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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
DISCIPLINA
DIREITOS E DEVERES
DOS CIDADÃOS
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 03
Direitos humanos ...................................................................................................... 04
A sociedade brasileira e os direitos humanos .......................................................... 07
A educação em direitos humanos ............................................................................ 09
Nomenclatura dos direitos humanos ........................................................................12
Dignidade humana ................................................................................................... 13
O conhecimento filosófico ........................................................................................ 15
Ética – definição ....................................................................................................... 19
A realidade da moralidade........................................................................................ 22
Objeto e objetivo da ética ..........................................................................................26
A importância da ética .............................................................................................. 33
Cidadania ................................................................................................................. 34
Direitos e deveres dos cidadãos .............................................................................. 35
As instituições sociais .............................................................................................. 39
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 48
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INTRODUÇÃO
O processo histórico de afirmação dos direitos das crianças e dos
adolescentes na América Latina está intrinsecamente vinculado aos valores de
respeitabilidade de direitos humanos, da democracia e da condição de Estado de
Direito dos países do referido continente.
Entendemos que não é possível fazer uma análise da situação infanto-juvenil,
sem percebermos no cenário latino americano como se está consolidando os
direitos humanos de uma maneira geral.
Da mesma forma, a democracia, mais do que uma simples orientação deve
ser considerada acima de tudo como um valor político de validação do Estado de
Direito, sob pena de pautarmos verticalmente as reflexões sobre a cidadania infantil,
caso este vetor não seja respeitado.
Por isso, essa apostila vem retratar sobre os direitos e deveres dos seres
humanos, lembrando que, quem quer o respeito deve respeitar primeiramente a si
mesmo e a seu próximo.
É com imenso prazer que oferecemos esse material didático para você, que
irá discutir sobre o papel da escola e seus caminhos de intervenção nos diversos
tipos de problemas que encontramos hoje em nossa sociedade.
Este foi escrito com muito carinho e dedicação, sendo realizadas várias
pesquisas em autores renomados para a construção do mesmo. Esperamos que
esta seja útil para a construção do conhecimento científico de todos vocês.
Por isso, escolham o melhor momento de estudar, visto que, na educação à
distância o aluno é gerenciador de suas atividades e do seu tempo empregado aos
estudos.
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DIREITOS HUMANOS
“A prática de declarar direitos significa, em primeiro lugar, que não é um fato óbvio
para todos os homens que eles são portadores de direitos e, por outro lado, significa
que não é um fato óbvio que tais direitos devam ser reconhecidos por todos. A
declaração de direitos inscreve os direitos no social e no político, afirma sua origem
social e política e se apresenta como objeto que pede o reconhecimento de todos,
exigindo o consentimento social e político” (1989, p. 20).
§1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
instrução técnico profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior,
baseada no mérito.
§2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância
e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
A SOCIEDADE BRASILEIRA E OS
DIREITOS HUMANOS
“As classes populares são geralmente vistas como „classes perigosas‟, ameaçadoras
pela feiúra da miséria, ameaçadoras pelo grande número, ameaçadoras pelo
possível desespero de quem nada tem a perder, e, assim, consolida-se o „medo
atávico das massas famintas‟. (...)
Esta é uma maneira de circunscrever a violência, que existe em toda a sociedade,
apenas aos „desclassificados‟, que, portanto, mereceriam todo o rigor da polícia, da
suspeita permanente, da indiferença diante de seus legítimos anseios” (Benevides,
2004, p. 50).
DIGNIDADE HUMANA
A dignidade da pessoa humana não é vista pela maioria dos autores como um
direito, pois ela não é conferida pelo ordenamento jurídico. Trata-se de um atributo
que todo ser humano possui independentemente de qualquer requisito ou condição,
seja ele de nacionalidade, sexo, religião, posição social etc. É considerada como o
nosso valor constitucional supremo, o núcleo axiológico da constituição.
Considerada o núcleo em torno do qual gravitam os direitos fundamentais.
Para que possa ser protegida e concedida, a Dignidade da Pessoa Humana (DPH) é
protegida pela CF/88 através dos direitos fundamentais, confere caráter sistêmico e
unitário a esses direitos.
Existem direitos fundamentais que estão mais próximos (derivações de
primeiro grau: liberdade e igualdade) e outros que estão mais afastados (derivações
de segundo grau).
A dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca, inseparável de
todo e qualquer ser humano, é característica que o define como tal. Concepção de
que em razão, tão somente, de sua condição humana e independentemente de
qualquer outra particularidade, o ser humano é titular de direitos que devem ser
respeitados pelo Estado e por seus semelhantes. É, pois, um predicado tido como
inerente a todos os seres humanos1 e configura-se como um valor próprio que o
identifica. Pode-se trazer à baila a visão antropológica de Leonardo Boff, quando do
ultraje da dignidade: Nada mais violento que impedir o ser humano de se relacionar
com a natureza, com seus semelhantes, com os mais próximos e queridos, consigo
mesmo e com Deus. Significa reduzi-lo a um objeto inanimado e morto. Pela
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O CONHECIMENTO FILOSÓFICO
O pensar
levar a uma realidade cada vez mais aprimorada. A abstração filosófica nos permite
sair da aparência para a essência.
Segundo diversas teorias, só é considerado livre o ser humano que é
autônomo, capaz de pensar por si mesmo e dar respostas originais a si próprio e ao
mundo. E acredita-se que isso é um aprendizado, ou seja, fruto de educação – é
possível por meio da educação oferecer as condições de aprimorar sua capacidade
de pensar.
O mundo é feito de ideias. As ideias são frutos do pensamento. Um pensar
pobre não produz ideias, gera um mundo pobre.
Perguntas que devemos fazer:
_ Minhas crenças correspondem a um saber verdadeiro a um conhecimento?
A minha fala é coerente? _ O que orienta minha atitude? Qual o sentido de minha
ação?
O pensamento, a linguagem e o
conhecimento
Senso comum
Ciência
Dogmatismo
reflexão e critica. Ir além da aparência e buscar a essência das coisas, dos fatos,
dos valores, opiniões.
Procurar saber o que é (significado), como é (estrutura) e por que é (causa)
de algo.
ÉTICA – DEFINIÇÃO
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa).
Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana
na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não
possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça
social.
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e
culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores
e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num
país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em
outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos.
Aproveitando o exemplo, a ética na área de
pesquisas biológicas é denominada bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam
o bom funcionamento social, existe também a
ética de determinados grupos ou locais
específicos. Neste sentido, podemos citar: ética
médica, ética de trabalho, ética empresarial,
ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc.
Uma pessoa que não segue a ética da
sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado. A
ética pode ser interpretada como um termo genérico que designa aquilo que é
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DOUTRINA
VISÃO
A REALIDADE DA MORALIDADE
Assim como podem ser praticadas em dez minutos ou por cobiça, as ações podem
ser certas ou erradas. Essas propriedades morais são uma parte real do mundo.
Declarações como “Assassinato é errado” são expressões de crenças que podem
ser verdadeiras ou falsas, dependendo de como o mudo é – das propriedades que
uma ação, pessoa ou situação realmente têm.
O realismo moral é, para muitos, a posição de “senso comum” em ética.
Muitos acreditam que as coisas são realmente certas ou erradas; não são nossas
ideias que as tornam assim. Nossa experiência da moralidade também sugere o
realismo moral. Primeiro, podemos cometer erros. As crianças fazem com
frequência; precisamos ensinar-lhes o que é certo e errado. Se certo e errado na
moral não envolvessem fatos, não seria possível cometer erros.
Segundo, a moralidade parece uma exigência feita a partir de “fora”.
Sentimonos responsáveis por um padrão de comportamento que independe do que
queremos. A moralidade não é determinada pelo que pensamos a seu respeito.
Terceiro, muitos acreditam em progresso moral. Mas como isso é possível, a
menos que algumas ideias sobre moralidade sejam melhores que outras? E como
isso é possível, a menos que haja fatos sobre a moralidade? Mais que um
sentimento?
Por outro lado, sabemos que há diferenças culturais em crenças morais, o
que pode levar alguns a abandonar o realismo moral pelo relativismo. Mas a
tolerância das diferenças culturais tende a ser muito limitada. P. ex., poucos
parecem pensar que, pelo fato de o assassinato de membros de outras tribos ou a
circuncisão feminina serem moralmente permissíveis em algumas sociedades, isto
os tornam certos, até mesmo nessas sociedades. Mas sabemos que, diferentemente
de outras crenças, a moralidade desperta fortes emoções e é difícil resolver disputas
morais. Se tendermos a pensar que isso ocorre porque não há fatos morais,
podemos ser levado ao emotivismo.
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Fatos e Valores
A moralidade é relativa?
condenar uma ação ou prática, deveríamos usar recursos da cultura à qual ela
pertence. Não podemos julgar uma prática de fora de suas culturas.
FUNÇAO DA ETICA
HISTÓRICO
Ética Grega
Platão (427-347 a.C.) ao examinar a ideia do Bem a luz da sua teoria das
ideias, subordinou sua ética à metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o
mundo sensível e o mundo das ideias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis,
que constituíam a verdadeira realidade e tendo como cume a ideia do Bem,
divindade, artífice ou demiurgo do mundo.
Aristóteles (384-322 a.C.), não só organizou a ética como disciplina
filosófica, mas além disso, formulou a maior parte dos problemas que mais tarde
iriam se ocupar os filósofos morais: relação entre as normas e os bens, entre a ética
individual e a social, relações entre a vida teórica e prática, classificação das
virtudes, etc. Sua concepção ética privilegia as virtudes (justiça, caridade e
generosidade), tidas como propensas tanto a provocar um sentimento de realização
pessoal àquele que age quanto simultaneamente beneficiar a sociedade em que
vive. A ética aristotélica busca valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza
humana, concebendo a humanidade como parte da ordem natural do mundo sendo,
portanto uma ética conhecida como naturalista.
Ética Medieval
O Utilitarismo ou Universalismo
Ético. Este é formulado por Jeremy
Bentham (1748-1832). A maior felicidade
para o maior número de pessoas. Esta
ética é chamada “moral do bem estar”, o
bem é útil para o individuo e o coletivo.
A ética contemporânea também
surge numa época de progressos em
varias ordens, e exercem seus influxos
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IMPORTÂNCIA DA ÉTICA
faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio ante uma
ofensa recebida.
CIDADANIA
Conceito:
DIREITOS E DEVERES
DO CIDADÃO
pessoa, de não ter medo, de não ser pisado por causa de seu sexo, de sua cor, de
sua idade, de seu trabalho, da cidade de onde veio da situação em que está, ou por
causa de qualquer outra coisa.
Qualquer ser humano é nosso companheiro porque tem os mesmos direitos
que nós temos. Esses direitos são sagrados e não podem ser tirados de nós; se
forem desrespeitados, continuamos a ser gente e podemos e devemos lutar para
que eles sejam reconhecidos. Às vezes cidadãos se veem privados de usufruírem
de seus direitos por que vivem cercados de preconceito e racismo é incrível, mas
ainda nos dias de hoje encontramos pessoas que se sentem no direito de impedir os
outros de viverem uma vida normal só porque não pertencem a mesma classe
social, raça ou religião que a sua. Nós cidadãos brasileiros temos direitos e devemos
fazer valer o mesmo independente do que temos ou somos, ainda bem que a cada
dia que passa muitas pessoas estão se conscientizando e acabando com o
preconceito e aquelas que acabam sofrendo por isso estão correndo atrás de seus
direitos.
Mas como cidadãos brasileiros não têm apenas direitos, mas deveres para
com a nação, além de lutar pelos direitos iguais para todos, de defender a pátria, de
preservar a natureza, de fazer cumprir as leis e muito mais. Ser cidadão é fazer valer
seus direitos e deveres civis e políticos, é exercer a sua cidadania. Com o não
cumprimento do dever o cidadão brasileiro pode ser processado juridicamente pelo
país e até mesmo privado de sua liberdade. Seguem abaixo alguns trechos da
declaração dos direitos humanos e do cidadão.
AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
agredir tudo que representa autoridade, de desprezar o que não atende a seus
interesses imediatos.
Há uma outra instituição social com a qual você provavelmente também
convive. Caso tenha sido batizado ou iniciado em alguma religião em sua infância, e
tenha crescido seguindo os ensinamentos de sua igreja, você desenvolveu o que se
chama de pensamento sagrado. Você explica fenômenos da vida e da morte de
acordo com os preceitos de sua fé. Você conhece os rituais de sua igreja e respeita,
ou ao menos sabe o significado das principais datas religiosas. Se, em algum
momento de sua vida, você resolver se desligar de sua religião, esteja certo de que
sofrerá forte pressão de seu grupo religioso, o qual muito o indagará a respeito de
sua decisão, e mais do que isso, fará tudo para demovê-lo de sua decisão.
Com esses exemplos é possível perceber o quanto as instituições direcionam
nossas ações, às vezes de forma tão sutil que não percebemos que as situações
vivenciadas cotidianamente são em sua maioria reproduções de antigas instituições
sociais. Também será possível que um dia você chegue à conclusão de que uma ou
todas as instituições não são assim tão importantes para a sua vida. Você verá
sobre isto nos Folhas a seguir, que em diversos momentos da história, alguns
grupos sociais e alguns indivíduos negaram a necessidade da autoridade, fosse esta
política, familiar, religiosa, educacional ou qualquer outra. Acreditavam na
capacidade de auto-governo do ser humano, na liberdade e na autonomia de
pensamento. Aliás, hoje é possível encontrar em diversas partes do mundo,
inclusive no Brasil, pessoas que vivem em comunidades alternativas, que negam os
valores do pensamento dominante, e constroem suas próprias regras, com base na
visão que têm da sociedade e do planeta. Mas para chegar até isso, e quem sabe
superar este modelo de sociedade e de instituições sociais a que estamos sujeitos
hoje, é preciso muito estudo e a construção de projetos coletivos.
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BIBLIOGRAFIA
BOFF, Leonardo et alli (Coord.), Tomo III - Direitos humanos, direito dos pobres.
Série V - Desafios da vida na sociedade. 2 ed. São Paulo: Vozes, 1992.
BRITO FILHO, José Cláudio Monteiro de. Discriminação do trabalho. São Paulo:
LTr, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Direitos humanos e medo. In: Fester, A.C.R. (org.). Direitos
GUERRA FILHO, Willis Santiago (Coord.). Dos direitos humanos aos direitos
fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogados, 1997.
OLIVEIRA, Almir de. Curso de direitos humanos. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
Partido dos Trabalhadores. São Paulo: Ed. Fund. Perseu Abramo, 1998.