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UEL-CTU Depto de Estruturas

Exemplo de dimensionamento ELU-Força cortante de viga protendida em pós-


tração

1. Introdução

O exemplo dado a seguir procura aproximar a solução da plasticidade, em que


é livre a escolha de  no intervalo 1,3 , com a solução do método I da NBR
6118. O exemplo está resolvido com a escolha 
2 na página 196 do livro
“Concreto protendido: tração axial, flexão simples e força cortante”.

2. Dados da viga:

800 mm

150 150

cabo 2
h = 1000mm
775

100

1 2 3 200
φb = 50
50 cabos 1 e 3 75
3 x150 6φ12,5 inf
150 200 150

450 500mm

(a) Seção do Vão (b) Vista Lateral

Figura 1: Seção transversal e posição dos cabos nos apoios.


56 /


16

Figura 2: Vão e carga da viga.

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Características geométricas da seção da peça (i.e., sem computar armadura,
e/ou furos de bainhas):
Á: 
322500 
 !â#  $ %& à ($ #) : *
541,67 
 !â#  # ! %&! $ -ç  $ $/: *0
541,67 1 75
466,67 
2# $ #é : 4
40,61 5 106 7
2ó$/ ! $ ! !ê#  #).  !/-. : ;,
74,97 5 10= > , ;,?

188,60 5 10= >
 !â# ! #/ ! inf  !/-.: 
274,73 , ?
232,47 

2/3
Concreto: f ck = 30 MPa , f ctm = 0,30 f ck = 2,90 MPa , f cd 2 = 11,22 MPa
Aços: CA-50, f ywk = 500 MPa , f yd = f ywd = 435 MPa
f ptk 1750
CP175 RB 7,9: f pyd = 0,9 = 0,9 = 1370 MPa , ε pyd = 6,85 ‰
γs 1,15
E p = 200× 103 MPa

3 cabos com 12φ 7,9 , área de 1 cabo = 12 × 37,4 = 448,8 mm 2


diâmetro da bainha: φb = 50 mm

A tensão e o alongamento de neutralização são estimados com 5% de perdas


imediatas (atrito), 15% de perdas progressivas, e 5% de majoração da tensão
de protensão para atingir o estado de neutralização (para um cálculo mais
preciso, aplicar a Equação (7.16) do livro, após calcular as perdas por atrito, cf.
item 6.2):

σ pnd = γ pσ pn = 0,9(0,7 f ptk × 0,95 × 0,85 ×1,05) = 0,534 f ptk = 935 MPa

σ pnd 935
ε pnd = = = 4,67 ‰
Ep 200 × 10 3

Força de neutralização de 1 cabo:

Pndo = A poσ pnd = 448,8 × 935 × 10 −3 = 420 kN

3. Diagrama da força cortante efetiva DE,FG


DE 1 DH

Da força cortante solicitante DE , resultante da carga de cálculo 


56 /,
I
e de valor máximo no apoio igual a E 
56 5 8=448 kN, deve-se subtrair a
PG
força cortante resistente proveniente da curvatura do cabo 2, H,JKLM
NO IQ

P5,RRS I
420 5
10,17 /, cujo valor máximo no apoio é H 
10,17 5 8

?=Q

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81,375 . Logo, a força cortante efetiva no apoio é DE,FG
448 1 81,375

366,6 . Ver a Figura 3.

4. Cálculo de 

O ângulo das diagonais comprimidas pode ser obtido pela expressão:

1
cot θ = cot θ cr
V
1 − cd
VSd , ef
Onde
UV
DJ
DJ 1 T U \ 2DJ
WXYZ[

sendo
Q
,5>`
DJ
0,6)J] (^,FG $
0,6 5 _
?,7
a 150 1 0,5 5 50 5 925 5 10b>
95,7  e

(Notar a redução da largura da alma por efeito da bainha do cabo 2).

2 é o momento fletor que anula, no centro do vão, a tensão normal na fibra 2


(inferior) devida exclusivamente à protensão, com seu valor de cálculo (i.e.,
multiplicada por c0
0,9). Este valor, considerados os três cabos com força
total igual a 3 5 NO
3 5 420
1260 , vale:

3NO 3NO 5 *0


2
1;, d1 1 f
3NO g? T *0 h
 ;e,

2
1260 5 0,232 T 0,467
880,3 

Além disso,

16
2Eijk
56 5
1792 
8

Logo,

UV PP,>
DJ
DJ l1 T U m
95,7 5 l1 T m
1,497 5 95,7
142,7  \ 2DJ e
WXYZ[ ?R6

1

1 5
1,637
142,7
1 1 366,7

Nesta expressão, adotou-se JL


1 (inclinação da fissura diagonal igual a 45º) e
DE,FG igual ao valor máximo (no apoio). Notar que 
31,4º.

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5. Verificação do concreto da alma

A tensão normal máxima na alma fissurada da viga é:

pDE,FG 1 )Js
oJ^
q T r \ )J
0,7 5 1 1 5 0,85)J
(^,FG *  250

366,7 5 10> 1
oJ^
q1,637 T r
8,24 2N \ )J
11,22 2N
125 5 800 1,637

Logo, o concreto da alma tem segurança adequada contra o esmagamento.

6. Cálculo da armadura transversal mínima efetiva


t^ )J]i 2,90  
q r  #
0,2 (
0,2 5 5 150
0,174
174
! )u^s ^ 500  

Adota-se estribo de 2 ramos e diâmetro v]


6,3, donde o espaçamento:

2 5 31,5
!

0,362
174

Mas o espaçamento na região de armadura mínima é limitado ao menor dos valores


300, 0,6$
555
300. Logo, a armadura transversal mínima efetiva é
igual a:
t^ 2 5 31,5 
 iwO,FG

210
! 0,3 

7. Cálculo da armadura transversal superior á mínima

A viga é subdividida em segmentos 1,2,3, etc., de comprimento *


0,8 5 1,637

1,31, e sendo a carga direta (i.e., aplicada no topo da viga), toma-se em cada
segmento o menor valor da força cortante. Ver a Figura 3.

366,7
306,6 DEFG 
246,6
186,5
1
2
3

8m

Figura 3: Diagrama da força cortante efetiva.

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A armadura transversal é dada por:

t^ DE,FG DE,FG


q r

! * 5 )u^ 1,31 5 435

t^
q r
Trecho Armadura dotada
!
1 >=,=5?` iiQ
=538 i xv6,3 $ 10 
?,>?57>S
2 432
iiQ xv6,3 $ 15 
i
3 327
iiQ xv6,3 $ 20 
i
Fim do 3 ao 222 y210
iiQ xv6,3 $ 30 
centro da viga i

Para completar o dimensionamento, é preciso garantir as forças no banzo tracionado,


o que no caso se verifica imediatamente, pois há dois cabos retos no vão todo da viga.
Para maiores informações, ver o livro mencionado. Chama-se a atenção para o fato de
ser possível a escolha livre de  (igual a 2, nesse livro), pois a um aumento desse
valor, diminui-se a armadura transversal, mas aumenta-se a longitudinal, bem como a
tensão de compressão no concreto da alma.

Além disso, deve-se dimensionar o estribo do talão inferior, bem como a ligação da
alma com o flange. Ver a propósito o livro mencionado.

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