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Galvani no século XVIII, a partir de estudos, realizados em coxas de rã, descobriu que
músculos e células nervosas eram capazes de produzir eletricidade, que ficou conhecida
então como a eletricidade galvânica.
Mais tarde, Galvani demonstrou que essa eletricidade é originada de reações químicas
Josiah Willard Gibbs demonstrou (1875) que a possibilidade de uma reação química ocorrer
poderia ser avaliada pela diferença de potencial em uma célula galvânica.
Em 1923, Peter Debye (prêmio Nobel em Química em 1936) e Erich Huckel explicaram a
condutância, o potencial eletroquímico e outras propriedades de soluções iônicas.
Na área aplicada a eletroquímica é usada na produção de sensores, cromagem de peças,
produção de semijoias, produtos sanitizantes, como cloro e soda, e até na produção de
combustível como o hidrogênio. Além disso, vem sendo estudada a geração de
energia por meio de células a combustível.
Na Indústria, a Eletroquímica é muito importante pois ela pode melhorar qualquer processo
da empresa. Ao evitar a corrosão, protege instalações e máquinas. Além disso, ao
aprimorar o uso de pilhas e baterias, pode ajudar na economia da indústria.
Exposição
A história das pilhas começou em uma situação acidental, envolvendo Luigi Galvani, porém
quem explicou corretamente a origem do fato foi o físico Alessandro Volta.
Em 1786, o anatomista italiano Luigi Galvani (1737-1798) dissecou uma rã sobre sua mesa,
na qual se encontrava uma máquina eletrostática. Galvani observou contrações nos
músculos do animal no momento em que seu assistente por acaso tocou com a ponta de
seu bisturi no nervo interno da coxa da rã. Ou seja, isso acontecia no momento em que os
tecidos da rã eram tocados por dois metais diferentes.
Galvani passou a defender, a partir de tal momento, uma teoria que tentava explicar esse
fato: a teoria da “eletricidade animal”. Segundo Galvani, os metais eram apenas condutores
da eletricidade, que na realidade estaria contida nos músculos da rã.
Entretanto, sua teoria estava errada e isso foi visto pelo físico italiano Alessandro Volta
(1745-1827), que realizou vários experimentos e notou que quando a placa e o fio eram
constituídos do mesmo metal, as convulsões não apareciam, mostrando que não havia fluxo
de eletricidade. Assim, ele passou a defender o conceito (correto) de que a eletricidade não
se originava dos músculos da rã, mas sim dos metais e que os tecidos do animal é que
conduziam essa eletricidade.
Para provar que estava correto, Volta fez um circuito formado por uma solução eletrolítica,
ou seja, uma solução com íons dissolvidos, que ele chamava de condutor úmido ou
condutor de segunda classe, colocados em contato com dois eletrodos metálicos. Esses
últimos, Alessandro Volta designava de condutores secos ou condutores de primeira classe.
Ele fez isso por colocar um condutor úmido (que era uma solução aquosa salina) entre dois
condutores secos (que eram metais ligados por um fio condutor). Nesse momento ele
observou que se despertava o fluxo elétrico. Ele passou a entender também que
dependendo dos metais que ele utilizava, o fluxo da corrente poderia ser maior ou menor.
Desse modo, podemos admitir que a ideia do que é uma pilha já estava sendo entendida e
explicada por Volta.
Em 1800, Volta criou a primeira pilha elétrica que passou a ser chamada de pilha de Volta,
pilha Galvânica ou pilha voltaica e, ainda, “rosário”. Um esquema dessa pilha é mostrado
abaixo: ele colocou um disco de cobre por cima de um disco de feltro embebido em uma
solução de ácido sulfúrico e, por último, um disco de zinco; e assim sucessivamente,
empilhando essas séries até formar uma grande coluna. O cobre, o feltro e o zinco tinham
um furo no meio e eram enfiados numa haste horizontal, sendo assim conectados por um
fio condutor.
Esse experimento causou reviravoltas no mundo científico e a partir daí todos os aparelhos
que produziam eletricidade a partir de processos químicos (ou seja, que produziam energia
química em energia elétrica) passaram a ser chamados de celas voltaicas, pilhas galvânicas
ou, simplesmente, pilhas.
Volta fez esse mesmo experimento com metais e soluções eletrolíticas diferentes, como
discos de prata e zinco separados por discos de flanela embebidos em salmoura. Ele até
mesmo realizou uma demonstração dessa descoberta para Napoleão Bonaparte, como
pode ser visto na figura abaixo, na Academia de Ciências de Paris.
Outro experimento de Volta em relação às pilhas foi a coroa de copos, em que ele colocava
duas placas de metais diferentes interligadas por um fio condutor, mas separadas por
soluções eletrolíticas.
Atualmente sabemos que o que ocorre em uma pilha, como essas criadas por Volta, é que a
eletricidade tem seu fluxo do polo negativo, denominado ânodo, que se oxida, perdendo
elétrons para o polo positivo, chamado de cátodo, que se reduz, ganhando elétrons.
Essas pilhas feitas em solução aquosa não são muito usadas hoje em dia; apenas em
termos de pesquisa, mas elas foram o princípio que desenvolveu as modernas pilhas que
conhecemos hoje como pilhas secas e que são bem mais práticas para usar e transportar,
além de fornecer uma corrente elétrica satisfatória por muito mais tempo.
Pilha de Daniel
Nesta pilha ele interligou dois eletrodos, que eram sistemas constituídos por um metal
imerso em uma solução aquosa de um sal formado pelos cátions desse metal.
Um dos eletrodos, o eletrodo de cobre, era constituído de uma placa de cobre mergulhada
em uma solução de sulfato de cobre (CuSO4). O outro eletrodo era o de zinco, constituído
de uma placa de zinco mergulhada em uma solução de sulfato de zinco (ZnSO4).
Esses dois eletrodos foram interligados por um circuito elétrico que continha uma lâmpada,
pois se ela acendesse, indicaria o surgimento de uma corrente elétrica.
Essa ponte era constituída de um tubo de vidro em U contendo uma solução aquosa
concentrada de um sal bastante solúvel, como o cloreto de potássio (KCl(aq)).
por exemplo:
Com o circuito fechado, a lâmpada se acende e após, algum tempo, a placa de zinco é
corroída e tem a sua massa diminuída, já na de cobre ocorre o contrário, sua massa
aumenta (conforme a figura abaixo).
Nota-se também que há um aumento da concentração em mol/L dos íons Zn2+ e uma
diminuição dos íons Cu2+.
A Pilha de Daniell é composta por um eletrodo negativo (ânodo) que cede elétrons para o
eletrodo positivo chamado de cátodo. O ânodo é uma placa de zinco mergulhada em uma
solução de sulfato de zinco, enquanto que o cátodo é uma placa de cobre mergulhada em
uma solução de cobre.
Potencial de redução
O potencial de uma semi-reação é utilizado para medir essa tendência das substâncias em
serem oxidadas ou reduzidas, entretanto uma vez que essa grandeza é relativa ela deve ser
medida em relação a um referencial. No caso dos potenciais de redução é, por convenção,
utilizado o potencial do hidrogênio como referência, sendo este estabelecido como zero.
Podemos escrever para o hidrogênio:
O eletrodo desenvolvido para produzir essa semi reação é o eletrodo padrão de hidrogênio
(EPH). Outras semirreações tem seus potenciais avaliados em relação ao EPH. Por
exemplo:
Onde um valor positivo indica que a semi-reação é favorável em relação à referência. Por
exemplo, a redução do flúor (F) tem uma energia E = +2,87 V em relação à hidrogênio (H),
logo o flúor é capaz de oxidar hidrogênio molecular para formar fluoreto e íons de
hidrogênio. A reação completa será:
Podemos fazer uma análise semelhante para qualquer par de reagentes. Para isso basta
calcular a diferença de potencial da reação entre eles utilizando o potencial de redução
padrão:
Onde Ered é o potencial padrão de redução da espécie sendo reduzida e Eoxi é o potencial
padrão de redução da espécie sendo oxidada. Por exemplo, o potencial de uma reação
onde o cobre é reduzido e o zinco é oxidado é:
O valor positivo indica que essa reação ocorre espontaneamente.
Cálculo da ddp
ou
Cu2+ + 2 e– Cu E° = + 0,34 V
Ag+ + e– Ag E° = + 0,80 V
Resolução:
ΔE = 0,80 – 0,34
ΔE = 0,46 V.
Essas baterias são células eletroquímicas nas quais a corrente - fluxo de elétrons
pelo circuito - é produzida por uma reação química espontânea ou para forçar o
processamento de uma reação não espontânea.
Resolução:
ΔE = -0,41 – (-0,80)
ΔE = -0,41 + 0,80
ΔE = 0,39 V.
Fenômeno de Corrosão
Em resumo, a corrosão pode ser definida como um processo químico que ocorre de
maneira espontânea em determinado material devido à sua exposição em certo meio,
provocando assim, a deterioração do mesmo. Tal fenômeno pode ser classificado em
corrosão eletroquímica, química e eletrolítica.
Proteção de Materiais
Para proteger um metal contra a corrosão, existem algumas técnicas úteis, a saber:
Pintura: Cobrir a superfície metálica com uma camada de tinta para evitar o contato do ar e
da umidade com o metal. Esse tipo de procedimento é utilizado em carros, aviões, portões,
etc.
Filtros de embarcações;
Galvanoplastia: é uma técnica que consiste em cobrir uma peça de metal com outro metal
diferente por meio do processo da eletrólise. Trata-se de uma técnica muito utilizada em:
Metal de Sacrifício
Esse metal deve possuir menor poder de redução do que o material utilizado na estrutura
(consequentemente, maior poder de oxidação), para que possa ser "sacrificado" e
protegê-la.
O zinco e o magnésio são metais comumente utilizados com esse objetivo. A utilização de
um metal de sacrifício é um método de proteção catódica.
Eletrólise é todo processo químico não espontâneo provocado por corrente elétrica.
Substâncias iônicas possuem a capacidade de conduzir corrente elétrica quando estão em
soluções aquosas. A eletrólise provém dessa propriedade iônica, ou seja, é um processo
que se baseia na descarga de íons, onde ocorre uma perda de carga por parte de cátions e
ânions.
A eletrólise é uma transformação artificial, pois é provocada por um gerador, mas tem uma
enorme importância prática. Ela tem grande utilização em indústrias, na produção de muitas
substâncias, dentre elas metais alcalinos, alcalino-terrosos, gás hidrogênio e gás cloro.
Sódio: eletrólise ígnea de NaCl (cloreto de sódio) fundido em um processo que ocorre a
cerca de 800°C.
Cloro: eletrólise ígnea do gás cloro (Cl2). O cloro é muito utilizado na produção de
compostos orgânicos clorados e alvejantes, e também para o tratamento de água para
consumo e de piscinas.
Fontes: