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VÁLVULAS

DE

SEGURANÇA

E/OU

ALÍVIO DE PRESSÃO

2012

Afonso – RFVA
APOSTILA COMPILADA

POR

JOSÉ CARLOS AFONSO

REFAP/DT/ED

PETROBRAS

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SUMÁRIO

• INTRODUÇÃO;
• PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO;
• FUNÇÕES BÁSICAS;
• TERMINOLOGIA;
• COMPONENTES;
• TIPOS DE VÁLVULAS DE SEGURANÇA E/OU ALÍVIO DE
PRESSÃO;
• DISCO DE RUPTURA;
• VÁLVULA DE SEGURANÇA CONDIÇÃO DE FOGO;
• VÁLVULA DE ALÍVIO DE PRESSÃO E VÁCUO E CORTA-
CHAMAS;
• TABELA DE PRESSÕES;
• TESTE DE ABERTURA E CALIBRAÇÃO DE VÁLVULAS NO
CAMPO;
• PERIODICIDADE PARA REVISÕES;
• REMOÇÃO DE VÁLVULA DE SEGURANÇA E/OU ALÍVIO DE
PRESSÃO PARA REVISÃO;
• TESTE DE RECEPÇÃO;
• REVISÃO;
• TESTES DE CALIBRAÇÃO;
• INSTALAÇÃO;
• REGISTRO DE INSPEÇÃO;
• TABELAS GERAIS;
• BIBLIOGRAFIA.

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INTRODUÇÃO

As válvulas de segurança e/ou alívio de pressão tem a finalidade de proteger vidas e


equipamentos, portanto, não devemos admitir dúvidas quanto a sua manutenção, instalação e
dimensionamento.
São dispositivos de proteção para equipamentos e tubulações contra pressões excessivas.
Portanto, devem abrir com absoluta segurança quando a pressão atingir um valor pré-
determinado, e dar vazão impedindo que a pressão ultrapassa o limite.

Este trabalho visa orientar o profissional da área de manutenção e inspeção sobre as


práticas recomendadas que serão aplicadas nas manutenções das válvulas de segurança e/ou
alívio de pressão.

Para pensar: As válvulas são a diferença entre o equipamento submetido à


pressão controlada e a explosão, por vezes catastrófica.

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PARAFUSO TRAVA DO
ANEL REGULAGEM

ANEL REGULAGEM BOCAL

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Todas as válvulas de segurança e/ou alívio de pressão operam sob o princípio da pressão
de entrada do sistema (aplicando uma força contra o disco) superando a carga da mola,
permitindo que a válvula descarregue em uma capacidade definida.
Quando a válvula está fechada, durante a operação normal, a pressão do equipamento
protegido atuando contra as superfícies de assentamento, gera uma força menor que a força da
mola. Conforme a pressão do equipamento protegido aumenta, em um determinado ponto a força
ao disco tende a equalizar com a força da mola, logo, as forças que mantêm as sedes de vedação
juntas se aproximam de zero.
Pouco antes de válvula abrir, ocorre um vazamento (geralmente audível). Devido este
vazamento, ocorre um aumento da área de atuação do fluido em função da geometria do suporte
do disco e anel(is) de regulagem.

Com aumento da área de atuação do fluido a força aumenta consideravelmente vencendo


a força da mola e abrindo rapidamente a válvula (POP) até 70% de seu percurso.
Os outros 30% de abertura do curso da válvula é proporcional ao aumento da pressão
(sobrepressão). Para fluidos líquidos a abertura é gradual e proporcional à elevação da pressão.
O curso total de abertura de uma válvula de segurança e/ou alívio de pressão é
aproximadamente ¼ do diâmetro do orifício do bocal. Após o disco ter atingido está elevação, o
fluxo então é restringido pelo orifício do bocal e não pela área entre as superfícies de
assentamento.
Com a diminuição da pressão, abaixo da pressão de abertura (diferencial de alívio) a
válvula fecha.

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As válvulas de segurança e/ou alívio de pressão só devem operar, quando todos os outros
sistemas de segurança (intertravamentos) falharem.
Não tem a finalidade de controle de pressão.
Não são projetadas para abrirem constantemente.
Operam em condições críticas porque no momento da abertura descarregam com muita
energia podendo danificar seus internos, comprometendo sua vedação.
No teste de calibração com fluido compressível ou não, pode gerar uma dúvida: qual o
real momento de abertura.

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É totalmente errado usar uma válvula de segurança e/ou alívio de pressão para controlar a
pressão de um sistema, como vemos abaixo:

Para controlar a pressão de um determinado sistema usamos “válvulas de controle” de


alívio de pressão.
A calibração da válvula de segurança e/ou alívio de pressão deve ficar acima do ajuste da
válvula de controle. Veja esquema abaixo.

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Válvulas de segurança e/ou alívio de pressão são dispositivos que não necessitam de
energia externa para operar. São dispositivos (instrumentos) automáticos que aproveitam a
própria energia do fluido do equipamento que estão protegendo.

Uma única válvula de segurança e/ou alívio pode ser projetada para protegerem
inúmeros equipamentos, desde que possua capacidade de descarga de todos simultaneamente
(ASME VIII).

Quando a capacidade de descarga do equipamento for menor que ¼ da capacidade de


descarga da válvula de segurança e/ou alívio esta está muito dimensionada.

Válvulas de segurança que trabalham em regime crítico de escoamento do fluido,


normalmente apresentam ruído elevado. Existem dispositivos que podem ser adaptados à jusante
das válvulas (inclusive ASME I) para diminuir o ruído ocasionado na abertura (com descarga
total).

Algumas válvulas são providas de BICO EJETOR.


É um dispositivo que auxilia a equalização das pressões utilizando-se da velocidade de
descarga do fluido. Tende a criar um vácuo parcial no castelo.

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FENÔMENOS OPERACIONAIS

CHATTERRING (CHATTER ou Batimento) - fenômeno que ocorre em


válvulas de segurança e/ou alívio ocasionando um “abre e fecha” várias vezes (alta freqüência),
ocorrendo ruído alto e danificando seus internos. Movimento rápido e anormal das partes móveis
onde o disco contacta o bocal. Isto ocorre normalmente porque há perda de pressão a montante
da válvula de segurança e/ou alívio de pressão, quando aberta e descarregando, maior que 3%.
MOTIVOS: válvulas superdimensionadas (capacidade de vazão alta), tubulação à
montante muito longa e/ou diâmetro pequeno, tubulação na descarga mal dimensionada
(elevação da contrapressão), posição dos anéis do diferencial de alívio.

SIMMERING (SIMMER – Chiado): Vazamento audível ou visível do fluido


entre as superfícies de assentamento.
Ocorre a 98% da pressão de ajuste da válvula e de capacidade não mensurável.

FLUTTING (FLUTTER – flutuação): fenômeno parecido com o chatterring,


porém não ocorre o contato físico entre disco e bocal. Logo, as superfícies de vedação dessas
peças não são danificadas, mas as superfícies de guias podem ser.
O curso de abertura e consequentemente a vazão da válvula ficam “flutuando”.
Por ser um fenômeno semelhante ao Chatterring, porém com menor intensidade, as
causas e ações corretivas são semelhantes.

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FUNÇÕES BÁSICAS

• ABRIR

• DESCARREGAR

• FECHAR

ABERTURA - É necessário que uma válvula de segurança e/ou alívio de pressão


tenha precisão e repetibilidade.

Precisão – Deve abrir sempre na tolerância indicada pelo ASME I ou VIII.

Repetibilidade – Deve abrir sempre com o mesmo valor.

Exemplo: uma válvula de segurança, ASME VIII, com pressão de abertura igual a 40
Kgf/cm². Sua tolerância é de 3% (38,8 a 41,2).
Primeira abertura com 39 Kgf/cm², segunda abertura com 41 Kgf/cm² e terceira com 40,5
Kgf/cm². Esta válvula tem precisão; porém, não tem repetibilidade.
NOTA: não há referências sobre precisão na repetibilidade de abertura das válvulas.

DESCARGA - Deve descarregar todo o volume na sobrepressão exigida, aliviando a


pressão do equipamento protegido nos valores corretos.

Atualmente, todo fabricante deve fornecer certificado de capacitação (vazão de


descarga) para as válvulas de segurança e/ou alívio de pressão. Para tanto as válvulas devem
estar de acordo com código ASME e serem testadas e aprovadas pelo National Board.

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A linha de descarga deve ser o mais livre possível, com curvas longas e flexíveis para
não provocar tensões ao corpo da válvula que podem comprometer sua calibração e vedação.
Quando a válvula de segurança e/ou alívio está descarregando, proporcionam uma força
de ação contra a linha de descarga; podendo ocasionar (se mal dimensionada) uma força de
reação, que pode empenar e danificar seus internos.
A contrapressão desenvolvida diminui o escoamento do fluido (diminui a vazão).

LIFT: (Curso máximo de abertura) – é o deslocamento do disco, ou seja, elevação. A


elevação máxima é aproximadamente ¼ do orifício do bocal.

Restricted lift valv: é a restrição a elevação do disco da válvula.

FECHAMENTO – Após descarregar, a válvula de segurança e/ou alívio deve fechar


e vedar imediatamente abaixo, nas pressões corretas.
A pressão de fechamento é responsabilidade ao suporte do disco e/ou anel do diferencial
de alívio.

Com as diversas lapidações e usinagens das sedes do bocal e disco ocorre o aumento do
diferencial de alívio, devido alteração do projeto. A usinagem nestas sedes deve ser no máximo
0,2 mm.

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TERMINOLOGIA

A seguir apresentamos uma série de termos técnicos utilizados no estudo de válvulas de


segurança e/ou alívio de pressão.

PSV

Termo utilizado de forma genérica, como sinônimo de válvula de segurança, válvula de


alívio e válvula de segurança e/ou alívio.

Válvula de Segurança - PSV (Pressure Safety Valve)

Dispositivo automático de alívio de pressão, caracterizada por uma abertura rápida


(POP). É utilizada para fluidos compressíveis (gases e vapores).

Válvula de Alívio - PRV (Pressure Relief Valve)

Dispositivo automático de alívio de pressão, caracterizada por uma abertura proporcional


ao aumento da pressão. É utilizada para fluidos incompressíveis (líquidos).

Válvula de Segurança e Alívio

Dispositivo automático de alívio de pressão, que operam com mistura de fases (gases,
vapores, e líquidos).

Nota: Quem caracteriza o tipo de válvula citado acima é o fluido do equipamento que
está protegendo. Exemplo: tenho uma válvula que trabalha com gás (válvula de segurança);
posso transferi-la para outro processo para operar com líquido (válvula de alívio).

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Para facilitar o estudo, chamaremos, a partir de agora as válvulas de segurança e/ou alívio
de pressão apenas de “válvulas”.

Atualmente, a maioria dos fabricantes, possui projeto diferenciado para as válvulas de


alívio (líquidos), que devido geometria em especial do suporte do disco, conferem maior vazão
do fluido, para uma mesma área (orifício).

As válvulas de segurança são testadas em bancada, pelo fabricante, com ar comprimido,


nitrogênio ou vapor. Já as válvulas de alívio, podem ser testadas com ar, nitrogênio ou água.
Eventualmente, conforme N-2368, para as válvulas de alívio, pode-se testar com água.

Devemos ter cuidado no teste de recebimento de válvulas de alívio novas (vindas do


fabricante). Se este, testar com água (que provoca “micro-ranhuras”) e nós testarmos com ar: a
válvula vai vazar.

Válvula Piloto Operada

Dispositivo automático de alívio de pressão em que a válvula principal está combinada e


é controlada por uma válvula auxiliar auto operada.

Válvula Convencional

Válvula que não possui fole (ou pistão). A contrapressão altera a pressão de abertura e o
fluido presente no coletor de descarga, ou mesmo quando a válvula abre, entra em contato com
os internos do castelo.
Se houver coletor fechado com contrapressão o castelo tem que ser fechado.

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Válvula Balanceada

Válvula que possui dispositivo (fole ou pistão) para que a contrapressão não altere a
pressão de abertura. O fluido não entra em contato com os internos do castelo.
O castelo tem que ser ventado, obrigatoriamente.

Válvula de Pacote

São válvulas que fazem parte de equipamentos tipo compressores, turbinas,


turbogeradores, sistemas de medição, etc.
Devem fazer parte, como todas as válvulas, do programa de inspeção e revisão.

Pressão de Calibração

Pressão manométrica na qual a válvula abre em bancada de teste.


Pressão de calibração = (Pressão de abertura – Contrapressão) + Correção de temperatura

POP

É o exato momento da abertura da válvula de segurança. Promove o auto alinhamento dos


seus internos.

Pressão de Abertura

Pressão na qual a válvula abre quando está instalada na unidade de processo. Está
submetida as alterações de contrapressão, temperatura, fluido, condições climáticas e tensões nas
tubulações.

Diferencial de Alívio (BLOWDOWN)

É a diferença entre a pressão de abertura e a pressão de fechamento da válvula expressa


em porcentagem. Em válvulas de processo o diferencial de alívio é de 5 a 7%. Em válvulas de
caldeira é no máximo de 4%.
Não se verifica diferencial de alívio em bancada padrão de testes.

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Contrapressão

É a pressão existente à jusante da válvula, devido pressão existente no sistema de


descarga. Pode ser de dois tipos:

Superimposta: pressão existente no sistema de descarga proporcionada por outros


equipamentos como, por exemplo, bombas, diferenças de altitude ou até outras válvulas abrindo.
A Contrapressão superimposta pode ser constante (valor fixo que não altera) ou variável
(valor que altera dependendo do processo).

Desenvolvida: pressão que ocorre quando a válvula já está aberta e descarregando.

Nota: na análise da pressão de calibração (em bancada) deve-se levar em consideração a


contrapressão superimposta. Exemplo: pressão de abertura (no campo) é 20,0kgf/cm² e
contrapressão 5,0kgf/cm², na bancada a pressão de calibração deve ser de 15,0kgf/cm ².
A contrapressão desenvolvida não é levada em conta na análise da pressão de calibração.
A contrapressão superimposta e desenvolvida é essencial para o cálculo da vazão da
válvula.

Recomendações dos fabricantes


• É indicado usar válvula convencional se a contrapressão, variável ou não, for até
10% da pressão de abertura;
• Usar válvula balanceada se a contrapressão for acima de 10% até 50% da pressão
de abertura;
• Usar válvula piloto operada para aplicações com contrapressão acima de 50% da
pressão de abertura.

Pressão de Operação

É a pressão de trabalho normal do processo.


A válvula está fechada e vedando.

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Pressão de Alívio

É a soma das pressões de abertura e a sobrepressão.


Pressão em que a válvula está totalmente aberta e com vazão de descarga total.

Sobrepressão

Elevação da pressão acima da pressão de abertura da válvula expressa em porcentagem. É


o momento em que está totalmente aberta e descarregando sua vazão máxima.
Para válvulas de processo (ASME VIII) a sobrepressão é 10% (gases, líquidos, e vapor de
processo).
Válvulas condição de fogo a sobrepressão é 21%.
Válvulas de caldeira (ASME I) a sobrepressão é de 3%.

Pressão de fechamento

Pressão na qual a válvula fecha (não veda) quando está instalada na unidade de processo.
Não é identificada em bancada padrão de testes de válvulas.
ASME I = 4% e ASME VIII = 5 a 7% abaixo da pressão de ajuste.

Vedação

É a verificação dos limites permissíveis de vazamentos após o fechamento da válvula.


Teste realizado a 90% da pressão de ajuste.
Há dois métodos para verificação de vazamentos:
Qualitativo: consiste em colocar bolha de sabão no bocal saída.
Quantitativo: consiste em medir as bolhas de vazamento.

O sabão deve ser constituído da seguinte maneira:


1 parte de sabão líquido ou detergente, 1 parte de glicerina e 4,5 partes de água.
Atualmente existem fabricantes que garantem vedação com valores mais estreitos.

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PMTP

Pressão Máxima de Trabalho Permitido. Valor fornecido pelo fabricante. Este valor pode
ser diminuído devido desgaste natural do equipamento com o passar dos anos.
É referência para determinar a pressão de abertura das válvulas.

Acumulação

Elevação da pressão acima da PMTP em um equipamento (vaso, torre, caldeira) com a


válvula aberta e descarregando.
Se a válvula de segurança for ajustada na PMTP do equipamento a acumulação é igual a
sobrepressão.

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PRINCIPAIS NORMAS APLICÁVEIS

American Society Mechanical Englineers

Código ASME I – Caldeiras

Código ASME VIII – Vasos de Pressão

American Petroleum Institute

API 520 / 521 – Dimensionamento (cálculo e seleção)

API 526 – Projeto e construção (dimensões)

API 527 – Vedação (grau de estanqueidade)

API 576 – Inspeção

API 2000 – Válvulas de alívio de pressão e vácuo

Norma Petrobras

N-2368 – Inspeção, manutenção, calibração, e teste de válvulas de segurança e/ou alívio.

N-0076 – Materiais de Tubulação.

Norma Regulamentadora

NR-13 – Caldeiras e vasos de pressão.

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COMPONENTES

CORPO – Tem a função “estrutural” da válvula.


Responsável pela fixação da tubulação de entrada e saída da válvula. (exceção às
válvulas miniaturas).

CASTELO – Parte da válvula que envolve a mola e haste e fixa o parafuso de carga da
mola. Pode ser:
• Castelo fechado e não ventado – Utilizado em válvulas convencionais.
• Castelo fechado e ventado – Utilizado em válvulas balanceadas. Não plugar
o vent, pois poderá romper o fole, além de dificultar a elevação (abertura) do
disco.
• Castelo Aberto – Tem a finalidade de dissipar o calor. Assim, com a
dissipação térmica pode-se usar uma mola de material mais barato. Para maior
temperatura a mola exige materiais mais nobres.
Característica negativa do castelo aberto: vaza fluido pela haste, quando a válvula
está aberta (descarregando).

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CAPUZ (CAPACETE) – Tem as seguintes finalidades:

 Proteger a calibração da válvula;


 Proteger contra choques;
 Proteger contra saída de fluidos;
 Evitar choques térmicos (variação temperatura).

NOTA: cada fabricante especifica seu projeto de capuz. Segue um exemplo abaixo:

Capuz tipo A: Capuz fechado, roscado, sem alavanca, sem pino trava.

Capuz tipo B: Capuz fechado, roscado, sem alavanca, com pino trava (usual para teste
hidrostático).

Capuz tipo C: Capuz com alavanca, aberto para atmosfera.

Capuz tipo D: Capuz com alavanca engaxetada. O fluido não pode vazar para atmosfera.

Capuz tipo E: Capuz com alavanca e pino trava.

Capuz tipo G: Capuz flangeado.

Capuz tipo H: Capuz flangeado e pino trava.

ALAVANCA – Dispositivo utilizado para abrir a válvula.


Dependendo do fluido e da criticidade da válvula e equipamento que está protegendo é
importante mensalmente utilizar a alavanca para abrir a válvula, assegurando-se assim que seus
internos estão se movimentando livremente e não há colamento das sedes.
A alavanca só pode ser acionada quando a pressão de operação estiver a 70% (ou mais)
da pressão de abertura da válvula.
O ASME exige alavanca nas válvulas para os seguintes fluidos: água quente, ar
comprimido e vapor de água.
Para fluidos que não podem vazar para atmosfera utiliza-se alavanca engaxetada.

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MOLA – É a peça fundamental da válvula. Podem ser fabricadas de diversos materiais
de acordo com projeto do fabricante. Como exemplo temos: aço ao carbono, aço ao tungstênio,
AISI 316, inconel e hastelloy. Ainda podem ser revestidas com cádmio, níquel ou alumínio.
Para cada tipo de válvula e pressão de ajuste existe uma mola com características
definidas e faixa de pressão apropriada.
A mola nunca deve ser utilizada fora de sua faixa de pressão. Em caso de dúvidas
consultar fabricante.

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TESTE DE CARGA SÓLIDA

Tem a finalidade de detectar fadiga, trincas e corrosão. Deve ser verificado em


temperatura ambiente:

• Medir a altura livre da mola;


• Comprimir até 80% da deflexão ao sólido (80% de curso; não até encostar as
espiras);
• Realizar a compressão (acima) e soltar por três vezes. (devido risco de quebra e
acidentes, prover dispositivo de proteção);
• Aguardar 10 minutos;
• Medir a altura livre da mola;
• A deformação da mola não poderá ser maior que 0,5%.

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TESTE DE PARALELISMO

Colocar a mola na posição horizontal sobre uma mesa de desempeno. Todas as espiras
devem estar em contato com a mesa.

TESTE DE PERPENDICULARIDADE

Colocar a mola na posição vertical em um desempeno. Verificar a perpendicularidade


com auxilio de um esquadro. Tolerância máxima de dois graus.
As faces da mola que ficam em contato com o suporte devem ter assentamento perfeito.
O diâmetro interno da mola deve encaixar no suporte com o mínimo de folga.

BOCAL – Peça roscada, soldada ao corpo da válvula (entrada) ou integrante à base,


que fica submetida a pressão e contato com o fluido. Possui uma face com excelente acabamento
que em contato com o disco faz a vedação.

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OS BOCAIS PODEM SER DE DOIS TIPOS:

Bocal integral: A grande vantagem deste tipo de bocal é que o fluido não entra em
contato com o corpo da válvula (quando fechada). Atualmente é o bocal mais usado.

Bocal parcial: Utilizado quando se deseja o bocal soldado ao corpo da válvula


geralmente utilizado em altas pressões e temperaturas. Também é utilizado rosqueado ao corpo
em algumas válvulas miniaturas e piloto operadas.

Nas válvulas miniaturas o bocal faz parte da base.


O orifício do bocal é o determinante da área de passagem, calculada para dar a vazão
necessária. Possui orifício cônico para facilitar a vazão do fluido.
No dimensionamento de uma válvula levamos em consideração a menor área do orifício
do bocal.

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DISCO – É a tampa do bocal. Possui uma face com excelente acabamento que em
contato com o bocal faz a vedação.
Recebe a pressão da mola através da haste comprimindo-o contra o bocal.
Sua fixação ao suporte do disco pode ser feita de várias maneiras: fios de rosca, cupilha,
anel elástico. É importante que não fique fixo ao suporte, deve “dançar” para posicionar-se
corretamente com o bocal.

SUPORTE DO DISCO – Peça que envolve o disco.


Tem função especial de aumentar a área de atuação do fluido no momento que a válvula
começa a vazar.
Em válvulas de caldeira, o suporte do disco geralmente posiciona o anel de regulagem do
diferencial de alívio, que deve ser regulado no máximo em 4% abaixo da pressão de abertura.

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Em válvulas de processo o suporte do disco não possui anel de regulagem, porém sua
geometria é responsável em manter o diferencial de alívio entre 5 a 7%.

GUIA – Peça que mantêm o alinhamento do Trim da válvula.


Pode guiar: o plugue (ou cone), a haste ou suporte do disco, dependendo do projeto.
As superfícies deslizantes são usinadas observando-se o grau de acabamento e as
tolerâncias (folgas recomendadas). Deve possuir material de baixo coeficiente de atrito.

NOTA: Os guias podem ser providos de um ou mais furos que tem a finalidade de
equalizar as pressões no castelo e corpo, principalmente no momento da atuação da válvula
(abrindo ou fechando), evitando que o fluido passe pela folga do furo central.

HASTE – Peça que transmite a força da mola ao suporte do disco (ou plugue). Tem o
formato de um eixo.

Deve-se tomar cuidado especial com a ponta da haste que possui contato esférico, a
superfície de contato com o suporte (prato) da mola e também verificar empeno.

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PARAFUSO DE CARGA DA MOLA – Tem a finalidade de comprimir a mola.
Girando no sentido horário, aumentamos a pressão de ajuste da válvula; girando no sentido anti-
horário, diminuímos a pressão de ajuste.

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PINO TRAVA – (TRAVA “GAG”) – Parafuso fixado no capuz que tem a
finalidade de “grampear” (travar) a válvula fechada. Ao rosca-lo encosta-se à extremidade da
haste, aprisionando-a. Deve-se ter o cuidado de não apertá-lo em demasia, pois danifica a haste.
É utilizado para teste hidrostático em equipamentos, onde a pressão do teste é superior a
sua pressão de abertura.
Também é utilizado como limitador de abertura, nos testes em bancada, na realização do
“POP” para pressões acima de 14 Kgf/cm ². Evita danificar as sedes.
Outra aplicação é nos testes de abertura de múltiplas válvulas em caldeiras.

FOLE – Tem as seguintes funções:

• Contrapressão não altera a pressão da abertura:


A contrapressão variável em uma válvula balanceada (com fole) não altera a pressão de
abertura.

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• O fluido não entra em contato com os internos (mola, haste, guia):
Fluidos corrosivos, viscosos, com partículas em suspensão e lamacentos são exemplos
que podem trancar o movimento da válvula, proporcionar corrosão generalizada e até alterar a
pressão de abertura.

“Toda válvula balanceada tem que ter castelo ventado”. Se o castelo for fechado, no
momento da abertura da válvula (elevação da haste) aumenta a pressão interna no castelo
dificultando o curso de abertura e consequentemente a vazão.
O castelo fechado também propicia o rompimento do fole.

Quando o fole rompe, vaza fluido pelo furo do castelo (vent.). Quando isto ocorre não
devemos simplesmente plugar o furo, mas sim, providenciar a substituição do fole.
É recomendável instalar uma válvula de bloqueio rápido, no furo do castelo. Esta ficará
sempre aberta. Ocorrendo um vazamento é só fechá-la e providenciar a liberação de válvula com
calma.
Em caso de fluidos que não podem vazar para atmosfera é necessário instalar uma
tubulação do vent do castelo para um reservatório sem pressão.

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NOTAS:

Visando facilitar o auto alinhamento dos internos, todos pontos de assentamento móveis
são geralmente esféricos: disco x suporte de disco, suporte de disco x haste, haste x suporte de
mola, suporte da mola x parafuso de carga.

A instalação de uma válvula é sempre na vertical.


O transporte também deve ser sempre na vertical. Nesta posição, não há possibilidade de
alteração da pressão de calibração.
Válvulas pequenas (miniaturas), devido pouco peso dos internos, podem repousar
deitadas sem perigo de descalibração.

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ANEL DO BOCAL – Tem a finalidade de proceder o “POP” da válvula em bancada.
Para realizar o “POP” basta elevar o anel até seu ponto máximo e baixar um a dois
dentes.
A posição correta do anel do bocal é indicado pelo fabricante. Na falta desta informação,
deve ser observada a posição deste, na desmontagem da válvula.
Alguns fabricantes indicam, para fluidos incompressíveis, deixar o anel do bocal na
posição mais baixa.
Caso não haja nenhuma indicação quanto à posição do anel deve-se ajustar a metade do
número de dentes para fluidos compressíveis e ¾ do número de dentes, ou mais, para fluidos
incompressíveis.
Pode influenciar no fechamento da válvula, porém não é sua função exclusiva.
Também pode auxiliar no amortecimento do fechamento da válvula.

ANEL DO DIFERENCIAL DE ALÍVIO – Anel localizado junto ao suporte do


disco, utilizado normalmente em válvulas de caldeira (ASME I).
Tem a finalidade de regular o fechamento da válvula, mantendo um diferencial entre a
abertura e o fechamento da mesma de no máximo 4% .
A posição correta do anel do diferencial de alívio também é indicado pelo fabricante,
porém todas válvulas de caldeira devem ser testadas com a própria caldeira em operação.
Não existe regulagem de anéis em bancada de testes.

NOTA: o parafuso trava dos anéis do bocal e diferencial de alívio quando devidamente
apertado não pode comprimir os anéis. Deve-se, após aperto deste parafuso, verificar se os anéis
apresentam “folga”.

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TIPOS DE VÁLVULAS DE SEGURANÇA E/OU ALÍVIO DE
PRESSÃO

As válvulas podem ser classificadas de diversas maneiras:

QUANTO AO CÓDIGO ASME

ASME I: São as válvulas de caldeira.


Normalmente possuem dois anéis: o anel do bocal e o anel de regulagem do diferencial
de alívio.
Podem possuir mais um anel chamado OVERLAP – COLOR: roscado à haste, tem a
finalidade de auxiliar na regulagem do diferencial de alívio.
As válvulas de segurança do código ASME – SEÇÃO I são válvulas de grande
responsabilidade que atuam com grande precisão.

ASME VIII: São as válvulas de processo em geral.


Não possuem, ou possuem apenas um anel no bocal.
As válvulas do código ASME – SEÇÃO VIII são utilizadas em qualquer processo menos
para caldeiras. Também são válvulas de responsabilidade, porém apresentam maiores tolerâncias
para sua atuação.

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QUANTO AO TIPO DE SEDE

Sede Metálica: vedação bocal x vedação disco são metálicos. Deve possuir excelente
acabamento superficial (lapidação) nas sedes de vedação (assentamento).
O teste de vedação da válvula é verificado com a pressão 10% abaixo de pressão de
ajuste da válvula. A vedação metal x metal é a mais utilizada.

Sede Resiliente: uma ou as duas sedes (bocal e/ou disco) é assentamento macio que
pode ser de borracha nitrílica (elastômero), teflon (fluoretileno), viton (fluorelastômero), kalrez
(perfluorelastômero), entre outros.
É indicado quando o processo não permite vazamentos (exige-se a máxima
estanqueidade)

Características negativas:
• Uso limitado pela temperatura;
• Menor resistência mecânica (fácil erosão).

Aplicações:
• Fluidos de difícil confinamento;
• Pressão de operação muito próxima a pressão de abertura;
• Vibrações excessivas;
• Fluidos com partículas em suspensão;
• Fluidos corrosivos
• Fluidos que podem alterar estado físico após alívio pela válvula.

Obs.: Teflon em baixa pressão de calibração (abaixo de 8Kgf/cm²) não apresenta boa
vedação. Pode ser lapidado.

QUANTO AO TIPO DE CAPUZ

QUANTO AO USO DA ALAVANCA

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QUANTO AO TIPO DE CASTELO

Castelo aberto: Ideal para válvulas usadas em altas temperaturas. Ocasiona a


refrigeração natural da mola: Com temperatura mais baixa o material pode ser menos nobre, e
assim mais barato em termos de custos.

Castelo fechado: A mola fica protegida dentro do castelo. A mola fica menos
susceptível as variações do ambiente.
Nota: A válvula pode ser provida de ESPAÇADOR: peça intermediária entre corpo e
castelo que tem a finalidade de diminuir a passagem da temperatura do corpo para a parte
superior: castelo, mola e haste.

QUANTO AO BALANCEAMENTO

Válvula Convencional: A contrapressão altera a pressão de abertura, logo, não


possui fole. Não pode ser utilizada em sistemas de contrapressão superimposta variável.
Não é indicado para fluidos corrosivos, viscoso, partículas (sólidos) em suspensão e
lamacentos.
Existem válvulas convencionais com castelo aberto, desde que o fluido possa vazar para a
atmosfera. São válvulas que quando abertas, descarregam para atmosfera.

Válvula Balanceada: São válvulas projetadas de tal modo que a contrapressão não
tem influência na pressão de abertura. Podem ser de dois tipos: balanceadas com pistão
(normalmente miniaturas, pequenas) ou com fole. Seu castelo é sempre ventado.
Indicado para contrapressões variadas, fluidos corrosivos, viscosos, com partículas
(sólidos) em suspensão e lamacentos.

38
QUANTO AO MATERIAL

Normalmente o material do corpo, castelo e capuz é: WCB, C5, CF8 ou CF8M.


O material dos internos pode ser: AISI 304, AISI 316 ou AISI 410.
As sedes de vedação com enchimento de Stellit é indicado quando se necessita aumentar
a dureza superficial. É aplicado em fluidos com sólidos em suspensão ou para diminuir a
influência da erosão nas sedes de vedação (em especial nos discos).

VÁLVULAS COM ASSENTAMENTO EM 45º

São válvulas de difícil lapidação. A lapidação é de cunho pessoal podendo ser realizada
com sede e disco ou com auxilio de dispositivos de alumínio ou ferro fundido.
Não é indicado, no teste de abertura em bancada, dar “POP” nestas válvulas, porque
danificam suas sedes.

39
VÁLVULA PILOTO OPERADA

É composta de uma válvula principal que é comandada (controlada) por uma pequena
válvula piloto.
A função da válvula piloto é acionar a válvula principal, quando solicitada pela elevação
da pressão, por onde vai escoar o fluido contido no equipamento protegido pela válvula.
A pressão de abertura da válvula piloto operada não é afetada pela contrapressão porque
esta atua apenas radialmente no pistão da válvula principal. Pode ser utilizada com contrapressão
até 90% da pressão de abertura.

São indicadas para as seguintes situações:


• Altas pressões;
• Grandes capacidades de vazões;
• Pressão de operação muito próxima à pressão de ajuste da válvula;
• Contrapressões elevadas;
• Excelente estanqueidade devido vedações resilientes;
• Precisão na abertura e fechamento;
• Aplicações de elevada vibração.

Não são indicadas nas seguintes situações:


• Fluido com partículas em suspensão, devido orifícios de passagem muito
pequenos;
• Fluido com alta viscosidade;
• Temperaturas elevadas.

IMPORTANTE:
- Pertence ao código ASME VIII.
- Fluidos: Gás, Vapor, Líquido.
- Temperatura limitada em seus anéis de vedação.
- Necessita das vedações fornecidas pelo fabricante sempre que haver manutenção.

40
41
42
DISCO DE RUPTURA

Disco de Ruptura é um diafragma (membrana) fino, normalmente mantido em um


alojamento especial, tendo como finalidade proteger o equipamento quanto à elevação de
pressão.
Discos agem como "um ponto fraco” projetado em um sistema de pressão.
Os materiais mais usados para fabricação da membrana são: alumínio, aço inoxidável,
inconel, monel, níquel, prata, platina, hastelloy, tântalo e titânio.
Os tamanhos são de ½” até 24” (alguns fabricantes ultrapassam este tamanho)
As pressões vão de em média 0,7kgf/cm² até valores acima de 127kgf/cm² .
As temperaturas sob as quais os discos operam variam de –420F a +1000F.
Podem ser usados individualmente ou em conjunto com válvulas de segurança e ou
alívio. Usados individualmente, quando rompem, tem que ser substituídos, pois não possuem
fechamento.

As características positivas são: vedação estanque, precisão de abertura (rompimento) e


grande capacidade de descarga.
Como característica negativa, está a grande variação da pressão de abertura (rompimento)
em função da variação da temperatura.

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Aplicação:
• Fluidos corrosivos (proteger internos das válvulas contra ataque químico);
• Fluidos que polimerizar;
• Fluidos viscosos;
• Fluidos lamacentos;
• Fluidos que provocam cristalização;
• Para válvulas ou sistemas que apresentam dificuldade de vedação.

O disco de ruptura instalado à montante da válvula de segurança e alívio, para fluidos que
tendem a polimerizarem, deve ser o determinante na pressão de abertura da mesma, pois a
válvula deve ser calibrada com pressão ligeiramente abaixo do disco.
O disco de ruptura instalado à jusante da válvula é indicado para eliminar a contrapressão
e fluidos indesejáveis nos internos da válvula. Neste caso, a válvula é determinante na abertura,
ou seja, o disco possui calibração ligeiramente abaixo da válvula.
O espaço entre o disco de ruptura e a válvula é provido de um manômetro com ponteiro
de arrasto, cuja finalidade é detectar algum vazamento. Este sistema requer inspeção constante.
O código ASME, seção VIII , divisão 1, estabelece as regras para o uso de discos de
ruptura para um vaso de pressão. É proibido utilizar discos de ruptura em caldeiras.

EXISTEM DOIS TIPOS BÁSICOS DE DISCO DE RUPTURA

Convencional:
Precisão: + ou – 5%
Usado para líquidos e gases
Produzem fragmentos
Existem atualmente discos de ruptura fabricados com sulcos na membrana (vincados),
que não produzem fragmentos.

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Reverso:
Precisão: + ou – 2%
Não é indicado para líquidos
Não produzem fragmentos
Há uma lâmina (facas) que auxiliam o corte do disco, dividindo-se em várias fatias que
ficam presas ao suporte do disco.
Também podem possuir sulcos na membrana (vincados).

NOTA: A concavidade tem a finalidade de dar precisão na abertura (rompimento do


disco).

INSPEÇÃO

Os discos de ruptura são inspecionados visivelmente, quanto a danos provocados por


fadiga, corrosão ou material estranho que possa afetar adversamente o desempenho do disco.
Como não podem ser testados, devem ser substituídos, com base nas recomendações dos
fabricantes e experiência.
Discos instalados em conjunto com válvulas somente podem ser inspecionados quando as
válvulas são removidas para revisão.
Verificar a indicação do sentido de fluxo do fluido.

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VÁLVULA DE SEGURANÇA CONDIÇÃO DE FOGO

São válvulas que não são utilizadas para alívio de pressão do processo, e sim para alívio
de pressão oriunda de variações térmicas do sol ou algum outro equipamento próximo irradiando
calor (pegando fogo).
São utilizadas com pressão de alívio (sobrepressão) de 21% acima da PMTA.

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Exemplos de aplicações:

Vaso estacionário ligados ou não ao processo, porém sujeito a variações térmicas que, por
conseguinte, alteram a pressão em seu interior.

Por ser uma válvula que não tem a finalidade de proteção contra elevação de pressão do
processo, podemos encontrarmos um equipamento com duas válvulas: uma para proteção do
processo; outra, com pressão de abertura mais elevada para condição de fogo.

PMTP do vaso: 100


Pressão de abertura da válvula segurança processo = 100
Pressão de abertura da válvula de condição de fogo = 110
(110+10% = 121 – pressão de alívio).

No exemplo acima temos duas válvulas. Podemos ter uma única válvula para atender o
processo e condição de fogo. Neste caso a sobrepressão é 10%. O equipamento está ainda mais
protegido.
O inconveniente é que talvez fosse necessário uma válvula muito grande. Observar que
uma válvula não pode operar com menos de ¼ de sua capacidade de vazão.

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VÁLVULA DE ALÍVIO DE PRESSÃO E VÁCUO E
CORTA-CHAMAS

As válvulas de alívio de pressão e vácuo e corta chamas podem ser do tipo combinados,
conforme as figuras acima, ou apresentarem-se separadamente.

As válvulas de alívio de pressão e vácuo são mecanismos instalados nos respiros dos
tanques de armazenagem de teto fixo para produtos inflamáveis e contaminantes do meio
ambiente. Tem a função de diminuir as perdas por evaporação dos produtos estocados
(economia) e, conseqüentemente, seus efeitos poluentes.
Evitam a formação de vácuo e pressão excessivos (acima da capacidade do tanque de
armazenamento). Possuem sempre um obturador de pressão e um obturador de vácuo.
Quanto maior for a pressão de abertura da válvula de pressão e vácuo, menor será a perda
por evaporação.

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As válvulas corta-chamas têm a função de proteção dos tanques de armazenamento e
tubulações (instalações) contra os fenômenos ligados ao fogo.
De acordo com o fluido, as dimensões de instalação e o processo a ser protegido, podem
se desenvolver quatro fenômenos ligados ao fogo e que requerem válvulas corta-chamas
específicas: explosão externa, combustão contínua, explosão interna e detonação.

O princípio de funcionamento do corta-chamas baseia-se na capacidade de transferência


de calor, de maneira que os próprios gases efluentes resfriam a colméia. Devido esfriamento dos
gases em contato com a “colméia” a chama se extingue.

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Aplicação
Respiros de tanques de armazenamento que possuem fluidos inflamáveis, que causam
poluição ambiental, e alto valor econômico. Fora destas aplicações os respiros podem ser
abertos.

Manutenção
Com o passar do tempo depósitos podem obstruir as passagens (em especial nas
colméias) ou trancar a livre movimentação dos obturadores, prejudicando o desempenho da
válvula. Consiste principalmente na limpeza de todos componentes da válvula.
Devido responsabilidade de sua função é importante estabelecer um plano de inspeção
periódica no campo e manutenção nas oficinas.
Atenção: todas as válvulas de alívio de pressão e vácuo são fornecidas com os
obturadores travados com papelão, para evitar danos nas superfícies de vedação. No ato da
instalação da válvula no campo, estes, devem ser retirados.

50
51
TESTE DE ABERTURA E CALIBRAÇÃO DE VÁLVULAS
INSTALADAS NA PLANTA DE PROCESSO

Existem situações em que se faz necessário verificar, confirmar e calibrar válvulas na


planta de processo sem removê-las.
Este teste de abertura e calibração no campo visa à certificação da pressão de abertura
não sendo realizado a manutenção da válvula propriamente dita, nos casos de suspeita de que a
válvula esteja descalibrada ou que esteja na data da revisão (inspeção interna). Portanto, este
teste é considerado válido para efeitos de NR 13.
Diminui os custos de manutenção, pois a válvula não é removida do equipamento que
está protegendo, e este, mantêm-se em operação (pressão) normal de trabalho. Em vários
projetos as válvulas não possuem bloqueios e nesta situação a sua remoção implicaria em uma
parada de unidade.
Atualmente, existem várias empresas que realizam este procedimento e possuem
equipamentos próprios (calibrador de PSV’s) para os testes.

52
CALIBRADOR DE PSV’S

53
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Como já vimos anteriormente neste trabalho, temos uma força atuando no disco
resultante da pressão do equipamento protegido. Temos também, a força da mola que mantêm a
válvula fechada. Com a elevação da pressão, a força no disco aumenta e quando se igualar com a
força da mola a válvula começa a vazar e imediatamente abre.
Com a planta de processo em operação normal, instala-se o calibrador de PSV’s na haste
e castelo da válvula. Sua função é gerar uma força da tração na haste.
Quando a força de tração realizada na haste, através do macaco hidráulico do calibrador
de PSV’s mais a força no disco realizada pela pressão de operação igualar com a força da mola, a
válvula começa a vazar e em seguida abre.

É necessário para determinação da pressão de abertura da válvula os seguintes dados:


• Área de atuação da pressão de operação no disco. Veja desenho do disco abaixo.
• Pressão de operação.
• Força de tração aplicada na haste da válvula medida pela célula de carga do
calibrador de PSV’s no momento da abertura da válvula.

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FÓRMULA

Força de Tração ÷ Área do disco + Pressão de Operação = Pressão de Abertura da válvula

O calibrador de PSV’s é utilizado em válvulas convencionais, sem contrapressão


(descarga para atmosfera), e válvulas balanceadas. Devido ser necessário à remoção do capuz
não é indicada para válvulas convencionais com contrapressão.
A pressão de operação deve ser no mínimo de 70% da pressão de abertura.
Devem-se prever dispositivos para fechar a válvula em caso desta trancar aberta, após
atuação.
Para fluidos nocivos prever proteção respiratória. Realizar Análise Preliminar de Risco.

55
PERIODICIDADE PARA REVISÃO DAS VÁLVULAS DE
SEGURANÇA E/OU ALÍVIO DE PRESSÃO

Todas as válvulas de segurança e/ou alívio devem fazer parte de um programa (software)
que estabeleça a freqüência de inspeção e informe as datas das últimas e próximas
inspeções/manutenções, bem como relatar os trabalhos efetuados e respectivos responsáveis.

A periodicidade de revisão está baseada nos seguintes:


• N-2368 (Inspeção, manutenção, calibração e teste de válvulas de segurança e/ou alívio);
• NR-13 (Caldeiras e vasos de pressão)

1) Conforme N-2368, as válvulas podem ser classificadas em quatro


grupos:

CLASSE A: válvulas que sofrem incrustações, colagem, entupimento, corrosão


agressiva que possa interferir na sua atuação normal. Necessitam freqüentemente de manutenção
corretiva.
-Prazo máximo de inspeção é um ano.

CLASSE B: válvulas sujeitas a reduzido desgaste por parte do fluido.


-Prazo máximo de inspeção é dois anos.

CLASSE C: válvulas que mantêm contato com fluidos limpos.


Não apresentam risco de colagem, entupimento ou desgaste dos materiais em contato
com fluido.
-Prazo máximo de inspeção é quatro anos.

CLASSE D: devido confiável histórico de recepção e manutenção que comprovem


poder atender em um prazo maior que a classe C.
-Prazo máximo de inspeção é seis anos.

NOTA: Para válvulas novas, que não possuem histórico do local da instalação, deve ser
utilizado o prazo da classe “A” para a primeira inspeção interna.
Os prazos indicados acima não devem ser maiores que os indicados na NR13.

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2) Conforme NR-13, as válvulas são classificadas em duas categorias:

A) CATEGORIA DE VASOS DE PRESSÃO

Os vasos de pressão são classificados em CATERORIAS em função do cruzamento do


GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO e a CLASSE DO FLUIDO, conforme segue:

GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO

• GRUPO 1: P x V maior ou igual a 100


• GRUPO 2: P x V menor que 100 e maior ou igual a 30
• GRUPO 3: P x V menor que 30 e maior ou igual a 2,5
• GRUPO 4: P x V menor que 2,5 e maior ou igual a 1
• GRUPO 5: P x V menor que 1

NOTAS:
• Considerar Volume em m³ e Pressão em MPa .
• Considerar 1 MPa correspondendo à 10,197 Kgf/cm² .

CLASSE DE FLUIDO

• CLASSE A:
Fluidos inflamáveis;
Combustível com temperatura igual ou superior a 200°C;
Fluidos tóxicos com limite de tolerância menor ou igual a 20ppm.
Hidrogênio;
Acetileno.

• CLASSE B:
Fluidos combustíveis com temperatura menor que 200°C;
Fluidos tóxicos com limite de tolerância maior que 20 ppm.

• CLASSE C:
Vapor de água;
Gases asfixiantes simples;
Ar comprimido.

• CLASSE D:
Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou “C”, com temperatura superior
a 50ºC .

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CLASSE GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO
DE 1 2 3 4 5
FLUIDO
CATEGORIAS
A I I II III III
B I II III IV IV
C I II III IV V
D II III IV V V

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DE VASOS DE PRESSÃO

Para estabelecimentos que não possuem “SPIE” Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos.

CATEGORIA EXAME EXAME TESTE


DO VASO EXTERNO INTERNO HIDROSTÁTICO
I 1 ano 3 anos 6 anos
II 2 anos 4 anos 8 anos
III 3 anos 6 anos 12 anos
IV 4 anos 8 anos 16 anos
V 5 anos 10 anos 20 anos

Para estabelecimentos que possuem “SPIE” Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos.

CATEGORIA EXAME EXAME TESTE


DO VASO EXTERNO INTERNO HIDROSTÁTICO
I 3 anos 6 anos 12 anos
II 4 anos 8 anos 16 anos
III 5 anos 10 anos a critério
IV 6 anos 12 anos a critério
V 7 anos a critério a critério

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OBS.: as válvulas de segurança dos vasos de pressão devem ser desmontadas, inspecionadas e
recalibradas (revisão) por ocasião do exame interno periódico.
No exame externo verifica-se: instalação no local correto, existência de plaqueta e dados
de identificação corretos, existência de raquetes, estado dos lacres, drenos do corpo e tubulação
descarga desobstruídos, alavanca corretamente posicionada e em condições de uso, bloqueios das
válvulas estão devidamente lacrados ou sem volantes e na posição aberta, livre acesso, estado de
conservação.

B) CATEGORIA DE CALDEIRAS

Pressão
(Kgf/cm²) Periodicidade:
C/ SPIE: Revisão 30m e T.Ab. 12m
Categoria A S/ SPIE: Revisão 24m e T.Ab. 12m

19,98

C/ SPIE: Revisão 18m e T.Ab. 12m


B S/ SPIE: Revisão 12m
Acionar alavanca uma vez por mês.

5,99
C/SPIE: Rev. 18m e T.Ab. 12m
C S/SPIE: Revisão 12m
Acionar alavanca uma vez mês.

100 Volume
interno
(L)

NOTA: Caldeias especiais: são assim denominadas as caldeiras que operam de forma contínua e
que utilizam gases ou resíduos das unidades de processo como combustível principal. Caldeiras
especiais com SPIE pode-se chegar a: Revisão: 40 meses e Teste de Abertura 12 meses.

59
REMOÇÃO DE VÁLVULA DE SEGURANÇA E/OU ALÍVIO
DE PRESSÃO PARA REVISÃO
(INSPEÇÃOINTERNA)

Para o profissional habilitado realizar a remoção de uma válvula, deve, sempre, ter em
mãos o documento com as informações técnicas necessárias (F.D.). As informações mais
importantes são:

• TAG da Válvula;
• Fabricante;
• Modelo;
• Número de Série;
• Bitola;
• Pressão de Calibração;
• Temperatura;
• Pressão de Operação;
• Contrapressão;
• Fluido;
• Localização;
• Equipamento protegido.

No ato da remoção da válvula o profissional deve certificar-se de que a válvula a ser


removida é a identificada na F.D., segundo as informações acima.

Verificar e certificar-se:

• Que o equipamento protegido (vaso, tubulação) está despressurizado ou a(s)


válvula(s) de bloqueio está(ão) fechada(s).
• Que a Permissão de Trabalho está devidamente preenchida e autorizada.

Na remoção e transporte para a oficina mecânica deve-se tomar as devidas precauções


no manuseio, evitando choques, vibrações e manter em pé na posição vertical (exceção pode ser
feita às válvulas miniaturas quando em repouso).

60
Certifique-se de que a válvula retornará para o mesmo local na instalação, mesmo que
seja realizado por outro profissional. Isto pode ser feito com instalação de plaquetas de
identificação instaladas no local.
No ato da remoção das válvulas certificar-se que as tubulações não estejam tencionando-
as. Tubulações tencionadas podem: descalibrar a válvula, prejudicar a estanqueidade, desalinhar
os componentes internos prejudicando o perfeito funcionamento, propiciar vazamentos pelas
juntas de vedação e trincar e/ou quebrar o corpo e flanges da válvula.
Logo após a remoção das válvulas deve-se inspecionar as tubulações e flanges de entrada
e saída quanto a corrosão ou presença de depósitos que possam interferir no perfeito
funcionamento da válvula.

Registrar qualquer irregularidade encontrada, sempre.

PARALELISMO

1,5

Paralelismo - Tolerâncias
Diametro Nominal
Erro máximo
do Flange
Até 6" 0,5 mm
Acima de 6" até
1,0 mm
12 "
Acima de 12" até
1,5 mm
24"
Acima de 24" 2,0 mm

61
TESTE DE RECEPÇÃO

Teste de verificação da pressão de calibração, vedação e avaliação do funcionamento da


válvula em bancada de teste, normalmente na oficina de manutenção.
O teste de recepção é de fundamental importância, pois tem como objetivo verificar o
estado de funcionamento das válvulas. Um confiável e comprovado histórico de recepção e
manutenção tem por fim confirmar, aumentar ou reduzir os prazos de revisão. Também visa
garantir a confiabilidade da planta de processo.

Com a chegada da válvula na oficina deve-se verificar a existência de depósitos oriundos


de corrosão ou fluido e obstruções que vão impedir o funcionamento correto.
Submeter a válvula à pressão até abrir e anotar a pressão de calibração. Caso a válvula
não abra até 1,2 vezes a pressão de calibração identificada na F.D, deve-se interromper o teste.
Após sua abertura realizar teste de vedação com a válvula a 90% de sua calibração.
Anotar a calibração encontrada e todas irregularidades observadas durante o teste.
As válvulas somente estão dispensadas de testes de recepção em condições excepcionais
como: molas quebradas, obstrução total do bocal, fluidos muito viscosos.

62
REVISÃO

Antes da desmontagem, executar inspeção visual verificando: lacre, condições dos


flanges, corrosão, danos mecânicos, placa de identificação.
Também se deve anotar a(s) posição(ões) do(s) anel(is) do diferencial de alívio, ou na
montagem seguir as orientações do fabricante.
Após desmontagem, proceder a limpeza adequada. Examinar cuidadosamente os internos
quanto a desgaste, corrosão e deformação.

• Corpo, castelo e capuz: avaliar quanto à corrosão, possíveis trincas, erosão e


outras avarias, verificar superfícies roscadas e de vedação, verificar pintura geral.

• Bocal e disco: inspecionar superfícies de assentamento procurando determinar


possíveis causas de avarias. Remoção máxima de material 0,2 mm nas superfícies de
vedação. Lapidar sedes.

• Molas: inspecionar visualmente quanto a corrosão e trincas, fazer teste de


paralelismo e perpendicularidade , avaliar folga da mola com suportes da mola.

• Guia da haste, suporte do disco: verificar estado das superfícies e desgastes,


verificar folgas admissíveis.

• Haste: inspecionar quanto ao empenamento, corrosão e desgaste. Verificar e, se


necessário, lapidar os contatos esféricos.

• Fole: realizar teste de vedação verificando se há furos ou trincas. Avaliar possíveis


deformações.

• Parafusos, porcas e plugues: inspecionar roscas quanto à corrosão e desgaste.

A limpeza é essencialmente importante na montagem da válvula. Todas as peças devem


estar limpas em especial as partes guiadas e superfícies de vedação do bocal e disco. Uma
impureza qualquer pode causar danos e má operação à válvula.
Todas as juntas devem ser substituídas. Atentar para a espessura recomendada pelo
fabricante e características do fluido.

Anotar todas as irregularidades e informações consideradas relevantes.

63
LAPIDAÇÃO

As válvulas têm suas superfícies de vedação lapidadas com a melhor qualidade possível,
e examinadas através de cristal óptico e fonte de luz monocromática, garantindo as melhores
características de vedação.
Utiliza-se para o serviço de lapidação geralmente blocos de ferro fundido, alumínio ou
metal patente com superfícies perfeitamente planas, usando-se o método convencional de
lapidação com pastas diamantadas.

Montar a válvula com atenção, em ambiente limpo e apropriado, seguindo as


recomendações dos fabricantes e boas práticas de manutenção mecânica.
Prover torque apropriado e eqüidistante nos parafusos. Os parafusos devem sobressair as
porcas de um a três filetes de rosca.
A posição do parafuso de carga da mola e anéis de regulagem são referências para o
posicionamento dos componentes em questão, na mesma condição em que a válvula estava antes
da desmontagem.
Lapidar, se necessário, todos contatos esféricos (pontos de apoio). Lubrificantes
adequados devem ser utilizados para proteger e minimizar o atrito das partes móveis.

64
TESTES DE CALIBRAÇÃO EM BANCADA

Com o anel de regulagem do bocal baixo ajustar a pressão de calibração da válvula


(aproximar). Após esta etapa elevar o anel até o ponto mais alto e baixar de um a dois dentes
para calibrar a válvula definitivamente no momento do “POP”. Repetir está abertura por três
vezes, verificando a precisão e repetibilidade. Posicionar o(s) anel(is) do diferencial de alívio
conforme orientação do fabricante.
Sempre que houver necessidade de reajuste no parafuso de carga da mola, a pressão deve
ser reduzida a pelo menos 50% da pressão de calibração. Para movimentar o(s) anel(is) do
diferencial de alívio, baixar ao máximo a pressão ou movimenta-los pelo orifício do parafuso de
fixação do anel. Para ajustar o(s) anel(is) de uma válvula em teste em uma caldeira deve-se
grampear a válvula.
Realizar teste de vedação com pressão 10% abaixo da pressão de calibração. Pode ser do
tipo qualitativo (bolha de sabão no flange de descarga) ou quantitativo (medição do vazamento).

NOTA: Atenção especial deve ser dado aos manômetros utilizados, pois devem estar
em perfeito estado e com seus certificados atualizados. Devem possuir a precisão requerida, do
tipo instrumento, faixa com espelho ao fundo (para evitar erro de paralaxe) a ser utilizado na
faixa de 25% a 75% de sua escala.

65
TESTE DE VEDAÇÃO DAS JUNTAS E FOLE

Para testar a integridade das juntas e fole (se houver) deve-se pressurizar a descarga da

válvula com pressão de 2,1 Kgf/cm² ou valor da contrapressão, o que for maior. Com solução de

água e sabão verificar todos os pontos com possibilidade de vazamentos.

Pode-se também, aplicar a pressão de 0,5 Kgf/cm² no furo roscado do castelo (vent) para

avaliar a integridade do fole.

LACRE

Após calibração da válvula conforme F.D. e aprovação, a mesma deve ser lacrada.

O material do lacre deve ser compatível com as condições de operação e tempo de

campanha.

Deve existir lacre no capuz e parafusos trava do anel de ajuste do diferencial de alívio

(quando houver).

A finalidade do lacre é assegurar a inviolabilidade da válvula.

66
INSTALAÇÃO

Após calibração, testes de vedação em bancada na oficina e instalação do lacre, proceder


a instalação da válvula.
Como são instrumentos de responsabilidade, que podem descalibrar facilmente, tomar
todas as precauções no manuseio evitando choques, vibrações, poeiras e manter em pé na
posição vertical (exceção pode ser feita as válvulas miniaturas).

• Certificar-se da instalação no local correto;


• Realizar aperto das porcas defasadas e com toque apropriado,
• Avaliar a especificação das juntas utilizadas;
• Os parafusos devem sobressair às porcas de um a três passos de rosca.

Verificar e certificar-se:

• Que o equipamento protegido (vaso, tubulação) está despressurizado ou a(s)


válvula(s) de bloqueio está(ão) fechada(s);

• Que a Permissão de Trabalho está devidamente preenchida e autorizada.

67
REGISTRO DE INSPEÇÃO

O registro de inspeção tem a finalidade de documentar todas intervenções mecânicas e


inspeções efetuadas.
Devem-se registrar todas irregularidades encontradas, valores de calibração encontrados e
deixados, principais aspectos de manutenção, substituição de peças, datas e todos profissionais
envolvidos na manutenção e inspeção (executantes e responsáveis).
É de fundamental importância manter o histórico, saber o tipo de deterioração e definir a
freqüência de inspeção, de acordo com o teste de recepção e as avaliações no decorrer da
manutenção.

68
MÁXIMO VAZAMENTO PARA VÁLVULAS COM VEDAÇÃO
METAL-METAL, TESTADA COM AR OU NITROGÊNIO
(BOLHAS/MINUTO).

Pressão calibração (Kgf/cm²) Orifício F e menores Orifícios maiores que F


1,05 – 70,31 (convencional) 40/50 (balanceada) (convencional) 20/30 (balanceada)
105,44 60 30
140,63 80 40
175,81 100 50
211 100 60
281,26 100 80
351,62 100 100
421,88 100 100

1 –TUBING de 5/16” (7,9mm) de diâmetro externo com parede de 0,35” (0,89mm). A


extremidade do TUBING deve ter corte reto e liso.
2 – 1/2” (12,7 mm) abaixo da superfície da água.
3 – Tampa.

69
NOTAS:
Após o teste de calibração da válvula, abaixar a pressão a 90% .
O fluido utilizado é ar ou nitrogênio. Para as válvulas que trabalham com fluidos
incompressíveis pode-se utilizar água. Neste caso não deve apresentar vazamentos
durante três minutos.
Iniciar a contagem das bolhas, a partir do aparecimento da primeira bolha. Se durante
cinco minutos não for detectado a presença de vazamento, o teste de estanqueidade está
aprovado.
Para válvulas com sedes resilientes não se admite vazamento.

TOLERÂNCIA DA PRESSÃO DE
CALIBRAÇÃO/ABERTURA

O ASME VIII fixa as seguintes tolerâncias para pressão de CALIBRAÇÃO/ABERTURA


(Válvula de Processo)

Pressão de Calibração Tolerância


Até 70 psig (4,92 Kgf/cm²) ± 2 psi (0,14 kgf/cm²)
Maior que 70 psi (4,92 Kgf/cm²) ± 3%

O ASME I fixa as seguintes tolerâncias para pressão de CALIBRAÇÃO/ABERTURA


(Válvula de Caldeira)

Pressão de Calibração Tolerância


Até 70 psi (4,92 Kgf/cm²) ± 2 psi (0,14 Kgf/cm²)
Acima de 70 psi até 300 psi (4,92 a 21,09 Kgf/cm²) ± 3%
Acima de 300 psi até 1000 psi (21,09 a 70,31 Kgf/cm²) ± 10 psi (0,70 Kgf/cm²)
Acima de 1000 psi (70,31 Kgf/cm²) ± 1%

70
DADOS TÉCNICOS DOS FABRICANTES

CORREÇÃO DEVIDO A TEMPERATURA

Temperatura de Operação % de acréscimo na pressão de calibração em


bancada à temperatura ambiente

VÁLVULAS FARRIS
- 267 a 93 ºC [ - 448 a 200 ºF ] 0
94 a 232 ºC [ 201 a 450 ºF ] 2%
233 a 482 ºC [ 451 a 900 ºF ] 3%
483 a 660 ºC [ 901 a 1220 ºF ] 4%

VÁLVULAS CONSOLIDATED
- 29 a 121 ºC [ - 20 a 250 ºF ] 0
122 a 538 ºC [ 251 a 1000 ºF ] 3%

VÁLVULAS CROSBY
0 a 65 ºC [ - 32 a 150 ºF ] 0
66 a 315 ºC [ 151 a 600 ºF ] 1%
316 a 426 ºC [ 601 a 800 ºF ] 2%
427 a 538 ºC [ 801 a 1000 ºF ] 3%

VÁLVULAS AERRE
- 200 a 90 ºC [ - 330 a 194 ºF ] 0
91 a 230 ºC [ 195 a 446 ºF ] 2%
231 a 480 ºC [ 447 a 896 ºF ] 3%
481 a 650 ºC [ 897 a 1200 ºF ] 4%

VÁLVULAS W. BURGER
- 30 a 121 ºC [ - 22 a 250 ºF ] 0
121 a 538 ºC [ 251 a 100 ºF ] 3%
> 538 ºC [ > 538 ºF ] 5%

71
ALGUMAS POSIÇÕES DE ANÉIS DO BOCAL
E DIFERENCIAL DE ALÍVIO

VÁLVULAS FARRIS
Séries 2600 e 2900
Ar e Gases

Pressão NÚM. DE Pressão NÚM. DE Pressão NÚM. DE


Abertura PSIG DENTES Abertura PSIG DENTES Abertura PSIG DENTES
15 ou menos 2 225 20 1001 - 6000 9% da
Pr.Abert (*)
40 4 270 25
65 6 365 30
85 8 450 40
110 10 550 50
135 12 600 60
145 14 675 70
175 16 825 80
190 18 1000 90
(*) Número de dentes = (PSI) x 9/100

Séries 2600 e 1900


Aplicação com vapor de água saturado

TAMANHO ORIFÍCIO SÉRIE 2600 TAMANHO ORIFÍCIO SÉRIE 1900


Nº de dentes Nº de dentes
(% Pr. Abertura) (% Pr. Abertura)
D até J 25 F até J 25
K 15 2K3, 2 1/2K4 10
3L4 15 3K4 15
4L6 25 2 1/2L4, 3L4 15
M 25 4L6 25
NeP 30 M 25
Q, R e T 25 NeP 30
QeR 25
Número de dentes = % Pr. Calibração (PSI) / 100

Série 2745: 2 entalhes (para todas as pressões, até máximo de 200 PSI).

72
VÁLVULAS CONSOLIDATED
Tipo 1900 e 1900 – 30

POSIÇÃO ABAIXO DO CONTATO COM O DISCO


ORIFÍCIO PRESSÃO ATÉ 100 PSIG PRESSÃO ACIMA 100 PSIG
D, E, F, G 4 dentes 7 dentes
H, J 5 dentes 9 dentes
K 6 dentes 14 dentes
L 6 dentes 18 dentes
M, N 7 dentes 20 dentes
P 8 dentes 24 dentes
Q 10 dentes 28 dentes
R 28 dentes 36 dentes
T 30 dentes 38 dentes

VÁLVULAS CROSBY
Modelos HS/HSA e HC/HCA
ORIFÍCIO ANEL DO BOCAL ANEL DE GUIA
D -5 L
E -5 L
F -5 L
G -7 L
H -7 L
J -7 L
K -9 +10
K2 -9 +10
L -10 +10
M -12 +10
M2 -12 +10
N -12 +20
P -12 +20
Q* -9 +L
R** -10 +L
T** -10 +L

* Para pressões acima de 14 Kgf/cm² (200 psi): anel do bocal –9 e anel de guia +20
** Para pressões acima de 17 Kgf/cm² (100 psi): anel do bocal –12 e anel de guia +50
L – O anel de guia fica no mesmo nível da face inferior do suporte do disco.

73
MODELO JO

ORIFÍCIO DISCO SÓLIDO DISCO DE 2 PEÇAS


ANEL BOCAL ANEL GUIA ANEL BOCAL ANEL GUIA
D até J -13 L -7 L
K até Q -34 L -7 L
R até T -10 -40 -7 L

MODELO JB, JOS e JBS.

ORIFÍCIO JB JOS / JBS


ANEL BOCAL ANEL DE GUIA
D até G -15 -15
H até N -25 -15
P até T -35 -15

VÁLVULAS AERRE
Séries 2800 – Ar, Gases e Vapor.

Pressão de Abertura (Bar) Núm. De dentes Pressão de Abertura (Bar) Núm. De dentes
1 ou menos -3 25 -15
3 -2 30 -20
5 -3 38 -25
7 -4 42 -50
10 -6 47 -35
12 -8 58 -40
14 -9 70 -45
15 -10 71 a 420 70% da P.Abert
19 -12
NOTA:para as válvulas de alívio, posicionar o anel mais baixo possível.

VÁLVULAS W. BURGER.
Todos os modelos com um anel de regulagem
POSIÇÃO ABAIXO DO CANTATO COM O DISCO, NÚMERO DE DENTES.
ORIFÍCIO PRESSÃO ATÉ 100 PSIG PRESSÃO ACIMA 100
D–E 3 7
F–G 4 8
H 4 8
J 6 10
K 7 15
L 7 19
M–N 7 21
P 8 25
Q 8 32
R 30 38

74
TABELA DE ORIFÍCIOS

CROSBY SÉRIE 400000

ORIFÍCIO ÁREA DIÂMETRO


POL.² mm² POL. mm
3 0,015 9,68 0,138 3,51
5 0,084 54,19 0,327 8,31
6 0,210 135,48 0,517 13,13
7 0,329 212,26 0,647 16,44
8 0,517 333,55 0,811 20,61

API
TAMANHO DA ORIFÍCIO ÁREA DIÂMETRO
VÁLVULA
POL.² mm² POL. mm
1” x 2” D 0,110 70,97 0,375 9,51
1” x 2” E 0,196 126,45 0,500 12,69
1.1/2” x 2” F 0,307 198,06 0,625 15,88
1.1/2” x 2.1/2” G 0,503 324,52 0,800 20,33
1.1/2” x 3” H 0,785 506,45 1,000 25,40
2” x 3” J 1,287 830,32 1,280 32,52
3” x 4” K 1,838 1185,8 1,500 38,86
3” x 4” L 2,853 1840,6 1,906 48,42
4” x 6” M 3,600 2322,6 2,141 54,39
4” x 6” N 4,340 2800,0 2,351 59,72
4” x 6” P 6,379 4115,5 2,850 72,40
6” x 8” Q 11,050 7129,0 3,750 95,29
6” x 8” R 16,000 10322,6 4,510 114,67
8” x 10” T 26,000 16774,2 5,750 146,18

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BIBLIOGRAFIA

 IBP – GUIA DE INSPEÇÃO N° 10;

 NR 13 – CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO;

 ASME I, VIII;

 API;

 N-2368 – INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO, CALIBRAÇÃO E TESTE DE


VÁLVULAS DE SEGURANÇA E/OU ALÍVIO;

 CATÁLOGOS DOS FABRICANTES CROSBY, CONSOLIDATED,


LESER, ASCA e W.BURGER.

76

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