabelas de Bares
(1972);
Os esforços nas vigas são calculados por meio do modelo clássico de viga
contínua com apoios simples que simulam os pilares, utilizando recomendações
da norma NBR 6118 para a rigidez das vigas e pilares nos apoios externos;
A reação vertical obtida nos apoios das vigas é transferida como carga
concentrada para os pilares;
6. RESULTADOS
6.1 Pilares
A seguir são apresentadas as cargas transferidas aos pilares. Para uma melhor forma de
apresentação, a Figura 12 e a Tabela 9 mostram os carregamentos dos pilares no pavimento de
cobertura e na fundação.
52
As solicitações oriundas das ações dos ventos estão tomando proporções cada vez
maiores em estudos de estruturas de concreto armado. Por esse motivo, o presente trabalho,
compara os resultados da estrutura sem considerar a ação dos ventos e posteriormente
incluindo estas solicitações. A Figura 13 mostra a inserção da ação do vento no cálculo da
estrutura com o auxílio do software.
A Figura 14 mostra o mapa eólico do Brasil de acordo com a NBR 6123, incluída no
CYPECAD.
55
Tabela 10 - Comparação das solicitações nos pilares com a ação dos ventos
CARREGAMENTOS CYPECAD (kN)
PILAR PLANTA AÇÃO DO VENTO NÃO AÇÃO DO VENTO
RESULTADO
INCLUÍDA INCLUÍDA
COBERTURA 50,9 52,5 Aumento 3%
P1
FUNDAÇÃO 341,2 460,3 Aumento 35%
COBERTURA 72,4 97,2 Aumento 34%
P2
FUNDAÇÃO 581,1 768,2 Aumento 32%
COBERTURA 77 79,8 Aumento 4%
P3
FUNDAÇÃO 535,1 589,1 Aumento 10%
COBERTURA 42,3 47,2 Aumento 12%
P4
FUNDAÇÃO 300,2 344,1 Aumento 15%
COBERTURA 42,1 50 Aumento 19%
P5
FUNDAÇÃO 298,9 350,2 Aumento 17%
COBERTURA 76,3 79,9 Aumento 5%
P6
FUNDAÇÃO 533,5 589,6 Aumento 11%
COBERTURA 70,7 94,9 Aumento 34%
P7
FUNDAÇÃO 578,7 797,9 Aumento 38%
COBERTURA 52,3 54,2 Aumento 4%
P8
FUNDAÇÃO 352,5 442,6 Aumento 26%
COBERTURA 68 95,1 Aumento 40%
P9
FUNDAÇÃO 522,4 522,4 0%
COBERTURA 68,5 95,9 Aumento 40%
P10
FUNDAÇÃO 525 525,2 Aumento 0%
COBERTURA 139 155,2 Aumento 12%
P11
FUNDAÇÃO 906,4 906,4 0%
COBERTURA 194 258,2 Aumento 33%
P12
FUNDAÇÃO 1421,3 1453,2 Aumento 2%
COBERTURA 222,5 269,7 Aumento 21%
P13
FUNDAÇÃO 1463,4 1463,4 0%
COBERTURA 132,4 148,8 Aumento 12%
P14
FUNDAÇÃO 856,1 896,2 Aumento 5%
COBERTURA 96,4 127,1 Aumento 32%
P15
FUNDAÇÃO 789,8 819,7 Aumento 4%
COBERTURA 119,9 134,6 Aumento 12%
P16
FUNDAÇÃO 832,9 832,9 0%
COBERTURA 55,7 61,9 Aumento 11%
P17
FUNDAÇÃO 409,1 409,1 0%
COBERTURA 188,5 204,4 Aumento 8%
P18
FUNDAÇÃO 1201,8 1210 Aumento 1%
COBERTURA 241,8 241,8 0%
P19
FUNDAÇÃO 1203,7 1203,7 0%
COBERTURA 63,1 63,3 Aumento 0%
P20
FUNDAÇÃO 422,7 440,3 Aumento 4%
Fonte: Elaborado Pelo Autor (2014)
57
Figura 15 - Comparação das solicitações nos pilares com a inclusão da ação dos ventos
De acordo com os resultados obtidos é possível afirmar que a ação dos ventos provoca
um aumento em quase todos os pilares da estrutura dependendo de sua localização em relação
ao ponto de aplicação. Para o presente trabalho o aumento dessas solicitações pode chegar até
35%.
a
Fonte: Pilares de Concreto Armado (UNESP)
De acordo com os resultados obtidos é possível notar que, apesar do método da Área
de Influência servir como parâmetro para pré-dimensionamento da estrutura, há uma
tendência de superdimensionamento da mesma quando comparada com os resultados obtidos
pelo software CYPECAD.
6.2 Vigas
Os carregamentos inseridos nas vigas para o cálculo manual foram oriundos do peso
próprio, alvenarias e ações das lajes. Segue abaixo a Tabela 13 e Tabela 14, que mostram os
carregamentos utilizados para cada viga.
Com o auxílio do software CYPECAD, as cargas inseridas foram originadas apenas do
peso de alvenaria, tendo em vista que o programa considera o peso próprio intrínseco à peça.
63
Tomando a viga V13 como amostra, tendo em vista ser uma das mais carregadas da
estrutura, estudaremos mais especificamente os esforços encontrados. A Figura 21 mostra a
envoltória de momento fletor obtida a partir do programa de cálculo estrutural CYPECAD.
66
A combinação utilizada na majoração dos esforços, de acordo com a NBR 6118, será a
Combinação Última Normal.
(30)
Onde:
= 1,4 (Majoração de carga permanente)
(Majoração de carga variável)
67
Tramo 1 e 3;
Tramo 2;
O carregamento acima descrito foi inserido no Software Ftool para cálculo dos
esforços. A Figura22 mostra a inserção do carregamento na viga V13.
O item 14.4.6.1 da norma NBR 6118 / 2003, diz que: “Pode ser utilizado o modelo
clássico de viga contínua, simplesmente apoiada nos pilares, para o estudo das cargas
verticais.”. Para tanto, deve haver correções adicionais da seguinte forma:
Os momentos positivos considerados não podem ser menores que os que seriam
obtidos se houvesse engastamento perfeito nos apoios;
68
a) Na viga:
Sendo:
Pilar P1 (20x20)
⁄ ⁄ ⁄
70
⁄ ⁄ ⁄
71
Estes mesmos cálculos foram elaborados para as demais vigas, e seus momentos
resultantes estão comparados com os do software CYPECAD, conforme Tabela 15.
Nota-se que, embora os carregamentos sejam os mesmos, tanto no cálculo manual,
quanto no CYPECAD, as envoltórias de momentos fletores resultantes mostram grandes
diferenças, principalmente nas regiões de apoio. Esta diferença é justificável, tendo em vista
as considerações de rigidez entre a viga e o pilar, levando em conta os aspectos da norma
NBR 6118, tornando o dimensionamento da estrutura a favor da segurança. Porém, não
podemos afirmar que todas as vigas terão o mesmo comportamento, tendo em vista o pouco
tempo para elaboração do presente trabalho.
72
6.3 Lajes
Não foi inserido o peso próprio da laje, tendo em vista que ele é intrínseco ao
programa, sendo calculado automaticamente.
Figura 27 - Peso do contrapiso, revestimento de teto e revestimento cerâmico como opção de carga permanente
Para uma melhor forma de visualização apresentam-se as Figuras 29 e 30, onde são
mostrados gráficos comparativos entre os momentos calculados.
6.3.3.1 Vinculação
Laje L1
Onde:
(Carga permanente de acordo com a Tabela16)
(Carga variável de acordo com a Tabela16)
Logo,
( )
Laje L2
79
Onde:
(Carga permanente de acordo com a Tabela16)
(Carga variável de acordo com a Tabela16)
Logo,
( )
Onde:
(Carga permanente de acordo com a Tabela17)
(Carga variável de acordo com a Tabela17)
Logo,
( )
Dessa forma, tem-se a seguinte classificação das lajes para o presente trabalho. Tabela
19.
Laje L1.
Logo,
Laje L2.
Logo,
84
Laje L6.
Logo,
86
Assim,
Logo,
( )
( )
89
Assim,
{
90
Logo,
( )
( )
7. CONCLUSÃO
Na prática, devido a essas limitações, este modelo não é mais utilizado em projetos
estruturais, principalmente em estruturas mais complexas. Porém, por se tratar de um modelo
93
estrutural no qual é possível calcular o projeto, em sua totalidade, à mão, ele ainda deve ser
utilizado para comparar e validar os resultados.
As solicitações originadas da ação dos ventos, como mostrado, provocou um
acréscimo nos carregamentos dos pilares em até 35%, provando a necessidade de estudos
avançados na área de aerodinâmica dos edifícios, mesmo os de pequeno porte. Tendo em vista
a grande quantidade de variáveis envolvidas no dimensionamento de estrutura de concreto
armado e a otimização do dimensionamento oferecida pelos softwares, foi possível mostrar
que os pilares, quando calculados manualmente, serão superdimensionados em média 46% em
relação ao CYPECAD.
É possível notar que os esforços oriundos dos carregamentos das lajes, assim como os
dos pilares, tendem a ser majorados quando calculados manualmente. O acréscimo em relação
ao CYPECAD é de 58% em média, tornando a estrutura antieconômica.
De acordo com os dados mostrados no presente trabalho, nota-se a otimização dos
resultados oferecidos pelo uso do programa de cálculo estrutural. A diferença média dos
esforços resultantes das vigas calculados com o auxílio do sistema computadorizado e manual
pode chegar a 23%, influenciando diretamente no custo do empreendimento.
94
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande: Dunas, 2010. V.1,
3.ed.
ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande: Dunas, 2010. V.2,
3.ed.
ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. Rio Grande: Dunas, 2010. V.3,
3.ed.
ANEXOS
ANEXO A
A.2 – CORTE AA
98