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A PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Caroline Corrêa
Fortes Chequim
O direito à inclusão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir deficiência.
Reconhecer como deve ser incluída a pessoa com deficiência.
Identificar os direitos da pessoa com deficiência.
Introdução
O direito à inclusão social da pessoa com deficiência é resultado de um
caminho de lutas, especialmente dos movimentos sociais ligados a essa
causa, de pesquisadores, deficientes e seus familiares. No percurso dessa
mobilização, a publicação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em
2015, trouxe ainda mais avanços na busca por uma sociedade inclusiva.
Neste capítulo, você vai estudar o contexto da implementação dos
direitos das pessoas com deficiência (PCDs) no Brasil, tanto no âmbito
educacional como no ambiente corporativo. Também vai conhecer as
nomenclaturas utilizadas ao longo da história dessa população no Brasil.
Além disso, você vai ver como as pessoas com deficiência devem ser
reconhecidas na sociedade, ou seja, enquanto sujeitos de uma cons-
trução histórico-social — portanto, você vai estudar o preconceito, a
discriminação e a legislação, verificando a necessidade de uma sociedade
de fato inclusiva. Por fim, você vai conhecer os direitos das pessoas com
deficiência no Brasil. Vai ver quando esses direitos surgiram e por que
ainda é necessário debatê-los no século XXI.
Deficiência
Você já deve ter lido ou escutado as pessoas com deficiência serem chamadas
de “deficientes”, “pessoas com necessidades educacionais especiais”, “pessoais
especiais”, “retardados” e tantas outras nomenclaturas impostas pela sociedade,
seja no ambiente educacional, seja no ambiente empresarial. Aranha (2006, p. 21)
2 O direito à inclusão
As Santas Casas de Misericórdia, criadas pela Igreja Católica, surgiram no Brasil em 1731,
em Salvador. Elas tinham como objetivo principal atender, acolher e assistir crianças
que eram abandonadas por seus familiares. Para que isso acontecesse e os familiares
não fossem identificados, as crianças eram colocadas nas rodas dos expostos. Do lado
de fora do edifício, a roda recebia crianças deixadas pelas famílias, que se mantinham
incógnitas. Quando era girada, a roda trazia as crianças para dentro do edifício. Assim,
as freiras as recolhiam e as assistiam nas suas necessidades, evitando que fossem
mortas (ARANHA, 1997).
Figura 1. Evolução do emprego formal de pessoas com deficiência no Brasil (2011 a 2015).
Fonte: Ministério do Trabalho (2017).
https://goo.gl/QJyQBh
8 O direito à inclusão
Até o século XIX, de acordo com Mazzotta (2001), as crianças com deficiência não tinham
direito de herdar a herança dos pais ou responsáveis falecidos, pois acreditava-se que
essas pessoas não possuíam capacidade mental para gerir o patrimônio que receberiam
de suas famílias. Todavia, com os avanços da medicina e da área clínica, observou-se
que as crianças poderiam receber a herança desde que a deficiência intelectual não
fosse severa ou profunda, podendo ser tuteladas por meio de curadores.
Nesse sentido, a Reforma Trabalhista ocorrida em 2017 no Brasil definiu que as crianças
e as pessoas com deficiência, caso não existam familiares vivos que possam assisti-las,
podem ser tuteladas por curadores nomeados pelo Ministério Público.
Leituras recomendadas
ARBEX, D. Holocausto brasileiro. São Paulo: Geração Editorial, 2013.
BRASIL. Decreto nº. 7.612, de 17 de novembro de 2011. Institui o plano nacional dos direi-
tos da pessoa com deficiência - plano viver sem limite. 2011. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7612.htm>. Acesso em:
20 ago. 2018.
BRASIL. Lei nº. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o plano nacional de educação e
dá outras providências. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CBE nº. 2, de 11 de setembro de 2001. Institui
as diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. 2001. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2018.
BRASIL. Senado Federal. Estatuto da pessoa com deficiência. Brasília: Senado Fede-
ral, 2015. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/513623/001042393.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2018.
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