FISIOLOGIA EM ENFERMAGEM
PROF º Rodrigo Assunção Moura
CRUZEIRO DO SUL – CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZ CUBAS (UBC)
AULA 06 - 26/MAR/21
@theraquelluz
Pâncreas
Como já comentado nas outras aulas, o pâncreas é uma
glândula que compõe o sistema endócrino e hoje falaremos
sobre as suas funções no organismo, iniciaremos separando-
o em duas partes: Exócrino e Endócrino.
•Pâncreas Exócrino•
Está ligado ao sistema digestório, produzindo enzimas como
proteases (quebra proteína), lipases (quebra lipídios) e
amilase pancreática (quebra carboidratos) para liberá-las no
intestino delgado (região do duodeno). Essas enzimas são
ativadas quando entram no duodeno, porém, se forem ativas
no pâncreas, pode causar pancreatite.
Pancreatite
Inflamação no
órgão, o pâncreas
é digerido no
organismo por
suas enzimas.
Pode ser causada
por consumo
excessivo de
álcool.
No sistema digestório temos o fígado, que possui uma
estrutura chamada vesícula biliar, dela sai um canal que vai
em direção ao intestino delgado, ao mesmo tempo na
cavidade abdominal temos o pâncreas que também tem um
canal chamado ducto pancreático que vai para o duodeno.
Ou seja, o fígado libera a bile para o duodeno e o pâncreas
libera enzimas que quebra proteínas, lipídeos e carboidratos
no duodeno.
•Pâncreas endócrino•
Nessa parte do pâncreas temos a produção dos hormônios
glucagon (aumenta a glicemia), da insulina (diminui a
glicemia) e da somatostatina (bloqueia a secreção de insulina
e do glucagon). Esses hormônios são produzidos nas Ilhotas
de Langerhans. Nessas ilhotas existem as células alfa que
produzem o glucagon, as betas que produzem a insulina e as
delta que produzem a somatostatina.
INSULINA: Secretada quando há um aumento da glicose no
sangue. A célula beta pancreática que produz insulina, tem
um canal de membrana chamado "glut" (transportador de
glicose) que está sempre aberta, a glicose entra nessa célula
fazendo com que a insulina que estava dentro dela saia pelo
processo de exocitose. A insulina que sai, age no corpo
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inteiro e interage com outras células do organismo. Na
membrana plasmática de uma célula qualquer do corpo, tem
o canal glut, mas esse fica fechado, diferente da célula beta.
Nessa membrana também tem o receptor de insulina que
recebe a insulina, gerando algumas reações químicas que
ocasionam a abertura do canal de glut, fazendo com que
glicose entre nessa célula e por uma via bioquímica chamada
glicólise ela produz ATP, mas essa via precisa de uma enzima
chamada “glicose-6-fosfato-desidrogenase” e essa enzima
precisa estar ativada, por isso, bem ao lado do receptor de
insulina existem proteínas chamadas substratos do receptor
de insulina (IRS). Toda vez que a insulina se liga no receptor
ela abre o canal glut, mas também causa reações
bioquímicas que ativam a IRS, e a IRS ativa enzimas do
metabolismo como a glicose-6-fosfato-desidrogenase.
"Toda enzima é uma proteína, mas nem toda proteína é uma
enzima"
- Prof º Rodrigo A. Moura, 2021.
Como o metabolismo está muito ativo nesse processo todo
dentro da célula, a insulina também passa a induzir a síntese
de proteínas (principalmente as enzimas do metabolismo). As
proteínas são formadas por aminoácidos, por isso, a insulina
também facilita a entrada de aminoácidos na célula (as
proteases quebram as proteínas no duodeno, a nível de
aminoácidos e esses aminoácidos que entram nas células por
influência da insulina). No metabolismo, a insulina também
tem a função de bloquear a secreção de glucagon, já que ela
causa o efeito oposto dele. Um não pode agir ao mesmo
tempo que o outro. O glucagon sai da célula alfa, quando
temos uma baixa na glicemia, mas quando se tem uma alta
na glicemia a insulina se liga no receptor de insulina que está
na membrana plasmática dessa célula alfa e causa esse
bloqueio de secreção do glucagon, ou seja, a célula alfa para
de produzir glucagon.
No metabolismo de carboidratos, a insulina induz glicólise
(quebra de glicose para produção de ATP). Ao mesmo tempo
a insulina faz a glicogênese (função de reserva) que é a
formação de glicogênio (conjunto de glicose), esse glicogênio
é armazenado no fígado e na musculatura esquelética. Outra
função da insulina é que quando tem um excesso de
carboidratos, parte dele vira lipídios por uma via chamada
lipogênese, e o lipídio principal a ser produzido é o
triglicerídeo no tecido adiposo. Obs.: Ter muito triglicerídeos,
é um sinal de que você consome muito carboidrato e isso
pode gerar mais triglicerídeos ainda e no futuro uma diabete.
No metabolismo de proteínas a insulina causa a diminuição
do catabolismo proteico, ou seja, diminui a quebra de
proteínas. Ao mesmo tempo aumenta a captação de
aminoácidos e induz a síntese de proteínas.
 CRUZEIRO DO SUL – CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZ CUBAS (UBC)
@theraquelluz
GLUCAGON: O glucagon sai da célula alfa, quando temos FUNÇÕES DO GLUCAGON:
uma baixa na glicemia, dentre suas funções temos a 1) Glicogenólise (quebra do glicogênio)
glicogenólise (quebra do glicogênio reservado pela insulina 2) Proteólise (quebra de lipídios)
em glicose no fígado e nos músculos). Outra coisa que o 3) Lipólise (quebra de lipídeos)
glucagon faz é a proteólise (quebra de proteínas). Outra 4) Gliconeogênese (sintetizar o aminoácido em
função é a lipólise (quebra de lipídeos) e a sua quarta função glicose)
é fazer o processo de gliconeogênese (sintetizar o
aminoácido em glicose). Todas essas funções,
principalmente a quarta e a primeira citadas, geram o
aumento de glicemia no organismo.
Na lipólise é ativado a enzima "lipase" que quebram lipídeos
para produzir energia. Na proteólise é ativado enzimas de
proteases para quebrar as proteínas.
Na diabete o metabolismo de carboidratos não tem energia
sendo gerada por carboidratos, mas sim por lipídios e
proteínas. O diabético usa muito os lipídeos, ou seja, muita
lipólise (quebra de lipídeos), ao quebrar esses lipídeos gera
ATP, mas não com tanta eficácia quanto os carboidratos. Isso
causa a dislipidemia que é o aumento de triglicerídeos e
colesterol que predispõe a doenças como aterosclerose
(placas de ateroma) que causa o infarto, o AVC, o IAM, a
trombose e doenças cardiovasculares.
Toda vez que se quebra lipídio para gerar energia causa um
tipo de sujeira, os chamados “corpos cetônicos” (ácido aceto
acético, acetona e ácido hidroxibutírico), que vão induzir a
cetoacidose diabética (uma doença grave que o paciente
pode morrer bem rápido se não tratada), a cetoacidose
diabética diminui o PH do sangue e além da morte, pode levar
a hipoglicemia e o coma diabético (o SNC não precisa de
insulina para ter glicose, o coma diabético acontece porque
entra muita glicemia no cérebro e ele para de funcionar).
Quando há um excesso de proteólise, é produzido a toxina
amônia que vai para o fígado e produz a ureia. O corpo tenta
liberar a glicose pela urina e isso causa desidratação no corpo
e a pessoa pode acabar morrendo por um choque de
hipovolemia. Obs.: Excesso de amônia na corrente
sanguínea causa confusão mental.

• Recapitulando... •

FUNÇÕES DA INSULINA:
1) Abre o canal de glut
2) Ativa o substrato do receptor de insulina (IRS)
3) Induz a síntese de proteínas
4) Facilita a entrada dos aminoácidos na célula
5) Bloqueia a secreção do glucagon
6) Induz a Glicólise (quebra de glicose p/ ATP)
7) Faz a Glicogênese (reserva de glicose)
8) Faz a Lipogênese (carb. em lipídios – triglicerídeos)
9) Diminui a quebra de proteínas