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Resenha: Émile Durkheim - “O suicídio anômico”

O suicídio é um livro que foi publicado em 1897 pelo autor francês Émile Durkheim, e é
amplamente considerado um dos pilares da sociologia e é considerado um livro de extrema
importância para a sociologia moderna. Este livro foi um estudo de um caso sobre suicídio
que fez o autor fundamentar novas ideias a respeito sobre suicídio, a metodologia sociológica
de Durkheim foi revolucionária por tratar e buscar explicar o suicídio como uma causa social
e não só psicológica ou devido as naturezas de um fenômeno apenas físico, como era
amplamente fundamentado pela psicologia da época.

DURKHEIM, Émile – “O suicídio anômico”. In: O suicídio. São Paulo: Martins Fontes; pp. 303-353.

David Émile Durkheim é um autor francês que nasceu em 1858 e faleceu em novembro de
1917. Foi um antropólogo, cientista político, psicólogo social, sociólogo e filósofo francês.
Juntamente com os alemães Karl Marx (1818-1883) e Max Weber (1864-1920) é considerado
um dos criadores das ciências sociais e é o pai da sociologia.
Durkheim além da teoria do suicídio que se trata deste resumo, ele também foi um dos
principais expoentes do positivismo, atrás somente de Augusto Comte (1798-1857).

As principais teses do livro de Durkheim são as diferentes causas de suicídio e o autor


classifica da seguinte forma: Suicídio altruísta, Suicídio egoísta, Suicídio anômico e fatalista.
O suicídio egoísta é fundamentado pelo sentimento prolongado de não pertencimento e de
estar socialmente distante de uma comunidade e esse sentimento é comparado a religião que
pode perder o sentido para alguns adeptos e aderirem a angústia e posteriormente o suicídio.
O suicídio altruísta é contrário ao do egoísta, sendo caracterizado por um senso de
pertencimento a determinada crenças de algum grupo.
Talvez um dos mais complexos e desenvolvidos na teoria de Émile, foi o suicídio anômico,
que reflete a ausência de direção social ou instabilidade econômica de um país, que pode
afetar negativamente a vida das pessoas fazendo-as a recorrer ao suicídio, portanto segundo o
autor a sociedade regula a instabilidade e estabilidade dos indivíduos, sendo dito no livro que
a sociedade é algo que transcende o indivíduo e atua sobre eles como uma potência moral.

O livro deve ser lido e feito de base para as questões mesmo sendo lançado no século 19 e
que talvez por tais pensamentos do século passado ele também deve ser analisado como fruto
de sua época, e evidentemente com alguns de seus julgamentos um tanto quanto misóginos
que em determinadas partes do livro tratam as mulheres comparáveis a animais que visam
somente como meios de satisfação de necessidades dos homens, além de atribuir a figura
feminina a culpa anteriormente do divórcio e posteriormente as consequências finais, que é a
do suicídio dos homens. Esses que segundo o autor tem mais possibilidades de cometerem
suicídio. Hoje é preciso que esses argumentos com traços claros de misoginia sejam
devidamente criticados com certa ponderação e tratados apenas como um argumento
atrasado, fruto do cenário de sua época e que hoje está completo desuso no meio sociológico
acadêmico.
Apesar de algumas questões interpretativas como as já citadas acima, o livro suicídio é uma
ruptura de análise sociológica de um autor que também é um dos pilares da sociologia e que
sua influência persiste e lê-lo continua sendo um exercício pertinente.

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