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Análise comparativa de custos entre estrutura de concreto


armado e alvenaria estrutural para uma edificação de
pequeno porte
Jordan Pasinato Visentin – jordanvisentin@hotmail.com
MBA em Projeto, Desempenho e Construção de Estruturas e Fundações
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Caxias do Sul, RS, 16 de junho de 2022

Resumo
Diante dos constantes reajustes no preço dos materiais de construção e também da
representatividade de custo da estrutura no orçamento global de uma obra, existe
uma constante procura por parte dos projetistas, construtores, e até mesmo de
pessoas com o intuito de construir a sua residência, que por meio de concepções
adequadas e eficientes, permitam a redução de prazos e custos, tornando a obra
mais rentável. Neste segmento, a tomada de decisão entre uma concepção
estrutural em concreto armado ou em alvenaria estrutural, torna-se uma das
principais dúvidas em situação que ambas as soluções estruturais possuam
viabilidade técnica para a obra em questão. O presente trabalho consiste em
apresentar um estudo comparativo entre os dois sistemas construtivos largamente
utilizados na atualidade, alvenaria estrutural de blocos cerâmicos com lajes pré-
fabricadas e concreto armado composto por pilares, vigas, lajes pré-fabricadas e
alvenaria de vedação, levando em consideração a mesma edificação para posterior
levantamento dos custos executivos. A análise foi realizada através da elaboração e
dimensionamento de uma edificação térrea de pequeno porte, por meio de cálculos
manuais e também com o auxílio de um software computacional. Os resultados
indicam que para o caso em estudo a alvenaria estrutural se mostrou mais
adequada sob aspetos econômicos, proporcionando uma redução de
aproximadamente 27,22% no custo de execução, quando comparado com o sistema
em concreto armado convencional.

Palavras-chave: Sistema Construtivo. Concreto Armado. Alvenaria Estrutural.

1. Introdução
Os insumos para o mercado da construção civil vêm sofrendo reajustes
expressivos a cada dia, tornando o segmento mais competitivo, diversificado e
exigente. Frente as condições atuais, pequenas e grandes empresas deste ramo
buscam por novas técnicas de construção, onde estas permitam maior
produtividade, qualidade e redução no consumo de materiais. Atrelado a esta
exigência do mercado, faz-se fundamental o papel do engenheiro calculista no
auxílio quanto a escolha do sistema construtivo mais adequado e eficaz para as
edificações.
O estudo de caso em questão parte da hipótese de que a utilização de
alvenaria estrutural como sistema construtivo, quando comparado com o sistema
convencional em concreto armado, trará reduções significativas no custo executivo
da estrutura, e que por consequência, diminuição no consumo dos principais
insumos da estrutura, mais especificamente: fôrmas, concreto e aço. Diante disso,
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este estudo se torna de suma relevância, tendo em vista avaliar o quanto


significativa é esta provável redução no custo da obra, proporcionado pela escolha
adequada do sistema construtivo, tendo como objeto de estudo, uma edificação
térrea de pequeno porte.

2. Estruturas Usuais
Carvalho e Figueiredo Filho (2014:23) conceituam um sistema estrutural como
sendo, o conjunto de elementos estruturais que compõe a estrutura de uma
edificação. Rebello (2000:22) complementa que, a inter-relação dos elementos
estruturais desempenham a função de direcionar as forças que atuam na edificação
para seu destino final, o solo.
Atualmente no Brasil, as soluções estruturais mais empregadas para a
construção de edificações, principalmente habitacionais de pequeno e médio porte,
são a alvenaria estrutural e o concreto armado convencional. De acordo com
Rebello (2000:25), a melhor solução estrutural a ser adotada é aquela que atende da
melhor maneira possível os requisitos impostos. O autor ainda defende que, não há
como resolver os requisitos no mesmo grau de eficiência, portanto, para orientar a
escolha do sistema construtivo, deve-se atribuir uma ordem de hierarquia quanto a
importância dos quesitos a serem atendidos pelo projeto. Giongo (2006:1) considera
que, os principais quesitos a serem avaliados são relacionados a fatores técnicos e
essencialmente econômicos.
Diante das avaliações necessárias e quesitos a serem considerados como
relevantes na escolha do sistema construtivo, o mercado exige cada vez mais do
engenheiro calculista o conhecimento técnico e executivo quanto as soluções
estruturais disponíveis para a região em que a obra será construída.

2.1 Concreto Armado Convencional


A Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 6118 (2014) define os
elementos de concreto armado como sendo “aqueles cujo comportamento estrutural
depende da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam
alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência”.
Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2014:21), o concreto armado é obtido a
partir da associação entre o concreto simples e armadura passiva, de tal modo que a
solidarizarão destes materiais resistam aos esforços solicitantes. Os autores
explicam que, o concreto sozinho não é adequado como elemento resistente, pois
apesar de apresentar uma boa resistência à compressão, sua resistência a esforços
de tração é relativamente baixa, cerca de 1/10 da sua resistência à compressão. E
como esse tipo de solicitação está presente em quase todas as estruturas de
construções usuais, é fundamental a associação entre o concreto a um material que
tenha uma boa resistência à tração, sendo mais comum o aço. Estes dois materiais
quando associados, se comportam como um material estrutural, o que é possível
devido as forças de aderência entre a superfície do aço e concreto, pois as barras
de aço tracionadas só funcionam quando, pela deformação do concreto que as
envolve, começam a ser alongadas, o que caracteriza as armaduras passivas.
De acordo com Rebello (2000:77), a concreto armado é um material que
necessita de uma fôrma para que possa endurecer e alcançar as condições
adequadas para absorver os esforços solicitantes aos quais foi projetado. O autor
complementa que, com o concreto armado pode-se obter diversos formatos de
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seções, desde geometrias simples até mais complexas, apenas limitado pela menor
ou maior dificuldade de execução da fôrma correspondente.

2.1.1 Vantagens do Concreto Armado Convencional


As vantagens do concreto armado quando comparado com outros sistemas
construtivos, dependem diretamente das circunstâncias próprias em que se
desenvolvem as obras (FUSCO, 2008:12). De modo geral, o autor cita como sendo
as principais características as seguintes: economia de construção, por se tratar do
emprego de materiais simples como pedra e areia, que são obtidos de fontes locais
e muitas vezes próximo da obra; resistência a agressões químicas do ambiente,
devido a grande durabilidade natural do concreto, que possui propriedades físico-
químicas semelhantes às rochas naturais; resistência a agressões físicas do
ambiente, possui resistência a choques, vibrações, além da sua resistência ao fogo
que é bastante conhecida; e adaptabilidade a qualquer forma de construção, como
também citado anteriormente por Rebello (2000). Além destas, Carvalho e
Figueiredo Filho (2014:21) citam como vantagens do concreto armado, a boa
resistência à maioria das solicitações, tem boa trabalhabilidade e por isso se adapta
a várias formas, permitindo assim, maior liberdade ao projetista estrutural, possibilita
também a pré-moldagem, proporcionando maior facilidade e rapidez durante a
execução, e por fim, suas técnicas de execução são razoavelmente dominadas em
todo o país, não exigindo mão-de-obra especializada.

2.1.2 Desvantagens do Concreto Armado Convencional


Segundo Rebello (2000:81), devido ao período de cura necessário para o
concreto adquirir suas propriedades finais, há uma interferência direta na velocidade
da obra. A sua cura pode ser acelerada com o emprego de aditivos, por outro lado,
se aplicado em dosagens erradas pode comprometer a resistência do concreto,
causar danos à armação, entre outras patologias construtivas. Carvalho e Figueiredo
Filho (2014:22) complementam como desvantagens do concreto armado, o elevado
peso próprio, que limita seu emprego em determinadas situações, dificuldade na
aplicação do sistema em situações de reforma e adaptações, e a necessidade do
emprego de fôrmas e também de sistemas de escoamento, quando não se faz o uso
da pré-moldagem.

2.2 Alvenaria Estrutural


Rabelo (2004:3) define a alvenaria estrutural como sendo um sistema
construtivo com comportamento estrutural monolítico, composto por blocos ou tijolos
(unidades), executados em obra e interligados por argamassa.
De acordo com Ramalho e Corrêa (2003:1), estruturalmente falando, o
conceito principal ligado à utilização da alvenaria estrutural como processo
construtivo é a transmissão dos esforços por meio de tensões de compressão. Os
autores ainda explicam que a alvenaria estrutural tem como principais componentes
os blocos ou unidades, argamassa, graute e armadura.
Segundo Tauil e Nese (2010:20), a alvenaria estrutural pode ser classificada
conforme os tipos de esforços existentes na estrutura, sendo: alvenaria não armada,
armada e protendida. Na alvenaria não armada, utiliza-se reforços de aço apenas
por razões construtivas, como em vergas de portas, contravergas de janelas, e
outros reforços construtivos para aberturas e amarrações entre paredes. Para a
alvenaria armada, devido as exigências estruturais, é utilizado o emprego de
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armadura passiva e graute como reforço em algumas regiões das paredes, além do
preenchimento de todas as juntas verticais. Já na alvenaria protendida, as paredes
são reforçadas por uma armadura ativa, que submete a alvenaria a esforços de
compressão.

2.2.1 Vantagens da Alvenaria Estrutural


Em razão do aumento gradual da concorrência e níveis de exigência,
construtoras buscam por melhorias na produção, empregando técnicas que
busquem a racionalização do processo. Segundo Mohamad (2015:23), a alvenaria
estrutural está sendo largamente utilizada como sistema construtivo pois é capaz de
atender aos critérios globais de desempenho e custo. O autor explica que a
alvenaria estrutural possui muitas vantagens, sendo a economia uma das principais,
devido a otimização das tarefas na obra, através de técnicas executivas
simplificadas e facilidade de controle nas etapas de produção e eliminação de
interferências.
Ramalho e Corrêa (2003:10) apresentam como vantagens do sistema
construtivo em alvenaria estrutural com relação às estruturas convencionais de
concreto armado, a economia de fôrmas, redução significativa nos revestimentos
devido a utilização de blocos com qualidade superior e controle maior de execução,
redução nos desperdícios de material e mão-de-obra pelo fato de não haver
necessidade de realizar rasgos e aberturas para passagem de instalações, redução
do número de profissionais com especialidade como por exemplo armadores e
carpinteiros, e flexibilidade no ritmo de execução da obra. Os autores ainda
concluem que pelas vantagens apresentadas pode-se observar, em termos gerais,
que a utilização da alvenaria estrutural possibilita uma maior racionalidade do
sistema construtivo, reduzindo-se os insumos e desperdícios que são verificados
frequentemente em obras de concreto armado convencional.

2.2.2 Desvantagens da Alvenaria Estrutural


Apesar das inúmeras vantagens da alvenaria estrutural quando comparada
com o sistema construtivo em concreto armado convencional, Ramalho e Corrêa
(2003:11) também citam algumas desvantagens do sistema, como: dificuldade de se
adaptar arquitetura para um novo uso, interferência entre projetos de arquitetura,
estrutura e instalações, e necessidade de uma mão-de-obra qualificada para
execução. Além destas desvantagens, Bellei (2013:32) complementa que, a
alvenaria estrutural apresenta limitações quanto aos vãos livres de projeto, os
mesmos devem ser controlados para que não sejam geradas cargas elevadas nas
paredes e, consequentemente, haja a necessidade de utilizar blocos com
resistências maiores. O autor ainda explica que, para edifícios com esbeltez muito
elevada o sistema construtivo em alvenaria estrutural pode apresentar-se
antieconômico, por motivo de requerer muitas armaduras para absorver os esforços
de flexão.

3. Metodologia
O trabalho desenvolvido avaliou sob aspecto econômico dois sistemas
construtivos largamente utilizados na construção civil, a alvenaria estrutural e o
concreto armado convencional, para uma mesma edificação, de pequeno porte.
Para o primeiro sistema construtivo, considerou-se a alvenaria estrutural de blocos
cerâmicos e o emprego de lajes pré-fabricadas com vigotas protendidas e tavelas de
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cerâmica. Já para o sistema em concreto armado convencional, tem-se a estrutura


composta por pilares, vigas, lajes pré-fabricadas com vigotas protendidas e tavelas
de cerâmica, e alvenaria de vedação com blocos cerâmicos. Para ambos os
sistemas foi utilizado a mesma tipologia de laje. De modo que os sistemas
construtivos pudessem ser comparados economicamente, utilizou-se um projeto
arquitetônico que ambos os sistemas fossem tecnicamente viáveis. A etapa de
projeto estrutural iniciou pela definição dos parâmetros de cálculo a serem
considerados e pela definição das cargas que irão estar atuando na edificação. Na
sequência foram feitas as modelagens dos projetos com o auxílio de um software
computacional, sendo que, para o sistema em alvenaria estrutural, utilizou-se o
software apenas para modelagem das vigas de baldrame e fundações, o restante da
estrutura foi calculada manualmente com o emprego de planilhas eletrônicas.
Neste sentido, para se obter os custos executivos dos sistemas construtivos,
elaborou-se os orçamentos através do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI), no entanto, para os serviços e insumos que
não foram encontrados no banco de dados, utilizou-se valores de cotações de
mercado e composições próprias, afim de compará-los e definir a melhor opção para
o caso em estudo.

3.1 Projeto Arquitetônico


Para realização do comparativo de custos entre os sistemas construtivos, foi
verificada a necessidade de um projeto arquitetônico, de pequeno porte. O projeto a
ser apresentado foi disponibilizado pela Reali Construções e Incorporações Ltda, e
será implantado na cidade de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Trata-se de uma
edificação térrea, geminada, de uso residencial, com aproximadamente 122,14 m²
de área a ser construída, conforme Figura 1, na qual se pode observar a maquete
eletrônica 3D do imóvel. O projeto arquitetônico da edificação é apresentado no
Anexo A.

Figura 1 – Maquete eletrônica 3D do imóvel


Fonte: Reali Construções e Incorporações Ltda (2020)
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3.2 Projeto Estrutural


As estruturas em concreto armado foram dimensionadas com o auxílio do
software computacional Eberick 2022, desenvolvido pela empresa AltoQi. O software
computacional utilizado está em conformidade com a ABNT NBR 6118 (2014). Para
o dimensionamento das paredes em alvenaria estrutural, as mesmas foram
calculadas manualmente, de acordo com a ABNT NBR 16868-1 (2020) que
estabelece os requisitos para o projeto de estruturas de alvenaria. Inicialmente foram
definidos os parâmetros a serem adotados e as cargas presentes no projeto em
estudo, para que posteriormente essas estruturas pudessem ser dimensionadas,
analisadas e orçadas.

3.2.1 Parâmetros de cálculo


Para as fundações, adotou-se sapatas isoladas e também foi considerada a
existência de reservatório superior elevado. As lajes pré-fabricadas com vigotas
protendidas e tavelas de cerâmica foram escolhidas conforme catálogo de
dimensionamento fornecido por fabricantes da região. Os parâmetros de cálculo são
apresentados no Quadro 1. Todos os demais critérios estiveram de acordo com as
normas brasileiras pertinentes.

Resistência característica do concreto a compressão Fck 25 e 30 MPa


Classificação do concreto para fins estruturais Grupo C25 e C30
Agressividade ambiental Classe Tipo II - moderada
Risco de deterioração da estrutural Ambiente urbano Pequeno risco
Velocidade básica do vento Vo 45 m/s
Aço para diâmetro de 5 mm Categoria CA60
Aço para demais diâmetros Categoria CA50
Quadro 1 – Parâmetros de cálculo
Fonte: Autor (2022)

3.2.2 Cargas atuantes na estrutura


Para a elaboração dos projetos estruturais, fez-se necessário a definição das
cargas presentes na edificação. Todas as cargas foram definidas a partir da ABNT
NBR 6120 (2019), norma essa que estabelece as ações mínimas a serem
consideradas em projetos estruturais de edificações. O valor do peso das alvenarias,
tanto de vedação quanto estrutural, foi retirado da Tabela 2 da norma supracitada,
considerando a espessura do bloco cerâmico de 14cm, e a de revestimento, por
face, de 2cm, totalizando uma espessura de 18cm. Para as paredes entre moradias
(geminada), foi considerado a espessura do bloco cerâmico de 19 cm, com
revestimento de 2 cm por face, totalizando uma espessura de 23 cm. Ambos os
pesos são apresentados na Tabela 1 abaixo.
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Sistema construtivo Descrição Peso (kN/m²)


Bloco cerâmico vazado com paredes vazadas (Furo
vertical - ABNT NBR 15270-1), com espessura de 14 cm
2,5
e revestimento por face de 2 cm, totalizando a
Alvenaria estrutural
espessura de 18 cm
(parede com função
Bloco cerâmico vazado com paredes vazadas (Furo
estrutural e vedação)
vertical - ABNT NBR 15270-1), com espessura de 19 cm
3,1
e revestimento por face de 2 cm, totalizando a
espessura de 23 cm
Bloco cerâmico vazado (Furo horizontal - ABNT NBR
15270-1), com espessura de 14 cm e revestimento por 1,9
Concreto armado (parede face de 2 cm, totalizando a espessura de 18 cm
com função de vedação) Bloco cerâmico vazado (Furo horizontal - ABNT NBR
15270-1), com espessura de 19 cm e revestimento por 2,3
face de 2 cm, totalizando a espessura de 23 cm
Tabela 1 – Cargas das alvenarias
Fonte: Autor (2022)

As demais cargas atuantes na edificação são apresentadas nas Tabelas 2 e 3


a seguir.

Local Carga (kN/m²)


Cobertura Com acesso apenas para manutenção ou inspeção 1,0

Área técnica Barrilete 1,5

Tabela 2 – Demais cargas atuantes na edificação


Fonte: adaptado da ABNT NBR 6120 (2019)

Descrição Carga
Reservatório (500L) 5,0 kN
Impermeabilização 0,4 kN/m²
Telhado 0,9 kN/m²
Forro de gesso em placas 0,15 kN/m²
Tabela 3 – Demais cargas atuantes na edificação
Fonte: Autor (2022)

3.3 Modelagem da estrutura


A modelagem do projeto estrutural em concreto armado foi realizada por
meio do software Eberick 2022, da empresa AltoQi. O posicionamento dos pilares foi
definido a partir da análise arquitetónica e um adequado pré-dimensionamento. Para
análise da estrutura utilizou-se como método de processamento o modelo de grelha
mais pórtico espacial, neste modelo de calculo é levado em conta toda a estrutura,
calculada espacialmente, considerando efeitos horizontais e efetuando as
verificações de estabilidade global. Também foi utilizado o processo P-delta, que
calcula os efeitos de 2ª ordem da não linearidade geométrica da edificação. Anterior
ao lançamento da estrutura os parâmetros de cálculo já definidos no item 3.2.1
foram inseridos no software. Posteriormente, na fase de lançamento dos elementos,
as cargas atuantes na edificação foram sendo adicionadas, cargas essas já
apresentadas no item 3.2.2 deste trabalho. O modelo 3D da estrutura gerado pelo
software é apresentado na Figura 2.
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Figura 2 – Modelo 3D da estrutura em concreto armado


Fonte: Autor (2022)

Para o projeto em alvenaria estrutural, não foi possível obter o modelo 3D


completo da estrutura pois as paredes foram calculadas manualmente, no entanto,
utilizou-se o mesmo software computacional para dimensionamento das fundações e
vigas de baldrame, estruturas essas em concreto armado e que recebem as cargas
atuantes na edificação por meio das paredes autoportantes. O modelo 3D da
estrutura gerado pelo software é apresentado na Figura 3.

Figura 3 – Modelo 3D das fundações e vigas baldrame do sistema em alvenaria estrutural


Fonte: Autor (2022)
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4. Análise e discussão dos resultados.


Consecutivo à etapa de dimensionamento das estruturas, foram levantados os
quantitativos de materiais e elaborado os orçamentos para execução de ambos os
sistemas construtivos. Para os dois casos, a laje não está sendo considerada nos
orçamentos, pois ambas são iguais, de tipologia pré-fabricada, envolvendo a mesma
quantidade de materiais. Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos.

4.1 Concreto armado convencional


Na Tabela 4 a seguir são apresentados os custos de execução para o sistema
construtivo em concreto armado convencional. Para os serviços e insumos não
encontrados na planilha do SINAPI/RS, foram elaboradas composições próprias de
custos e também pesquisas de mercado.

Valor
Código Descrição do insumo/serviço Quant. Unid. Unitário Total
(BDI 20%)
Fundações
Lastro de concreto magro, aplicado em blocos de
96619 12,46 m² R$ 33,60 R$ 418,66
coroamento ou sapatas, espessura de 5 cm

Fabricação, montagem e desmontagem de fôrma para


96535 21,20 m² R$ 144,12 R$ 3.055,34
sapata, em madeira serrada, e=25 mm, 4 utilizações

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96545 152,30 kg R$ 20,40 R$ 3.106,92
aço CA-50 de 8 mm - montagem

Comp. Concretagem de sapatas, fck 25 mpa, com uso de


3,80 m³ R$ 706,73 R$ 2.685,59
Própria bomba lançamento, adensamento e acabamento
Pilares de fundação
Montagem e desmontagem de fôrma de pilares
92413 retangulares e estruturas similares, pé-direito simples, 30,42 m² R$ 112,16 R$ 3.412,03
em madeira serrada, 4 utilizações
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92775 de concreto armado em uma edificação térrea ou 35,40 kg R$ 23,03 R$ 815,19
sobrado utilizando aço ca-60 de 5,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92778 de concreto armado em uma edificação térrea ou 144,30 kg R$ 18,18 R$ 2.623,37
sobrado utilizando aço ca-50 de 10,0 mm - montagem
Concretagem de pilares, fck = 25 mpa, com uso de
103672 1,21 m³ R$ 691,43 R$ 836,63
bomba - lançamento, adensamento e acabamento
Vigas do nível baldrame
Fabricação, montagem e desmontagem de fôrma para
96533 viga baldrame, em madeira serrada, e=25 mm, 2 78,77 m² R$ 101,22 R$ 7.973,10
utilizações
Armação de bloco, viga baldrame e sapata utilizando aço
96543 90,20 kg R$ 22,96 R$ 2.070,63
CA-60 de 5 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96545 98,70 kg R$ 20,40 R$ 2.013,48
aço CA-50 de 8 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96546 89,70 kg R$ 18,29 R$ 1.640,43
aço CA-50 de 10 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96547 97,30 kg R$ 15,48 R$ 1.506,20
aço CA-50 de 12,5 mm - montagem
10

Valor
Código Descrição do insumo/serviço Quant. Unid. Unitário Total
(BDI 20%)
Comp. Concretagem de vigas baldrames, fck 25 mpa, com uso
4,40 m³ R$ 698,68 R$ 3.074,20
Própria de bomba lançamento, adensamento e acabamento
Pilares do térreo
Montagem e desmontagem de fôrma de pilares
92413 retangulares e estruturas similares, pé-direito simples, 45,75 m² R$ 112,16 R$ 5.131,50
em madeira serrada, 4 utilizações
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92775 de concreto armado em uma edificação térrea ou 61,30 kg R$ 23,03 R$ 1.411,62
sobrado utilizando aço CA-60 de 5,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92778 de concreto armado em uma edificação térrea ou 169,20 kg R$ 18,18 R$ 3.076,06
sobrado utilizando aço CA-50 de 10,0 mm - montagem
Concretagem de pilares, fck = 25 mpa, com uso de
103672 2,22 m³ R$ 691,43 R$ 1.534,97
bomba - lançamento, adensamento e acabamento
Vigas do nível cobertura
Montagem e desmontagem de fôrma de viga,
92448 escoramento com pontalete demadeira, pé-direito 88,16 m² R$ 144,48 R$ 12.737,36
simples, em madeira serrada, 4 utilizações
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92775 de concreto armado em uma edificação térrea ou 97,40 kg R$ 23,03 R$ 2.242,93
sobrado utilizando aço CA-60 de 5,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92776 de concreto armado em uma edificação térrea ou 0,80 kg R$ 21,73 R$ 17,39
sobrado utilizando aço CA-50 de 6,3 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92777 de concreto armado em uma edificação térrea ou 94,80 kg R$ 20,36 R$ 1.930,51
sobrado utilizando aço CA-50 de 8 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92778 de concreto armado em uma edificação térrea ou 67,60 kg R$ 18,18 R$ 1.228,97
sobrado utilizando aço CA-50 de 10 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92779 de concreto armado em uma edificação térrea ou 116,50 kg R$ 15,30 R$ 1.782,45
sobrado utilizando aço CA-50 de 12,5 mm - montagem
Concretagem de vigas e lajes, fck=25 mpa, para lajes
103675 maciças ou nervuradas com uso de bomba - lançamento, 5,14 m³ R$ 691,52 R$ 3.554,43
adensamento e acabamento
Pilares do nível cobertura reservatório
Montagem e desmontagem de fôrma de pilares
92413 retangulares e estruturas similares, pé-direito simples, 14,46 m² R$ 112,16 R$ 1.621,89
em madeira serrada, 4 utilizações
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92775 de concreto armado em uma edificação térrea ou 18,30 kg R$ 23,03 R$ 421,41
sobrado utilizando aço CA-60 de 5,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92778 de concreto armado em uma edificação térrea ou 48,40 kg R$ 18,18 R$ 879,91
sobrado utilizando aço CA-50 de 10,0 mm - montagem
Concretagem de pilares, fck = 25 mpa, com uso de
103672 0,68 m³ R$ 691,43 R$ 470,17
bomba - lançamento, adensamento e acabamento
Vigas do nível cobertura reservatório
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Valor
Código Descrição do insumo/serviço Quant. Unid. Unitário Total
(BDI 20%)
Montagem e desmontagem de fôrma de viga,
92448 escoramento com pontalete demadeira, pé-direito 28,90 m² R$ 144,48 R$ 4.175,47
simples, em madeira serrada, 4 utilizações
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92775 de concreto armado em uma edificação térrea ou 46,20 kg R$ 23,03 R$ 1.063,89
sobrado utilizando aço CA-60 de 5,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92777 de concreto armado em uma edificação térrea ou 79,30 kg R$ 20,36 R$ 1.614,87
sobrado utilizando aço CA-50 de 8 mm - montagem
Concretagem de vigas e lajes, fck=25 mpa, para lajes
103675 maciças ou nervuradas com uso de bomba - lançamento, 1,43 m³ R$ 691,52 R$ 988,88
adensamento e acabamento
Paredes de vedação
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados na
103324 vertical de 14x19x39 cm (espessura 14 cm) e argamassa 187,21 m² R$ 89,16 R$ 16.691,77
de assentamento com preparo em betoneira
Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos furados na
103326 vertical de 19x19x39 cm (espessura 19 cm) e argamassa 29,60 m² R$ 108,46 R$ 3.210,61
de assentamento com preparo em betoneira

TOTAL R$ 101.018,84
Tabela 4 – Orçamento do sistema construtivo em concreto armado convencional
Fonte: Autor (2022)

4.2 Alvenaria estrutural


Na Tabela 5 a seguir são apresentados os custos de execução para o sistema
construtivo em alvenaria estrutural, considerou-se também no orçamento deste
método construtivo os custos de fundação e vigas de baldrame em concreto armado.
Para os serviços e insumos não encontrados na planilha do SINAPI/RS, foram
elaboradas composições próprias de custos e também pesquisas de mercado.

Valor
Código Descrição do insumo/serviço Quant. Unid. Unitário Total
(BDI 20%)
Fundações
Lastro de concreto magro, aplicado em blocos de
96619 12,64 m² R$ 33,60 R$ 424,70
coroamento ou sapatas, espessura de 5 cm

Fabricação, montagem e desmontagem de fôrma para


96535 21,90 m² R$ 144,12 R$ 3.156,23
sapata, em madeira serrada, e=25 mm, 4 utilizações

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96544 86,30 kg R$ 21,72 R$ 1.874,44
aço CA-50 de 6,3 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96545 77,20 kg R$ 20,40 R$ 1.574,88
aço CA-50 de 8 mm - montagem

Comp. Concretagem de sapatas, fck 25 mpa, com uso de


4,03 m³ R$ 706,73 R$ 2.848,14
Própria bomba lançamento, adensamento e acabamento
Pilares de fundação
Montagem e desmontagem de fôrma de pilares
92413 retangulares e estruturas similares, pé-direito simples, 29,82 m² R$ 112,16 R$ 3.344,73
em madeira serrada, 4 utilizações
12

Valor
Código Descrição do insumo/serviço Quant. Unid. Unitário Total
(BDI 20%)
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92775 de concreto armado em uma edificação térrea ou 33,40 kg R$ 23,03 R$ 769,14
sobrado utilizando aço ca-60 de 5,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92778 de concreto armado em uma edificação térrea ou 86,70 kg R$ 18,18 R$ 1.576,21
sobrado utilizando aço ca-50 de 10,0 mm - montagem
Armação de pilar ou viga de uma estrutura convencional
92779 de concreto armado em uma edificação térrea ou 30,20 kg R$ 15,30 R$ 462,06
sobrado utilizando aço ca-50 de 12,5 mm - montagem
Comp. Concretagem de pilares, fck = 30 mpa, com uso de
1,53 m³ R$ 711,39 R$ 1.088,42
Própria bomba - lançamento, adensamento e acabamento
Vigas do nível baldrame
Fabricação, montagem e desmontagem de fôrma para
96533 viga baldrame, em madeira serrada, e=25 mm, 2 99,79 m² R$ 101,22 R$ 10.100,74
utilizações
Armação de bloco, viga baldrame e sapata utilizando
96543 79,30 kg R$ 22,96 R$ 1.820,41
aço CA-60 de 5 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96544 0,70 kg R$ 21,72 R$ 15,20
aço CA-50 de 6,3 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96545 39,50 kg R$ 20,40 R$ 805,80
aço CA-50 de 8 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96546 31,40 kg R$ 18,29 R$ 574,24
aço CA-50 de 10 mm - montagem

Armação de bloco, viga baldrame ou sapata utilizando


96547 307,70 kg R$ 15,48 R$ 4.763,20
aço CA-50 de 12,5 mm - montagem

Comp. Concretagem de vigas baldrames, fck 30 mpa, com uso


6,61 m³ R$ 719,49 R$ 4.755,84
Própria de bomba lançamento, adensamento e acabamento
Paredes autoportantes
Alvenaria estrutural de blocos cerâmicos 14x19x29,
(espessura de 14 cm), para paredes com área líquida
89296 219,31 m² R$ 97,57 R$ 21.398,67
maior ou igual a 6m², com vãos, utilizando palheta e
argamassa de assentamento com preparo em betoneira
Alvenaria estrutural de blocos cerâmicos 19x19x29,
Comp. (espessura de 19 cm), para paredes com área líquida
33,96 m² R$ 107,26 R$ 3.642,32
Própria maior ou igual a 6m², com vãos, utilizando palheta e
argamassa de assentamento com preparo em betoneira

Comp. Armação vertical de alvenaria estrutural; diâmetro de 8,0


337,49 kg R$ 15,94 R$ 5.378,24
Própria mm

89993 Grauteamento vertical em alvenaria estrutural 5,90 m³ R$ 1.084,32 R$ 3.144,53

TOTAL R$ 73.518,14
Tabela 5 – Orçamento do sistema construtivo em alvenaria estrutural
Fonte: Autor (2022)

4.3 Comparativo de custos entro os sistemas construtivos avaliados


De acordo com os orçamentos realizados para a execução dos dois sistemas
construtivos avaliados, verificou-se que a alvenaria estrutural apresentou maior
economia. O custo de execução considerando a alvenaria estrutural como sistema
construtivo, é de aproximadamente 27,22% menor quando comparado com o
13

sistema em concreto armado convencional, em valores, totalizando uma economia


de R$ 27.500,70. Na Tabelas 6, é possível observar a diferença de custo de
execução para os sistemas construtivos analisados.

Concreto armado convencional R$ 101.018,84


Alvenaria estrutural R$ 73.518,14
Tabela 6 – Resultado dos custos estimados para os dois sistemas construtivos
Fonte: Autor (2022)

A seguir serão analisados o consumo dos principais insumos utilizados nas


duas técnicas construtivas. A Tabela 7 apresenta os resultados obtidos para cada
insumo e a diferença de custo encontrada.

Comparativo de custos entre os principais insumos dos sistemas construtivos


Item Concreto armado Alvenaria estrutural Diferença de custo
Blocos cerâmicos e argamassa
R$ 19.902,39 R$ 25.040,98 R$ 5.138,59
de assentamento
Fôrmas R$ 38.106,70 R$ 16.601,70 R$ 21.505,00
Aço R$ 29.446,23 R$ 19.613,81 R$ 9.832,42
Concreto/ Graute R$ 13.563,52 R$ 12.261,64 R$ 1.301,88
TOTAL R$ 101.018,84 R$ 73.518,14 R$ 27.500,70
Tabela 6 – Comparativo de custo para os principais insumos dos sistemas construtivos
Fonte: Autor (2022)

Para a alvenaria estrutural, os insumos com maior representatividade no


orçamento são as alvenarias e o aço, que representam respectivamente 34,09% e
26,68% do custo executivo deste sistema. Já para a estrutura em concreto armado,
as fôrmas e o aço tiveram as maiores representatividades no orçamento,
equivalendo respectivamente 37,72% e 29,15% do custo.
Nota-se que os insumos com maior diferença de custo entre os sistemas
construtivos avaliados são as fôrmas e o aço, isso pelo fato de a alvenaria estrutural
não armada utilizar reforços de aço apenas por razões construtivas, e para esta
edificação em específico, o emprego de fôrmas limitou-se somente para as
fundações e vigas baldrame.
Apesar da alvenaria estrutural possibilitar a redução do emprego de elementos
em concreto armado na supraestrutura das edificações, para o caso em estudo não
encontrou-se uma diferença significativa no custo de concreto/graute entre os dois
sistemas construtivos avaliados. Isso se explica pelo fato da edificação estudada ser
uma casa térrea e com vãos livres relativamente pequenos, em razão disso, obteve-
se pilares e vigas com dimensões pequenas para a estrutura de concreto armado,
resultando em consumos menores de concreto. Supõe-se que a diferença deste
insumo entre os sistemas construtivos seja mais significativa conforme o aumento na
quantidade de pavimentos, tendendo a ser maior o consumo deste material para
sistemas construtivos em concreto armado convencional.
Através dos resultados apresentados, pode-se observar também, que apesar
da alvenaria estrutural apresentar um custo superior para execução das paredes, a
estrutura de concreto armado apresentou valores maiores para os demais insumos
(fôrmas, aço e concreto) aumentando consideravelmente o valor final da estrutura, à
vista disso, a alvenaria estrutural se apresentou mais viável em termos de custo.
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5. Conclusão
No presente trabalho foram apresentados e avaliados economicamente dois
sistemas construtivos largamente utilizados no Brasil, a alvenaria estrutura e o
concreto armado convencional. Ao empregá-los para uma edificação térrea de
pequeno porte, conclui-se que os dois sistemas estruturais dimensionados são
tecnicamente adequados, no entanto, sob aspecto econômico, destacou-se como
melhor solução a execução de alvenaria estrutural como método construtivo,
confirmando-se assim a hipótese inicial do trabalho.
Afirma-se que o presente trabalho é um estudo de caso, deste modo, não
garante uma decisão assertiva para outros projetos. Entretanto, é um bom
parâmetro de escolha em casos de edificações que apresentem semelhança com o
abordado no texto.
Por fim, salienta-se que a escolha do sistema construtivo não deve ser
baseada somente sob aspectos econômicos, outros fatores e particularidades de
projeto acabam por ser importantes durante essa avaliação. A alvenaria estrutural,
apesar de se mostrar mais adequada sob aspectos econômicos, apresenta diversas
limitações arquitetônicas que devem ser analisadas cuidadosamente pelo projetista.
Além disso, mão de obra qualificada e facilidade na compra dos insumos devem ser
considerados como fatores relevantes para a escolha deste sistema construtivo.

Referências

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de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

______. NBR 6120: Ações para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de


Janeiro, 2019.

______. NBR 16868-1: Alvenaria Estrutural Parte1 – Projeto. Rio de Janeiro, 2020.

BELLEI, Poliana. Análise comparativa de custos entre edifício de alvenaria


estrutural e de concreto armado convencional em construção na cidade de
Alegrete – RS. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia Civil).
Universidade Federal do Pampa, Alegrete, 2013.

CARVALHO, Robert Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues de. Cálculo e


detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo a
NBR6118:2014. 4 ed. São Carlos: EdUFSCar, 2020.

FUSCO, Péricles Brasiliense. Tecnologia do concreto estrutural: tópicos


aplicados. São Pulo: Pini, 2008.

GIONGO, José Samuel. Concreto armado: projeto estrutural de edifícios. São


Carlos: Universidade de São Paulo, 2007.

MOHAMAD, Gihad. Construções em alvenaria estrutural: materiais, projeto e


desempenho. São Pulo: Blucher, 2015.
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RABELO, Antônio Carlos Nogueira. Dimensionamento de alvenaria estrutural


segundo recomendações do Eurocode 6. Dissertação (Mestre em Engenharia de
Estruturas). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

RAMALHO, Marcio A.; CORRÊA, Márcio R. S. Projeto de edifícios de alvenaria


estrutural. São Paulo: Pini, 2003.

REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. A Concepção Estrutural e a Arquitetura.


São Paulo: Zigurate Editora, 2000.

TAUIL, Carlos Alberto; NESE, Flávio José Marins. Alvenaria estrutural. São Paulo:
Pini, 2010.
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Anexo A – Projeto arquitetônico da edificação


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