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ANÁLISE DE TENSÕES

E
SUPORTES DE TUBULAÇÃO
ÍNDICE

CAPITULO I 3
Análise de tensões 3
1. Objetivo 3
2. Conceito 3
3. Pressão e temperatura de projeto 4
4. Tensões 4
5. Tensões atuantes 5
6. Expansão/contração térmica 9
7. Verificação de bocais de equipamentos 10
8. Técnicas de modelagem para utilização de programas de computador 12
9. Classificação dos sistemas de tubulação 12
10. Tensões térmicas 13
11. Junta de expansão e dresser 14
12. Pré-tensionamento (cold springs) 16
13. Processos de cálculo de análise de tensões 16
CAPITULO II 19
Suportes de tubulações 19
1. Definição 19
2. Locação e seleção dos suportes 25
3. Interferência 29
4. Especificação de projeto 29
5. Critérios de projeto 30
6. Suportes padronizados de tubulações classe 1,2 e 3 31
7. Concepção e detalhamento de suportes especiais 32
8. Reações de atrito 32
Anexo A – Gráficos e tabelas 34
Anexo B – Suportes padrões 45
Anexo C – Suportes de molas 60
Anexo D – Suportes especiais 6x
Anexo E – Simbologia de suportes 6x

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CAPITULO I
ANÁLISE DE TENSÕES

1. OBJETIVO

Abordar os principais pontos para a serem verificados na área de Análise de Tensões de


Tubulações industriais, conceituando os problemas inerentes de cada uma delas.
Apresenta soluções usuais na prática sempre que possível fundamentada nos preceitos
teóricos, dando ênfase ao entendimento físico dos problemas e soluções.

2. CONCEITO

2.1 Análise de tensões

A análise de tensões de um sistema de tubulação consiste na definição dos tipos de


restrições e sua verificação de comportamento quando atuarem esforços externos e
internos.
Para que seja garantida sua integridade física é necessária a comprovação dos seguintes
itens:

Evitar que as tensões atuantes excedam em qualquer ponto do sistema as tensões


limite das normas;
Evitar que as reações decorrentes do funcionamento ou fontes externas escutadoras
solicitem equipamento e/ou suportes acima dos valores admissíveis.

2.2 Restrições externas

A locação de restrições externas ao sistema de tubulação objetiva a verificação de pré-


requisitos mencionados acima. Existe, porém duas categorias de carregamento solicitantes
que requerem procedimentos quanto à locação de restrições.

1a Categoria – Estática
Exemplo: peso próprio dos componentes, peso do fluido e isolamento.

2a Categoria – Dinâmica
Exemplo: terremoto, vibração de equipamento, abertura ou fechamento instantâneo de
válvulas, golpe de aríete, etc.

2.3 Esforços mecânicos em tubulações

As tubulações comportam-se como elementos estruturais estando sujeitas, portanto a


esforços de tração, compressão, flexão e torção. Para os cálculos destes esforços as
tubulações são modeladas matematicamente como elementos de vigas.

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As principais solicitações que causam o aparecimento desses esforços são:

Peso próprio do tubo + fluido circulante + peso próprio de válvulas, conexões e


demais componentes;
Deformação decorrente de expansão ou contração térmica e pressão;
Alinhamento forçado, atrito no suporte, recalque de fundações;
Abertura ou fechamento de válvulas, golpe de aríete;
Condições especiais de partidas ou paradas temporárias.

2.4 Aspecto do carregamento

Os carregamentos possuem ainda alguns aspectos importantes que caracterizam e


determinam diferentes tratamentos das normas:

Tempo de atuação
Freqüência com que ocorre
Modo de aplicação
Probabilidade de ocorrências

3. PRESSÃO E TEMPERATURA DE PROJETO

3.1 Pressão de Projeto

A pressão de projeto interna ou externa não deve ser menor que a maior diferença de
pressão entre os lados interno ou externo do componente. A pressão de projeto deve incluir
tolerância para ondas de pressão.

3.2 Temperatura de Projeto

A temperatura de projeto especificada não deve ser menos que a temperatura media
esperada ao longo da espessura do componente, que ocorra sob condição de operação.
Deve-se considerar o modo como a peça é aquecida, erros de operação, etc.

4. TENSÕES

As tensões que aparecem nas paredes de uma tubulação podem ser classificadas em 2
categorias denominadas de tensões Primárias e Secundárias.

4.1 Tensões Primárias – Provenientes dos esforços permanentes tais como pressão interna,
pesos, sobrecargas. Estes esforços, se excessivos, podem causar problemas independente de
formação.

4.2 Tensões Secundárias – São provenientes da dilatação da tubulação, bem como os


movimentos de bocais de equipamentos.

A diferença entre estas tensões é que a tensão primária é permanente, ou seja, o valor do
carregamento é constante, enquanto que a tensão secundária tende a diminuir com o tempo
em conseqüência do fenômeno de relaxamento espontâneo.

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5. TENSÕES ATUANTES

Considerando um tubo solicitado por esforços citados anteriormente e submetido à pressão


interna um elemento de parede de tubo se encontrará submetido às seguintes tensões normais
e tangenciais conforme adiante:

Sr
Sc
Sl

Sl
Sc

Onde:

Sc - Tensão Normal Circunferencial


Este tipo de tensão tende a romper o tubo ao longo de sua geratriz e é decorrente das seguintes
solicitações:
Hoop Stress – Devido à pressão interna;
Deformações localizadas devido à reação de apoio (desprezível).

Sl - Tensão Normal Longitudinal


Este tipo de tensão tende a romper o tubo ao longo da seção transversal e é decorrente das
seguintes solicitações:
Devido à pressão interna;
Devido ao carregamento externo e expansão/contração térmica (efeito da flexão).

Sr - Tensão Normal Radial

τ - Tensão Cisalhante
Devido aos esforços cortantes na seção do tubo.

τ - Tensão Cisalhante decorrente da torção


Devido à solicitação de torção no tubo decorrente principalmente da expansão térmica em
configurações espaciais.

5.1 Classificação de tensões conforme Norma ANSI e ASME

5.1.1 Critério de Resistência

O estado de tensão de um ponto qualquer em uma estrutura pode ser definido


genericamente pela obtenção de três tensões principais e suas direções, desprezando-se
a Tensão Normal Radial (Sr ) e a tensão cisalhante (τ), instala-se um estado bi-axial de
tensões.
As teorias mais utilizadas são: a Teoria da Tensão Máxima, a Teoria da Tensão
Cisalhante Máxima (também chamada de critério de Tresca) e a Teoria da Energia de
Distorção.

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A Tensão Cisalhante Máxima é definida como a metade da diferença algébrica entre a
maior das três tensões principais.
A Teoria da Tensão Cisalhante Máxima estabelece que o estado de escoamento de um
material ocorre quando a tensão máxima cisalhante atinge metade do valor de
escoamento, o Círculo de Mohr traçado para o estado uniaxial de tensão esclarece a
relação pré-estabelecida.
Assim a tensão cisalhante máxima = τmáx = (σ 1 − σ 2) / 2 = LE / 2
Como exemplo de aplicação do critério a Norma ANSI B-31 determina que as tensões
decorrentes da expansão/contração térmica devam ser combinadas de acordo com a
seguinte fórmula de τ equi conforme abaixo:

τequi = 2 Sb 2 + 4τ 2
Onde:

τ equi Tensão Cisalhante Equivalente


Sb Tensão Normal Proveniente da Flexão
τ Tensão Cisalhante Decorrente da Torção

5.1.2 Apresentação das Seções da Norma B-31 aplicáveis aos diversos tipos e
aplicações das tubulações:

B 31.1 Tubulações em instalações de geração de vapor


B 31.2 Tubulações para ar e gases industriais
B 31.3 Tubulações em refinarias, terminais e instalações petrolíferas em geral.
B 31.4 Tubulações de transportes de óleos
B 31.5 Tubulações de refrigeração
B 31.6 Tubulações em indústrias químicas
B 31.7 Tubulações em centrais nucleares
B 31.8 Tubulações de transporte e distribuições de gases

5.1.3 Tensões Admissíveis conforme ANSI B-31

A norma contém as tensões admissíveis básicas conforme tabela. A tensão admissível


à quente é tabelada em função da temperatura na qual é recomendada a utilização do
material. Inclui uma redução referente ao fator de junta (E), para solda de fabricação
de tubo que poderá ser desconsiderado no caso de tubos sem costura.
A tensões tabeladas são funções do mínimo dentre as seguintes tensões:

1/3 do limite de resistência mínima do material na temperatura considerada ou


na ambiente, o que for menor;
1/1,66 do limite de escoamento mínimo do material na temperatura
considerada ou na ambiente, o que for menos;
Tensão mínima que causa uma deformação por fluência de 1% em 100.000
horas de atuação na temperatura considerada;
67% da tensão média que causa uma deformação por fluência de 1% ao fim de
100.000 horas da temperatura considerada;
80% da tensão mínima que causa ruptura do material em conseqüência de
deformação por fluência ao fim de 100.000 horas na temperatura considerada.

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5.1.4 Limites admissíveis para as tensões primárias

A norma estabelece que a tensão normal máxima longitudinal ou circunferencial


devido aos carregamentos não deve ultrapassar a tensão (Sh).

∑ Se ≤ Sh

Cabe lembrar que um tubo submetido à pressão interna, a tensão normal


circunferencial (Sc) é o dobro da tensão (Sl), conforme segue:

Pdm Pdm
Sc = e Sl =
2t 4t

Assim:
Sc = 2 Sl

P Pressão Interna
dm Diâmetro Médio da Tubulação
t Espessura da Tubulação

Vale observar que a norma permite ainda um acréscimo na tensão admissível (Sh) no
caso do carregamento transitório de curva de direção e pouca freqüência como é o
caso da ação do vento, de teste hidrostático e outros conforme abaixo:

33% para esforços que atuem durante 40 horas seguidas com o máximo
acumulado de 10hh por ano;
20% para esforços que atuem até 50hh seguidas com o máximo acumulado de
500hh por ano;

5.1.5 Limites admissíveis para as tensões secundárias

A tensão longitudinal resultante dos diversos carregamentos secundários deve ser


inferior a dada pela expressão:

Sa = f (1,25Sc + 0,25Sh)
Onde:

Sc Tensão Admissível Básica de Material a Frio


Sh Tensão Admissível Básica de Material a Quente
Fator de redução considerando a fadiga do material função do número de ciclos
f
completos de aquecimento esperado na vida útil do tubo, conforme segue:

N° de Ciclos f
Até 7.000 1,0
7.000 a 14.000 0.9
14.001 a 22.000 0,8
22.001 a 45.000 0,7
45.001 á 100.000 0,6
100.001 à maior 0,5

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Obs. Normalmente as tubulações são projetadas para uma vida útil de 20 anos que
compreende a 7.000 ciclos térmicos.

È permitido ainda uma elevação na tensão aproveitando-se a “sobra” da tensão devida


aos carregamentos primários que não são objetos deste.

5.1.6 Verificações com a Norma ASME, seção III – Divisão I Sub-Seção NC-3600.

A tensão admissível para expansão térmica possui formulação idêntica à aplicável a


norma ANSI B-31, conforme abaixo:

Sa = f (1,25Sc + 0,25Sh)

Sendo que não é necessário considerar o fator de junta na determinação de Sc e Sh.

O fator “f” se aplica essencialmente a produtos não corrosivos e a materiais resistentes


a corrosão.

6. EXPANSÃO/CONTRAÇÃO TÉRMICA

Antes de prosseguirmos apresentando os limites admissíveis estabelecidos por normas, torna-


se interessante à apreciação do comportamento das tubulações submetidas à expansão /
contração térmica que irá facilitar o entendimento do tratamento de normas.

Devido ao fenômeno do relaxamento espontâneo, as tensões provenientes de deformações


impostas (tensões secundárias) tendem a diminuir com o tempo, ao contrário das tensões
provocadas por cargas externas (tensões primárias).

Assim, observando-se o nível de tensões num ponto qualquer durante um ciclo de


funcionamento do sistema, pode distinguir as seguintes fases:

Fase 1: Aquecimento
Redistribuição de tensão
Redução por relaxação
Tensão residual

Nesta fase a tensão cresce proporcionalmente a elevação da temperatura, atingindo um


máximo quando a tubulação entra em regime normal de funcionamento.

Fase 2 : Operação

A temperatura permanece constante, assim como as deformações impostas, porém as tensões


devido ao fenômeno do relaxamento espontâneo diminuem ao longo do tempo, redistribuindo
os esforços internos.

Fase 3 : Resfriamento

Com o retorno da temperatura a condição original, as tensões diminuem chegando a inverter o


sinal devido a deformações residuais, provocadas pela relaxação espontânea, o que
normalmente chamamos de “self-springs” ao estado de tensão final.

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Aplicando-se o raciocínio dos demais ciclos de funcionamento, verifica-se que as tensões
máximas alcançadas continuam a diminuir a cada ciclo.
Após o processo de estabilizar, como não é possível determinar a tensão máxima atuante,
adota-se a variação total da tensão atuante Se, adota-se a variação total da tensão em cada
ciclo, uma vez que esta permanece constante o “Stress Range” (Sh ) então o parâmetro
abalizador que será limitado de modo que a tubulação possa operar com segurança.

7. VERIFICAÇÃO DE BOCAIS DE EQUIPAMENTOS

Além da verificação de tensões em tubulações, os esforços transmitidos aos bocais de


equipamentos deverão ser verificados de modo a não prejudicar a integridade e o
funcionamento dos mesmos.
Ao contrario da verificação de tensões em tubulações os esforços impostos aos bocais são
considerados na condição inicial do primeiro ciclo, onde atingem seus valores máximos.

7.1 Equipamentos em plantas convencionais

Vasos – Verifica-se a tensão solicitante no costado do equipamento por meio da aplicação


da teoria de “Bijladro” calculada segundo a expressão:
1,17 R
Sl = F1 + 1,5F2
1,5t
Onde:
Sl = Tensão longitudinal de flexão imposta ao costado
r = Raio médio do equipamento
t = Espessura mínima corroída do costado + espessura inicial do reforço (se houver)
F1 = Carregamento linear circunferencial devido à aplicação de indireto longitudinal ( )
em relação ao eixo do equipamento
F2 = Carregamento linear circunferencial devido à carga P de pressão ou compressão
axial ao bocal

Sendo que:
Ρt P
F1 = 2 (lbs / pol ) e F2 = (lbs / pol )
r 2r
Onde: r = Raio médio do bocal

Analogamente à tubulação, a verificação será:

Sa = f [1,25( Sc + Sh) − Sl ]

Sendo Sl referente ao material do costado do equipamento.

7.2 Bombas

Estes equipamentos, assim como as turbinas e compressores, por serem rotativos são
bastante sensíveis do desalinhamento, requerendo rigoroso controle dos esforços impostos.
Apresentaremos os critérios descritos na Norma API-610 aplicáveis a bombas com carcaças
de aço carbono ou aço-liga com bocais de diâmetro nominal de até 16” inclusive garantem-

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se as tensões no costado e o desalinhamento do eixo da bomba por meio das seguintes
verificações :

Nenhum componente de força ou momento atuante em cada bocal poderá


ultrapassar os valores definidos a seguir (Tabela retirada da Norma):

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8. TÉCNICAS DE MODELAGEM PARA UTILIZAÇÃO DE PROGRAMAS DE
COMPUTADOR

8.1 Modelagem - é o método pelo qual representaremos um sistema físico real de modo a
analisá-lo matematicamente. No modelo em estudo são considerados os seguintes itens:

Geometria;
Características físicas;
Condições de contorno;
Tipos de carregamento.

O modelo pode ser analisado por meio de programas de computador tais como Triflex,
Caesar etc., detalhes de entradas e saída podem ser encontrados nos manuais do usuário dos
referidos programas.

As seguintes informações são necessárias à análise de um sistema:

Descrição da geometria;
Materiais;
Propriedades;
Tensões admissíveis;
Dimensões e pesos dos componentes;
Deslocamentos impostos;
Tipos de restrições externas;
Matriz de rigidez;
Condição de análise;
Espectro de resposta;
Descrição dos carregamentos
Superposição dos carregamentos.

Critérios recomendados para modelagem em componentes:

Curvas;
Tês forjados;
Tês fabricados.
Válvulas

Válvulas cujo peso distribuído ao longo da linha de centro do tubo sem excentricidade, são
modelados como elementos retos com o mesmo diâmetro externo dos tubos adjacentes,
porém com uma rigidez na ordem de 3,5 a 5 vezes a espessura do tubo.

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9. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE TUBULAÇÃO

9.1 Para o propósito de análise de tubulações a MSS-SP-69 estabelece a seguinte


classificação dos sistemas de tubulações conforme abaixo:

Sistemas Quentes
• 120°F (49°C) a 450°F (232°C)
• 451°F (233°C) a 750°F (398°C)
• Acima de 751°F (399°C).

Sistemas na temperatura ambiente


• 60°F (16°C) a 119°F (48°C)

Sistemas frios
• 33°F (1°C) a 59°F (15°C)
• 2°F (-29°C) a 32°F (0°C)
• Abaixo de 2°F (-29°C)

10. TENSÕES TÉRMICAS

10.1. Quando um tubo for submetido a uma variação de temperatura sofrerá uma variação
de comprimento correspondente a:
δ = αL∆T
Onde:

δ = Alongamento
L = Comprimento da barra
α = Coeficiente de expansão
∆T = Variação de Temperatura

10.2. Suponhamos um tubo reto fixado em 2 extremidades submetido a uma variação de


temperatura, como o mesmo não tem condições de movimentos acontece um empuxo nos
pontos de fixação tendendo a afastá-los.
O valor deste empuxo será equivalente ao valor que teria uma força capaz de comprimir o
tubo de um comprimento igual à dilatação livre.
Pela Lei de Hooke, temos:

P A
=E
δ L
Onde:

P= Empuxo de Reação (força)


A= Área da seção transversal
δ= Dilatação
L= Comprimento do tubo
E= Módulo de elasticidade
P/A = Tensão interna (σ)
δ/L = Dilatação unitária (e)

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Logo:

σ
E= ou σ = eE e também P = Aσ
e

11. JUNTA DE EXPANSÃO E DRESSER

11.1 Força liberada pela junta de expansão

Conceito:

Pelo principio de pascal sabemos que um tubo submetido a uma pressão esta se transmite
igualmente em intensidade em todas as direções.
Considerando um cilindro com extremidade fechada sujeita a uma pressão, será criada uma
tensão de tração na parede longitudinal deste cilindro, logo a força de liberação será:

F = A.P

Sendo:

A= Área interna da seção transversal


P= Pressão interna

Como qualquer corpo cilíndrico com elemento móvel não possui resistência longitudinal, a
força de ração F tenderá a afastar os corpos até separá-los. Por exemplo:

Assim:
D2
f = A.P ∴ xP
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11.2 Juntas de Expansão

Juntas de expansão são elementos introduzidos na configuração da tubulação com a


finalidade de absorver deslocamentos térmicos ou impostos por bocais.
O fole é a parte flexível da junta de expansão e se adapta aos movimentos sobre ele
transmitidos e originados pela dilatação térmica.

As juntas de expansão são fabricadas por deformação a frio em aço inoxidável devido a
excelente propriedade de deformação, resistência à fadiga.
Os números de corrugações são compatíveis com o deslocamento total a ser absorvido.
Apresentam as seguintes vantagens:

Reduzem o espaço ocupado pelo sistema;


Reduzem a perda de carga do sistema;
Evitam a transmissão de vibrações.

Apresentam as seguintes desvantagens:

Oneram o sistema quando aplicado a pequenas tubulações;


São elementos de maior risco por trabalharem a tensões muito elevadas.

11.2.1 Tipos de juntas de expansão

Axial – É a projetada para absorver movimentos térmicos longitudinais entre trechos


retos de tubos fixados.
São construídos em dois modelos:

Axial Simples
Axial Dupla

Universal – Com estrutura auto suportante é projetada para absorver movimentos


laterais e ou transmitir os mínimos esforços. São recomendadas para bocais ou
equipamentos sensíveis. São fabricadas nos modelos:

Universal com articulação simples – Indicadas para média e baixa pressão,


absorvendo movimentos laterais e eventualmente axiais.

Universal com articulação cardânica – Recomendadas para altas pressões

Universal autocompensadas – Com derivações e articulações cardânicas,


recomendadas para altas pressões, absorvendo movimentos laterais e axiais.
Este tipo de junta possui um sistema com foles compensadores das forças de
reações, transmitindo somente a força mola necessária para comprimir ou
tracionar as partes flexíveis.

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12. PRÉ-TENSIONAMENTO (COLD SPRINGS)

O pré-tensionamento consiste na imposição de deformações em trechos de tubulações na fase


de montagem de modo a solicitá-la anteriormente a uma tensão decorrente da operação sendo
total ou parcial. Este tipo de procedimento cria tensões iniciais de mesma natureza.

Executa-se o pré-tensionamento por meio de corte de um trecho de tubulação forçando-se a


ligação por solda ou flanges.

Na prática não se faz pré-tensionamento total porque resultaria em introduzir no tubo tensões
iguais ao que se queria evitar.

Chama-se fator de pré-tensionamento a relação entre comprimento cortado na tubulação fria e


a dilatação total. Esse fator será 100% quando o pré-tensionamento for total.

13. PROCESSOS DE CÁLCULO DE ANÁLISE DE TENSÕES

13.1 Existe uma infinidade de processos para cálculo de flexibilidade de tubulações, tais
como:

1)Método analítico geral;


2)Métodos simplificados aplicáveis a diversas situações;
3)Métodos gráficos;
4)Por computador.

13.1.1 O método analítico geral é um método matemático rigoroso, no entanto não


compensa o cálculo manual devido ao trabalho e o tempo gasto;

13.1.2 O método simplificado tem precisão satisfatória, no entanto deve ser usado com
cuidado observando a análise do modelo requerido;

13.1.3 O método gráfico é de utilidade para se ter noção de ordem de grandeza;

13.1.4 São os seguintes casos em que se exige uma análise mais rigorosa do
comportamento de uma tubulação e neste caso é de bom senso o uso do programa de
computador:

Serviços de grande risco ou locais de segurança;


Tubulações com temperatura elevada acima de 180°C.
Serviços fortemente cíclicos;
Sistemas ligados a equipamentos sensíveis;
Tubulações muito rígidas.

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13.2 Aplicação

Métodos simplificados

Método da viga em balanço em uma configuração qualquer

Verificar a flexibilidade da configuração indicada na figura acima.

Tubo: 8” série 40
Material: aço carbono API 5L Gr. A
Norma: ASME B 31.3.
Temperatura de Projeto: 260°C
Movimento vertical, para cima, do ponto A, devido à dilatação da torre: δt=92mm

Das tabelas tiramos:

Dilatação unitária: e=3,1 mm/m


Diâmetro externo:D=219mm
Módulo de Elasticidade em temperatura ambiente: Ec=2,00x105 MPa.
Tensão admissível: Sh=163,6 MPa.

A constante K para o cálculo das tensões máximas será:

3EcDe 3x 2 x10 5 x 219 x3,1


k= = = 407,3
1000000 1000000

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Para O lado L1 a tensão máxima S1 será causada exclusivamente pela dilatação do lado L2;
teremos então:

L 2 407,3x10,2
S1 = K = = 25,3MPa
L12 12,8 2

Este lado será, portanto, com flexibilidade suficiente.


Como estamos supondo a existência de um suporte fixo no ponto D (que impede os
movimentos verticais), o trecho BD terá de absorver a dilatação do trecho AB e também o
movimento vertical do ponto B, conseqüentemente da dilatação da torre. O movimento
vertical do ponto B será a diferença entre o movimento do bocal A (para cima) e a dilatação
do trecho AB (para baixo):

δt − eL1 = 92,0 − 3,1x12,80 = 52,3mm

O ponto B terá então um movimento para cima de 52,3mm. Estamos supondo que os
aquecimentos da torre e da tubulação sejam sempre simultâneos. Se houvesse, por
exemplo, uma válvula no ponto A, os aquecimentos poderiam não ser simultâneos (quando
a válvula estivesse fechada), e nesse caso o trecho DB teria que absorver o maior
movimento do ponto B, que seria o valor δt = 92,0mm.
A tensão máxima S3 no trecho BD será assim:

3EcDδt 3 x 2 x10 5 x19 x52,3


S3 = = = 389 MPa
10 6 L3 10 6 x 4,2 2

Vemos que a tensão está acima da admissível, e, portanto conclui-se que o trecho BD é
incapaz de absorver o movimento vertical do ponto B.
Para resolver o problema teríamos, entre outras, duas soluções mais simples:

1. Deslocar o suporte D para a esquerda, na figura, com a finalidade de aumentar o valor


de L3.
2. Colocar um suporte de molas no ponto D, permitindo o movimento vertical nesse
ponto.

A primeira das soluções acima talvez não pudesse ser adotada porque ultrapassaria o vão livre
admissível entre suportes, porque ficaria muito peso sobre o bocal A, ou porque não seria
possível dispor de outra posição para a viga de suporte.
Para completar o cálculo de flexibilidade da tubulação exemplificada, deveríamos ainda
calcular as forças e momentos de reação sobre os pontos A e C.

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CAPÍTULO II

SUPORTES DE TUBULAÇÕES

1. DEFINIÇÃO

1.1 Os suportes de tubulação são elementos suportantes destinados a restringir todos os


esforços nas tubulações, válvulas, equipamentos, etc. Estes esforços são transmitidos às
estruturas próximas.

1.2 Classificação dos suportes

1.2.1 Os suportes são classificados basicamente em duas classes em função do tipo de


restrição e categoria.
Suportes rígidos
Suportes não-rígidos

1.2.1.1 Os suporte rígidos são geralmente os elementos suportantes que servem


para impedir os esforços atuantes nas direções consideradas sendo sua rigidez
global. Como: Ancoragem, guia, stop´s, pipe-whip, restraint, pendural, apoio.

1.2.2.2 Os suportes não-rígidos são geralmente elementos suportantes que servem


para impedir aos esforços atuantes na direção considerada e que permite a
tubulação liberdade de movimento, sendo sua rigidez determinada através de
modelo matemático. Como: Mola de carga variável, mola de carga constante,
amortecedores de vibração, snubber

1.2.3 Tipos de suporte

Ancoragem – Restringe tanto os deslocamentos quanto às rotações na três


direções.
Guia – Impede uma ou duas forças na direção considerada.
Suporte de peso – Impede a força apenas na direção vertical.
Stop e/ou batente – Impede a força na direção axial ao tubo.
Mola de carga variável – Suporta a carga da tubulação deixando liberdade no
deslocamento da mesma.

1.3 Finalidade dos tipos de suportes de tubulação

Todos os tipos de suporte desempenham uma função particular em um sistema de tubulação


respeitando o estudo das tensões principalmente quando a tubulação é quente. Neste caso as
restrições locadas neste sistema impedem os deslocamentos normais do sistema e por vezes
podem causar esforços inadmissíveis nos bocais dos equipamentos.

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1.3.1 As restrições como guia, ancoragem, apoio, molas de carga variáveis, etc.são
necessárias para atender aos seguintes pontos:

Impedir deslocamentos devido a esforços térmicos, causando com isto por


vezes interferências em tubulações vizinhas e/ou outros suportes. Bem como
tensões inadmissíveis em bocais de equipamentos.
Diminuir a amplitude entre suportes nos casos onde o sistema é dinâmico.
Impedir deformações exageradas em ramais de pequeno diâmetro
No caso de locação de junta de expansão, a locação de guias e ancoragens são
previstas para evitar deformações da junta, principalmente se esta não for
prevista considerando movimentos tri-axiais.

1.4 Esforços atuantes nos suportes

1.4.1 Os esforços atuantes nos suportes de tubulação são devidos a esforços estáticos e
dinâmicos.

1.4.1.1 Esforços devido a efeito estático:

Peso das tubulações, válvulas, isolamentos térmicos, componentes de tubulação,


flanges e o fluido contido na tubulação.
Cargas de atrito devido a deslocamentos laterais e axiais das tubulações.
Esforços provenientes da dilatação térmica quando em operação
Efeito de esforços em ancoragem e restrições devido à operação em abertura de
válvula de segurança e junta de expansão.

1.4.4.2 Esforços devido a efeito dinâmico

Esforços devido a terremoto (abalos sísmicos);


Esforços devido à vibração de equipamentos;
Devido à ação de vento e abertura instantânea de válvulas.

1.4.4.3 Em alguns casos especiais são consideradas para cálculo dos esforços nos
suportes mecânicos originários de:

Tensões residuais decorrentes da montagem causadas por solda;


Torque no aperto de flanges;
Recalques diferenciais em prédios;
Ajustagem de suportes.
Ancoragem com deslocamento teórico

1.4.1. Condições de operação

Condição normal (nível A – Limite de serviço)


Condição limite (nível B – Limite de serviço)
Condição de emergência (nível C – Limite de serviço)
Condição de falha (nível D – Limite de serviço)

19
1.4.2. Condições de teste

Teste hidrostático
Teste pneumático

1.4.3 Combinação típica de carregamento para cada condição de operação

Normal Térmica
(Nível A) Peso Próprio
Movimento térmico de ancoragem
Up Set Térmica
( Nível A ) Peso Próprio
Movimento térmico e sísmico de ancoragem
OBE – Operating basic earthquaker
Transiente hidráulico – steam, water hammer
Descarga de válvula de segurança
Emergência Térmica
(Nível A) Peso Próprio
Movimento térmico e sísmico de ancoragem
SSE – Shutdown safety earthquaker

1.4.4 Condição normal

Condição normal são todas as condições no curso de partida, classe de operações no


projeto de tubulação, aquecimento inicial e paralisação.

1.4.5 Condição de upset

A condição de upset inclui os transientes que resultam de qualquer erro de uma única
operação ou mau funcionamento de controle, transientes causados por uma falha em
um isolamento requerido num sistema e devido a uma perda de carga ou força.

1.4.6 Condição de emergência

Esta condição é derivada da condição normal quando é exigida uma paralisação para
correção ou conserto de danos no sistema

1.4.7 Condição de teste

A condição de teste existe onde os sistemas de tubulações e equipamentos estão


sujeitos ao teste hidrostático ou pneumático de acordo com a norma.

20
1.4.8 Condição de restrições dos suportes

Peso Próprio E.Térmica Sism/Dinam Mov.Ancoragem

Suporte rígido Sim Sim Sim Sim

Suporte de
mola de carga Não
Sim Não Não
variável (pequeno)

Suporte de
mola de carga Sim Sim Não Não
constante

Snubber (1) Não Não Sim Não

(1) Hidráulico ou mecânico

1.5 Códigos e normas aplicáveis em projeto de suportes

MSS-SP-58 Pipe Hangers and Supports (suportes de


tubulação) material, Design and
Manufacture
MSS-SP-69 Pipe Hanger and Supports (suportes de
tubulação) Selection and Application
MSS-SP-77 Guide Line for Pipe Support Contratual
Relation Ships (guia contratual para suportes
de tubulação)
ASME SECTION III Boiler and Pressure Vessel Cope Nuclear
Power Plant Componentes – sub section NF
– Components Supports
ANSI B.31.1 Power Piping – Part 5
BS 3974 PÁRT 1 Pipe Support ( pipe hanger )

Obs.
MSS – Manufacture Standard Society
ASME – American Society of Mechanical Engineers
ANSI – American Standards Code for Pressure Piping
BS – British Standard

1.6 Vão máximo entre suportes

O vão máximo é recomendado para tubulações horizontais baseado na flexão máxima de


cisalhamento e deflexão bem como pressão máxima e cisalhamento nos lug´s. São as
tensões primárias e compressivas máximas.

21
1.6.1 Em tubulação conduzindo vapor com vãos longos, a deflexão causada pelo peso
de tubo mais o do isolamento, poderá acumular condensado nos pontos médios da
tubulação. Geralmente neste caso, a tubulação deverá ser dotada de pequeno caimento
constante na linha, no caso de tubulação contendo água é necessário fazer pontos de
drenagem.

1.6.1.1 Para o cálculo de deflexão entre suportes, considerada a tubulação uma


viga bi-apoiada não levando em consideração carga concentrada de válvula,
flange, trechos com derivações verticais muito grandes, usamos a formula:

5WL4
∆=
384 EI
Onde:

W Peso do tubo sem fluido (lbs/in)


L Distância entre suportes (in)
E Modulo de elasticidade (lbs/in2)
I Momento de inércia (in2)

Para o cálculo da resistência a tensão numa tubulação sem fluido de trabalho


interno, causado pelo carregamento entre suportes, baseado numa viga bi-
apoiada, usamos a fórmula:

WL2
σ =
8Z
Onde:

W Peso do tubo sem fluido (lbs/in)


L Distância entre suportes (in)
Z Momento da seção (in3)

Para o cálculo da resistência a tensão numa tubulação com fluido de trabalho


interno mais isolamento, causada pelo carregamento entre suportes, baseado
numa viga bi-apoiada, usamos a fórmula:

W ' L2
σ =
8Z
W’ Peso do tubo+ Peso do Isolamento sem fluido (lbs/in )
L Distância entre suportes (in)
Z Momento da seção (in3)

22
1.6.1.2 Cálculo do vão máximo para os sistemas de classe 3

O cálculo do vão máximo entre tipo de restrições para atender a finalidade do


sistema estático (peso próprio) leva em consideração a tubulação como uma viga
contínua, onde são considerados os esforços atuantes nesta tubulação.
Logicamente existe para cada caso em que a situação solicite, os casos de vigas
simplesmente apoiadas, mono-engastada.
O tipo de carregamento geralmente é considerado como se segue:

Para tubulação no plano horizontal, sem considerar nenhuma força


concentrada no trecho.
Carga distribuída devido ao peso próprio do tubo, fluido, isolamento, etc.
Para tubulação no plano horizontal, considerando carga concentrada no
trecho.
Peso de válvula, flange, etc.
Para tubulação no plano vertical
Carga concentrada, calculada através de peso do tubo, isolamento, fluido,
válvula flange, etc.

1.6.1.3 O calculo do vão máximo deve levar em consideração a deflexão máxima


e a tensão conforme visto no item 1.6.

1.6.1.4 A formula aproximada para este cálculo na tubulação num plano


horizontal considerando cargas concentradas e distribuídas no trecho é:

L
τ = ( qL + 2 F )
10 Z

Onde:

τ Tensão (Kg/cm2)
Q Carga distribuida ( Kg/m).
F Carga Concentrada ( kg )
L Vão máximo e/ou vão de trabalho (m )
Z Momento resistente (cm3)

A fórmula dá um valor aproximado devido ao modelo matemático considerado.

1.6.1.5. Quando existir somente carga distribuída.

qL2
τ=
10Z

23
1.6.1.6 Cálculo da flecha máxima

24000 3 F qL
∆= L ( + ) Para cada carga distribuída + carga concentrada
EI 3 4
3
6000 L
∆= qL Somente para carga distribuída.
EI
∆ Deflexão (cm)
E Modulo de elasticidade do material (kg/cm2)
I Momento de inércia da seção transversal (cm4)

1.7. Rigidez dos elementos suportantes

1.7.1. Translação e rotação dos suportes


Diâmetro Translação dos Suportes Rotação
Abaixo de 6” 2 x 105 1 x 107
De 6” a 14” 1 x 106 1 x 108
Acima de 14” 5 x 106 1 x 109

A deflexão máxima devido à carga de projeto na direção da restrição poderá ser de


3mm para tubulações de categoria não sísmica.

1.8 Valores tabelados de vãos entre suportes de tubulação.

São valores tabelados no gráfico 35 de vãos básicos máximos para tubos horizontais, retos
e sem acidentes que se encontram no livro “Tabela e Gráficos para Projetos de
Tubulações”. Sendo que para tubulações com curvas em balanço, no plano horizontal ou
vertical, os vãos máximos devem ser multiplicados pelos fatores de redução dados no
gráfico 36.

1.9 Exemplo numérico

Consideremos o sistema mostrado, em que temos um tubo de 10"apoiado em suportes com


um vão de 10,5 m, e um tubo de 2" ( com uma derivação) apoiado em suportes
intermediários presos ao tubo de 10". Vamos calcular a tensão causada pelos pesos do tubo
de 10" e a tensão combinada longitudinal, de acordo com o critério da norma ASME B 31.
Os dados numéricos são os seguintes:

- Peso do tubo de 10” cheio de água: 1110 N/m


- Peso do tubo de 2” cheio de água: 94 N/m
- Peso da derivação, válvulas e conexões: Q = 530 N
- Sobrecarga adicional considerada: W = 1000 N
- Pressão interna (de projeto): P = 4800 kPa = 4,8 MPa
- Vão entre suportes: L= 10.5 m
- Espessura da parede (série 40): t = 9,3 mm (0,365 pol.)
- Diâmetro externo (tubo10”): D = 273 mm (10,75 pol.)
- Material : aço-carbono API 5L Gr.A
- Temperatura de projeto: 200 °C
- Momento resistente (tubo 10”): Z = 490 cm³

24
Assimilando, para facilitar, o peso do tubo de 2” a uma carga distribuída, teremos para o valor
da carga distribuída total:

q = 1110 + 94 = 1204 N / m

A tensão devida aos pesos será então:

L 10,5
Sv = [ql + 2(Q + W )] = [1204 x10,5 + 2(530 + 1000)] = 33,6MPa
10 Z 10 x 490

Como essa tensão está dentro do limite referido no item 1.6.1.4., significa que o valor do vão
entre os suportes está razoável, apesar do carregamento adicional sobre o tubo de 10”. Note-se
que o vão de 10,5 m é ligeiramente inferior ao vão máximo admissível entre suportes 911,0
m), para um tubo de 10”, nas condições supostas.
De acordo com o que já foi visto no item 5., capítulo I, a norma ASME B 31 estabelece que a
soma das tensões longitudinais devido aos pesos, pressão e outras cargas permanentes (exceto
às tensões secundárias) não deve ultrapassar a tensão admissível, (Sh), do material na
temperatura de projeto. Devemos no nosso caso ter então:

Sv + St ≤ Sh

Em que:

PD
St = , tensão longitudinal devida à pressão interna.
4t

O valor de St será:
4,8 x 273
St = = 35,2MPa
4 x9,3

Teremos assim:

Sv + St = 33,6 + 35,2 = 68,8MPa

A tensão admissível Sh, tirada da tabela da norma, para tubos de aço-carbono API 5L Gr. A,
na temperatura de 200°C, vale: Sh = 110,3 MPa. Concluímos, portanto, que o vão adotado
entre os suportes está satisfatório.

25
2. LOCAÇÃO E SELEÇÃO DOS SUPORTES

A locação e a seleção de suportes de tubulação é uma parte importante de engenharia e


qualquer instalação moderna de geração de vapor, planta de processo, centrais nucleares, etc.

Os problemas de projeto de suportes de tubulação de alta temperatura, alta pressão, transiente


hidráulico, efeitos dinâmicos tornam-se críticos a tal ponto que é imperativo considerar no
estagio preliminar do projeto os seguintes aspectos básicos:

Cargas concentradas;
Efeitos dinâmicos;
Efeitos mecânicos das ancoragens.

2.1. A locação dos suportes depende do diâmetro, da configuração do sistema, da locação


das válvulas, conexões de estruturas próximas e a variação de temperatura da tubulação.

É de grande importância que o projetista de tubulação ao executar um arranjo de tubulação


se reporte ao setor de flexibilidade evitando com isso tensões na tubulação, e dificuldades
na suportação que aumentará o custo do projeto.

2.1.1. A determinação dos movimentos, esforços devido à dinâmica, efeitos


mecânicos, a ancoragens deverão ser levadas a um grau de precisão e requer um
estudo altamente sofisticado do sistema de tubulação e deverá ser feito através de
modelo matemático por computados.

2.1.2. Locação preliminar dos suportes

A locação preliminar do suporte deve ser baseada em critério pré-estabelecido de


projeto de suportes. O estudo da locação deve ser feito baseado no desenho de arranjo
de tubulação e desenhos estruturais existentes.

A locação preliminar será desenvolvida influenciada pelos seguintes fatores:

Pelo vão máximo admitido pela norma;


Estabilidade do sistema de tubulação;
Evitar interferências;
Limitação de espaço.

Na fase de locação preliminar é gerado o “sketch” preliminar do suporte, levando em


consideração estruturas existentes de concreto, placas embutidas, ou metálicas.
Baseado nesta concepção são indicados nos desenhos de forma e/ou estruturas
metálicas os tipos e quantidade de placas e pontos em estruturas metálicas.

2.1.3. Deve-se sempre locar o suporte em trechos retos evitando-se, portanto os pontos
em curvas, conexões, derivações em tubulação, etc. Onde existia carga concentrada no
sistema de tubulação, deverão ser locados suportes próximos a estas cargas.

26
2.1.4. Documentos necessários para desenvolvimento do projeto:

Procedimento e critério de calculo


Desenho de forma e estrutura metálica
Isométrico de análise de tensões
Especificação de projeto de tubulação
Desenhos de bandejas e dutos elétricos
Catalogo de suportes padronizados e/ou catalogo similar

2.1.5. No plano horizontal onde exista mudança de direção da suportação para


qualquer sistema critico entre suporte deverá como boa prática que o comprimento
total entre suporte não seja maior que ¾ do vão máximo.

2.1.6. Estabilidade

Geralmente as especificações não fornecem valores ou tabelas para locação e seleção


de suporte baseado no sistema de estabilidade. Portanto a boa pratica de engenharia
deve prevalecer. Segue abaixo uma orientação de locação de suporte levando em
consideração a estabilidade

2.1.7. Considerações especiais

Locação de suporte em extremidade de tubulações, abertas, com flange cego


ou com tampão.
Normalmente usa-se suporte de peso e guia lateral, que se adote 0,5 do vão
máximo para diâmetro da tubulação considerada.
Deverá ser locado suporte de peso e guia próximos à junta de expansão devido
aos deslocamentos laterais.

2.2. Suporte de mola de carga variável

A característica inerente ao suporte de mola de carga variável é tal que as forças suportadas
variam com a deflexão da mola. Portanto a expansão vertical do sistema origina uma
compressão maior ou menor correspondente da mola e causa uma mudança no ponto de
carregamento. A variação da força suportada é igual ao produto do valor do deslocamento
vertical e a constante da mola. È um dispositivo constituído por uma mola helicoidal que
sofre a ação de um prato forjado no qual aplica-se a carga que comprime a mola.
Geralmente estes suportes são fabricados em 3 séries e vários tipos com capacidade de
carga variando de aproximadamente 50lbs a 50.000 lbs, conforme tabela. (ITT GRINNEL)

2.2.1 As variações percentuais são determinadas em função das cargas de calibragem


na fase de inspeção conforme abaixo:
K .t
CV = ;
Cp
Onde:

K = constante da mola (lbs/in ou kg/mm)


t = Deslocamento vertical devido à térmica ou dinâmica (in ou mm)
Cp = Carga de instalação (lbs ou Kg)
CV = Coeficiente de variação ou variações percentuais devido à carga de operação.

27
Para os valores limites para o coeficiente de variação recomenda-se geralmente
entre 15% a 25%.
Para sistemas críticos 15% a 18%
Para sistemas não críticos 19% a 25%

È recomendado por norma que esta variação não ultrapasse os 25%.

2.2.2. O que se procura fazer com que os suportes de mola de carga variável exerçam
as cargas que contrabalançam os pesos quanto à tubulação se encontra na condição de
operação e se admite determinada variação da carga na condição de instalação. Para
isto estes suportes são instalados calibrados com carga tal, que quanto o ponto de
conexão estiver efetuado o movimento previsto e a tubulação na condição de operação
o valor da carga exercida pelo suporte coincide com aquela que contrabalança os
pesos.

Para se especificar uma mola de carga variável é necessária a obtenção dos seguintes
dados:

Cargas devido à operação (hot load) = Co (lbs; kg).


Carga de instalação (cold load) = Cp (lbs; kg).
Constante de mola = K (lbs/in; kg/mm).
Deslocamento e sentido = t (in; mm).

Obs. Geralmente são convencionados os seguintes sinais:

Para se calcular a carga de instalação usamos a formula:

C p = Co ± t.K

O sinal usado será conforme acima.

Exemplo: Suponha que tenhamos uma tubulação com temperatura a 210°C.


Determinar uma mola de carga variável para atender os seguintes dados:

Carga de operação = 1000kg


Deslocamento de –25mm
Linha crítica

Solução:
Cálculo da carga de instalação. Escolhendo uma constante prévia do catalogo do
fabricante temos:

K = 11,3 kg/mm

C p = Co − t.K → C p = 1000 − 25.11,3 → C p = 1000 − 282,5


→ C p = 717,5kg

28
Cálculo do coeficiente de variação

K .t 11,3.(− 25)
CV = → CV = .100 .→ CV = 39,37%
Cp 717,5

Portanto o coeficiente de variação não serve e neste caso teremos que escolher outra
constante ou mesmo outro tipo de mola no catálogo.
Escolhendo uma constante de 4,1kg/mm temos:

C p = Co − t.K → C p = 1000 − 25.4,1 → C p = 1000 − 102,5 → C p = 897,5kg

Calculando-se o novo coeficiente de variação temos:

K .t 4,1.(25)
CV = .100 → CV = .100 .→ CV = 11,4%
Cp 897,5

Assim a mola está atendendo as condições. Logo, para solicitar ao fabricante são
necessários os seguintes dados:

Hot load = 1000kg


Cold load = 897,5kg
Constante de mola = 4,1kg/mm
Deslocamento = - 25mm

OBS:

Geralmente na montagem da mola, quando for executado o teste hidrostático do


sistema, a mola é travada funcionando assim como um suporte com rigidez na ordem
de 107lbs/in, quando o sistema for entrar em operação a trava é retirada para que a
mola funcione como previsto.
Suporte de mola de carga variável é fornecido com uma plaqueta fixada no invólucro
metálico em um dos lados da fresta, indicando uma escala com carga devido a peso
próprio e de operação.

3. INTERFERÊNCIA

Os problemas potenciais na montagem podem e devem ser considerados e resolvidos durante


o projeto de suportes de tubulação. Às vezes é necessária a relocação de um suporte somente
poucas polegadas para livrar uma interferência. Outras situações devem ser resolvidas através
de locações simples como, por exemplo, um suporte com vergalhão (pendural).

29
3.1 Tipos de interferência

Conexões de instrumentos;
Soldas de tubulações, flanges, válvulas, etc.
Acesso para equipamentos
Outros suportes
Bandejas e dutos elétricos e de ventilação;
Volante de válvula, operação de motor, atuadores de válvulas.
Monoviais, cranes.

4. ESPECIFICAÇÃO DE PROJETO

Este artigo estabelece uma especificação mínima requerida conforme ASME seção III para
projeto de suportes de tubulações classificadas como Classe Nuclear 1,2 e 3. Esta
especificação não incorpora os elementos de interligação estrutural dos suportes. Os
componentes de suportação aqui contidos abrangem a totalidade do método usado para
transmissão do peso do tubo, isolamento e fluido transportado conforme citado anteriormente.

4.1. O projeto, engenharia e a documentação para os componentes de suportes de Centrais


Nucleares, classificados como Classe Nuclear 1,2 e 3 deverá ser conforme o código ASME
Boiler and Pressure Vessel, Divisão 1, Seção III (1974). Os componentes padronizados dos
suportes, tais como braçadeiras, conectores, esticadores, sapatas, etc., devem ser conforme
a MSS-SP-58 exceto ao contrario.

4.1.1. O projeto deverá ser de boa qualidade, econômico, simples e funcional e


utilizando componentes padronizados de suportes onde possível.

4.1.1.1. Os tipos de restrições devem ser projetadas estritamente de acordo com


as informações do grupo de análise de tensões, isto é, reconhecido, entretanto
uma variação na locação do suporte pode ser necessária e nesta circunstancia
deverá ser discutida. Geralmente uma variação na locação do suporte no plano
horizontal poderá ser realizada sem acarretar problemas de tensões na tubulação
na ordem de 6” do ponto original previsto, exceto nos casos de ancoragem ou
suportes adjacentes a bocais de equipamentos.

4.1.1.2. Em tubulação no plano vertical não deve ser colocado componente de


suporte que considere atrito, nestes casos será previsto lug´s para suportar o peso
do tubo.

4.1.1.3. Deverá ser evitado lug´s soldados em curvas. Nos casos de serem
extremamente necessários deverá ser consultado o grupo de analise de tensões,
devido a tensões localizadas.

5. CRITÉRIOS DE PROJETO

5.1. Em projeto de locação, seleção e dimensionamento geralmente existem, além da


especificação, procedimentos os critérios de projeto. Este artigo mostra os pontos básicos
que deverão ser seguidos pelo projetista quando do projeto de suporte de centrais nucleares.

30
5.1.2. Não é permitido suportar uma tubulação a partir de uma outra, ou seja, usar
outra tubulação como estrutura de fixação, isto porque podem ocorrer tensões não
previstas na tubulação.

5.1.3. Os suportes com ligação rotulada são preferíveis a suportes fixos onde geram
forças de atrito, principalmente próximo a bocais de equipamentos.

5.1.3.1. Quando não for possível o uso de suportes que não origine forças de
atrito, deverá ser colocado em material antiatrito para que uma parcela da força
de atrito não prevista na análise de tensão seja transmitida a bocais de
equipamentos.

5.1.4. No projeto e montagem dos suportes deverão ser previstas algumas limitações
em função do espaço físico, tais como:

A locação do suporte não deve prejudicar as operações e manutenção de


válvulas, bombas, trocadores, etc.
Não deverá ser locado suporte nos cordões de soldas ou bem próximos a estes
para que não interfiram nos testes de soldas.
Nos casos onde, um determinado suporte tiver que ser locado em área de
manutenção de equipamento este deverá ser desmontável.
Em prédios ou área que possam vir a ser contaminados, o suporte deverá ser
projetado de tal maneira que possam ser descontaminados.
Para tubulações sujeitas a cargas dinâmicas não deverá ser usado vergalhão e
no caso de uso deste, deverá ser calculado levando em consideração o efeito de
flambagem.
A estabilidade da tubulação deverá ser verificada quando for utilizado um
suporte em “strut”.
Quando o esforço for muito grande, deverão ser verificadas as deformações
localizadas na tubulação principalmente se a espessura desta for pequena.
Os suportes em tubulações que conduzem vapor, ar ou gás deverão ser
projetados para cargas de teste.
Nos casos onde um suporte esteja interligado a uma estrutura metálica ou perfil
existente, estes deverão obedecer ao valor da rigidez do suporte.
Angulo máximo recomendado é 4° para os suportes pendurados onde
porventura deslocamentos térmicos, resultantes do movimento da tubulação
em 1 ou 2 direções.

Os coeficientes de variação para suportes de molas recomendados conforme o sistema


serão conforme abaixo:

a) Para todos os sistemas nucleares classe 1 15%


b) Para todos os sistemas nucleares classe 2 e 3
(Main Steam, Feedwater, Extraction Steam, Recirculation Pump, Spray 15%
System)
c) Para outros sistemas 25%

31
6. SUPORTES PADRONIZADOS DE TUBULAÇÕES CLASSE 1, 2 E 3

Uma grande quantidade de suportes de tubulação de centrais nucleares são de pequenos


diâmetros. Alguns destes suportes terão que ser projetados para atender a classe de
requecimento dinâmico, peso próprio e térmica. A análise detalhada para cada suporte
consome muito tempo e os custos obviamente aumentam. Para estes suportes é geralmente
criado pelo grupo de suporte um catálogo de suportes padronizados para atender a todas as
condições das especificações e códigos.

6.1. Além de tubulações de pequeno diâmetro existem tubulações de maiores diâmetros que
geralmente podem ter suportes padronizados neste catálogo.

6.1.1. A padronização de suportes é significantemente influenciada pelo tipo de prédio


e/ou área, locação de equipamento, tipo de carregamento, rigidez, etc.

6.1.2 O uso do suporte padronizado tem a vantagem de não necessitar cálculos e os


tipos padronizados geralmente são desenhados em uma matriz, onde no caso de uso
deste é retirado uma cópia que será original. Todos os componentes do suporte, com
exceção de perfis e chapas estruturais são dimensionadas levando em consideração
todas as tensões em função do carregamento e do tipo de suporte concebido são
tabelados. (Ver Anexo B)

6.1.3. Dimensionamento de suportes padronizados

Deverá se tomar cuidados especiais quando se dimensionar os suportes padronizados


para os casos onde exista lug´s soldados à tubulação, pois pode ocorrer concentração
de tensões.

7. CONCEPÇÃO E DETALHAMENTO DE SUPORTES ESPECIAIS.

Cada suporte deverá ser dimensionado e detalhado em formato próprio. A denominação de


suporte especial é valida para qualquer concepção que não esteja enquadrado no catalogo de
suporte padronizado ou mesmo que tenha a mesma concepção é necessário calcular para o seu
completo dimensionamento.

7.1. Cada desenho deve ser assinado pelo desenhista, projetista, verificador, supervisor de
projeto e engenheiro de suporte. Vistas e detalhes, quando forem necessários ao bom
entendimento para efeito de fabricação e montagem com cotas em escala e dimensões de
todas as peças, soldas, lug´s, etc.

Serão indicadas também as seguintes informações:

Planta de locação com direção de tubulação;


Símbolo e dimensionamento de todas as soldas;
Lista de material com indicação de comprimentos e espessura de chapas, perfis, tipo
de braçadeiras etc;
Cargas combinadas ou não;
Classe de suporte;

32
Indicação de desenho de referencia tais como desenho de tubulação, forma,
estrutura metálica e a memória de calculo de suporte etc.
Numeração de documento.

Deverão ser indicados no desenho outras informações necessárias conforme o


procedimento do projeto. Além das informações acima, deverá ser feita lista de
material com identificação das peças, quantidade, peso, descrição e material.

8. REAÇÕES DE ATRITO

No deslocamento das tubulações devido à dilatação térmica, surgem esforços devido ao efeito
de atrito nos suportes simplesmente apoiados. Tais esforços solicitam mecanicamente tanto o
tubo como o suporte e são tanto maiores quanto maiores for o peso e a rigidez.

O esforço devido ao atrito no suporte será R = P sendo P o peso equivalente (permanente ou


secundário) no suporte.

Para se evitar os esforços provenientes do atrito, costuma-se utilizar material antiatrito. Ex.
teflon, fworgold, cujo coeficiente de atrito é na ordem de 0,05 a 0,1.

Nota-se que os esforços de atrito se somam até chegar a uma ancoragem ou batente. A soma
final na ancoragem será a soma de todos os esforços do trecho correspondente.

Cálculo da força longitudinal total será igual a :

FL = (K f + K AL ).P

Onde:

FL = força longitudinal
Kf = coeficiente que depende da porcentagem da linha com temperatura acima de 100°C
KAT = coeficiente transversal
KAL = coeficiente longitudinal

Estudo desenvolvido para TECHNIP

COEFICIENTE DE ATRITO

Percentagem de tubo T 100°C Kf KAL KAT


00 a 40% 0,05 0,1 0,08
41% a 65% 0,1 0,2 0,13
66% a 85% 0,15 0,3 0,17
86% a 100% 0,2 0,4 0.2

33
ANEXO A
GRÁFICOS E TABELAS

34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
ANEXO B
SUPORTES PADRÕES

45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
ANEXO C
SUPORTES DE MOLAS

60
61
62
63
ANEXO D
SUPORTES ESPECIAIS

64
65
66
ANEXO E
SIMBOLOGIA DE SUPORTES

67
68
69

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