Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS


RECURSOS NATURAIS

Engenharia Agrícola Ambiental


2º Ano Pós-laboral

FISICA III

APLICAÇÃO DA FÍSICA NA AGRICULTURA

Discente:
Lasmy Zacarias Muzaja

Docente:

Eng. Fabião, Msc.

Chimoio, Setembro de 2021


Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos ....................................................................................................................... 1

1.1.1. Objectivo Geral ........................................................................................................ 1

1.1.2. Objectivos Específicos ............................................................................................. 1

2. Fundamentos da Física Nuclear......................................................................................... 2

2.1 Núcleo Atómico ............................................................................................................... 2

2.2. Fissão Nuclear ................................................................................................................ 3

2.3. Fusão Nuclear ................................................................................................................. 4

2.4. Propriedades da Radioactividade.................................................................................... 5

2.5. Energia Nuclear no Mundo ............................................................................................ 7

2.5.1. Vantagens e desvantagens ....................................................................................... 7

2.6. Agricultura e a Física Nuclear ....................................................................................... 8

2.6.1 Em Entomologia Agrícola ...................................................................................... 10

2.6.2. A importância da física na agricultura pode ser vista em aspectos como .............. 10

2.7. Radioatividade na Agricultura ...................................................................................... 11

2.8. Tipos de energia utilizadas na agricultura .................................................................... 12

3. Conclusão ........................................................................................................................ 15

4. Referências Bibliográficas............................................................................................... 16
1. Introdução

A energia nuclear é estudada pelo ramo correspondente da Física por ser um fenómeno de
grande impacte na produção de energias a nível do mundo, no entanto, o conhecimento sobre
o fenómeno é muito relevante visando a gravidade dos acidentes das usinas nucleares que
têm ocorrido recentemente, assim como possíveis aplicações no ramo da agricultura visto
que é um meio para o desenvolvimento económico do país e melhorias na sua prática podem
se refectir positivamente de um modo qualitativo e quantitativo.

Quando se fala de aplicações benéficas da radioatividade, pensa-se logo na medicina. No


entanto, outro campo em que ela vem sendo aplicada com boas finalidades é na agricultura.

Conforme sabemos, as radiações causam danos aos organismos vivos, assim alguns
alimentos são irradiados, matando fungos e bactérias, que são os principais causadores do
apodrecimento.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Descrever a aplicacao da fisica na agricultura.


1.1.2. Objectivos Específicos

 Falar da Agricultura e a Física Nuclear


 Conhecer a Radioatividade na Agricultura
 Identificar tipos de energia utilizadas na agricultura

1
2. Fundamentos da Física Nuclear

A Física Nuclear estuda as propriedades e o comportamento dos núcleos atômicos. Estudos


núcleos atômicos, especialmente os núcleos radioativos e suas reações com os neutrões e
outros núcleos. Inclui também o estudo das reações nucleares nas quais se colocam amostras dentro dos
reatores nucleares para produzir um alto fluxo de neutrões. As técnicas de física nuclear são
frequentemente utilizadas para analisar materiais, rastreando elementos presentes em
quantidades ínfimas. Podem-se medir (sem separação química) quantidades tão pequenas
quanto 1 nano grama (10-9 g) de cerca de 35elementos, em materiais como o solo, as pedras,
os meteoritos e as amostras lunares.
2.1 Núcleo Atómico

O núcleo atômico é constituído por protões, que possuem carga elétrica positiva, e neutrões
que não possuem carga elétrica. Cada protão do núcleo tenta afastar outro protão, devido à
repulsão elétrica, só não o faz realmente porque os neutrões fazem um papel de "cola" entre
prótons. Os modelos atômicos mais recentes explicam que protões e neutrões compartilham
uma subpartícula. A tal subpartícula compartilhada é um glúon. Um protón e um nêutron se
comportam como dois cachorros brigando por um osso: Orão osso (o glúon) está com um
cachorro (o protão) e ora está com o outro cachorro (o neutrão), assim eles se mantêm
próximos.

Como são diversos prótons e diversos neutrões, a "disputa" envolve todas as partículas e elas
se mantêm unidas. Essa união enfraquece se o átomo for muito grande como num átomo de
urânio, por exemplo. Esses átomos muito grandes são instáveis e podem perder partes de si
- processos nucleares superam em muito as que se pode obter mediante processos químicos,
que só utilizam as regiões externas do átomo.

O átomo é formado por um pequeno núcleo, carregado positivamente, rodeado de elétrons.


O núcleo, que contém a maior parte da massa do átomo, é composto de neutrões e prótons,
unidos por intensas forças nucleares, muito maiores que as forças elétricas que ligam os
elétrons ao núcleo. O número de massa A de um núcleo expressa o número de núcleons
(nêutrons e prótons) que o núcleo contém; o número atômico Z é o número de prótons,
partículas com carga positiva. A energia de ligação de um núcleo é a intensidade com que
as forças nucleares mantêm ligados os prótons e neutrões. A energia de ligação por núcleo,

2
isto é, a energia necessária para separar do núcleo um nêutron ou um próton, depende do
número de massa A.

De acordo com Pedro (2012) a definição de energia nuclear reporta-se pela energia libertada
por fissão ou fusão de núcleos atómicos. Fundamentou ainda que alguns isótopos de certos
elementos possuem a capacidade de emitirem energia através de reações nucleares, sendo
que em alguns ocorre espontaneamente e em outros a reacção é provocada por técnicas como
a de bombardeamento de neutrões. A energia de ligação do núcleo atómico é a medida do
quão compactos os neutrões e protões estão.

2.2. Fissão Nuclear

Em 1935, Enrico Fermi começou uma série de experiências em que foram produzidos
artificialmente núcleos radioativos, pelo bombardeamento com nêutrons de vários
elementos. Alguns dos seus resultados sugeriram a formação de elementos transurânicos. O
que eles observaram foi a fissão nuclear, mais tarde comprovado por Otto Hahn (Präss,
2007).

Segundo Pedro (2012) a fissão nuclear trata-se da divisão do núcleo de um átomo em dois
fragmentos com cerca da metade da massa original.

A fissão nuclear surge como resultado de uma instabilidade dinâmica do núcleo: em muitos
casos a separação do núcleo em dois pedaços é acompanhada de libertação de energia. É este
o princípio base da maior parte dos reactores nucleares que usam uma reação em cadeia para
induzir uma taxa controlada de fissão nuclear no material físsil (susceptível de sofrer fissão
nuclear), libertando tanto energia como neutrões livres (Matos, 2009).

Somente se produz fissão nuclear em certos núcleos de numero atômico e mássico elevado,
sendo um fator que contribui de modo importante o alto valor de Z (numero atômico) e, por
conseguinte, o da força repulsiva existente no interior do núcleo. No processo de fissão, o
núcleo composto excitado, que se forma após a absorção de um nêutron, se divide em dois
núcleos mais rápidos, denominados fragmentos de fissão (Präss, 2007).

Somente três núcleos (U-233, U-235 e Pu-239), possuem estabilidade suficiente para
poderem ser armazenados durante um longo tempo e são fissionáveis por 12 nêutrons de
todas as energias, desde valores térmicos até milhões de eletro-volt. Para determinar a
quantidade de energia liberada por fissão de um núcleo atômico, uma das formas é

3
determinar a diminuição de massa, a partir das massas iniciais, e aplicar a relação massa-
energia de Einstein E=mc², onde:

 “E” é o equivalente energética da massa “m” e “c” é a rapidez da luz no vácuo.

As centrais nucleares operam através do uso de urânio. A principal característica do urânio


é a sua composição, sendo que os seus átomos têm o núcleo mais pesado que existe
naturalmente na Terra (Matos, 2009).

Uma reação de fissão nuclear libera uma energia 10 milhões de vezes maior que um
convencional. A fissão de 1 kg de urânio 235 libera 18,7 milhões de kilovolts/hora em forma
de calor. O processo de fissão iniciado pela absorção de um nêutron por um núcleo de urânio
235 também libera uma média de 2,5 nêutrons, além de dois novos núcleos, provocando
novas fissões nos núcleos de urânio 235, constituindo assim uma reação em cadeia que leva
à liberação continuada de energia nuclear.

A queima do combustível nuclear no reator resulta nos chamados produtos de fissão. São
isótopos que não existem naturalmente e são altamente radioativos. Alguns permanecem
milhares de anos liberando radiação. Por isso, seu manuseio e seu armazenamento exigem
cuidados especiais.

As reacções nucleares são então conduzidas pela acção de bombardeamento e não pelas
características de decaimento exponencial e tempo de meia-vida dos processos radioactivos
espontâneos.

Por vezes o processo de fissão nuclear ocorre sem bombardeamento de neutrões, como um
tipo de decaimento radioactivo, mas este tipo de fissão, chamado de fissão espontânea, é
raro, excepto em alguns isótopos pesados. A maior parte da fissão nuclear ocorre devido a
uma reacção nuclear um processo de bombardeamento que resulta na colisão de duas
partículas subatómicas (Matos, 2009).

2.3. Fusão Nuclear

A liberação de energia nuclear pode produzir-se também através da fusão de dois núcleos
leves em um mais pesado. A energia irradiada pelo Sol deve-se a reações de fusão que
se produzem em seu interior.

A fusão nuclear artificial foi obtida pela primeira vez em princípios da década de 1930, com
o bombardeio de um alvo que continha deutério por núcleos de deutério, acelerados num

4
cíclotron para alcançar altas energias. Na década de 1950, produziu-se a primeira liberação
em grande escala de energia de fusão em testes de armas nucleares realizados pelos Estados
Unidos, a antiga União Soviética, a Grã-Bretanha e a França. É um tipo deliberação breve e
não controlada, que serve para bombas, mas não para a produção de energia elétrica.

A ciência ainda não conseguiu resolver o principal problema para a utilização comercial da
fusão nuclear na produção de eletricidade: a energia necessária para acelerar os núcleos de
deutério e fazê-los colidirem e se fundirem é muito maior que a energia obtida. Por isso, os
pesquisadores ainda buscam maneiras mais eficientes de esquentar o gás a altas temperaturas
e armazenar uma quantidade suficiente de núcleos durante um tempo longo o bastante para
permitir a liberação de uma energia maior que a necessária para aquecer e armazenar o gás.
Outro problema importante é a captura dessa energia e sua conversão em eletricidade.

Os reactores de fusão poderiam, em princípio, ser usados em centrais de fusão para produzir
energia sem a complexidade de se ter de lidar com os fragmentos de fissão, mas ainda há
bastantes obstáculos científicos e técnicos. Foram construídos já vários reactores de fusão,
mas até agora nenhum conseguiu produzir mais energia térmica que o consumo de energia
eléctrica. Apesar da pesquisa sobre reactores de fusão ter começado por volta de 1950,
nenhum reactor de fusão comercial é esperado existir antes de 2050. O projecto ITER
(Reactor Termonuclear Experimental Internacional) é actualmente a esperança maior para
comercializar energia proveniente da fusão nuclear (Matos, 2009).

2.4. Propriedades da Radioactividade

A radioactividade é um fenómeno no qual um certo núcleo instável se desintegra


espontaneamente, formando assim novos núcleos mais leves e mais estáveis. Este fenómeno
liberta energia na forma de um ou mais tipos de radiação: alfa, beta ou gama. Estes
fenómenos de desintegração e libertação de energia são denominados de decaimentos
(Matos, 2009).

5
1 (Matos, 2009)

A radiação alfa tem muita energia e é a mais perigosa dos três tipos de radiação. Contudo
uma folha de papel é suficiente para travar estes raios. A radiação gama consiste em fotões
que têm uma frequência maior e um comprimento de onda menor que a luz, tendo menos
energia que a radiação alfa, mas podendo percorrer grandes distâncias. É necessário uma
parece de betão para a protecção contra raios gama.

2 (Matos, 2009)

Um núcleo atómico é instável quando é demasiado pesado. Todo o átomo que possua um
número de neutrões mais protões maior que 210 é instável. Porque é impossível prever que
núcleo será o próximo a decair existem estatísticas. Podemos então dizer quantos núcleos
atómicos irão decair num certo tempo. Este é o princípio dos tempos de meia-vida. Após um
tempo de meia-vida, metade do núcleo atómico de um certo material decaiu. A
radioactividade é medida em Becquerels (Bq). O Becquerel é o número de decaimentos dum
átomo por segundo. A radioactividade pode ser detectada e medida usando instrumentos
como contadores geiger e camâras de ionização, que utilizam as propriedades de ionização

6
da radiação. Estas medidas podem ser extremamente exactas, por isso é possível medir a
radioactividade de qualquer objecto.

A radioactividade também pode ser de origem natural. Estamos constantemente expostos a


radiações emitidas pelas estrelas (radiação cósmica) e por substâncias que libertam
naturalmente radiação no solo, na água e no nosso próprio corpo. A comida, a água que
consumimos e o ar que respiramos (que contém rádon, um gás formado pela desintegração
de urânio na crosta terrestre) também são radioactivos. A radioactividade também pode ser
artificial se provir de matérias manufaturados (indústria, medicina, etc.) (Matos, 2009).

2.5. Energia Nuclear no Mundo

Os primeiros reatores de energia nuclear em grande escala foram construídos em 1944, nos
Estados Unidos, para a produção de material para armas nucleares. Posteriormente, em todo
o mundo, foram construídos diferentes tipos de reator (diferenciados pelo combustível, pelo
moderador e pelo refrigerante empregados) para a produção da energia elétrica. O acidente
nuclear de Chernobyl ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobyl
(originalmente chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É
considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem
de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino
Unido (Präss, 2007).

Em dezembro de 1993, os pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos,


usaram o Reator Experimental de Fusão Tokamak para produzir uma reação de fusão
controlada que gerou 5,6 megawatts. O reator consumiu mais energia do que produziu
durante seu funcionamento.

2.5.1. Vantagens e desvantagens

Outras aplicações importantes da física nuclear são o desenvolvimento de métodos para


produzir materiais radioativos utilizados para diagnósticos e tratamentos médicos. Também
se desenvolveram traçadores radioativos, usados para estudar o comportamento químico dos
elementos e outras pesquisas que empregam proporções diminutas de material. Se a energia
de fusão se tornar viável, oferecerá as seguintes vantagens:

 uma fonte ilimitada de combustível, o deutério procedente da água dos oceanos;

7
 baixo risco de acidente no reator, já que a quantidade de combustível no sistema é
muito pequena;
 e resíduos muito menos radioativos e mais simples de manejar que os procedentes
dos sistemas de fissão.

A energia nuclear tem vantagens económicas e ambientais: o seu custo de kWh é estável e
competitivo, contribui para a autossuficiência energética e não polui o ambiente com gases
nocivos, nem contribui para o efeito de estufa. Como a energia nuclear é relativamente barata
comparada com outros métodos de produção de energia e é também subsidiada pelo governo
francês, os utilizadores industriais têm a vantagem de pagar menos pela sua electricidade do
que a maior parte dos outros países da união europeia (Matos, 2009).

As partículas saem do núcleo radioativo com bastante energia cinética. Ao penetrar na


matéria, elas transferem energia aos átomos e moléculas que encontram, até perder toda a
sua energia e parar. Se essa matéria for o corpo humano podem ocorrer lesões, leves ou mais
graves, dependendo da energia das partículas. Essas lesões podem ocorrer na peleou em
órgãos internos do corpo: com grande energia, a radiação é capaz de destruir as moléculas
que compõem esses órgãos.

A energia nuclear produzida de forma controlada nas usinas nucleares também pode ser
gerada sem controle por bombas nucleares, as armas mais destrutivas já inventadas pela
humanidade.

2.6. Agricultura e a Física Nuclear

A medicina, a indústria, particularmente a farmacêutica, e a agricultura são as áreas mais


beneficiadas (Cardoso, (S.D)).

Os transportes e agricultura também têm mostrado um aumento progressivo do consumo de


electricidade nos últimos 30 anos, sendo que, por sua vez, o consumo do sector industrial e
da siderurgia tem-se mantido relativamente constante, tendo mesmo baixado0,78 e 16,6%
em 2005 comparado com 2004 (Matos, 2009).

Por um lado, a ciência atómica não se resume à fabricação de bombas destrutivas, e, apesar
da grande disparidade entre os benefícios e os malefícios, reveste-se de uma altíssima
importância no campo da investigação científica e ainda no das realizações utilitárias

8
imediatas, quer nos domínios da Medicina, quer nos domínios das outras ciências biológicas,
da Física, das indústrias e da agricultura. (Carvalho, 2004)

Os isótopos radioativos ou radioisótopos, devido à propriedade de emitirem radiações, têm


vários usos. As radiações podem até atravessar a matéria ou serem absorvidas por ela, o que
possibilita múltiplas aplicações. Mesmo em quantidades cuja massa não pode ser
determinada pelos métodos químicos, a radiação por eles emitida pode ser detectada. Pela
absorção da energia das radiações (em forma de calor) células ou pequenos organismos
podem ser destruídos. Essa propriedade, que normalmente é altamente inconveniente para
os seres vivos, pode ser usada em seu benefício, quando empregada para destruir células ou
micro-organismos nocivos.

A propriedade de penetração das radiações possibilita identificar a presença de um


radioisótopo em determinado local.

As radiações emitidas por radioisótopos podem atravessar a matéria e, dependendo da


energia que possuam, são detectadas (percebidas) onde estiverem, através de aparelhos
apropriados, denominados detectores de radiação. Dessa forma, o deslocamento de um
radioisótopo pode ser acompanhado e seu percurso ou caminho ser traçado num mapa do
local. Por esse motivo, recebe o nome de traçador radioativo (Cardoso, (S.D)).

É possível acompanhar, com o uso de traçadores radioativos, o metabolismo das plantas,


verificando o que elas precisam para crescer, o que é absorvido pelas raízes e pelas folhas e
onde um determinado elemento químico fica retido. Uma planta que absorveu um traçador
radioativo pode, também, ser radiografada, permitindo localizar o radioisótopo.

Para isso, basta colocar um filme, semelhante ao usado em radiografias e abreugrafias, sobre
a região da planta durante alguns dias e revelá-lo. Obtém-se o que se chama de auto-
radiografia da planta (Cardoso, (S.D)).

Ainda no campo dos alimentos, uma aplicação importante é a irradiação para a conservação
de produtos agrícolas, como batata, cebola, alho e feijão. Batatas irradiadas podem ser
armazenadas por mais de um ano sem murcharem ou brotarem.

9
3 (CARDOSO, (S.D))

2.6.1 Em Entomologia Agrícola

A técnica do uso de traçadores radioativos também possibilita o estudo do comportamento


de insetos, como abelhas e formigas. Ao ingerirem radioisótopos, os insetos ficam marcados,
porque passam a emitir radiação, e seu raio de ação pode ser acompanhado. No caso de
formigas, descobre-se onde fica o formigueiro e, no caso de abelhas, até as flores de sua
preferência. A marcação de insetos com radioisótopos também é muito útil para eliminação
de pragas, identificando qual predador se alimenta de determinado inseto indesejável. Neste
caso o predador é usado em vez de inseticidas nocivos à saúde. Outra forma de eliminar
pragas é esterilizar os respectivos machos por radiação gama e depois soltá-los no ambiente
para competirem com os normais, reduzindo sua reprodução sucessivamente, até a
eliminação da praga, sem qualquer poluição com produtos químicos.

2.6.2. A importância da física na agricultura pode ser vista em aspectos como

 Aplicações para a gestão da água nas diferentes superfícies através de sistemas de


rega utilizados de forma eficiente.
 A aplicação de produtos químicos e movimentação de terras com máquinas pesadas
e seu impacto nos solos.
 A troca de massa e componentes entre o solo e a água.
 projeto de estufas usando princípios da termodinâmica.
 A gestão eficiente da energia elétrica e sua distribuição para a utilização
automatizada de processos agrícolas.

10
2.7. Radioatividade na Agricultura

A radioatividade possui diversas aplicações benéficas à agricultura. Quando se fala de


aplicações benéficas da radioatividade, pensa-se logo na medicina. No entanto, outro campo
em que ela vem sendo aplicada com boas finalidades é na agricultura.

Conforme sabemos, as radiações causam danos aos organismos vivos, assim alguns
alimentos são irradiados, matando fungos e bactérias, que são os principais causadores do
apodrecimento. Dessa forma, os alimentos, como frutas e verduras, permanecem bons para
o consumo por muito mais tempo. (Tipler, 1981)

Por segurança, ao aplicar essa técnica, é preciso que os átomos radioativos cessem as suas
atividades antes de os alimentos serem embalados. Outra forma de utilização pela agricultura
de radiação é injetando radiotraçadores nas plantas. Esses radioisótopos artificiais recebem
esse nome porque, ao serem transportados pelo corpo da pessoa, emitem radiações que
permitem ver a absorção de fertilizantes pelas plantas, como ela utiliza o nutriente,
determinar em que parte da folha ou das raízes certo elemento químico é mais importante e
assim avaliar a eficácia do controle de insetos. Um radiotraçador muito utilizado para essa
finalidade é o P-32.

Essa técnica dos radiotraçadores também é importante para detectar quais são os predadores
de determinadas pragas. Dessa forma, eles podem ser usados no lugar de inseticidas. Ou,
então, podem ser esterilizados por radiação gama os machos das espécies que são
consideradas pragas e depois soltá-los no meio ambiente para competirem com os machos
normais. Isso diminuirá progressivamente a sua reprodução e o seu número. (Okuno, 1982)

11
A aplicação da radioatividade na agricultura não serve somente para aumentar a produção
de alimentos, mas também garante a nossa saúde e a do meio ambiente. Pois os agrotóxicos
também podem ser marcados com radiotraçadores e, então, detectar quanto dele fica retido
no alimento e quanto dele contamina o solo, as águas e a atmosfera.

Mas para trazerem benefícios reais, todas essas técnicas devem ser feitas de forma bem
controlada e definida, de modo a não deixar resíduos e nem causar alterações nos alimentos
e plantas.

2.8. Tipos de energia utilizadas na agricultura

A atividade agrícola utiliza inúmeros tipos ou formas de energia, cada uma delas representa
uma gama enorme de aplicações, sem falar dos processos e transformações envolvidas, mas
em geral as formas de energia utilizadas na agricultura poderiam se resumir à energia
potencial, energia cinética, energia eletromagnética e energia nuclear.

A energia potencial se refere a uma possibilidade, ou seja, a energia está “armazenada” em


um estado latente ou se preferir “dormente”, portanto, não está atuando naquele instante,
mas pode atuar a qualquer momento, bastando um “gatilho”, ou ação que potencialmente
libere esta energia. A agricultura usa e armazena muita energia potencial. Uma das mais
importantes é a energia potencial química recorrente a todas as reações bioquímicas e
fotossintéticas (ligação de moléculas, quebra de moléculas, ATP, etc.). Enfim, o termo
Agroenergia é sinônimo de energia potencial química. (Halliday, 1991)

O biodiesel é potencialmente uma fonte de energia, mas é preciso que o mesmo seja utilizado
em um motor diesel de tal forma que a energia armazenada nas moléculas de biodiesel
(ésteres) seja liberada a fim de mover um pistão que através de um mecanismo biela-
manivela fará girar um eixo (eixo de manivelas ou virabrequim), que movimentará um trator.
Por outro lado, se o biodiesel for usado, por exemplo, somente como lubrificante, este não
liberará sua energia potencial, aliás, as empresas que extraem petróleo nem querem que suas
perfuratrizes comecem a liberar a energia potencial do biodiesel, pois o interesse é somente
que o mesmo as lubrifique.

Retomando o exemplo do virabrequim, este movimento rotativo proveniente da conversão


da energia potencial química do biodiesel, se refere a outro tipo de energia, a energia cinética.
A palavra cinética vem do grego kinetiké, que significa movimento. Portanto a energia
cinética é a energia do movimento, e envolve principalmente as grandezas aceleração

12
(rotativa ou linear), velocidade (rotativa ou linear) e a massa de um corpo, de tal forma que
a energia cinética é proporcional a movimentação de uma massa a uma velocidade, e uma
consideração importante, a energia cinética é muito mais influenciada pela velocidade do
que pela massa, assim um objeto, por exemplo, uma caminhão carregado com cana-de-
açúcar pesando no total 25 toneladas viajando a 50 km/h tem a mesma energia cinética que
um carro de 800 kg viajando a 280 km/h, perceba que o carro tem 31 vezes menos massa
que o caminhão e sua velocidade é somente 5,6 maior que a do caminhão, no entanto o
estrago de uma batida com o caminhão e com o carro, nestas condições, é o mesmo.

A energia eletromagnética se trata da interação entre um campo elétrico e um campo


magnético, em outras palavras cargas elétricas se movimentando geram um campo
magnético e um campo magnético variando (se “movimentando”) faz com que cargas
elétricas entrem em movimento (formação de um campo elétrico) - (no fundo é aquela velha
questão: quem vem primeiro o ovo ou a galinha). Bem, o importante para a agricultura é que
a energia eletromagnética é transmitida por ondas eletromagnéticas, e de todas as ondas
eletromagnéticas a mais conhecida e importante para a agricultura é a Luz do sol.

Na verdade, a energia eletromagnética proveniente da luz do sol é originária das reações


atômicas e nucleares que ocorrem no Sol, que em ultima instância são provenientes da
energia nuclear. Cabe uma ressalva, se na Terra existem energias (qualquer energia) mesmo
a potencial e a cinética, é porque o SOL as transferiu. Portanto toda a Agricultura, todos Nós,
a Terra inteira, assim como o Sistema Solar todo, existem graças à energia nuclear do sol.

Desconsiderando a fonte de tudo, a energia nuclear do sol, em um sistema mais localizado


como a agricultura, diversos tipos de energia atuam e se inter-relacionam nas transformações
energéticas. E estas transformações sempre estarão relacionadas com uma ou outra das
formas potencial, cinética ou eletromagnética. Assim, quando uma grande fazenda resolve
instalar um MCH (Mini Central Hidrelétrica), ela está usufruindo de uma queda de água que
armazena energia potencial gravitacional da água, pois a água está em um nível mais alto, e
esta ao descer deste desnível (gatilho) converte a energia potencial gravitacional em energia
cinética da água (este conjunto Potencial/Cinética também é conhecido como energia
hidráulica). (Serway, 2004)

Esta energia cinética faz uma turbina girar (energia hidrodinâmica) que aciona um gerador
que transforma este energia cinética em energia potencial elétrica que pode ser conduzida

13
até lâmpadas especiais dentro de uma estufa, e estas lâmpadas podem converter a energia
potencial elétrica em energia eletromagnética na forma de ondas eletromagnéticas (LUZ)
que tenham uma frequência específica para melhorar a fotossíntese de uma planta qualquer,
assim aumentando o armazenamento de energia potencial química na forma de glicose e
celulose, a celulose por sua vez poderia ser utilizada como combustível sólido que seria
queimado em uma caldeira liberando a energia potencial química e gerando calor que faria
as moléculas de água aumentarem sua energia cinética e por consequência sua temperatura,
assim fazendo com que a água se evapore e o vapor conduziria esta energia térmica (cinética
das moléculas) para um sistema de destilação de álcool que separaria as moléculas de álcool,
que em ultima instância são energia potencial química convertida da energia nuclear do sol.
(Nussenzveig, 1999)

Outra derivação da mesma energia potencial elétrica poderia ser a utilização para gerar calor
através de resistências elétricas montadas em uma granja de frangos, para aquecê-los no frio,
este calor nada mais é do que energia térmica irradiada (energia eletromagnética) das
resistências elétricas como ondas eletromagnéticas, entre elas a mais intensa é o
infravermelho, estas ondas infravermelho agitam as moléculas de ar na granja aumentando
assim a energia cinética destas, elevando, por conseguinte a temperatura do ar da granja.

14
3. Conclusão

Conclui-se então que realmente há aplicabilidade da Física no ramo da Agricultura, contudo


o nosso país ainda é pobre e recursos para uso dos meios úteis que os materiais radioactivos
oferecem. No entanto, há poucos investigadores para os assuntos industriais no domínio e
diante da pobreza de meios das instituições da área. Daí o fraco desenvolvimento nos estudos
e da pouca notoriedade da aplicação da Física nuclear. Facto que ainda requer tempo para
surtir melhorias sendo que o país enfrenta uma crise económica.

O uso da radioatividade na agricultura tem sido bastante difundido, pois corresponde a um


avanço para as técnicas de produção. Um exemplo dessa aplicação da radioatividade se dá
quando ocorre uma absorção mínima de radioisótopos pelas plantas, sendo que estes podem
ser acompanhados por detectores de radiação. Esses radioisótopos são chamados de
traçadores radioativos ou radiotraçadores, e um dos mais utilizados é o P-32.

A agricultura usa a radiação também para preservar alimentos. A irradiação de raios gama
de isótopos como o cobalto 60 esteriliza as frutas através da destruição de fungos e bactérias.
Abaixo é possível ver que os alimentos irradiados se mantêm conservados por muito mais
tempo.

15
4. Referências Bibliográficas

1. Borges, J. B. (2015). Sessão Regular da Conferência Geral. Viena-Áustria.


2. Cardoso, E. de M. (S.D). Aplicações da Energia Nuclear. Botafogo - Rio deJaneiro:
CNEN,
3. Carvalho, F. J. da S. da G. (2004) . Engenharia Nucleares. Portugal: (S.N).
4. halliday, D.; Resnick, R. (1991). Fundamentos de física. V. 4. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos.
5. Matos, F. A. M. de. (2009). O Futuro da Energia Nuclear na Europa. O Exemplo
Francês. Lisboa.
6. Nussenzveig, H. (1999). Moysés. Curso de física básica: V. 3 – Eletromagnetismo.
São Paulo: Edgard Blücher, 323p.
7. Okuno, E.; Caldas, I.L.; Chow, C. (1982). Física para ciências biológicas e
biomédicas. São Paulo: HARPER & Row do Brasil, 490 p.
8. Pedro, M. A. de M. (2012). Viabilidade económica da implementação deum reactor
nuclear para produção de energia eléctrica em portugal. Lisboa.
9. Präss, A. R. (2007). A energia nuclear hoje: uma análise exploratória. portoalegre:
ufrgs.
10. Serway, R.A.; Jewett Jr., J.W. (2004). Princípios de Física. V. 3. São Paulo:
Thomson.
11. Tipler, P. A. (1981). Física. V 2. Rio de Janeiro: Guanabara Dois.

16

Você também pode gostar