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APOSTILA
DE NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO
SUMÁRIO
1. Noções de Administração;
1.1 Conceitos básicos;
1.2 Tipos de organização;
1.3 Estruturas organizacionais;
1.4 Organogramas e fluxogramas;
1.5 Funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle; noções de administração
financeira;
1.6 Níveis da Administração (item 7 do conteúdo programático);
1.7 Noções de Administração Financeira;
1.8 Qualidade no Atendimento: comunicação e formas de atendimento;
1.9 Noções de Gestão de Pessoas: avaliação de desempenho, cultura organizacional, liderança,
motivação e comunicação;
1.10 Administração de Material: classificação de materiais, especificação, estoques, pedidos,
compra, cadastro, almoxarifado e inventários.
Introdução
Amigo (a) concurseiro (a), mais uma vez estamos juntos nesta maratona denominada “Concurso
Público”. Buscamos trazer nesta apostila o conteúdo de forma objetiva, através da análise dos temas
mais recorrentes no último concurso para o Colégio Pedro II (CP II).
Tenha certeza que ela foi elaborada com todo carinho para que você estude Focado no Edital do
último concurso, em 2017. Caso deseje um estudo mais aprofundado sobre disciplina Administração,
recomendamos a leitura dos livros citados neste material. Todavia, como o seu objetivo é a aprovação
no CP II, aqui você encontrará os principais pontos cobrados na última prova.
Sugerimos também o nosso Curso de Questões Online, pois facilitará a assimilação do conteúdo
teórico desta apostila.
Desejamos a você uma excelente preparação. Força, Foco e Fé!!!
1. Noções de Administração
1 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Teoria Geral da Administração. 2ª edição, Atlas, 2013.
Segundo o autor, a TGA é formada por Escolas das Administração e nestas ficam alocadas as
Teorias da Administração. Podemos dizer que Escola da Administração é a consolidação da concepção
técnica e de conhecimentos inerentes a um conjunto de assuntos administrativos homogêneos,
decorrentes da influência de uma ou mais teorias da administração.
Por outro lado, sabemos que no último concurso a banca buscou conceitos advindos dos livros de
Administração de Idalberto Chiavenato. Sendo assim, consideramos importante trazer nesta apostila as
principais escolas na visão do renomado autor.3
Abordagem Clássica da Administração
No século XX, dois engenheiros desenvolveram trabalhos pioneiros acerca da Administração.
Apesar de não se conhecerem, suas teorias constituem as bases da chamada Abordagem Clássica da
Administração:
I. Frederick W. Taylor, americano, que desenvolveu a chamada Escola da Administração
Cientifica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização do
trabalho do operário; e
II. Henri Fayol, francês, que desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar
a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da
Administração em bases científicas.
2OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Teoria Geral da Administração. 2ª edição, Atlas, 2013.
3 CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 4ª edição. Barueri-SP: Manole,
2016
Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não
empiricamente.
Na visão de Taylor, os funcionários não eram comprometidos com os objetivos organizacionais,
ficavam vadiando, faziam seu trabalho como achavam melhor, de forma empírica, na base da tentativa
e erro. Os gerentes não estudavam as melhores formas de se trabalhar. O trabalho não era padronizado,
Taylor acreditava que o trabalho poderia ser realizado de forma mais produtiva. Dessa forma, a
Administração Científica buscou a melhoria da eficiência e da produtividade.
Na busca pela melhoria da eficiência e da produtividade, Taylor buscou estudar a “melhor maneira”
de se fazer tarefas, o que ficou conhecido como estudo de tempos e movimentos. O trabalho do operário
era analisado e cronometrado, de modo que os gerentes pudessem determinar a maneira mais eficiente
de se fazer uma tarefa. Determinada a forma mais eficiente (fácil e rápida) de se executar uma tarefa,
“os funcionários eram treinados para executá-las dessa forma – criando assim uma padronização do
trabalho”. A padronização evita a execução de tarefas e movimentos desnecessários, o que evitaria uma
rápida fadiga humana.
Para Taylor, a questão não era trabalhar duro, com pressa ou bastante, mas sim, trabalhar de forma
inteligente. A gerência deveria analisar os movimentos efetuados pelos trabalhadores para conseguir
desenhar um processo com o mínimo de esforço em cada tarefa.
Em síntese, a preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento
de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do
trabalho do operário.
Para Chiavenato, os alicerces fundamentais da Administração Científica foram:
1. Comando e controle. A gerência funciona como uma ditadura benigna inspirada nos modelos
militares. O gerente planeja e controla o trabalho; os trabalhadores o executam. Em suma, o
gerente devia pensar e mandar; os trabalhadores, obedecer e fazer de acordo com o plano
estabelecido.
2. Uma única maneira certa (the one best way). O método estabelecido pelo gerente é a melhor
maneira de executar uma tarefa. O papel dos trabalhadores é utilizar o método sem
questioná-lo.
3. Mão-de-obra, não recursos humanos. A força de trabalho é a mão-de-obra, ou seja, a mão
contratada sem qualquer envolvimento da pessoa na organização. Como a oferta de
trabalhadores era abundante, a empresa nada devia a eles, embora esperasse lealdade de sua
parte.
4. Segurança, não insegurança. Embora os operários não ganhassem reconhecimento ou
responsabilidade, havia um acordo tácito baseado na segurança e na permanência no
emprego. As empresas davam uma sensação de estabilidade dominando seus mercados. O
futuro parecia previsível e o destino de cada empresa no futuro ainda mais previsível.
▪ Principais críticas
Dentre as principais críticas feitas sobre a Teoria da Administração Científica, podemos citar:
Teoria Clássica
A Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para
ser eficiente.
O contexto da Teoria Clássica englobava grandes conglomerados (conjunto de empresas que
dependem de uma mesma empresa matriz), que seguiam uma linha de comando de cima para baixo
(hierarquia) e buscavam verticalizar suas atividades, ou seja, a especialização das atividades essenciais
da empresa em torno de sua tarefa principal e terceirização das demais. Nesse contexto, a função da
administração vislumbrou um aumento de sua importância.
Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria Clássica da Administração, partiu de uma
abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural
que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor.
Fayol é considerado o “pai da teoria administrativa”, pois elaborou princípios gerais do trabalho de
um administrador e após um século, seu trabalho ainda é relevante para o entendimento do trabalho de
um gestor atual.
Fayol estabeleceu que toda e qualquer organização deve ter um conjunto de funções, as quais fazem
as organizações funcionarem de maneira adequada. Estas orientam o estabelecimento de um conjunto
de responsabilidades dos executivos das organizações. Para que estes possam realizar as suas
responsabilidades adequadamente e as funções das organizações sejam consolidadas na plenitude, é
necessário que um conjunto de princípios de administração das organizações seja respeitado.
Fayol identificou seis funções das organizações: Técnica, Comercial, Financeira, de Segurança, de
Contabilidade e de Administração.
Em 1916, Fayol publicou o livro Administração geral e industrial, no qual apresentou a
administração como uma função distinta das demais funções da empresa (a mais importante) e também
apresentou cinco funções para a administração:
1. Planejamento (previsão): prever o futuro e traçar um plano de ação no médio e longo prazo;
2. Organização: montar uma estrutura com recursos humanos e materiais para realizar o
empreendimento;
Ao longo do tempo, esses 14 princípios tiveram suas descrições ampliadas e ajustadas à realidade
das organizações. De qualquer forma, como estruturação inicial ficou inquestionável a contribuição
desses princípios para facilitar a aplicação da administração pelas organizações.
Apesar de todas as críticas, a Teoria Clássica é ainda a abordagem mais utilizada para os iniciantes
em Administração, pois permite uma visão simples e ordenada. Também para a execução de tarefas
administrativas rotineiras, a abordagem clássica disseca o trabalho organizacional em categorias
compreensíveis e úteis. Os princípios proporcionam guias gerais que permitem ao administrador
manipular os deveres do cotidiano do seu trabalho com mais segurança e confiança. Contudo, em uma
era de mudança e instabilidade como a que atravessamos, a abordagem clássica mostra-se rígida,
inflexível e conservadora, pois ela foi concebida em uma época de estabilidade e permanência.
Teoria da Burocracia
A Teoria da Burocracia desenvolveu-se na Administração por voltada década de 1940, adotando as
concepções formuladas anteriormente pelo economista e sociólogo Max Weber. Segundo essa teoria, a
burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, ou seja, na adequação
dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance
desses objetivos.4
Max Weber publicou um livro denominado "A Ética Protestante e o Espírito de Capitalismo", no
qual afirma que o moderno sistema de produção, eminentemente racional e capitalista se originou da
"ética protestante": “o trabalho árduo e o ascetismo proporcionando a poupança e reaplicação das rendas
excedentes, em vez de seu dispêndio para o consumo”.
Para o autor, o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem três formas
de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas inicialmente em países
protestantes.
O Modelo Burocrático de Max Weber vinha de encontro com as necessidades de uma sociedade
cada vez mais complexa, com demandas sociais emergentes e empresas cada vez maiores. O objetivo
do Modelo Burocrático consistia em combater o desperdício, a ineficiência e a corrupção, ou seja, uma
administração mais racional e impessoal. Nas empresas, o modelo buscava o aumento consistente da
produção.
Para ele, a burocracia é a organização eficiente por excelência. Para conseguir eficiência, a
burocracia explica nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas. Segundo Max Weber, a
burocracia tem as seguintes, características:
1. Caráter legal das normas e regulamentos.
2. Caráter formal das comunicações.
3. Caráter racional e divisão do trabalho.
4. Impessoalidade nas relações.
5. Hierarquia de autoridade.
6. Rotinas e procedimentos padronizados.
7. Competência técnica e meritocracia.
8. Especialização da administração.
9. Profissionalização dos participantes.
10. Completa previsibilidade do funcionamento.
4 CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 4ª edição. Barueri-SP: Manole,
2016
▪ Principais Críticas
a) Dificuldade de adequação das organizações ao acelerado ritmo das mudanças e das novas
tecnologias de operação e, principalmente, do conhecimento administrativo;
Essa pode ser considerada a principal crítica à Teoria da Burocracia, sendo irônico que esta situação
inadequada para as organizações é decorrência direta dos principais benefícios que a referida teoria
pretendia proporcionar para as organizações, ou seja, a maior consistência das atividades com a
decorrente melhoria dos níveis de eficiência e de produtividade.
b) Exagerada ênfase nos métodos e procedimentos administrativos, em detrimento das
habilidades, dos conhecimentos e da criatividade das pessoas;
c) A Teoria Burocrática proporciona o inchaço das organizações;
Esse problema tem sido, no mundo todo, mais forte nas organizações governamentais, quer sejam
federais, estaduais ou municipais. E isto porque essas organizações buscam, no máximo, a eficiência,
mas praticamente nunca, a eficácia e, muito menos, a efetividade no conceito mais forte do termo.
Comparando a teoria de Weber com a de Taylor e Fayol, conclui-se:
1. Taylor procurava meios e métodos científicos para realizar o trabalho rotineiro das
organizações. Sua maior contribuição foi para a gerência.
2. Fayol estudava as funções de direção. Sua contribuição foi para a direção.
As três principais das contribuições proporcionadas pela Teoria das Relações Humanas foram:
1. Estudo de novos modelos de liderança nas organizações;
2. Melhor estruturação e maior disseminação das comunicações nas organizações; e
3. A administração vai estruturar mecanismos facilitadores para a explicitação e a aplicação da
criatividade nas organizações
Um conflito que a Teoria das Relações Humanas não previu, mas que prevalece até hoje, é que nem
sempre os objetivos organizacionais são compatíveis com os objetivos individuais. Por fim, a Teoria das
Relações Humanas apresentou o aspecto social, mas deixou de lado os aspectos técnicos, o que deve ser
considerado quando o objetivo organizacional envolve produção de bens ou serviços.
Teoria Estruturalista
Na década de 1950, a Teoria Estruturalista foi criada na tentativa de suprir essa carência de soluções
para a administração que não foram resolvidas pela Escola Clássica e pela Escola das Relações Humanas.
A Teoria Estruturalista significa um desdobramento da Teoria da Burocracia e uma leve
aproximação à Teoria das Relações Humanas. Representa uma visão crítica da organização formal.
Buscou complementar, ou sintetizar, as teorias anteriores, inspirando-se na abordagem de Max Weber.
Tanto as teorias clássicas, quanto a das relações humanas, focavam partes de um todo, trazendo a ideia
que a organização pode reunir todos os seus aspectos em uma só estrutura, daí o termo Estruturalista.
A totalidade, a interdependência das partes e o fato de que o todo é maior do que a simples soma
das partes são as características básicas do estruturalismo.
Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o "homo economicus" e a Teoria das Relações Humanas "o
homem social", a Teoria Estruturalista focaliza o "homem organizacional", ou seja, o homem que
desempenha diferentes papéis em várias organizações.
A Teoria Estruturalista previu que a sociedade moderna seria uma sociedade de organizações, que
o homem dependeria das organizações para tudo e desempenharia uma série de papéis dentro das
organizações.
A organização formal e a organização informal são evidenciadas nessa teoria. Na verdade, visualiza
uma abordagem múltipla da Teoria Clássica (ênfase na organização formal) e da Teoria das Relações
Humanas (ênfase na organização informal), tentando estabelecer um estudo entre ambas as teorias.
Portanto, o ideal é o estudo e a análise da estrutura organizacional considerar esses dois tipos de
formatação.
A Teoria Estruturalista identificou a importância de se estabelecerem diferentes níveis da
organização, os quais apresentam características, necessidades e atuações diferentes entre si.
A primeira estruturação de níveis da organização que se consolidou considerou três níveis:
• Institucional, que considerava a alta administração e, consequentemente, a organização
como um todo;
• Gerencial, que considerava o nível intermediário da organização, e deveria se preocupar com
a orientação e a operacionalização das decisões decorrentes do nível institucional; e
• Operacional, que considerava os funcionários no nível efetivo de realização dos trabalhos
estabelecidos pelo nível institucional e supervisionados e orientados pelo nível gerencial.
Essa questão dos níveis da organização teve uma evolução lógica, com base na parte inicial do
processo administrativo, que é representada pelo planejamento nas organizações.
A tentativa de conciliação e integração dos conceitos clássicos e humanísticos, a visão crítica do
modelo burocrático, a ampliação da abordagem das organizações envolvendo o contexto ambiental e as
relações interorganizacionais (variáveis externas), além de um redimensionamento das variáveis
organizacionais internas (a múltipla abordagem estruturalista) e o avanço rumo à abordagem sistêmica,
são aspectos que marcaram esta teoria administrativa. Em resumo, o estruturalismo representa uma
trajetória à abordagem sistêmica.
Teoria Comportamental
A Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da Administração trouxe uma nova concepção
e um novo enfoque dentro da teoria administrativa:
• a abordagem das ciências do comportamento (behavioral sciences approach);
• o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores (Teorias Clássica,
das Relações Humanas e da Burocracia); e
• a adoção de posições explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pessoas, mas dentro
do contexto organizacional mais amplo.
Enquanto o estruturalismo foi influenciado pela sociologia - e mais especificamente pela sociologia
organizacional -, a abordagem comportamental recebe forte influência das ciências comportamentais e,
mais especificamente da psicologia organizacional.
A Teoria Comportamental também criticou a Escola Clássica, no que se refere a organização formal,
aos princípios gerais de administração, ao conceito de autoridade formal e ao mecanicismo.
O comportamento organizacional é o tema preferido pelos behavioristas. Para explicar o
comportamento organizacional, a Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual
das pessoas. Para explicar como as pessoas se comportam, essa teoria estuda a motivação humana de
uma perspectiva individual.
De acordo com Chiavenato, o estudo da motivação humana explica que, o modo como um indivíduo
ou uma organização age ou reage deve-se a suas interações com o seu meio-ambiente, em resposta aos
estímulos que dele recebe. A Teoria Comportamental da Administração tem o objetivo de estudar
motivação humana. Os teóricos behavioristas (teóricos da teoria comportamental) verificaram que o
administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento
humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro
das organizações.5
Principais contribuições da Teoria Comportamentalista para a prática da administração:
a) Desenvolvimento da psicologia organizacional;
b) Movimento direcionado à qualidade de vida no trabalho;
c) Estudos focados na dinâmica de grupo;
d) Consolidação da importância do estudo do comportamento humano nas organizações; e
e) Consolidação do indivíduo como catalisador do processo de tomada de decisões.
5 CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 4ª edição. Barueri-SP: Manole,
2016
A Teoria Matemática não é propriamente uma escola - tal como a Teoria Clássica ou Teoria das
Relações Humanas - mas uma corrente que localizamos em vários autores que enfatizam o processo
decisório e o tratam de modo lógico e racional através de uma abordagem quantitativa, determinística e
lógica.
A Teoria Matemática desloca a ênfase na ação para a ênfase na decisão que a antecede. O processo
decisório é o seu fundamento básico. Constitui o campo de estudo da Teoria da Decisão que é aqui
considerada um desdobramento da Teoria Matemática. A tomada de decisão é o ponto focal da
abordagem quantitativa, isto é, dá Teoria Matemática.
A Teoria Matemática procura construir modelos matemáticos capazes de simular situações reais na
empresa. A criação de modelos matemáticos focaliza a resolução de problemas de tomada de decisão.
Teoria de Sistemas
A Teoria dos Sistemas derivou dos trabalhos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy (1901-
1972). De acordo com Bertalanffy, um sistema é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas
para alcançar um propósito ou objetivo. Von Bertalanffy pretendia que os princípios e conclusões de
determinadas ciências fossem aplicáveis a todas as demais ciências.
A Teoria de Sistemas permite reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global,
permitindo a inter-relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de naturezas
completamente diferentes. Na realidade, a aplicação da Teoria de Sistemas é a mais ampla possível,
servindo para todas as ciências, tais como economia, sociologia, cibernética, comunicações, psicologia,
medicina, engenharia.
Segundo Chiavenato os pressupostos básicos da Teoria dos Sistemas são6:
a) Existe uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais.
b) Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas.
c) A Teoria dos Sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não-físicos
do conhecimento científico, como as ciências sociais.
d) A Teoria dos Sistemas desenvolve princípios unificadores que atravessam verticalmente
os universos particulares das diversas ciências envolvidas, visando ao objetivo da unidade
da ciência.
e) A Teoria dos Sistemas conduz a uma integração na educação científica.
A Teoria dos Sistemas apresenta as organizações como sistemas abertos, isto é, realizam trocas
continuamente com o meio ambiente. O meio ambiente é o ambiente externo, o ambiente no qual a
organização está inserida. Com o meio ambiente a organização troca matéria-prima, energia,
informações, etc.
Dessa forma, um sistema ou organização possui entradas, saídas e feedback:
• Entradas: é tudo o que o sistema recebe; o que entra do ambiente externo para a organização
poder funcionar.
6 CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 4ª edição. Barueri-SP: Manole,
2016
• Saídas: é o que o sistema produz. As saídas podem ser bens, serviços, informações, energia
etc.
• Feedback: é o retorno sobre o que foi produzido, de modo que o sistema possa se corrigir ou
modificar.
São premissas básicas dessa teoria:
1. Os sistemas existem dentro de sistemas. Cada sistema é constituído de subsistemas e, ao
mesmo tempo, faz parte de um sistema maior, o supra-sistema. Cada subsistema pode ser
detalhado em seus subsistemas componentes e assim por diante.
2. Os sistemas são abertos. É uma decorrência da premissa anterior. Cada sistema existe dentro
de um meio ambiente constituído por outros sistemas. Os sistemas abertos são caracterizados
por um processo infinito de intercâmbio com o seu ambiente para trocar energia e
informação.
3. As funções de um sistema dependem de sua estrutura. Cada sistema tem um objetivo ou
finalidade que constitui seu papel no intercâmbio com outros sistemas dentro do meio
ambiente.
Resumidamente, podemos citar duas das principais contribuições da Teoria de Sistemas para a
prática da administração, a saber:
I. Maior facilidade no estabelecimento dos objetivos das organizações
A própria lógica da Teoria de Sistemas que determina onde são identificados os componentes de
um sistema, facilita o processo de estabelecimento dos objetivos das organizações.
II. Análise estruturada da organização, de cada uma de suas partes e do ambiente organizacional
A Teoria de Sistemas propicia a análise estruturada da organização, de cada uma de suas partes, de
seu relacionamento interativo com o ambiente organizacional - onde estão os fatores ou variáveis não
controláveis -, bem como de sua interação com outras organizações.
eficácia organizacional. Como as organizações vivem em um mundo de mudança, a sua estrutura deve
caracterizar-se pela flexibilidade e adaptabilidade ao ambiente e à tecnologia.
A abordagem contingencial salienta que não se alcança a eficácia organizacional seguindo um único
e exclusivo modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única ou universal, ou melhor, para
organizar no sentido de se alcançar os objetivos variados das organizações dentro de um ambiente
também variado. Essa é a concepção de um ambiente variável, contingencial.
É nesse ambiente de constante inovação e adaptabilidade que se destaca a expressão "adhocracia".
O termo refere-se ao oposto da "burocracia", significando uma estrutura flexível, em que se formam
equipes multidisciplinares, capaz de amoldar-se contínua e rapidamente às condições ambientais em
mutação.
Por fim, Ao analisar o ambiente das organizações segundo a visão da Teoria da Contingência,
Chiavenato separa-o em dois extratos: o ambiente geral e o ambiente de tarefa.
O ambiente geral é o macroambiente, aquele ambiente genérico e comum a todas as organizações.
Esse ambiente geral constituído de um conjunto de condições comuns para todas as organizações. O
autor cita como exemplos as condições tecnológicas, legais, políticas, econômicas, demográficas,
ecológicas e culturais.
Por fim, já o ambiente de tarefa é o ambiente mais próximo e imediato de cada organização.
Constitui o segmento do ambiente geral do qual a organização extrai suas entradas e deposita suas saídas,
enfim, é o ambiente onde cada organização opera. São exemplos citados os fornecedores, clientes,
usuários, concorrentes e entidades reguladoras.
A Organização é uma associação de pessoas para atingir uma finalidade definida e predeterminada,
ou seja, sua missão. As pessoas que compõem a organização são seus sócios, dirigentes, funcionários e
voluntários, com objetivos e responsabilidades diferenciados, mas articulados em torno da missão da
entidade.
Em razão de que o homem, isoladamente, não tem condições de satisfazer todas as suas necessidades
(necessidade é a falta ou privação de alguma coisa de desejo do homem). Assim, por meio da
organização, é possível perseguir e alcançar objetivos, que seriam intangíveis para uma pessoa.
Toda organização quando criada é fundamentada com base em um propósito e primeiramente
precisamos identificar se essa organização é de produtos (fabricação de carros, móveis, etc.) ou serviços
(assistência técnica, salão de beleza, etc.).
As organizações podem ser públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, permanentes ou
temporárias. Organização pública é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de
governo, federal, estadual ou municipal. Organização privada é a mantida pela iniciativa privada, isto é,
por pessoas, sócias da organização. Também existe a organização mista, onde esforços públicos são
combinados com privados.
Organização com fins lucrativos é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela
desenvolvidas, para distribuí-los aos seus sócios. Organização sem fins lucrativos não tem objetivo de
lucro, mas outras finalidades, como amparar os necessitados, desenvolver atividades sociais (esportes,
lazer), congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro não impede que a organização venda
mercadorias ou preste serviços remunerados, mas o lucro dessas atividades deve reverter somente para
a organização, jamais para seus proprietários.
Organização permanente é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre,
sem que isso impeça seu desaparecimento. Organização temporária é a constituída com uma finalidade
específica, para desaparecer tão logo essa atividade tenha sido concluída.
• Divisão de trabalho – cargos e títulos mostram quem faz o que dentro da empresa.
• Relação de supervisão – linhas mostram quem se reporta a quem.
• Canais de comunicação – linhas mostram os canais de comunicação.
• Subdivisões principais – divisões que se reportam a um mesmo gerente são mostradas.
• Níveis hierárquicos – os diversos níveis hierárquicos são evidenciados.
A estrutura informal está presente em todas as organizações. É uma rede de relacionamentos não
oficiais, mas muito importantes, que moldam os relacionamentos entre os ocupantes da organização.
Portanto, se a estrutura informal fosse desenhada, mostraria quem fala com quem, quem tem
amizade ou inimizade com quem etc. Assim sendo, indicaria então todos os relacionamentos
espontâneos dentro da organização, não dependentes do cargo oficial.
É impossível compreender totalmente uma organização sem conhecer sua estrutura informal. Ela
pode ser muito benéfica para que uma organização possa atingir seus objetivos, principalmente em
épocas de mudanças rápidas.
Como é demorado e complicado o processo de mudança da estrutura formal, a estrutura informal
possibilita à empresa se adaptar mais facilmente aos novos desafios. Outra vantagem é possibilitar aos
funcionários conseguir alguma informação que seria difícil pelos canais formais, além de possibilitar o
aprendizado de modo informal, que ocorre quando aprendemos alguma tarefa com um colega de trabalho,
por exemplo.
Entretanto, a estrutura informal também traz desvantagens, como boatos infundados, fofocas,
desentendimentos pessoais que atrapalham o andamento do trabalho, a perda de energia em conflitos etc.
Especialização do Trabalho
A divisão de trabalho é um aspecto central de cada organização. Com a divisão de trabalho, um
funcionário pode se especializar em uma determinada tarefa, aumentando sua eficiência.
De acordo com Sobral, a especialização do trabalho é o grau em que as tarefas são divididas e
padronizadas para que possam ser aprendidas e realizadas de forma relativamente rápida por um único
indivíduo em dada organização.
A especialização, apesar de seus efeitos benéficos, pode também ser negativa. Quando a
especialização é excessiva, pode levar a uma insatisfação do funcionário e à perda de eficiência e de
produtividade (o trabalho fica muito chato e repetitivo).
Dessa forma, quando aumentamos a especialização, tendemos a aumentar a nossa produtividade.
Entretanto, essa melhoria ocorre até certo ponto. Após determinado limite, a especialização é maléfica,
pois o trabalho torna-se extremamente cansativo e pouco desafiador.
Cadeia de Comando
A divisão de trabalho também traz a necessidade de haver uma divisão do comando dentro da
organização. Essa divisão tem como objetivo dirigir as pessoas para que os objetivos sejam atingidos.
Isso gera o que se chama de estrutura hierárquica dentro da instituição, separando os cargos de
acordo com a autoridade de cada um. Essa hierarquia é chamada de cadeia de comando.
A cadeia de comando seria então uma linha que passa do topo da hierarquia até o cargo mais baixo,
mostrando quem manda em quem dentro da organização e quem deve responder a quem.
Portanto, as decisões referentes à cadeia de comando demonstram como a autoridade é dividida
entre os cargos e as divisões na organização.
O conceito de cadeia de comando está relacionado a outro conceito: o da unidade de comando, o
qual diz que cada funcionário se reporta a apenas um superior hierárquico.
Amplitude de Controle
A amplitude de controle relaciona-se ao número de subordinados que os superiores comandam em
uma organização. Dessa forma, quanto maior o número de subordinados por chefe, maior é a amplitude
de controle. Assim sendo, se existem poucos subordinados por chefe, a amplitude de controle é menor.
Essa divisão de autoridade e responsabilidade vai definir quantos níveis hierárquicos e quantos
administradores deveremos ter em uma dada organização. Se decidirmos ter poucos subordinados por
chefe, teremos uma estrutura aguda.
Entretanto, hoje em dia, as empresas estão buscando estruturas achatadas, com muitos subordinados
por cada chefe e uma amplitude de controle maior.
As estruturas achatadas são vistas como facilitadoras de um processo de delegação (delegar é confiar
responsabilidade e autoridade a um subordinado para que execute alguma tarefa e possa atingir um
objetivo), aumentando a agilidade no processo decisório e a adaptabilidade às mudanças no meio
externo.
Além disso, essas estruturas acarretam um custo administrativo menor. Entretanto, o chefe não
consegue dar o mesmo suporte aos seus subordinados, pois tem muitos funcionários para supervisionar.
Centralização e Descentralização
A centralização ocorre quando, em uma organização, a maioria das decisões é tomada pelos
ocupantes dos cargos no topo da mesma, ou seja, pelos chefes. Dessa maneira, se em uma empresa
somente o presidente puder tomar decisões, dizemos que existe centralização.
Já a descentralização ocorre quando acontece o contrário, ou seja, quando a autoridade para tomar
decisões está dispersa pela empresa, através dos seus diversos setores.
As vantagens da centralização, de acordo com Chiavenato, são:
a) Controle – facilita o controle de problemas complexos ou que podem ter consequências
para toda a organização.
b) Custos – devido a uma escala maior, algumas decisões são mais eficientes quando são
centralizadas em um setor. Isso pode ocorrer em centrais de compras, por exemplo, que
podem conseguir preços melhores do que diversos setores comprando o mesmo produto
separadamente.
c) Novas tecnologias – com as novas tecnologias de TI a cúpula da empresa pode ter
informações cada vez mais rapidamente, podendo reter um controle maior sem perder a
eficiência, a rapidez e a flexibilidade.
As principais vantagens da descentralização são:
a) Agilidade – Se a decisão está a cargo da pessoa envolvida diretamente no problema, ela
responde com mais rapidez;
c) Novas tecnologias – da mesma forma que permitem uma centralização mais eficiente, as
novas tecnologias de TI possibilitam uma descentralização das decisões para as camadas mais
baixas na hierarquia sem que a cúpula perca o controle dos resultados dessas decisões.
Estrutura Linear
Na estrutura linear, a autoridade está centralizada em apenas um cargo. Dessa forma, o superior tem
autoridade única sobre seus funcionários e não a reparte. Essas estruturas adaptam-se melhor a ambientes
mais estáveis.
Estrutura Funcional
A estrutura funcional é a mais comum na administração. Quase todas as organizações iniciam sua
vida tendo uma estrutura funcional. É também a estrutura mais intuitiva, pois é dividida de acordo com
as tarefas e funções organizacionais, como finanças, marketing, recursos humanos etc.
Essa estrutura é mais adequada a empresas menores, organizações em ambientes estáveis, que
tenham poucos produtos e/ou serviços ou que operem em uma região pequena.
Estrutura Divisional
Quando as empresas ficam maiores, com produtos e serviços diversificados e presença em vários
mercados, setores e/ou países diferentes, acabam migrando para uma estrutura divisional.
Nessa estrutura, a organização agrega as tarefas e recursos em divisões, de acordo com os produtos,
clientes e/ou mercados importantes para ela.
Dessa forma, cada divisão fica então quase autônoma, tendo seu próprio setor de marketing, de
produção e logística, de forma a poder tomar quase todas as decisões relativas ao seu produto e mercado
e atender seus respectivos clientes.
Portanto, a lógica desse tipo de estrutura é uma descentralização de autonomia operacional às
divisões, mas com um planejamento, coordenação e controle ainda centralizados na cúpula.
Portanto, cada administrador de divisão é cobrado pelos resultados e desempenho de cada linha de
produtos que representa ou mercado que atende. Entretanto, as atividades de apoio (como finanças e
recursos humanos) continuam operando na matriz.
As principais vantagens e desvantagens desse tipo de estrutura são mostradas a seguir:
Estrutura Matricial
A estrutura matricial é um modelo misto, que comporta ao mesmo tempo uma estrutura funcional
com uma estrutura horizontal, que normalmente se refere a um projeto, uma divisão específica ou um
produto.
Nesse modelo, tenta-se juntar as vantagens das duas estruturas (funcional e por projeto) de forma a
juntar os especialistas em cada área nos projetos ou produtos que sejam necessários no momento.
A lógica desse modelo é o que se chama autoridade dual, ou seja, o funcionário responde a dois
chefes ao mesmo tempo.
Essa estrutura é chamada de matricial, pois seu aspecto é semelhante a uma matriz, como vocês
podem ver. Dessa forma, a estrutura matricial foi uma tentativa de conciliar uma estrutura rígida e
hierárquica a uma maior flexibilidade, cada vez mais necessária nestes tempos de muitas mudanças no
contexto das organizações.
Portanto, a estrutura matricial é utilizada normalmente para atender a projetos ou negócios que
demandem equipes com pessoas que tenham vários perfis diferentes, funcionando temporariamente no
caso dos projetos ou que possam trabalhar em várias áreas da empresa ao mesmo tempo.
Estrutura em Rede
Uma estrutura em rede atrai recursos, em qualquer lugar do mundo, para alcançar uma qualidade e
um preço que possibilitem à empresa vender seus produtos e serviços em seu mercado.
A maior vantagem desse tipo de organização é sua flexibilidade e competitividade em escala global.
Portanto, a flexibilidade advém da possibilidade de a organização contratar qualquer serviço ou
produto necessário no momento, e pouco tempo depois poder trocar de fornecedor, sem ter os custos de
possuir maquinário, instalações fabris ou ter de demitir pessoal.
Dessa forma, a organização pode se adaptar a mudanças no ambiente externo muito mais
rapidamente e aproveitar as oportunidades de mercado que apareçam.
Outra grande vantagem é que essa estrutura é uma das mais enxutas, pois não são necessários muitos
níveis hierárquicos. Pouca supervisão é necessária, sendo então eliminados muitos níveis de gerência,
deixando a estrutura mais achatada.
As maiores desvantagens dizem respeito à falta de controle direto sobre os processos de trabalho.
Como a empresa contrata produtos e serviços, a administração tem de confiar em contratos,
coordenação entre parceiros e comunicações com outras empresas para assegurar que os prazos e a
qualidade sejam atendidos.
A definição da estrutura correta para uma determinada organização depende de vários fatores. Não
existe um modelo que sirva para todas as organizações! Os fatores principais são: a estratégia, o
ambiente, a tecnologia e o tamanho.
Estruturas de Mintzberg
Uma das mais importantes classificações de designs estruturais foi criada por Mintzberg. O autor
definiu as cinco partes básicas de cada organização e as principais configurações. Vejamos as partes
básicas segundo o autor:
✓ O Núcleo Operacional (Operating Core) – é composto pelos funcionários que executam
o trabalho de produzir os produtos e prestar os serviços.
✓ A Cúpula Estratégica (Strategic Apex) – são os administradores do topo hierárquico,
responsáveis por supervisionar todo o trabalho na organização.
✓ A Linha Intermediária (Middle Line) – são os gerentes, que fazem a ligação entre a
cúpula estratégica e o núcleo operacional.
✓ A Tecnoestrutura (Technostructure) – são analistas que executam tarefas
administrativas, como o planejamento e controle do trabalho dos outros.
✓ O Staff de Suporte (Support Staff) – são os profissionais que prestam serviços indiretos
para a organização, como entregas de malotes, alimentação, relações-públicas etc.
As principais configurações de Mintzberg são as seguintes:
➢ Estrutura Simples – Também chamada de organização empreendedora. É composta de uma
cúpula estratégica pequena e de um núcleo operacional. O caso mais usual é o da pequena
empresa.
Nessa configuração, existem poucos controles e formalização, pois o executivo principal consegue
muitas vezes sozinho administrar a empresa e conhece todos os funcionários.
Dessa forma, pouco existe também de planejamento e padronização do trabalho, ficando a estrutura
mais enxuta para poder concorrer com as grandes burocracias.
Com o tempo e o crescimento, essas empresas se transformarão em burocracias, pois é difícil
administrar uma empresa grande nessa configuração por muito tempo.
➢ Burocracia Mecanizada – Essa configuração é muito comum em grandes indústrias que têm
tecnologia de produção em massa. Existe uma grande padronização dos processos de trabalho,
que é repetitivo e especializado para possibilitar a utilização e o treinamento de uma massa de
trabalhadores desqualificada.
Portanto, essa configuração é baseada na burocracia weberiana, com sua formalidade, padronização
e especialização do trabalho. Como existe uma grande padronização, a tecnoestrutura é bastante
importante nessa configuração.
➢ Burocracia Profissional – Esse tipo de burocracia baseia-se na padronização de habilidades,
e não dos processos de trabalho. Os casos mais lembrados são as universidades (em que os
professores das diversas disciplinas formam o núcleo operacional) e os hospitais (mesma
situação ocorre com os médicos e enfermeiros).
Dessa forma, as organizações, por sua peculiaridade, dão muito mais liberdade aos seus
trabalhadores, pois estes são altamente especializados.
Portanto, nessa configuração, o núcleo operacional tem muita importância, assim como o staff de
suporte (que serve ao núcleo operacional), mas não há a necessidade de uma tecnoestrutura grande nem
de uma linha intermediária importante, pois o executor tem maior autonomia para executar seu trabalho,
e quem padroniza sua atividade são as associações profissionais.
➢ Estrutura Divisionalizada – Essa estrutura na verdade é um conjunto de organizações dentro
de outra, ou seja, a descrição de um conglomerado de empresas.
Isso acontece quando a empresa fica muito grande e seus produtos e/ou mercados tornam-se muito
diversos, incentivando a criação de estruturas próprias para cada setor ou produto distinto, possibilitando
uma maior autonomia e flexibilidade para os gestores atingirem seus resultados.
Nessa configuração, o controle é realizado por resultados (outputs), portanto diz-se que a
padronização é sobre esses outputs, e não sobre como será feito o trabalho em si. Dessa forma, existe
uma pequena tecnoestrutura para controlar os resultados.
➢ Adhocracia – Essa configuração é a mais adequada para as empresas envolvidas em setores
dinâmicos, como o aeroespacial, o de consultorias e o cinematográfico.
Nessas organizações, não existe uma estrutura fixa, mas diversos profissionais altamente treinados,
que são agrupados de acordo com uma necessidade específica (por isso o termo ad hoc), portanto existe
uma estrutura por projetos.
Essas organizações são orgânicas, flexíveis e dinâmicas, levando a um ambiente inovador e criativo.
Portanto, o núcleo operacional funde-se com a linha intermediária.
Departamentalização
Departamentalizar não é criar departamentos, e sim criar unidades organizacionais. A
departamentalização é a forma como uma organização pode juntar e integrar pessoas, tarefas e atividades
em unidades, tendo como objetivo facilitar a coordenação da empresa.
O departamento é, portanto, uma unidade de trabalho que agrega um somatório de atividades
semelhantes ou coerentes entre si. De acordo com Chiavenato, a departamentalização é um meio de se
obter homogeneidade de tarefas em cada órgão.
A departamentalização deve facilitar o trabalho dos administradores, pois possibilita um
aproveitamento mais racional dos recursos da organização. Assim sendo, os critérios devem ser os mais
racionais, visando atingir os objetivos da organização.
A departamentalização é uma característica típica das grandes organizações. Ela é diretamente
relacionada com o tamanho da organização e coma complexidade das operações. Quando a organização
torna-se grande, todas as atividades não podem ser supervisionadas diretamente pelo proprietário ou
diretor, mas por meio de vários executivos responsáveis pelas diferentes fases da atividade ou pelos
diferentes aspectos dessa atividade.
Tipos de Departamentalização
Os principais tipos de departamentalização são:
➢ Por funções.
➢ Por produtos ou serviços.
➢ Por localização geográfica.
➢ Por clientes.
➢ Por fases do processo (ou processamento).
➢ Por projetos.
A departamentalização consiste em escolher modalidades de homogeneização de atividades,
agrupando os componentes da organização em departamentos ou divisões. Senão, vejamos:
➢ Departamentalização Funcional
É o critério mais usual na administração. Os departamentos são agrupados de acordo com a função
organizacional, ou seja, são formados departamentos de Marketing, de Finanças, de Recursos Humanos
etc. Obs.: Não confundir com organização ou estrutura funcional.
Nesse tipo de departamentalização, o agrupamento é feito tendo em vista a semelhança das tarefas,
habilidades e recursos para a execução de cada função específica.
Suas principais vantagens são: junta todas as pessoas que executam as mesmas tarefas em um só
departamento, facilitando a utilização das capacidades técnicas das mesmas; facilita o treinamento e é
indicada para organizações em setores mais estáveis e que não mudem muito seus produtos e serviços.
Já as desvantagens se relacionam com uma falta de coordenação entre os departamentos, a
dificuldade de se adaptar às mudanças externas e uma visão mais “estreita” dos membros dos
departamentos, pois só analisam seus próprios problemas.
A estrutura funcional é indicada para circunstâncias estáveis e de pouca mudança e que requeiram
desempenho constante de tarefas rotineiras. É aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de
produtos ou de serviços e que permaneçam inalteradas por longo tempo. Ela reflete um dos mais altos
níveis de auto-orientação e de introversão administrativa, demonstrando a preocupação da empresa com
a sua própria estrutura interna.
Baseia-se nos produtos ou serviços executados pela organização, que se descentraliza em função
deles. O agrupamento das atividades da organização pelos produtos ou linhas de produtos facilita o
emprego da tecnologia, das máquinas e equipamentos, do conhecimento, da mão-de-obra, permitindo
uma intensificação de esforços e concentração que aumentam sobremaneira a eficiência da organização.
Se a produção de um artigo ou grupo de artigos é volumosa e permanente para utilizar
completamente as instalações e o pessoal, há interesse na departamentalização por produtos a fim de
obter vantagens econômicas na produção.
Nas empresas não-industriais denomina-se departamentalização por serviços. A diferença é que o
agrupamento das atividades se baseia nos serviços prestados em vez de produtos. Os hospitais costumam
departamentalizar suas atividades por serviços tais como cirurgia, radiologia, pediatria etc., enquanto as
associações de caridade podem ter departamentos de alimentação, vestuário, alojamento e assistência
médica. Um banco poderá departamentalizar suas operações em contas correntes, câmbio, cobrança,
empréstimo etc. Uma instituição de ensino pode departamentalizar suas atividades em curso
fundamental, curso de secretariado, cursos de aperfeiçoamento técnico etc.
Constitui a abordagem mais extrovertida da empresa, cuja ênfase está mais voltada para o cliente
do que para si mesma. É indicada quando o negócio depende de diferentes características de
produtos/serviços que variam conforme o tipo e a necessidades do cliente. O cliente é mais importante
do que os produtos/serviços, que devem ser adaptados e ajustados a ele e às suas necessidades. É uma
estratégia que predispõe os executivos e todos os participantes à satisfação das necessidades e requisitos
dos clientes, e permite concentrar todos os conhecimentos sobre as diferentes necessidades e exigências
dos diferentes canais mercadológicos.
necessariamente um cliente externo da empresa. Ele pode estar dentro da empresa. É o chamado cliente
interno.
Vantagens
A departamentalização por processo procura extrair vantagens econômicas oferecidas pela própria
natureza do equipamento ou da tecnologia. A tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para
o agrupamento de unidades e posições. Com a ênfase nos processos surgiu a reengenharia. A
reengenharia procura reinventar as organizações por meio do total redesenho dos processos empresariais.
Desvantagens
Quando a tecnologia utilizada passa por intenso desenvolvimento e mudanças que alteram o
processo produtivo, a departamentalização por processo peca pela absoluta falta de flexibilidade e de
adaptação. No caso do computador, os tremendos desenvolvimentos tecnológicos no processamento de
dados têm provocado mudanças seja no equipamento (hardware) seja no processo (software),
acarretando o enxugamento (downsizing) da área e sua descentralização rumo aos usuários.
O agrupamento por processo está também ligado ao produto/serviço produzido por meio do
processo. Em outros termos, a estrutura do processo utilizada pelas empresas está relacionada com a
estrutura do produto. Vale dizer que o processo é uma variável dependente da tecnologia empregada
para produzir um dado produto/serviço. O agrupamento por processo é interessante quando os produtos
ou a tecnologia utilizada são estáveis e duradouros.
durante longo lapso de tempo em projetos específicos e os recursos necessários são alocados em cada
projeto.
O agrupamento por projeto é utilizado por organizações que se dedicam a atividades influenciadas
pelo desenvolvimento tecnológico, como no caso de pesquisa e desenvolvimento em empresas do ramo
de eletrônica, energia nuclear, astronáutica, aeronáutica, farmacêutico etc., quando o projeto se refere a
um novo produto a ser pesquisado e desenvolvido para ser futuramente colocado em linha de produção.
A principal tarefa é reunir uma equipe de especialistas em diversos campos de atividade. A administração
por projetos é uma decorrência dessa estratégia organizacional e está centrada na adaptação de certos
segmentos da empresa a um produto complexo e manufaturado a partir de uma enorme concentração de
recursos e de especialistas diferentes para atender a especificações predeterminadas voltadas para
atender exigências e necessidades de diferentes clientes.
▪ Organograma
Para representar a estrutura organizacional, deve ser utilizado o gráfico universal denominado
organograma.
O organograma é conceituado como a representação gráfica e abreviada da estrutura da organização.
Existem vários tipos de organogramas, alguns simples, outros sofisticados e até complexos.
Vantagens x Desvantagens
Um organograma apresenta, entre outras, as seguintes vantagens:
✓ Permite rapidamente visualizar quem é quem na estrutura, ou seja, quais os órgãos de linha,
quais os de assessoramento, quem está subordinado a quem, quais os órgãos que mantêm ligações
funcionais etc.
✓ Possibilita melhor compreensão dos fluxos de autoridade, dos relacionamentos formais, de
caráter hierárquico ou funcional.
✓ Demonstra a importância dos órgãos em termos hierárquicos, assim como das atividades
exercidas através da especialização dos mesmos.
Do mesmo modo, um organograma apresenta as seguintes limitações:
✓ Torna-se complicado quando se tentam indicar todas as situações estruturais possíveis
✓ Se não estiver atualizado, retratando a empresa naquele momento, pouca ou nenhuma validade
terá.
Na elaboração de um organograma, determinados cuidados deverão ser tomados, por exemplo:
✓ Ser claro;
✓ Ser preciso;
✓ Ter estética
Organograma Estrutural
No organograma estrutural a responsabilidade e a autoridade são claras. É o tipo de organograma
mais completo e usual, o qual permite melhor entendimento dos componentes da estrutura,
principalmente a departamentalização de uma empresa.
Pode ser Vertical ou Horizontal:
Vertical - (também chamado de clássico), é mais usado para representar claramente a hierarquia na
empresa;
Horizontal - também é criado com base na hierarquia da empresa, mas tem essa característica
amenizada pelo fato do cargo mais baixo na hierarquia não estar numa posição abaixo dos outros (o que
pode ser interpretado como discriminação, ou que ele tem menos importância), mas ao lado.
vezes dentro dessas ramificações os órgãos menores, o que complica sobrepondo a compreensão do
gráfico.
▪ Fluxogramas
Fluxograma é a representação gráfica da sequência de atividades de um processo. Além da
sequência das atividades, o fluxograma mostra o que é realizado em cada etapa, os materiais ou serviços
que entram e saem do processo, as decisões que devem ser tomadas e as pessoas envolvidas (cadeia
cliente/fornecedor).
O uso de fluxogramas possibilita:
▪ Preparação para o aperfeiçoamento de processos empresariais (é preciso conhecer para
melhorar):
▪ Identificação de atividades críticas para o processo;
Princípios de um Fluxograma
▪ Princípio da Evidência: não aceitar nada como verdadeiro, enquanto não for convencido como
tal, de modo a procurar evitar a precipitação e a prevenção contra determinados fatos.
▪ Princípio da Análise: fracionar as dificuldades em tantas partes quantas forem necessárias, de
modo a facilitar a sua compreensão e seu entendimento.
▪ Princípio da Síntese: pensar ordenadamente, a partir dos fatos ou objetos mais simples até
chegar aos mais complexos, admitindo existir entre eles uma certa ordem de execução.
▪ Princípio da Enumeração: fazer enumerações tão completas e revisões tão detalhadas, de modo
a certificar-se de que nada foi omitido e esquecido.
Tipos de Fluxogramas
Os fluxogramas podem ser de vários tipos. Os três mais importantes são o fluxograma vertical, o
fluxograma de blocos e a lista de verificação.
Fluxograma vertical. Retrata a sequência de uma rotina por meio de linhas (que traduzem as
diversas tarefas ou atividades necessárias para a execução da rotina) e de colunas (que representam,
respectivamente, os símbolos das tarefas ou operações, os funcionários envolvidos na rotina, o espaço
percorrido para a execução e o tempo despendido). É também chamado de gráfico de análise do processo.
Fluxograma de blocos. É um fluxograma que se baseia em uma sequência de blocos, cada um com
um significado próprio, encadeados entre si. Apresenta uma simbologia mais rica e não se restringe
apenas a linhas e colunas preestabelecidas no gráfico. O fluxograma de blocos é utilizado por analistas
de sistemas e programadores de computador para representar graficamente as entradas, operações e
processos, saídas, conexões, decisões, arquivamentos, que constituem o fluxo ou sequência das
atividades de um sistema.
Evidentemente, no organograma não figuram esses módulos nem suas atividades/tarefas, mas
somente a função geral do órgão. Em consequência, para um melhor entendimento do trabalho total,
favorecendo uma equitativa distribuição de sua carga entre os diversos subordinados, evitando, também,
uma grande dispersão, com um mesmo empregado envolvido em diversas e díspares atividades, o chefe
adota o funcionograma, para uso exclusivo em sua ambiência interna.
É óbvio, esse funcionograma pode ter múltiplas utilidades, inclusive para processos de
racionalização, análise da distribuição do trabalho, padronização de atividades e fluxos, estudos de
layout etc.
Deve-se destacar, também, que estes princípios, com elevada probabilidade, terão importância cada
vez mais acentuada. Detalharemos cada um destes itens para evidenciar a importância de seu
conhecimento para a gestão das organizações sob a perspectiva de quaisquer das Teorias da
Administração.
➢ Planejamento
Segundo Chiavenato o planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente o
que se deve fazer e quais objetivos devem ser alcançados. Visa dar condições racionais para que se
organize e dirija a empresa ou seus departamentos ou divisões a partir de certas hipóteses a respeito da
realidade atual e futura.
A elaboração do planejamento evita a adoção de ações improvisadas, casuais, contribuindo para
reduzir o nível de incerteza e possibilitando maior segurança quanto ao desempenho da empresa. O
planejamento, segundo Chiavenato, apresenta as seguintes características:
a) é um processo permanente e contínuo, pois é realizado de forma sistemática dentro da
empresa e não se esgota na simples montagem de um plano de ação;
b) é sempre voltado para o futuro e está intimamente ligado com a previsão, embora não se
confunda com ela. O conceito de planejamento inclui o aspecto de temporalidade e futuro.
O planejamento é uma relação entre coisas a fazer e o tempo disponível para fazê-las;
c) se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões, pois, ao estabelecer esquemas para
o futuro, funciona como um meio de orientar o processo decisório, dando-lhe maior
racionalidade e subtraindo incerteza subjacente a qualquer tomada de decisão;
d) visa relacionar, entre várias alternativas disponíveis, um determinado curso de ação, em
função de suas consequências futuras e das possibilidades de sua execução e realização. O
curso de ação escolhido pode ter uma duração variável - desde curto à longo prazo - e pode
ter uma amplitude igualmente variável, abrangendo a empresa como um todo até uma
determinada unidade de trabalho;
e) é sistêmico, pois deve considerar a empresa ou o órgão ou a unidade como uma totalidade.
O planejamento deve considerar tanto o sistema como os subsistemas que o compõem, bem
como as relações e compromissos internos e externos;
f) é interativo. Como o planejamento se projeta para o futuro, ele deve ser suficiente e
prudentemente flexível para aceitar ajustamentos e correções. Pressupõe avanços e recuos,
alterações e modificações em função de eventos novos, ou diferentes, que ocorram tanto no
ambiente interno quanto externo da empresa;
g) é uma técnica de alocação de recursos de forma antecipadamente estudada e decidida.
Deverá refletir a otimização na alocação e dimensionamento dos recursos com os quais a
empresa ou o órgão dela poderá contar no futuro para suas operações;
h) é uma técnica cíclica. A medida que é executado, passa a ser realizado. Conforme vai sendo
executado e realizado, permite condições de avaliação e mensuração para novos
planejamentos, com informações e perspectivas mais seguras e corretas;
i) é função administrativa que interage dinamicamente com as demais. Está intimamente
relacionado com as demais funções administrativas, como a organização, o controle e a
avaliação, influenciando e sendo influenciado por elas a todo o momento e em todos os
níveis da empresa;
j) é uma técnica de coordenação. Permite a coordenação de várias atividades no sentido da
realização dos objetivos desejados e de maneira eficaz;
k) é uma técnica de mudança e inovação. O planejamento é uma das melhores maneiras de se
introduzir deliberadamente mudança e inovação dentro de uma empresa, sob uma forma
previamente definida e escolhida e devidamente programada.
O Planejamento pode ser considerado em função do nível da empresa, conforme ilustra a figura a
seguir:
O planejamento operacional está voltado para o que fazer, como fazer, e para quem fazer,
procurando otimizar e maximizar os resultados. Este tipo de planejamento deve ser intrinsecamente
relacionado ao planejamento tático, o mesmo ocorrendo com este em relação ao planejamento
estratégico.
➢ Organização
Chiavenato define a organização como uma função administrativa através da qual a empresa reúne
e integra os seus recursos, define a estrutura de órgãos que deverão administrá-los, estabelece a divisão
de trabalho através da diferenciação, proporciona os meios de autoridade e de responsabilidade e assim
por diante. A organização representa, no fundo, todos aqueles meios que a empresa utiliza para por em
prática o planejamento, o controle e a avaliação para atingir os seus objetivos.
Como já foi enfatizado, a função administrativa organizacional depende do planejamento, do
controle e da direção. Há uma estreita inter-relação entre todas estas funções.
A função administrativa organizacional normalmente é implementada de acordo com as
peculiaridades de cada empresa, que pode considerar seus recursos (humanos, materiais e
organizacionais) e sua estrutura. Como ocorre com a função planejamento, a função organização também
pode ser analisada em função dos diferentes níveis (institucional, intermediário e operacional) da
empresa.
➢ Direção
Do ponto de vista didático, a função administrativa direção vem após o planejamento e a
organização. Assim, enquanto o planejamento estabelece o que fazer e como fazer e para quem, a
organização estabelece a estrutura, os meios para a execução, a direção se preocupa com a execução das
operações propriamente ditas, tendo em vista o alcance dos objetivos.
A Direção é, inegavelmente, uma das complexas funções da administração. Isto se deve a sua
abrangência e ao fato de estar intimamente relacionado às pessoas.
A execução de qualquer ação envolve sempre pessoas e grupos. Toda a implementação do
planejamento e da organização é efetuada por um conjunto de pessoas, normalmente, são os recursos
mais complexos existentes nas empresas.
A Direção é a função que envolve a maior interação humana. Como assegura Chiavenato, “é a
função que exige a maior dose de flexibilidade, de amortecimento de impactos e, principalmente, de
orientação das pessoas quanto ao rumo certo no alcance dos objetivos pretendidos”.7
A Direção é extremamente dinâmica, ocorre em todos os níveis da empresa e está relacionada ao
Planejamento, à Organização e ao Controle. Como a função Direção diz respeito ao processo de
interação entre pessoas, três assuntos inerentes a ela são de capital importância: comunicação, liderança
e motivação.
Assim sendo, para dirigir pessoas são necessários profundos conhecimentos a respeito do processo
de comunicação, das teorias de liderança e da motivação. Como nas funções planejamento e organização,
7 CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 4ª edição. Barueri-SP: Manole,
2016
a direção pode ser considerada em função dos níveis da empresa: institucional, intermediário e
operacional.
➢ Controle
O termo controle tem muitos significados e, não raro, se associa a atitudes coercitivas,
principalmente quando envolve pessoas. O controle deve ser entendido como uma função administrativa,
como o Planejamento, a Organização e a Direção.
Os autores Koontz e O’Donnel (1998) especificam que controle é a função administrativa que
consiste em medir e corrigir o desempenho de colaboradores para assegurar que os objetivos da empresa
e os planos delineados para alcançá-los sejam realizados. É, pois, a função segundo a qual cada
administrador, do presidente ao supervisor, certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo com o
que se tencionava fazer.
O controle também está intimamente relacionado com o Planejamento, a Direção e a Organização.
Os controles podem ser classificados de acordo com o nível da empresa onde ocorrem. Assim, há o
controle estratégico, o controle tático e o operacional.
Em termos de controle operacional, Litterer (1990) propõe um modelo básico que compreende três fases:
1. coleta de dados sobre o desempenho;
2. comparação dos dados com um padrão;
3. ação corretiva.
Certamente, cada uma destas fases pode ser desenvolvida através de diversas formas, que sempre
devem considerar as peculiaridades de cada empresa.
Coordenação
Coordenação é “Função do Administrador”?
Para responder esta pergunta, é preciso antes reafirmar que função é uma aglutinação de atividades
e que ela tem a tendência de se unir, ocasionando assim uma dificuldade de identificação dos limites de
uma função administrativa.
A coordenação está presente ao desempenho de todas as funções administrativas. Ela não faz parte
das características de cada função, mas representa o exercício das funções. A coordenação pode ser
definida como a harmonização dos vários esforços necessários para atingir os objetivos almejados. A
necessidade de sincronia entre as funções é importante para que cada elemento na empresa compreenda
melhor a forma de se atingir os objetivos propostos.
De acordo com Gulick, coordenação “é a obrigação essencial de inter-relacionar as várias partes do
trabalho”. Já para Fayol, a coordenação é “a reunião, a unificação e a harmonização de toda a atividade
e esforço”.
A coordenação só surtirá efeito quando todos os elementos conhecerem o objetivo dominante da
empresa. Cada um então, poderá trabalhar em prol desse objetivo dosando e aplicando os esforços no
momento melhor ou no momento exato que for preciso. Assim, a ação individual será frutífera e
permitirá que os planos se transformem em resultados de forma mais natural e eficiente.
▪ Planejamento Estratégico
O planejamento não ocorre da mesma forma em todos os níveis da organização. Dependendo do
nível hierárquico, o planejamento terá características diferentes, com relação ao prazo, à abrangência e
ao seu conteúdo.
No nível estratégico, o enfoque deve ser global, ou seja, iremos analisar os grandes problemas que
afetam a empresa como um todo. Nesse nível, a organização definirá seus objetivos gerais e genéricos.
Depois, esses objetivos serão detalhados nos níveis abaixo (tático e operacional).
Imagine que você é o principal executivo de uma indústria de alimentos. Nesse caso, você, como
ocupante do nível estratégico, terá de analisar o ambiente externo e decidir as diretrizes estratégicas para
que a empresa tenha sucesso no longo prazo e sobreviva.
Assim sendo, o nível abaixo – o tático ou gerencial – terá de tomar decisões e planejar seu próprio
trabalho baseado nas decisões que o nível estratégico definiu.
Dessa forma, o planejamento estratégico se refere à organização de modo global e é focado no longo
prazo. Esse tipo de planejamento tem uma visão forte no ambiente externo, ou seja, em como preparar
a organização para os desafios do meio ambiente (economia, clientes, governos, concorrentes,
fornecedores etc.). Os objetivos nesse nível devem ser mais gerais, ou seja, pouco detalhados.
O planejamento estratégico tem como principais fases: a definição do negócio, missão, visão e
valores da organização, o diagnóstico estratégico (composto da análise interna e externa da organização),
a formulação da estratégia, a implantação dela e o controle de todo o processo.
Ou seja, a organização deve primeiro analisar quais sua razão de existir, seus valores e como ela
quer impactar a sociedade (missão, visão, negócio). Após isso, a organização deve decidir aonde quer
chegar, ou seja, qual é o “destino” desejado (visão) e qual é a situação atual (diagnóstico estratégico).
Dica: falou em visão, pense no futuro da empresa. O que ela almeja ser.
A estratégia então é o “caminho” escolhido para que a organização possa chegar nesse “destino
desejado” pela visão estratégica.
8 CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública: provas e concursos. 4ª edição. Barueri-SP: Manole,
2016
▪ Controle Estratégico (Dica: Este conteúdo é muito cobrado em prova. Dedique uma atenção
especial a ele).
Após a definição da estratégia organizacional e do início da execução, será necessária a utilização
de ferramentas de controle estratégico. Atualmente, a principal ferramenta para o controle estratégico é
o Balanced Scorecard. Na gestão estratégica competitiva, o alinhamento e controle estratégicos são
suportados pela ferramenta Balanced Scorecard (BSC), pela qual se elaboram medidas financeiras e não
financeiras que possibilitam o desdobramento das estratégias a serem implementadas.
Dessa maneira, os gestores poderão acompanhar os resultados da organização de acordo com a
estratégia traçada, de modo a corrigir os desvios e aprender, gerando conhecimento com todo o processo.
O princípio da divisão do trabalho no nível dos operários, iniciado com a Administração Científica,
ampliou-se para os escalões hierárquicos mais elevados da organização, com o advento da Teoria
Clássica. O método cartesiano de análise/decomposição e síntese/composição era a base dessa lógica de
organização empresarial.
Chiavenato ensina que o nível institucional ou estratégico corresponde ao nível mais elevado e é
composto por diretores, proprietários ou acionistas e dos altos executivos. É o nível em que as decisões
são tomadas e onde são definidos os objetivos da organização e as estratégias para alcançá-los. O nível
institucional é basicamente extrovertido, pois mantém a interface cora o ambiente. Lida com a incerteza
pelo fato de não ter poder ou controle sobre os eventos ambientais presentes e muito menos capacidade
de prever com razoável precisão os eventos ambientais futuros.
O nível intermediário, também chamado de mediador ou gerencial, fica entre o nível institucional
e o operacional. Atua na escolha e captação dos recursos necessários, bem como na distribuição e
colocação do que foi produzido pela empresa nos diversos segmentos do mercado. É o nível que lida
com os problemas de adequação das decisões tomadas no nível institucional (no topo) com as operações
realizadas no nível operacional (na base da organização). O nível intermediário compõe-se da média
administração, isto é, das pessoas ou órgãos que transformam as estratégias formuladas para atingir os
objetivos empresariais em programas de ação. A média administração forma uma cadeia escalar de
autoridade.
Já o nível operacional é o nível localizado nas áreas inferiores da organização. Está ligado aos
problemas de execução cotidiana e eficiente das tarefas e operações da organização e orientado para as
exigências impostas pela natureza da tarefa técnica a ser executada, com os materiais a serem
processados e a cooperação de vários especialistas necessários ao andamento dos trabalhos.
É o nível no qual as tarefas são executadas e as operações realizadas: envolve o trabalho básico
relacionado com a produção dos produtos ou serviços da organização. É composto pelas áreas que
programam e executam as tarefas e operações básicas da organização. Nele estão as instalações físicas,
as máquinas e os equipamentos, as linhas de montagem, os escritórios e os balcões de atendimento cujo
funcionamento deve atender a rotinas e procedimentos programados dentro de uma regularidade e
continuidade que assegurem a utilização plena dos recursos disponíveis e a máxima eficiência das
operações.
Obs.: Consideramos importante dar início aos estudos através da transcrição do texto constitucional,
reproduzindo os artigos 163 a 169, os quais versam sobre as Finanças Públicas e que, por muitas vezes,
são cobrados de forma literal nas provas de concursos públicos.9
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco
central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual
serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar
a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta
seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de
saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º,
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a
destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º
deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no
§11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida
para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a
programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder
Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder
Legislativo as justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará
ao Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o
Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do
Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11
não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no
inciso I do § 14. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante
previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente
sobre o conjunto das despesas discricionárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive
dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação
de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de
despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e
II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts.
155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato
do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,
empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo
único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado
na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão
as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar
o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada
a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no §
4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Orçamento Público
Orçamento Público é o documento do Poder Executivo, aprovado pelo Legislativo, que estima
receitas e despesas para o período de um ano, que envolve todos os órgãos integrantes da estrutura
governamental.
Sob a ótica política, podemos dizer que corresponde ao contrato formulado anualmente entre
governo, administração e sociedade sobre as ações a se implementarem pelo Poder Público.
É um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através
dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos extraídos da sociedade
e como distribui-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política.
O orçamento anual da União é composto pelos orçamentos: Fiscal, da Seguridade Social e de
Investimento das Estatais. Ele prevê todos os recursos e fixa todas as despesas do Governo Federal,
referentes aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Nenhuma despesa poderá ser realizada se não estiver autorizada no orçamento anual, na LOA (ou
em lei de créditos adicionais), e todas as despesas devem ser inseridas no orçamento sob a forma de
programas.
O Orçamento Público expressa o esforço do Governo para atender à programação requerida pela
sociedade, a qual é financiada com as contribuições de todos os cidadãos por meio do pagamento de
tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos.
O Orçamento Público materializa-se numa lei, a LOA – Lei Orçamentária Anual. A LOA é o
instrumento por meio do qual o Governo estima as receitas que irá arrecadar e fixa os gastos que pretende
realizar durante o ano. A LOA é um documento anual (uma lei) elaborada pelo Executivo e aprovada
pelo Legislativo, pela qual ficam autorizadas as despesas públicas e previstas (estimadas) as receitas
orçamentárias.
financeiro. A lei orçamentária disciplina todas as ações do Governo Federal no curto prazo. É com base
nas autorizações da Lei Orçamentária Anual que as despesas do exercício são executadas.
O projeto de Lei Orçamentária Anual deve ser enviado pelo Presidente da República ao Poder
Legislativo até o dia 31 de agosto de cada ano e deve ser aprovado até o final da sessão legislativa (22
de dezembro).
Ciclo Orçamentário
Sequência de fases ou etapas que devem ser cumpridas, como parte do processo orçamentário. A
maioria dos autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração, apreciação
legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se inicia o ciclo seguinte.
Inicia-se com a elaboração (no ano anterior), a execução e o controle (no exercício) e o controle e a
avaliação (no ano seguinte).
Elaboração - É na fase de elaboração que os estudos preliminares são feitos, que são definidas
prioridades, fixados objetivos e estimados os recursos financeiros necessários à realização das políticas
públicas inseridas no orçamento sob a forma de programas.
A elaboração do orçamento, objetivando uma ação integrada, articulada e racional, processa-se
verticalmente em sentido descendente e ascendente, envolvendo a Secretaria de Orçamento Federal, os
Órgãos Setoriais e as Unidades Orçamentárias.
A proposta orçamentária deverá conter diversos quadros demonstrando as receitas e despesas de
acordo com as categorias econômicas; as fontes de recursos e a legislação pertinente; quadro das
dotações por órgãos do Governo e da Administração; quadro demonstrativo do programa anual de
trabalho do Governo em termos de realizações de obras e prestação de serviços. Devem também constar
tabelas explicativas com o comportamento da receita e da despesa, abrangendo diversos exercícios
financeiros.
Aprovação - O chefe do Executivo é quem envia o Projeto de Lei ao Poder Legislativo (protocola
na Câmara dos Deputados) – onde ocorre o processo legislativo. O PL-LOA é imediatamente
Créditos Adicionais
Por crédito orçamentário inicial ou ordinário entende-se aquele aprovado pela lei orçamentária
anual, constante dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais. O
orçamento anual consignará importância para atender determinada despesa a fim de executar ações que
lhe caiba realizar. Tal importância é denominada de dotação orçamentária.
A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários, aos quais estão consignadas dotações. O
crédito orçamentário é constituído pelo conjunto de categorias classificatórias e contas que especificam
as ações e operações autorizadas pela lei orçamentária, a fim de que sejam executados os programas de
trabalho do Governo, enquanto a dotação é o montante de recursos financeiros com que conta o crédito
orçamentário.
Assim, o crédito orçamentário é portador de uma dotação e esta constitui o limite de recurso
financeiro autorizado. Corresponde a uma autorização para realizar despesas.
Também chamados “mecanismos retificadores do orçamento”, os créditos adicionais proporcionam
certa flexibilidade à programação orçamentária, procurando ajustar o orçamento aprovado com a
realidade constatada na execução.
Os créditos adicionais são alterações qualitativas e quantitativas realizadas no orçamento. Segundo
o art. 40 da Lei 4.320/1964, são créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.
O ato que abrir o crédito adicional, que pode ser um decreto, uma medida provisória ou uma lei, de
acordo com sua classificação, deve indicar a importância, a espécie e a classificação da despesa até onde
for possível.
Os créditos adicionais classificam-se em:
• Suplementares: são os créditos destinados a reforço de dotação orçamentária.
• Especiais: são os créditos destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica.
• Extraordinários: são os créditos destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, como em caso
de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
Para a abertura dos créditos suplementares e especiais, é necessária a existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa. Ela deve, ainda, ser precedida de exposição justificada.
Princípios Orçamentários
Os princípios orçamentários são premissas, linhas norteadoras, a serem observadas na concepção e
execução da Lei Orçamentária. Visam aumentar a consistência e a estabilidade do sistema orçamentário.
Por isso, são as bases nas quais se deve orientar o processo orçamentário e são impositivos no orçamento
público, apesar de não terem caráter absoluto por apresentarem exceções. Segue abaixo conceitos de
alguns dos principais princípios orçamentários:
Unidade ou Totalidade: De acordo com este princípio, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada
ente governamental deve elaborar um único orçamento. Este princípio é mencionado no caput do art. 2º
da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa
forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um
único documento legal dentro de cada nível federativo.
Anualidade: De acordo com o princípio da anualidade, o orçamento deve ter vigência limitada a
um exercício financeiro. Conforme a legislação brasileira, o exercício financeiro precisa coincidir com
o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro).
A Lei de responsabilidade Fiscal – LRF vem reforçar este princípio ao estabelecer que as obrigações
assumidas no exercício sejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício.
Receita pública
Receita é toda arrecadação de rendas autorizada pela Constituição Federal, leis e títulos creditórios
à Fazenda Pública. É a entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas,
condições ou correspondências no passivo, vem acrescentar o seu vulto como elemento novo e positivo.
A receita pública pode ser definida em sentido amplo (lato) e em sentido restrito (stricto).
Receita pública em sentido amplo (lato sensu) ou ingresso público: são todas as entradas ou
ingressos de bens ou direitos a qualquer título, em certo período de tempo, que o Estado utiliza para
financiar seus gastos, podendo ou não se incorporar ao seu patrimônio e independente de haver
contrapartida no passivo. Exemplos: receitas tributárias, operações de crédito, operações de crédito por
antecipação de receita, cauções e etc.
Receita pública em sentido estrito (stricto sensu): são todas as entradas ou ingressos de bens ou
direitos, em certo período de tempo, que se incorporam ao patrimônio público sem compromisso de
devolução posterior. Exemplos: alienação de bens, receita de contribuições, receitas industriais e etc.
Receitas Orçamentárias
Disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento
novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas
públicas. A receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja
finalidade precípua é atender às necessidades públicas e às demandas da sociedade.
Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo
financeiro e, via de regra, por força do princípio da universalidade, estão previstas na LOA.
Sobre o assunto, as receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:
• natureza de receita;
• indicador de resultado primário;
• fonte/destinação de recursos; e
Em geral, as receitas de capital são representadas por mutações patrimoniais que nada acrescentam
ao patrimônio público, só ocorrendo uma troca de elementos patrimoniais, isto é, um aumento no sistema
financeiro (entrada de recursos financeiros) e uma baixa no sistema patrimonial (saída do patrimônio em
troca de recursos financeiros).
Receitas intraorçamentárias: são receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais
entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma
mesma esfera de governo. São chamadas também de ingressos intraorçamentários. Têm a finalidade de
discriminar as receitas referentes às operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas,
empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.
Por meio da classificação por fontes, possibilita-se o atendimento dos seguintes dispositivos da Lei
de Responsabilidade Fiscal:
✓ Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
✓ A disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados
a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma
individualizada.
• Orçamentárias: são entradas de recursos que o Estado utiliza para financiar seus gastos,
transitando pelo patrimônio do Poder Público.
• Extraorçamentárias: tais receitas não integram o orçamento público e constituem passivos
exigíveis do ente, de tal forma que o seu pagamento não está sujeito à autorização legislativa.
Isso ocorre porque possuem caráter temporário, não se incorporando ao patrimônio público.
São chamadas de ingressos extraorçamentários. São exemplos de receitas
extraorçamentárias: depósito em caução, antecipação de receitas orçamentárias - ARO,
consignações diversas, cancelamento de restos a pagar, emissão de moeda e outras entradas
compensatórias no ativo e passivo financeiros.
Despesa Pública
Segundo o mestre Aliomar Baleeiro, despesa pública é a aplicação de certa quantia em dinheiro, por
parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução
de um fim a cargo do governo.
Já o Glossário do Tesouro Nacional, conceitua despesa pública como a aplicação (em dinheiro) de
recursos do Estado para custear os serviços de ordem pública ou para investir no próprio
desenvolvimento econômico do Estado. É o compromisso de gasto dos recursos públicos, autorizados
pelo Poder competente, com o fim de atender a uma necessidade da coletividade prevista no orçamento.
Nenhuma despesa pública poderá ser realizada se não for autorizada pela LOA ou mediante créditos
adicionais, nenhum programa ou projeto pode ser iniciado se não estiver incluído na LOA, e nenhum
investimento que ultrapasse um exercício financeiro pode ser iniciado se não estiver contido no PPA ou
em lei que autorize sua inclusão.
Assim, toda despesa pública deve, necessariamente, constar no orçamento anual (ou em Créditos
Adicionais) para receber a competente autorização legislativa que permita a sua execução.
Classificação por Natureza da Despesa:
Categoria econômica da despesa - Assim como a receita, este nível da classificação por natureza
obedece ao critério econômico. Permite analisar o impacto dos gastos públicos na economia do País.
O que é atendimento?
No atendimento ao público, a função principal do profissional é a de ajudar a pessoa a resolver os
seus problemas ou ter suas necessidades atendidas.
O atendimento ao público resume-se em:
➢ Prestar assessoria, consultoria, sanar dúvidas;
➢ Ajuda de uma pessoa à outra;
➢ Prestar ou dar atenção a algo; e
➢ Receber com atenção e gentileza.
➢ Recepcionar - Receber as pessoas, passar uma imagem positiva e prestar um bom serviço;
➢ Informar – Esclarecer as dúvidas;
➢ Orientar – Indicar opções e ajudar a tomar decisões;
➢ Filtrar – Diagnosticar as necessidades dos públicos;
➢ Amenizar – Acalmar os ânimos e fazer esperar; e
➢ Agilizar – Evitar perda de tempo.
Bom atendimento é oferecer um pouquinho a mais do que o cliente espera. O Atendimento excelente
é ter satisfação em dar aos outros um pouco mais do que eles esperam.
2. Princípio da legitimidade: O usuário deve ser atendido com ética, respeito, imparcialidade, sem
discriminações, com justiça e colaboração.
O visitante/usuário tem o direito de ser recepcionado de forma ética e respeitosa, sem que haja
diferença de tratamento em razão da condição cultural, social e física do visitante/usuário:
➢ Não escreva ou faça qualquer outra atividade enquanto estiver falando com ele;
➢ Esteja atento à condição física do usuário (ofereça ajuda aos idosos e às pessoas com
necessidades especiais).
3. Princípio da disponibilidade: O atendente representa, para o usuário, a imagem da organização.
Assim, deve haver empenho para que o usuário não se sinta abandonado, desamparado, sem assistência.
O visitante/usuário deve receber assistência personalizada desde o momento de sua chegada até à
despedida:
➢ Demonstre estar disponível para realizar sua tarefa de atendente;
➢ Apresentar-se com roupas provocantes, transparentes, ousadas (no caso das mulheres) como
também roupas amassadas, sujas, informais demais;
➢ Chamar o cliente de “meu amor”, “meu querido”, “ei amigo”, “meu ou minha filho ou filha”...
Trate os clientes pelo nome e diga-lhes apenas senhor ou senhora, independentemente da idade;
➢ Demonstrar irritação, cansaço, preocupação (se tem algum problema particular, resolva-o
quando sair do ambiente de trabalho);
➢ Utilizar linguagem técnica, pouco conhecida. Utilize linguagem clara e simples.
➢ Interromper a fala do cliente;
➢ Demonstrar insegurança;
➢ Dizer a frase: “NÃO SEI...” Caso não saiba de uma informação, peça um instante ao cliente e
procure informar-se;
➢ Apatia (demonstração de indiferença);
➢ Má vontade (atendente tenta livrar-se do usuário);
➢ Frieza (tratamento distante, sem envolvimento);
Atendimento Presencial
Atendimento pessoal é a atenção prestada aos clientes de forma presencial, é o popular “corpo a
corpo”. A recepção é o cartão de visitas para o público, os 20 primeiros segundos do atendimento são
fundamentais para que uma imagem positiva da organização seja construída e mantida. Nesses 20
primeiros segundos, o atendente deve sempre demonstrar simpatia, competência e profissionalismo.
Deve, sobretudo, cuidar:
➢ Da expressão do rosto, da voz;
➢ Dos gestos, do vocabulário e
➢ Da aparência (postura física, "vestuário", penteado).
➢ É essencial saber olhar e ouvir
➢ Mostrar atenção exclusiva para o cliente
➢ Evitar desviar o olhar ou mostrar interesse por qualquer outra coisa que não o cliente à sua
frente.
6) Demasiado apego às normas - Acontece com o funcionário que diz "sinto muito, mas não
podemos fugir das regras, não podemos ser flexíveis".
7) Jogo de responsabilidades = A síndrome do “vai para lá” e “vem para cá”. Há pessoas
que mandam os clientes de um lugar para outro, sem nunca resolver nada.
Reclamações de Clientes
O verdadeiro profissional é aquele que sabe adequar a sua postura aos mais diversos tipos de
situação. O cliente insatisfeito, nervoso, descontrolado, que grita, nos fornece mais aprendizado, pois
temos que agir exatamente de forma oposta a sua, controlando a nossa emoção.
Assim, poderemos controlar a dele também. Esta capacidade de poder controlar as emoções do outro
é o núcleo da arte de lidar com relacionamentos e é fundamental para as situações de atendimento.
Dez sugestões para lidar com reclamações de clientes:
Avaliação de Desempenho
A Avaliação do Desempenho é um procedimento que avalia e estimula o potencial dos funcionários
na empresa. Seu caráter é fundamentalmente orientativo, uma vez que redireciona os desvios, aponta
para as dificuldades e promove incentivos em relação aos pontos fortes.
A avaliação deve ocorrer todos os dias e não apenas em momentos formais. O esforço individual é
direcionado pelas capacidades e habilidades do indivíduo e pelas percepções que ele tem do papel a
desempenhar e função do valor de as recompensas dependerem do esforço. Na maior parte das vezes, a
avaliação do desempenho é responsabilidade de linha e função de Staff (consultoria) com a assistência
do órgão de ARH. Quem avalia é o superior imediato, que, melhor do que ninguém, tem condições de
acompanhar e verificar o desempenho de cada subordinado, diagnosticando com precisão os pontos
fortes e fracos.
Algumas definições de Avaliação do Desempenho
✓ Avaliação do desempenho é o processo que mede o desempenho do funcionário. O desempenho
do funcionário é o grau em que ele alcança os requisitos do seu trabalho.
relativo sucesso ao pessoal de nível universitário que ocupa elevadas posições na empresa. Na auto
avaliação de desempenho o próprio empregado preenche o questionário e submete-o, posteriormente, a
seu superior e, juntos, analisam os resultados, as providências a serem tomadas e os objetivos de
desempenho a serem atingidos.
Todavia a avaliação de desempenho não pode ser exclusiva responsabilidade do próprio indivíduo
porque:
a. Pode haver uma heterogeneidade incrível de objetivos, com a fixação de padrões
individuais de comportamento profissional;
b. Os empregados nem sempre tem condições de avaliar-se dentro dos requisitos
estabelecidos pelo sistema, o que provocaria distorções e perda de precisão dos mesmos;
c. Os pontos de vista dos empregados dificilmente coincidem com os de seus superiores
acerca da avaliação de seu desempenho;
d. Os objetivos do desempenho podem tornar-se demasiadamente pessoais e individuais,
subjetivos e personalizados.
A comissão de avaliação de desempenho
Em algumas organizações a avaliação de desempenho é atribuída a uma comissão especialmente
designada para este fim e constituída de elementos pertencentes a diversos órgãos ou departamentos. A
avaliação neste caso é coletiva e cada membro terá igual participação e responsabilidade nos
julgamentos.
Geralmente, a comissão é formada de membros permanentes e transitórios. Os membros
permanentes e estáveis participarão de todas as avaliações e seu papel será a manutenção do equilíbrio
dos julgamentos, do atendimento aos padrões e da constância ao sistema. Os membros transitórios ou
interessados, que participarão exclusivamente dos julgamentos dos empregados direta ou indiretamente
ligados a sua área de atuação, terão o papel de trazer as informações a respeito dos avaliados e proceder
ao julgamento e a avaliação. Enquanto os membros transitórios trazem a avaliação e julgam seus
subordinados diretos ou indiretos, os membros permanentes procuram manter a estabilidade e a
homogeneidade das avaliações.
Exemplo de comissão de avaliação do desempenho:
Membros Estáveis ou Permanentes
• Presidente ou diretor
• Diretor de RH
• Especialista em avaliação de desempenho
• Executivo de organização e métodos
Realmente, se a organização conseguir obter pleno funcionamento da comissão e, através dela, uma
harmonia consistente nas avaliações terá atingido uma técnica avançada de avaliação de desempenho.
Através de um estudo científico desenvolvido pela General Electric Company, o qual foi elaborado
para verificar a eficácia de seu tradicional programa de avaliação do desempenho, verificou-se: (i) um
aspecto fortemente positivo, pois muitas pessoas tem uma ideia favorável a respeito da avaliação de
desempenho e acham que todo indivíduo deve saber como está indo em seu cargo; e (ii) outro aspecto
fortemente negativo, pois são extremamente raros os gerentes que empregam o programa de avaliação
de desempenho por sua própria iniciativa, só o fazendo sob forte controle e cobrança, mesmo sabendo
que o sistema visa melhorar o desempenho dos subordinados.
São 3 os objetivos fundamentais da avaliação de desempenho:
1) Permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar plena
aplicação;
2) Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como um recurso básico da organização e cuja
produtividade pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma
de administração; e
3) Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os
membros da organização, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de
outro, os objetivos individuais.
• aprende quais são os aspectos de comportamento e de desempenho que a empresa mais valoriza
em seus funcionários.
• fica conhecendo quais as expectativas de seu chefe a respeito de seu desempenho e seus pontos
fortes e fracos, segundo a avaliação do chefe.
• conhece as providências tomadas por seu chefe quanto à melhoria de seu desempenho
(programa de treinamento, estágios, etc.) e as que ele próprio deverá tomar (auto correção, maior
capricho, mais atenção no trabalho, cursos por conta própria, etc.).
• condições para fazer avaliação e crítica para o seu próprio desenvolvimento e controle.
• mais condições para avaliar seu potencial humano a curto, médio e longo prazos e definir a
contribuição de cada empregado.
• identificação dos empregados que necessitam de reciclagem e/ou aperfeiçoamento em
determinadas áreas de atividade e selecionar os empregados com condições de promoção ou
transferências.
• pode dinamizar sua política de recursos humanos, oferecendo oportunidades aos empregados
(não só de promoções, mas principalmente de crescimento e desenvolvimento pessoal), estimulando a
produtividade e melhorando o relacionamento humano no trabalho.
Métodos de Avaliação
Relatórios Verbais
É a comunicação verbal que o avaliador fala ao avaliado sobre seu desempenho profissional em
determinado período de tempo. Mesmo com todas as suas limitações, esse método é o mais utilizado.
Apenas deve ser empregado quando não há outros métodos de avaliação disponível. O avaliador
precisa ser um profissional experiente, responsável e imparcial.
Escalas gráficas
Também conhecido como sistemas de gráficos analíticos, esse método consiste numa sequência de
fatores de desempenho que o supervisor imediato pretende medir ao analisar a execução do trabalho de
seu auxiliar.
Existem dois tipos de gráficos analíticos: gráfico de escala contínua e de escala descontínua.
Escolhas forçadas
Consiste na descrição de fatores que compõem determinado cargo. Esses fatores são classificados
de forma crescente, ou seja, graduações inferiores ou negativas até atingir a graduações superiores ou
positivas.
A elaboração das frases que compõem o formulário dos padrões comparativos é mais demorada e
complexa do que montar um instrumento de escalas gráficas, entretanto é um sistema bem mais
compensador, objetivo e se adapta melhor a necessidades específicas das funções a serem avaliadas.
Na escolha forçada, o superior imediato do avaliado analisa seu desempenho através de graduação
conforme o número de fatores colocados nos blocos descritivos, que quem possuem diversas frases, onde
o avaliador deve escolher forçosamente uma ou duas frases que melhor se apliquem ao desempenho do
avaliado.
Cultura Organizacional
Uma organização é composta de pessoas que se relacionam para fazer algo. O que ela faz não pode
ser feito por uma só pessoa e, para fazê-lo, as pessoas precisam interagir. As pessoas dentro das
organizações não estão simplesmente em contato casual. As formas e os objetivos da cooperação são,
em grande parte, regulados e controlados pela organização. Assim, a organização ensina e persuade o
seu pessoal a se comportar de acordo com as exigências de suas funções. Não podemos ignorar que os
indivíduos e os grupos, dentro da organização, agem também seguindo seus próprios critérios e que os
complexos padrões de interação, impostos pela organização e pelos seus membros configuram a sua
dinâmica interna, tornando mais fascinante os estudos organizacionais.
A organização possui também as suas fronteiras, embora nem sempre nítidas e impermeáveis. Mais
do que um território físico, ela ocupa um espaço social que, por vezes, se expande e, por outras, se
contrai.
Podemos dizer que a organização é uma entidade social dirigida com um propósito e que possui
algumas características: além de sua Missão, ela contém uma estrutura para desempenhar suas funções,
uma dinâmica Interna e o ambiente que a cerca.
Quando uma organização assume uma vida própria, independente de seus fundadores ou qualquer
de seus membros, ela adquire a imortalidade. A institucionalização opera para produzir uma
10
Chiavenato, Idalberto. Gestão de Pessoas – 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
Níveis da Cultura
Segundo Chiavenato, toda cultura existe em três diferentes níveis de apresentação: artefatos, valores
compartilhados e pressuposições básicas:
✓ Artefatos: são todas aquelas coisas que, no seu conjunto, definem uma cultura e revelam
como a cultura dá atenção a elas. Fazem parte do primeiro nível da cultura, o mais
superficial, visível e perceptível. É tudo aquilo que cada pessoa vê, ouve e sente quando se
depara com uma organização.
✓ Valores compartilhados: são os valores relevantes que se tomam importantes para as pessoas
e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Funcionam como justificativas
aceitas por todos os membros. Constituem o segundo nível da cultura.
✓ Pressuposições básicas: são as crenças inconscientes, as percepções, os sentimentos e as
pressuposições dominantes e nas quais os membros da organização acreditam. Constituem
o terceiro nível da cultura organizacional, o mais íntimo, profundo e oculto.
Estes três são os principais elementos para se conhecer e compreender a cultura de uma organização.
Clima Organizacional
“Clima e cultura são tópicos complementares. Clima refere-se aos modos pelos quais as
organizações indicam aos seus participantes, o que é considerado importante para a eficácia
organizacional.” (Benjamim Schneider).
“Clima significa um conjunto de valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas se
relacionam uma com as outras, tais como: sinceridade, padrões de autoridade, relações sociais, etc.”
(Warren G. Bennis)
“Clima organizacional é o reflexo do estado de ânimo ou do grau de satisfação dos funcionários de
uma empresa, num dado momento.” (Ricardo Silveira Luz)
“Clima Organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica e
característica que existe em cada organização. O clima organizacional é o ambiente humano dentro do
qual as pessoas de uma organização fazem os seus trabalhos. Constitui a qualidade ou propriedade do
ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que
influencia o seu comportamento.” (Chiavenato).
Em todos os conceitos citados acima, três elementos se repetem em quase toda definição:
Liderança
Estamos na Era do Conhecimento. Todas as ações, dentro da moderna Gestão de Pessoas, se baseiam
em agregar valor à organização e às pessoas com vistas a trazer competitividade à organização. E, como
todos sabem, é por meio do capital humano que se transforma uma organização tradicional em uma
organização inovadora, flexível. É nesse ponto que entra um importante papel na organização: o do líder.
São os líderes que traçarão esses caminhos e guiarão as pessoas para as ações pretendidas.
A fim de conquistar o comprometimento de uma equipe, é necessário que o líder inspire – e não
exija – respeito e confiança. Cada pessoa se compromete quando é tratada como se fizesse parte da
equipe – quando sabe que sua contribuição é importante. Quando a pessoa percebe que é considerada,
compreendida e reconhecida, sua percepção de comprometimento cresce. Um líder que forma outros
líderes ensina que são seis os passos que criam condições para o desenvolvimento da lealdade e do
comprometimento:
1) Comunicação franca e aberta;
2) Envolvimento e potencialização dos colaboradores;
3) Desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores;
4) Demonstrar o reconhecimento;
5) Liderar com ética e imparcialidade; e
6) Promover o bem-estar no ambiente de trabalho.
Quando Fayol anunciou as funções administrativas, elas eram representadas pela sigla POCCC
(planejamento, organização, comando, coordenação e controle). Com o passar do tempo as funções de
comando e coordenação foram unificadas na letra D de direção. Esta função engloba atividades como:
(i) a tomada de decisão; (ii) a comunicação com os subordinados, superiores e pares; (iii) a obtenção,
motivação e desenvolvimento de pessoal.
A liderança nas empresas pode ser apresentar de duas maneiras:
1. liderança decorrente de uma função (cargo com autoridade de decisão)
2. liderança como uma qualidade pessoal (conjunto de atributos e atitudes que tornam uma
pessoa um líder.
Conceito de Liderança
Existem várias definições sobre liderança. Vejamos algumas:
✓ "É como uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida pelo processo
de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos"
(Chiavenato).
✓ "É a capacidade de influenciar um grupo em direção ao alcance de objetivos" (Robbins).
✓ "Liderança é a realização de metas por meio da direção de colaboradores" (Maximiano).
O que podemos perceber, inicialmente, é que a liderança não ocorre sozinha. É um fenômeno social,
grupal.
Outro ponto importante é sua palavra-chave: influência. É ela que estabelecerá o elo no grupo social
e que mostrará se estamos falando de liderança ou não.
A liderança é o exercício de influência entre pessoas. Essa influência sobre o comportamento pode
ser exercida em diferentes graus.
A liderança é contextual. Dependendo do contexto em que a pessoa está inserida, ela terá ou não
chance de liderar, bem como o grau de liderança que poderá exercer. É uma relação funcional, ou seja,
só existirá quando alguém (líder) for percebido pelo grupo como quem possui poder / controle sobre os
meios de satisfação de suas necessidades.
A concretização da liderança ocorre por meio da comunicação. O líder deve possuir habilidades de
se comunicar já que, nas organizações, a liderança é exercida para o alcance de algum objetivo. Essa
influência de que falamos só aparecerá e será percebida se o líder for capaz de induzir as pessoas.
A liderança visa ao alcance de objetivos. Esse aspecto fica claro quando entendemos os conceitos
sobre liderança já expostos. A influência do líder sobre os liderados deve ser direcionada para uma meta.
O líder funcionará, portanto, como um norte, como um guia. Ele deve ter bem claro quais são os
objetivos a serem perseguidos por seu grupo e deve ser sensível para perceber as diferenças individuais
dos membros do grupo, conseguindo satisfazer as diferentes necessidades deles.
Liderança x Administração
Liderar e administrar são palavras que invariavelmente são utilizadas como sinônimas. Mas
possuem conceitos bem diferentes. Administrar está ligado a enfrentar a complexidade. Uma boa
administração traz ordem e consistência por meio da elaboração de planos formais, do projeto de rígidas
estruturas organizacionais e da monitoração dos resultados em comparação com os planos. Liderar está
relacionado com o enfrentamento da mudança. Os líderes conseguem estabelecer direções com visão de
futuro e engajar as pessoas a superar os obstáculos para alcançarem essa visão.
formalmente, designa uma pessoa para liderar outras. Assim, nem todo gestor é líder e nem todo líder é
gestor. E é este último aspecto que se refere à liderança informal.
Ela ocorre quando alguém, mesmo não tendo o poder formal para isso, lidera pessoas.
Ela surge espontaneamente dentro do grupo.
Este quadro comparativo entre a autoridade formal (gestor) e a liderança (informal) deixa clara esta
distinção:
O gestor será líder somente quando sua liderança for sancionada, legitimada, aceita por seus
liderados. Afinal, de nada adianta dizer que alguém é líder se ninguém o considera assim, não é mesmo?
Uma observação importante nesse ponto, antes de prosseguirmos: a organização precisa tanto de
liderança como de administração fortes. Na verdade, todos os gerentes deveriam ser líderes. Afinal, além
de planejar, organizar e controlar, o gestor deveria ser capaz de influenciar seus subordinados a o
seguirem.
Teorias sobre Liderança
Além de entendermos o conceito global de liderança, é importante entendermos como esse conceito
surgiu. Dessa forma, passaremos pelas diversas teorias existentes. Isso porque, apesar de muitas delas
ainda serem aceitas, podemos entender que houve uma evolução no tempo quando nos referimos ao
pensamento sobre liderança. Nessa evolução, o foco foi mudando, ou seja, o entendimento sobre o
porquê de uma pessoa ser considerada um líder foi ficando mais claro e mudando de perspectiva.
Teoria dos Traços de Personalidade
De acordo com esta teoria, já desacreditada, o líder possuiria características marcantes de
personalidade que o qualificariam para a função. Essas características eram:
relação à situação. O trabalho somente se desenvolvia com a presença física do líder. Quando este se
ausentava, as atividades paravam e os grupos expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a
explosões de indisciplina e de agressividade.
• Liderança Liberal. Embora a atividade dos grupos fosse intensa, a produção foi simplesmente
medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso, com muitas oscilações perdendo-se muito tempo com
discussões mais voltadas para motivos pessoais do que relacionadas com o trabalho em si. Notou-se
forte individualismo agressivo e pouco respeito com relação ao líder.
• Liderança Democrática. Houve formação de grupos de amizade e de relacionamentos cordiais
entre os participantes. Líder e subordinados passaram a desenvolver comunicações espontâneas, francas
e cordiais. O trabalho mostrou um ritmo suave e seguro sem alterações mesmo quando o líder se
ausentava. Houve um nítido sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal.
Grid Gerencial
Robert R. Blake e Jane S. Mouton (1989) procuraram representar os vários modos de usar autoridade
ao exercer a liderança através do Grid Gerencial. Esta representação possui duas dimensões:
preocupação com a produção e preocupação com as pessoas.
A preocupação com a produção refere-se ao enfoque dado pelo líder aos resultados, ao desempenho,
à conquista dos objetivos. O líder com este tipo de preocupação empenha-se na mensuração da
quantidade e da qualidade do trabalho de seus subordinados.
A preocupação com as pessoas diz respeito aos pressupostos e atitudes do líder para com seus
subordinados. Este tipo de preocupação revela-se de diversas formas, desde o esforço em assegurar a
estima dos subordinados e em obter a sua confiança e respeito, até o empenho em garantir boas condições
de trabalho, benefícios sociais e outras vantagens.
O inter-relacionamento entre as duas dimensões do Grid Gerencial expressa o uso de autoridade por
um líder.
Cinco estilos básicos de uso de autoridade são definidos por Blake e Mouton. Eles criaram uma
grade gerencial para mostrar a preocupação com a produção e a preocupação com as pessoas são aspectos
complementares e não mutuamente excludentes. Os líderes foram dispostos em dois eixos: (i) o eixo
horizontal se refere à preocupação com a produção; (ii) enquanto o eixo vertical se refere à preocupação
com as pessoas. Cada eixo está dividido em nove graduações. A graduação mínima é 1 (um) e significa
pouquíssima preocupação por parte do administrador. A graduação máxima é 9 (nove) e significa a
máxima preocupação possível.
Teorias Situacionais de Liderança.
Nesta teoria o líder pode assumir diferentes padrões de liderança de acordo com a situação e para
cada um dos membros da sua equipe.
A Teoria Situacional surgiu diante da necessidade de um modelo significativo na área de liderança,
onde é definido a maturidade como a capacidade e a disposição das pessoas de assumir a
responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento. Portanto, entende-se como Liderança
Situacional aquela em que o líder que se comporta de um determinado modo ao tratar individualmente
os membros do seu grupo e, de outro, quando se dirigirem a este como um todo, dependendo do nível
de maturidade das pessoas que o mesmo deseja influenciar.
A Liderança Situacional não só sugere o estilo de liderança de alta probabilidade para os vários
níveis de maturidade, como indica a probabilidade de sucesso das outras configurações de estilo, se o
líder não for capaz de adotar o estilo desejável. Estes conceitos são válidos em qualquer situação em que
alguém pretende influenciar o comportamento de outras pessoas. Num contexto geral, ela pode ser
aplicada em qualquer tipo organizacional: empresarial, educacional, governamental ou militar e até
mesmo na vida familiar.
As principais teorias situacionais são:
✓ Para um mesmo subordinado, o líder também pode assumir diferentes padrões de liderança,
conforme a situação envolvida. Em situações em que o subordinado apresenta alto nível de
eficiência, o líder pode dar-lhe maior liberdade nas decisões. Porém, se o subordinado
apresenta erros seguidos e imperdoáveis, o líder pode impor-lhe maior autoridade pessoal e
menor liberdade de trabalho.
quando os líderes elevam os interesses de seus empregados garantindo a aceitação dos propósitos e da
missão do grupo e estimulam seus empregados a pensar além de seus interesses em prol dos interesses
da organização.
Para Chiavenato (2005) o empowerment ou delegação de autoridade, basicamente é o processo de
dar poder às pessoas, a liberdade e a informação para ajudar na tomada de decisões e com isso participar
ativamente da organização.11
Considerando os líderes transacionais, segundo Bass (1997), esse tipo de liderança ocorre quando o
líder utiliza autoridade burocrática, foco na realização da tarefa, e recompensas ou punições.
Os líderes transformacionais preocupam-se com o progresso e o desenvolvimento de seus
seguidores. Eles se preocupam em transformar os valores dos seguidores para suportar a visão e os
objetivos da organização. Isso cria um clima de confiança no qual a visão pode ser compartilhada.
Bass (1997) afirma que a liderança transformacional, assim como o carisma, tornou-se um tópico
popular na literatura recente sobre liderança nas organizações. Alguns autores usam os dois termos
indistintamente, enquanto outros fazem distinção entre ambos. Define líderes transformacionais
basicamente em termos do efeito dos líderes sobre os seguidores. Os seguidores sentem confiança,
admiração, lealdade e respeito com relação ao líder, estando motivados a fazer por ele mais do que
originalmente é esperado.
A Teoria de Ritter
A teoria do autor citado se refere aos talentos do líder. De acordo com ele, o líder eficaz deve
combinar quatro talentos: o cognitivo, o social e político, intrapsíquico e ético.
O talento cognitivo abrange a capacidade do líder de interpretar o mundo para entender os objetivos
da empresa onde atua. O talento social e político envolve a capacidade de entender a empresa como um
sistema social. O talento intrapsíquico está vinculado a capacidade de perceber sua importância como
líder, seu poder e os perigos ocasionados pelas suas paixões e ambições, e o talento ético se refere à
capacidade de discernir o certo do errado visando o sucesso da organização.
Motivação
O que é motivação?
Ao começarmos a pensar em motivação, precisamos ter em mente que esse não é um conceito fácil
de ser definido, nem muito menos simplista, portanto faz-se necessário esclarecer e diferenciar o uso
coloquial do termo, do uso que de fato irá nos interessar, que é a área de gestão de pessoas. Sendo assim,
nosso foco será sob o ponto de vista do trabalho.
Em psicologia, motivação é a força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de um organismo.
Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção, e persistência dos esforços de uma pessoa
para o alcance de uma determinada meta.
A motivação é baseada em emoções, especificamente, pela busca por experiências emocionais
positivas e por evitar as negativas, onde positivo e negativo são definidos pelo estado individual do
cérebro, e não por normas sociais: uma pessoa pode ser direcionada até à automutilação ou à violência
caso o seu cérebro esteja condicionado a criar uma reação positiva a essas ações.
Buscando outra definição para a motivação, podemos afirmar que os indivíduos se comportam
individual e grupalmente, e para que isso ocorra de maneira satisfatória para ele e para a organização é
preciso buscar algo que estimule esse comportamento. É aqui que entra o conceito de motivação, que
podemos assim denominar como sendo a vontade de empregar altos níveis de esforço em direção a metas
organizacionais, condicionada pela capacidade do esforço de satisfazer alguma necessidade.
Quando falamos em motivação, devemos ter em mente que estamos falando de pessoas, indivíduos
dotados de vontade e estimulados por fatores internos e externos, que agem, se comportam, mas que
precisam ser estimulados para que possam, e queiram, empenhar esforços para satisfazerem alguma
necessidade e dentro da organização, direcionar esses esforços para que as metas estabelecidas possam
ser atingidas.
Com isso podemos concluir que a motivação é algo que deve ser provocado, estimulado e
desenvolvido nas pessoas que atuam dentro das organizações, para que se obtenha o sucesso desejado.
Comprometimento
Antes de falarmos sobre as teorias da motivação, é importante que você entenda melhor o conceito
de comprometimento.
Uma primeira interpretação do termo pode ser dada em função de sua natureza afetiva e
comportamental (não instrumental ou normativa), pela qual comprometimento seria uma força de
envolvimento e identificação das pessoas com a organização, percebida como: (i) forte crença e
aceitação dos valores organizacionais; e (ii) vontade de se esforçar para ajudar a organização em seus
objetivos e de permanecer nela.
O conceito de comprometimento organizacional extrapola a ideia de mera lealdade passiva do
indivíduo com relação à organização. Está associado ao que os indivíduos se dispõem a entregar de si
para que os objetivos organizacionais sejam alcançados. Perceba, contudo, que essa relação pode ser
influenciada por componentes ambientais e pessoais, não estando restrita a aspectos internos da
organização.
Na verdade, é muito mais um reflexo de percepções individuais a respeito da cultura organizacional,
destacando-se aí valores, crenças, políticas e normas de conduta adotadas e legitimadas (aceitas).
Se as necessidades que a pessoa espera que a organização atenda são de fato atendidas, aumenta-se
a chance de que os comportamentos apresentados sejam impulsionados por um sentimento de
comprometimento do funcionário com relação àquilo que lhe foi atribuído como tarefa. Isso porque as
pessoas chegam à organização trazendo anseios e objetivos sociais e financeiros, expressando-os
individualmente, ou pelos grupos a que pertence (por alguma forma de representação coletiva).
Estudos têm sido realizados para analisar a relação entre comprometimento e desempenho, pelo que
alguns apontam para perspectivas mais simplistas e diretas, enquanto outros destacam a necessidade de
questionamentos a respeito do tema.
Por um prisma, acredita-se que altos graus de comprometimento das pessoas para com a organização
levam diretamente a altos níveis de desempenho e produtividade. Assim, os esforços voltados ao
aumento do comprometimento visam ao controle e direcionamento dos esforços para que os objetivos
organizacionais sejam alcançados. Configura-se, então, como uma estratégia de controle e modelagem
comportamental a ser aplicada pelos gestores.
Visto de forma mais crítica, constataremos que essa relação pode não ser tão imediata nem direta
(no sentido de "quanto maior comprometimento, maior desempenho."). Graus excessivamente elevados
de comprometimento podem fazer com que as pessoas extrapolem seus limites, ficando propensas a
doenças relacionadas ao trabalho e quedas em sua criatividade e produtividade.
O comprometimento dos membros de uma equipe é influenciado pelo modelo operacional do grupo
e por isso quando se criam condições que favoreçam a criatividade e a participação, as pessoas as
percebem positivamente e eleva-se seu grau de entrega com relação àquilo que estão fazendo.
O modelo de gestão adotado também influencia os níveis de comprometimento. Uma primeira
análise diz respeito à separação entre organizações que adotam o modelo clássico e as organizações com
visões modernas e modelos de gestão menos reducionistas e mecanicistas.
No modelo clássico, desempenhos, resultados e políticas de reconhecimento e recompensa são
individualizados, ou seja, as pessoas recebem atribuições estanques, sem que se estabeleçam metas e
objetivos coletivos. Com isso, cria-se um ambiente em que a tendência é a prevalência dos interesses
individuais e falta de visão sistêmica (integrada e interdependente) com relação aos macro-objetivos
organizacionais.
Já em organizações com abordagens mais evoluídas, tende-se à adoção de modelos participativos
de gestão, dentre as quais se citam as equipes autogerenciadas. Com isso as pessoas são mais ouvidas e
valorizadas em suas competências, o que é percebido como aspecto positivo e facilitador para o aumento
do nível de comprometimento para com a organização.
Há que se analisar também o papel do comprometimento no processo de aceitação dos valores
organizacionais e dos objetivos estabelecidos pelos gestores. As políticas e estratégias são definidas pela
cúpula e passadas para os gerentes, os quais têm a missão de segui-las com a cooperação coordenada de
seus subordinados. Nesse contexto, desenvolver nos colaboradores o comprometimento com essas
definições passadas de cima para baixo parece ser um dos instrumentos de gestão que favoreçam a
adesão das pessoas e a canalização bem orientada de seus esforços.
Motivação e Comportamento
O comportamento das pessoas dentro da organização é complexo, depende de fatores internos
(decorrentes de suas características de personalidade, como capacidade de aprendizagem, de motivação,
de percepção do ambiente externo e interno, de atitudes, de emoções, de valores etc.) e externos
(decorrentes do ambiente que envolve as características organizacionais, como sistemas de recompensas
e punições, de fatores sociais, de políticas, de coesão grupal existente etc.).
Chiavenato, com a Teoria das Relações Humanas, passou a estudar a influência da motivação no
comportamento das pessoas. Embora este seja apenas um dos fatores internos que influenciam o
comportamento humano, a ele é dado tanta importância porque a motivação atua, em geral, sobre as
necessidades dos indivíduos, a fim de supri-las para atingir os objetivos, tanto pessoais como
organizacionais.
Motivação e Desempenho
Sendo o comportamento humano fundamentalmente orientado por objetivos - sejam eles conhecidos
ou inconscientes -, fica evidente a importância de se associar atitudes motivacionais a esses objetivos.
Esses fatores motivacionais vão influir diretamente no comportamento do indivíduo e,
consequentemente, no seu desempenho dentro da organização.
Na verdade, tratam-se de três itens (motivação, comportamento e desempenho) que se apresentam
estritamente ligados. O desempenho é uma manifestação do comportamento humano nas organizações,
podendo também ser motivado pelo próprio indivíduo (motivos internos) ou pela situação ou ambiente
em que ele se encontra (motivos externos).
Motivos internos
São as necessidades, aptidões, interesses e habilidades do indivíduo, que o fazem capaz de realizar
certas tarefas e não outras; que o fazem sentir-se atraído por certas coisas e evitar outras; o que o fazem
valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. Podem ser definidos ainda como os impulsos
interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetados por fatores sociológicos: necessidades,
frustração, aptidão, habilidades, atitudes e interesses.
Motivos externos
São os estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que a pessoa persegue porque
satisfazem a uma necessidade, despertam um sentimento de interesse porque representam a recompensa
a ser alcançada.
As Teorias Da Motivação
Kurt Lewin (1935) coloca que "o comportamento humano é derivado da totalidade de fatos
coexistentes formando com isso um campo dinâmico". Para entendermos seu pensamento, partimos da
premissa de que o comportamento humano não depende somente de eventos passados, ou de eventos
futuros, mas do momento de realidade atual do sujeito, que é o "campo dinâmico" por ele citado, ou seja,
esse "campo dinâmico" é a interação do indivíduo com o ambiente em que ele está inserido.
Partindo desse pensamento de interação entre o sujeito e o seu meio, e como se pode motivar esse
sujeito em seu meio, vamos começar falando em uma primeira abordagem que afirma existirem dois
tipos de teorias que procuram explicar a motivação:
1) Teorias de contingência ou de conteúdo: a premissa básica são os fatores internos à pessoa,
que ativam, dirigem, sustentam ou paralisam o comportamento. Falam sobre o que é a
motivação;
2) Teorias de processo ou categoria: buscam descrever e analisar o processo pelo qual o
comportamento é ativado, dirigido, mantido ou paralisado, por meio de variáveis que serão
observadas e descritas. Falam sobre como ocorre a motivação.
Essas teorias são vistas e defendidas por vários estudiosos, segundo sua categorização, modo e
forma de observá-las, trazendo novas perspectivas de visão.
As teorias de motivação também já foram subdivididas com base na época em que surgiram:
• Antigas: Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow; a Teoria X e Teoria Y de Mc-
Gregor e a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg.
• Contemporâneas: Teoria das Necessidades de McClelland; a Teoria da Fixação de
Objetivos; a Teoria do Reforço; a Teoria da Equidade e a Teoria da Expectativa.
O importante, no que concerne o estudo da motivação, é ter em mente a distinção entre elas e saber
que a motivação é o resultado de recompensas intrínsecas (motivadores internos do ser humano) e
extrínsecas (motivadores externos ao ser humano).
➢ Recompensas intrínsecas: estão relacionadas à natureza do trabalho.
➢ Recompensas extrínsecas: dizem respeito ao contexto e a elementos materiais do trabalho.
Desta maneira, as recompensas intrínsecas são mais intangíveis e compreendem a realização
pessoal, a estima de outras pessoas ou o interesse que um trabalho possa despertar numa pessoa, ou seja,
são provocadas subjetivamente, no íntimo do indivíduo. Já as recompensas extrínsecas podem ser
representadas pelos salários, benefícios adicionais ou condições de trabalho agradáveis, ou seja, são
estimuladas por fatores objetivos e externos ao indivíduo.
Você pode entender a motivação extrínseca pensando que as pessoas adotam comportamentos a fim
de receberem incentivos ou evitarem punições, sendo ambos os aspectos externos à tarefa. Trata-se,
então, de uma relação entre meios e fins.
Teoria de Maslow
De acordo com Abraham Maslow, assim que o homem supre suas necessidades, ele se motiva. Tais
necessidades humanas são definidas em 5 níveis dentro de uma hierarquia. Somente quando um nível
inferior está satisfeito, é que um nível imediatamente superior surge no comportamento da pessoa.
As necessidades são divididas, em nível crescente, da seguinte maneira:
Essa cadeia não é engessada, mas sim flexível, pois, apesar das necessidades fisiológicas serem as
primeiras do processo motivacional, vai depender do indivíduo a definição do que ele vem a enxergar
como prioridade.
Teoria de Herzberg
Segundo Frederick Herzberg, dois fatores são preponderantes para o alcance da motivação, são eles:
1. Fatores Higiênicos (extrínsecos): Localizados no ambiente e controlados pela organização.
Abrange as condições que as pessoas trabalham. Se não atendidos, podem causar insatisfação, ou seja,
são fatores esperados na relação de trabalho. Ex: salário, benefícios sociais, tipo de chefia, condições
físicas e ambientais do trabalho, regulamentos internos, etc. De maneira geral, o desempenho e ações
tomadas pelo indivíduo são melhorados por estímulos externos; porém, esses mesmos estímulos não o
motiva.
2. Fatores Motivacionais (intrínsecos): Estão dentro do indivíduo, envolvem sentimento de
crescimento individual, reconhecimento profissional e auto realização gerados através de seus atos.
Teoria de McGregor
Descreveu os fatores motivacionais, agrupando em:
Fatores Extrínsecos: salário, benefícios e promoção.
Fatores Intrínsecos: auto-respeito, capacidade de solucionar problemas, autonomia, aquisição de
novos conhecimentos.
Motivação intrínseca ao indivíduo: os elementos motivadores, que apenas potencializam as suas
ações, funcionam se, e somente se, o indivíduo já estiver motivado por algum fator pessoal (intrínseco).
Teoria X: fundamentada em Taylor, o homem é avesso ao trabalho e à responsabilidade. O estilo de
gestão deverá ser autoritário e coercitivo.
Teoria Y: baseada na teoria humanística, as pessoas não são avessas ao trabalho, aceitam
responsabilidades e não são passivas às necessidades da empresa.
Profecia auto-realizável: tendência de os indivíduos ajustarem seus comportamentos à expectativa
que outros, em níveis hierarquicamente superiores, têm em relação ao seu comportamento.
Teoria de McClelland
Esse teórico identificou três necessidades caracterizadas como pontos-chave para se obter
motivação. Segundo McClelland, as pessoas são divididas em: uma minoria desafiada pelas
oportunidades e uma maioria que não são capazes, nem dispostas a enfrentar desafios para alcançar
objetivos.
Teoria da Motivação pelo Êxito e/ou Medo: motivos que orientam o comportamento humano:
• Realização (competir);
• Afiliação (relacionar-se);
• Poder (exercer influência).
Essas necessidades são adquiridas no decorrer da vida, conhecidas como secundárias, e trazem
sensações que o ser humano gosta de experimentar, como prestígio e status.
Dentre os pensamentos de Freud, existem os mecanismos de defesa do ego, que visam evitar as
angústias originadas dos conflitos intrapsíquicos, ou seja, aqueles cujas pessoas utilizam para tentar
reduzir a tensão e ansiedade resultantes dos conflitos entre o id, o ego e o superego.
Destacam-se, entre estes mecanismos, (i) o recalcamento: transmissão das pulsões, desejos e
sentimentos, que não são admitidos pelo ego, para o id; (ii) regressão: quando há um retorno a uma fase
anterior de comportamento; (iii) racionalização: justificativas ilusórias utilizadas pelo sujeito, por um
comportamento não aceitável; (iv) projeção: atribuição de desejos, ideias à sociedade, pessoas e objetos,
por não admitir tais características em si mesmo; (v) deslocamento: transferência de emoções e pulsões
dos objetos que geram ameaças, para os que geram menos ameaças; (vi) formação reativa: manifestação
de comportamentos opostos às verdadeiras pulsões; e (vii) sublimação: o objeto das emoções do
indivíduo é substituído, de modo que possa se manifestar em modalidades socialmente aceitas.
Teoria de Nuttin – Cognitiva e Relacional
O teórico Nuttin declara que não é da carência ou desequilíbrio do organismo que surge o
comportamento do indivíduo, mas sim de algo que ele define como “dinamismo temporal”, ou seja, uma
razão que direciona o indivíduo ao desenvolvimento e progresso. Segundo o autor, as aspirações,
projetos e desejos são pensados para o futuro, com a construção de planos de ação. Necessidades,
motivos e finalidades de ação possuem uma personalização, de acordo com a pessoa, suas mentalizações
e projetos de vida.
Comunicação
O sistema de comunicação de uma organização é a forma pela qual as informações necessárias ao
funcionamento da estrutura organizacional são transmitidas a todos os interessados e que permite a
integração de todos em torno de objetivos comuns. O que comunicar, quem deve comunicar, qual o
momento adequado e qual o meio a ser utilizado para comunicar são questões que precisam ser definidas
previamente, a fim de que a comunicação possa ser eficaz.
A comunicação administrativa é responsável pela circulação das informações em uma organização.
É um instrumento de coerência e coesão organizacional, que se encontra presente tanto nas instituições
públicas quanto nas empresas privadas.
As características da boa comunicação numa organização:
✓ são transparentes;
✓ são uma via de mão dupla, que funciona com a mesma eficiência de baixo para cima e de cima
para baixo;
✓ possuem mecanismos formais que facilitam a abertura da comunicação interna;
✓ informam os empregados sobre tudo que pode afetar sua vida;
✓ informam aos empregados sobre fatos que podem mudar a empresa antes que os jornais o
façam; e
✓ formam “embaixadores” da organização, que são verdadeiros multiplicadores dos valores,
atividades e produtos da empresa.
A comunicação interna (ou administrativa) percorre todas as áreas e ajuda a construir a própria
cultura e a identidade organizacional, além de facilitar o relacionamento, a interação e a flexibilidade.
Contribui para que haja um clima propício e favorável no ambiente de trabalho, reforça a confiança,
fortalece o comprometimento das pessoas, e informa os programas e ações a serem executados.
A comunicação externa é a que torna a empresa conhecida perante o mercado, as instituições e a
sociedade. A comunicação institucional (interna ou externa) é a responsável pela formação da imagem
pública da instituição e ocorre mediante a divulgação de sua missão, visão, valores e crenças, e filosofias.
A comunicação pode ser formal ou informal. A formal segue uma hierarquia dentro da empresa,
respeitando a administração, os valores existentes e os objetivos estabelecidos (é utilizada para tornar a
organização conhecida). A informal não possui regra alguma, passando até mesmo por cima das
autoridades constituídas (“rádio corredor”).
A comunicação apresenta diversos fluxos:
▪ horizontal - realizada entre unidades organizacionais diferentes, mas de mesmo nível
hierárquico;
▪ vertical - realizada entre níveis diferentes dentro da mesma organização, ou em unidades
organizacionais em que uma seja superior à outra (matriz x filial);
▪ diagonal/transversal - realizado entre unidades organizacionais e níveis diferentes;
▪ lateral - ocorre entre funcionários/equipes/departamentos distintos;
▪ ascendente - ocorre de baixo para cima; e
▪ descendente – ocorre de cima para baixo.
A comunicação organizacional é um sistema que compreende o fluxo de informações entre a
organização e seu ambiente interno e externo, e que permite à organização funcionar de forma integrada
e eficaz.
A comunicação organizacional comporta duas perspectivas principais: a instrumental e a
participativa.
Na perspectiva instrumental, a comunicação é vista como um instrumento cujo objetivo maior
consiste em gerar obediência às ordens e conformidade às diretrizes e regras estabelecidas pela alta
direção organizacional. A perspectiva instrumental visa “informar e divulgar”. Nesse enfoque, os
instrumentos de transmissão (os meios) são determinantes para uma boa comunicação, deixando em
segundo plano o autor e os demais atores. Portanto, na visão instrumental, os meios são mais importantes
que os próprios autores/atores da comunicação.
Na perspectiva participativa ou de interação, a comunicação é construída por todos os envolvidos,
e seu significado resulta da interação entre atores, seus meios e suas particularidades.
Em face da evolução e das constantes mutações no ambiente, ampliou-se a abrangência da
comunicação organizacional, que passa a incluir clientes, fornecedores, a comunidade e demais entes
governamentais que fazem parte desse universo. A comunicação não é mais um conjunto de atividades
fragmentadas, mas um processo integrado que orienta o relacionamento da empresa ou entidade com
todos os seus públicos de interesse.
O próprio papel da comunicação se tornou mais abrangente, pois de simples divulgação de decisões
e regras ou de fatos sociais, passou a abarcar tudo que diz respeito ao funcionamento da organização,
seu clima interno, sua posição social e demais relações institucionais.
A comunicação pode ser vista como um processo composto por várias etapas, aqui apresentadas em
maior número, com a finalidade de facilitar a compreensão desse processo:
✓ Emissor/Fonte: é a pessoa que, desejando se comunicar, emite a mensagem para a outra
parte.
✓ Mensagem: é o conjunto de símbolos; é a ideia que o emissor quer transmitir.
✓ Codificador: é o meio ou equipamento utilizado para converter a mensagem em código
passível de ser transmitido.
✓ Transmissor: é o meio ou aparelho utilizado para transportar a mensagem do emissor/fonte
ao canal.
✓ Canal: é o meio de transmissão da mensagem entre a fonte e o destino.
✓ Decodificador: é o meio ou aparelho que decodifica a mensagem e a torna compreensível.
✓ Receptor/Destino: é a pessoa para quem a mensagem foi enviada. É o destinatário da
mensagem, que deve recebê-la e compreendê-la.
✓ Feedback: é a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor, e permite confirmar se
a mensagem foi corretamente compreendida.
✓ Ruído: é toda interferência estranha à mensagem que torna a comunicação menos eficaz:
pode ser barulho, informação ambígua, canal inadequado, aparelho com defeito e etc.
(C) máquina: confiança nas regras e regulamentos; autonomia do empregado; enfatiza as pessoas.
(D) grupo de pessoas: enfatiza as pessoas; delega autoridade; dinâmica grupal e interpessoal.
GABARITO:
1- B; 2- D; 3- C; 4- B; 5- D
12
TEIXEIRA, Carolina. Administração de recursos materiais para concursos: teoria e exercícios do CESPE.
Rio de Janeiro: Forense, 2010. Pag.15.
13CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Materiais: Uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro:
Elsevier,2005.
Subsistemas Específicos
➢ Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela verificação da aplicação das
normas e dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento da Administração de Materiais
14
Ibidem TEIXEIRA, Carolina.
d) controlar os estoques;
e) aplicar um sistema de reaprovisionamento adequado, fixando Estoques Mínimos, Lotes
Econômicos e outros índices necessários ao gerenciamento dos estoques, segundo critérios
aprovados pela direção da empresa;
f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualidade, Engenharia de Produto,
Financeira etc.
g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
h) coordenar os inventários rotativos.
Conceito
Segundo nos ensina Marco Aurélio Dias, classificar um material é agrupá-lo segundo sua forma,
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, um produto não poderá
ser classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo havendo semelhanças. A classificação,
ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material ocupe seu respectivo local. Por exemplo:
produtos químicos poderão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si. Classificar
material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com
a semelhança, sem causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade.15
Logo, depreendemos que a classificação é o processo de aglutinação de materiais por características
semelhantes.
Existem infinitas formas de se classificar um material, contudo, podemos considerar que a mais
satisfatória será aquela que melhor atenda a empresa no caso concreto.
• Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação, de modo que se
obtenha ampla visão do gerenciamento de estoques;
15
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração de materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas,
2010.p.202.
16
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – São Paulo: Atlas, 2006.P.52.
17 VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – São Paulo: Atlas, 2006.P.53.
18
Ibidem.
valor expresso pelo próprio consumo em determinado período. Não é recomendado analisar a curva
ABC isoladamente, devendo-se estabelecer uma interface com a importância operacional.19
Podemos considerar a seguinte classificação:
19
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – São Paulo: Atlas, 2006.P.54.
20
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – são Paulo: Atlas, 2006. P.56.
Perecibilidade
Existem recomendações quanto à preservação dos materiais e sua adequada embalagem para
proteção a umidade, oxidação, poeira, choques mecânicos, pressão etc.
A adoção da classificação por perecimento permite as seguintes medidas:
1. Determinar lotes de compras mais racionais, em função do tempo de armazenagem permitido;
2. Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem, visando corrigi-las e baixar
materiais sem condições de utilização;
3. Selecionar adequadamente os locais de estocagem, utilizando técnicas adequadas de manuseio e
transporte de materiais, bem como transmitir orientações aos funcionários envolvidos quanto aos
cuidados a serem observados.
Classificação dos materiais perecíveis:
a) Pela ação higroscópica: podem ser retirados da atmosfera; ex: sal marinho, cal virgem etc.
b) Pela limitação do tempo: com prazo de validade definido; ex: remédios, alimentos, etc.
c) Instáveis: produtos químicos que se decompõem ou se polimerizam ou têm alguma reação na
presença de algum material catalítico ou puro; ex: peróxido de éter, óxido de etileno etc.
d) Voláteis: produtos que se reduzem a gás ou vapor, evaporando naturalmente e perdendo-se na
atmosfera; ex: amoníaco.
e) Por contaminação pela água: que se degradam pela adição direta de água; ex: óleo para
transformadores;
f) Por contaminação por partículas sólidas: materiais em contato com partículas sólidas, como
areias e poeiras, poderão perder parte de suas características físicas e químicas; ex: graxas.
g) Pela ação da gravidade: materiais que, estocados incorretamente, podem sofrer deformações; ex:
eixos de grande comprimento.
h) Por queda, colisão ou vibração: materiais de grande fragilidade ou sensibilidade; ex: cristais,
vidros, instrumentos de medicação.
i) Pela mudança de temperatura: perdem suas características para aplicação; ex: selantes para
vedação, anéis de vedação em borracha etc.
j) Pela ação da luz: materiais que se degradam por incidência direta da luz; ex: filmes fotográficos.
k) Por ação de atmosfera agressiva: materiais que sofre corrosão quando em contato com atmosfera,
como exemplo, os vapores de água e ácidos: sulfúrico, fosfórico, cloro, flúor etc.
l) Pela ação de animais: materiais sujeitos à ataques de insetos e outros animais durante a
estocagem; Ex.: grãos, madeiras, peles de animais etc.
Periculosidade
A adoção dessa classificação visa à identificação de materiais que oferecem riscos à segurança. A
ABNT, pela Norma NBR-7502, aborda o transporte de cargas perigosas e a Norma P-NB-98 classifica
os líquidos inflamáveis.
Possibilidade de Fazer ou Comprar
Busca determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabricados internamente ou
comprados, sendo considerado recondicionável quando, após a utilização, o material pode ser
beneficiado e novamente utilizado sem diminuição de suas qualidades.
Tipos de Estocagem
a. Estocagem permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque com
parâmetros de ressuprimento estabelecidos para renovação automática do estoque, devendo
sempre existir saldo no almoxarifado;
b. Estocagem temporária: materiais que não sejam de estoque, que necessitem ficar estocados no
almoxarifado durante determinado tempo até sua utilização.
O armazenamento
Na definição do local adequado para o armazenamento devemos considerar:
Dificuldade de aquisição
Nessa classificação devem-se considerar apenas as características intrínsecas da obtenção difícil,
eliminando as extrínsecas, como excesso de burocracia, pobreza de especificações, recursos humanos
não qualificados e etc. Desta forma, consideramos dificuldades intrínsecas na obtenção de materiais:
A. Fabricação especial;
B. Escassez no mercado;
C. Sazonalidade (alterações em diversas épocas do ano);
D. Monopólio ou tecnologia exclusiva;
E. Logística sofisticada;
F. Importações.
Mercado Fornecedor
Esta classificação complementa a anterior:
a) Mercado nacional: fabricados no próprio país;
b) Mercado estrangeiro: fabricados fora do país, mesmo que o fornecedor esteja aqui sediado;
c) Materiais em processo de nacionalização: materiais para os quais se estão desenvolvendo
fornecedores nacionais.
III. ESPECIFICAÇÃO
A especificação adquire preponderância, visto que dela depende o ressuprimento necessário às
atividades da empresa. Detalhada e completa, evita a compra de materiais em desacordo com as
necessidades e, por outro lado, os compradores não necessitam distribuir “amostras” para cotação.21
Como subproduto, temos a catalogação dos materiais utilizados pela empresa e a possibilidade de
se efetuar padronização.
O sucesso do processo depende necessariamente das seguintes condições básicas:
1. Existência de catalogação de nomes, que deve ser padronizada;
2. Estabelecimento de padrões de descrição;
21
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – são Paulo: Atlas, 2006. P.73.
A especificação propicia, entre outras coisas, facilidades às tarefas de coletas de preços, negociação
empreendida pelo comprador com o fornecedor, cuidados no transporte, identificação, inspeção,
armazenagem e preservação dos materiais, apresentando um conjunto de condições destinadas a fixar os
requisitos e características exigíveis na fabricação e no fornecimento de materiais.
Entre outras, pode-se destacar a seguinte vantagem: a eliminação de dúvidas que porventura se
apresentem na identificação de um material, jamais podendo ser confundidas com um ou mais similares.
A Descrição deve ser concisa, completa e permitir a individualização. Deve-se abolir a utilização
de vocábulos referentes a marcas comerciais, gírias e regionalismos que, inadequadamente, consagram
a nomenclatura dos materiais. Para tanto, os requisitos para a montagem da especificação devem ser:
descrição sumária e objetiva, termos técnicos adequados e usuais e critério de qualidade para
determinado uso.
A descrição padronizada de um material obedece a determinados critérios racionais, dentre os quais,
merecem destaque:
✓ A denominação deverá, em princípio, ser sempre no singular;
✓ A denominação deverá prender-se ao material especificamente e não a sua forma, embalagem,
apresentação ou uso;
✓ Utilizar, sempre que possível, denominações únicas para materiais de mesma natureza;
✓ Utilizar abreviaturas devidamente padronizadas.
Monta-se a especificação por meio da seguinte estrutura:
1. Nome básico: primeiro termo da especificação;
2. Nome modificador;
3. Características físicas;
4. Unidade metrológica;
5. Medidas;
6. Características de fabricação;
7. Características de operação;
8. Cuidado com relação ao manuseio e armazenagem;
9. Embalagem.
Normalização
São vantagens da normalização: simplificação, intercambialidade, comunicação, adoção racional de
símbolos e códigos, economia geral, segurança, defesa do consumidor e etc.
Convém destacar, também, as vantagens técnicas oriundas de procedimentos de normalização:
a. Menor tempo utilizado no planejamento.
b. Maior segurança e menor possibilidade de diferenciações pelo uso de produtos normalizados;
c. Menor possibilidade de falhas técnicas na seleção;
d. Economia de tempo para o processo técnico de produção;
e. Simplificação das decisões pelos responsáveis;
f. Simplificação nos entendimentos entre projetistas, montadores e engenheiros de produção;
g. Menor tempo de preparação do pessoal técnico.
h. Simplificação dos métodos de montagem em conformidade com as normas.
i. Limitação de correções no decorrer da produção;
j. Asseguramento da intercambialidade e reutilização de peças, desenhos, embalagens e gabaritos
de verificação, processos e produtos melhorados.
k. Eliminação de preconceitos que possam surgir pela programação mal elaborada.
l. Possibilidade de cálculos mais econômicos.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na NB-0, normalização “é a classe
de norma técnica que constitui um conjunto metódico e preciso de preceitos destinados a estabelecer
regras para execução de cálculos, projetos, fabricação, obras, serviços ou instalações, prescrever
condições mínimas de segurança na execução ou utilização de obras, máquinas ou instalações,
recomendar regras para elaboração de outras normas e demais documentos normativos”.
A normalização envolve os seguintes princípios:
1. A normalização é essencialmente um ato de simplificação;
2. A normalização é uma atividade social, bem como econômica, e sua promoção deve ser fruto de
cooperação mútua de todos os interessados.
3. A simples publicação de uma norma tem pouco valor, a menos que ela possa ser aplicada. Logo,
a aplicação pode acarretar sacrifícios de poucos para o benefício de muitos.
Padronização
A especificação sempre nos conduz ao termo padronização, que pode ser definido de várias
maneiras, como:
a. Análise de materiais a fim de permitir seu intercâmbio, possibilitando a redução de variedades e,
consequente, economia; ou
b. Uma forma de normalização que consiste na redução do número de tipos de produtos ou
componentes, dentro de uma faixa definida, ao número que seja adequado para o atendimento
das necessidades em vigor em uma ocasião.
Logo, na área de materiais, pode-se entender padronização como sinônimo de simplificação.
Objetivos da Padronização:
✓ Diminuir o número de itens no estoque;
✓ Simplificação dos materiais;
✓ Permitir compras em grandes lotes;
✓ Reduzir a quantidade de itens no estoque.
Análise de Valor
A análise de valor é um recurso sistemático para conseguir redução de custos mediante a utilização
de certas técnicas básicas e de um trabalho planejado para desenvolver novos meios de obtenção da
mesma função por menores gastos.
A atividade consiste na análise preliminar da especificação e/ou desenho do material que se deseja
comprar, utilizando o conhecimento da tecnologia de fabricação e providenciando, quando procedente,
a alteração da especificação ou revisão do projeto, com o objetivo de obter maior desempenho do
material, menor custo de fabricação ou preço final da compra, adequação ao mercado fornecedor ou,
ainda, nacionalização.22
Vantagens da Análise de Valor
Destaca-se que, para a implementação da Análise de Valor é necessária uma infraestrutura a fim de
garantir o sucesso da empreitada. As vantagens advindas dividem-se em benefícios não quantificáveis e
benefícios quantificáveis.
Benefícios não Quantificáveis
Pode-se relacionar, entre outros, como benefícios não quantificáveis: engenharia de produtos,
engenharia industrial, engenharia de ferramentas, manufatura, programação, compras, assistência
técnica e controle de qualidade.
Benefícios Quantificáveis
Pode-se relacionar, entre outros, os seguintes benefícios quantificáveis:
✓ Quanto ao material.
✓ Quanto ao processo.
22
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – são Paulo: Atlas, 2006. P.87.
Codificação
Podemos dizer de forma direta que a codificação é uma variação da classificação de materiais.
Consiste em ordenar os materiais da empresa segundo um plano metódico e sistemático, dando a cada
um deles determinado conjunto de caracteres.
A codificação alicerça-se em bases técnicas, a partir de uma análise dos materiais da empresa, e tem
por objetivo propiciar aos envolvidos a solicitação de materiais por seu código, em lugar do nome
habitual, e possibilitar a utilização de sistemas automatizados de controle, objetivando:
IV. ESTOQUES
Como elemento regulador, quer do fluxo de produção (no caso do processo manufatureiro), quer do
fluxo de vendas (no processo comercial), os estoques sempre foram alvo da atenção dos gerentes.
Visto como um recurso produtivo, que no final da cadeia de suprimentos criará valor para o
consumidor final, os estoques assumem papel ainda mais importante.
Hoje, todas as empresas procuram, de uma forma ou de outra, obter uma vantagem competitiva em
relação a seus concorrentes. A oportunidade de atendê-los no momento e na quantidade desejada é
facilitada por meio da administração eficaz dos estoques.
A Gestão de Estoque
A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico
e destinados ao suprimento das necessidades futuras de material numa organização, constituindo uma
série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem
localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados.
Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para aplicações diretas que
produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em equipamentos destinados ao aumento
da produção e, consequentemente, das vendas.
Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes estão as inversões
de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É
o caso dos investimentos em estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco
presente. Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de vendas, a
paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços etc., além dos custos adicionais
e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, em importância estratégica e econômica, os
investimentos em estoque aos investimentos ditos diretos.
Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais rentáveis uma
organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a privação é em relação a investimentos
sociais ou em serviços de utilidade pública.
A gestão dos estoques visa, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo
inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é
obtido mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e
necessárias para manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo.
Natureza dos estoques
Estoque é a composição de materiais (materiais em processamento, materiais semiacabados,
materiais acabados) que não é utilizada em determinado momento na empresa, mas que precisa existir
em função de futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento de materiais que a
empresa possui e utiliza no processo de produção de seus produtos/serviços.
Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, como certa quantidade de itens
mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços.
São lucros provenientes das vendas e serviços, por permitirem a continuidade do processo produtivo das
organizações.
Representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização e, ao mesmo tempo, fonte
permanente de problemas, cuja magnitude é função do porte, da complexidade e da natureza das
operações da produção, das vendas ou dos serviços.
A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes elevados. Evitar sua
formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de itens e em quantidades mínimas, sem que,
em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos consumidores em
geral, representa um ideal conflitante com a realidade do dia-a-dia e que aumenta a importância da sua
gestão.23
A acumulação de estoques em níveis adequados é uma necessidade para o normal funcionamento
do sistema produtivo. Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro.
Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a empresa possa
produzir e vender com um mínimo risco de paralisação ou de preocupação.
Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem alcançar uma respeitável
parcela dos ativos totais da empresa. A administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros
que exigem um estreito relacionamento com a área de finanças, pois enquanto a Administração de
Materiais está voltada para a facilitação do fluxo físico dos materiais e o abastecimento adequado à
produção e a vendas, a área financeira está preocupada com o lucro, a liquidez da empresa e a boa
aplicação dos recursos empresariais.
A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de planejamento; da
disponibilidade imediata de material nos fornecedores; do cumprimento dos prazos de entrega; da
necessidade de continuidade operacional; e da remuneração do capital investido, são as principais
causas que exigem estoques permanentemente à mão para o pronto atendimento do consumo interno
e/ou das vendas. Isto mantém a paridade entre esta necessidade e as exigências de capital de giro.
É essencial para a compreensão mais nítida dos estoques, o conhecimento das principais funções
que os mesmos desempenham nos mais variados tipos de organização, e que também conheçamos as
suas diferentes espécies.
Ter noção clara das diversas naturezas de inventário, dentro do estudo da Administração de Material,
evita distorções no planejamento e indica à Gestão a forma de tratamento que deve ser dispensado a cada
um deles, além de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado, levem a resultados
desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, à vezes, montantes vultuosos de recursos estão vinculados
a determinadas modalidades de estoque.
Cada espécie de inventário segue comportamentos próprios e sofre influências distintas, embora se
sujeitando, em regra, aos mesmos princípios e às mesmas estruturas de controle. Assim, por exemplo,
os estoques destinados à venda são sensíveis às solicitações impostas pelo mercado e decorrentes das
alterações da oferta e procura e da capacidade de produção, enquanto os destinados ao consumo interno
da empresa são influenciados pelas necessidades contínuas da produção, manutenção, das oficinas e dos
demais serviços existentes.
Já outras naturezas de estoque podem apresentar características bem próprias, não estando sujeitas
à influência alguma. É o caso dos estoques de sucata, não destinada ao reprocessamento ou
beneficiamento e formados de refugos de fabricação ou de materiais obsoletos e inservíveis destinados
à alienação e outros fins. Em uma indústria, estes estoques podem vir a formar-se aleatoriamente ao
longo do tempo, caracterizando-se como contingências de armazenagem. Acabam representando,
mesmo para algumas organizações, verdadeiras fontes de receitas, enquanto os estoques destinados ao
consumo interno constituem-se, tão somente, em despesas.
23
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – são Paulo: Atlas, 2006. P.115.
Entretanto, esta divisão por si só, pode trazer dúvidas a partir da definição da natureza de cada um
destes estoques. Se entendermos por produto acabado todo material resultante de um processo qualquer
de fabricação e por matérias-primas todo elemento bruto necessário ao fabrico (ato de fabricar, produzir)
de alguma coisa, perdendo as suas características físicas originais, mediante o processo de transformação
a que foi submetido. Podemos dizer, por exemplo, que a terra adubada, o cimento, a areia de fundição
preparada com a bentonita, o melaço e outros produtos que são misturados a ela para dar maior
consistência aos moldes que receberão o aço derretido para a confecção de peças constituem-se em
produtos acabados para seus fabricantes, e em matérias-primas para seus consumidores que os utilizarão
na fabricação de outros produtos.
Do mesmo modo, a terra, a argila, o melaço e a areia, em seu estado natural, podem constituir-se
em insumos básicos de produção ou em produtos acabados, dependendo da finalidade ou do uso destes
itens para a empresa. As porcas, as arruelas e os parafusos empregados na montagem de um
equipamento, por exemplo, são produtos semiacabados para o montador, mas para o fabricante que os
vendeu, trata-se de produtos-finais.
Diante dos exemplos apresentados, surge, naturalmente, outra classificação: estoques de venda e de
consumo interno. Para uma indústria, os produtos de sua fabricação integrarão os estoques de venda e,
para outra, que os utilizarão na produção de outro bem, integrarão os estoques de material de consumo.
Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar-se em estoque de varejo e de atacado. O estoque de
consumo pode subdividir-se em estoque de material específico e geral. Este último pode desdobrasse,
ainda, em estoque de artigos de escritório, de limpeza e conservação etc.
Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir os estoques, considerando a natureza, finalidade,
uso ou aplicação dos materiais que os compõem. O importante, todavia, nestas classificações, que
procuram mostrar os diferentes tipos de estoque e o que eles representam para cada empresa, é que elas
servem de subsídios valiosos para a (o): configuração de um sistema de material; estruturação dos
almoxarifados; estabelecimento do fluxo de informação do sistema; estabelecimento de uma
classificação de material; política de centralização e descentralização dos almoxarifados;
dimensionamento das áreas de armazenagem; planejamento na forma de controle físico e contábil.
Funções do Estoque
As principais funções do estoque são:
a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de:
✓ demora ou atraso no fornecimento de materiais;
✓ sazonalidade no suprimento;
✓ riscos de dificuldade no fornecimento.
b) Proporcionar economias de escala:
✓ através da compra ou produção em lotes econômicos;
✓ pela flexibilidade do processo produtivo;
✓ pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.
Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda (no processo de
comercialização em empresas comerciais) e entre as etapas de compra, transformação e venda (no
processo de produção em empresas industriais).
Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel
importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e
saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos
de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam
ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização empresarial.
Classificação de Estoques
Os recursos materiais, ou estoques, podem ser classificados em demanda dependente ou
independente. Os materiais, componentes, partes e peças da demanda independente são os itens cuja
demanda decorre, em sua maioria, dos pedidos dos clientes externos, por exemplo, os produtos acabados,
que a empresa vende diretamente a seus clientes externos e itens de manutenção, de uso interno e
requisitados por clientes internos, como material de escritório.
Um item é dito de demanda dependente quando a quantidade a ser utilizada depende da demanda
de um item de demanda independente.
Como os estoques constituem parcela considerável dos ativos das empresas, eles recebem um
tratamento contábil minucioso. São classificados, principalmente para efeitos contábeis, em cinco
grandes categorias.
1. Estoques de materiais: são todos os itens utilizados nos processos de transformação em
produtos acabados. Todos os materiais armazenados que a empresa compra para usar no processo
produtivo fazem parte do estoque de materiais, independentemente de serem materiais diretos,
que se incorporam ao produto final, ou indiretos, que não se incorporam ao produto final. Aqui
se incluem também os materiais auxiliares, ou seja, itens utilizados pela empresa mas que pouco
ou nada se relacionam com o processo produtivo, como os materiais de escritório e de limpeza;
2. Estoques de produtos em processos: correspondem a todos os itens que já entraram no processo
produtivo, mas que ainda não são produtos acabados. São os materiais que começaram a sofrer
alterações, sem, contudo, estar finalizados. Muitas pessoas usam a expressão "produtos que estão
no meio da fábrica" para designá-los;
3. Estoques de Produtos Acabados (PAs): Os Estoques de PAs se referem aos produtos já prontos
e acabados, cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do
processo produtivo e já passaram por todas as fases;
4. Estoques em trânsito: correspondem a todos os itens que já foram despachados de uma unidade
fabril para outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram a seu destino final;
e
5. Estoques em consignação: são os materiais que continuam sendo propriedade do fornecedor até
que sejam vendidos. Em caso contrário, são devolvidos sem ônus.
Controle de Estoques
O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte
em estoque excessivos às reais necessidades da empresa.
O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo
ou das vendas e os custos daí decorrentes. Para mantermos este nível de água, no tanque, é preciso que
a abertura ou o diâmetro do ralo permita vazão proporcional ao volume de água que sai pela torneira. Se
As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo
da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e
qualitativas.24
a) Quantitativas
✓ evolução das vendas no passado;
✓ variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às vendas. Por exemplo: criação
e vendas de produtos infantis, área licenciada de construções e vendas futuras de materiais de
construção;
✓ variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas às vendas (populações, renda, PIB); e
✓ influência da propaganda.
b) Qualitativas
✓ opinião dos gerentes;
✓ opinião dos vendedores;
✓ opinião dos compradores;
✓ pesquisas de mercado.
2) Explicação: procuram-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas
com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de
técnicas de regressão e correlação.
Evolução do consumo
Ao analisar, em um gráfico, a forma como o consumo vem se comportando com o passar do tempo,
vê-se que ele pode apresentar formas de evolução, que são representadas nos modelos a seguir:
24
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração de materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas,
2010.p.24.
25
Ibidem.
Apresentamos a seguir algumas técnicas quantitativas usuais para calcular a previsão de consumo,
segundo o mestre Marco Aurélio Dias (2010):
26
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2010.p.29.
27
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2010.p.32.
Esse modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral, eliminando a reação
exagerada a valores aleatórios. Ele atribuí parte da diferença entre o consumo atual e o previsto a uma
mudança de tendência e o restante a causas aleatórias.
Custos de estoque
Todo e qualquer armazenamento de material gera determinados custos.
Existem duas variáveis que aumentam esses custos, que são a quantidade em estoque e o tempo
de permanência em estoque.
Estes custos podem ser agrupados nas seguintes modalidades:
✓ custos de capital (juros, depreciação);
✓ custos com pessoal (salários, encargos sociais);
✓ custos com edificação (aluguéis, impostos, luz, conservação);
✓ custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento).
Não há necessidade de decorar essas modalidades, mas é bom saber que os custos de armazenagem
podem ser agrupados e que abrangem custos de diversas áreas (capital, edificação e etc.).
Custo de Armazenagem
Dizem respeito a todos os custos que envolvem a estocagem e armazenamento dos produtos, ou
seja, vão desde a construção do galpão de almoxarifado, aquisição de prateleiras e demais equipamentos,
como mesas, computadores, ferramentas, até o uso de pessoas no gerenciamento dos estoques, o custo
com equipamentos - como empilhadeiras -, o transporte de materiais de um local para outro, os custos
com mercadorias vencidas, estragadas, extraviadas, perdidas, furtadas e etc.
Esses custos podem se tornar em detalhes impactantes no negócio da empresa, visto qu, em muitos
casos, são os diferenciais entre o resultado esperado e o resultado realmente obtido.
Dessa forma, a empresa necessita, a todo tempo, estar analisando e levantando os custos de
armazenamento que impactam o negócio, a fim de atingir os objetivos propostos, de forma que a função
estoque possa contribuir para a perpetuidade dos negócios e não seja um empecilho.
Custo de Pedido
É o valor gasto pela empresa para fazer o pedido de determinado material aos fornecedores. Estão
incluídos nele a mão de obra para emissão e processamento do pedido, o material usado na confecção
do pedido e as despesas indiretas ligadas ao pedido.
Quanto mais a quantidade do item de compra, menor é o custo do pedido (economia de escala).
28
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração de materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas,
2010.p.29.
Podemos determinar os custos de falta de estoque ou custo de ruptura das seguintes maneiras:
✓ por meio de lucros cessantes, devido à incapacidade do fornecimento. Perdas de lucros, com
cancelamento de pedidos;
✓ por meio de custeios adicionais, causados por fornecimentos em substituição com material de
terceiros;
✓ por meio de custeios causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais como: multas,
prejuízos, bloqueio de reajuste;
✓ por meio de quebra de imagem da empresa, e em consequência beneficiando o concorrente.
Custo total
Custo Total é o somatório do Custo de Armazenagem e do Custo de Pedido.
Níveis de estoque
Como se vê, o estoque iniciou com 140 unidades, foi sendo consumido durante determinado tempo
(janeiro a junho) até chegar a “zero” no mês de junho. Estamos supondo que este consumo tenha sido
igual e uniforme mensalmente. Imediatamente, quando esse estoque chegou a zero, deu entrada no
almoxarifado uma quantidade de 140 unidades, fazendo com que ele retomasse à posição anterior.
Este ciclo será sempre repetitivo e constante se:
• não existir alteração de consumo durante o tempo T;
• não existirem falhas administrativas que provoquem uma falha ao solicitar compra;
• o fornecedor da peça nunca atrasar sua entrega;
• nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade.
29
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2010.p.46.
Se algum desses fatos acontecerem, a gestão de estoque estará comprometida e alguns clientes não
terão a sua demanda atendida.
Na prática, podemos agrupar estes dois últimos itens como saldo de fornecedores. Esse estoque
disponível normalmente é chamado estoque virtual, que é:
Devemos fazer uma nova reposição do estoque quando o estoque virtual estiver abaixo ou igual à
quantidade predeterminada, como adequado que é o ponto de ressuprimento ou ponto de pedido. O ponto
de pedido é representado pelo saldo do item em estoque, quantidade de reposição até a entrada de um
novo ressuprimento no almoxarifado.
30
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2010.p.49.
31
Ibidem.
Estoque mínimo: é uma quantidade que só deve ser consumida em caso de necessidade
Intervalo de ressuprimento: é o intervalo de tempo entre dois ressuprimentos. Esse intervalo pode ser
fixado em qualquer limite, dependendo das quantidades compradas.
Estoque máximo: é igual à soma do estoque mínimo mais o lote de compra.
Esse lote de compra pode ser econômico ou não. Nas condições normais de equilíbrio entre a compra
e o consumo, o estoque irá variar entre os limites máximos e mínimos. Esses níveis somente serão válidos
sob o enfoque produtivo, não se levando em consideração aspectos de ordem financeira nem conjuntural,
especulação ou investimento. Ele sofre, também, influências da capacidade de armazenagem disponível,
que deve ser levada em consideração na ocasião do seu dimensionamento.
A Ruptura do estoque é caracterizada quando o estoque chega a zero e não se pode atender a uma
necessidade de consumo, uma requisição ou mesmo uma venda.
Nível de Serviço ou Nível de Atendimento é o indicador de quão eficaz foi o estoque para atender
às solicitações dos usuários. Assim, quanto mais requisições forem atendidas, nas quantidades e
especificações solicitadas, tanto maior será o nível de serviço.
Giro de estoque: também chamado de rotatividade, expressa o quanto o estoque gira, roda, em um
determinado período de tempo.
Cobertura de Estoques: indica o número de unidades de tempo; por exemplo, dias que o estoque
médio será suficiente para cobrir a demanda média.
Localização dos Estoques: é uma forma de endereçamento dos itens estocados para que eles
possam ser facilmente localizados. Com a automatização dos almoxarifados, a definição de um critério
de endereçamento é imprescindível.
Classificação ABC
Segundo Viana, trata-se de método cujo fundamento é aplicável a quaisquer situações em que seja
possível estabelecer prioridades.32
32
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – são Paulo: Atlas, 2006.
P.65.
A curva ABC é um importante instrumento para o administrador, pois permite identificar aqueles
itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC
através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa.33
Verifica-se que, uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta
imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância
dos itens.
A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para definição de políticas de
vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas
usuais na empresa.
Após ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das
seguintes maneiras:
✓ Classe A - Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial
pela administração.
✓ Classe B - Grupo intermediário.
✓ Classe C - Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem
atenção pelo fato de gerarem custo de manter estoque.
33
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração de materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas,
2010.p.69.
V. COMPRAS
Conceito
É a função responsável pela obtenção do material no mercado fornecedor, interno ou externo,
através da mais correta tradução das necessidades em termos de fornecedor / requisitante.
É, ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades requisitantes, compra o
material certo, ao preço certo, na hora certa, na quantidade certa e da fonte certa.
Material certo
É importante que o comprador esteja em situação de certificar se o material comprado de um
fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um “sentido
técnico, a fim de descobrir eventuais discrepâncias entre as cotações de um fornecedor e as
especificações da Requisição de Compras.
O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma eventual alternativa de cotação, uma
economia do custo potencial ou a ideia de melhoria do produto. Evidentemente, em tais circunstancias,
a decisão final não será do comprador, mas ele deve ter habilidade para encaminhar aos setores
requisitantes ou técnicos da empresa essas sugestões.
Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá solicitar
esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la, a fim de que seja preenchida corretamente e de maneira
que transmita exatamente o que se deseja adquirir.
Em hipótese alguma, o comprador deve dar inicio a um processo de compras sem ter ideia exata do
que quer comprar. Objetivando um melhor conhecimento do que vai comprar, o comprador, sempre que
possível, deverá entrar em contato com os setores que utilizam ou que vão utilizar o material ou serviço
a ser adquirido de maneira a se inteirar de todos os problemas e dificuldades que poderão ocorrer ou
ocorrem quando da utilização do item requisitado.
Preço Certo
Nas grandes empresas, subordinados à Compras, existe o setor de Pesquisa e Análise de Compras.
Sua função é, entre outras, a de calcular o "preço objetivo" do item, com base em desenhos e
especificações.
O cálculo desse "preço objetivo" é feito baseando-se no tempo de execução do item, na mão de
obra direta, no custo da matéria-prima com mão de obra média no mercado; a este valor deve-se
acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao valor encontrado deve-se somar o lucro.
Todos estes valores podem ser obtidos através de valores médios do mercado e do balanço e
demonstrações de lucros e perdas dos diversos fornecedores.
O "preço objetivo" é que vai servir de orientação ao comprador quando de uma concorrência. No
julgamento da concorrência, duas são as possíveis situações:
a) Preço muito mais alto do que o "preço objetivo": nessas circunstâncias, eventualmente, o
comprador poderá chamar o fornecedor e solicitar esclarecimentos ou uma justifica do preço. O
fornecedor poderá estar almejando um lucro excessivo, ou possui sistemas onerosos de
fabricação ou, ainda, um mau sistema de apropriação de custos;
b) Preço muito mais baixo que o "preço objetivo": o menor preço não significa hoje em dia, o
melhor negócio. Se o preço do fornecedor for muito mais baixo, dois podem ser os motivos: (i)
O fornecedor desenvolveu uma técnica de fabricação tal que conseguiu diminuir seus custos; (ii)
O fornecedor não soube calcular os seus custos e nessas circunstâncias dois problemas podem
ocorrer: ou ele não descobre os seus erros e fatalmente entrará em dificuldades financeiras com
possibilidades de interromper seu fornecimento, ou descobre o erro e então solicita um reajuste
de preço que, na maioria das vezes, poderá ser maior que o segundo preço na concorrência
original. Portanto, se o preço for muito mais baixo que o preço objetivo, o fornecedor deve ser
chamado, a fim de prestar esclarecimentos.
Deve-se sempre partir do princípio fundamental de que toda empresa deve ter lucro (evidentemente
um lucro comedido) e que, portanto, não nos interessa o fornecedor tenha prejuízos. Se a empresa não
tiver condições de determinar esse preço objetivo, pelo menos, o comprador deve abrir a concorrência
tendo uma ideia de que vai encontrar pela frente. Nessas circunstâncias, ele deve tomar como base o
último preço ou, se o item for um item novo, deverá fazer uma pesquisa preliminar de preços.
Em resumo: nunca o comprador deve dar início a uma concorrência sem ter uma ideia do que vai
receber como propostas.
Hora certa
O desenvolvimento industrial atual e o aumento cada vez maior do numero de empresas de produção
em série, torna o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais importantes no
julgamento de uma concorrência. As diversas flutuações de preços do mercado e o perigo de estoques
excessivos fazem com que o comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor maneira
possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa.
Quantidade certa
A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra.
Até pouco tempo atrás, aumentava-se a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar o preço.
Entretanto, outros fatores – por exemplo, custo de armazenagem, capital investido em estoques e etc. -
fizeram com que maiores cuidados fossem tomados na determinação da quantidade certa ou na
quantidade mais econômica a ser adquirida. Para isso, foram aplicadas fórmulas matemáticas
objetivando facilitar a determinação da quantidade a ser adquirida. Todavia, qualquer que seja a fórmula
ou método a ser adotado, não elimina a decisão final da Gerência de Compras, com eventuais alterações
destas quantidades, devido as situações peculiares do mercado.
Fonte Certa
De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço certo, o prazo certo
e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as
necessidades. A avaliação dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento são
fatores fundamentais para o funcionamento de compras.
Devido a essas necessidades, o comprador, com exceção da área comercial da empresa, é o elemento
que mantém, e deve manter, o maior número de contatos externos, buscando ampliar o mercado de
fornecimento.
Função de compra
A Função Compras é uma das engrenagem do grande conjunto denominado Sistema Empresa ou
Organização e deve ser devidamente considerado no contexto, para que deficiências não venham a
ocorrer, provocando demoras onerosas, produção ineficiente, produtos inferiores, o não cumprimento de
promessas de entregas e clientes insatisfeitos.
A competitividade no mercado quanto a vendas, assim como a obtenção de lucros satisfatórios, se
dá através da realização de boas compras. Desta forma, para que isto ocorra, é necessário que se adquira
materiais ao mais baixo custo, desde que satisfaçam as exigências de qualidade.
O custo de aquisição e o custo de manutenção dos estoques de material devem, também, ser
mantidos em um nível econômico. Essas considerações elementares são a base de toda a função e ciência
de Compras.
A função Compras compreende:
✓ Cadastramento de Fornecedores;
✓ Coleta de Preços;
✓ Definição quanto ao transporte do material;
✓ Julgamento de Propostas;
✓ Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade do material;
✓ Recebimento e Colocação da Compra.
Objetivo de Compras
De uma maneira bastante ampla - demonstrando que a função compras não existe somente no
momento da compra propriamente dita, mas que a mesma possui uma maior amplitude, envolvendo a
tomada de decisões, procedendo a análises e determinando ações que antecedem ao ato final -, podemos
dizer que Compras têm por objetivo "adquirir os materiais certos e com a qualidade exigida para o
produto, nas quantidades necessárias, no tempo requerido, nas melhores condições de preço e na fonte
certa".
Desta forma, para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as seguintes metas
fundamentais:
➢ Atender o cronograma de produção através do fornecimento contínuo de materiais;
➢ Estocar ao mínimo, sem comprometer a segurança da produção, desde que represente uma
economia para a organização;
➢ Evitar multiplicidade de itens similares, o desperdício, deterioração e obsolescência;
Tipos de Compras
Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou investir. Existem,
basicamente, dois tipos de compra:
• Compra para consumo. Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o
ativo da empresa (Recursos Patrimoniais).
• Compra para investimento. São de matérias primas e materiais destinados a produção,
incluindo--se a parcela de material de escritório. Algumas empresas denominam este tipo de
aquisição como compras de custeio.
As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-se em:
• Compras de materiais produtivo - São aqueles materiais que integram o produto final,
portanto, matéria-prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo que estes diferem
dependendo do segmento industrial, em função do que é produzido.
• Compras de material improdutivo - São aqueles que, sendo consumido normal e
rotineiramente, não integram o produto, sendo apenas material de consumo forçado ou de custeio.
Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra pode
ser classificada como:
• Compras Locais - As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e
no serviço público. A diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no serviço
público e a informalidade na iniciativa privada, muito embora com procedimentos praticamente
idênticos, independentemente dessa particularidade. As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que
envolvem as licitações no serviço público, exigem total formalidade.
• Compras por Importação. As compras por importação envolvem a participação do
administrador com especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos
aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se expostos a contínuas
modificações de regulamentos, que compreendem, entre outras, as seguintes etapas:
a) Processamento de faturas pro forma;
b) Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DECEX – dos
documentos necessários à importação;
c) Compra de câmbio para pagamento contra carta de crédito irrevogável;
d) Acompanhamento das ordens de compra (purchase order) no exterior;
e) Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aéreo;
f) Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto;
g) Pagamento de direitos alfandegários;
h) Reclamação à seguradora, quando for o caso.
• Compras informais: São as aquisições que, dado o seu pequeno valor, não justificam maior
processamento burocrático.
➢ O que comprar?
Especificação / Descrição do Material. Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante que
pode, ou não, ser apoiado por áreas técnicas, ou mesmo compras, para especificar o material.
➢ Onde comprar?
Cadastro de Fornecedores. É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro
confiável (qualitativamente) e numericamente adequado (quantitativa). Deve figurar como suporte
alimentador do cadastro de fornecedores, o usuário de material ou equipamentos e, logicamente, os
próprios compradores.
➢ Como comprar?
Normas ou Manual de Compras da Empresa. Estas Normas deverão retratar praticamente a política
de compras na qual se fundamenta a empresa. Originadas e definidas pela cúpula administrativa, deverão
dissertar sobre: competências para comprar, contratação de serviços, tipos de compras, fórmulas para
reajustes de preços, formulários e rotinas de compras, etc.
➢ Outros Fatores
Além das respostas as perguntas básicas, o comprador deve procurar, através da sua experiência e
conhecimento, sentir em cada compra qual fator que a influencia mais, a fim de que possa ponderar
melhor o seu julgamento. Os fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; Qualidade; Prazos
de Pagamento e Assistência Técnica.
Em quase todas as empresas mantém-se um departamento separado para compras. A razão que as
leve a proceder, assim, diz respeito a custos e padronização. Assim sendo, somente alguns materiais são
delegados à aquisição, normalmente os mais insignificante, em termos de custos, para a empresa e, por
esta razão, não sofrem maiores controles.
A empresa que atua em diversos locais distintos não necessariamente deve centralizar compras em
um único local. Neste caso, procede-se uma análise e, sendo a mesma for favorável, deve-se regionalizar
as compras, visando um atendimento mais rápido e um custo menor de transporte.
EDI
Uma das formas de compras que mais cresce atualmente é o Electronic Data Interchange (EDI), que
em português significa “Troca Eletrônica de Dados”. É a troca de documentos via sistemas de
teleinformática entre duas ou mais organizações de forma padronizada. Tem como um dos principais
objetivos, ao substituir o fluxo de papeis entre elas, agilizar e reduzir os custos dos processos mercantis.
As ordens ou pedidos de compra, como também outros documentos padronizados, são enviados sem
a utilização de papel. Os dados são compactados (para maior rapidez na transmissão e diminuição de
custos), criptografados e acessados somente por uma senha especial.
Internet
A Internet como veículo de comércio apresenta uma série de vantagens em relação ao EDI, entre as
quais:
• Atinge, praticamente, a todos na cadeia de suprimentos;
• pode ser operada em tempo real;
• permite tanto a transação máquina-máquina como também homem-máquina (o EDI só permite
a transação máquina-máquina);
• maior flexibilidade nos tipos de transações.
Cartões de Crédito
Está se tornando prática usual entre as empresas a compra de mercadorias, como matérias-primas e
materiais auxiliares, por meio de cartão de crédito, também conhecido como cartão-empresa ou cartão
empresarial.
Os bancos e as administradoras de cartão de crédito, por meio de programas específicos, incentivam
as organizações a efetuar suas compras por meio de cartões. Vários deles são bastante atualizados,
oferecendo às empresas diversos tipos de benefícios, como acesso à movimentação do cartão on-line,
relatórios gerenciais sobre as compras efetuadas e parcelamento do total gasto.
As principais vantagens resultantes do uso de um cartão empresarial são a diminuição do número de
transações e cheques, maior controle sobre as compras e, consequentemente, redução de custos.
Leilões
A empresa disponibiliza via Internet, ou por meio de editais, as suas necessidades de compras,
informando que a seleção do fornecedor dar-se-á por leilão público, em que os pretensos fornecedores
farão suas ofertas de preços e prazos de entrega. Cabe ao comprador escolher a melhor oferta.
Dentre as vantagens da opção pelo Leilão, podemos destacar: (i) a transparência do processo de
compras, evitando qualquer dúvida quanto à honestidade do sistema; e (ii) a possibilidade da entrada de
novos fornecedores, com novas metodologias produtivas e/ou novas tecnologias.
Verticalização
A verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá internamente tudo o que puder, ou
pelo menos tentará produzir.
As principais vantagens da verticalização são: (i) a independência de terceiros - a empresa tem maior
liberdade na alteração de suas políticas, prazos e padrão de qualidade, além de poder priorizar um
produto em detrimento de outro que, naquele momento, é menos importante -, ficando com ela os lucros
que seriam repassados aos fornecedores e mantendo o domínio sobre tecnologia própria; (ii) a tecnologia
que o fornecedor desenvolveu, muitas vezes com a ajuda da empresa, não será utilizada também pelo
concorrentes.
Contudo, a estratégia da verticalização apresenta também desvantagens, pois ela exige maior
investimento em instalações e equipamentos. Assim, já que a empresa está envolvendo mais recursos e
imobilizando-os, ela acaba tendo menor flexibilidade para alterações nos processos produtivos, seja para
incorporar novas tecnologias ou para alterar volumes de produção decorrentes de variações no mercado.
Quando se produz internamente, é difícil e custosa a decisão de parar a produção em demanda baixa e
comprar novos equipamentos e contratar mais funcionários para um período incerto de alta procura.
Horizontalização
A horizontalização consiste na estratégia de comprar de terceiros o máximo possível dos itens que
compõem o produto final ou os serviços de que necessita. É tão grande a preferência da empresa moderna
por ela que, hoje em dia, um dos setores de maior expansão é o de terceirização e parcerias.
De um modo geral, não se terceiriza os processos fundamentais, ou também denominados core
process, por questões de detenção tecnológica, qualidade do produto e responsabilidade final sobre ele.
Entre as principais vantagens da horizontalização estão: (i) a redução de custos, pois a empresa não
necessita de novos investimentos em instalações industriais; (ii) a maior flexibilidade para alterar
volumes de produção decorrentes de variações no mercado, já que a empresa compra do fornecedor a
quantidade que achar necessária e pode até não comprar nada num determinado mês; e (iii) o uso do
conhecimento dos fornecedores no desenvolvimento de novos produtos por meio da engenharia
simultânea.
A estratégia de horizontalização apresenta desvantagens como a possível perda do controle
tecnológico e deixar de auferir o lucro decorrente do serviço ou fabricação que está sendo repassada.
O Sinal da Demanda
O sinal da demanda é a forma sob a qual a informação chega à área de compras para desencadear o
processo de aquisição de bem material ou patrimonial. No caso de bens patrimoniais, o sinal pode vir,
por exemplo, de um estudo de viabilidade ou de uma necessidade de expansão. Já no caso de obras
públicas, ele pode ser resultado, entre outros, de um estudo de mercado ou de necessidades sociais.
Solicitação de Compras
Por meio da solicitação de compras ou requisição de compras, qualquer unidade organizacional ou
mesmo um colaborador qualquer manifesta a sua necessidade de comprar um item para uso em benefício
da empresa.
A solicitação da aquisição é enviada à área de compras que providenciará, seguindo procedimentos
estabelecidos, a compra do material.
Sistema Just-in-Time (JIT)
O sistema just-in-time é um método de produção com o objetivo de disponibilizar os materiais
requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para que o custo de estoque seja menor.
O JIT, que é baseado na qualidade e flexibilidade do processo de compras, também pode disparar o
processo. Dependendo de como o sistema é idealizado, um cartão ou um conjunto de cartões kanban
pode dar início ao processo de compras. Nas palavras de Marco Aurélio dias, podemos entender como
Kanban:
O Kanban é uma das técnicas usadas para atingir a meta do JIT. Não se trata de um
sinônimo. Kanban é um instrumento que utiliza como filosofia os conceitos do JIT. A
palavra Kanban é de origem japonesa e significa cartão. A orientação da técnica do
Kanban é no sentido de se reduzir os tempos de partida de máquina e os tamanhos dos
lotes e produzir apenas as quantidades necessárias à alimentação da demanda. 34
34
DIAS, Marco Aurélio R.; Administração de materiais: uma abordagem logística 5. ed. - São Paulo: Atlas,
2010.p.127.
Caixeiro-Viajante
O sistema de caixeiro-viajante consiste em um vendedor visitar os clientes e verificar in loco se está
faltando mercadoria no estoque para que ele, em comum acordo com o cliente, tire o pedido. O sinal da
demanda - no caso, a falta de mercadoria -, é identificado pelo caixeiro-viajante. Com a revolução das
comunicações, este sistema está desaparecendo.
Contratos de Fornecimento
Como já visto, também nos contratos de fornecimento o processo de compra é iniciado em função
de uma necessidade de produção. Assim, quando o material se faz necessário, o próprio sistema de
computador emite e envia uma ordem de compra via EDI.
Seleção de Fornecedores
A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa exclusiva de compras.
O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas clausulas solicitadas, quando de uma compra,
sejam cumpridas.
Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores em potencial
a serem consultados, de forma que se tenha certeza que o melhor negócio foi executado em benefício da
empresa. O número limitado de fornecedores a serem consultados constituem uma limitação das
atividades de compras.
O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única ocasião, ou seja,
quando é necessária a aquisição de determinado material. A atividade deve ser exercida de forma
permanente e contínua, através de várias etapas, entre as quais, selecionamos as seguintes:
Análise e Classificação
Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva classificação quanto aos
tipos de materiais a fornecer, bem como, a eliminação daqueles fornecedores que não satisfizerem as
exigências da empresa.
Avaliação de Desempenho
Esta etapa é efetuada pós-cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do fornecedor quanto ao
cumprimento do contratado, servindo, não raras vezes, como elemento de eliminação das empresas
fornecedoras.
VI. CADASTRO
O cadastro de fornecedores tem por atribuição qualificar e avaliar o desempenho de fornecedores
de materiais e serviços. Sua existência é justificada pela necessidade fundamental de saber de quem
comprar.
Assim, o ato de cadastrar representa muito mais que a manutenção em arquivos da documentação
relativa aos fornecedores da empresa, devendo o cadastro, por conseguinte, disponibilizar informações
atualizadas e confiáveis que possibilitem, a qualquer tempo, a adequada seleção de fornecedores para
cada concorrência promovida.
Os fornecedores devem ser constante e sistematicamente avaliados quanto ao desempenho de seus
fornecimentos, por meio dos seguintes critérios:
1) Desempenho comercial;
2) Cumprimento de prazos de entrega;
3) Qualidade do produto;
4) Desempenho do produto em serviço.
VII. PREVISÃO
A Previsão de Demanda é a estimativa de como vai se comportar o mercado demandante no futuro,
ou seja, são estimativas sobre o potencial de compra do mercado.
A previsão, principalmente de demanda, é um dos assuntos mais controversos dentro das
organizações. É muito frequente, em situações práticas, que as empresas incorram em certos erros
quando trata do assunto “previsão”.
A Previsão de Demanda é a base para o planejamento estratégico da produção, vendas e finanças de
qualquer empresa. Permite que os administradores destes sistemas antevejam o futuro e planejem
adequadamente suas ações.
O Processo de Previsão é, em geral, o resultado de um processo, um encadeamento de atividades
que inclui:
➢ coleta de informações relevantes;
➢ tratamento dessas informações;
➢ busca de padrões de comportamento, muitas vezes fazendo uso do método quantitativo de
tratamento de séries temporais de dados do passado;
➢ consideração de fatores qualitativos relevantes;
➢ projeção de padrões de comportamento; e
➢ estimativa de erros da previsão.
VI. ALMOXARIFADO
É o local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a
sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade
do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política geral de
estoques da empresa.35
Impedir divergências de inventário e perdas de qualquer natureza é o objetivo primordial de qualquer
Almoxarifado, o qual deve possuir condições para assegurar que o material adequado, na quantidade
devida, estará no local certo, quando necessário, por meio da armazenagem de materiais, der acordo com
normas adequadas, objetivando resguardar, além da preservação da qualidade, as exatas quantidades.
Para cumprir sua finalidade, o Almoxarifado deverá possuir instalações adequadas, bem como
recursos de movimentação e distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente.
A fim de se proteger contra desperdícios ou furtos dos materiais guardados no Almoxarifado, deve-
se adotar rigorosas rotinas de retirada dos produtos que nele se encontram. A autoridade para a retirada
do estoque deve estar definida com clareza e somente pessoas autorizadas poderão exercer essa
atribuição. Da mesma forma que a retirada de numerário de um banco se dá mediante apresentação do
correspondente cheque, a retirada de materiais do Almoxarifado deve estar condicionada à apresentação
da respectiva requisição. Depositar materiais no Almoxarifado é o mesmo que depositar dinheiro em
banco. Seu objetivo é claro: proteger.36
Eficiência do Almoxarifado
A eficiência de um Almoxarifado depende fundamentalmente:
a) da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do consequente aumento das viagens
de ida e volta;
b) do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas; e
c) da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.
35
VIANA, João José. Administração Materiais: um enfoque prático. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. P.272.
36
VIANA, João José. Administração Materiais: um enfoque prático. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. P.272.
Para atendimento das diversas rotinas de trabalho, os seguintes documentos são utilizados no
Almoxarifado:
✓ Ficha de controle de estoque;
✓ Ficha de localização;
✓ Ficha de assinatura credenciada;
✓ Comunicação de irregularidades;
✓ Relatório técnico de inspeção;
✓ Requisição de material;
✓ Devolução de material.
Recebimento
A atividade de Recebimento intermedia as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de
sua responsabilidade a conferência dos materiais destinados à empresa e possui como atribuições
básicas:
a) coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;
b) analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada;
c) confrontar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto de transporte com os volumes a
serem efetivamente recebidos;
A recepção do material, para efeito de descarga e acesso ao Almoxarifado está voltada para a
conferência de volumes, confrontando-se Nota Fiscal do fornecedor com os respectivos registros e
controles de compra, posicionamento do veículo no local exato da descarga, providências de
equipamento e material de descarga necessários.
Armazenagem
O objetivo primordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais
eficiente possível. As instalações do armazém devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de
suprimentos desde o recebimento até a expedição.
Assim, alguns cuidados essenciais devem ser observados:
➢ Determinação do local, em recinto coberto ou não.
➢ Definição adequada do layout.
➢ Definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos
materiais.
➢ Ordem, arrumação e limpeza, de forma constante.
➢ Segurança patrimonial, contra furtos, incêndio, etc.
37
VIANA, João José. Administração Materiais: um enfoque prático. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. P.282.
Distribuição
A distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua as entregas de seus produtos, estando
por consequência, intimamente ligada à movimentação de transportes.
Deve-se considerar alguns fatores importantes para o equacionamento da distribuição, como:
a) Natureza dos produtos a transportar.
b) Origem dos recursos de transporte (controle de custos).
Características de Transporte
A distribuição é feita via transporte, utilizando várias modalidades:
✓ Transporte rodoviário.
✓ Transporte ferroviário.
✓ Transporte hidroviário.
✓ Transporte aeroviário.
✓ Transporte intermodal.
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CHIAVENATO, Idalberto. Administração Materiais: Uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier,2005.
39 VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 1ª ed. – são Paulo: Atlas, 2006. P.282.
Ou
QUESTÕES DE CONCURSOS
2. Para um controle de estoque eficaz, faz-se necessário que o fluxo de informações seja
adequado e devidamente documentado pelo agente público responsável pelo almoxarifado. Dentre
os documentos padronizados do controle de estoque mais utilizados, encontra-se a “requisição de
material”. A função desse documento é:
(A) formalizar o pedido de retirada de certa quantidade de um item em estoque para consumo da
organização.
(B) solicitar informações sobre as condições de fornecimento de determinado item (preço, prazo
etc.).
(C) informar a conformidade ou não do produto entregue aos requisitos especificados.
(D) solicitar a aquisição de determinado item para a reposição do estoque.
5. Que tipo de estoque corresponde à menor quantidade de material que deverá existir no
estoque para prevenir qualquer situação de emergência?
[A] Médio [B] Segurança [C] Máximo [D] Inativo
GABARITO:
1-B; 2- A; 3- D; 4- C; 5- B;