Você está na página 1de 3

1 Júlia F

Camargos
GIARDÍASE
→ é a infecção intestinal causada pelo protozoário flagelado Giardia, encontrado no intestino delgado de mamiferos,
aves, répteis e anfíbios
→ nos países em desenvolvimento é uma das causas mais frequentes de diarreia entre crianças que, como
consequência, muitas vezes apresentam distúrbios de absorção intestinal e retardo no desenvolvimento
→ habilidade de infectar o homem e uma variedade de animais domésticos e silvestres (transmissão zoonótica)
→ Filo Sarcomastigophora, subfilo Mastigophora, classe Zoomastigophorea, ordem Diplomonadida, família
Heacanlitidae.
→ O gênero Giardia é dividido em três espécies:
↘ Giardia duodenalis, que infecta vários mamíferos, inclusive o homem, aves e répteis;
↘ Giardia muris, que infecta roedores, aves e répteis
↘ Giardia agilis, que infecta anfíbios
↘ Além dessas 3 espécies, 2 espécies encontradas em aves foram propostas: Giardia psirtaci e ardente
→ 8 grupos genéticos (assemblages) foram definidos, sendo que os grupos A e B tem capacidade infecciosa para o
homem, estes dotados de capacidade zoonótica também

MORFOLOGIA
TROFOZOÍTO
→ É oval ou elipsoide
→ encontrado no intestino delgado
→ 12 μm de comprimento por 8 μm de largura
→ movimenta-se pela atividade dos flagelos
→ Parede cística externa de natureza glicoprotéica e
↘ 1 par de flagelos anteriores/ 1 de posteriores
quitínica e com espessura de 0,3 μm que torna os
↘ 1 par de flagelos ventrais cistos resistentes a certas variações de temperatura
↘ 1 par de flagelos caudais e umidade e também à ação de produtos químicos
empregados como desinfetantes
→ nutrição pela membrana e por pinocitose
→ No interior do cisto, estão 2 ou 4 núcleos, um
→ reprodução por divisão binária longitudinal número variável de fibrilas longitudinais
→ piriforme, com simetria bilateral
(axonema de flagelos) e os corpos escuros em
forma de meia-lua situados no polo oposto aos
→ 20 μm de comprimento por 10 μm de largura núcleos.

→ A face dorsal é lisa e convexa, enquanto a face


ventral é côncava, apresentando uma estrutura
semelhante a uma ventosa, conhecida por disco
ventral, disco adesivo ou disco suctorial. Ele é
uma estrutua formada por microtúbulos e
microfilamentos que permitem a adesão do
parasito à mucosa intestinal.
→ Abaixo do disco adesivo observa-se a presença de
uma ou duas formações paralelas, em forma de
vírgula, conhecidas como corpos medianos.
→ têm 2 núcleos idênticos, cada qual apresentando 1
cariossomo central, mas sem cromatina periférica.
→ Não possuem mitocôndrias
EPIDEMIOLOGIA
CISTO
2 Júlia F
Camargos
→ altas prevalências constatadas em grupos → Fatores patofisiológicos são multifatoriais, sendo
específicos, como, por exemplo, em viajantes e relacionados ao parasito e ao hospedeiro
homossexuais masculinos
→ Não há invasão tissular ou celular e sim um
→ a infecção por Giardia é a causa mais comum de processo inflamatório desencadeado pelo parasito
surtos epidêmicos de diarreia associados à água em virtude da resposta imune do hospedeiro
para consumo (aumento de linfócitos intraepiteliais)
→ Maior prevalência em crianças, especialmente as → A infecção altera a arquitetura das
que frequentam creches microvilosidades das células da mucosa intestinal:
lesão, achatamento atrofia pela ativação de
→ Apresentam grande resistência às condições
linfócitos T
ambientais adversas e aos desinfetantes químicos
empregados em tratamento de água → Ocorre hipersecreção de cloreto que contribui
para diarreia osmótica
→ Parasito comum em animais de companhia
→ a atividade de produtos do parasita (proteínas e
lecitinas) sobre a mucosa intestinal pode alterar a
TRASMISSÃO
permeabilidade das células e, assim, quebrar a
→ Os cistos são as formas infectantes função do epitélio como barreira.

→ Transmissão via fecal-oral SINAIS E SINTOMAS


↘ Via direta: transmissão pessoa-pessoa, contato → infecções assintomáticas correspondem a cerca de
com animais, relação anal-oral 90% dos casos.
↘ Via indireta: alimentos e água contaminados
→ pacientes sintomáticos podem apresentar um
quadro de diarreia aguda e autolimitada, ou um
CICLO DE VIDA quadro de diarreia persistente, com evidência de
1. Homem ingere 10 a 25 cistos má absorção e perda de peso, que muitas vezes
2. Processo de desencistamento se inicia no não responde ao tratamento específico, mesmo em
estomago, sendo finalizado no duodeno e jejuno, indivíduos imunocompetentes
onde cada cisto maduro (quatro núcleos) libera → as infecções sintomáticas agudas caracterizam-se
dois trofozoítos binucleados por diarreia do tipo aquosa, explosiva, de odor
3. Os trofozoítos multiplicam-se por divisão binária fétido, acompanhada de gases com distensão e
Longitudinal e assim colonizam o intestino, onde dores abdominais. Muco e sangue raramente estão
permanecem aderidos à mucosa intestinal por presentes nas fezes.
meio do disco ventral.
4. Muitos desses trofozoítos passam por um → Nas infecções que assumem um cursa crônico, os
processo de encistamento, sendo o principal sítio sintomas podem persistir por muitos anos,
de encistamento o ceco manifestando-se com episódios de diarreia que
↘ estímulos que conduzem ao encistamento: pH podem ser contínuos, intermitentes ou
intestinal, concentração de sais biliares e o esporádicos. Pode haver esteatorreia, perda de
destacamento do trofozoíto da mucosa. peso e problemas de má absorção.
↘ No interior do cisto ocorre nucleatomia ↘ Em geral, essas complicações determinam um
maior impacto clinico em crianças, que em
5. Os cistos produzidos são excretados juntamente
com as fezes do hospedeiro consequência da infecção podem apresentar
distúrbios do desenvolvimento físico e mental.
↘ há dúvidas se são infectantes logo após a
evacuação ou se necessitam de um período de DIAGNÓSTICO
maturação no meio
→ Exame coproparasitológico com identificação
microscópica das formas evolutivas do parasito
PATOGENIA ↘ Preparação a fresco para exame direto
↘ Métodos de concentração
↘ Esfregaços corados
3 Júlia F
Camargos
→ indivíduos parasitados não eliminam cistos de
forma continua. Essa eliminação caracteriza-se
por ser intermitente e denomina- se "período
negativo”, podendo durar, em média, dez dias.
→ Em fezes formadas há a predominância de cistos
(assintomáticos) e em diarreia a predominância de
trofozoítos (perecem fácil)
→ pesquisa do parasito em amostras de fluido
duodenal ou em fragmentos de biopsia jejunal.
→ imunofluorescência indireta

→ detecção de coproantígenos por ELISA.

→ PCR para detecção de DNA antigênico nas fezes

→ Detecção de anticorpos anti-Giardia.


↘ baixas sensibilidade e especificidade (IgG
elevado por longo período)

TRATAMENTO
→ metronidazol, tinidazol, omidazol e secnidazol
↘ efeitos colaterais, como náuseas, vômitos,
vertigem, dores de cabeça e pancreatites ocasionais e,
em alguns pacientes, complicações, como toxicidade
do sistema nervoso central. Esquemas terapêuticos
prolongados com essa droga podem determinar efeitos
carcinogênicos e mutagênicos.
→ Albendazol

→ Nitazoxanida

PROFILAXIA
→ DFB

Você também pode gostar