O processo é desenvolvido ao longo de três etapas, cada uma com oito entrevistas
realizadas duas vezes por semana. O compromisso do paciente com a terapia é o
objetivo principal no começo do tratamento e pode ser dividido sinteticamente nos
seguintes objetivos: expectativas, intenções e esperança. Salienta-se a importância de
construir as expectativas positivas sobre a terapia, tanto sobre o papel (o que é
esperado do terapeuta e do paciente) como sobre os resultados (Gilbert & Leahy,
2007). Outro objetivo desta primeira fase consiste no controle da ingestão. Para evitar
que o paciente faça o "movimento pendular" de passar de uma dieta restritiva que lhe
provoque fome para um episódio bulímico, é indicado um programa alimentar fixo, com
técnicas comportamentais, como evitar as situações de estresse, contextos de hábito
ou de tentação, geralmente precipitadores dos empanturramentos (Fairburn, 1991).
Mas o tratamento dos transtornos alimentares não deve se dar somente através da
TCC. Nessas doenças a equipe interdisciplinar é fundamental devido à possível
necessidade de hospitalização, ganho urgente de peso, problemas físicos causados
tanto pela restrição como pelas orgias alimentares e purgações. Hoje se sabe que os
melhores resultados são alcançados através das equipes multiprofissionais. É ideal que
participem desta equipe: educadores físicos, enfermeiros, dentistas, médicos clínicos,
nutricionistas, psicólogos, psiquiatras, entre outros.