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COLEÇÃO Parsifal
editora imaginalis
Carlos André Echenique Dominguez
série Parsifal
imaginalis
Porto Alegre, 2019
S56m Dominguez, Carlos André Echenique
O silêncio dos afogados. O ethos jornalístico e a complexidade ambiental em Garabi-
-Panambi. / Carlos André Echenique Dominguez. 1 ed. — Porto Alegre: Imaginalis, 2019.
p. : il.
ISBN 978-85-69699-04-0
CDD: 070
CDU: 69699
SÉRIE Hermas
Corin Braga
(Universitatea Babeș-Bolyai, Romênia)
Ionel Buse
(Universitatea din Craiova, Romênia)
SÉRIE Parsifal
Jean-Jacques Wunenburger
(Université Jean Moulin Lyon III, França)
Malena Contrera
(Universidade Paulista, Brasil)
Blanca Solares
(Universidad Nacional Autónoma, México)
Cremilda Medina
(Universidade de São Paulo, Brasil)
Agradecimentos
10 introdução
25 capítulo 1 Interlúdio
Contrastes e territórios
No começo, uma notícia
Terra de muitos
Um temporal de ideias e o Salto do Yucumã
Cada um tem o escritório que merece
Imagens platinas
Um olhar sobre quatro jornais de Porto Alegre e Posadas
A falha metabólica
O ambiental e a complexidade
O imaginário e a natureza
283 referências
Introdução
Contrastes e territórios
Fonte: www.eletrobras.com
Terra de muitos
época não poder mais coadunar sua visão ecológica com as práticas
da agroquímica. Voltou a sua terra natal” (Cf. Fundação Gaia. Síntese
do curriculim vitae de José Lutzenberger). Escreveu e fez palestras
sobre ambientalismo por todo o mundo e participou da fundação da
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) e foi
um dos líderes do ambientalismo gaúcho e brasileiro até sua morte em
2002. Ver também Lutzenberg (1990, p. 114).
[ 18 ] “Toma. São pasteis que fiz. São um presente. O que vocês fazem é
muito importante” (tradução minha).
Fonte: www.sema.rs.gov.br
[ 26 ] Ver sobre este tema em Schimtz (2001), Golin (1985, 2009), Kern
(1994) e Cesar (1969).
[ 41 ] PARK, Robert. Race and Culture, Glencoe Ill: The Free Press, 1950.
Imagens platinas
Fonte: Wikipedia
Resultados parciais
• El Territorio
Superposição com 15 SDs
Contraidentificação com 5 SDs
• Correio do Povo
Superposição com 29 SDs
Contraidentificação com 10 SDs
• Zero Hora
Superposição: 38 SDs
Contraidentificação com Acontecimento
Enunciativo: 14 SDs
Contraidentificação com Acontecimento
Discursivo: 5 SDs
• Primera Edición
Superposição: 38 SDs
Contraidentificação com Acontecimento
Enunciativo: 46 SDs
Contraidentificação com Acontecimento
Discursivo: 114 SDs
Contraidentificação
Contraidentificação
– Acontecimento
– Acontecimento
Desidentificação
Superposição
Discursivo
Discursivo
Jornal
Total
Primera 38 114 46 — 198
Edicióm
El Territorio 15 — 5 — 20
Correio do 29 2 8 — 39
Povo
Zero Hora 38 5 14 — 57
Esclarecimento à população
24.01.2014 Eletrobras esclarece a população do Noroeste do Rio Grande do Sul sobre
supostos advogados atuando em seu nome
Fonte: Eletrobras
[ 60 ] Disponível em ebisa.com.ar.
Torcedores do progresso
Ambientalistas na trincheira
[ 67 ] CIGANA, Caio. À espera das águas. Zero Hora. Porto Alegre, 30 mar. 2014.
[ 71 ] “Em Azara não sabem que será deles por causa de Garabí. Afetados
em potencial por Garabí exigem informação sobre a represa. AZARA.
Há apenas quinze dias, o ministro de Planificação da Nação, Julio
de Vido, e o ministro de Energia do Brasil, Edison Lobão, assinaram
formalmente o acordo para a construção da represa de Garabí.
Segundoo acertado neste encontro, dentro de 18 meses estarãoprontos
os papéis da licitação para a construção da represa. O retumbante
anúncio – que ocupou as capas dos jornais da provincia – surge no
contexto de absoluto desprezo e indiferença com as populações que
seriam atingidas se este empreendimento hidrelétrico prospere. A
indignação dos habitantes destes lugares – em sua maioria no sul de
Misiones - se mistura com o urgente pedido de informações sobre a
obra e seus potenciais destinos. PRIMERA EDICIÓN chegou este fim de
semana a Puerto Azara, um dos povoados que, de acordo as projeções
técnicas de Garabí, desaparecerá por completo do mapa. ‘Nos caiu
muito mal a noticia. Estão planejando tudo sem nos levar em conta, nos
que seremos afetados diretamente. Jamais alguém veio nos informar
nada de nada’, protestou Luisindo, habitante de Azara. Suas palabras
remetem a ausência absoluta de informações precisa sobre o futuro
das povoações afetadas e a posição autista e subordinada do governo
provincial ante estes anuncios binacionais sobre Garabí. ‘Estamos
preocupados porque se diz que, se fazem a represa, vão nos tirar daqui.
Já sabemos o que aconteceu com o realocados de Yaciretã e não estamos
dispostos a que o nosso futuro e de nossos filhos seja assim’, advertiu
María Alvez, trabalhadora sanitária de Puerto Azara. Esta cidade se
divide entre os que vivem de trabalhos rurais e os que habitam na
margen do Uruguai sustentado-se a base de pequenos cultivos e pesca.
Da costa, se avistam alguns dos outros povos potencialmete afetados
por Garabi: Fachinal (Brasil), Garruchinhos (Brasil), Monte Hermoso
(Misiones) y Garruchos (Corrientes), apenas uma porcentagem das
localidades que serão danificadas por uma inundação projetada a
priori em 80 mil hectares. ‘Aquí se vive tranquilo. Sempre foi um lugar
calmo e cheio de belezas naturais, salvo na época em que passavam os
bandeirantes. Ai era mais complicado. Eu vivi aquí toda a mina vida e
sempre escutei da famosa represa, mas não creio que se faça nunca’,
disse um dos moradores mais longevos de Porto Azara, Mauricio, de 88
anos vividos integralmente aquí. Seu filho Juan, também se prende a
idéia de que a represa jamais será feita e que nnuca deverão atravessar o
pesadelo da realocação. ‘É impossível imaginar o futuro em outro lugar.
Aquí temos tudo. Este é nosso lugar no mundo, todos os nossos sonho.
Oxalá Deus não permita que se faça a represa’, reafirma Maurício,
que faz pouco tempo, junto com outros pescadores, se reuniu com o
chefe da prefeitura na região para que se permita pescar no Uruguai
de forma legal. ‘Fomos pedir que registrem nosso barcos e assim poder
pescar tranquilos. Nós somos trabalhadores rurais e nestes meses não
há trabalho, assim que necessitamos pescar’.Desde Azara, o município
do qual Porto Azara faz parte, um trabalhador municipal que preferiu
não se identificar sustentou que ‘aquí, para começar, não há informação
e a pouca que existe é positiva com respeito a Garabi. Se fala de que a
obra trará progresso para os povos, mas a gente não acredita nisso. Só
A falha metabólica
O ambiental e a complexidade
O imaginário e a natureza
Y – s. Água, río
Mocañî – v. fazer desaparecer, esconder, ocultar, borrar
Mocö – v. tragar, deglutir
Mokõ – v. tragar, sufriro
komokõ – v. engullir, devorar
Mokõ – v. tragar, ingerir,sorber, engullir. 2. fig. Soportar,
sufrir
Mokõkõ – v. devorar, engullir.
yucoavu (=yvu) – s. manacial de água viva, poço
yucú – s. una víbora
iu- interjeição. expressão de espanto ou susto.
(MAYANS, 1960; PERALTA; OSUNA, 1952; GUASCH,
1978; CANESE; ALACARAZ, [19--]).
quien caía al agua perdía. Algunos libros de historia locales aseguran que los
guaraníes daban a ese lugar un carácter divino y que fue allí donde acudieron
para buscar respuestas ante la inminente llegada del hombre blanco a estas
tierras. La piedra, traicionera, no era un lugar fácil para llegar y menos para
abordar, pero aseguraba a quien lo lograba la paz y tranquilidad necesarias
para ver todo de otro modo, para “transportarse a otros mundos”. Hoy, mientras
navegamos por el río para apreciar los saltos, la observamos tanto a la ida como
a la vuelta. Y vale pensar en quienes estuvieron alguna vez allí…”.
Editora Imaginalis
Vol. 1 da Série Parsifal
Porto Alegre
Junho 2019
www.ufrgs.br/imaginalis