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Universidade Católica de Moçambique

Centro de Ensino a Distancia CED


Delegação de Nampula

Curso de ensino de História

Código: 708221267
Juma Nicolau

Descrição completa das quatro funções didácticas

Nampula, Julho de 2022


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Universidade Católica de Moçambique

Centro de Ensino a Distancia CED

Delegação de Nampula

Curso de ensino de História

Código: 708221267

Juma Nicolau

Descrição completa das quatro funções didácticas

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Didáctica geral, 1o ano, 1o semestre,
leccionado pelo Docente:
Armindo Atusse

Nampula, Julho de 2022


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Índice
Introdução.....................................................................................................................................4

Descrição completa das quatro funções didácticas......................................................................5

Introdução/motivação...................................................................................................................6

Mediação/assimilação...................................................................................................................8

Domínio/consolidação..................................................................................................................9

Controle/avaliação......................................................................................................................10

Objecto da avaliação..................................................................................................................10

Caracteristicas basicas de controle e avaliação..........................................................................10

Conclusão...................................................................................................................................13

Bibliografia.....................................................................................................................................14
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Introdução
O presente trabalho aborda Descrição completa das quatro funções didácticas. E tem por fim
caracterizar as actividades básicas dos alunos em cada momento da aula.
Devemos entender a aula como o conjunto dos meio e condiçãoes pelos quais o professor dirige e
estimula o processo de ensino e em função da actividade propria do aluno no precesso da
aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e activa dos conteudos. Em outras
palavras, o processo de ensino, atraves das aulas, possibilita o encontrio entre os alunos e a
materia de ensino, preparada didaticamente no plano de ensino e nos planos de aula.

A realização de uma aula ou conjunto de aula requer uma estruturação didatica, isto é, etapas ou
passos mais ou menos constantes que estabelecem de, instrumentalizam os alunos a pensarem
metodicamente, a raciocinar, a desenvolver a capacidades de abstração, em fim, a pensar a
propria prática. Ultrapassam, por tanto, o nivel das coisas simplesmentes pratica, para alcansar
um nivel de experiencia e pensamento compativel com o conhecimentocientífico e teorico. Agir
praticamente significa utilizar o poder intelectuar frente às tarefas da vida, sejá na escola, sejá na
sociedade.
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Descrição completa das quatro funções didácticas


Na aula se cria, se desenvolvem e se transformam as condições necessárias para que os alunos
assimilem conhecimento, habilidade, atitudes e convicções e, assim, desenvolvem suas
capacidades cognoscitivas. (LIBANEO, 1990).

As funções didácticas são elementos ou partes que constituem a actividade principal do processo


de ensino-aprendizagem, o qual se manifesta na coordenação, subordinação, combinação e
relação destas, de modo a garantir que o PEA se realize de forma eficaz, isto é, que as várias
partes do PEA possam constituir uma unidade de conhecimentos.

A organização das funções didácticas é uma sequência lógica de aquisição e apropriação


dos conhecimentos e a sua posterior aplicação na vida prática. Uma aula é realizada com mais de
uma função didáctica.

As Funções Didácticas são estudadas separadamente, mas são aplicadas de forma


interrelacionada durante uma aula.

Cada etapa ou passo da aula corresponde a uma função didáctica, que é dominante, o que
significa que pode haver o envolvimento das restantes, com o fim de, no conjunto, elas
assegurarem a eficácia da assimilação da matéria. Em cada função didáctica é proposto o tempo
da sua duração, o método dominante, o conjunto de meios e formas de ensino e também as
actividades do professor e do aluno. (LIBANEO, 1990).

Assim, as funções didácticas encontram-se interligadas e fazem parte integrante de uma aula que
compreende um sistema, sobressaindo a ideia de que, na prática docente, elas devem ser usadas
de forma integrada, ou seja, numa relação dialéctica entre todas elas. Por esse facto, enquanto
num dado momento o professor realiza uma certa função didáctica como sendo a predominante,
nela integra elementos doutras funções didácticas.
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Figura 1. Sistema das funções didácticas

Introdução/motivação
Para (LIBANEO, 1990), esta função didáctica visa a preparação e introdução da matéria,
correspondendo especificamente ao momento inicial de preparação para o estudo da matéria nova
e compreende actividades interligadas, tais como:
 Preparação prévia do professor;
 Preparação dos alunos;
 Introdução da matéria nova;
 Colocação didáctica dos objectivos.

Antes de entrar na sala e iniciar a aula, o professor precisa de se preparar, através de uma
planificação sistemática da aula ou conjunto de aulas.

A preparação sistemática de aulas assegura a dosagem da matéria a tempo, o esclarecimento de


objectivos a atingir e das actividades que serão realizadas, bem como a preparação dos meios de
ensino adequados.

No início da aula, a preparação dos alunos visa criar condições de estudo, mobilização da
atenção, para criar uma atitude favorável ao estudo, organização do ambiente, suscitar interesse e
ligar a matéria nova à anterior. (LIBANEO, 1990).
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A motivação inicial inclui perguntas para averiguar se os conhecimentos anteriores estão


efectivamente consolidados e prontos para o conhecimento novo. Aqui o empenho do professor
está em estimular o raciocínio dos alunos, instigá-los a emitir próprias opiniões/ideias sobre o que
aprenderam e fazê-los ligar os conteúdos às coisas ou eventos do dia-a-dia. (LIBANEO, 1990).

Como foi referido, a introdução do assunto é a ligação da matéria anterior com a matéria nova.
Constitui, desta forma, a ligação entre as noções que os alunos já possuem em relação à matéria
nova, bem como o estabelecimento de vínculos entre a prática quotidiana e o assunto. É
importante que os alunos tenham amplas oportunidades de expressar as ideias que já possuem,
pois, crianças têm conhecimentos tácitos, dos quais não são necessariamente conscientes, até que
sejam encorajadas a verbalizá-los.

Segundo (LIBANEO, 1990) O melhor procedimento para aplicar a introdução é apresentar a


matéria como um problema a ser resolvido. Mediante perguntas, troca de ideias/experiências,
colocação de possíveis soluções, estabelecimento de relações causa-efeito, os problemas
relacionados ao tema vão-se encaminhando para se tornarem também problemas para os alunos
na sua vida prática. Com isso, vão sendo apontados os conhecimentos que é necessário dominar e
as actividades de aprendizagem correspondentes.

O professor fará, então, a colocação didáctica dos objectivos, uma vez que é o estudo da nova
matéria que possibilitará o encontro de soluções. Os objectivos indicam o rumo do trabalho
docente e ajudam os alunos a terem certeza dos resultados a atingir.

O aluno é o agente da própria aprendizagem, isso significa que a cada conteúdo que o professor
pretenda abordar, há sempre um e outro aluno que tenha um conhecimento mínimo sobre o
assunto, e poderá então associar este conhecimento anterior ao novo conhecimento que o
professor irá abordar. É neste contexto que se privilegia a troca de experiência dos alunos e o
estabelecimento de relações de causa-efeito, porque permitem ao aluno associar o conteúdo novo
com os conhecimentos da vida prática e, por sua vez, optimizar esses conhecimentos, ou seja,
usar esses novos conhecimentos com mais solidez ao longo das tarefas com que se deparar ao
longo da vida.
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A duração desta etapa depende da matéria, do tipo de aula, do preparo prévio ou nível de
assimilação dos alunos para enfrentarem o assunto novo. Evidentemente, se é início de uma
unidade de ensino, o tempo será maior.

Mediação/assimilação
Depois de suscitada a atenção e a actividade mental dos alunos na etapa anterior (Introdução e
Motivação), é o momento dos alunos familiarizarem-se com o conhecimento que irão
desenvolver e um dos procedimentos práticos é a apresentação do conteúdo como um problema a
ser resolvido, embora nem todos os conteúdos se prestem a isso. Assim, a “Mediação e
Assimilação” constituem a etapa ou passo da Aula, onde se realiza a percepção de fenómenos
ligados ao tema, a formação de conceitos, o desenvolvimento de capacidades cognitivas de
observação, imaginação e raciocínio dos alunos.

Pode também ser percebida como sendo o momento da aula, isto é, a função didáctica na qual o
mediador dá orientações, explicações necessárias, organiza as actividades dos alunos que os
possam conduzir à assimilação activa dos conhecimentos para desenvolver atitudes, convicções,
habilidades, hábitos, etc..

Para (AUSUBEL, 1980), um dos traços mais típicos da aprendizagem significativa é justamente o
facto de o conhecimento novo a ser internalizado estar logicamente relacionado com os
conhecimentos mais antigos existentes na mente do aluno. Ele diz que os conhecimentos antigos
(ou velhos) são como “âncoras” (que se usam para manter os barcos parados na
correnteza), com base nas quais são assimilados conhecimentos novos.

É nesta fase em que os alunos devem ter amplas oportunidades de se ocupar e empenhar com a
matéria da aula, de forma activa e colaborativa. A actividade dos alunos (seja individual, aos
pares, ou em grupos) pode ser iniciada ou seguida por uma exposição pelo professor. Desta
forma, os alunos não apenas decoram factos, mas sim adquirem e desenvolvem habilidades e
competências.

A função do professor é de mediar o processo de construção do conhecimento. Assim, a figura do


professor como transmissor de conhecimentos desaparece, para dar lugar à figura de mediador,
facilitador ou orientador, concebendo o aluno como o sujeito da sua própria aprendizagem.
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Podemos entender o processo de Mediação/ assimilação como um caminho que vai do ‘’não
saber’’ para o saber, admitindo-se que o ensino consiste no dominio do ‘’saber absoluto’’, pois os
alunos são portadores de conhecimentos e experiencias , seja da sua pratica quotidiana, seja
aquelas obtidas no processo de apreendizagem escolar ou não. (LIBANEO, 1990).

Domínio/consolidação
Esta etapa consiste na organização, aprimoramento e fixação dos conhecimentos por parte dos
alunos, a fim de que estejam disponíveis para orientá-los nas situações concretas de estudo e de
vida. Trata-se, também, de uma etapa em que, em paralelo com os conhecimentos e através deles,
se aprimora a formação de habilidades e hábitos para a utilização independente e criadora dos
conhecimentos. (LIBANEO, 1990).

O mesmo autor diz que, a consolidação de conhecimentos e formação de habilidades e hábitos


inclui exercícios, a recapitulação da matéria, o resumo, a aplicação dos conceitos aprendidos para
outros contextos, as tarefas de casa e a sistematização. Entretanto, estes dependem do facto de
que os alunos tenham compreendido bem a matéria e de que estes sirvam de meios para o
desenvolvimento do seu pensamento independente, do seu raciocínio e da sua actividade mental.

Nesta etapa pretende-se conseguir o aprimoramento do novo saber dos alunos, por isso, o
professor deve criar condições de retenção e compreensão da matéria, através de exercícios e
actividades práticas para solicitar a compreensão.

Não é aconselhável apresentar aos alunos muitos conteúdos, sem que tenham a oportunidade de
pôr em prática o que têm aprendido e, muito menos, aproveitar- se do conteúdo aprendido para as
aprendizagens posteriores, através de repetição, sistematização e aplicação. Através da repetição
o professor pode: reafirmar os conhecimentos e capacidades fundamentais; controlar o nível da
situação inicial do aluno; obter uma base para avaliar a cada aluno ou a todo o grupo.

A aplicação é uma etapa fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, porque permite


que haja aumento e desenvolvimento das capacidades através da resolução de problemas e tarefas
em situações analógicas e novas. Esta etapa é a ponte para a prática profissional, visto que
desenvolve as capacidades que devem possibilitar ao aluno o poder de aproveitar a teoria e,
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posteriormente, pôr os seus conhecimentos no trabalho produtivo. Daí a importância da aplicação


para realizar a unidade entre a teoria e a prática. (LIBANEO, 1990).

Controle/avaliação
Esta etapa permite o acompanhamento de todo o processo de ensino-aprendizagem e forma ao
mesmo tempo a conclusão das unidades do ensino. O professor pode dirigir efectivamente o
processo de ensino-aprendizagem e conhecer permanentemente o grau das dificuldades dos
alunos na compreensão da matéria. Este controle vai consistir, também, em acompanhar o PEA
avaliando as actividades do professor e do aluno em função dos objectivos definidos. Através do
controlo e avaliação, o professor pode providenciar e, se necessário, rectificar, suplementar ou
mesmo reorganizar a aprendizagem.

Segundo (LIBANEO, 1990), pela avaliação é possível saber-se se a aprendizagem está a efectuar-
se conforme o previsto ou não e, ao mesmo tempo, permite ao professor certificar-se sobre o que
o aluno aprendeu e, então, saber que rumo dar aos trabalhos das novas aulas (se é para repetir, ou
prosseguir dependendo da situação vivida no momento quanto ao saber, saber fazer e saber ser-
estar dos alunos).

Objecto da avaliação
Ao falarmos de objecto da avalição pretendemos saber o que se avalia. E , nesse caso, é evidente
que a avaliação dirige-se essencialmente ao progresso nos resultados de aprendizagem
demostrando ao longo e ao fim do ano lectivo.

Caracteristicas basicas de controle e avaliação


O controle e avaliação da aprendizagem dos alunos caracteriza-se por ser simultaneamente meio
didáctico e meio pedagógico. Assim a avaliação é:

1. Meio didáctico, isto é, de condução do PEA pelo professor pará:


 Comparar o decorrer e os resultados da aprendizagem com os objetivos pretêndidos ;
 Avaliar o nivel de aprendizagem atingido;
 Analizar problemas e possibilidades de desenvolvimento.
 Descobrir sobre a continuação do processo.
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2. Meio Pedagógico, isto é, de educação dos alunos para:


 Consolidar saber, saber fazer e saber ser /estar;
 Desenvolver as capacidades de expressão linguística ;
 Desenvolver a capacidade de auto-avaliação;
 Desenvolver a auto- confiança;
 Influenciar a auto-avaliação;
 Desenvolver a capacidade de auto.

Tabela 1. Exemplo da matriz de passos e organização do ensino em diferentes funções

Acompanham
Funções Método/ ento e
Tempo Conteúdo/Passo
didácticas Organização/Material avaliação da
aprendizagem

Observação
Apresentação do
directa
tema
Toda turma Conversa com
Introdução Apresentação dum
Demonstração alunos
e motivação  5 –10 min. problema,
Imagem/texto/objectos Tarefas
(Introdução) fenómeno ou duma
concretos práticas
questão /Informação
Apontamentos
sobre a aula
dos alunos

Exploração do tema
Mediação e Exposição do Trabalho
assimilação assunto a explorar  Colectivo
(Exploração Experiências ou  Em pequenos
15 – 20 min.
do tema, actividades práticas grupos
situações de Discussão  Por pares
descoberta) Resolução de  Individual
problemas

Domínio e 5 – 10 min. Recolha de Trabalho


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resultados
Apresentação do
trabalho (em
grupos, por pares,
Consolidaçã  Colectivo
individual)
o (Síntese,  Em pequenos
Discussão
integração, grupos
Resolução de
aprofundame  Por pares
exercícios
nto)  Individual
Registo dos
resultados (no
quadro/nos
cadernos)

Síntese e
sistematização do
trabalho
Resumo dos
Controle e assuntos tratados
avaliação Avaliação dos
5 – 10 min.
(aplicação, resultados de
exercício) aprendizagem
Registo dos
resultados (no
quadro/nos
cadernos)
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Conclusão
Terminado este trabalho concluiu-se que, as funções didácticas são elementos ou partes que
constituem a actividade principal do processo de ensino-aprendizagem, o qual se manifesta na
coordenação, subordinação, combinação e relação destas, de modo a garantir que o PEA se
realize de forma eficaz, isto é, que as várias partes do PEA possam constituir uma unidade de
conhecimentos.
A indicação de etapas do desenvolvimento da aula não significa que todas as aulas devem seguir
um esquema rigido. A opção por qual etapa ou passo didáctico é mais adequado para iniciar a
aula ou a conjugação de vários passos numa mesma aula ou conjunto de aulas depende dos
objetivos e conteúdos da matéria, das características do grupo de alunos, dos recursos didácticos
disponíveis ,das informações obtidas na avaliação diagnósticas. por causa disso,ao estuadar os
passos didácticos, é importante assinar que a estruturacao da aula é um processo que implica
criactividades e flexiblidade do professor, isto é, a perspicácia de saber o que fazer frente a
situações didácticas específicas, cujo rumo nem sempre e possível.
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Bibliografia
AUSUBEL, D. P. (1980). Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Interamericana.
LIBANEO, J. C. (1990). Os conteudos escolares e a sua dimensao critico-social, revista da
ande. são paulo: Cortez.

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