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INCLUTE: Curriculum development and teacher training for inclusive education. View project
All content following this page was uploaded by Isabel Pizarro Madureira on 17 January 2019.
NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAIS
ECESSIDADES EDUCATWAS
.ESPECIAIS
tjuiver:idade Aberta
Capa: Fmnuisco
Www.univH.1b.pt
e-rn;d1: cycndas@univ-alipt
UE:
\ie iv s E peci ais
Introdução
A perspectiva inclusiva
43 Actividades
Actividades
I I Actividades
. fsores e a incin-ão
127 iboracao n
1111 íl,hT ',15„K(fOL/t 1 iii ii 4Iwç S14/1 n 4,'.; 111 occe educ.Ai.hls
2 ctiv idades
Bibliogratia
1n trodução
A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no sistema regular
de ensino constitui uma inovação educativa actualmente defendida, a qual
surge na sequência de princípios que se têm vindo a preconizar desde a
publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo, em 1986. Desde então se
aponta para a necessidade de garantir a igualdade de acesso e sucesso educativos
a todos os alunos e, nesse sentido, já nas últimas décadas do século passado,
se desenvolveram processos que visavam a integração escolar dos alunos com
necessidades educativas especiais.
Preconizar uma escola inclusiva não significa, no entanto, que todos os alunos
devam participar no currículo comum e atingir os níveis académicos nele
previstos. De facto, existem crianças e jovens com problemáticas mais profundas
que necessitam de processos educativos específicos, os quais devem ser
equacionados no contexto escolar, embora não necessariamente na sala de aula.
Com efeito, uma vez que o acto educativo tem como finalidades últimas a
integração/adaptação na sociedade e o desenvolvimento da autonomia, à escola
compete a educação de todos os cidadãos. Nesse sentido, não pode restringir-
-se à escolarização de alguns, devendo garantir de forma efectiva a educação
de todos.
Porque pensamos que muitas das dificuldades e receios dos docentes estão
associadas a um d esconhecimento sobre a educação dos alunos com
necessidades educativas especiais, elaborou-se este manual que pretende
contribuir para a formação neste domínio.
Temas a desenvolver
4. A perspectiva inclusiva
1$
1. 1 Da perspectiva assistencial à perspectiva educativa
António Gedeão
A maior parte dos autores que se debruçaram sobre esta temática distingue
quatro grandes fases na forma de atendimento a esta população.
I7
os deficientes eram considerados possuídos pelo demónio e submetidos a
exorcismos e,.por vezes, abandonados sozinhos em matas e florestas.
Nesta segunda fase, cujo início podemos situar no século XIX, generaliza-se
a noção de que a sociedade é responsável pela protecção e apoio à população
deficiente e surgem instituições especializadas para deficientes. A criação
destas não obedeceu, na maior parte dos países, a um plano pré-definido,
sendo criadas de forma mais ou menos aleatória por particulares, pela Igreja,
por instituições de beneficência social ou pelo estado e apresentando entre si
muitas diferenças quanto a finalidades, qualidade de atendimento ou mesmo
qualidade de acolhimento. Assim, enquanto algumas dessas instituições
prosseguiam fins puramente assistenciais, outras tinham já finalidades
marcadamente educativas, e esta distinção delimitava, por sua vez, diferentes
formas de funcionamento e intervenção.
Neste período, foram desenvolvidos vários trabalhos de índole científica, nos
quais se procurava diferenciar não só tipos de deficiência, como também graus
e formas de uma mesma deficiência, sendo portanto necessário definir métodos
e técnicas de avaliação de capacidades visuais, auditivas, motoras, intelectuais.
21
exigências específicas que essas características colocam à educação da criança,
no sentido de promover a sua integração na escola regular.
Birch (1974) define integração escolar como um processo que pretende reunir
a educação regular e a educação especial, visando o apoio adequado às
necessidades de aprendizagem de todas as crianças.
Por sua vez, a National Association of Retarded Citizens (NARC), nos EU.A.
considera que:
- não discriminação •
Níveis de
integração Situação do aluno
1 Turma regular
Por sua vez, na Europa, com a publicação do Warnock Report (Londres, 1978)
detine-se integração como "o princípio que enuncia a educação não segregada
de deficientes e não deficientes"; sublinha-se que a integração é um fim a
atingir, obedecendo a diferentes fases de determinantes múltiplas, devendo a
sua implementação ser progressiva como e quando isso for humanamente
possível .
Segundo Hardman, Drew e Egan (1984, cit. in: Arends, 1995), 88% das
erianças com deficiências ou perturbações podem estar em turmas regulares
sem ou com apoio de um professor especializado; 6% poderá frequentar a
escola regular e a escola especial durante o dia ( a meio tempo cada uma delas);
e apenas 5% terá que frequentar uma escola especial a tempo inteiro ou ser
educado em lares e/ou nospitais.
Por outro lado, a integração destes alunos no ensino regular leva também à
r
eorganização da escola de modo a responder às necessidades de todos os
seus alunos — não apenas aqueles que têm deficiências, l'nas também aqueles
que não têm o ritmo de aprendizagem ou grau de sucesso do designado "aluno-
padrão".
o efeito cia integração escolar quer nos alunos integrados, quer nos
outros alunos;
?.6
Segundo Vieira (1995), os factores facilitadores da integração situam-se
essencialmente a três níveis:
Torna-se assim evidente qué a defesa de uma escola para todos e de uma
educação não segregada teve consequências na escola, sendo-lhe atribuída
desde então a responsabilidade de equacionar e disponibilizar respostas
educativas adequadas às diversas necessidades dos alunos.
Com efeito, em 1978 este conceito surge pela primeira vez especificado no
' Warnock Report (.1978).
Special Educational Needs.
Relatório Warnock 8 . Aqui se constata que uma percentagem signiticativa
H.M.S.O. Londres. Paragra- de alunos apresenta durante o seu percurso escolar problemas na aprendizagem,
fos 3.17-18.
precisando, por isso, da intervenção da Educação Especial. Entende-se que
estes problemas podem assumir um carácter permanente ou temporário no
percurso escolar do aluno, uma vez que não decorrem necessariamente de
deficiências no sentido tradicional do termo, mas de um conjunto diversificado
de factores.
30
salienta que: "Compete ao
- populações que devido a factores de cariz sócio-cultural e/ou a dife- professor do l" ciclo do en-
renças linguísticas estão ou podem estar em risco de insucesso escolar; sino básic() identificar os
alunos com necessidades
este tipo de situações pode ser reduzido drasticamente, melhorando a educativas especiais e dar
qualidade do ensino (aqui se incluem as situações de sobredotação, de cindlecimento ao coordena-
dor de núcleo
desvantagem cultural e linguística, de aprendizagem de uma segunda
língua...);
- pelas atitudes que este desenvolve face a alunos com níveis menores
de sucesso escolar, e , em suma,
- pela forma como encara as diferenças individuais dos alunos.
É ainda nesta linha de ideias que as escolas podem agravar, ou mesmo criar
problemas considerados situações de necessidades educativas especiais; a
análise do papel dos professores neste processo, permite perceber a forma
variada como interpretam o c omportamento dos alunos. De facto, o compor-
tamento do aluno pode ser visto pelo professor como um problema decorrente
do processo de ensino ou como um problema existente na aprendizagem do
aluno. Estas duas situações contrastantes têm ímplicações diferentes nas
atitudes do professor, pois se o problema reside "no" aluno, a sua respon-
sabilidade é necessariamente reduzida, ao passo que se reside no processo de
ensino, competir-lhe-á equacionar e desenvolver estratégias que facilitem a
aprendizagem do aluno.
Estudos a nglo-saxónicos sobre o processo de identifícação de alunos com
necessidades educatívas especiais realizado pelos professores revelam a
existência de algumas características comuns, entre as quais são de assinalar
as seguintes
características.
vi
Nesse sentido, justificam-se algumas respostas educativas actualmente
desenvolvidas em inúmeras escolas, que abrangem adaptações curriculares,
materiais altemativos, apoios extra na sala de aula, processos de diferenciação
pedagógica.
Na perspectiva inclusiva,
as dificuldades são agora entendidas como
decorrendo de limitações existentes no currículo (planificado ou não) oferecido
a todos os alunos e, nessa medida, implicam que a escola desenvolva processos
de inovação e mudança curricular que respondam com eficácia a todos os
alunos que a frequentam.
Convém notar que, esta perspectiva que preconiza uma escola inclusiva, capaz
de reconhecer e satisfazer as necessidades dos seus alunos implica,
necessariamente, o afastamento de uma viSão tecnicista das dificuldades dos
alunos (a habitual procura do método de ensino certo, das estratégias os dos
materiais que serão mais eficazes para determinado aluno) e a adopção de
uma nova abordagem que valoriza os factores contextuais, culturais e estruturais
inerentes ao processo de ensino aprendizagem.
Assim sendo, nas escolas inclusivas, todos os alunos deverão aprender juntos
e, para tal, será fundamental:
- d
esenvolver processos de adaptação perante os vários estilos e ritmos
de aprendizagem;
- criar e i
mplementar currículos adequados à população escolar;
- o rganizar a escola de forma a responder às
n ecessidades de todos os
alunos;
-
utilizar e rentabilizar recursos humanos e materiais existentes.
Pr
econiza-se, em suma, uma escola, na qual, todos os alunos de uma mesma
co
munidade, sempre que possível, aprendam juntos,
inde pendentemente das
diferenças e dificuldades individuais.
Na D eelaração de S
co alamanca (1994) que temos vindo a analisar, refere-se um
njunto de mudanças em termos educativos im
prescindíveis à integração de
crianças com necessidades educativas especiais nas escolas inclusivas, das
quais destacamos as mudanças relativas ao currículo e à gestão escolar.
Outros autores têm uma visão mais crítica e cautelosa relativamente à inclusão,
entendendo que a questão central da perspectiva inclusiva se relaciona com o
encaminhamento/colocação considerado mais adequado. Assim, defendem a
existência de um conjunto de diferentes respostas educativas, uma vez que só
assim é possível garantir a cada aluno a educação que necessita (Jim Kauffman,
Lynti Fuchs e Doug Fuchs, 1)9•1, cit. in: Bailey, 1098).
No nosso país, muíto embora em termos de política educativa se tenha veri-
ficado uma adesão aos princípios enunciados na Declaração de Salamanca,
(nomeadamente através da publicação do Despacho-conjunto n.° 105/97, que
preconiza a Escola Inclusiva e regulamenta os Apoios Educativos), continuam
a existir instituições de educação especial vocacionadas para o atendimento
de problemáticas mais acentuadas.
Por sua vez, esta situação acentuou as dificuldades dos professores e das escolas
no que diz respeito à identificação de alunos com necessidades educativas
especiais. Em termos práticos, verificou-se um aumento significativo do número
de alunos identificado para apoio educativo, o qual, em muitos casos, não se
fundamentava em dificuldades significativas nas aprendizagens, mas antes
em factores de ordem pedagógica e de natureza sócio-cultural.
41
suas capacidades de realização lhes permitem o acesso ao currículo e o sucesso
escolar; já as práticas centradas no professor se revelam ineficazes na resposta
à diversidade dos alunos que actualmente frequentam a escola. Neste tipo de
práticas, as diferenças entre os alunos constituem fonte de preocupação e de
dificuldades profissionais, as quais têm servido para legitimar os inúmeros
pedidos de apoio educativo.
Explique algumas das razões que podem estar na origem desta situação,
tendo em conta a relatividade do conceito de necessidades educativas
especiais.
44
2. Avaliação e Identificação de Alunos com Necessidades
Educativas Especiais
Objectivos gerais do capítulo
47
2.1 Perspectivas na avaliação de alunos com necessidades educa-
tivas especiais
49
Efectivamente, a analise das díversas perspectivas de avaliação desenvolvidas
durante o século passado na educação especial mos tra mudanças significatívas
em termos das finalidades, dos instrumentos e dos actores privilegiados e das
respostas educativas que, cons equentemente, se preconizaram.
No seu sentido etimoló- Com efeito, durante vários anos, a avaliação da criança diferente centrou-se
gieo, diagnósaieo significa no diagnóstico' médico, tendo como preocupação fundamental a classificação
proeurar através da análise
de sinais e sintomas e da uti- do tipo de deficiência (mental, física, sensorial, motora) para assim ser possível
lização de reeursos téenieos, decidir sobre qual o tratamento adequado.
localizar as eausas, a fim de
preserever tratamentos para
os respeetivos quadros iden- Importava, portanto, realizar um diagnóstico detalhado da deficiência da
tificados. criança, pois este constituía si
multaneamente condição necessária e suficiente
para iniciar o tratamento. Nesse sentido, resulta evidente a relação direeta entre
diagnóstico e tratamento, embora estas duas actividades fossem entendidas
como diferentes (Piji e Van Den Bos, 1998).
COI n
efeito, rotular uma criança com dificuldades com base num diagnóstico
pode constituir uma forma de e
stigmatiza4 discriminar, insultar e limitar
criança. Como sabiamente assinalava João dos Santos (cit in: Carvalbo e
Branco, 2000: 199)
O diagnóstico pode sobrepor-se ao doente, como a doença pode
sobrepor-se à pessoa. Devemos evitar diagnosticar alguém, como pode
acontecer quando se diz depreciativamente: 'é um psicopata, um
neurótico, 11171 débil'.
criança.
51
Com efeito, no que diz respeito à avaliação de crianças com necessidades
educativas especiais decorrentes de problemas com
3 Simeonsson (1994, eit "altas probabilidades de
Bairrão, 1998:29) conside- terem uma etiologia biológica, inata ou congénita" 3
ra que neste grupo se inelu- fu (Bairrão, 1994: 29) é
em, entre outras, as situa- ndamental a intervenção médica no sentido de diagnosticar e detectar os
ções de deficiência visual, problemas e de definir formas de a
tendimento precoce e de acompanhamento
de deficiência auditiva, o posterior.
autismo e a defieiência
mental grave, as quais de-
signa por "problemas de
Por sua vez, a análise do modelo médico pode constituir urna referência
baLva incidência e alta in-
tensidade" . importante relativamente ao processo de avaliação dos alunos com necessidades
educativas especiais que actualmente se preconiza na educação especial (Ver
quadro 2).
1. Estudar o problema c
uidadosamente para encontrar os factores etiológicos, o que inclui
uma boa recolha de dados para entender a epidemiologia do problema;
2. E xperimentação para ajudar a determinar a forma mais eficaz de tratamento;
3.
Intervenção, que normalmente implica algum tipo de tratamento ou mudança no estilo de
vida;
52
De notar que, a introdução da escolaridade obrigatória iniciada no séc. XIX e
a consequente massificação do ensino implicaram mudanças sociais e
educativas significativas, as quais facilitaram a afirmação progressiva da
psicologia enquanto ciência no início do século passado, uma vez que o seu
contributo se revelava fundamental na avaliação dos conhecimentos dos alunos,
dos níveis de eficácia de processos de ensino, dos níveis de coerência de sistemas
educativos, ou seja, do rendimento conseguido após a implementação de
determinada política educativa, etc.
53
Muito embora o c
"Os resultados da aplicaçao onhecimento sobre a natureza dos processos cognitivos e
desta Escala de Medida da
sobre as diversas dimensões que podem constítuir objecto de avaliação da
bueligencia não eram abso-
lutos. tuna vez que se fun- inteligência fosse ainda escasso, importa assinalar a preocupação em caracterizar
damentavam na comparação o desempenho de um indivíduo c
do desempenbo de uma de-
omparando-o com o de outros, e a posterior
terminada criança com a seriação e ordenação numa escala onde se definia a Idade Mental do sujeito.
inédia das crianças da mes-
O conceito de Idade Mental foi usado por Binet para cotar o teste, determinando,
ma idade, respondendo ao
mesmo teste. por exemplo, quantas tarefas conseguia realizar correctamente uma criança
1 média de seis anos. A atribuição de uma idade mental interior à idade
A deficiência mental refe-
re-se ao funeionamento in- cronológica acontecia perante crianças que apenas obtinham sucesso num
telectual geral significativa- número de tarefas inferior à média das crianças da mesma idade6.
mente sub-normal, coexis-
tindo paralelamente com
défices no comportamento A constatação, através da utilízação de escalas de inteligência, de uma idade
adaptativo e rnamfestando-
-se no período de desenvol-
mental inferior à idade cronológica justificou e fundamentou respostas educa-
vimento (Grossman,1977). ti vas segregadas (até meados do século passado), uma vez que se entendia que
crianças nestas c
ircunstâncias não tinham condições de acompanhar com suces-
' Níveis de atraso mental ten- so o currículo escolar, devendo ser criadas escolas separadas para as educar.
do como critério o
(Grossman, 1977): deficien- De facto, estudos posteriormente d
cia mental ligeira (QI entre esenvolvidos permitiram a avalíação e
c lassificação da deficiêncía mentaF em
50 até 70); deficiência men- diferentes tipologias 8
e a definição de
tal moderada (QI entre 35 prognósticos em termos educativos 9 e co
até 55): deficiência mental mportamentaís em função do grau
severa (Q1 entre 20 a te 40) de deficiência, ou seja, do valor do quociente intelectual lo
deficiência mental profun-
(QI) revelado pela
da (f.2I menor ou igual a 25).
criança, após a aplicação de testes de inteligência e de escalas de medida do
co mportamento adaptativo u
. Esta avaliação fundamentava as decisões sobre
Grossman associou os ní-
o tipo de ensino considerado adequado face a cada tipologia de deficiênciau
veis de atmso mentaI basea-
dos em critérios psicome- No entanto, nos anos 60, a avaliação na educação especial deixou de se centrar
tricos a níveis que tinham na classificação, preocupando-se funda
su bj acentes critérios educa- mentalmente com os problemas
e
cionais, definindo assim: ducacionais decorrentes de determinada deficiência ou perturbação do
atraso ligeiro — educáveis do dese
ponto de vista eseolar; atra- nvolvimento, o que, como vimos no primeiro capítulo, decorre da
so moderado — treináveis; progressiva integração destas crianças no sistema regular de ensino. Procurar
atraso severo — depen- identificar
dendes; atraso profundo — em que aspectos determinada deficiência podia afectar a educação
situação de vida não autó- da críança constituiu a grande finalidade da avaliação psicológica então
noma, precisando de apoio desenvolvida.
e cuidados constames.
É neste cenário que a análise de tarefas assume particular relevo, uma vez que
permite, por um lado, avaliar com precisão qual a sub-tarefa (pré-requisito)
que a criança é capaz de realizar e, simul
tamento que se guidamente se deve ensinar.taneamente, indicar qual o compor-
Nome: Data: / /
Observador:
1. Dirige-se ao lavabo
2. Abre a torneira
3. Molha as mãos
4. Pega no sabonete
5. Ensaboa as mãos
7. Esfrega as mãos
9. Fecha a torneira
61
pedagógica que tem como intenção última conhecer e compreender a
problemática da criança, devendo para tal, observar e registar de forma
sistemática os seus desempenhos, progressos e atitudes face à aprendizagem.
"O João continua a preocupar-me porque não consigo que ele avance
nas aprendizagens. Ele tem oito anos, dois de escolaridade e ainda
não conta até 20, só até 12 e concretizando! Lê e escreve palavras de
duas stlabas, mas se alguém lhas silabar Será que é uma criança que
precisa de ensino especial?"
2.3
Identificação de alunos com necessidades educativas especiais
— processos e instrumentos
Nome: Data: / /
Indicações: Faça um círculo na palavra da escala que melhor descreve o seu comportamento na
sala de aula.
67
obtidos através das respectivas observações, facilitará uma caracterização mais
objectiva da realidade pedagógica.
ALUNO
COMPORTAMENTO
Frequente O
Pouco frequente O
Raro O
69
De facto, já que a avaliação consiste numa "operação descritiva e informativa
nos meios que emprega, formativana intenção que lhe preside e independente
fàce à classificação" (Ribeiro,1989:74), resulta evidente a distinção entre
avaliar e classificar.
70
organizar e adequar o processo de ensino-aprendizagem às características do
grupo/turma, bem como conhecer as dificuldades ou problemas dos alunos,
constítui urna modalidade fundamental quando se pretende identificar as
eventuais necessidades educativas especiais.
71
Esta avaliação deverá ser coerente, ou seja, deve existir uma estreita articulação
entre o as estratégias e experiências de aprendizagem desenvolvidas na sala
de aula, osconteúdos que se avaliam e os instrumentos que se utilizam para tal.
73
educativas especiais, são de referir, entre outros: as listas de verificação, as escalas
de graduação, os questionários, as entrevistas, os testes de referência a critérios,
os testes de referência à norma e as grelhas de análise dos produtos do aluno.
S
eguidarnente apresentam-se três exemplos de listas de verificação elaboradas
a fim de avaliar: o co
mportamento global da criança, alguns comportamentos
emergentes de leitura e competências na área da matemática.
COMPORTAMENTO GLOBAL*
(Educação Pré-Escolar)
Nome: Data: / /
Observador:
Instruções: Assinale na respectiva coluna os comportamentos da criança.
Nome: Data: / /
Observador:
Instruções: Assinale na respectiva coluna os comportamentos do aluno.
75
LISTA DE VERIFICAÇÃO DE MATEMÁTICA
(I" ciclo)
Nome:
Data: / /
Observador:
Instruções: Assinale na respectiva coluna os
c omportamentos do aluno.
COMPORTAMENTOS
SIM 1 NÃO
ESCALA DE GRADUAÇÃO
TRABALHO DE GRUPO
Nome: Data: / /
Observador:
Descrição da actividade:
Por sua vez, quando se pretende avaliar as preferências dos alunos face às
diversas actividades realizadas na sala de aula, poder-se-á aplicar de forma
sistemática uma escala de avaliação descritiva semelhante à da página seguinte.
77
ESCALA DE AUTO-AVALIAÇÃO
Nome:
Data: / /
Indicações: Regista cada tarefa feita e assinala com uma cruz se gostaste
muito, pouco, ou se não gostaste de a fazer.
•
Não gostei Gostei pouco Gostei muito
A realização de entrevistas
implica que o educador previamente defina com
clareza qual a i
nformação que pretende obter e que escolha a forma de abordad
questionar o aluno, uma vez que o tipo de linguagem usado, a sequência das
questões e o seu co
mportatnento não verbal são factores cruciais para a obtenção
de i nformação fiável.
Hab
itualmente as entrevistas são realizadas a um número restrito de alunos,
em situação individual ou de pequeno grupo, podendo ser directivas ou semi-
directivas, c onsoante o tipo de
i nformação que se pretende obter. Embora as
78
entrevistas possam ser efectuadas na sala de aula, permitindo assim uma
avaliação contextualizada das opiniões dos alunos, a sua utilização por parte
dos professores é ainda escassa dadas as exigências inerentes à sua utilização
(em termos de concepção das questões e, posteriormente, relativamente ao
tratamento da informação recolhida, o qual exige processos de análise de
conteúdo e de síntese).
71)
Os questionários que seguidamente se apresentam pretendem avaliar as
opiniões que o aluno tem sobre a importância da aprendizagem da leitura e da
escrita e as razões que entende contribuírem para a realização com sucesso ou
insucesso das tarefas escolares que realiza.
QUESTIONÁRIO
Nome:
Data:
Indicações:
Assinala com uma cruz (X) se concordas ou discordas com as
seguintes afirmações
Concordo 1 Discordo
1. O que gosto mais de fazer é jogar à bola e ver televisão.
2. É importante saber ler e escrever para saber as notícias das
revistas e dos jornais.
3. Gosto de todos os meus colegas da escola.
4. No recreio gosto de jogar à bola com os meus amigos.
5. Ler não me serve para nada, só me aborrece.
6. Gosto mais de escrever no computador porque sei quando a
palavra está mal escrita.
7. Gosto de ir ao cínerna com os meus amigos.
8. Quando não consigo ler fico irritado e desisto.
9. Os livros da escola não são giros.
10. Escrever um texto é muito diffcil.
o
QUESTIONÁRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO
Nome: Data:
Tarefa realizada:
Indicações: Acabaste de realizar uma tarefa! Agora vais assinalar com uma
cruz (X) as afirmações que achas que são verdadeiras (V) ou
falsas (F).
Por sua vez, para a avaliação do aluno é necessário que o professor construa e
utilize testes de referência a critérios e testes de referência à norma. Estes dois
tipos de testes permitem avaliar em que medida os objectivos de determinada
área curricular foram atingidos, no entanto a sua utilização permite ao professor
interpretar os resultados obtidos pelos alunos de forma diferente.
81
A título de exemplo, um professor pretende avaliar se os alunos são capazes
de identificar o grupo nominal e o grupo verbal em diferentes frases. Para tal,
constrót um conjunto de vinte frases e solicita aos alunos que sublinhem os
respectivos grupos com diferentes cores. Define como critério de desempenho
aceitável o facto dos alunos acertarem 18 das 20 frases apresentadas. Quando
analisa os resultados e perante os alunos que não atingiram esse nível de
realização, o professor deverá procurar compreender as razões que justificam
tal situação e implementar estratégias e actividades no sentido desses alunos
adquirirem a competência pretendida.
Nome: Data: / /
,Ano de escolaridade: Idade:
V - F
3. Suponba que tem no grupo uma criança que parece revelar problemas a
nível da escrita.
Temas a desenvolver
I. Flexibilidade curricular
4. Currículos especiais
8()
3. 1 Flexibilidade curricular
91
aplica: regionais, institucionais, grupais, individuais. Ao contrário de uma certa
imagem difundida na opinião pública, um currículo aberto não implica a
indefinição dos níveis de c
ompetências a atingir no final de cada ciclo de
escolaridade ou a mudança de ciclo sem a aquisição dessas co mpetências. De
facto, pressupõe uma definição e delimitação clara das aprendizagens
pretendidas para cada ciclo e a flexibilização currícular só é possível num
quadro de referências preciso, definido em função das aprendizagens conside-
radas socialmente necessárias.
Para tal, é necessário que as escolas tenham, pelo menos, algum grau de
autonomia. A importância das escolas, enquanto organizações mediadoras entre
aa
dministração central e a sala de aula, só recentemente foi reconhecida, quer
pelas próprias Ciências da Educação, que passaram a c
onsiderá-las como
objecto de estudo em si mesmo, quer pelo sistema educativo, através de textos
legislativos e de algumas medidas nesse sentido. Em grande parte, o reforço
da autonomia das escolas, c
orrespondendo a uma tendência para a descentração
dos sistemas educativos tradicionalmente ce
ntralizadores, constituiu uma
resposta à constatação da falência das grandes reformas, elaboradas a nível da
administração central para serem depois aplicadas a nível local, nos estabele-
cimentos de ensino. De facto, a c
omplexidade das situações que a população
escolar a
ctualmente apresenta veio demonstrar a necessidade de respostas
i novadoras e singulares, pensadas
es pecíficamente para determinada comu-
nidade e não generalizáveis a outros contextos.
O est
abelecimento de ensino, encarado agora como organização social com
c aracterísticas próprias e originais, adquiriu, assim, um novo papel:
O projecto curricular de escola, por sua vez, terá que ser pensado de forma
ainda mais específica no que respeita a cada turma. Assim, cabe ao professor
(ou grupo de professores consoante o ciclo de ensinc) elaborar um projecto
curricular de turma, definindo as prioridades da sua abordagem aos conteúdos
de ensino, a organização da sequência de actividades e os materiais de apoio
a produzir e operacionalizando os processos de trabalho a utilizar com cada
turma, nomeadamente os critérios de diferenciação a adoptar face aos alunos.
93
dos processos pedagógicos. É a informação fornecida pela avaliação que
permite graduar o ensino, ajustando-o a ritmos e estilos de aprendizagem
diferentes e a necessidades individuaís. Se as mesmas competências básicas
têm que ser adquiridas por todos os alunos, no final de cada ciclo, tal não
implica, forçosamente, que os percursos para aí chegar sejam os mesmos e,
portanto, que a avaliação contínua se processe da mesma forma e com os
mesmos parâmetros. Como afirma Casanova (1999), a atenção à diversidade
implica deixa.r de pensar a avaliação como elemento uniformizador dos alunos,
pondo em prática modelos de avaliação descritivos que forneçam a todos os
implicados no processo educativo — os alunos, os pais, os próprios professores
— informações relevantes não apenas em relação às aprendizagens realizadas,
mas também às formas de prosseguir para alcançar os objectivos pretendidos.
95
efectivo de todos à escolaridade, acentuando, pelo contrário, as diferenças
pré-existentes e conduzindo, em última instância, a processos futuros de
exclusão social. Há, evidentemente, algumas crianças e jovens que, devido a
p
roblemáticas de vária ordem, não podem seguir o currículo comum. Neste
caso, porém, não se aplica o conceito de fiexibilidade curricular, mas de
curriculo especial, que definiremos mais adiante. Gostaríamos de salientar, no
entanto, que o currículo especial é uma excepção, mesmo para os alunos que
apresentam necessidades educativas especiais.
97
padrão, aplicáveis a todos os alunos, e a individualização total do processo de
ensino, existe um vasto leque de alternativas intermédias mais eficazes, que
passampela organização do trabalho lectivo, utífização dos recursos disponíveis,
gestão dos tempos e espaços de aprendizagem.
Os estudos realizados sobre o uso desta estratégia têm mostrado que ela tem
efeitos positiyos quer na aprendizagem dos conteúdos escolares, quer no
desenvolvimento da socialização, nomeadamente pela aceitação das diferenças
pessoais, culturais e étnicas. Vários estudos indicam que este tipo de trabalho
favorece, ainda, uma efectiva mudança de atitude face aos alunos com
necessidades educativas especiais.
99
Tomemos como exemplo uma turma do 2° ano de escolaridade. Os alunos
foram organizados em grupos heterogéneos de quatro elementos para a
realização do "bilhete de identidade" dos animais (área de Estudo.do Meio).
Este trabalho incluía a selecção dos pontos essenciais a incluh no bilhete
(alimentação, r evestimento do corpo, modo de deslocação, modo de
reprodução, etc) e o seu preenchimento, sendo os animais seleccionados pelo
professor e distribuídos pelos grupos, por sorteio. À disposição dos alunos
foram colocadas e nciclopédias da fauna (infantis), e outros documentos de
natureza vária, alguns deles recolhidos pelos alunos, em casa ou na Internet
existente na escola. Depois do trabalho realizado, cada grupo apresentou o
"bilhete de identidade" dos respectivos animais à turma. O professor foi
registanto os dados fornecidos numa tabela de duas entradas, onde ficou
resumida a informação obtida e a partir da qual foram extraídas conclusões.
Com os bilhetes construídos pelos grupos organizou-se um ficheiro de animais
que ficou para consulta, na turma.
Este exemplo refere-se a uma única actividade, de curta duração, com objectivos
comuns para todos os alunos e um leque restrito de tarefas. No entanto, este
tipo de trabalho pode ser planeado a longo prazo, com objectivos, conteúdos
e actividades diferentes para cada grupo. Por exemplo, um grupo de alunos
do 3. 0
ano foi ver uma peça de teatro. No regresso, depois do debate sobre o
que tinham visto, alguns sugeriram a realização, por eles próprios, de uma
peça. Com o professor, s
eleccionaram uma história e as áreas de trabalho
necessárias à produção e execução do projecto: texto, r
epresentação, música,
cenários, figurinos e adereços. D
istribuíram-se pelos vários grupos a partir
dos seus próprios interesses, tendo o professor sugerido alterações pontuais
para uma mais equilibrada distribuição numérica pelos vários grupos, de acordo
com as exigências das tarefas. O trabalho foi realizado durante um mês, uma
hora por dia, e culminou num espectáculo, antes do qual um elemento de cada
grupo contou o que e como fizeram.
10 0
entre eles, por vezes, processos de favorecimento da aprendizagem bem mais
eficazes do que aqueles que os adultos são capazes de planear.
Nas escolas portuguesas, este tipo de trabalho ainda é visto com desconfiança
pelos professores e, quando previsto, refere-se geralmente a procedimentos a
usar pelos alunos na realização de trabalhos em tempos não lectivos. Por
exemplo, os resultados do Projecto Português 2002, da responsabilidade da
Associação de Professores de Português, mostram que apenas 30% dos
professores utilizam formas de agrupamento dos alunos em actividades de
ensino (neste caso, de leitura). O grupo/turma tende a ser encarado como um
todo e os processos de individualização apenas ocorrem quando há alunos
que demonstraram, anteriormente, não ter qualquer possibilidade de se integrar
nas actividades a desenvolver com o resto da turma — actividades que são
iguais para todos e que cada um deve realizar individualmente.
Não se pretende, com isto, advogar que o trabalho em grupos vai resolver
todos os problemas — de facto, quando mal planeado e gerido, torna-se até
totalmente ineficaz. Por outro lado, nem todos os conteúdos são passíveis de
ser trabalhados desta forma e, dentro dos grupos, há tarefas que devem ser
realizadas individualmente. O trabalho em grupos é uma das estratégias de
ensino e, como dissemos, estas devem ser diversificadas. Focamos aqui as
suas potencialidades, nomeadamente a possibilidade de uma maior actividade
e interactividade por parte dos alunos e o favorecimento da individualização
dos percursos de aprendizagem.
01
todo o grupo, cada um realiza esse trabalho de forma individual mas sem
qualquer processo de individualização, na medida em que não há uma aferição
às necessidades educativas de cada aluno. A individualização ocorre quando
a cada aluno são pedidas actividades ou tarefas próprias — ou a partir da
distribuição de tarefas dentro dos pequenos grupos (com base nas etapas
necessárias para atingir os objectivos e realizar o produto final); ou pela
motivação do aluno para a realização de determinado trabalho; ou ainda pela
orientação do professor a partir de dados de observação e avaliação anteriores.
Individualizar o ensino é, assim, menos discriminativo e mais eficaz numa
estrutura de trabalho em pequenos grupos (em que todos têm tarefas diferentes)
do que no modelo de ensino orientado para a classe como um todo, onde um
ou dois alunos com mais dificuldades têm um trabalho diferente dos restantes.
Esta última situação cria problemas adicionais aos alunos que já têm
dificuldades de aprendizagem (problemas de relação interpares, de auto-
confiança, etc.), para além de criar problemas ao professor que se encontra
permanentemente no dilema de ter que decidir a quem dar atenção: se ao
grupo/turma, se aos alunos com um trabalho diferente.
uma visão global do percurso realizado pela turma, uma visão parcelar
do funcionamento dos grupos e a ainda a correcta compreensão do
ponto em que cada um dos alunos se encontra.
101
3.3 Adaptações currieulares individualizadas
1J
105
Nesta perspectiva, as adaptações devem ter em conta, em primeiro lugar, tudo
aquilo que o aluno pode realizar com e da mesma forma que os seus pares e,
apenas depois disso, aquilo que deve ser realizado de forma diferente ou
individualizada. Numa escola orientada para a inclusão, não é razoável começar
por olhar para as diferenças, mas para as características comuns, partindo de
duas permissas básicas:
- o aluno deve seguir o currículo comum sempre que tal seja possível;
No caso dos alunos cegos, é necessário ter em conta que qualquer alteração
na organização do espaço (por exemplo, na disposição (las mesas dentro da
sala) deve ser comunicada previamente e explorada com o aluno, de forma a
evitar dificuldades na sua mobilidade; no caso dos alunos que se deslocam em
cadeiras de rodas, há que prever o espaço suficiente, dentro da sala, para as
suas deslocações, bem como a facilitação dos acessos às várias instalações da
escola, o que implica a existência de ratnpas ou de elevadores, isto é a
eliminação das barreiras arquitectónicas.
Quadro 4 — Níveis de adaptação curricular
Estratégias e actividades
Recursos educativos
5 Estruturação do tempo
7 Objectivos Comum
Com efeito, para . além dos vários factores referidos no capítulo I, um outro
aspecto que contribuiu para a defesa da integração dos alunos com necessidades
educativas especiais nas escolas regulares e, posteriormente, para o
desenvolvimento das concepões e práticas da escola inclusiva, relacionou-se
com a constatação, progressivamente mais consensual entre teóricos e técnicos,
de que não existiam métodos específicos para esta população ou para os vários
sub-grupos de problemáticas envolvidas. Como afirmava o Warnock Report,
estes alunos podem precisar de mais tempo, mais apoio, recursos específicos
ou atenção especial, mas as metodologias de ensino propriamente ditas não
são diferentes daquelas que se usam com os restantes alunos.
107
pretende trabalhar o uso dos sinais de pontuação. Em vez de definir uma
estratégia única (geralmente composta por exposição oral e exercícios de
aplicação prática), o professor poderá planificar um conjunto de actividades a
realizar individualmente ou em pequenos grupos, que permitam o uso de
diferentes processos de apreensão da informação por parte dos alunos. Assim,
poderá:
I OS
Por outro lado, o modo como se organizam e sequencializam as actividades
pode tornar-se um factor facilitador da aprendizagem ou criar dificuldades
acrescidas.
Antes de mais, é necessário salientar que grande parte dos chamados problemas
de comportamento não decorrem de questões intrinsecas aos alunos mas de
erros e inadequações na concepção, organização e gestão das actividades de
ensino/aprendizagem pelo professor — aulas mal planificadas ou mal geridas
aumentam exponencialmente a hipótese de ocorrerem problemas de compor-
tamento. Por outro lado, muitos desses problemas podem ser prevenidos se
existirem regras claras de funcionamento na sala de aula e se houver cuidado
na manutenção sistemática dessas regras. Esta constatação torna-se evidente
se observarmos os comportamentos dos mesmos alunos ou turmas, no 2.° e
3.° Ciclos, ao longo de um dia lectivo — o seu comportamento muda conforme os
processos de organização e gestão do ensino de cada um dos vários professores.
Alguns destes alunos necessitam, para além disto, de outro tipo de apoios,
nomeadamente de acompanhamento psicológico.
As adaptações re
lacionadas com o tempo de duração da avaliação podem ser
nec essarias, por exemplo, para alunos com d
motores que, não exigindo eq u eterminado tipo de probleMas
ipamentos especiais, resultam, no entanto, em
processos mais lentos e morosos de escrita. Numa situação de teste, estes alunos
poderão necessitar de mais tempo que os restantes alunos.
Já os alunos com dificuldades específicas na linguagem escrita podem requerer
adaptações a nível dos instrumentos, modalidades e tempos (duração e,
eventualmente, momentos) de avaliação. De facto, a avaliação sumativa das
aprendizagens realizadas em qualquer disciplina ou área disciplinar processa-
-se geralmente através da forma escrita da língua, o que implica dificuldades
acrescidas para estes alunos, os quais podem, por exemplo, dominar os
conteúdos de determinada disciplina e não o demonstrar através de um teste
escríto. Neste caso, será importante que a avaliação sob a forma escrita seja
complementada por uma avaliação oral ou, em certos casos, que o enunciado
do teste escrito contenha mais elementos pictóricos (mapas, gráficos, etc.) ou
mais questões fechadas (perguntas de resposta múltipla, de resposta verdadeiro-
falso, etc), sob pena de estarmos apenas a avaliar a leitura e escrita e não os
conhecimentos específicos em determinada área 7 . Por outro lado, no 2.° e ' Tal não significa, eviden-
temente, que os alunos com
3° ciclos, alguns destes alunos necessitam de mais tempo para realizar provas dificuldades específicas nes-
sumativas ou, em alternativa, que se dê mais relevo à avaliação contínua. te campo possam fazer todo
o percurso escolar com um
nível de leitura e escrita in-
Quanto às modificações a nível temporal, estas podem dizer respeito a um suficiente. Referimo-nos
período de tempo amplo (o tempo julgado necessário para determinado aluno aqui à necessidade de ade-
quar a avaliação aos objec-
alcançar os objectivos de cada ciclo de escolaridade) ou maís restrito (a previsão tivos específicos da discipli-
do tempo necessário para que o aluno atinja os objectivos e conteúdos na ou unidade didactica.
considerados prioritários em certa disciplina ou unidade didáctica). Em alguns
casos, haverá que prolongar estes tempos em relação àqueles que foram
previstos para o grupo de referência.
já os alunos com Síndrome de Down 8 (que, segundo a maior parte dos Crianças com Síndrome de
Down são portadoras de
especialistas actuais, podem seguir o currículo comum com adaptações urna anomalia cromos-
adequadas a cada caso) necessitam de mais tempo para a maior parte das sómica devida à presença de
um éromossoma suplemen-
aprendizagens escolares, urna vez que apresentam dificuldades a nível dos tar no par 21. Por esta ra-
mecanismos perceptivos necessários à apreensão, memorização e generalização zão, este síndrome é tam-
bém designado por Trisso-
da informação. Requerem, por isso, mais tempo para alcançar os objectivos mia 21. Estas crianças apre-
cIo eiclo de escolaridade em que se encontram. sentam défices essencial-
mente a nível cognitivo e
lin goístico.
Os problemas de tempo também se põem, embora por razões diferentes, no
caso dos alunos com problemas crónicos de saúde, devido às frequentes
hospitalizações ou estadias em casa. Se não for possível a deslocação do
professor de apoio, haverá que garantir ao aluno o tempo necessário (bem
como os materiais e apoio) para realizar as aprendizagens desenvolvidas na
escola durante o período em que esteve ausente.
As modificações ao nível dos conteúdos e objectivos
podem ser constituídas
por alterações na priorização ou sequencialização dos mesmos, pela introdução
de conteúdos e objectivos intermédios, pela substituição de alguns conteúdos
e/ou objectivos por outros ou pela eliminação de alguns conteúdos e/ou
objectivos. Se as modificações a realizar afectarem todos os conteúdos e
objectivos do currículo comum, já não estamos em presença de urna adaptação
curricular, mas de um currículo especial, que analisaremos no ponto seguinte.
I 17
Este tipo de currículo tem por base as n
ecessidades educativas específicas da
deficiência mental, no
meadamente a necessidade de seleccionar e restringir
aquilo que se ensina, já que estes alunos levam mais tempo a adquirir qualquer
tipo de co mpetências; a necessidade de praticar mais
frequentemente e durante
toda a vida o que aprenderam, uma vez que esquecem facilmente o que
aprenderam antes; e a necessidade de aplicação prática dos conhecimentos,
devido às dificuldades em abstrair, generalizar e transferir esses conhecimentos.
Trata-se de currículos ind
ividualizados, adequados ao contexto, po tencialidades
e dificuldades específicas de cada aluno e têm como principal característica a
fu ncionalidade dos co
nhecimentos a adquirir, isto é, a sua utilidade para o
aluno e para a comunidade em que se insere. Esta característica foi um marco
fu
ndamental na mudança de perspectiva sobre o ensino desta população, a
qual chegava a passar toda a sua vida escolar (até aos 18 anos ou mais)
realizando actividades a nível de jardim de infância— actividades completamente
desajustadas da sua idade cronológica e preparatórias de uma escolaridade
básica que, na maior parte dos casos, estes alunos não iriam realizar.
- c
ontribuírem para alargar os ambientes em que o aluno vive e para a
socialização;
corresponderem às e
xpectativas dos pais;
estarem adaptadas à idade c ronológica do aluno e
co rresponderem
aos seus interesses;
co ntribuírem para o bem estar físico do aluno.
Na fase seguinte, é necessário definir as competências requerídas para a
aprendizagem de cada actividade e as condições em que essas competências
se vão desenvolver para, finalmente, organizar a intervenção pedagógica
correspondente a essas aprendizagens.
No entanto, apesar de a escolaridade não poder ser realizada em comum com " Indivíduo com atraso
outros alunos da mesma faixa etária, há actividades que podem ser partilhadas, mental severo ou profundo,
com uma ou mais deficiên-
ainda que comportem objectivos diferentes. Por isso, a maior parte dos técnicos cias sensoriais ou motoras
que trabalham com alunos portadores de deficiências acentuadas advogam e/ou necessidade de cuida-
dos especiais (Orelove e
que estes devem ser atendidos em salas de apoio inseridas no espaço físico das Sobsey, 1991).
escolas regulares ou, no mínimo, em instituições que colaborem (a nível de
troca de recursos humanos e materiais) com as escolas do ensino regular mais
próximas.
120
Actividades
V F
121
a) Como definiria o problema central desta situação?
1 )2
4. A Escola e a Inclusão
Ohjectivos gerais
Temas a desenvolver
Como vimos no capítulo anterior, a autonomia dos estabelecimentos escolares' ' Entre outros textos legais,
o Decreto-Lei 43/89 estabe-
é uma condição prévia para o ajustamento destes às situações concretas, na lece o regime jurídico das
escolas do 2° e 3° ciclos do
diversidade que apresentam, e incide sobre aspectos organizativos e ensino básico e do ensino
administrativos, mas também sobre aspectos curriculares. Nos sistemas educa- secundário e o Decreto-Lei
172/91 o regime de direc-
tivas tradicionalmente centralizados, como o português ou o espanhol, a ção, administração e gestão
transição para um modelo mais descentrado (ou, pelo menos, desconcentrado) dos estabelecimentos de
educação pré-escolar e dos
não tem sido fácil, já que, por um lado, o poder central tende a preservar as ensinos básico e secundário.
suas competências ao nível das iniciativas educativas, quanto mais não seja
através da excessiva burocratização processual que exige às escolas para a
tomada de decisões; e, por outro lado, as escolas, enquanto organizações, e os
professores, enquanto profissinais, não têm hábitos de decisão e responsa-
bilização e tendem a ficar à espera de directrizes centrais para resolver os
problemas que lhes surgem.
127
Uma das consequências da autonomia das escolas é a necessidade de avaliação
das próprias instituições. Com efeito, o estado tem um compromisso perante a
sociedade ,J10 que respeita à educação dos seus jovens e há que verificar e
controlar de que forma e com que resultados esse serviço está a ser prestado
pelas instituições que dele dependem ou que legitimou para esse efeito.
Cada escola tem que encontrar, então, caminhos para o seu próprio
desenvolvimento institucional, por referência às condições concretas da
comunidade que serve, sem perder de vista os objectivos da educação a nível
nacional, submetendo-se a mecanismos de avaliação e controle da qualidade
a nível interno e externo.
Este último nível pressupõe que a colaboração faça parte das competências
profissionais dos professores. A colaboração pode ser entendida como um
princípio aglutinador e integrador da planificação e da acção num
estabelecimento escolar, favorecendo o desenvolvimento de umacultura própria
e permitindo, designadamente:
Com efeito, uma verdadeira cultura de colaboração numa escola tem que ser
voluntáriarnente decidida por todos os intervenientes, isto é, não pode ser
centralmente definida e regulamentada para aplicação nas escolas e, nestas,
não pode implicar o domínio de um grupo sobre os restantes, para evitar
problemas, confrontos ou prolongamentos de tempo de reuniões. Hargreaves
(1999) mostra alguns dos riscos em aceitar a colaboração como urna "moda",
desenvolvendo aquilo a que chama uma "colegialidade artificial": um processo
confortável e complacente, de cariz marcadamente conformista perante qualquer
tipo de inanipulação e aquiescente face a tomadas de decisão minoritárias, por
desistência de confrontos.
I 29
Pelo contrário, a cultura colaboratíva numa instituição requer a participação
igualitária dos vários profissionais, a decisão consensual na resolução de
problemas comuns, a partilha de responsabilidades e alguma flexibilidade de
papéis. Efectivamente, a equipa tem não só um trabalho conjunto de
intervenção sobre a situação educativa, mas também um trabalho de intervenção
sobre si própria, enquanto grupo.
I 10
implica o seu exercício com pares, o que constitui uma situação nova para
muitos professores.
131
que sejam tidos em conta factores diversos e que as decisões sejam ponderadas.
Há um equilíbrio que as equipas têm que encontrar entre a actividade (que as
mantêm coesas e eficazes) e a análise dessa actividade (sem a qual a acção se
reduz a um conjunto de tarefas mais ou menos planeadas).
Finalmente, a formação centrada na escola é um processo decorrente da
prática profissional que articula a organização da formação com a organização
da intervenção, facilitando o desenvolvimento de inovações. Consiste,
essencialmente, na resposta a dificuldades concretas em contextos específicos
e, nesse sentido, o seu ponto de partida é a identificação dos problemas que
surgem, inevitávelmente, nas escolas, planeando-se a formação de modo a
que esta constitua um suporte para a resolução desses problemas. O
desenvolvimento profissional do professor deixa, assim, de ser um processo
individual de formação contínua (através, por exemplo, da frequência de acções
de formação, seleccionadas face à oferta de uma determinada instituição) e
transforma-se num processo de desenvolvimento colectivo da equipa
pedagógica de determinada escola. Este tipo de formação pressupõe, então,
um contrato entre a escola e a instituição de formação, com base num pedido
concreto por parte da primeira.
I 312
determinado aluno, passaram, nos últimos anos, a fazer parte do corpo docente
de cada estabelecimento.
Segundo o Despacho 1051
As actuais funções do professor de apoio 3 são as seguintes: 97.
1) em relação à escola:
133
3) em relação aos alunos com necessidades educativas especiais:
Formação contínua Apenas na sua área Apenas na sua área Componente das reuniões
da equipa
136
Numa equipa que funcione em termos interdisciplinares existe j á a articulação
de funções entre os profissionais, o que implica a formalização de tempos e
espaços específicos para troca de informação (relativa à avaliação inicial e à
intervenção) e, eventualmente, a escolha de um profissional que represente o
grupo junto da família.
Finalmente, numa equipa com um modo de funcionamento transdisciplinar
existe não apenas a partilha de informação, mas também de decisões sobre a
intervenção (e dos fundamentos que estão na origem dessas decisões), sendo
a equipa, no seu conjunto, co-responsável pelo pelo atendimento ao aluno e à
sua família. Este nível de partilha exige uma dinâmica de confronto de
conhecimentos entre os profissionais envolvidos, através de uma reflexão
sistemática sobre o trabalho desenvolvido. Implica, portanto, uma comunicação
aberta e estratégias de negociação colaborativas.
Uma equipa que funcione de modo transdisciplinar poderá ainda contribuir
para o enriquecimento das funções de cada técnico, através da compreensão
da terminologia e práticas básicas das outras áreas, de modo a poder:
reconhecer que certo aluno necessita de uma intervenção específica
em determinada área (por exemplo, encaminhar um aluno para a terapia
da fala, se forem detectados indicadores dessa necessidade);
aplicar alguns procedimentos básicos de outras áreas, necessárias ao
trabalho quotidiano e sob a supervisão do técnico respectivo (por
exemplo, técnicas de postura para alunos com deficiências motoras
graves);
apoiar os outros elementos da equipa e ser por eles apoiado.
Este trabalho exige, como focámos antes, uma reflexão sistemática não apenas
sobre a intervenção, mas também sobre o funcionamento da própria equipa,
desenvolvendo estratégias de negociação nas discussões dos casos e de
colaboração na resolução de problemas. A grande vantagem dum processo
deste tipo é a compreensão global do aluno com necessidades educativas
especiais, permitindo a análise da situação como um todo e não como a soma
de várias partes, cada uma atendida por um especialista diferente, por vezes
com orientações contraditórias entre si.
Em síntese, a complexidade da população escolar actual exige o desenvol-
vimento de formas de articulação entre os professores da mesma escola e entre
estes e os diferentes profissionais que agem na área educativa (técnicos de
educação, saúde e assistência soc ial). A colaboração entre profissionais é, assim,
uma necessidades das escolas com vista ao desenvolvimento de respostas
elicazes e criativas às situações que se lhes deparam. Enquanto cultura
organizacional, a colaboração configura o desenvolvimento de atitudes
137
profissionais e de competências específicas para um efectivo trabalho em equipa
e cria, ainda, as bases para a articulação com outros parceiros educativos,
como veremos no ponto seguinte.
Na década de oitenta, Epstein (1990, cit. in: Silva, 1997) desenvolveu uma
tipologia de colaboração escola-família que decorre dà definição das áreas e
funções de cada um dos contextos em que a criança se insere, prevendo no
entanto, sub-áreas de sobreposição entre eles.
uma acção social e cívica, que se exerce nos orgãos de gestão da escola
(através dos representantes dos pais) e se relaciona com a co-
re sponsabilização pelas orientações da escola, com vista à articulação
das práticas educativas (Barroso, 1995).
I tO
que se deve, em grande parte, a falhas no planeamento e orientação destas.
Efectivamente, muitos docentes apresentam dificuldades em seleccionar, por
exemplo, os tópicos que devem ser abordados em reuniões gerais e aqueles
que só podem ser referenciados em reuniões individuais, o que dá origem a
situações de mal-estar e a problemas de comunicação dificeis de ultrapassar
(por exemplo, abordando, em público, as dificuldades escolares ou o
comportamento de determinado aluno). Nesta perspectiva, apresentamos no
quadro seguinte as várias etapas a considerar no planeamento, orientação e
avaliação das reuniões com os pais, individuais e/ou colectivas.
A) Preparação da reunião
2. Planeamento da reunião
- de reunião geral
de reunião individual
141
B) Actividades da reunião
2. Troca de informações
em reunião geral
- em reunião individual
(con t.)
1 42
3. Síntese da reunião
rever os pontos mais importantes
assegurar quem é o responsável por cada uma das medidas
pensadas
finalizar a reunião com uma nota positiva
145
reacções inciais foram encaradas pelos especialistas como desajustamentos e
incapacidades das famílias para lidar com a realidade da deficiência e, nesse
sentido, corno etapas que tinham que ser rapidamente ultrapassadas.
Actualmente, reconhece-se que a aceitação da deficiência de um bebé
longamente idealizado é um processo difícil e que, para além dos problemas
psicológicos que pode criar nos pais, implica efectivamente situações de
complexa resolução no quotidiano das famílias. De facto, as necessidades das
crianças com deficiências acentuadas podem ser um factor de "stress" agravado,
uma vez que:
Por outro lado, há ainda a considerar as funções assumidas por cada um dentro
da estrutura familiar. Os técnicos e especialistas tendem a intervir a este nível
ainda com base no conceito de família tradicional, em que cada elemento
tinha papéis e funções pré-definidos socialmente. No entanto, cada vez mais
existem estruturas familiares diferentes e, mesmo nas famílias com estruturas
tradicionais, os papéis e as funções de cada um não correspondem, for-
çosamente, ao esteriótipo corrente. No trabalho com as famílias, é necessário
aceitar essas diferenças de funcionamento e perceber quem é que, no seio de
cada família, poderá desempenhar cada uma das funções que são necessárias
ao acompanhamento da criança deficiente, sem sobrecarregar apenas um dos
elementos.
Por sua vez, as necessidades da criança ou jovem variam, também, consoante
a sua idade, dando origem a tipos diversos de preocupações familiares. Turnbull
e Turnbull (1990) apontaram os vários ptoblemas que se colocam aos pais e
irmãos dos indivíduos com deficiência, conforme os diferentes ciclos de vida
em que estes últimos se encontravam. Com efeito, embora os primeiros anos
possam ser emocionalmente mais dolorosos para as famílias, à medida que a
criança cresce vão-se colocando problemas mais complexos de resolver,
sobretudo quando, como em Portugal, não existe um sistema de apoio
estruturado para adultos com deficiências graves.
148
- no relacionamento com o filho, uma vez que a aceitação do problema
e a capacidade de manter expectativas positivas (mas realistas) são
fundamentais para que a criança ou jovem se desenvolva de forma
emocionalmente equilíbrada e aprenda a lidar com a situação;
I 19
Assim sendo, os objectivos da intervenção junto de famílias com crianças/
jovens deficientes ou com problemáticas que requerem cuidados especiais
podem ser definidos do seguinte modo:
Face aos resultados deste estudo (que se aproximam dos resultados de estudos
realizados noutros países), parece evidente que os professores e educadores,
tenham ou não o apoio de uma equipa pluridisciplinar, não se devem
responsabilizar apenas pelo programa educativo do aluno, mas constituir
também um recurso privilegiado para a sua família, nomeadamente fornecendo
informação sobre os serviços de apoio (necessários no presente e possíveis no
futuro), a que a famtlia pode recorrer na comunidade e ajudando a melhor
conhecer e lidar com a situação do seu filho.
Em síntese, a participação dos pais na escola é, não apenas um direito social,
como também uma necessidade da própria escola com vista à promoção do
sucesso escolar de cada aluno. Neste contexto, toma especial relevância o
envolvimento escolar dos pais cujos filhos têm necessidades educativas
especiais, já que estes requerem uma maior continuidade entre o contexto
escolar e o contexto familiar. Por outro lado, as famílias destes a1unos enfrentam
situações complexas, que necessitam quer de informação adequada à situação,
quer de acompanhamento e apoio efectivos.
151
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