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PREFEITURA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO

SECRETARIA MUNICIPAL DE DEFESA SOCIAL

Violência e (In) Segurança;


Movimentos Sociais
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Noções de Sociologia da Violência

A sociologia define violência como sendo uma ação que gera, de maneira intencional,
dano, ou intimidação moral, a outro indivíduo ou ser vivo. A violência pode implicar em um trauma,
dano psicológico, ou também em uma morte. Então, ela tem consequências relativamente
diversas, mas todas incidem em traumas.
Existem diferentes tipos: a violência entre pessoas, a violência de Estado, a violência
criminal, a política, a econômica, a natural ou também a simbólica.
A sociologia da violência e da criminalidade é um ramo da sociologia que estuda as
relações e estruturas sociais da violência e criminalidade.
A violência (do latim violentia) remete ao emprego de força física para infligir dano ou
lesão, Segundo Zaluar, "essa força física torna-se violência quando ultrapassa um limite ou
perturba acordos tácitos e regras que ordenam relações, adquirindo carga negativa ou maléfica"
e é a percepção da sociedade, histórica e culturalmente que vai determinar, a partir da
identificação e estabelecimento desses limites e do sofrimento que sua ultrapassagem carrega, o
que é um ato violento.
Sendo identificada e definida de diferentes formas dependendo da cultura e do contexto
temporal de uma sociedade, a violência assume diversas definições e rótulos e portanto, diferentes
áreas, em diferentes momentos e lugares, têm se debruçado sobre a violência, entre elas o direito
penal, a psiquiatria e psicologia, a antropologia e a sociologia.
Segundo Souza, a mídia também assume um papel na difusão da violência, principalmente
entre as classes com menor nível de escolaridade, ao explorar o caráter mercadológico da
violência simbólica.Segundo Bourdieu, "Violência simbólica, que é violência que se exerce com a
cumplicidade tácita dos que a sofrem e, também, com frequência dos que a exercem, na medida
em que uns e outros são inconscientes de exercê-la ou de sofrê-la. Consiste nos mecanismos
anônimos, invisíveis, através dos quais se exercem as censuras de toda ordem que auxiliam a
manutenção de uma ordem simbólica". É através da mídia também que podemos reconhecer as
imagens da violência, suas representações e significados.
Crime se qualifica como a prática de conduta tipificada pela lei penal como ilícita. Já a
criminalidade pode ser conceituada como sendo o conjunto de crimes cometidos em um
determinado espaço. Há, portanto uma distinção entre ato violento e crime, onde o primeiro não
necessariamente, aos olhos da lei, constitui crime, mas o segundo sempre é uma forma de
violência.
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Violência da Escola e na Escola

A violência na escola é aquela que se produz dentro do espaço escolar sem estar ligada a
natureza e as atividades da instituição escolar: quando um bando entra na escola para acertar
contas de disputas de bairro, a escola é apenas um lugar em que ocorre uma violência que poderia
ter acontecido em qualquer outro local (...). A violência à escola, esta está ligada a natureza e as
atividades da instituição escolar: quando os alunos provocam incêndios, batem nos professores
ou insultam, eles se entregam á violências que visam diretamente instituição e aqueles que a
representam, esta violência contra a escola deve ser analisada junto com a violência da escola:
uma violência institucional simbólica, que os próprios jovens suportam através da maneira como
a instituição e seus agentes o tratam (modos de distribuição das classes, atribuição de notas de
orientação; palavras desdenhosas dos adultos atos; considerados pelos alunos como injustos ou
racistas, etc.).
Na escola recorrentemente a manifestação de violência entre professores e alunos, são
através de agressões verbais e físicas. Enquanto que entre alunos manifesta-se através do
bullying depredação escolar, interferência de grupos externos (gangues).

Homofobia

Homofobia é uma série de atitudes e sentimentos negativos, discriminatórios ou


preconceituosos em relação a pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo ou gênero, ou
percebidas como tal. As definições para o termo referem-se variavelmente a antipatia, desprezo,
preconceito, aversão e medo irracional.
A homofobia se manifesta de diferentes formas e vários diferentes tipos têm sido
registrados, entre os quais estão a homofobia interiorizada, homofobia social, homofobia
emocional, homofobia racionalizada, além de outros. Há também ideias para classificar a
homofobia, o racismo e o sexismo como um "transtorno de personalidade intolerante".
O insulto homofóbico pode ir do bullying, difamação, injúrias verbais ou gestos e mímicas
obscenos mais óbvios até formas mais subtis e disfarçadas, como a falta de cordialidade e a
antipatia no convívio social, a insinuação, a ironia ou o sarcasmo, casos em que a vítima tem
dificuldade em provar objetivamente que a sua honra ou dignidade foram violentadas De acordo
com a instituição de caridade britânica para pessoas com AIDS, a AVERT, os pontos de vista
religiosos, a falta de sentimentos, experiências ou interação com as pessoas homossexuais estão
fortemente associados com essas atitudes homofóbicas.
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A ansiedade dos indivíduos heterossexuais (particularmente em adolescentes cuja
construção da masculinidade heterossexual é baseado, em parte, em não ser visto como gay) que
outros possam identificá-los como gay, também foi citado pelo sociólogo Michael Kimmel como
um exemplo de homofobia.
Os insultos a meninos vistos como "afeminados" (e que podem não ser gays) é dito ser
endémico em escolas rurais e suburbanas americanas, e tem sido associado com
comportamentos de risco e explosões de violência (como uma onda tiroteios em escolas) por
rapazes que buscam vingança ou tentam afirmar sua masculinidade. O bullying homofóbico
também é muito comum nas escolas da Europa e Brasil.
Alegadamente, um tipo desses ataques insidiosos mais largamente praticado pelos
homófobos (pode dizer-se que em nível mundial, mas com particular incidência nas
sociedades mediterrânicas, tradicionalmente machistas) e que funciona como uma espécie de
insulto codificado e impune, é o de assobiar, entoar, cantarolar ou bater palmas (alto ou em
surdina, dependendo do atrevimento do agressor) quando estão na presença do objecto do seu
ataque, muitas vezes perante terceiros.
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Movimentos Sociais

Movimentos Sociais são agrupamentos de indivíduos que demandam, defendem, lutam


por alguma causa ou por algum objetivo. São grupos da sociedade formados com o objetivo de
promover mudanças sociais e políticas. Os participantes dos grupos sociais se unem para
promover mudanças específicas e de acordo com os anseios, alterações sociais e políticas que
desejam conquistar.
De forma geral, os movimentos sociais desejam mudanças contra a exclusão social e de
direitos sofridas por alguns grupos. A existência de movimentos sociais se justifica por conta das
diferenças entre os indivíduos e, consequentemente, da exclusão de políticas e práticas voltadas
para as necessidades reais e específicas de cada grupo.
A Constituição assegura direitos básicos e essenciais, mas faz isso de forma geral, sem
levar em conta as diferenças regionais e particularidades mais específicas de determinados
grupos. Para mudar a situação de exclusão, são então formados os movimentos sociais. As
movimentações organizadas pelos movimentos sociais, geralmente, acontecem através de
manifestações, que podem ou não ser pacíficas. Integram os movimentos sociais as Organizações
Não Governamentais (ONGs), associações sindicais, movimentos rurais, movimentos por direitos
civis e movimentos por direitos específicos, como o direito das mulheres, das populações
LGBTQIAP+ e da população negra.
Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo
organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus
valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos,
permeados por tensões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução
de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Seja a luta por um algum ideal, seja pelo
questionamento de uma determinada realidade que se caracterize como algo impeditivo da
realização dos anseios deste movimento, este último constrói uma identidade para a luta e defesa
de seus interesses.
Torna-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontram numa mesma situação,
seja social, econômica, política, religiosa, entre outras. Gianfranco Pasquino em sua contribuição
ao Dicionário de Política (2004) organizado por ele e por Norberto Bobbio e Nicolau Mateucci,
afirma que os movimentos sociais constituem tentativas – pautadas em valores comuns àqueles
que compõem o grupo – de definir formas de ação social para se alcançar determinados
resultados.
Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine, mm defesa da Sociologia (1976), para se
compreender os movimentos sociais, mais do que pensar em valores e crenças comuns para a
ação social coletiva, seria necessário considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos
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se 2 manifestam.
Cada sociedade ou estrutura social teria como cenário um contexto histórico (ou
historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria posto um conflito entre
classes, terreno das relações sociais, a depender dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim,
os movimentos sociais fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social geradora por si
só da contradição entre as classes, sendo uma ferramenta fundamental para a ação com fins de
intervenção e mudança daquela mesma estrutura.
Dessa forma, para além das instituições democráticas como os partidos, as eleições e o
parlamento, a existência dos movimentos sociais é de fundamental importância para a sociedade
civil enquanto meio de manifestação e reivindicação. Podemos citar como alguns exemplos de
movimentos o da causa operária, o movimento negro (contra racismo e segregação racial), o
movimento estudantil, o movimento de trabalhadores do campo, movimento feminista, movimentos
ambientalistas, da luta contra a homofobia, separatistas, movimentos marxista, socialista,
comunista, entre outros.
Alguns destes movimentos possuem atuação centralizada em algumas regiões (como no
caso de movimentos separatistas na Europa). Outros, porém, com a expansão do processo de
globalização (tanto do ponto de vista econômico como cultural) e disseminação de meios de
comunicação e veiculação da informação, rompem fronteiras geográficas em razão da natureza
de suas causas, ganhando adeptos por todo o mundo, a exemplo do Greenpeace, movimento
ambientalista de forte atuação internacional.

Características dos Movimentos Sociais

Embora lutem por direitos específicos, os movimentos sociais possuem algumas


características em comum para organizar as formas de ação e garantir que as mudanças e
alterações sejam conquistadas.

 Organização de um projeto e ideologia em comum e que considere as propostas relevantes ao


movimento;
 Estrutura hierárquica que possibilita várias lideranças;
 Ações coletivas;
 Organização de passeatas, greves, denúncias e marchas;
 Manifestações que podem ou não ser pacíficas;
 Revolucionários ou reformistas.
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Tipos de movimentos sociais

Os movimentos sociais podem agir em diversos âmbitos. Os mais conhecidos são o trabalhista,
ambiental, político, racial, gênero, entre outros.
Ou seja, qualquer grupo de pessoas que defenda, lute e corrobora para uma causa é considerado
um movimento social ao se manifestar através de suas pautas. Porém, os movimentos sociais
podem ser caracterizados em maneiras diferentes:

 Movimento de transformação: são criados para modificar algum aspecto político ou social
através de reivindicações;
 Movimento de conservação: esse tipo de movimento social surge para manter algum aspecto
político ou social;
 Movimentos tradicionais: ocorridos principalmente no século XIX, após a Revolução Industrial,
esses movimentos possuem temas voltados para classes sociais, com uma grande luta entre o
proletariado e a burguesia;
 Movimentos novos: são aqueles que têm em sua luta questões de classes, porém sua maior
pauta é de cunho identitário, ou seja, são minorias que pedem representatividade e voz dentro da
sociedade;
 Movimento conjuntural: são aqueles que aparecem em uma conjuntura. É um movimento que
se organiza e se estrutura de acordo com uma demanda instantânea, em uma situação específica;
 Movimento estrutural: é aquele que tem demandas e objetivos que serão conquistados em longo
prazo. Ou seja, demanda uma alteração completa na estrutura social. Um exemplo de movimento
estrutural é o movimento negro, contra o racismo.

Classificação dos Movimentos Sociais

Os movimentos sociais podem ser classificados de acordo com a atuação e os projetos que
defendem:

1. Organizações Não Governamentais (ONGs)

Organizações sociais sem fins lucrativos que se organizam para promover mudanças ou prestar
assistência a grupos e realidades sociais específicas. Podem atuar na área da educação, saúde,
saneamento, meio ambiente e nas mais diversas áreas.
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2. Movimentos rurais/do campo

Lutam por questões de ligação com a reforma agrária, a produção industrial e massificada de
alimentos e outros produtos agrícolas e contra a troca de mão de obra humana por máquinas.

3. Movimentos de classe

Ligados às diversas classes sociais e lutam por mudanças sociais e eliminação das desigualdades
e exclusão social.

4. Movimentos reivindicatórios

Movimentos que reivindicam a solução de questões urgentes para um determinado grupo ou para
toda sociedade.

5. Movimentos Políticos

Tem como objetivo ressaltar a importância da participação política. Pode ou não estar ligado a
partidos políticos. Independente do foco e dos objetivos do movimento, a intenção de todos é
conquistar as mudanças e alterações, sejam elas políticas, sociais ou econômicas de acordo com
o projeto que defendem e o grupo social que representam.
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Movimentos Sociais e a História do Brasil

Para compreender a sociedade brasileira, tal qual ela é hoje, é preciso, antes, compreender
sua história e evolução, para tanto, este artigo se propõe a apresentar uma breve história a
respeito dos principais movimentos sociais que fazem parte da luta pela democracia brasileira.
A história dos movimentos sociais no Brasil, começam ainda durante o período colonial,
neste, o mais importante foi o movimento abolicionista, em função da exploração escravagista
vivida, primeiro pelos índios que aqui abitavam, e logo depois pelos negros trazidos da África.
A mistura dos diferentes povos que se encontraram neste país, são um reflexo da
sociedade como ela é, em termos culturais, étnico, político e social, principalmente, desigual, ou
seja, enquanto as minorias eram abastadas, e por esse fato tinham cidadania, seus “inferiores”,
não possuíam quaisquer direitos cívicos.
Neste contexto, “[…] É claro que não se poderia esperar dos senhores qualquer iniciativa
a favor da educação de seus escravos ou de seus dependentes. Não era do interesse da
administração colonial, ou dos senhores de escravos, difundir essa arma cívica. Não havia
também motivação religiosa para se educar.
A Igreja Católica não incentivava a leitura da Bíblia. A educação, neste período, não era
uma prioridade, tão pouco de ser passada aos seus escravos, desta forma deixariam de ser
alienados para lutar por seus direitos quanto civis. O que se pode dizer sobre esse momento é
que houve educação religiosa difundia pela Igreja Católica, com a finalidade de catequisar índios
e africanos, considerados hereges por cultuar outras formas religiosas.
A partir da Independência, a Constituição passou a dar o direito de voto a homens a partir
dos 25 anos de idade, ou aqueles que possuíssem uma renda superior a 100 mil reis. Mulheres e
escravos, continuavam a margem da sociedade, não eram considerados cidadãos e tão pouco
tinha direitos.
O exercício do voto tinha cunho político, na verdade, não social de cidadão, mas para
angariar um maior número de votos. Com o passar das Republicas, verifica-se que não houveram
mudanças significativas na sociedade brasileira da época, diferentemente das sociedades inglesa,
francesa, as quais foram marcadas pela luta pela liberdade, pelos direitos civis, político,
trabalhista, marcada também, muitas vezes com sangue, a exemplo da Revolução Industrial e
Revolução Francesa.
Outros movimentos foram surgindo, ainda singelos e de menor expressão, dentre os quais
abre destaque para os movimentos trabalhistas. Os operários agora, lutavam por melhores
condições de trabalho e salários. Os movimentos sociais foram então tomando-se cada vez
maiores e mais propensos a trazer mudanças, diferentemente do que acontecia no início da
sociedade brasileira, quando a sociedade se encontrava inerte as violações cívicas.
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Em 1917 houve a Greve Geral de São Paulo, movimento operário, no qual os grevistas
reivindicavam a redução da jornada de trabalho, as quais excediam 12 horas, proteção ao trabalho
infantil e feminino, etc. Este período ficou marcado pelas mudanças adotas pelo governo nos
aspectos trabalhista, industrial e comercial, decorrentes dos movimentos do período anterior,
consolidando a lei do trabalho em 1943.
Em 1934, a Constituição regulou a jornada de trabalho, sendo esta, agora de oito horas, e
um salário base, o salário mínimo, que fosse capaz de nutrir as necessidades familiares. Durante
esta “Marcha acelerada”, a sociedade brasileira passou por diversos momentos distintos, e as
greves outrora proibidas, passaram a ser direito soa trabalhadores, sendo em 1964, aprovada a
primeira lei de greve.
No período que compreende de 1964 a 1985, o Brasil foi marcado pela Ditadura Militar,
este período ficou caracterizado pela regressão política vivida no país durante este período em
decorrência dos conflitos entre Política x Cidadãos, onde a liberdade ficou limitada e novas normas
foram instauradas pelo governo ditatorial, sendo a pena de morte reintroduzida ao ordenamento
jurídico.
“Dado o golpe, os direitos civis e políticos foram duramente atingidos pelas medidas de
repressão, por essa razão, eles merecem atenção especial. Como era maior a mobilização em
1964 e como estavam mais desenvolvidos os meios de controle, a repressão política dos governos
militares foi também mais extensa e mais violenta do que a do Estado Novo.
Em bora presente em todo o período, ela se concentrou em dois momentos: entre 1964 e
1965, e entre 1968 e 1974. Os instrumentos legais da repressão foram os “atos institucionais"
editados pelos presidentes militares.
O primeiro foi introduzido logo em 9 de abril de 1964 pelo general Castelo Branco. Por ele
foram cassados os direitos políticos, pelo período de dez anos, de grande número de líderes
políticos, sindicais e intelectuais e de militares. (CARVALHO, José Murilo de. 2002, p. 160)”
Tal período compreendeu os Atos Institucionais, instrumentos normativos repressivos,
pelos assaltos a bancos, tortura sofrida por opositores e repressão da imprensa que não podia
noticiar os fatos que estavam acontecendo.
Ainda, durante este período, embora, repressão seja a primeira palavra que vem à cabeça
quando o assunto é ditadura, em 1968, o país passou por uma grande transformação econômica,
conhecida como “milagre econômico”, quando o produto interno bruto chegou a 13,6 % durante o
governo Médici.
Mas não houve só crescimento econômico, houve também social, foram criados, durante
esse o período, o um Fundo de Garantia por Tempo de Service (FGTS), o Banco Nacional de
Habitação (BNH) e criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), como meios de
estabilizar a economia do país Após um período de trevas, acontece com a volta dos direitos civis
e políticos, período que compreende os anos de 1974 a 1985.
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A abertura dos direitos se deu em quando o general/presidente minimizou as restrições
quanto a propaganda eleitoral, e mais tarde, com a revogação do AI-S, com o fim da censura
previa e a volta dos primeiros exilados políticos.
Embora o general Geisel, governasse sob um período ditatorial, conhecido pela repressão,
como já supracitado, foi durante seu governo que a repressão passou a diminuir, desautorizando
este, as ações repressivas e propondo uma abertura política, este momento ficou marcado, ainda,
pelos movimentos sindicais renascidos através dos movimentos oposicionistas trazendo o nome
de Luís Inácio da Silva, Lula, como um dos mais importantes.
Tais movimentos oposicionistas contaram com a presença de artistas e intelectuais, dentre
os quais destaca-se Chico Buarque de Holanda, graças a sua popularidade expandiu e
personificou a resistência e a luta pela redemocratização em suas canções.
Neste período, Tancredo Neves ficou conhecido como homem símbolo da
redemocratização, sendo possível a retomada da democratização civil em 1985 embalada pelas
eleições, ficando, a redemocratização marcada, neste período, pelos caras pintadas que foram as
ruas pedir o impedimento do então presidente eleito, Fernando Collor de Melo, sendo este
substituído pelo seu vice-presidente Itamar Franco.
A partir dos movimentos sociais vividos no pais, foi promulgada em 1988 uma nova Carta
Magna, a Constituição Federativa do Brasil de 1988, a qual está vigente nos dias atuais, foi mais
um marco importante para a redemocratização brasileira, trazendo inovações legais e
institucionais afim de trazer melhorias a coletividade, trazendo direitos e deveres aos cidadãos.
Alguns fatos, entretanto, marcaram negativamente este período de retomada da democratização.
A Magna Carta de 1988, apenas transferiu o controle dos policias militares, para os
governos estaduais. Um exemplo da violência militar neste período foi a invasão do Carandiru, o
qual ficou marcado pelo sangue de mais de 100 presos.
Embora a nova Constituição tenha trazido muitas inovações escritas, na pratica, tais
inovações ainda custam a se desenvolver. O que nos faz pensar o atual período brasileiro, onde
a população tem ido as ruas.
Em 2013 iniciou uma onda de protestos que foi se alastrando pelo pais, as manifestações
que iniciaram devido ao aumento das tarifas dos transportes públicos, foram dando lugar a novos
movimentos em face de velhas indignações, eis que vieram, os movimentos em prol da saúde e
educação, tendo em vista os autos valores gastos na construção de estádios e outros para copa
de 2014, enquanto a sociedade brasileira apresenta um déficit nesses.
Durante os protestos pode-se observar, que como em 1992, a maioria dos manifestantes
eram jovens estudantes, buscando melhoria de vida, o que demonstra uma sociedade mais
participativa nas questões político-sociais, e o importante papel das redes sociais para os
movimentos, já que estes eram marcados através do Facebook, Instaram, Whatsapp e outros.
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Exemplos de Movimentos Sociais

Os movimentos sociais podem acontecer em território local, nacional ou até mesmo global. Abaixo
listamos alguns dos movimentos sociais mais conhecidos ao redor do mundo.

1. Movimento Feminista

O movimento feminista, também conhecido como o movimento pelo direito das mulheres,
e tem por característica ser um movimento social estrutural, ou seja, que busca desconstruir
a longo prazo o machismo, um aspecto presente na estrutura social. Esse movimento teve
seu início no período da Revolução Francesa.
Os movimentos feministas da primeira onda do século XIX e início do século XX se
concentravam nos direitos legais das mulheres, especialmente no direito ao voto.
Nos anos 1960 e 1970, a segunda onda feminista, surgida nos Estados Unidos, buscava direitos
e oportunidades iguais entre homens e mulheres e a maior liberdade pessoal para as mulheres.
Essa segunda onda tocou em todas as áreas da vida pessoal e social das mulheres - incluindo
política, trabalho, família e sexualidade.
O ativismo organizado por e em nome das mulheres, continua até os dias atuais, se
espalhando em território global. Seu maior objetivo é acabar com a desigualdade entre os
gêneros.
Um exemplo do manifestação do movimento feminista foi a Marcha das Vadias, que se
iniciou em Toronto, no ano de 2011, e se espalhou pelo mundo inteiro.
No Brasil, a Marcha das Vadias ganhou força em 2014, e tinha o foco em protestar pelo
direito da mulher usar roupa e se comportar da maneira que quiser.
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Movimento feminista intitulado como "Marcha das Vadias", em 2014.

2. Movimento Negro

O movimento negro, também conhecido como o movimento dos direitos civis


americanos, foi um movimento de protesto em massa contra a segregação racial e a
discriminação no sul dos Estados Unidos, que ganhou proeminência nacional na década de 1950.
Esse movimento teve suas raízes nos escravos africanos e seus descendentes, e tinha por
objetivo resistir e combater à opressão racial e abolir a instituição da escravidão, por isso
tem como forte característica ser um movimento estrutural.
Por meio de protestos não-violentos, o movimento dos direitos civis dos anos 1950 e 1960
quebrou o padrão de instalações públicas que promoviam a segregação por “raça” no Sul dos
Estados Unidos. Assim, alcançaram um importante avanço na legislação de direitos iguais para
afro-americanos.
Embora a aprovação da legislação dos direitos civis tenha sido vitoriosa para o movimento,
militantes negros começaram a entender a sua luta como um movimento de liberdade.
Por isso, não buscavam apenas reformas dos direitos civis, mas enfrentavam a duradoura
crise econômica, política e social, e as consequências culturais da opressão racial do passado.
Por se tratar de um movimento estrutural, as manifestações contra o racismo continuam em várias
partes do mundo. Em maio de 2020, após a morte de George Floyd, um norte-americano negro
morto por policiais, dezenas de protestos se espalharam pelos Estados Unidos.
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No Brasil, protestos com o mesmo cunho aconteceram após a morte de João Alberto Silveira,
morto por um segurança de uma grande rede de supermercados.

Martin Luther King, um dos principais ativistas do movimento negro nos Estados Unidos, durante
seu discurso "Eu tenho um sonho", em 28 de agosto de 1963

3. Movimento Estudantil

O ativismo estudantil é o caminho utilizado por alunos em prol de mudanças políticas,


ambientais, econômicas ou sociais. Embora muitas vezes focados nas escolas e universidades,
grupos de estudantes sempre influenciaram grandes eventos políticos.
Sua maior característica é ser um movimento de transformação, por reivindicar novas regras e
feitos.
O ativismo estudantil é constantemente associado à política de esquerda, já que os
movimentos estudantis de direita não são comuns. Grandes grupos de estudantes lutaram contra
o apartheid na África do Sul, por exemplo.
O ativismo estudantil em nível universitário é quase tão antigo quanto a própria
universidade. Estudantes em Paris e Bolonha, por exemplo, organizaram ações coletivas no início
do século XIII, principalmente sobre questões da própria cidade.
Nos Estados Unidos, a inquietação estudantil adquiriu conotações políticas durante a
Revolução Americana (1765 - 1783). No final do século XIX, muitos estudantes americanos
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abraçaram as novas teorias do socialismo e do comunismo e passaram a colocar estes postulados
em seus movimentos.
Já no Brasil, o movimento estudantil ganhou maior força na década de 1970, com os
grêmios de estudantes contra o regime militar.
Os estudantes brasileiros fizeram parte de grandes manifestações contra o sistema e
decisões políticas. Uma das mais famosas foi a manifestação conhecida como Caras-pintadas,
em 1992. Um grande movimento estudantil que pedia o impeachment do então presidente
Fernando Collor.
Os estudantes e movimentos estudantis brasileiros têm o apoio de grandes organizações
não governamentais como o DCEs (Diretórios Centrais Estudantis), as UEEs (Uniões Estaduais
dos Estudantes) e a UNE (União Nacional dos Estudantes).

Movimento estudantil no Brasil: Caras-pintadas, em 1992.

4. Movimento Operário (ou trabalhista)

No século XIX houve um grande aumento no número de desemprego e da marginalização


social, um conjunto de consequências da então Revolução Industrial. É conhecido por ser um
movimento tradicional, que luta pelas classes.
Foi nesse contexto da precarização das condições trabalhistas, que surgiram os primeiros
movimentos sociais dos operários.
Neste período, os principais movimentos foram:
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 Ludismo ou Movimento Ludista: por acreditarem que as máquinas estavam tirando o emprego
dos homens, os trabalhadores criaram o movimento ludista, uma destruição em massa das
máquinas. Esse movimento demonstrava descontentamento dos operários com as máquinas, que
passaram a substituir boa parte dos trabalhos manuais;
 Cartismo: conhecido também como "Carta do Povo", o cartismo tem sua origem na Inglaterra.
Seu objetivo foi reivindicar um espaço político no Estado para os interesses dos trabalhadores,
além do aumento salarial e boas condições de trabalho;
 Sindicalismo: o maior objetivo desse movimento é demonstrar que os sindicatos devem defender
e governar os direitos dos trabalhadores frente ao poder político. Esse movimento durou do século
XIX até o século XX.
Para reivindicar seus interesses e direitos, os trabalhadores se manifestaram por meio de
greves. Esse episódio foi muito comum no século XIX, nas classes operárias de grandes fábricas.
No Brasil, uma das maiores manifestações do movimento operário foi a greve de 1917,
em que milhares de trabalhadores exigiam melhores condições de trabalho e aumento salarial.

5. Movimento Ambientalista

Também conhecido como Movimento Ecológico ou Movimento Verde, está caracterizado


nos chamados "novos movimentos sociais" e compõem diferentes correntes em prol da
preservação do meio ambiente.
Sua maior reivindicação é a proteção ambiental para promover uma vida sustentável e de
qualidade. É caracterizado por ser um movimento de transformação, que visa melhorar a relação
das pessoas e empresas com o meio ambiente.
Em 1970 o ambientalismo se disseminou rapidamente pelo mundo inteiro, fazendo surgir
inúmeros grupos influentes como o Movimento Chipko na Índia e o Greenpeace, fundado no
Canadá em 1971.
A partir da década de 1980 o ambientalismo se multiplicou e consagrou a importância da
educação ambiental para uma mudança geral de hábitos. Além de lutar contra os desafios
ambientais já bem conhecidos, como:

 poluição;
 uso intensivo de agrotóxico;
 desmatamento;
 a perda da biodiversidade;
 a caça excessiva e o comércio ilícito de espécies selvagens;
 urbanização descontrolada;
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 esgotamento dos recursos hídricos;
 manipulação genética, aquecimento global.

No Brasil, o movimento ambientalista ganhou força em 1950, e passou a ganhar apoio de


ONGs como a União Protetora do Ambiente Natural e a Fundação Brasileira para Conservação
da Natureza.

Marcha em favor da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, realizada em


Brasília, no ano de 2011.

6. Movimento LGBTQIA+

O movimento social LGBTQIA+ (sigla que significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexual e mais) surgiu na Europa, ainda no século
XX.
É um movimento estrutural, que luta contra a homofobia e violência contra homossexuais
e casais LGBTQI+.
No Brasil, o movimento nasceu no final de 1970, predominantemente formado por homens
homossexuais. Em sua pauta, o movimento luta pelos direitos civis que defende a igualdade de
direitos para toda a comunidade LGBT.
Alguns dos principais objetivos do movimento são:
PREFEITURA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO
SECRETARIA MUNICIPAL DE DEFESA SOCIAL
 Eliminação das leis que proíbem atos homossexuais entre adultos que consentiram;
 Luta contra a homofobia e violência contra homossexuais;
 Fim da discriminação contra gays e lésbicas no emprego;
 Liberação de empréstimos de crédito, habitação, acomodações públicas e outras áreas da vida
que são proibidas em diversos países;
 Criminalização da homofobia.

Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, uma das maiores do mundo.

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