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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II ENGª CIVIL

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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II ENGª CIVIL

1. MATERIAL DE CONSULTA DIÁRIA

Os materiais que as aulas de “Estruturas de Concreto Armado II” sempre estarão


baseados nas diretrizes, especificações, definições e procedimentos da “NBR
6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento”. Todas as tabelas
contidas nesta apostila foram extraídas da referida norma, exceto onde indicado.

2. TERMOS E DEFINIÇÕES

2.1 Concreto estrutural


Termo que se refere à aplicação de concreto para fins estruturais.

2.2 Elementos de concreto simples estrutural


São aqueles que não possuem qualquer tipo de armadura ou não possuem a
quantidade mínima de acordo com a tabela abaixo:

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2.3 Elementos de concreto armado


São aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre o concreto
(trabalhando à compressão) e a armadura de aço (trabalhando à tração), sem
alongamentos iniciais.

2.4 Elementos de concreto protendido


São aqueles que as armaduras são alongadas inicialmente com o auxílio de
equipamentos de protensão, com a finalidade de impedir ou limitar a fissuração e os
deslocamentos da estrutura.

2.5 Armadura passiva


Qualquer uma das armaduras que estão presentes na estrutura de concreto que não
seja utilizada para produzir forças de protensão, ou seja, que não seja previamente
alongada.

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2.6 Junta de dilatação


Qualquer interrupção do concreto com o objetivo de reduzir as tensões internas que
possam resultar em impedimentos de movimentações dentro da estrutura,
principalmente em virtude da retração do concreto.

2.7 Junta de dilatação parcial


Redução de espessura igual ou superior a 25% da seção do concreto.

3. REQUISITOS GERAIS DE QUALIDADE DA ESTRUTURA

As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de qualidade


descritos a seguir.

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3.1 Capacidade resistente


Deve-se basicamente em segurança da estrutura, em relação à ruptura.

3.2 Desempenho em serviço


Deve-se basicamente na capacidade da estrutura em manter-se em condições plenas
de utilização durante toda a sua vida útil, não podendo apresentar danos que possam
comprometer parte ou totalmente a utilização da estrutura.

3.3 Durabilidade
Consiste na capacidade da estrutura resistir às influências ambientais previstas e
definidas em projeto.

4. DIRETRIZES PARA DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

4.1 Exigências de durabilidade


As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, sob as
condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme
preconizas em projeto, conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço
durante o prazo correspondente à sua vida útil.

4.2 Vida útil de projeto


Período de tempo que a estrutura mantem as características preconizadas na época da
execução do projeto, desde que atenda aos requisitos de uso e manutenção prescritos
no manual de utilização, inspeção e manutenção da estrutura. Esse manual deve
especificar, de forma clara e sucinta, os requisitos básicos para a utilização e a
manutenção preventiva, necessários para garantir a vida útil prevista para a estrutura,
conforme indicado na ABNT NBR 5674.

4.3 Agressividade do meio ambiente


Entende-se por agressividade do meio ambiente as ações químicas e físicas que o meio
ambiente produz na estrutura.

Nos projetos de estruturas de concreto, a agressividade ambiental deve ser classificada


de acordo com a tabela abaixo:

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5. CRITÉRIOS DE PROJETO QUE VISAM A DURABILIDADE

5.1 Simbologia
cmín – cobrimento mínimo

cnom – cobrimento nominal (cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução)

UR – umidade relativa do ar

Δc – tolerância de execução para cobrimento

5.2 Qualidade do concreto de cobrimento


A durabilidade do concreto é dependente das características do concreto, além da
espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.

Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da estrutura frente ao tipo e


classe de agressividade prevista em projeto devem estabelecer os parâmetros mínimos
a serem atendidos. Na falta destes e devido à existência de uma forte correspondência
entre a relação água/cimento e a resistência à compressão do concreto e sua

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durabilidade, permite-se que sejam adotados os requisitos mínimos expressos na


tabela abaixo:

Com relação aos cobrimentos mínimo e nominal, estes estão sempre relacionados à
superfície externa da armadura, em geral em relação à face externa do estribo.

A NBR 6118 estabelece uma relação entre a classe de agressividade ambiental e o


cobrimento nominal, que pode ser visualizada na tabela a seguir:

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6. CONCRETO

Os concretos são classificados de acordo com:

- Sua massa específica

- Sua resistência à compressão

- Sua consistência de abatimento do tronco de cone

Para estes dois critérios de classificação, temos a NBR 8953, que divide os critérios de
acordo com estes parâmetros:

(*) Tabela extraída da NBR 8953.

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(*) Tabela extraída da NBR 8953.

Com relação à massa específica do concreto, existem três classificações para este
parâmetro:

- Concretos Leves (CL): concretos cuja massa específica é inferior a 2000 kg/m³;

- Concretos Normais (C): concretos cuja massa específica está entre 2000 kg/m³ e 2800
kg/m³;

- Concretos Pesados (CD): concretos cuja massa específica é superior a 2800 kg/m³.

Para efeitos de cálculo, podemos considerar a massa específica com o valor de :

2400 kg/m³ para concreto simples;

2500 kg/m³ para concreto armado.

7. AÇÕES

Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam
produzir efeitos significativos para a segurança da estrutura em exame, levando-se em
conta os possíveis estados limites últimos.

De acordo com a NBR 8681, as ações são classificadas em:

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- Permanentes;

- Variáveis;

- Excepcionais.

7.1 Ações permanentes


Aquelas que não variam durante toda a vida da construção. As ações permanentes
devem ser consideradas com seus valores representativos mais desfavoráveis para a
segurança.

7.1.1 PESO PRÓPRIO


Deve ser admitido os valores conforme item 6 desta apostila.

7.1.2 PESO DOS ELEMENTOS FIXOS E DE INSTALAÇÕES PERMANENTES


As massas específicas dos materiais de construção correntes podem ser avaliadas com
base nos valores indicados na NBR 6120 (Ver Tabela 1).

7.1.3 RETRAÇÃO DO CONCRETO


Pode ser calculada de acordo com o Anexo A da NBR 6118. Vias de regra, admite-se
que a retração seja calculada simplificadamente através de interpolação da tabela a
seguir:

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Onde Ac = área da seção transversal do concreto; u = perímetro

7.2 Ações variáveis


7.2.1 CARGAS ACIDENTAIS PREVISTAS PARA O USO DA CONSTRUÇÃO
As cargas acidentais correspondem normalmente a:

- Cargas verticais de uso da construção;

- Cargas móveis, considerando o impacto vertical.

7.2.2 AÇÃO DO VENTO


Os esforços solicitantes relativos à ação do vento devem ser considerados e
recomenda-se que sejam determinados de acordo com o prescrito pela NBR 6123.

7.2.3 AÇÃO DA ÁGUA


O nível d’água adotado para cálculo de reservatórios, tanques, decantadores e outros
deve ser igual ao máximo possível compatível com o sistema de extravasão,
considerando apenas o coeficiente f = f3 = 1,2, conforme NBR 8681.

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8. VALORES DE CÁLCULO DAS AÇÕES

8.1 Coeficientes de ponderação das ações


Os valores de cálculo Fd das ações são obtidos a partir dos valores representativos,
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação f definidos como:

f = f1 xf2 xf3

Com base no Estado Limite Último, temos os valores dos coeficientes de acordo com as
tabelas abaixo:

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8.2 Combinação das ações


Uma combinação pode ser classificada como normal, especial ou de construção e
excepcional.

Para facilitar a visualização, estas combinações são elucidadas na tabela abaixo:

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9. RESISTÊNCIAS

9.1 Simbologia
f – Resistência

γm1 – Parte do coeficiente de ponderação das resistências γm, que considera a


variabilidade da resistência dos materiais envolvidos;

m2 – Parte do coeficiente de ponderação das resistências m, que considera a


diferença entre a resistência do material no corpo de prova e na estrutura;

m3 – Parte do coeficiente de ponderação das resistências m, que considera os desvios
gerados na construção e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das
resistências.

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9.2 Valores de cálculo


A resistência de cálculo é definida pela expressão:

Sabe-se que fk é a resistência característica do concreto e γm é o coeficiente de


ponderação das resistências, que deverá ser obtido através da seguinte expressão:

m = m1 xm2 xm3

Este coeficiente m, para o ELU, é obtido através da tabela abaixo:

10. CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

As condições analíticas de segurança estabelecem que as resistências não podem ser


menores que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados-
limites e todos os carregamentos especificados para o tipo de construção considerado,
ou seja, em qualquer caso deve ser respeitada a condição:

Rd ≥Sd

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