Você está na página 1de 11

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

DETERMINAÇÃO DO CALOR DE NEUTRILAZAÇÃO

LUCAS FRANCISQUINI FERNANDES SILVA

PRESIDENTE PRUDENTE
12 / 01 – 2022
RELATÓRIO: DETERMINAÇÃO DO CALOR DE

NEUTRALIZAÇÃO

Relatório apresentado a Professora Silvania


Lanfredi disciplina de Físico-Química
Experimental– Modo Presencial, do curso de
Química.

UNESP – Faculdade de Ciências e Tecnologia


Presidente Prudente – 02/02/2022
3

INTRODUÇÃO

Esse experimento levanta conceitos físico-químicos, inorgânicos e básicos da química


que se entrelaçam e fazem com que possamos entender mais sobre a junção dessas duas áreas.
Entretanto, neutralizar é um conceito tanto físico-químico e inorgânica e sua explicação
se deve quando um ácido forte é colocado em solução juntamente com uma base forte dando
água e sal. Esse modo simplista esconde a alteração do pH que ocorre nessa solução, onde esse
meio tende a ser próximo de 7 onde ocorre a neutralização.
Com isso, essa neutralização libera calor como já foi dito, e esse calor entálpico tem
uma explicação que se dá pelo calor liberado e recebido tanto aos produtos e quanto ao
calorímetro.
Portanto, há essa medida por esse calorímetro que é um aparelho que permite isolar
termicamente do meio o sistema que está para ser estudado, sendo assim, consegue se estudar
uma transformação que não há trocas de energia térmica entre o sistema e o meio exterior, mais
conhecida como transformação adiabática.
Consequentemente, esses conhecimentos serão utilizados nesse experimento e onde
será abordado como é a neutralização de ácido-base, cálculos da neutralização, capacidade
calorifica e calor de neutralização. E também, quando não se dissocia completamente tende a
ter problemas nas horas do cálculo.
4

OBJETIVOS

Determinar o calor da neutralização de uma reação ácido-base forte.

PARTE EXPERIMENTAL

Materiais e Métodos
• Frascos de Dewar 250 mL (2 unidades);
• Termômetro de fundo de escala 0,1 ºC (2 unidades);
• Termômetro comum de fundo de escala 1 ºC;
• Proveta 250 mL (2 unidades);
• Balões volumétricos 200 mL (2 unidades);
• Proveta 500 mL;
• Bequér 500 mL;
• Agitadores magnéticos (2 unidades);
• Barras magnéticas para agitação (2 unidades);
• Cronômetro;
• Balança analítica;
• Solução concentrada estoque de HCl;
• Solução concentrada estoque NaOH;
• Solução concentrada estoque de HC2H3O2.

Procedimento Experimental
Foi introduzido a garrafa térmica, devidamente seca, na barra magnética para agitação,
em sequência foi tampado com uma rolha atravessada por um dos termômetros de fundo de
escala 0,1 ºC.
Foi colocado a garrafa sobre um agitador magnético e ligado.
Foi anotado a temperatura do calorímetro a cada 30 segundos, até que ela atingisse um
valor estável.
Foi medido 400 mL de água destilada na proveta de 500 mL, após isso foi colocado no
bequér de 500 mL.
Foi aquecido até a temperatura atingir 55 ºC.
5

Foi usado o termômetro comum para acompanhar a evolução da temperatura durante o


aquecimento.
Foi transferido esta água aquecida para outra garrafa térmica que já continha a barra
magnética para agitação.
Foi tampado com uma rolha atravessada pelo outro termômetro de fundo de escala 0,1
ºC.
Foi ligado o agitador que estava a segunda garrafa.
Foi anotado a temperatura do calorímetro a cada 30 segundos, até que ela atingisse um
valor estável.
Foi transferido a água aquecida para o calorímetro.
Foi tampado novamente e anotado a temperatura da água a cada 15 segundos, até que
ela atingisse um novo valor estável.
Foi preparado 200 mL de solução aquosa de NaOH de concentração 1,5 mol/L e 200
mL de solução aquosa de HCl também de concentração 1,5 mol/L.
Foi esvaziado o calorímetro e secado usando ar comprimido.
Foi introduzido de volta na garrafa térmica a barra magnética para agitação e
consequentemente tampada com a rolha atravessada por um dos termômetros de fundo de escala
0,1 ºC;
Foi colocado a garrafa sobre o agitador magnético e ligado.
Foi anotado a temperatura do calorímetro a cada 30 segundos, até que ela atingisse um
valor estável.
Foi transferido as soluções de ácido e base para as provetas de 250 mL.
Foi usado um termômetro de escala 0,1 ºC, foi medido e anotado a temperatura de cada
uma destas soluções.
Foi lavado e secado o termômetro.
Foi transferido as duas soluções para o calorímetro.
Foi devidamente tampado.
Foi anotado a temperatura do calorímetro a cada 15 segundos, até que ela atingisse um
valor estável.
Foi repetido o mesmo processo para o ácido acético.
6

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Equação de neutralização:
Ácido clorídrico e hidróxido de sódio
HCl + H2O → Cl-(aq) + H+(aq)
NaOH + H2O → Na+(aq) + OH-(aq)
H+(aq) + OH-(aq) + Cl-(aq) + Na+(aq) → Cl-(aq) + Na+(aq) + H2O
Ácido acético
CH3COOH(aq) + OH- → CH3COO-(aq) + H2O 𝜟HI
Segundo a Lei de Hess, essa equação é obtida pela junção dessas duas equações:
H+(aq) + OH-(aq) → H2O 𝜟HII, e
CH3COOH(aq) → CH3COO-(aq) + H+ 𝜟HIII
Ou seja, 𝜟HIII + 𝜟HII = 𝜟HI
Portanto, o calor liberado nessa reação, - 𝜟HI, pode ser calculado como a diferença entre
a energia liberada na combinação dos íons, - 𝜟HII, e o calor consumido para ionizar as
moléculas do ácido acético, 𝜟HIII.
7

Sendo assim: -𝜟HI = (-𝜟HII) - 𝜟HIII


Assumindo para valores de calorimetria, temos: -𝜟H = Qp + Qc = Q
Onde Qp é o calor recebido pelos produtos e Qc e calor recebido pelo calorímetro.

Contas:
• Calibração do calorímetro I
t1 = 54,8 ºC; t2 = 25,8 ºC; tf = 52,5 ºC
• Cálculo da temperatura inicial ácido/base forte
t1 = 62,7 ºC; t2 = 27,1 ºC; tf = 35,6 ºC
tf = t1 – t2  35,6 = t1 – 27,1  t1 = 62,7
• Cálculo da temperatura inicial ácido fraco e base forte
t1 = 59,9 ºC; t2 = 25,1 ºC; tf = 34,8 ºC
tf = t1 – t2  34,8 = t1 – 25,1  t1 = 59,9
• Capacidade calorífica
𝜟CH2O = 4,184 J g-1 ºC-1
m = 400 mL
Ccal.(tf – t2) = - m.CH2O.(tf – t1)
Ccal(52,5 ºC - 25,8 ºC) = - (400 mL).(4,184 J g-1 ºC-1).(52,5 ºC – 54,8 ºC)
Ccal = 3849,28 / 26,7 ºC = 144,16 J ºC-

• Calor de neutralização
𝜟neutralizaçãoHm = - [Ccal(tf – t2) + mHX.CHX.(tf – tHX) + mOH.CMOH.(tf – tMOH)] / nMOH

nMOH = C.V  nMOH = (1,5 mol/L).(0.2) = 0,3 mol (todos os reagentes)

𝜟neutralizaçãoHm = - [(144,16 kJ ºC-).(35,6 ºC - 27,1 ºC) + (200 mL).(4,184 J g-1 ºC-1).(35,6


ºC – 27 ºC) + (200 mL).(4,184 J g-1 ºC-1).(35,6 ºC – 27 ºC)] / 0,3 mol
𝜟neutralizaçãoHm = - 13167,6 / 0,3 = - 43892 J mol-
- 43,892 kJ mol- (ácido forte)
𝜟neutralizaçãoHm = - [(144,16 kJ ºC-).(34,8 ºC – 25,1 ºC) + (200 mL).(4,184 J g-1 ºC-1).(34,8
ºC – 27 ºC) + (200 mL).(4,184 J g-1 ºC-1).(34,8 ºC – 27 ºC)] / 0,3 mol
𝜟neutralizaçãoHm = - 14452,4 / 0,3 = - 48174 J mol-
- 48,174 kJ mol- (ácido fraco)
8

T1 ( ºC) T2 ( ºC) Tf ( ºC)


Calibração do 54,8 25,8 52,5
calorímetro I
Cálculo da 62,7 27,1 35,6
temperatura inicial
ácido/base forte
Cálculo da 59.9 25,1 34,8
temperatura inicial
ácido fraco e base
forte
(Tabela 1: temperaturas)
9

CONCLUSÕES

Podemos concluir que quando um ácido forte e uma base forte reagem liberando calor,
como nesse experimento que resultou em - 43,892 kJ mol-. No caso de um ácido fraco com uma
base forte há ionização, um processo que absorve calor e dependendo das moléculas, elas
podem absorver também. Mas isso também depende de como é a reação do ácido fraco.
Em questão a esse experimento, temos que o ácido fraco liberou - 48,174 kJ mol-.
Usando os dois valores como comparativos, podemos perceber que o ácido forte liberou mais
calor que o ácido fraco por conta da sua dissociação completa, diferentemente do ácido fraco
que não se dissocia completamente em solução.
10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NEIDIG, H. A.; YINGLING, R. T. Journal of Chemical Education 42, 474


(1965).
DOCKERSON, R. E.; Molecular Thermodynamics. Menlo Parking (CA,
E.U.A.), W. A. Benjamin, 1969. pp. 426-446.
CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. Trad. de C. M. P dos
Santos e R. B Faria. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1986. pp. 135-
150.
BUENO, W. A.; DEGREVE, L. Manual de Laboratório de Físico-Química.
São Paulo, McGraw-Hill, 1980. pp. 23-27.
SILVA, R. R. da; BOCCHI, N; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à Química
Experimental São Paulo, McGraw-Hill, 1990. pp. 74-76.

Você também pode gostar