Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
ELETROTECNIA GERAL
GUIA DE TRABALHOS
DEZ/2020
LIMA DE OLIVEIRA
1/16
1 Objetivo
Leituras dos ensaios, devem ser registadas na
Este trabalho destina-se a verificar experimentalmente a influência dos vários tipos de carga,
nomeadamente resistiva, indutiva e capacitiva sobre os circuitos de corrente alternada em especial
sobre a diferença entre os ângulos de fase da corrente e da tensão (𝜑).
Serão ensaiadas cargas com as seguintes características:
R - Resistência (carga resistiva);
L - Bobina (carga indutiva pura);
C - Condensador (carga capacitiva pura)
RL - Conjunto de resistência e bobina (carga indutiva);
RC - Conjunto resistência e condensador (carga capacitiva);
RLC - Conjunto resistência, bobina e condensador em série (indutiva ou capacitiva,
depende dos valores de L e C).
Para cada carga será lida a tensão e corrente.
A desfasagem será calculada e depois confirmada no osciloscópio.
2 Breve explicação
A desfasagem entre a tensão e a corrente do circuito, tem apenas a ver com os elementos ligados ao
circuito (carga).
Pelos elementos constituintes da carga e mesmo antes de ser aplicada tensão, já se sabe qual vai ser
o fator de potência do circuito (cosseno do angulo (𝜑)). O angulo 𝜑 é o angulo entre a tensão e a
corrente. Resulta da diferença entre os ângulos de fase da corrente (𝜑𝐼) e da tensão (𝜑𝑈).
Esse angulo é uma característica do circuito e é definido pela carga.
2/16
Tabela 1 – Elementos de um circuito de corrente alternada
Nome Símbolo Unidade
Resistência R Ω - Ohm
Indutância L H - Henry
Capacidade C F - Farad
Quando inseridos num circuito de corrente alternada, o elemento resistência [Ω] vale pelo seu
próprio valor, que também recebe o nome de resistência [Ω]; cada elemento L [𝐻] e C [𝐹] vale por
uma característica sua que recebe o nome de reatância [Ω]. A reatância depende da frequência.
Reatância do circuito
𝑋̅= ̅𝑋̅𝐿 + ̅𝑋̅𝐶
ou
𝑗𝑋 = 𝑗𝑋𝐿 + (−𝑗𝑋𝐶)
(coordenadas retangulares)
Cálculo de Z̅
𝑍̅ = 𝑅̅+ 𝑋̅= 𝑅̅+ (𝑋
̅𝐿+ ̅𝑋̅𝐶)
Substituindo os vetores pelas coordenadas retangulares
Z̅= 𝑅 + (𝑗𝑋𝐿 − 𝑗𝑋𝐶 )
Calculando o módulo
𝑍 = √𝑅2 + (𝑋𝐿 − 𝑋𝐶)2
𝑍 = √2002 + (188,5 − 106,1)2 = √40000 + 82,392 = 216,31 𝛺
82,39
𝜑 = 𝑎𝑡𝑎𝑛 ( ) = 22,39°
200
c) Corrente do circuito (consideremos a tensão na origem):
𝑈̅ 100∠0°
𝐼̅ = = = 0,46 ∠ − 22,39°A
𝑍 216,31∠22,39°
5/16
d) Potência fornecida ao circuito (S = potência aparente; P = p. ativa e Q = p. reativa)
𝑆̅ = 𝑈
̅ 𝐼 ∗ = 100∠0° × (0,46 ∠ − 22,39°)∗ = 100∠0° × 0,46 ∠ + 22,39° = 42,75 + j17,61 VA
P = 42,75 W
Q = 17,61 VAR
Outra forma de calcular usando as funções trigonométricas
𝑆 = 𝑈 𝐼 = 100 × 0,46 = 46 𝑉𝐴
𝑃 = 𝑈 𝐼 𝑐𝑜𝑠 𝜑 = 100 × 0,46 × 𝑐𝑜𝑠(22,39°) = 42,75 𝑊
𝑄 = 𝑈 𝐼 𝑠𝑒𝑛 𝜑 = 100 × 0,46 × 𝑠𝑒𝑛(22,39°) = 17,61 VAR
Nota: O angulo 𝜑 consoante as grandezas complexas onde aparece ( 𝑍̅, 𝐼,̅ 𝑆̅) assim terá sinal
positivo ou negativo. No cálculo de Q, acima, deve considerar-se o angulo com o sinal que tem na
fórmula da potência complexa. Deste modo Q>0 significa potência reativa indutiva e Q<0 potência
reativa capacitiva.
e) Para um mesmo circuito, o sinal do angulo varia consoante o diagrama considerado.
6/16
Fig. 12 – Soma das tensões dos elementos Fig. 13 – Diagrama de tensões nos elementos
Fig. 18 –Caixa de resistência para leitura Fig. 19 - Fonte de alimentação (60-100, Three
de corrente para osciloscópio (10 Ω) phase supply control
7/16
5 Esquema de ligações no laboratório
No ponto 5 são apresentados os ensaios para cada tipo de carga (R, L, C, RL, RC, RLC série e RLC
paralelo). Para evitar ligar e desligar fios durante os ensaios ligam-se inicialmente todos os
componentes como na Fig. 20 e manobram-se os interruptores. O aluno determinará caso a caso as
manobras a fazer no circuito. Adicionou-se uma resistência extra 𝑅𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 que representa a resistência
da linha de transporte. Tem um valor reduzido de 10 Ω.
6 Procedimentos de trabalho
Solicite ao professor os valores para tensão, resistências, bobinas e condensadores para ensaio.
Opção 1
U 𝑅1 𝑅2 𝐿1 𝐿2 𝐶1 𝐶2
Tipo de carga
[V] [Ω] [Ω] [mH] [mH] [μF] [μF]
R 100 230 230 - - - -
L 100 - - 700 - - -
c/harmónicas→ - 2+4 -
C (1) 100 - - s/harmónicas→ 700 - 2+4
RL 100 230 - 700 - - -
RC 100 230 - - - 2+4 -
RLC (série) 100 230 - - 700 - 2+4
100 - 230 3x700 - - -
RLC (paralelo)
100 - 230 3x700 - 4 -
Opção 2
U 𝑅1 𝑅2 𝐿1 𝐿2 𝐶1 𝐶2
Tipo de carga
[V] [Ω] [Ω] [mH] [mH] [μF] [μF]
R 150 230//470//2200 230//470//2200 - - - -
L 150 - - 700 - - -
c/harmónicas→ - 2+4 -
C (1) 150 - - s/harmónicas→ 700 - 2+4
RL 150 230//470//2200 - 700 - - -
RC 150 230//470//2200 - - - 2+4 -
RLC (série) 150 230//470//2200 - - 700 - 2+4
700x100%
150 - 230//470//2200 2x700x50% - - -
RLC
(paralelo) 700x100%
150 - 230//470//2200 2x700x50% - 2+8 -
(1) A utilização do condensador 𝐶1é apenas para constatar o aparecimento de harmónicas indesejadas. O
ensaio deve ser realizado utilizando em substituição 𝐶2 + 𝐿2 que em conjunto são equivalentes a um
condensador com 𝑋𝐶 = 310 Ω e evita o aparecimento de harmónicas devido ao efeito de
“alisamento” da bobina.
8/16
6.1 Circuito R (carga resistiva)
1. Montar o circuito da Fig. 21.
Ponta de prova do
osciloscópio. Capta sinal de
corrente 𝑰𝑹 indiretamente
pela tensão em 𝑹𝒍𝒊𝒏𝒉𝒂
Ponta de prova do
osciloscópio. Capta ̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
sinal de tensão U
𝐼̅𝑅 = 𝐼𝑅∠0° 𝐴
Tensão
corrente
Fig. 23 – Curvas teóricas de tensão e corrente para Fig. 24 – Curvas reais (osciloscópio)
carga R. de tensão e corrente.
9/16
6.2 Circuito L (carga indutiva pura)
1. Montar o circuito da Fig. 25.
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
−90°
Tensão
corrente
−𝟗𝟎°
Não Passam por
zero ao mesmo
tempo
Fig. 27 - Curvas teóricas de tensão e corrente para Fig. 28 – Curvas reais (osciloscópio)
carga L de tensão e corrente
10/16
6.3 Circuito C (carga capacitiva pura)
1. Montar o circuito da Fig. 29.
𝐼̅𝐶 = 𝐼𝐶∠90° 𝐴
90°
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
Tensão
corrente
+𝟗𝟎°
Não Passam por
zero ao mesmo
tempo
Fig. 31 – Curvas teóricas de tensão e corrente para Fig. 32 – Curvas reais (osciloscópio) de
carga C tensão e corrente
11/16
6.4 Circuito RL (carga indutiva)
1. Montar o circuito da Fig. 33.
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
Angulo negativo.
Depende de R e L
𝐼̅ = 𝐼∠φ
Fig. 33 – Circuito com carga RL, aparelhos de medida e pontas do Fig. 34 – Diagrama vetorial
osciloscópio para carga RL
2. Registe os valores na Tabela 7.
𝐼̅ = 𝐼∠φ
Angulo positivo.
Depende de R e C
φ
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
Fig. 35 – Circuito com carga RC, aparelhos de medida e pontas do Fig. 36 – Diagrama
osciloscópio. vetorial para carga RC
2. Registe os valores na Tabela 8.
12/16
6.6 Circuito RLC - série
1. Montar o circuito da Fig. 37
Angulo positivo ou
𝐼̅ = 𝐼∠φ
negativo. Depende
φ de R, L e C
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
Fig. 38 – Diagrama
Fig. 37 – Circuito com carga RLC série.
vetorial para carga RLC
2. Registe os valores na Tabela 9
Angulo positivo ou
negativo𝐼. ̅ D= ndφ
ep𝐼e∠ e
φ de L e C
̅ = 100∠0° 𝑉
𝑈
7.1 Osciloscópio
Quando se ligam as duas pontas de prova do osciloscópio há o risco de se fazer um curto-circuito à
fonte, indiretamente através da massa (os “crocodilos”).
As massas estão interligadas no interior do osciloscópio.
Nunca ligar por exemplo a massa de uma ponta à fase da fonte e a massa da outra ponta ao neutro
da fonte (Fig. 42).
“massa 1”
ligada à fase
As duas
“massas” ligadas
ao neutro
“massa 2” ligada
ao neutro
Fig. 42 – Ligação incorreta das pontas (curto- Fig. 43 – Ligação correta das pontas
circuito à fonte)
7.3 Resistências
A caixa de resistências apresenta vários interruptores identificados por um valor em Ω. Quando se
liga apenas um interruptor a resistência total da caixa é a do valor desse interruptor.
Quando se liga em simultâneo mais um interruptor, a resistência total é o valor do paralelo das
resistências dos interruptores ligados.
7.4 Condensadores
A caixa de condensadores introduz (indesejadamente) ruido na
rede que se manifesta na corrente por uma sinusoide não perfeita
(Fig. 44 A). Para “alisar” o ruido liga-se uma bobina em série
com o condensador.
Fig. 44 – A B
Para o circuito continuar capacitivo, a reactância da bobina tem de ser inferior à do condensador o
que se consegue, introduzindo 80% a 100% do núcleo de ferro na bobina (Fig. 44 B).
14/16
7.5 Medições
Determine o calibre a usar em cada aparelho de medida em função dos valores expetáveis das
grandezas a medir.
Por vezes os fabricantes podem dotar os seus aparelhos de algumas particularidades nomeadamente
a possibilidade de leitura de mais que uma grandeza (multímetros).
Os amperímetros têm resistência interna muito baixa e são ligados em série.
Os voltímetros têm resistência interna muito elevada e são ligados em paralelo. Podem por exemplo
ser ligados diretamente a uma fonte sem correr o risco de provocar um curto-circuito nesta.
medição de correntes medição de tensões medição de potências
7.6 Leituras
Pinças:
Algumas pinças permitem a visualização de duas ou mais grandezas em simultâneo no mesmo
display. Outras mostram as grandezas uma de cada vez, mas têm de ser selecionadas através de um
seletor.
Wattímetros analógicos:
A potência medida, por vezes não corresponde numa leitura direta do mostrador.
Pode ter de ser afetada por um fator multiplicador que depende do terminal amperimétrico utilizado
(pode haver mais que um) e da posição do seletor de tensões (tem várias posições). Observe as
instruções no mostrador.
15/16
8 Leituras dos ensaios
Circuito R (carga resistiva)
Tabela 4 – Leituras, circuito R
𝑈1 𝑅1 𝑅2 𝐼1
[V] [Ω] [Ω] [A]
compensação 𝑅2 𝐿1 𝐶1 𝑈1 𝐼1 𝐼2
do fator de
potência [Ω] [mH] [Ω] [μF] [Ω] [V] [A] [A]
Antes - -
Depois
16/16