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Obrigatório: MARX, K. Salário, preço e lucro. In: MARX, K. O Capital. São Paulo:
Abril Cultural, 1984 (Os economistas)
MARX, K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1984 (Os
economistas). Capítulos 1 (seções 1, 2 e 4), Capítulo 5, Capítulo 7 (seções 1 e 2).
Complementar: HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M (org.). História do Pensamento
Econômico. Editora Campus, Rio de Janeiro, 2012. Capítulo 9.
Questão da Aula:
SUMÁRIO:
A. Marx e a sua cronologia histórica;
B. A mercadoria e as formas de valor;
C. A reprodução do valor pela circulação de capital;
1845 – redação das Teses sobre Feuerbach e da Ideologia Alemã. No final de maio,
Engels publicou A situação da classe trabalhadora na Alemanha;
1847 – Marx publicou Miséria da Filosofia;
1848 – Período revolucionário na Europa, na França a república é proclamada;
1852 – publicação O 18 Brumário de Luís Napoleão Bonaparte;
1859 – Contribuição à crítica da economia política;
1867 – Livro I do O Capital;
1871 – publicação A guerra civil na Europa
1875 – Crítica do programa de Gotha;
1883 – Em 14 de março Karl Marx faleceu em Londres.
A produção bibliográfica de Karl Marx pode ser dividida em 2 momentos:
Denominado período da juventude, compreende trabalhos escritos entre 1841 e 1847-
48: Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel, Ensaio sobre a questão judaíca,
Manuscritos econômico-filosófico, A ideologia alemã, a Sagrada Família, a Miséria da
filosofia; Manifesto Comunista;
Transição da filosofia para a sociologia e economia. Produziu as obras clássicas
Contribuição à crítica da economia política, de 1859 e O Capital.
A função de produzir produtos assume pela ótica de Marx, uma relação social,
por meio do dispêndio da força humana de trabalho, na quantificação do valor dos
produtos do trabalho, as relações entre os produtores nas quais afirma o caráter social
dos seus trabalhos, assumem a relação social entre os produtores trabalho.
O fetiche da mercadoria é uma relação social definida entre os homens e a
forma fantasmagógica de uma relação entre coisas. O fetichismo está presente aos
produtos do trabalho, quando são gerados como mercadorias. É inseparável da
produção de mercadorias. O fetichismo decorre do mundo das mercadorias, como
produto do trabalho que produz as mercadorias.
dinheiro como capital começa com a venda e termina com a compra. No primeiro
caso é a mercadoria e no segundo caso o dinheiro, o ponto de partida e a meta final do
movimento. Na primeira forma de movimento, serve o dinheiro de intermediário e na
segunda, a mercadoria.
No circuito M – D – M o consumo e satisfação realizados pelo valor do uso da
mercadoria é o objetivo principal.
No circuito D – M – D o valor de troca da mercadoria por dinheiro
impulsiona a circulação. Esse último circuito possui uma diferença qualitativa em
relação ao circuito anterior, OS EXTREMOS SÃO DINHEIROS, porém o dinheiro
que comprou o algodão é ampliado a partir do momento da venda do mesmo por um
valor superior ao da compra.
A forma completa desse processo é:
D – M – D’
D’= D + Delta D = a soma do dinheiro adiantado mais um acréscimo. A esse
acréscimo ou excedente é dado o nome de mais – valia.
A formação da mais valia e, portanto, a transformação do dinheiro em capital
não pode, por conseguinte, ser explicada por vender o vendedor as mercadorias acima
do valor nem por compra-las o comprador abaixo do valor (MARX, p. 191).
A capacidade de força de trabalho é uma mercadoria que cria valor. Por
força de trabalho ou capacidade de trabalho são as faculdades físicas e mentais
existentes no corpo de um ser humano. A força de trabalho é oferecida no mercado pelo
seu possuidor para o comprador.
O valor da força de trabalho é limitado pelo nível de subsistência do
trabalhador:
O produto, da propriedade do capitalista, é um valor de uso: fios, calçados etc. [...] Na produção
de mercadorias, nosso capitalista não é movido por puro amor aos valores de uso. Produz valor
de uso apenas por serem e enquanto forem substrato material, detentores de valor de troca. Tem
dois objetivos. Primeiro, quer produzir um valor de uso que tenha um valor de troca, um artigo
destinado à venda, uma mercadoria. E segundo, quer produzir uma mercadoria de valor mais
elevado que o valor do conjunto das mercadorias necessárias para produzi-la, isto é, a soma dos
valores dos meios de produção e força de trabalho, pelos quais antecipou seu bom dinheiro no
mercado. Além de um valor de uso quer produzir mercadoria, além de valor uso, valor, e não só
valor, mas também valor excedente (mais valia) (MARX, p. 220).
500 = 410 + 90
Valor = (c + v) + m
V = 410 + 90 + 90
Portanto o Capital se converte em 590 libras.
Sendo m = 90. (a mais valia é igual a 90 libras)
A taxa de mais valia é a expressa do grau de exploração da força de trabalho pelo
capital, ou do trabalhador pelo capitalista. A taxa de mais valia representa 18% do
valor investido pelo capitalista.
m 90
A expressão = = representa o trabalho excedente e o trabalho
v 90
necessário, e a proporção que existe entre ambas as partes que compõe o dia de trabalho
é de 100%. Portanto, o trabalhador trabalha metade do dia para si e a outra metade para
o capitalista.
E, a outra metade constitui a mais – valia de 3 xelins. O valor total de 20 quilos de fio
(30 xelins) se decompõe da seguinte forma:
Se, o que interessa a Marx nessa análise se restringe ao capital social, devemos
priorizar nossas atenções para a relação estabelecida entre o crescimento de capital e
suas implicações para o crescimento de seu componente variável, que seja, o
componente de que se converte em força de trabalho. Para Marx há uma tendência de
que a demanda de trabalho e o nível de subsistência dos trabalhadores crescerão
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Citação de Mandeville.
“E Bernard de Mandeville, no começo do século XVIII: “Onde quer que a propriedade
esteja suficientemente protegida, seria mais fácil viver sem dinheiro do que sem pobres,
pois [do contrário] quem faria o trabalho? [...] Assim como se deve cuidar para que os
trabalhadores não morram de fome, também não se lhes deve dar nada que valha a pena
ser poupado. Se aqui e ali alguém da classe mais baixa, mediante um esforço incomum
e apertando o cinto, consegue elevar-se acima das condições em que se criou, ninguém
deve impedi- lo: sim, não se pode negar que o plano mais sábio para cada pessoa
privada, para cada família na sociedade, é ser frugal; mas é do interesse de todas as
nações ricas que a maior parte dos pobres jamais esteja inativa e, no entanto, gaste
continua- mente o que ganha. [...] Os que ganham a vida com seu trabalho diário [...]
não têm nada que os estimule a serem serviçais senão suas necessidades, que é prudente
mitigar, mas insensato curar. A única coisa que pode tornar diligente o homem
trabalhador é um salário moderado. Um pequeno demais o torna, a depender de seu
temperamento, desanimado ou desesperançado; um grande demais o torna insolente e
preguiçoso. [...] Do que expusemos até aqui segue que, numa nação livre, em que
escravos não sejam permitidos, a riqueza mais segura está numa multidão de pobres
laboriosos. Além de constituírem uma inesgotável fonte de homens para a marinha e o
exército, sem eles não haveria qualquer satisfação e nenhum produto de nenhum país
seria valorizável. Para fazer feliz a sociedade” (que, naturalmente, é formada de não
trabalhadores) “e satisfazer ao povo mesmo nas circunstâncias mais adversas, é
necessário que a grande maioria permaneça tão ignorante quanto pobre. O
conhecimento expande e multiplica nossos desejos, e quanto menos um homem deseja,
tanto mais facilmente se podem satisfazer suas necessidades.” (MARX, op. Cit.
MANDEVILLE, p. 838 – 839).
Até aqui foi pressuposto que o acréscimo ou de- créscimo do capital variável
corresponde exatamente ao acréscimo ou decréscimo do número de trabalhadores
ocupados. Exercendo o comando de um número igual ou até de- crescente de
trabalhadores, o capital variável cresce, no en- tanto, se o trabalhador individual fornece
mais trabalho e, com isso, aumenta seu salário, ainda que o preço do tra- balho se
mantenha igual ou caia, só que num ritmo mais lento do que o do aumento da massa de
trabalho. crescimento do capital variável torna-se, então, o índice de mais trabalho, mas
não de mais trabalhadores ocupados. Todo capitalista tem interesse absoluto em extrair
uma de- terminada quantidade de trabalho de um número menor de trabalhadores, em
vez de extraí-lo por um preço igual ou até mesmo mais barato de um número maior de
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O exército industrial de reserva exerce forte inércia para a baixa dos valores dos
salários, e a sua regulação é realizada de acordo com a expansão ou contração do
exército industrial de reserva, que são organizados pela alternância do ciclo industrial.
A variável que regula a absorção de mão de obra é pela contração ou expansão
do capital. O aumento do salário estimula o aumento mais rápido da população
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trabalhadora, aumento que prossegue até o mercado de trabalho esteja saturado, ou seja,
até que o capital se torne insuficiente em relação à oferta de trabalho. O salário diminui
e então temos o reverso da medalha.
As fases da constituição, aplicação do exercíto de reserva:
1 fase: a acumulação é intensa onde determinada esfera da produção, possui em
determinada conjuntura, maiores lucros médios e atração de capital adicional. Entáo
ocorre a atração de trabalhadores por salários maiores. Até que a força de trabalho esteja
saturada e o salário caia novamente para o nível médio anterior, a imigração de
trabalhadores para o ramo de atividades em questão é interrompida;
2 fase: no período de estagnação o exército industrial de reserva pressiona o exército
ativo de trabalhadores. A superpopulação relativa é o pano de fundo sobre o qual se
move a lei da oferta e da demanda de trabalho. A demanda de trabalho não é idêntica ao
crescimento do capital, e a oferta de trabalho não é idêntica ao crescimento da classe
trabalhadora.
A superpopulação existe em as matizes possíveis, em que o trabalhador esteja
parcial ou inteiramente desocupados. As diferentes formas de existência da
superpopulação relativa podem ser distintas em três: flutuante, latente e estagnada.
A forma FLUTUANTE é característica dos centros da indústria moderna,
fábricas, manufaturas, fundições e minas, onde os trabalhadores são repelidos, ora
atraídos novamente, mas estão sempre em proporção decrescente em relação à escala da
produção. Nessas fábricas a maquinaria constitui um fator junto com a moderna divisão
do trabalho. Grande parte da massa de trabalhadores é constituída por jovens
masculinos, no qual o seu número pode oscilar de acordo com o tamanho da indústria.
A segunda forma é a LATENTE, e está representada pela agricultura, em que a
demanda pelos trabalhadores rural decresce em termos absolutos na mesma proporção
em que aumenta a acumulação do capital, sem que ocorra atração desses trabalhadores
como ocorre em ramos da indústria. Uma parte da população rural se transfere para o
proletariado urbano ou manufatureiro. A transferência dessa população dos campos para
as cidades pressupõe uma contínua superpopulação latente, cujo volume só se torna
visível a partir do momento em que os canais de escoamento se abrem. O trabalhador
rural é reduzido ao salário mínimo e está sempre com um pé no pauperismo.
A terceira categoria da superpopulação relativa, A ESTAGNADA, é a base da
população trabalhadora e está concentrada no trabalho de ocupação irregular. Ele é
representado por uma massa da população, considerada depósito inesgotável de força
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Por fim, quanto maior forem as camadas lazarentas da classe trabalhadora e o exército
industrial de reserva, tanto maior será o pauperismo oficial. Essa é a lei geral, absoluta,
da acumulação capitalista (p.875).