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Universidade de Brasília

Instituto de Química
Disciplina: Laboratório de Engenharia Química II
Prof. Fábio Moreira da Silva
Período letivo: 01/2022

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO DE COAGULAÇÃO


(CONCENTRAÇÃO)

Andressa Ribeiro de Araújo 17/0137244


Evando Machado Guimarães 17/0141331
Igor Salla Nunes 17/0144895
Sofia Lima Ribeiro 18/0027751
Wellington Paula da Silva Júnior 18/0055411

Brasília, 29 de junho de 2022


1. OBJETIVO

O objetivo deste experimento é utilizar a turbidez como parâmetro para avaliar a


eficiência de coagulação de uma água superficial na presença de três dosagens diferentes
de cada coagulante. Para esta prática, a água utilizada é a água do Lago Paranoá e os
agentes coagulantes são o sulfato de alumínio, Al 2(SO4)3, e o cloreto férrico, FeCl3.

2. METODOLOGIA

A abordagem do experimento foi qualitativa e a prática foi desenvolvida em uma


aula. A água extraída do lago Paranoá continha inúmeras partículas e impurezas, sendo
que essas impurezas deixavam a água mais turva. Com as etapas já predefinidas e a
dosagem de concentração dos agentes coagulantes, é possível encontrar um ponto com
melhor concentração, já que o experimento se baseia em deixar o pH constante e variar a
concentração dos agentes coagulantes.

O método utilizado é muito conhecido nas ETA’s (Estações de tratamento de água) e


é denominado Jar Test ou Teste de Jarros. Os dois agentes coagulantes utilizados foram o
sulfato de alumínio (Al2(SO4)3) e o cloreto férrico (FeCL3) e, a fim de compreender qual terá
melhor ação, baseando-se no tipo de tratamento desejado e no tipo de amostra utilizada,
faz-se um breve resumo dos dois agentes coagulantes a seguir.

Al2(SO4)3 – Sulfato de Alumínio

Sua principal aplicação se dá pelo fato de ser um agente coagulante e floculante.


Promove a adesão das partículas presentes na água e nos efluentes inicialmente pelo
processo de coagulação e, posteriormente, promove a formação de partículas maiores pelo
processo de floculação. Com isso, a decantação é facilitada, o que permite a remoção dos
sólidos suspensos e consequente diminuição da turbidez da água.

O sulfato de alumínio é mais usado com o óxido de cálcio (CaO), muito conhecido
como cal virgem, que tem por finalidade agir como um agente tampão para correção do pH.
Ou seja, um agente alcalino que permite que o meio resista a quedas de pH com a adição
de um ácido. Sua reação em meio aquoso é descrita na Figura 1.
Figura 1. Reação do sulfato de alumínio em meio aquoso.

Suas principais propriedades são: sólido em temperatura ambiente, sal iônico (sofre
dissociação em meio aquoso) e solúvel em água.

FeCL3 – Cloreto Férrico

Atua também como coagulante, como já explicado no sulfato de alumínio. A


floculação com cloreto férrico elimina partículas em suspensão, o que faz com que diminua
a demanda química de oxigênio com a remoção de metais pesados e microrganismos
indesejáveis. Quando dissolvido em água, forma uma solução de pH ácido, assim como a
maioria dos agentes coagulantes.

Etapas do processo

Mistura rápida- Para o processo de coagulação que foi definida em um tempo de 2


min a 200 rpm;

Mistura lenta - Para o processo de floculação, que foi definido pelo tempo de 15 min
a 60 rpm;

Mistura em repouso – Para o processo de sedimentação, que foi definido pelo tempo
de 20 min.

Figura 2. Etapas produzidas no experimento.

Os principais equipamentos utilizados foram: O Phmetro, o turbidímetro e os jarros


seguindo o modelo de Jar Test. É necessário realizar a medida de pH antes de iniciar o
experimento para verificar se a amostra se encontra dentro da faixa de pH ótimo para
atuação dos agentes coagulantes. Também é essencial realizar a medida da turbidez antes
e após a filtração da amostra. Além disso, é válido ressaltar que os agentes coagulantes
utilizados já estavam em solução, fazendo com que fosse necessário apenas calcular o
volume a ser utilizado em cada jarro de 2 litros.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1. Valores de pH e turbidez para a água bruta e para as soluções contendo


os coagulantes.

Figura 3. Gráfico de pH versus concentração de sulfato de alumínio e de cloreto


férrico.
Figura 4. Gráfico da turbidez da água versus concentração do sulfato de alumínio e
do cloreto férrico antes e após filtração.

As etapas de coagulação e floculação representam a parte mais delicada do


tratamento de água para abastecimento. Sua principal finalidade é transformar as
impurezas em colóides, em suspensão ou em solução em partículas maiores,
chamadas de flocos, para que sejam removidas por sedimentação e/ou filtração ou,
em alguns casos, por flotação.
O processo de coagulação resulta de dois fenômenos e, em geral, é
realizado com sais de alumínio e ferro. O primeiro deles se caracteriza como um
fenômeno químico e é chamado de desestabilização, em que ocorre a troca de
cargas elétricas entre as partículas coloidais (carga iônica negativa) e os
coagulantes hidrolisados (carga iônica positiva). O segundo, fenômeno
essencialmente físico, é chamado de arraste e consiste no transporte das partículas
coloidais a partir das malhas formadas no processo de desestabilização.
Já o processo de floculação corresponde à etapa em que ocorre o contato e
agregação de partículas previamente coaguladas, a fim de formar flocos (ou
flóculos) com tamanho e massa específica suficientes para sua remoção por
sedimentação, flotação ou filtração rápida. O seu desempenho depende da
eficiência da floculação, a qual é influenciada pelos seguintes fatores: tipo de
coagulante, pH de coagulação, temperatura da água, concentração e idade da
solução de coagulante, tempo e gradiente de velocidade da mistura rápida, tipo e
geometria do equipamento de floculação e qualidade da água bruta.
A definição do tipo de coagulante a ser utilizado se baseia na sua eficiência e
no custo global envolvido. Nesse caso, dentre os coagulantes utilizados, o sulfato de
alumínio apresenta eficiência na faixa de pH de 5,5 a 7,7 e o cloreto férrico na faixa
de pH de 4,0 a 9,0 (DAVIS, 2017).
Analisando-se a Figura 3, ambos os coagulantes reduziram suavemente o
valor de pH da água bruta, mantendo-se dentro de suas faixas de eficiência. Essa
pequena redução pode representar a boa alcalinidade da amostra de água utilizada,
uma vez que esse parâmetro mede a capacidade de um sistema aquoso em
neutralizar ácidos fortes em solução.
Além disso, a partir dos resultados apresentados acima, é possível inferir
que, para ambos os casos, a eficiência do processo, baseando-se na diminuição da
turbidez após a filtração, é maior quanto maior é a concentração do coagulante no
meio. Comparando-se os dois coagulantes, o sulfato de alumínio apresentou maior
eficiência, tanto levando-se em conta o menor valor de turbidez final para a
concentração de 17 mg/L, quanto pela diminuição mais significativa da turbidez com
o aumento da concentração, observada pela reta mais inclinada (Figura 4).
Pela análise da Tabela 1, fica claro que os valores de turbidez antes da
filtração foram maiores com a utilização do sulfato de alumínio, o que pode ser
explicado pela formação de mais flocos, comprovando maior eficiência dos
processos de coagulação e floculação nesse caso. Concomitante a isso, um tempo
maior de decantação e descanso provocaria a formação de mais flocos no meio,
diminuindo ainda mais a turbidez.

4. CONCLUSÃO

A partir do experimento de Jar Test, foi possível fazer a avaliação do efeito da


dosagem dos coagulantes na turbidez da água proveniente do Lago Paranoá.
Tanto o sulfato de alumínio quanto o cloreto férrico promoveram a redução da
turbidez com o aumento na concentração do coagulante na água e, a partir da
concentração de 15 mgL-1, o valor da turbidez da água tratada foi menor que a
turbidez da água bruta.
Apesar de ambos os coagulante diminuírem a turbidez, os comportamentos
foram distintos ao se aumentar a concentração dos coagulantes, onde o sulfato de
alumínio causou uma menor alteração no pH da água e gerou uma maior variação
na turbidez e o cloreto férrico causou uma maior alteração no pH e menor variação
na turbidez.
Portanto, com base no experimento realizado e com o que foi discutido, o
sulfato de alumínio, na concentração de 17 mg/L, seria o melhor coagulante para o
tratamento da água coletada, visto que foram formados flocos maiores, o que
permitiu uma maior eficiência na filtração, e não alterou o pH da água de forma
significativa.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ETAPAS DO TRATAMENTO DE ÁGUA. HT GROUP. Disponível em:


<https://www.ht-group.pt/pt/blogpages/etapas-do-tratamento-de-agua/>. Acesso em:
26 de julho de 2022.

CLORETO FÉRRICO. Química Credie. Disponível em :


<https://www.quimicacredie.com.br/produto/cloreto-ferrico/>. Acesso em: 26 de julho
de 2022.

DAVIS, M. Tratamento de Águas para Abastecimento e Residuárias: Princípios


e Práticas. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

SULFATO DE ALUMÍNIO. PoolPiscina, 2017. Disponível em:


<https://www.poolpiscina.com/sulfato-de-aluminio/>. Acesso em: 26 de julho de
2022.

LOPES DIAS, Diogo. Sulfato de alumínio . Brasil escola. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/quimica/sulfato-aluminio.htm>. Acesso em: 26 de
julho de 2022.

SULFATO DE ALUMÍNIO AJUDA A MANTER NOSSA SAÚDE, E A PROTEGER O


MEIO AMBIENTE. Usiquímica, 2021. Disponível
em:<https://usiquimica.com.br/blog/sulfato-de-aluminio-ajuda-a-manter-nossa-saude-
e-a-proteger-o-meio-ambiente/#:~:text=No%20Brasil%2C%20%C3%A9%20o%20Sul
fato,corrigir%20o%20pH%20da%20%C3%A1gua.>. Acesso em: 26 de julho de
2022.

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