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Literatura
Infantojuvenil
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Literatura
infantojuvenil
Diretor Geral
Nildo Ferreira
Diretora Acadêmica
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Curso de Administração EAD
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Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
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Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
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Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Caro(a) estudante,
A partir de agora, trilharemos juntos esse caminho e esperamos que ele seja o mais
proveitoso possível. Convidamos você para percorrê-lo conosco e desejamos uma
ótima caminhada!
Bom estudo!
Objetivos
Compreender o que é a literatura infantil, entender o processo de formação da
literatura infantil, abordar a importância da literatura na construção da cidadania
do educando, identificar os passos para a formação do leitor competente, entender
as características de um texto literário, reconhecer diferentes gêneros textuais
e estratégias de intermédio da literatura, identificar o processo de formação da
literatura infantojuvenil no contexto mundial e brasileiro, compreender a relação
entre literatura e realidade, apresentar estratégias para o estímulo da leitura,
conhecer os autores brasileiros de literatura infantil e identificar a sequência
didática de ensino da literatura na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
Habilidades e competências
• atuar na mediação do desenvolvimento das habilidades de leitura e compreensão
de texto, a fim de perceber o educando, por meio da literatura, como um ser social
e criador de culturas nas mais diferentes áreas;
• compreender a importância social da literatura e identificar formas de ensiná-la;
• desenvolver práticas que possibilitem a implementação das teorias acerca do
estímulo à leitura e da criação de leitores/escritores;
• reconhecer e aplicar os processos que direcionam o ensino da literatura
infantojuvenil, bem como a prática de leitura na sala de aula, a qual contribui para
a produção de leitores competentes;
• entender os usos da literatura infantojuvenil, utilizando-a como recurso didático
e prático no reforço à cultura e ao desenvolvimento de habilidades de escrita e
compreensão de textos;
• identificar estratégias que permitam mediar e direcionar a leitura na escola,
valendo-se da literatura atual.
Ementa
Literatura e cultura. Importância social da literatura. O que é literatura Infantil.
Literatura infantil em voga. Literatura nos primeiros anos. Livros e autores.
Formação de crianças leitoras. A leitura na escola e a literatura infantil.
Sumário
1. O que é literatura infantil? ............................................................ 6
2. Noções de Lógica I .................................................................... 12
3. Noções de Lógica II .................................................................... 18
4. Competências necessárias para a leitura autônoma .................................................23
5. Literatura e literalidade ............................................................. 29
6. Literatura infantojuvenil ............................................................ 35
7. Estrutura da narrativa literária ..................................................... 42
8. Gêneros textuais narrativos ......................................................... 48
9. A importância da imagem no texto infantil .................................................... 54
10. Literatura infantil e escola .......................................................... 60
11. Literatura infantil e sua importância pedagógica ....................................................66
12. A função da literatura infantil ...................................................... 72
13. A memória da literatura infantil.................................................... 80
14. Literatura e realidade................................................................ 86
15. Literatura e sociedade ............................................................... 92
16. A literatura e a formação da criança: os primeiros anos e a formação do leitor ..............97
17. Livros e autores clássicos na literatura infantojuvenil ............................................ 102
18. A criança como foco para produção de histórias ................................................... 107
19. A literatura infantil no Brasil ....................................................... 112
20. Literatura infantil e outros meios de comunicação ................................................ 117
21. Livros e autores na literatura infantil brasileira .................................................... 123
22. Livros e autores atuais .............................................................. 128
23. Como ensinar literatura na Educação Infantil....................................................... 135
24. Como ensinar literatura no Ensino Fundamental ............................................ 140
Glossário ................................................................................... 148
Referências ................................................................................ 159
1 O que é literatura infantil?
Objetivo
Compreender o que é e como usar a literatura infantil.
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O século XIX conheceu um aumento no volume dos modelos de
leitura em virtude do crescimento geral da alfabetização e do uso da
cultura impressa por novas classes de leitores (as mulheres, as crianças
e os operários). O acesso aos livros e à leitura e o incentivo à realização
de práticas de leituras que fossem críticas passaram a ser adotados em
diversas escolas e universidades, o que contribuiu decisivamente para o
processo final de democratização da leitura.
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Figura 1 – As interpretações da leitura.
Fonte: <123rf.com>.
• leitura comum – em que a relação do leitor com a obra é afetiva. Essa modalidade
ocorre quando se manifesta a identificação entre autor, leitor e obra, o que se dá por
meio do enredo da história, das personagens e dos temas tratados no texto;
• leitura erudita – é uma leitura que tem por base toda a tradição humanista e
propõe o distanciamento entre o leitor e o texto;
• leitura comprometida – ocorre quando a criança, para a interpretação do
texto, deixa a sua imaginação ser utilizada sem restrições, identificando-se com os
personagens (personificação);
• leitura aprofundada – feita por um leitor mais maduro, que é capaz de identificar
índices textuais e, com base neles, realizar a interpretação dos textos que lê. Sua leitura é
permeada por questões éticas, ideológicas e por elementos estruturais do texto;
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• leitura literária – construída a partir da capacidade de compreender um texto
literário além de seu sentido implícito. Em outras palavras, significa interpretar o
texto por meio de elementos que estão claros e de outros que estão subentendidos e
requerem uma interpretação técnica dos enunciados nele contidos.
Com base no conhecimento desses níveis e modalidades de leitura, o
professor deve ser capaz de incentivar os seus alunos-leitores a lerem
e a interpretarem textos a partir de todos os elementos que compõem
uma obra literária, sejam eles iconográficos (capa, contracapa, cores das
imagens, prefácio, dedicatória, notas, ficha catalográfica, dados sobre
a biografia do autor, entre outros) ou textuais (disposição do texto,
título e subtítulo). Além disso, deve buscar, por meio desses elementos,
desenvolver as competências de leitura de seus alunos. Estudaremos esse
assunto a seguir. Acompanhe!
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Esse processo de desenvolvimento da competência leitora ocorre por
meio de um diálogo silencioso, de uma confrontação de ideias, do
estabelecimento de um jogo inventivo que pode ser simplificado da
seguinte forma: ocorre a leitura do texto, que passa pela interpretação das
palavras usadas e das omitidas, pela compreensão do objetivo da escrita,
pela consideração da opinião do autor e, finalmente, pela formulação das
interpretações feitas pelo leitor.
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No processo de ensino e aprendizagem, é preciso considerar que a leitura
é uma competência a ser adquirida e aprimorada ao longo de toda a vida
escolar.
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2 Noções de Lógica I
Objetivo
Entender o surgimento da literatura infantil.
É mister deixar claro também que o projeto de traçar uma história da literatura infantil
brasileira não assume o compromisso de mencionar, um a um, autores e títulos que
perfazem essa mesma história. Mais do que um inventário de nomes, a história é uma
interpretação. O ato de escolha que preside ao trabalho do crítico e do historiador da
literatura já de per si excluiria — não do percurso de nossa reflexão, mas da citação, do
estabelecimento de marcos e dos pontos de ruptura — muitos títulos e muitos autores.
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Durante muitos anos, mais precisamente até o século XVII, não
havia uma literatura direcionada às crianças. Os textos destinados ao
público infantil e juvenil não eram escritos porque sequer havia uma
concepção clara sobre o que era a “infância”. O mundo era pensado
sem a consideração das especificidades de cada faixa etária. Nesse
particular, a criança passou a ter um novo papel social, influenciado pelo
surgimento dos brinquedos, do livro e de áreas da ciência que tratassem
especificamente de sua idade (Psicologia infantil, Pedagogia e Pediatria).
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Figura 2 – Fábula.
Fonte: <123rf.com>.
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Surgiram nesse período obras como “As aventuras pasmosas do Barão
de Munkausen”, como um dos primeiros textos literários destinados ao
público infantil, em específico. Logo em seguida, em 1818, foi publicado
um volume da “Leitura para meninos”, uma coletânea elaborada por José
Saturnino da Costa Pereira. Ambas as obras exploravam características
dos comportamentos próprios da idade das crianças e adolescentes, bem
como alguns aspectos da geografia, cronologia, história de Portugal,
história natural, entre outros.
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Nesse particular, parece interessante, mais uma vez, relembrar os estudos
de Lajolo e Zilberman (2007, p. 13), nos quais as estudiosas analisam a
finalidade da criação de algumas obras literárias:
Sem entrar nos aspectos teóricos da literatura infantil, assunto do próximo capítulo,
vale notar que ela talvez se defina pela natureza peculiar de sua circulação e não por
determinados procedimentos internos e estruturais alojados nas obras ditas para
crianças. Na história da literatura infantil europeia, são muitos os exemplos de obras,
hoje consideradas clássicos para a infância, que, na sua origem, não continham essa
determinação de público.
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Dica
É muito importante trabalhar, ainda que de forma
rápida, o trajeto de desenvolvimento da literatura
até os nossos dias, para que os alunos entendam
como se iniciou a produção de textos de literatura
infantil e qual o caminho que a literatura teve que
trilhar para chegar à forma como está organizada
em nossos dias. Isso pode ser feito por meio de
painéis, infográficos, apresentações visuais feitas
com auxílio de recursos multimídia ou outros
meios que a sua imaginação lhe sugerir. Você
pode, ainda, produzir esses materiais em conjunto
com seus alunos, incentivando e valorizando a
interação entre eles e a autonomia na produção
desses materiais.
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3 Noções de Lógica II
Objetivo
Abordar a importância da literatura na construção da cidadania do
educando, por meio da cultura e socialização intermediadas por ela.
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A noção de cultura adquire aqui certo caráter antropológico, pois para
compreendê-la é preciso levar em consideração uma rede de sistemas
de costumes sociais, valores, crenças, ideologias e vivências. Desses
elementos surgem os produtos culturais, dentre os quais destacamos a
literatura. Existe uma clara interação/articulação entre os fenômenos
sociais e simbólicos.
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Sob o ponto de vista dos estudos culturais e literários, torna-se
necessário, ainda, entender a literatura como um dos domínios da
língua. Utilizamos a língua como instrumento de comunicação entre
os indivíduos e, consequentemente, como representação cultural, que
engloba outras formas de expressão da cultura.
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Além da relação entre literatura e cultura, outra definição que precisa
ser feita e estudada é a conexão que se dá entre literatura e sociedade.
Esta é a tarefa que desenvolveremos a partir de agora: determinar o que
exatamente é a sociedade e como ela se relaciona com a cultura.
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Lajolo e Zilberman (2007, p. 122) fazem uma interessante análise da
relação entre literatura e sociedade, quando propõem que:
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Competências necessárias para a
4 leitura autônoma
Objetivo
Identificar passos essenciais na construção do leitor competente e
autônomo.
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Figura 3 – Leitura compartilhada entre professor e aluno.
Fonte: <123rf.com>.
Alguns passos podem ser trilhados pelos professores para que seus alunos
assumam efetivamente a condição de leitores:
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Com base no que acaba de ser listado, podemos afirmar que o ato de
desenvolver habilidades de leitura é essencial e serve como suporte para
o trabalho de estudo desenvolvido por outras áreas do conhecimento
humano, conforme afirmam diversos autores nos estudos e pesquisas
que têm realizado acerca do assunto. A competência leitora ajuda a
compreender instruções, decodificar enunciados, assimilar informações,
entre outras habilidades que são extremamente necessárias em qualquer
área do conhecimento ou profissão que se pretenda seguir.
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4.2 O leitor e suas habilidades críticas
A leitura possibilita o despertar de diferentes emoções e a ampliação
de visões de mundo do leitor. Ela é uma das formas de incentivar a
imaginação e a fantasia infantil, trazendo à tona sentimentos, medos e
desejos que povoam a imaginação das crianças, seu mundo interior, seu
processo de crescimento e amadurecimento.
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É necessário que a leitura, entre outras funções que exerce, garanta ao
leitor situações de aprendizagem em que ele seja capaz de desenvolver a
sua consciência acerca do material escrito. Nesse processo, é fundamental
deixar de lado uma leitura embasada apenas na memorização, passando a
buscar que o leitor seja capaz de compreender e criticar o que leu. Faz-
se necessário adotar práticas de leitura e interpretação que deixem de
lado as fórmulas decoradas e sigam para a etapa do entendimento e da
compreensão do que está sendo ensinado.
Essa nova postura ante os textos deve levar o leitor a adotar posturas
que possibilitem fazer uso daquilo que aprende por meio do universo da
leitura em sua vida prática e cotidiana, tornando-se uma pessoa apta que,
por meio da observação, interpretação e ressignificação de enunciados,
interprete o mundo que o cerca, exerça sua cidadania e faça parte do
mundo e do mercado de trabalho.
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5 Literatura e literalidade
Objetivo
Entender as características de um texto literário e sua funcionalidade.
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Assim sendo, a narrativa ficcional é escrita de modo a emocionar,
impressionar, influenciar as pessoas, como se fossem fatos reais. O
leitor, ao ser colocado diante do texto, sabe que a história contada, os
argumentos utilizados, os cenários nos quais são construídas as relações
entre as personagens, entre outros elementos, não são reais, mas mesmo
assim se envolve com o texto que está lendo, de modo que, em alguns
momentos, chega a atribuir certo grau de verdade ao que está sendo lido.
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Dentro do mundo ficcional, autor e leitor têm a possibilidade de romper
os horizontes limitados, incorporando à interpretação do texto alguns
elementos do mundo extratextual, que propiciam o rompimento de
limites, a ampliação do espaço, do tempo e das interpretações das alegorias
e imagens utilizadas na escrita de textos classificados como ficcionais.
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focado na interpretação da realidade. Para trabalhar de forma prática
com essa instrução, pode-se pedir ao aluno que fale sobre algum
acontecimento, uma viagem ou passeio em família, por exemplo;
• a reconstrução da linguagem – o texto literário recria hábitos
de linguagem, criando novas formas de dizer, de escrever e de
utilizar a linguagem. Como exemplo de atividade para praticar essa
habilidade, é possível pedir ao aluno que reescreva o texto de um de
seus colegas com suas palavras. Para a realização dessa atividade, o
educador deve solicitar aos alunos que troquem entre si algum dos
textos que já escreveram ao longo das aulas. Realizada a troca, cada
estudante deverá reescrever o texto que recebeu de seu colega;
• a plurissignificação – possibilidade da criação de novos significados
ao que já foi anteriormente ‘significado’. Pode-se, por exemplo,
fazer uma brincadeira em que os alunos darão nomes a objetos já
nomeados, atribuindo a eles um novo significado. Para a realização
dessa brincadeira, podem-se selecionar objetos do cotidiano,
presentes na sala de aula, na escola ou trazidos pelos alunos de casa,
ou ainda, preparar cartelas com diferentes imagens, apresentando-as
aos alunos, dizendo a eles qual o nome daquele objeto (já utilizando
essa tarefa para ensinar o que é e como funcionam na língua, os
substantivos) e pedindo que o rebatizem com o nome que julgarem
ser mais adequado.
A utilização de cada uma dessas estruturas, seja em conjunto ou
separadamente, pode auxiliar os alunos na compreensão sobre como
escrever e reescrever textos, seja em sala de aula ou fora dela. No próximo
tópico, buscaremos entender um pouco melhor o que é a polissemia e
como ela influencia no processo de criação e interpretação literária de
textos de literatura infantil e juvenil.
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5.2 Literatura e polissemia
O conceito de polissemia dentro da literatura pode ser muito útil
para que seja possível compreender qual deve ser a atitude do leitor
competente diante de um texto. Segundo os dicionários da Língua
Portuguesa, polissemia é algo que tem muitos significados.
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e interpretar o que está escrito, levando em consideração elementos
fornecidos pela literatura como ciência, bem como os que são advindos
do conceito de polissemia – inicialmente explorado pela linguística – e
de cultura, hoje também bastante explorado por diversos campos e áreas
do conhecimento.
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6 Literatura infantojuvenil
Objetivo
Discernir estratégias textuais que formam a literatura direcionada a
crianças e/ou jovens.
Assim sendo, os textos que têm como público as crianças dessa faixa
etária devem ser interessantes e estimulantes. Talvez, justamente por
esse motivo, os primeiros textos destinados a esse público leitor foram
produzidos no final do século XVII por professores e pedagogos. Eles
tinham por objetivo produzi-los como ferramentas capazes de transmitir
valores vigentes na sociedade da época, bem como criar hábitos moldados
pelos textos que eram criados.
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das crianças. Por causa desse aspecto, a literatura para crianças, não raras
vezes, é usada para promover a representação de um ambiente perfeito,
mas que é também distante da realidade.
Entre as obras cuja circulação no Brasil foi organizada por eles, destacam-
se “Contos seletos das mil e uma noites” (1882), “Robinson Crusoé”
(1885), “Viagens de Gulliver” (1888), “As aventuras do celebérrimo
Barão de Münchhausen” (1891), “Contos para filhos e netos” (1894)
e “D. Quixote de la Mancha” (1901), todos traduzidos para a língua
portuguesa por Carlos Jansen. Por outro lado, data do mesmo período
a publicação, em território brasileiro, dos clássicos de Grimm, Perrault
e Andersen, divulgados nos “Contos da Carochinha” (1894), nas
“Histórias da avozinha” (1896) e nas “Histórias da baratinha” (1896),
assinadas por Figueiredo Pimentel e editadas pela Livraria Quaresma.
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Começou, também nesse período, um movimento que reivindicava
o surgimento de uma literatura infantil de natureza nacional. Não
bastava apenas a tradução de textos de outras línguas. Era necessário
que surgissem obras literárias que explorassem personagens e histórias
que tivessem a ver com a identidade nacional que, no período pós-
Proclamação da República começou a surgir em nosso país. Os primeiros
personagens a abraçarem essa missão foram os irmãos Carlos e Alfredo.
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6.2 O que é literatura juvenil?
Conforme falado quando estudamos a literatura infantil, a literatura
juvenil tinha um papel que era primordial e tão somente educativo.
Seu objetivo era propor modelos e paradigmas de comportamento,
visando a revigorar os padrões sociais em vigor. Contudo, passou a
existir um público que não se identificava nem com os temas abordados
pela literatura infantil e nem com a profundidade com o qual eram
desenvolvidos alguns textos literários destinados ao público adulto.
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Em especial no período da adolescência e da juventude, a atividade
de significação está bastante aflorada e a literatura pode contribuir
decisivamente para a correta aplicação e dimensionamento dessa atividade.
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Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?
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Resumo
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7 Estrutura da narrativa literária
Objetivo
Abordar o que caracteriza a tipologia textual - narrativa literária.
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quanto a própria história da humanidade, pois o desejo de registrar e
narrar já pode ser observado nas pinturas que os homens das cavernas
realizavam nas paredes. É por meio de narrações que as culturas de
civilizações extintas chegaram até nós, pois muitas dessas civilizações
não dominavam a escrita e suas histórias eram contadas de pai para
filho, de avó para neto e assim por diante. E há muitas maneiras de
narrar: verbalmente, seja pela escrita ou pela oralidade; por imagens; por
palavras e imagens; por gestos e sons, entre outras formas.
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7.2 Características da narrativa literária
Os textos narrativos possuem características próprias e apresentam alguns
elementos essenciais que fazem parte de sua estrutura. Tais elementos
respondem às seguintes questões: O que ocorreu? Com quem aconteceu?
Quando aconteceu? Onde ocorreu? Quem contou?
O enredo
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que se opõe a outro cria uma espécie de tensão que gera a organização
dos fatos e prende a atenção do leitor. Após esse momento, a história se
encaminha para o seu desfecho ou conclusão, ou seja, ao final, no qual
se resolve o conflito criado e é reestabelecido o equilíbrio.
As personagens
O tempo
Toda narrativa possui um tempo que pode ser ficcional e implícito, ou seja,
interno ao enredo e que faz a ligação dos fatos da história. Esse tempo pode
ser psicológico ou cronológico. O cronológico é perfeitamente identificado
por meio do relógio ou do calendário e é muito usado quando se narra
uma história de maneira linear, ou seja, do início para o final, na ordem
natural dos acontecimentos. Já o tempo psicológico não possui uma ordem
natural ou uma sequência dos acontecimentos, quer dizer, a ordem é dada
pela imaginação ou desejo do narrador ou das personagens.
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O espaço (ambiente ou lugar)
Não haverá uma história se não houver alguém para contar essa história,
ou seja, um narrador. Ele é o elemento que estrutura a narrativa, pois
toda história é contada a partir da posição de um narrador ante os fatos.
Existem vários tipos de narrador ou foco narrativo e à primeira vista
eles podem ser identificados pelo pronome pessoal que os representam:
primeira ou terceira pessoa do singular. Assim, temos:
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Dentro das narrativas existe, ainda, outro fator importante: é a maneira
como as falas das personagens são tratadas. Quando nos referimos à fala
das personagens, usamos a palavra discurso, que pode se apresentar de três
modos diferentes: direto, indireto e indireto livre. Vejamos cada um deles.
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8 Gêneros textuais narrativos
Objetivo
Reconhecer alguns dos diferentes gêneros textuais cabíveis à
literatura infantojuvenil.
8.1.1 Contos
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dos fatos, de forma que a unidade de ação condiciona o texto. Assim, o
espaço (ambiente ou lugar) é o primeiro elemento da narrativa que surge,
já que é o lugar onde as personagens vivenciaram o fato, e é sempre
restrito. Depois vem o tempo, que também será restrito. É comum que
os acontecimentos narrados no conto ocorram em um curto lapso de
tempo, já que o passado e o futuro, sejam meses, anos ou décadas, não
interessam ao texto. A trama inteira pode se passar em alguns minutos,
horas ou alguns dias, pois não há como ser sucinto dando muitos
detalhes, não é mesmo? Outra marca do conto é que ele precisa provocar
algum impacto, ou seja, um efeito no leitor e, por ser um gênero literário
curto, possui grande vitalidade e é facilmente recontado oralmente.
Não pense que escrever um conto seja fácil, muito pelo contrário, é
uma das mais difíceis formas de escrever prosa, pois em uma novela ou
romance o escritor pode utilizar mais recursos linguísticos, entretanto,
em um conto, praticamente todas as palavras precisam estar no lugar
correto. E os contos de fadas, para serem considerados como tal, devem
possuir as seguintes etapas narrativas: Travessia: leva a personagem
principal (o protagonista) a um ambiente diferente, repleto de fantasia
e magia. Por exemplo, no conto “João e Maria” os irmãos saem da
casa dos pais e vão para uma floresta que é o mundo desconhecido. O
que as crianças encontrarão na floresta? Elas serão salvas ou morrerão
devoradas por algum animal feroz? O encontro com o mal: pode ser
uma bruxa, uma fera, uma madrasta má etc. No caso de Joãozinho e
Mariazinha, foi o encontro com a bruxa na casa de doces. A conquista:
nessa etapa, o protagonista travará uma verdadeira luta de vida ou
morte com o antagonista e o herói sairá vitorioso. No caso do conto
“João e Maria”, Mariazinha acaba lutando com a bruxa e a derruba
em um caldeirão cheio de água fervente. Celebração: é o momento
da comemoração da vitória do herói. No exemplo citado, Joãozinho e
Mariazinha comemoram a morte da bruxa e retornam à casa dos pais,
levando joias, que representam riqueza, além do conhecimento adquirido
e amadurecimento.
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Tipos de Contos
8.1.2 Fábulas
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intermédio de uma fábula repetidamente lida ou contada, a criança
amadurecerá ao se inserir nesse mundo, pois nas fábulas os dilemas
existenciais das crianças são vivenciados pelos animais personagens.
As fábulas e os contos de fadas espelham a essência do ser humano,
seus sentimentos, seus sonhos, medos e emoções e por isso usamos as
expressões: algo fabuloso ou inteligência fabulosa. Agora, vamos ver a
definição de fábula, segundo alguns fabulistas.
“Fábula é um discurso mentiroso que retrata uma verdade”. (Theon, século I d.C.)
“A fábula tem dupla finalidade: entreter e aconselhar”. (Fedro, século I d.C.)
“A fábula é uma pequena narrativa que, sob o véu da ficção, guarda uma moralidade”.
(La Fontaine, século XVII)
8.2.1 Lendas
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Vamos conhecer algumas lendas brasileiras?
8.2.2 Mitos
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• Lobisomem: é um mito conhecido em várias regiões do mundo.
Reza a lenda que em uma noite de lua cheia um homem foi atacado
por um lobo e sobreviveu, entretanto, em todas as noites de lua
cheia, passou a se transformar em lobo. Nessas noites, ele ataca as
pessoas que cruzarem o seu caminho e somente um tiro em seu
coração poderá matá-lo, mas, para isso, a bala tem que ser de prata;
• Mula sem cabeça: o mito originário do interior, narra a história de
uma moça que teve um relacionamento amoroso com um jovem
padre. E como castigo por tê-lo seduzido, em todas as noites de
quinta para sexta-feira, transforma-se em uma mula sem cabeça, que
salta sem parar enquanto galopa pelos campos e matas, soltando
fogo pelo pescoço;
• Saci-pererê: é um dos mitos mais populares da cultura brasileira. É
caracterizado como um menino negro que possui apenas uma perna
e usa sempre um gorro vermelho e um cachimbo que lhe dá poderes
especiais. Ele é muito brincalhão e adora espantar os animais,
principalmente os cavalos, além de gostar de queimar os alimentos
que as pessoas estão cozinhando e de gargalhar para assustá-las.
Conhecer as lendas e os mitos é valorizar a cultura de um povo, e a escola
precisa trabalhar com tais textos desde a Educação Infantil. Há muitas
maneiras de realizar atividades interessantes de leituras desses textos e
uma delas é a narrativa dramatizada, na qual o professor lê o texto e
interpreta as “vozes” contidas na história.
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A importância da imagem no texto
9 infantil
Objetivo
Relacionar imagem e texto como conectores essenciais ao
entendimento do todo dentro da tessitura textual literária.
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das ilustrações. Outra razão é que o desenho mexe com o imaginário
infantil e até dos adultos, afinal, quem é que não gosta de apreciar belas
ilustrações?
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com as ilustrações de George Cruiskshank. Em 1865, Lewuis Carrol
publica “Alice No País das Maravilhas”, obra ilustrada por Joh Tenniel
cujos desenhos são admirados até os dias atuais. Outros desenhistas que se
destacaram no século XIX, principalmente com as ilustrações das histórias
dos Irmãos Grimm, foram: Rendak, Edmund Dulac e Key Nielsen – suas
ilustrações possuíam uma imensa magia e encantamento.
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Então, prezado estudante, você percebeu como a ilustração é importante
para os livros infantis? Então vamos em frente!
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A criança estaria desenvolvendo o processo de letramento visual ao
praticar a leitura da imagem, o que permitiria a ela o desenvolvimento da
educação do olhar. Caberia ao professor mediar a leitura da imagem para
tal desenvolvimento.
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4º passo: as crianças expressam suas ideias, ou seja, contam a história que
imaginaram;
Avaliação da atividade:
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10 Literatura infantil e escola
Objetivo
Entender que a literatura é um meio essencial na propagação de
práticas de escritura.
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Figura 10 – Brincando com a literatura.
Fonte: Elaborada pela autora (2014).
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trazem muitas informações. Desse modo, as bibliotecas escolares
precisam se atualizar e estar bem equipadas para poderem desempenhar
o seu papel na educação: propagar e promover conhecimentos aos
estudantes, enriquecimento da cultura e do lazer. Mais que isso, é
preciso ter a consciência de que ler não é apenas conhecer, reconhecer e
juntar as letras do alfabeto, mas sim, interpretar, reconhecer, analisar e
inferir significados ao texto lido. E, quando um leitor consegue atribuir
significado a um texto e entende o seu verdadeiro significado, passa a
julgar, comparar pontos de vista de vários autores, associar ideias a novas
situações verbais ou escritas com os conhecimentos prévios, ou seja, o
leitor amplia seu universo cultural e intelectual.
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Segundo Saraiva e Mügge (2006), há muitas distorções na maneira de
lidar e tratar a leitura nas escolas, principalmente, ao tratar a leitura como
uma mera decifração de símbolos e códigos e uma busca pelo significado
que o autor quis transmitir. Segundo os autores, é preciso que a escola
promova a leitura como um momento de encontro entre cada leitor e o
texto, ou seja, uma experiência única e subjetiva e um momento de lazer
e de descobertas. Na mesma obra, Saraiva e Mügge (2006) apresentam
algumas propostas de leitura que priorizam as especificidades do texto e
a relação texto e leitor, o que, para os autores, são aspectos fundamentais
para conquistar o aluno e oferecer meios para que ele se torne um
bom leitor. Para tanto, seus roteiros provêm da necessidade de oferecer
subsídios e orientar os professores a serem mediadores de leitura. Assim,
faz-se necessário usar estratégias teóricas e metodológicas que favoreçam
uma leitura mais profunda e que vise à polissemia. Isso precisa ser feito
respeitando as necessidades e capacidades de cada turma ou grupo, pois,
segundo Saraiva e Mügge (2006), se não houver esse respeito poderá o
trabalho ser em vão, ou seja, ocorrerá a não formação de leitores nas salas
de aula.
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outros. E a literatura é peça fundamental nesse trabalho, pois, por meio
de fábulas, contos, lendas, romances, novelas e muitos outros gêneros é
possível trabalhar muito mais do que a língua materna, ou seja, pode-se,
e deve-se, elaborar atividades com os temas transversais (atualmente, a
literatura infantil trabalha com tais temas, como a identidade da criança
por meio de livros que abordam o cotidiano e suas emoções). E, a partir
dos contos de fadas, contos contemporâneos e poesias, por exemplo, o
livro infantil procura estimular o exercício do imaginário, a criatividade,
desenvolver o senso crítico, o cuidado com a saúde e o corpo e o
gosto pela leitura. Assim, muitos autores investem, cada vez mais, nos
paradidáticos e mostram a diferença básica entre o texto utilitário, livro
pedagógico e o texto estético, ou seja, aquele que favorece ao leitor
múltiplas leituras e permite a ele transformar a realidade dada em uma
realidade conquistada, seja na forma de um sonho ou de uma aula viva
em que assimilou algum conhecimento.
[...] não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco mera fantasia
que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens. Se tomada como
uma maneira particular de compor o conhecimento, é necessário reconhecer que
sua relação com o real é indireta. Ou seja, o plano da realidade pode ser apropriado e
transgredido pelo plano do imaginário como uma instância concretamente formulada
pela mediação dos signos verbais (ou mesmo não verbais conforme algumas
manifestações da poesia contemporânea). Pensar sobre a literatura a partir dessa
autonomia relativa ante o real implica dizer que se está diante de um inusitado tipo
de diálogo regido por jogos de aproximações e afastamentos, e que as invenções de
linguagem, a expressão das subjetividades, o trânsito das sensações, os mecanismos
ficcionais podem estar misturados a procedimentos racionalizantes, referências
indiciais, citações do cotidiano do mundo dos homens. (BRASIL, 1997, p. 29-30).
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seus alunos e um professor que não gosta de ler dificilmente conseguirá
desempenhar essa tarefa com sucesso. Já o educador que é leitor consegue
trabalhar com mais facilidade com a literatura, pois conhece mais livros, é
curioso e não será um sacrifício para ele ler os livros de literatura infantil
para depois elaborar trabalhos e atividades e, ainda, indicar tais livros aos
estudantes. Sim, o professor deve ler os livros antes de fazer a indicação da
obra, pois só lendo conhecerá o que realmente o roteiro traz e o que pode
ser trabalhando com sua turma, como os temas transversais, ensino da
língua materna e de literatura ou simplesmente uma leitura prazerosa.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
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Literatura infantil e sua
11 importância pedagógica
Objetivo
Reconhecer as estratégias de intermédio da literatura como
norteadoras de conhecimentos.
[...] na sociedade antiga, não havia a “infância”: nenhum espaço separado do mundo
dos adultos. As crianças trabalhavam e viviam junto com os adultos, testemunhavam
os processos naturais da existência (nascimento, doença, morte), participavam junto
deles da vida pública (política), nas festas, guerras, audiências, execuções, etc., tendo
assim seu lugar assegurado nas tradições culturais comuns: na narração de histórias,
nos cantos, nos jogos.
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Nesse período, como não havia literatura infantil, ou seja, literatura com
características próprias, usava-se a literatura do adulto para educar as
crianças. Contudo, a literatura infantil e a escola chegaram para mudar
tal realidade. Porém, nem sempre esse tipo de literatura foi da maneira
que conhecemos hoje, pois ela passou por várias fases e momentos
históricos, mas sempre relacionou-se à formação do ser humano.
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e, mesmo que não tenha dominado o código escrito, ela necessita desse
contato com a literatura para se tornar um futuro leitor competente, ou
seja, crítico e reflexivo. É na Educação Infantil que devem ser estimuladas
muitas capacidades, como a de pensar, refletir e entender. Por meio da
literatura, pode-se trabalhar o respeito ao próximo, o que engloba a
crítica a qualquer tipo de preconceito.
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Esse trabalho pode ser feito várias vezes por semana, pois contribui
com o desenvolvimento do gosto pela literatura, com o aprendizado
de normas e valores sociais, bem como temas como o cuidado com o
corpo e a saúde, higiene e alimentação. Em relação às normas, desde o
início do trabalho, o professor já pode falar delas, por meio das regras
na hora da contação: como a criança deve sentar e a hora que ela poderá
falar. Após a contação, na roda de conversa, pode-se conversar sobre
o que atrapalhou a atividade (por exemplo, um colega que conversou
muito ou que não quis ficar em seu lugar) e, ainda, a própria história.
O importante é direcionar a criança ao pensamento crítico e à reflexão
sobre as normas, provocando, assim, o interesse pela literatura.
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Vamos a um exemplo! O livro de Monteiro Lobato, “A Reforma da
Natureza”, pode ser trabalhado tanto na Educação Infantil quanto no
Ensino Fundamental I.
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Nesta unidade, estudamos a importância da literatura infantil para
a manutenção de valores e à transmissão de normas. Nosso objetivo
foi conhecer algumas estratégias por intermédio da literatura como
norteadora de conhecimentos. Na próxima unidade, vamos continuar
a estudar e analisar as funções da literatura infantil. Nosso foco será a
linguagem utilizada pelos escritores, a literatura infantil e a produção
de textos, e o objetivo principal é estabelecer as funções que a literatura
infantil exerce na prática educativa escolar. Vamos em frente!
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12 A função da literatura infantil
Objetivo
Estabelecer as funções que a literatura infantil exerce na prática
educativa escolar.
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significa trabalhar para que ela entenda o máximo de informações sobre
o modo como as letras se combinam na junção das palavras e que elas são
a representação da fala. E isso não é tarefa simples, pois ele deve propor à
criança desafios sempre maiores, porém deve ter como referencial o nível
de desenvolvimento atual da criança.
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vocálicos ou consonantais – a assonância ou aliteração, respectivamente;
as dissonâncias, ou a dessemelhança de sons; e a repetição de ritmos,
ou paralelismo. Já as figuras verbais se referem às figuras de linguagem,
nas quais as relações são construídas por meio da própria palavra, que
é utilizada para evocar imagens. Nesse contexto, a metáfora é uma das
figuras de linguagem mais utilizadas, pois a semelhança dos termos em
relação é o que os une e pode-se, também, aproximar termos opostos,
com a finalidade de criar novos sentidos. Por exemplo, posso dizer
que o “os olhos são esmeraldas”. Aqui, as imagens que se aproximam
pela semelhança das cores. No entanto, também podemos criar algo
como “branco como a noite”, o que trabalharia ideias opostas para, por
exemplo, trazer uma dose de humor a um texto.
O professor precisa ter em mente que para muitas crianças a sala de aula
é o único lugar em que elas convivem com outras crianças, ou seja, é
o local onde elas podem brincar e trocar experiências com os colegas e
professores. E a literatura infantil participa ativamente dessas funções,
tendo o professor como o mediador que oportuniza a aprendizagem,
tendo, portanto, o dever de proporcionar às crianças um clima de
segurança e liberdade em suas interações. Afinal, à medida que a criança
fala com as outras ocorre uma troca e nessa troca também se dá a
construção da linguagem e a socialização.
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papel comunicativo, expressivo e social das interações no processo de
aquisição da linguagem. O RCNEI relaciona o desenvolvimento da fala
e da capacidade simbólica à ampliação dos recursos intelectuais, além de
relacionar a ampliação da capacidade comunicativa oral à participação
nos diálogos do dia a dia, em diversas situações como de brincadeiras,
de escrita, de canto e de leitura. Além disso, afirma que a oralidade tem
destaque nos momentos da roda e de conversas, sendo que essa estratégia
que compõe a rotina escolar é avaliada como produtora de monólogos. O
RCNEI diz que: “É por meio do diálogo que a comunicação acontece”
(BRASIL, 1998, p. 121). Ou seja, é a partir das inúmeras interações que
as crianças vão se apropriando das convenções da linguagem. No decorrer
do tempo, em consequência do processo de apropriações sucessivas
da fala do outro, cada criança irá produzir construções linguísticas
mais complexas, de acordo com seu ritmo próprio e com as conquistas
linguísticas, que variam de acordo com a participação e presença em atos
de linguagem. Também é característica de seu pensamento a maneira
de a criança se relacionar com o meio social, sendo modificada e,
consequentemente, modificando esse meio. Os RCNEI (1998) propõem
objetivos a serem atingidos pelas crianças como forma de promover
determinadas capacidades, como: participar de variadas situações de
comunicação oral, interessar-se pela leitura de histórias e ter contato com
livros e revistas a fim de se aproximarem da escrita. Isso para as crianças
de 0 a 3 anos; já para as de 4 a 6 anos, a escola precisa proporcionar
meios para ampliar aos poucos suas capacidades e possibilidades de
interagir e se expressar nas diversas situações de comunicação, inclusive
em momentos em que o professor lê para a turma. Nesses referenciais,
a proposta de trabalho com a linguagem oral para crianças de 4 a 6
anos está muito próxima das teorias sociointeracionistas da linguagem,
segundo as quais a construção da linguagem oral implica, portanto, na
verbalização e na negociação de sentidos estabelecidos entre pessoas que
buscam se comunicar. O documento orienta o professor a delinear tanto
atividades inéditas como de rotina em uma relação de continuidade entre
elas. Assim, cabe ao educador planejar e elaborar situações nas quais a
fala, a escuta e a compreensão da linguagem possam ser previamente
selecionadas pela criança.
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12.2 Literatura e produção textual
A relação que a literatura possui com a produção textual é ampla e se
estende desde a Educação Infantil até os graus mais altos de ensino.
Na Educação Infantil e nos primeiros anos de Ensino Fundamental
I, a produção textual se dá por meio da oralidade, pois nessa fase a
criança não escreve, mas está apta a elaborar mentalmente textos para
contá-los aos colegas e ao professor. E, se for devidamente estimulada,
poderá produzir excelentes textos, que, inclusive, poderão ser escritos
pelo professor. Saraiva e Mügge (2006) expõem algumas etapas que
constituem a metodologia, as quais também foram esquematizadas para
facilitar sua compreensão:
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39 etapa ou etapa de aplicação
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Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?
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Resumo
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13 A memória da literatura infantil
Objetivo
Identificar o processo de formação da literatura infantil e sua
importância histórica para a literatura brasileira.
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a desobediência. Na versão do conto “Chapeuzinho Vermelho”, por
exemplo, a menina morre devorada pelo lobo, juntamente com a avó.
Cem anos depois, em um contexto histórico já diferenciado, na versão
dos irmãos Grimm, temos a introdução da figura do caçador, que retira
ambas da barriga do lobo. Mas tanto no período histórico de Perrault
como no dos irmãos Grimm, a literatura oral, além de ser uma forma de
passar o tempo, era também um veículo para ensinamentos. Adultos e
crianças reuniam-se ao redor de uma velha senhora para ouvir histórias
passadas de geração em geração ao longo dos tempos.
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atualmente, o cinema, a música e a publicidade. Os contos, justamente
por fazerem parte do imaginário coletivo, são constantemente retomados
em campanhas ou em críticas sociais, bem como para estimular a
venda de produtos. Quem não se comove ao se deparar com Branca de
Neve em um anúncio publicitário, ainda mais agora, sabendo que essa
presença se origina de um conto recolhido no século XVI? Parece que um
pedaço da infância vem à tona junto com a memória literária.
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Após esse período histórico é que a literatura começou a ser vista como
mercadoria, e só então obteve maior difusão no campo editorial, pois,
anteriormente, no final do século XVII, os primeiros textos foram
produzidos pelos próprios professores com o objetivo de utilizá-los
como ferramentas capazes de transmitir os valores vigentes na sociedade
da época, bem como moldar e reproduzir os hábitos mencionados nos
textos por eles mesmos criados.
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A escola começou a participar ativamente do processo de manipulação
e doutrinação da criança, sendo que a literatura bem servia a esse
propósito. É nesse contexto de doutrinação e manipulação de valores que
nasce a literatura infantil, primeiramente com a adaptação de clássicos
como os contos de fadas.
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E atualmente? A literatura infantil ainda permanece com esse objetivo
pedagógico, moral e civilizante? Você perceberá, ao longo das unidades,
que a literatura tem seu valor na formação social, mas deve ser também
um momento de fruição. A literatura mostra caminhos, dá aconchego,
discute morte, amor, faltas, preconceitos e amplia a capacidade da criança
de lidar com diferentes situações. A literatura não precisa ser ensinada,
nem explicada já que isso eliminaria a polissemia dos textos, pois cada
obra impressiona o leitor de uma determinada maneira. Por isso, é
preciso que o professor faça a mediação entre as diferentes opiniões para
que se chegue a um meio termo, e não necessariamente uma resposta ou
interpretação única.
Estudo complementar
Sugerimos como leitura complementar o artigo
“Da história oral ao livro infantil”. Nesse texto, a
autora, seguindo um percurso histórico, procura
reforçar a importância dos contos de fadas e das
histórias para o imaginário infantil. O material se
encontra disponível clicando aqui.
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14 Literatura e realidade
Objetivo
Identificar o quanto a literatura infantil aproxima-se da realidade e
auxilia a criança a perceber o mundo à sua volta.
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14.2 Literatura e imitação da realidade
Os contos de fadas, geralmente, mostram realidades cruéis, mascaradas e
que, muitas vezes, passam despercebidas pelo desenrolar da narrativa ou
pelos elementos mágicos incluídos no enredo. Tomemos como exemplo
alguns contos de fadas, justamente por julgá-los de domínio público e
de conhecimento geral. As histórias apresentam uma estrutura simples:
situação inicial – conflito – processo de solução – sucesso final. Os
problemas, porém, são sempre reais, cabendo à fantasia criar os mais
variados personagens, nas mais diversas situações. Isso vale tanto para os
contos de fadas clássicos como para aqueles mais modernos.
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Os contos de fadas partem sempre de uma situação real, com
emoções que qualquer criança, em qualquer época, poderia ter vivido,
independentemente de sua classe ou posição social. Nessa discussão, o
diferencial é que esses dramas passam pela imaginação e fantasia e trazem
uma maneira lúdica, leve e, muitas vezes, “fantástica” de enfrentar o
problema. Diante disso, temos quase sempre uma sequência canônica:
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Figura 14 – Ilustração da fábula “A cigarra e a formiga”, feita por Gustave Doré
(a cigarra bate à porta da formiga).
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:La_cigale_et_la_fourmi_illustration_dore.jpg>.
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Saiba mais
Você pode assistir ao documentário “A História
por Trás da História – A Pequena Sereia” para
conhecer mais sobre a vida e a obra de Hans
Christian Andersen, suas principais temáticas. Você
perceberá que muitos dos personagens refletem
a própria história de seus criadores. Disponível
clicando aqui.
A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco mera
fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens. Se tomada
como uma maneira particular de compor o conhecimento, é necessário reconhecer
que sua relação com o real é indireta. Ou seja, o plano da realidade pode ser
apropriado e transgredido pelo plano do imaginário como uma instância
concretamente formulada pela mediação dos signos verbais (ou mesmo não verbais
conforme algumas manifestações da poesia contemporânea).
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Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de
Aprendizagem da instituição e participe do nosso
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar,
por meio da interação, a construção do seu
conhecimento. Vamos lá?
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15 Literatura e sociedade
Objetivo
Situar a leitura como estratégia para desenvolver a representatividade
social por meio do conhecimento e da cultura adquiridos.
Figura 15 – Menino lendo (óleo sobre tela) de Charles James Adams (1859-1931).
Fonte: < http://www.artistsandart.com/2011/12/victorian-painter-charles-james-adams.html>.
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Figura 16 – Fotografia de um menino lendo.
Fonte: <http://www.freedigitalphotos.net>.
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portanto, precisamos nos preparar para esses (novos) leitores e os (novos)
suportes que tendem a ser cada vez mais utilizados – livros disponíveis na
internet, em tablets, no celular e outras novidades que ainda estão por vir.
O leitor, como ser social, tem como possibilidade alcançar na leitura tal
emancipação, essa liberdade de pensamentos e caminhos abertos pela
leitura. Esse é o ponto-chave desta unidade.
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15.2 O texto literário e a realidade social
Como vimos, a leitura tem sua importância social. A estrutura social
pode ser acompanhada historicamente na literatura. Se antes os livros
descreviam, por exemplo, famílias estruturadas em uma base mãe/pai/
filhos, hoje acompanham as novas estruturas familiares (pais divorciados,
filhos criados por avós ou mesmo por dois pais, por exemplo). Esse fato
aproxima, como antigamente já aproximava, o texto literário da realidade
social da criança. Dessa forma, as novas estruturas sociais influenciam
escritores e ilustradores em suas propostas literárias.
O professor, para elaborar seu trabalho com a leitura de livros para as crianças, precisa
ler primeiro essas obras como leitor comum, deixando-se levar espontaneamente
pelo texto, sem pensar ainda na sua utilização em sala de aula. Em seguida, virá a
leitura analítica, reflexiva, avaliativa [...].
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poderá trabalhar, por meio da literatura, com diferentes contextos e
realidades sociais brasileiras e estrangeiras. Modos, costumes e culturas
passam largamente pelas híbridas páginas dos livros para crianças.
[...] formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê;
que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos
implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos [...].
Estudo complementar
Veja fragmentos de duas entrevistas: uma com
Ziraldo, para o programa “Roda Viva”, falando
sobre a questão da leitura e da figura do professor,
e a outra com Rubem Alves, falando sobre escolas.
Disponíveis clicando aqui e aqui.
Indicamos também a reportagem “Sobre livros,
bibliotecas e prazer – por que projetos de leitura
devem ser multiplicados”, de Giselle Soares para
a Revista Eletrônica ComCiência. Disponível
clicando aqui.
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A literatura e a formação da
16 criança: os primeiros anos e a
formação do leitor
Objetivo
Expor estratégias para atuar como mantenedor do estímulo à leitura
em prol da consequente formação do leitor crítico.
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planejamento anual, a aquisição de novos títulos pela escola. Mais
adiante daremos sugestões de livros e autores com os quais você poderá
fazer um bom trabalho em sala de aula.
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é sempre muito importante. É o caso de muitos livros de Monteiro
Lobato, que devem ser lidos e trabalhados a partir de todo um contexto
histórico e político. Por isso, é fundamental que se tenha em mente a
responsabilidade da escolha dos materiais. É interessante ainda variar as
propostas, apresentando textos com finais diferentes do tradicional “final
feliz” e com conflitos ou pontos iniciais de discussões e debates.
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O interesse pelas histórias aumenta o desejo do aluno pela aquisição da
escrita. O processo de alfabetização é muito mais eficiente com crianças
que têm um contato com livros. Com esse esquema do Quadro 2, o qual
apresenta as quatro etapas do trabalho com a literatura infantil (motivação/
introdução/leitura/interpretação), o professor poderá fazer com que o
aluno entre em contato com textos e livros, ativando a criatividade e
possibilitando que se torne leitor crítico, que possa se expressar, dar suas
opiniões e expor seu ponto de vista. Esse trabalho pode ser feito tanto
com o texto verbal como o não verbal (narrativas por imagens). Mesmo a
criança que ainda não lê poderá expor suas impressões.
A leitura na escola tem sido, fundamentalmente, um objeto de ensino. Para que possa
constituir também objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido para o
aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder, do seu ponto de vista, a objetivos
de realização imediata. Como se trata de uma prática social complexa, se a escola
pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar sua natureza
e sua complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com a diversidade
de textos e de combinações entre eles. Significa trabalhar com a diversidade de
objetivos e modalidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes “para quês”
— resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar
o próprio texto — e com as diferentes formas de leitura em função de diferentes
objetivos e gêneros: ler buscando as informações relevantes, ou o significado implícito
nas entrelinhas, ou dados para a solução de um problema.
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Assim, faz-se necessário o trabalho com a diversidade de objetivos e
modalidades que caracterizam a leitura e com diferentes tipos de textos
literários como fábulas, apólogos, contos, minicontos, contos de fadas e
diferentes formas de leitura. Isso trará uma riqueza para a sala de aula e a
leitura não será um objeto de ensino, mas uma prática cotidiana e divertida.
Dica
O professor deve, ao longo de sua carreira, montar
uma pequena biblioteca particular com textos
teóricos e literários que serão seus livros-chave
para guiar o trabalho docente. O mesmo livro de
literatura, por exemplo, pode ser trabalhado com
objetivos e metodologias diferentes em variadas
turmas, de acordo com a faixa etária das crianças.
É fundamental começar (caso ainda não tenha) a
montar sua biblioteca. Os sebos são também uma
opção barata para aquisição de material.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidades 9 a 16. Para isso, dirija-se ao
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e responda
às questões. Além de revisar o conteúdo, você estará
se preparando para a prova. Bom trabalho!
www.esab.edu.br 100
Livros e autores clássicos na
17 literatura infantojuvenil
Objetivo
Reconhecer autores que possam ter influenciado a literatura infantil
brasileira.
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(1869-1924) recolheu contos da tradição oral brasileira, acrescentou
alguns de origem europeia e os publicou no volume “Contos da
Carochinha” (1894). Dentre os poetas, destacamos Olavo Bilac
(1865-1918). Esses três nomes, segundo Zilberman (2003), são os
desbravadores da literatura infantil brasileira.
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A partir da reforma escolar, realizada no começo da década de 1970, na
qual o Ensino Fundamental passou de cinco para oito anos, gerou-se
um aumento considerável no número de crianças na escola. Mudanças
na disciplina de Língua Portuguesa também influenciaram essa época e
os livros didáticos, substituindo as antigas coletâneas, passaram a utilizar
mais autores brasileiros e portugueses.
Entre 1970 e 1986, apareceram ainda muitos livros que tinham como
temática os contos de fadas (bruxas, príncipes, fadas) ou que faziam
versões divertidas desses contos, como é o caso de “Chapeuzinho
Amarelo” (1979), de Chico Buarque, e “História meio ao contrário”
(1978), de Ana Maria Machado – uma história que começa pelo
conhecido fim: “E viveram felizes para sempre”. Ziraldo lançou “Flicts”
(1969), na qual uma cor é a protagonista de uma história que lembra
ao “O Patinho Feio”, de Andersen. No recolhimento das histórias
folclóricas, destacaram-se Ricardo Azevedo e Haroldo Bruno.
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Dentre as temáticas familiares, como a vida em sociedade, a aceitação, as
amizades e os dramas sociais, sugerimos outros autores.
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Esse breve panorama referente aos escritores e obras marca um período
produtivo entre as décadas de 1970 e 1990. Alguns desses escritores
marcaram história mesmo internacionalmente. Ganhadoras do Prêmio
Hans Christian Andersen, Lygia Bojunga (vencedora em 1982) e Ana
Maria Machado (vencedora em 2000) tiveram suas obras reconhecidas
no exterior. A premiação é feita a cada dois anos pela International Board
on Books for Young People e homenageia escritores e ilustradores.
Estudo complementar
Algum desses escritores fez parte da sua infância
leitora? Vários desses livros foram reeditados e
estão disponíveis para compra ou consulta em
bibliotecas, com novas edições e ilustrações. Outra
fonte de consulta são os sites oficiais dos escritores
(lá, você pode acompanhar biografias e produções
literárias). Algumas sugestões:
Ziraldo: clique aqui;
Lygia Bojunga: clique aqui;
Ana Maria Machado: clique aqui;
Marina Colasanti: clique aqui.
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A criança como foco para produção
18 de histórias
Objetivo
Abordar o momento histórico em que a criança passa a ser o foco das
histórias na literatura brasileira.
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Figura 17 – Capa da primeira edição de “A menina do narizinho arrebitado”.
Fonte: Monteiro Lobato (1921).
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Lobato reuniu fantasia e realidade em cenários brasileiros e apresentou
dois mundos paralelos – o mundo real e o mundo da imaginação. Seus
textos também inovaram na questão da linguagem e o tom coloquial e
regional da fala dos personagens dava ao texto certo “sabor” brasileiro.
Por outro lado, preocupado também com a aquisição de vocabulário,
Lobato mesclou palavras cultas em suas histórias e, dessa maneira, o
leitor transitava por diferentes variantes.
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que a literatura infantil é o primo rico das produções editoriais, por ser
um gênero muito rentável para as editoras, principalmente se os livros
integrarem projetos estaduais ou federais de incentivo à leitura.
Estudo complementar
Assista ao curta-metragem “Os fantásticos livros
voadores do Sr. Morris Lessmore” e reflita sobre
a temática discutida neste tópico: Por que a
literatura se mantém? O curta nos mostra que
a missão de perdurar o gosto pela leitura é um
legado que todos nós podemos deixar. Além
disso, mostra a redescoberta da leitura por muitas
pessoas. Vamos viajar nessa história? O curta-
metragem está disponível clicando aqui.
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Resumo
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19 A literatura infantil no Brasil
Objetivo
Entender o processo de formação da literatura infantil no Brasil.
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A característica pedagógica das narrativas infantis comprometeu, durante
muito tempo, o valor literário desses textos, por isso, o gênero sofre
preconceitos de muitos críticos que apresentam dúvidas em relação à
sua qualidade estética. É fato que muitos livros de literatura infantil
não cumprem sua função estética; apresentam textos pobres, ilustrações
precárias e, muitas vezes, preconceituosas. Por várias décadas, o termo
“infantil”, categorizou o gênero como uma literatura menor, pueril,
relacionada, meramente, ao brinquedo ou a um ensinamento pedagógico.
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Figueiredo Pimentel, que recolheu histórias da tradição oral brasileira
em volumes como “Contos da Carochinha” e “Histórias da Avozinha”,
deixava claro suas intenções já no prefácio dos livros, expondo que as
histórias apresentam sempre um fundo moral e piedoso, um viés cívico,
além de defender que o livro é um agradável passatempo.
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A educação tornou-se obrigatória e o país passava por novas mudanças,
principalmente depois da Revolução de 30. O Brasil precisava de mão
de obra mais especializada, e os investimentos na literatura infantil
aumentaram. A classe média se consolidou (poder de compra), houve um
aumento da escolarização dos grupos urbanos (leitores) e a renovação da
arte foram fatores que contribuíram para o favorecimento da literatura,
uma vez que a literatura e a arte passaram a ocupar uma posição de
destaque no mercado.
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19.3 Como se mantém?
A partir das inovações estéticas realizadas pelos escritores nas décadas
de 1970 e 1980, a literatura infantil se matém até hoje em uma via
de mão dupla: de um lado, escritores e editores que ainda visualizam
uma literatura de cunho meramente pedagógico, sem preocupação
estética ou literária; de outro, autores, ilustradores e editores que lutam
para consolidar o gênero, apresentando material de qualidade estética
elevada e reconhecida nacional e internacionalmente, como veremos nas
unidades posteriores.
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Literatura infantil e outros meios
20 de comunicação
Objetivo
Reconhecer a influência que a literatura infantil exerce sobre os
outros meios de comunicação.
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Embora o termo seja muito utilizado no meio publicitário, assumiu um
caráter importante na educação desde a Lei n° 9.394/96, que instituiu
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e incorporou
à educação as novas Tecnologias de Informação (TICs). O artigo 32 da
LDB, que versa sobre o Ensino Fundamental, esclarece que a formação
básica do cidadão envolve, entre outras questões, “[...] a compreensão
do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das
artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade” (BRASIL, 1996).
Desde então, as mídias têm exercido um papel importante na escola,
funcionando como difusoras de produção cultural, social e científica.
Quando a escola utiliza diferentes mídias, pode abrir caminhos que facilitam a
aprendizagem, além de contribuir para que as crianças se aproximem da literatura.
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no rádio, em outdoors ou na internet as informações circulam
constantemente em nosso cotidiano, sugerem e impõem opiniões e
pontos de vista. Mas, seja qual for a mídia utilizada como suporte,
lembre-se da importância da mediação do professor nesse processo.
Saiba mais
Acompanhe a socialização do projeto As mídias e
a literatura infantil, assista ao vídeo “Entre linhas
e entrelinhas”. Você observará o resultado de um
trabalho desenvolvido com crianças a partir do uso
de algumas mídias, como editor de texto, editor
de desenho e datashow. Disponível clicando aqui.
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RBS, é um exemplo disso. Com a finalidade de defender a bandeira
da educação contra os problemas relativos à violência, a campanha é
protagonizada por alguns monstros do imaginário popular, como a Mula
sem cabeça, o Bicho-papão, a Bruxa, o Diabo e o Boi da cara preta, para
chamar nossa atenção às questões relativas ao abuso sexual, a exploração
de menores e outros aspectos relacionados à violência.
Saiba mais
Sugerimos que você assista ao vídeo da campanha
“O amor é a melhor herança”, do Grupo RBS
clicando aqui. Perceba que é possível, de modo
criativo, aproximar temáticas complexas ao
universo infantil.
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Esta é uma prática interessante, pois sabemos que, atualmente, as
linguagens visual e sonora têm ocupado um lugar de destaque no cotidiano
das pessoas, e a educação pode ser incluída nesse cenário. Nesse aspecto, é
interessante que o professor trabalhe as linguagens visual, sonora e escrita
conjuntamente. Afinal, como a finalidade da educação é trabalhar a
cognição, ou seja, a construção do conhecimento, a linguagem escrita terá
sempre um lugar de excelência na prática pedagógica.
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Retomaremos, na próxima unidade, os autores brasileiros que se
dedicaram à formação e evolução da literatura infantil no Brasil,
procurando ampliar seu conhecimento a respeito dessas importantes
figuras no cenário da literatura nacional.
Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.
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Livros e autores na literatura
21 infantil brasileira
Objetivo
Conhecer os autores brasileiros que se dedicaram à formação e
evolução da literatura infantil brasileira.
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Essa produção literária, criada pelo olhar visionário de Lobato, com
objetivos definidos, deixava, muitas vezes, transparecer certa doutrina
nacionalista, com normas de moral e conduta bem estabelecidas. O
escritor procurava integrar os conhecimentos sistematizados pelas
disciplinas escolares com a linguagem lúdica, mais interessante para as
crianças, e juntava, assim, o útil ao agradável.
Nem sempre adorado, Lobato foi criticado por tentar incutir anseios
comunistas em suas obras. A difusão de seus livros em instâncias públicas
de ensino só pôde ser viabilizada devido à ajuda de intelectuais ligados a
cargos importantes no meio educacional, que tinham, como o escritor, o
objetivo de renovar a literatura escolar tradicional.
Saiba mais
Assista ao documentário sobre a biografia de
Monteiro Lobato e saiba mais sobre a vida e a obra
do escritor. Disponível
https://www.youtube.com/watch?v=Z3MQ
GJWgaJg
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A alteração da percepção da realidade e da representação da família foi
a grande inovação nesse novo fazer literário. As barreiras entre o real e
o imaginário já haviam sido quebradas por Lobato e o modelo familiar,
destituído. No contexto de o “Sítio do Picapau Amarelo”, por exemplo,
os adultos não exerciam poder sobre as crianças.
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Além desses, tantos outros autores abordaram com delicadeza e
sensibilidade o contexto e a reestruturação familiar brasileira. Novos
modelos familiares, como pai/madrasta, pai/vó, mãe/mãe, mãe/padrasto,
tios ou parentes, ou mesmo a adoção, foram postos nas produções
literárias ao lado dos dramas do cotidiano. O folclore foi representado
pelos livros de Ricardo Azevedo. Elias José, Sérgio Capparelli, Cecília
Meireles (um pouco antes) e José Paulo Paes dedicaram-se à poesia.
Ferreira Gullar, Mario Quintana e Manoel de Barros também se
arriscaram no campo da literatura infantil e foram bem-sucedidos.
Tatiana Belinky especializou-se nos limeriques. Escritores como Joel
Rufino dos Santos e, posteriormente, Daniel Munduruku deram ênfase a
temáticas africanas e indígenas.
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Para sua reflexão
A partir do repertório de leitura de literatura
infantil que você tem, pense: como a família é
representada nessas obras? Como as ilustrações
apresentam a etnia brasileira? Existe predominância
de cor ou gênero nos livros? Como podemos fazer
uma escolha que não limite contextos familiares
modelos, estereótipos de beleza ou de etnias?
A resposta a essa reflexão forma parte de sua
aprendizagem e é individual, não precisando ser
comunicada ou enviada aos tutores.
Nesta unidade, vimos que o novo fazer literário instaurado por Lobato
rompeu com os moldes europeus. A partir desse autor, a literatura
infantil passou a abordar nas histórias nosso folclore, nossas lendas e
nossos costumes, assim como houve o abandono do caráter meramente
pedagógico dos textos. Isto permite que tenhamos escritores, ilustradores
e editores de alta qualidade em nosso país. Na próxima unidade, veremos
indicações de livros e de autores.
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22 Livros e autores atuais
Objetivo
Conhecer autores que permitam um trabalho relevante na prática da
literatura infantojuvenil atual.
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um menino sonhando,// em cima de uma avó roncando,// numa cama
aconchegante,// numa casa sonolenta,// onde todos viviam dormindo”
(FARIA, 2010, p. 31-33). Faria (2010) faz um breve comentário sobre o
livro e ressalta o clímax do jogo narrativo desencadeado pela pulga, pois
a pulga pica o rato, que assusta o gato, gerando a confusão que acorda
todos os personagens (disponível clicando aqui).
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Figura 19 – Imagem do livro “Bruxa, Bruxa venha à minha festa!”.
Fonte: Druce (1995).
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Figura 20 – Capa do livro “Alice viaja nas histórias”.
Fonte: Rodari (2007).
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Os livros que seguem a ideia de “a verdadeira história do personagem”
fazem releituras interessantes e tendem a apresentar enredos que
surpreendem os leitores, como é o caso de A Verdadeira História
de Chapeuzinho Vermelho, escrita, em 2008, por Agnese Baruzzi e
Sandro Natalini. É um livro bastante híbrido, que narra o desejo de
Chapeuzinho de transformar o Lobo em vegetariano. Do desejo frustado
e da inveja da menina é que surge a verdadeira história do lobo e o
motivo pelo qual ele se tornou malvado.
• Zoom, de 1995, escrito por Istvan Banyai, que trabalha com a noção
de ponto de vista (disponível clicando aqui);
• A flor do lado de Lá, de 2004, do premiado escritor Roger Mello,
que conta a história de uma anta e, como tal, não percebe as coisas
ao seu redor (disponível clicando aqui);
• O jornal, de 2012, escrito por Patrícia Auerbach;
• O presente, escrito por Odilon Moraes, em 2010, uma história que
fala de futebol (disponível clicando aqui);
• A bruxinha atrapalhada, de 1985, de Eva Furnari;
• Outra vez, de 1984, escrito por Ângela Lago.
Os professores podem trabalhar ainda com as seguintes obras:
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• O barba-azul (2004); e Romeu e Julieta (2004), ambas de Ruth
Rocha;
• 111 poemas para crianças (2007), de Sérgio Capparelli;
• A cesta da Dona Maricota (2007); História de lobo (2008);
Limeriques da Cocanha (2008); e Que jejum! (2010), obras de
Tatiana Belinky;
• O Cabelo de Lelê (2007), de Valéria Belém.
Após conhecermos algumas indicações de livros que você pode fazer
uso em sala de aula, para trabalhar diversas questões, acompanhe alguns
autores que possuem obras interessantes, nas quais você poderá recorrer
em seu trabalho com a literatura infantojuvenil.
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• Júlio Emílio Braz: escritor, recontou “João e Maria”, em 2003. Livro
ilustrado por Salmo;
• Leo Cunha: escritor e poeta, escreveu “Lápis encantado”, de 2006;
• Rui de Oliveira: ilustrador reconhecido internacionalmente, ilustrou
vários textos, dentre eles, “Chapeuzinho Vermelho e Outros Contos
por Imagem”, de 2005;
• Márcio Vassallo: escritor de “A princesa Tiana e o Sapo Gazé”, de
1998, e “A fada afilhada”, de 2001;
• Ricardo da Cunha Lima: escritor e poeta, escreveu os livros de
poesias “Cambalhota”, de 2003, “Do avesso”, de 2006, e “De cabeça
pra baixo”, de 2007;
• Roger de Mello: escritor e ilustrador de “A flor do lado de lá”, de
2004. O primeiro brasileiro a ganhar, na categoria ilustração, o
Prêmio Hans Christian Andersen, em 2014.
Sugerimos alguns autores expoentes e algumas de suas obras, sendo que
a produção de cada autor ou ilustrador estende-se tanto para livros que
podem ser usados na Educação Infantil como no Ensino Fundamental.
Caberá a você, futuro professor, aprofundar a pesquisa e conhecer as obras
indicadas, descobrir novas histórias e se encantar com essas descobertas!
É importante que você esteja atualizado em relação aos autores que vêm
realizando um trabalho relevante na prática da literatura infantojuvenil.
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Como ensinar literatura na
23 Educação Infantil
Objetivo
Identificar a sequência didática do ensino de literatura na Educação
Infantil.
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Ter acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a
imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde
cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor, como
leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo à
escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto
e as ilustrações enquanto a história é lida. (BRASIL, 1998c, p. 143, grifo nosso)
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Na etapa subsequente, o professor poderá conferir as inferências dos
alunos, ou seja, compartilhar as interpretações, situações vividas ou
associações feitas a partir da leitura (se fala de uma festa, se já foi em
festas, que tipo de festas mais gosta, se fala de viagem, para onde já
viajou). Pode encontrar uma música que fale da mesma temática, uma
cantiga de roda, por exemplo. Dessa forma, passamos de uma leitura e
interpretação individual para uma manisfestação coletiva, o que auxiliará
na construção de vínculos afetivos tanto com o professor como com os
próprios colegas. A leitura de história auxilia nessa construção:
Para se desenvolver, portanto, as crianças precisam aprender com os outros, por meio
dos vínculos que estabelece [...] sejam [...] com adultos ou crianças [...]. Dentre os
recursos que as crianças utilizam, destacam-se a imitação, o faz-de-conta, a oposição,
a linguagem e a apropriação da imagem corporal. (BRASIL, 1998b, p. 21)
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Observe o Quadro 6, que apresenta uma proposta de trabalho sobre a
literatura na Educação Infantil a partir da obra mencionada.
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Etapa de interpretações e produções
- Nessa etapa, pode-se discutir o fim do livro; que tipo de festa era? O professor poderá
então trabalhar com o gênero “convite”, e cada aluno pode criar um convite ou simplesmente
escrever seu nome em um convite preparado pelo professor.
- O professor poderá sugerir uma festa à fantasia e a confecção de máscaras para a festa.
Cada aluno deverá se identificar com um dos personagens do livro e confeccionar sua
máscara. O professor poderá também trazer as máscaras prontas para que os alunos apenas
pintem. O professor poderá ser a Bruxa – ou a menina da contracapa, aquela que enviou os
convites.
- Na etapa seguinte, o professor poderá discutir as noções de gentileza (por favor e obrigado/
obrigada) e explicar o uso adequado de “obrigado” e “obrigada” a partir da própria fala dos
personagens. Pode-se formar um círculo e cada aluno poderá fazer o convite (nos moldes do
livro) ao colega que estiver do seu lado.
- Se o aluno não souber escrever pode-se tentar o reconhecimento do próprio nome dentro
do conjunto de nomes.
Literatura Música
Livro de poesia “A Arca de Noé”, de CD “A Arca de Noé”, de Toquinho e Vinicius de
Vinicius de Moraes. Morais (Polygram, 1980).
Conto de fadas “A Bela Adormecida”,
Cantiga popular “A linda rosa juvenil”.
dos irmãos Grimm.
Reconto de “Os Músicos de Bremen”, Música “História de uma gata”, do musical Os
de Roberto Piumini. saltibancos, adaptado por Chico Buarque (1981).
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Como ensinar literatura no Ensino
24 Fundamental
Objetivo
Identificar a sequência didática de como ensinar literatura no Ensino
Fundamental.
Alguns textos são adequados para o trabalho com a linguagem escrita nessa faixa
etária, como, por exemplo, receitas culinárias; regras de jogos; textos impressos em
embalagens, rótulos, anúncios, slogans, cartazes, folhetos; cartas, bilhetes, postais,
cartões (de aniversário, de Natal etc.); convites; diários (pessoais, das crianças da
sala etc.); histórias em quadrinhos, textos de jornais, revistas e suplementos infantis;
parlendas, canções, poemas, quadrinhas, adivinhas e trava-línguas; contos (de fadas,
de assombração etc.); mitos, lendas, “causos” populares e fábulas; relatos históricos;
textos de enciclopédia etc. (BRASIL, 1998c, p. 152)
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Podemos agregar uma sugestão de Faria (2010), que descreve a atividade
de ampliação de textos curtos realizada com o acréscimo de elementos ou
ações nas narrativas. Vejamos:
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Figura 21 – Capa do livro “Procura-se Lobo”.
Fonte: Machado (2005).
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Metodologia
Etapas de motivação e introdução
- Sugere-se iniciar a introdução do livro com levantamento de hipóteses sobre o motivo pelo
qual as pessoas põem anúncios em jornais, postes ou murais: procuram pessoas ou animais
desaparecidos, documentos ou emprego. Para exemplificar este último, o professor pode
levar jornais para a sala de aula da seção de classificados ou pedir que os alunos observem,
no trajeto entre a casa e a escola, se existe alguma manifestação desse tipo.
- Em um segundo momento, perguntar sobre os lobos de diferentes histórias. Apresentar
a capa do livro e questionar: por que motivo alguém poderia querer um lobo? Elencar
profissões e suposições no quadro.
Etapa da leitura
- Ler o livro
Etapa de releitura
- Reler o livro e, a cada página, questionar de qual história aquele lobo originalmente
pertence. Elencar as histórias. Esse é o momento de conhecer o repertório dos alunos e, ao
mesmo tempo, ampliá-lo.
Etapa de interpretações e produções
- O professor poderá trabalhar a composição de cartas, bilhetes e anúncios e escolher um
desses gêneros para o trabalho escrito. Se optar, por exemplo, pelo gênero “anúncio”, poderá
solicitar um trabalho no qual os alunos deverão montar uma seção de classificados de venda
e de achados e perdidos para os persongens dos contos de fadas. Nesse sentido, Branca de
Neve, por exemplo, poderá pôr um anúncio procurando um dos sete anões, ou o Patinho
Feio poderá procurar emprego em uma revista de moda. O que se propõe aqui é o uso de
hipóteses ou elementos fantásticos, que aguçam a imaginação da criança enquanto se
realiza o trabalho com a escrita.
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imagens são apresentadas em folha dupla, com um cenário exuberante.
Na terceira cena, o rato é surpreendido pelo narrador ao falar do grande
urso esfomeado. Uma cena tremida indica o movimento que o rato faz
para derrubar o morango (isso pode ser questionado aos alunos). As
sequências mostram o rato tentando esconder o morango: enterrando-o
com uma colher, acorrentando-o, disfarçando-o e tampando-o. Por fim,
o narrador convence o rato a dividir o morango. As imagens dividem-se
em cenas exteriores e interiores.
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Etapa de releitura
- Na etapa de releitura, o professor pode fazer pequenas interpelações, perguntando onde
está o urso, quem conta a história, para quem o rato olha, com quem conversa. E discutir os
dois ambientes: interior e exterior. Além disso, pode-se incluir e explorar com a turma outras
onomatopeias por meio de hipóteses: e se o urso batesse na porta? e se o urso buzinasse? e
se o urso tossisse?
Etapa de interpretações e produções
- O objetivo é levar ao aluno a compreensão do papel do narrador nessa história e como ele,
contando ou assustando o personagem principal, conseguiu comer um pedaço do morango.
Também é interessante explorar as imagens interiores, fazer o aluno perceber, por exemplo,
a presença da faca nas cenas interiores e a importância dela no fim do livro. Ou mesmo a
presença da rede que aparece na primeira e na última cenas.
- O trabalho de produção pode ser tanto oral como escrito: o aluno deve recriar a fábula a
partir de três elementos: dois animais (o protagonista e o pesonagem oculto) e uma fruta. Ele
pode sortear dois animais e uma fruta previamente escolhidos pelo professor. Terá que recriar
a história juntando essas categorias, escolhidas ao acaso. Poderá ainda continuar a história: O
que aconteceu com o urso? Onde estava o urso? Por que o urso não apareceu na história?
Saiba mais
Para a discussão sobre os suportes de leitura,
sugere-se a leitura de “É um livro!”, de Lane Smith.
O livro discute a rivalidade entre o livro de papel e
os meios digitais. Além de ser um ponto de reflexão,
o livro pode também ser trabalhado com os alunos
em sala de aula e apresenta duas figuras icônicas:
um macaco e um burro. Acompanhe a história do
livro, em vídeo. Disponível clicando aqui.
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Como vimos, os livros indicados podem gerar um ótimo trabalho
de escrita e leitura em sala de aula. Os roteiros indicados auxiliam o
processo, mas cada livro deve ser estudado e pensado a partir da realidade
de cada grupo de alunos. Seguindo as etapas sugeridas, ao organizar o
trabalho, você terá maior facilidade para preparar suas aulas.
Atividade
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos
em relação às unidades 17 a 24. Para isso, dirija-se ao
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e responda
às questões. Além de revisar o conteúdo, você estará
se preparando para a prova. Bom trabalho!
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Resumo
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Glossário
Adaptação
Consiste, geralmente, em textos escritos a partir de clássicos da literatura.
A adaptação pode ser da linguagem, adequada a diferentes públicos
(suprimindo ou substituindo termos) ou do conteúdo. Pode-se ainda
adaptar para outras linguagens como cinema, quadrinhos e/ou teatro. R
Alegoria
É uma figura de linguagem muito comum nas fábulas, parábolas bíblicas
e obras de arte e percorre, no caso do texto escrito, toda a narrativa.
Expressam-se pensamentos ou conceitos, formulando imagens alegóricas,
por exemplo, a representação da justiça por meio da imagem de uma
mulher com os olhos vendados segurando uma balança. R
Alegórica
Forma de interpretação que vai além do texto, buscando elementos
extratextuais para interpretação do conteúdo de um texto com a
finalidade de entender o que está subentendido nos textos escritos. R
Aliteração
Repetição de sons consonantais idênticos. R
Antagonista
Atua no sentido oposto, ou seja, contrário ao protagonista. R
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Apólogo
Gênero textual que se assemelha às fábulas, porém os personagens são
objetos inanimados. Um exemplo é o texto “Um apólogo”, de Machado
de Assis, que conta um episódio de disputa vivido entre uma linha e uma
agulha para saber quem é a mais necessária na confecção da roupa da
Baronesa. R
Assonância
Repetição de vogais e frases ou versos. R
Audiolivro
É um livro em formato áudio, também chamado de livro falado ou
audiobook. Essa mídia inaugurou uma nova forma de ler os livros, em
que a história é narrada em áudio pelo próprio autor ou outro narrador,
na qual o leitor torna-se ouvinte. R
Campo lexical
Conjunto de palavras em torno de um mesmo assunto ou temática que
estabelecem uma relação com o foco da discussão. R
Cânon
Lista de textos que compõem um determinado gênero literário. R
Canônica
Adjetivo que se refere ao que está de acordo com o cânone, com as
normas estabelecidas. R
Carlos e Alfredo
Personagens da obra literária “Através do Brasil”, uma das primeiras do
gênero infantojuvenil a ser escrita no Brasil. R
www.esab.edu.br 148
Carlos Jansen
Considerado um dos primeiros, a exemplo de Carlos e Alfredo, a
desenvolver uma literatura de expressão infantil. R
Clássico
Chama-se clássico um livro que, por gerações e gerações, é lido,
comentado e estudado. Um clássico é sempre contemporâneo, sempre
diz algo ao leitor, não importando quantas vezes seja lido, sempre terá
algo de novo a dizer, surpreendendo o leitor. Sobre o assunto, sugere-se
a leitura de “Por que ler os clássicos”, de Ítalo Calvino e “Por que ler os
clássicos desde cedo”, de Ana Maria Machado. R
Clímax
Momento mais importante da narrativa. R
Conciso
Breve, preciso, que diz muito em poucas palavras. R
Cultura
Significa cultivar e vem do latim colere. Genericamente, a cultura é todo
um complexo que inclui o conhecimento, a arte, a literatura, as crenças,
a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo
homem, não somente em família, como também por fazer parte de uma
sociedade da qual ele é integrante. R
Dessemelhança
Que não é semelhante. R
Disco de vinil
Mídia conhecida como Long Play (LP), desenvolvida no final da década
de 1940 para a reprodução musical, utilizando um material plástico
chamado vinil. R
www.esab.edu.br 149
Dissonância
Sons desagradáveis. R
Empatia
Imaginar-se nas mesmas condições da outra pessoa, entender
o sentimento ou a reação do outro ao colocar-se nas mesmas
circunstâncias. R
Escola Nova
Movimento que inaugurou novos pressupostos e métodos de investigação
sobre o trabalho educacional que deveria se pautar pelo espírito crítico,
pela análise das condições e dos resultados das ações pedagógicas e pela
atitude criadora. R
Estranhamento
Termo descrito por Sklovskij, em “A arte como processo” (1917), que
define o efeito gerado pela obra de arte ao criar um distanciamento (ou
estranhamento) em relação ao modo habitual de como vemos o mundo.
Uma nova visão que permite olhar o habitual e perceber algo visível
somente pelo olhar estético. R
Exequível
Que se pode executar. R
Fantástica
Que só existe no imaginário. R
Feérico
Que se relaciona ao mundo da fantasia, da magia, das fadas. R
www.esab.edu.br 150
Figueiredo Pimentel
Autor da literatura infantojuvenil, que também auxiliou na popularização
desse tipo de literatura. R
Fita cassete
Fita cassete ou compact cassete é um padrão de fita para gravação de
áudio, lançado na década de 1960. R
Fruição
É o ato de ler por gosto ou prazer, de utilizar todas as oportunidades para
realizar o ato da leitura e dele tirar o seu prazer. R
Garatuja
As garatujas são os primeiros traços de linhas que as crianças fazem.
Aparentemente não têm sentido para o adulto, mas representam pessoas,
cenas e objetos para as crianças. R
Gênero textual
Gêneros textuais são estruturas de textos socialmente reconhecidas:
um cardárpio, uma receita de bolo, um romance, uma história em
quadrinhos, uma fábula. Cada gênero possui uma estrutura particular e
uma função social. R
Gianni Rodari
Escritor, professor e crítico italiano com vasta produção literária
infantojuvenil iniciada na década de 1950. Rodari atribui um papel
importante à fantasia, ao estranhamento, à criatividade e à imaginação.
Escreveu “Gramática da Fantasia”, traduzido no Brasil em 1982. O livro
apresenta várias técnicas de trabalho e de estímulo à criatividade, uma de suas
técnicas é a hipótese fantástica, método que mede a capacidade da criança de
reagir a um elemento novo, incluído em uma história já conhecida. R
www.esab.edu.br 151
Inferência
É uma estratégia de leitura que nos permite extrair informações de um
texto, informações não explícitas. É como se o texto deixasse pistas ao
leitor para que ele pudesse fazer suas inferências. Com tais sinais, chega-
se mais rápido e melhor à compreensão do texto. R
Interlocutor
Os interlocutores são as pessoas que paticipam do processo de interação
que se dá por meio da linguagem. R
Imparcialidade
Que não assume um lado. R
Implícito
Que é subentendido. R
Imprensa Régia
Imprensa que se desenvolveu no Brasil no Período Imperial, mais
fortemente a partir da influência do Imperador Dom Pedro II. R
www.esab.edu.br 152
Intertextualidade
Define-se como a criação de um texto a partir de outro já existente.
Essa técnica está ligada ao conhecimento do produtor, mas depende do
receptor para que faça sentido. O termo foi cunhado por Julia Kristeva,
com base na ideia de que todo texto se constrói como um mosaico de
citações. É, portanto, uma forma de diálogo entre diferentes textos, que
pode ser feita de forma implícita ou explícita. R
Intrinsecamente
De modo particular, ou íntimo. R
Inverossímil
Que não parece verdadeiro. R
Lapso
Que cometeu falhas, que é culpado. R
Limerique
O termo foi criado por Edward Lear, no Livro do Nonsense (1846). Um
limerique é um poema de cinco versos, nos quais os versos um, dois e
cinco rimam, e o terceiro e quarto também rimam. Tatiana Belinky é a
grande escritora de limeriques no Brasil e contribuiu para a divulgação
desse gênero textual no país. R
Linguagem simbólica
www.esab.edu.br 153
Literatura
É a arte de compor escritos artísticos em prosa ou em verso, de acordo
com princípios teóricos e práticos. Em latim, literatura significa uma
instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler
bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética.
Por extensão, refere-se especificamente à arte ou ofício de escrever de
forma artística. R
Metáfora
Figura de linguagem que substitui um termo por outro. R
Modelizadora
Referente aos modelos formalizados. R
Modernismo
Movimento literário e artístico, deflagrado pela Semana de Arte Moderna,
de 1922, de ruptura, inovação e renovação estéticas, formais e conceituais.
R
Monólogo
Fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa. R
Onisciência
Conhecimento sobre todas as coisas. R
Onipresença
Capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. R
Paralelismo
Linhas ou superfícies paralelas. R
www.esab.edu.br 154
Personalizado
Com características humanas. R
Pictogramas
Relativo a pinturas; representação de cenas do cotidiano por meio da
pintura. R
Plurissignificação
Com vários significados. R
Polissemia
É um conceito da área da linguística com origem no termo grego
polysemos, que significa algo que tem muitos significados. Uma palavra
polissêmica é um vocábulo que reúne vários significados. A palavra “vela”
é um dos exemplos de polissemia. Ela pode significar a vela de um barco,
a vela feita de cera que serve para iluminar ou pode ser a conjugação do
verbo velar, que significa vigilar. R
Prosa
Texto escrito em parágrafos. R
Protagonista
Personagem principal. R
Pueril
Termo relacionado à infância, imaturidade. R
Quartos de fiar
Na Idade Média, as mulheres passavam seu tempo de diversas formas.
Além de cuidar da casa e dos maridos, bordavam, fiavam e costuravam.
Reuniam-se em grupos, geralmente em torno de uma roca de fiar,
conversavam e contavam histórias. Na história da Bela Adormecida, por
exemplo, a roca aparece como peça importante. R
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Reestruturação lexical
Novos arranjos de significação das palavras que são estabelecidos a partir
de textos e de outras fontes escritas. R
Restrito
Que está contido dentro de determinados limites. R
Revolução de 1930
Foi um movimento liderado por Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul
que culminou no Golpe de 1930, que depôs o presidente da República. R
Sociedade
É um conjunto de seres que convivem de forma organizada. O conceito
de sociedade pressupõe uma convivência e atividade conjunta do
homem, ordenada ou organizada conscientemente. Pode ser ainda
definida como uma sociedade humana, um coletivo de cidadãos de um
país, sujeitos à mesma autoridade política, às mesmas leis e normas de
conduta, organizados socialmente e governados por entidades que zelam
pelo bem-estar desse grupo. R
Sucinto
O que se diz com poucas palavras, resumido. R
Suporte
Usa-se a palavra suporte, nesse contexto, como o portador do texto
literário, podendo ser impresso ou digital. R
Tabu
Refere-se a uma proibição sociocultural, moral ou religiosa. Pode
também significar algo perigoso ou imundo. É interessante ressaltar
que cada sociedade possui seus valores e seus tabus. O trabalho com
elementos escatológicos na escola, por exemplo, é um tabu, não é
comumente praticado ou discutido, pois falamos aqui dos tabus
impostos pela linguagem. R
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Textos literários
Em sentido amplo, esse gênero consiste em qualquer manuscrito: desde
uma simples carta até uma reportagem em um jornal, um livro de física,
uma lei do Código Penal etc. Tal noção deriva do reconhecimento
do primeiro significado da palavra latina littera (letra), vocábulo que
representa os símbolos que compõem um texto. Nesse conjunto
denominado literatura, existem muitos gêneros. R
Ufanista
Exaltação à pátria; destaque das qualidades de um país. R
Vanguarda
O termo é usado no sentido de ruptura artística com os modelos existentes.
R
Verbo de elocução
Que introduzem um assunto ou diálogo. R
Verossimilhança
Caracteriza-se como uma harmonia entre fatos, que tem uma aparência
de verdade. Em uma obra literária é a harmonia entre os elementos
imaginários e reais, essenciais para o entendimento do texto R
Verossímil
O que parece verdadeiro. R
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Referências
FARIA, M. Como usar a literatura na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2010.
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SARAIVA, J. A.; MÜGGE, E. Literatura na escola: propostas para o ensino
fundamental. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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