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XXXV EXAME DA OAB

PROCESSO DO
TRABALHO
Professor Diego Oliveira
PROCESSO DO TRABALHO
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Diego Oliveira

APRESENTAÇÃO

Estimados Guerreiros e Guerreiras!

É com muita alegria que apresentamos o módulo de Processo do Trabalho


do preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do
Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!

Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância


desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante
essas aulas!

Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a


leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que
abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e
Concursos) e vamos juntos!

Espero que vocês tenham um excelente proveito!

Receba o nosso sincero abraço!

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E SEUS PRINCÍPIOS

O Direito Processual do Trabalho é conceituado como um


conjunto de princípios, normas, regras e institutos jurídicos
próprios destinadas a regular a atividade dos órgãos
jurisdicionais do Estado na solução dos dissídios, individuais e
coletivos, decorrentes das relações de trabalho.

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:

1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR


 Este princípio tem suma relevância no Direito do Trabalho, na medida
em que visa atenuar as diferenças processuais existentes entre as
partes em razão da hipossuficiência do empregado, equiparando-o ao
seu empregador.
o Súmula n 212 do TST – O ônus de provar o término do contrato de
trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento,
é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado.
o Súmula nº 338 do TST –
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez)
empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art.
74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada
de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda
que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por
prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada
e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-

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se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do


empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se
desincumbir.

2. PRINCÍPIO DA ORALIDADE
 O princípio da oralidade consubstancia-se na predominância dos atos
processuais realizados em audiência, na forma oral. Como exemplo da
aplicação deste princípio, temos:
o A leitura da reclamação – art. 847, CLT
o A apresentação de defesa oral em 20 minutos – Art. 847, CLT
o Tentativas de conciliação – Art. 846 e 850, CLT
o Razões finais em 10 minutos – Art. 850, CLT

3. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


 Deriva do princípio da celeridade e objetiva a realização do maior
número de atos em uma única audiência. No processo do trabalho, em
regra, as audiências são unas, todavia, os juízes vêm, em sua maioria,
fracionando-as, como veremos em momento oportuno.

4. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES


INTERLOCUTÓRIAS
 Decisões interlocutórias são aquelas que no curso do processo,
resolvem questão incidente, por exemplo, concessão de liminares.
 Previsto no art. 893, §1º, versa que no processo do trabalho as
decisões interlocutórias não comportam recurso de imediato. A
exceção está prevista na Súmula 214, do TST:
o Súmula nº 214 do TST –
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as
decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo
nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho
contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante
recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de

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incompetência territorial, com a remessa dos autos para


Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

5. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
 No processo do trabalho, segundo previsão do art. 764, § 1º, da CLT,
os juízes deverão usar dos seus bons ofícios e persuasão no sentido de
solucionar os conflitos de forma conciliatória.
 Neste sentido, impende salientar que, obrigatoriamente, em dois
momentos processuais específicos, o juiz deverá propor a conciliação,
sob pena de nulidade.
 O primeiro momento é logo após a abertura da audiência, (art. 846,
CLT) e o segundo momento é após as razões finais (art. 850, CLT).
 Ademais, o juiz poderá propor ainda outras tentativas de conciliação
no curso do processo, até mesmo quando já tiver transitado em
julgado, na fase de execução. (art. 764, § 3º, CLT).

6. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI


 Este princípio tem previsão no art. 791, da CLT e versa que as partes
poderão acompanhar seu processo até o final sem o auxílio de um
advogado. Ocorre que o TST editou, em 2010, a Súmula 425, limitando
o exercício do jus postulandi até o Tribunal Regional do Trabalho, não
alcançando as os recursos de competência do TST.
 Referida Súmula também vedou o jus postulandi para a ação
rescisória, ação cautelar e mandado de segurança.

7. PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL


 Deriva do princípio do Direito material do trabalho da primazia da
realidade, onde deverá prevalecer a verdade dos fatos sobre a verdade
dos documentos.
 No processo do trabalho, este princípio tem aplicação com base no art.
765, da CLT, os juízes e Tribunais poderão determinar qualquer
diligência que reputar necessária para o deslinde da questão.

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8. PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO
 Pelo princípio em tela, permite-se que o magistrado possa, em casos
específicos, previstos em lei, condenar o réu em pedidos não contidos
na petição inicial, como nos casos da multa do art. 467, da CLT e da
Súmula 211, do TST.
o Súmula nº 211 do TST –
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na
liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.

9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA (ART. 5º, LV,


CF/88)
 Pelo contraditório significa dar conhecimento às partes de todos os atos
praticados no processo, seja pelo órgão julgador, seja pela parte
adversa.
 Pela ampla defesa entende que o Estado deve assegurar às partes
todos os meios necessários para que possam exercer o seu direito de
defesa.

10. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


 Previsto na Constituição Federal, art. 5º, LIV, dispõe que ninguém será
privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
 Referido princípio assume relevância fundamental nos ramos
processuais, baseando, inclusive outros princípios, como duplo grau de
jurisdição, motivação das decisões, etc.
 Isto porque traz em seu bojo a garantia constitucional do acesso não
apenas à ordem jurídica, mas à ordem jurídica justa.

11. PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO


 Também conhecido como princípio da demanda ou da inércia da
jurisdição, versa que cabe à parte interessada romper a inércia do

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Estado, na busca pela tutela do seu direito lesado ou ameaçado de


lesão.
 Este princípio comporta duas exceções:
 A primeira exceção está no art. 856, da CLT, que possibilita ao
Presidente do Tribunal suscitar, de ofício, dissídio coletivo que verse
sobre greve no processo do trabalho.
 A segunda exceção está no art. 39, da CLT, que dize que a reclamação
trabalhista pode ter início mediante ofício encaminhado pela
Superintendência Regional do Trabalho para averiguação de vínculo de
emprego.

12. PRINCÍPIO DO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL


 O princípio em tela diz que, uma vez iniciada a demanda, cabe ao juiz
impulsioná-lo até o final na busca da solução do litígio. No processo do
trabalho encontra previsão no art. 765, da CLT, que diz que os juízes
terão amplos poderes de direção processual, velando pelo seu
andamento célere, podendo determinar qualquer diligência necessária
para o andamento do feito.

13. PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE


 O autor poderá aditar (acrescentar algo) ou emendar (consertar algo)
a petição inicial até o recebimento da defesa em audiência. Após isso,
somente poderá modificar a petição com a anuência da parte contrária.
 Assim, o processo adquire estabilidade, de modo que a petição inicial
não mais poderá ser modificada.
 Sempre que o autor modificar a petição, será concedido prazo para o
réu se manifestar, podendo esta manifestação ser feita na forma oral,
ou marcando-se nova audiência para apresentação de defesa.

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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA
JUSTIÇA DO TRABALHO

ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO – ART. 111 DA CF/88:


• Tribunal Superior do Trabalho – TST
• Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)
• Juízes do Trabalho

SÃO 3 GRAUS DE JURISDIÇÃO:

I. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) – ART. 111-A DA CF.


É o órgão de cúpula, composto por 27 ministros com os seguintes
requisitos:
• Acima de 35 anos e menos de 65.
• Nomeados pelo Presidente da República
• Após aprovação pela maioria absoluta do Senado

Composição do TST:
• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional e de membros do MPT com mais de 10 de efetivo
exercício
• 4/5 dentre juízes dos TRTs indicados pelo TST.
• Para a formação do quinto constitucional o órgão respectivo
forma a lista sêxtupla, com membros com notório saber
jurídico e reputação ilibada e o tribunal forma lista tríplice
para indicação do chefe do executivo. (Art. 94 CF/88)

Órgãos do TST:
• Órgão Especial
• Tribunal Pleno
• Seção Administrativa

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• Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC)


• Seção Especializada em Dissídios Individuais (I e II)
• Turmas (oito)

II. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (TRT) - (ART. 115, CF/88).


Os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no mínimo, sete
juízes, com os seguintes requisitos:
• mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos
• nomeados pelo Presidente da República

Composição do TRT:
• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional e de membros do MPT com mais de 10 de efetivo
exercício.
• 4/5 dentre juízes promovidos, antiguidade ou merecimento,
alternadamente.
• A lista sêxtupla se forma da mesma maneira que o TST.

Observação: Existem 24 TRTs (Tocantins, Amapá, Roraima e Acre não


possuem TRT).

III. VARAS DO TRABALHO (JUÍZES DO TRABALHO) – ART. 112, CF/88


• Todos os TRT tem um número de varas do trabalho onde atuam os
juízes do trabalho, sendo que nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atuam os juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho.
• A competência dos Juízes estende-se em um raio de 100km, desde que
haja meios de acesso e comunicação regulares com os referidos locais,
definido pelos TRTs. (Lei 6947/81).
▪ Súmula 10 do STJ – Instalada a Vara do Trabalho, cessa
a competência do juiz de Direito, inclusive para a
execução das sentenças por ele proferidas.

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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Jurisdição Competência
– -
Dever do Estado de aplicar Determinação da esfera da
as normas jurídicas para jurisdição, das atribuições
prestar a tutela jurisdicional dos cargos investidos na
a quem tem uma pretensão função jurisdicional.
resistida.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOA


➢ É definida de acordo com o objeto da lide, de acordo com a natureza da
ação proposta.
➢ A competência em razão da matéria e da pessoa está prevista no art. 114,
da CF/88.
➢ Antigamente, a redação continha a expressão “conciliar e julgar”. Ocorre
que em alguns casos não cabe conciliação. (incisos VII e VIII).
➢ Com a emenda 45/04, a Justiça do Trabalho passou a ter competência
para processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
o Competência para processar e julgar apenas os de vínculo
celetista > tem que haver aprovação em concurso público.
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
o Súmula 189, TST – Competência para declarar abuso no
exercício do direito.
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

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IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando


o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
o Atualmente, ações em primeiro grau. Antes não cabia.
Exemplo: fiscalização da DRT que fecha estabelecimento. Ato
do delegado.
o Habeas corpus – esvaziado em face do Pacto de San José –
depositário infiel – Ver Súmula vinculante n.º 25, STF.
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
decorrentes da relação de trabalho;
o Basta apenas o requisito do fundamento da relação de
trabalho > pré ou pós contratuais.
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
o Não se permite conciliação em autuação. Ações que dizem
respeito a legalidade e validade da penalidade é da
competência da JT.
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art.
195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças
que proferir;
o Apenas aquelas decorrentes da sentença referente aos
pedidos. Súmula 368, do TST.
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma
da lei.
o Em aberto, podem ser incluídas novas relações de trabalho.

§ 1. Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger


árbitros.

§ 2. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou


à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar

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dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho


decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de
lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá
ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito.

CONFLITOS DE COMPETÊNCIA:
Os conflitos de competência podem ser:
I. Positivos: Quando dois ou mais juízes se julgam competentes para
julgar.
II. Negativos: Quando dois ou mais juízes se julgam incompetentes.
III. Controvérsia de dois ou mais juízes sobre a reunião de processos.

 Os conflitos de competência são sempre dirimidos por um Tribunal de


instância superior aos conflitantes.
o Pelo TRT, quando os suscitados entre Juntas e entre Juízos de
Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões;
o Pelo TST quando suscitados entre TRTs, entre Varas do Trabalho e
juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista sujeitos a TRTs
distintos;
o Pelo STJ quando suscitados por Juízes do Trabalho e juízes de
direito não investidos da jurisdição trabalhista;
o Pelo STF quando suscitados entre o TST e órgãos de outros ramos
do Judiciário; quando suscitados pelo STJ, entre Tribunais
Superiores ou entre estes e qualquer outro tribunal;

 Não se configura conflito de competência entre o TRT e a Vara a ele


vinculada – Súmula 420 TST:
o Quando o juiz acolhe exceção de incompetência em razão do lugar,
remetendo o processo para outro TRT, caberá recurso de imediato
da decisão interlocutória, com base no princípio do acesso à Justiça.

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PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO


▪ Consiste na competência dos tribunais laborais de solucionar os conflitos
coletivos de trabalho, estabelecendo normas gerais e abstratas a serem
observadas pelas categorias envolvidas, repercutindo nas relações
individuais de trabalho. (Art. 114, §§ 2º e 3º, CF/88).

COMPETÊNCIA FUNCIONAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO


▪ A competência funcional está relacionada com as funções do órgão
judicante.
o Competência da Vara do Trabalho – Art. 652, CLT
o Competência TRT – Art. 678, CLT
o Competência TST – Lei 7.701/88

COMPETÊNCIA TERRITORIAL RELATIVA


▪ A competência territorial é definida em razão do lugar. Estando
disciplinada no art. 651 da CLT.

Regra geral:
A competência para julgamento será definida pela localidade da prestação de
serviços.

Exceções:
I) Agente ou viajante comercial
Competência da localidade da filial da empresa que o empregado
esteja vinculado. Na falta, será onde o empregado tenha
domicílio ou localidade mais próxima.
II) Agência ou filial no estrangeiro
Competência será a do local da prestação de serviços, desde que
o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional
dispondo em contrário.

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III) Empregador que possua atividades em local diverso da contratação


Poderá o empregado ajuizar ação tanto no foro da contratação
como no local da prestação de serviços.

Função social do art. 651, da CLT


A função social do artigo em tela atende à duas finalidades precípuas: a
proteção ao trabalhador e a facilitação à produção de provas.

FORO DE ELEIÇÃO
▪ Previsto no CPC, em casos de competência territorial e em razão do valor
da causa, a eleição de foro visa o direito das de partes de escolherem o
foro para dirimir eventuais conflitos.
▪ Em função de as normas de Direito do Trabalho serem de ordem pública,
a eleição de foro, embora não esteja prevista expressamente, é
incompatível com o processo do trabalho, tendo em vista, inclusive, que
o objetivo do art. 651 da CLT é facilitar o acesso e a produção de provas
pelo hipossuficiente.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
▪ A competência absoluta, aquela definida em razão da matéria e da
hierarquia é imodificável. Já a competência relativa é aquela definida em
razão do valor da causa e do território poderá ser modificada.

PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
▪ Sendo a competência territorial relativa, prorrogável, não sendo oposta
exceção no prazo legal, prorrogar-se-á a competência.
▪ Proposta a exceção, o juiz abrirá prazo de 24 horas para o exceto se
manifestar.
▪ Sentença prolatada por juízo ABSOLUTAMENTE incompetente é nula,
podendo ser objeto de ação rescisória.

CONEXÃO

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▪ Há conexão quando as causas tem em comum o objeto ou a causa de


pedir.
▪ A reunião de processos conexos tem como objetivo evitar a prolação de
decisões conflitantes, somente podendo ser reunidas se for possível o
julgamento simultâneo das ações.
▪ Havendo várias ações com identidade de matéria e propostas por
empregado da mesma empresa, poderão também ser cumuladas por
conexão – Art. 842 CLT.
▪ Como no processo do trabalho não há a figura do despacho saneador, será
prevento o juízo onde foi distribuída primeiro a petição inicial.

CONTINÊNCIA
▪ Haverá continência quando em duas ou mais ações houverem identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais
amplo, abrange o das outras.
▪ Neste caso, toda vez que há continência, há conexão.

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PROCESSO E AÇÃO

AÇÃO
▪ A ação é o meio conferido ao indivíduo para obter a prestação jurisdicional,
diante de um direito violado ou ameaçado, em determinado conflito de
interesses. O direito de exigir do Estado que exerça sua função
jurisdicional.
▪ A função jurisdicional do Estado, em regra, deve ser provocada,
apresentando-se a jurisdição inerte, aguardando a provocação da parte
interessada.
▪ Para se obter uma sentença de mérito, o autor deve atender a alguns
requisitos, denominados de condições da ação, que são três:

CONDIÇÕES DA AÇÃO:
▪ Há doutrinadores que consideram que não existem mais as condições da
ação. Fato é que, apenas a possibilidade jurídica do pedido que
desapareceu com o advento do novo CPC.
▪ Independente da nomenclatura, temos ainda a legitimidade de parte e o
interesse de agir.
I) Legitimidade da Ação: Qualidade que a parte tem de ser o
titular, ativo ou passivo, do direito ou interesse que está sendo
discutido no processo, que originou o litígio.
o Legitimidade ordinária: a parte pleiteia direito próprio, na
qualidade de titular do direito.
o Legitimidade extraordinária: Via de regra, não se permite a
parte pleitear em nome próprio, direito alheio. (art. 18º,
CPC). Um exemplo: quando o sindicato atua na qualidade de
substituto processual dos associados.
II) Interesse Processual: Caracteriza-se pelo trinômio:
necessidade-utilidade-adequação. O processo deve ser
necessário para que o autor obtenha o bem da vida vindicado;
deve ser útil para que o reclamante alcance o bem pretendido,

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visto que o exercício do direito de ação somente pode ser


exercido quando houver lesão ou perigo de lesão e, por fim, o
meio processual escolhido deve ser o adequado a proporcionar
a pretensão do autor.

Observações:
➢ As condições da ação representam os requisitos
obrigatórios para o exercício desse direito.
➢ A ausência das condições da ação ou dos pressupostos
processuais pode ser declarada de ofício pelo juiz e enseja
a prolação de sentença sem julgamento do mérito.
➢ Cumpre, ainda, registrar que uma ação é considerada
idêntica a outra quando coincidem os seus elementos,
havendo a tríplice identidade, quais sejam:

ELEMENTOS DA AÇÃO:
• Partes: As partes são os elementos subjetivos da ação. Dizem
respeito aos sujeitos que irão figurar na lide. Por isso, alguns
doutrinadores chamam de sujeitos da ação. No processo do trabalho,
historicamente conhecidos como reclamante e reclamado.
• Pedido: É o elemento objetivo da ação. Através do pedido, o
autor delimita o objeto da ação, sendo defeso ao juiz deferir em favor
do autor pedido diverso do pleiteado, bem como condenar ao réu em
quantidade superior ou objeto diverso do que lhe foi demandado.
• Causa de pedir: São os fundamentos fáticos e jurídicos que
justificam o pedido. O CPC determina, em seu art. 319, III, que ao
elaborar a petição inicial, o autor deve aduzir os fatos e fundamentos
jurídicos do pedido.

Observação: A CLT em seu art. 840, § 1º, exige apenas


que o autor formule o pedido, sem fazer referência à
causa de pedir, exigindo apenas uma breve exposição dos
fatos. Essa peculiaridade decorre do jus postulandi, (art.

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PROCESSO DO TRABALHO
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791, CLT) das partes que não possuem conhecimento


técnico para aduzir os fundamentos jurídicos do pedido.

PROCESSO E PROCEDIMENTO
▪ Procedimento é o modo e a forma como os atos processuais se
movimentam, ou seja, caminham no tempo, de acordo com a natureza do
processo, podendo ser mais complexa ou mais singela.

Tipos de Procedimento –
Os procedimentos trabalhistas se dividem em:

• COMUM: O procedimento comum se subdivide em ordinário,


sumário e sumaríssimo e são definidos de acordo com o valor da
causa.

• ESPECIAL: É o procedimento adotado para as ações especiais


para ações previstas na própria CLT, como o inquérito para a
apuração de falta grave e o dissídio coletivo.

• PROCEDIMENTO SUMÁRIO: Também conhecido como dissídio


de alçada, o procedimento sumário foi instituído pela lei
5.584/70 com a finalidade de empreender maior celeridade às
causas de até dois salários mínimos.
Peculiaridades:
• Dispensabilidade do resumo dos
depoimentos (devendo constar a conclusão
quanto a matéria de fato);
• Não caberá recurso da sentença, salvo
sobre matéria constitucional; (exceção ao
princípio do duplo grau de jurisdição, vide
art. 102, III, CF);

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• PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo tem previsão legal nos arts. 852-
A a 852-I, da CLT.
Peculiaridades:
• Causas com valor até 40 salários mínimos;
• Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as
demandas em que é parte a Administração Pública
direta, autárquica e fundacional.
• O pedido da petição e inicial deverá ser líquido
certo, ou seja, indicando o valor correspondente;
• Não se fará citação por edital, devendo o
reclamante indicar corretamente o nome e o
endereço da reclamada.
• Caso não liquide os pedidos e/ou não indique
corretamente o nome e o endereço da reclamada,
o processo deverá ser extinto sem resolução do
mérito e o reclamante condenado ao pagamento
das custas processuais.
• A apreciação deverá ocorrer em no máximo 15 dias,
podendo constar de pauta especial, se necessário.
• O processo deverá ser instruído e julgado em
audiência única (em regra).
• Não haverá juízo de conciliação obrigatório. O juiz
deverá apenas esclarecer sobre as vantagens da
conciliação;
• Serão decididos, de plano, todos os incidentes e
exceções que possam interferir no prosseguimento
da audiência e do processo. As demais questões
serão decididas na sentença.
• Sobre os documentos apresentados por uma das
partes manifestar-se-á imediatamente a parte
contrária, sem interrupção da audiência, salvo
absoluta impossibilidade, a critério do juiz.

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• Somente serão possíveis 2 testemunhas para cada


parte, que se não comparecer o juiz pode
determinar a sua condução coercitiva;
• Só será deferida intimação de testemunha que,
comprovadamente convidada, deixar de
comparecer. Não comparecendo a testemunha
intimada, o juiz poderá determinar sua imediata
condução coercitiva.
• Caso seja realizada perícia, o juiz, desde logo, irá
fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.
As partes irão se manifestar no prazo comum de 5
dias.
• Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e
a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo
de trinta dias, salvo motivo relevante justificado
nos autos pelo juiz da causa.
• Somente caberá recurso de revista por
contrariedade à Súmula do TST e violação direta à
Constituição Federal. Não cabe recurso de revista
por contrariedade à OJ do TST.

• PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
É o procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho.
Deve ser adotado para as causas com valor acima de 40
salários mínimos.
Previsão legal: art. 837 a 852 da CLT.

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PROCESSO DO TRABALHO
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PETIÇÃO INICIAL

É a peça que inicia o processo, rompendo a inércia do estado, provocando


o seu poder-dever de prestar a tutela jurisdicional, definindo os limites
subjetivos e objetivos da lide. Em face dos princípios da simplicidade e da
informalidade, a petição inicial trabalhista não obedece aos mesmos
requisitos da previsão do art. 319, do CPC.

➢ A petição inicial trabalhista é chamada de Reclamação Trabalhista.

➢ O artigo 840, da CLT diz que a petição inicial poderá ser:


I. Verbal: Deverá ser reduzida a termo pelo servidor em 2 duas vias.
o O reclamante deverá dirigir-se à Justiça do Trabalho a fim
de prestar a sua reclamação verbal, e retornar no prazo
de 5 dias para reduzir a termo a sua reclamação.
o Se o reclamante não retornar à Justiça do Trabalho no
prazo de 5 dias para reduzir a termo a sua reclamação
verbal, aplicar-se-á a perempção, ficando impossibilitado
por 6 meses de ajuizar a mesma reclamação trabalhista
contra o mesmo empregador, conforme entendimento do
art. 731 da CLT.
II. Escrita: Sendo escrita deverá conter os seguintes elementos:
a) a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a
quem for dirigida (o juízo competente);
b) a qualificação das partes (art. 319, CPC, mais CTPS, RG, CPF
/ CNPJ, nome ou razão social);
c) uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio; (em
face do jus postulandi, não é necessária a indicação dos
fundamentos jurídicos do pedido, parte da doutrina
argumenta que fere o princípio do contraditório e o exame de
litispendência, coisa julgada, conexão, etc);

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PROCESSO DO TRABALHO
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Diego Oliveira

d) o pedido (certo e determinado, com indicação do valor


correspondente, sendo defeso ao juiz deferir em favor do
autor pedido diverso do pleiteado, bem como condenar ao
réu em quantidade superior ou objeto diverso do que lhe foi
demandado;
e) a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante
(apócrifa importa em inexistência do processo);

Observação: Os pedidos que não atendam ao disposto


acima serão julgados extintos sem resolução do mérito.

DO ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL


▪ O art. 329, I, do CPC faculta ao autor o aditamento da petição inicial até
a citação do réu. A CLT é omissa neste particular, cabendo a aplicação
subsidiária do CPC, uma vez que no processo do trabalho não existe a
citação, apenas notificação do réu para comparecer à audiência.
▪ Assim, ao autor, cabe o aditamento da petição inicial até o
recebimento da resposta do réu.
▪ Após, a petição inicial somente poderá ser aditada com o consentimento
do réu. Caso o réu discorde, poderá o autor desistir ação e ajuizá-la
novamente.
▪ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não
poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
▪ Com o aditamento, o juiz abrirá vista à ao réu, podendo se manifestar
em mesa, com base no princípio da oralidade, ou designar-se-á nova
audiência para apresentação de resposta do réu.

DA EMENDA À PETIÇÃO INICIAL


▪ O art. 321, do CPC, prevê a possibilidade de o juiz determinar que o
autor emende ou complete a petição inicial, no prazo de
15(quinze) dias, caso verifique que não estejam presentes os requisitos
exigidos nos art. 319, do CPC, apresentando defeitos ou irregularidades

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PROCESSO DO TRABALHO
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de modo a dificultar o julgamento da ação, sob pena de indeferimento da


inicial.
▪ Caso a petição inicial esteja desacompanhada dos documentos
indispensáveis à propositura da ação ou não preencher outro requisito
legal, o autor será intimado para suprir a irregularidade no prazo de 15
dias (quinze dias), devendo a intimação indicar corretamente o que
precisa ser corrigido ou completado.
▪ Caso não atenda as exigências, haverá o indeferimento da petição inicial,
conforme entendimento da Súmula 263 do TST.
▪ Caso já tenha sido apresentada a defesa, a inicial não poderá ser
indeferida, devendo o processo ser extinto sem julgamento do mérito, art.
485, IV, CPC.

DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL


▪ O art. 330, do CPC prevê as hipóteses de indeferimento da petição inicial.
▪ A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
▪ Considera-se inepta a petição inicial, conforme previsão do §1º, do art.
330 do CPC:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que
se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO


▪ A improcedência liminar do pedido ocorre quando o juiz verifica que os
pedidos da petição inicial estão em desacordo com a jurisprudência
uniforme dos tribunais. Nestes casos, o juiz irá, sem a citação do réu,
analisar o mérito dos pedidos do autor, julgando-os improcedentes.

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PROCESSO DO TRABALHO
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▪ Desta forma, o processo será extinto com resolução do mérito, em relação


a um ou mais pedidos, em razão da sua improcedência.
▪ A improcedência liminar do pedido encontra previsão no artigo 332 do
CPC, contudo a sua aplicação no processo do trabalho estaria condicionada
à uma adaptação às decisões uniformes em matéria trabalhista.
▪ O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência.

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PROCESSO DO TRABALHO
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RESPOSTA DO RÉU

➢ De acordo com os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma


vez que o autor rompe a inércia do Estado na busca pela tutela do seu
direito o Estado, deve possibilitar ao réu o exercício do seu direito de
defesa.
➢ O CPC, em seu artigo 335, prevê que, após a citação, o réu poderá
oferecer exceção, contestação e reconvenção.
➢ A CLT, todavia, prevê expressamente apenas a defesa, no sentido
de contestação e a exceção de foro (incompetência) e de suspeição, não
havendo previsão específica para a reconvenção e para a exceção de
impedimento, aplicando subsidiariamente e supletivamente o CPC (art.
769, CLT e 15 do CPC). Ver art. 847, CLT.

CARACTERÍSTICAS:
• A apresentação de defesa é uma faculdade do réu que, não
sendo exercida, importará em revelia e confissão quanto à matéria
fática.
• O reclamado pode, concomitantemente, apresentar uma, duas
ou nenhuma forma de defesa, vez que não é obrigado a se
defender.
• A defesa poderá ser escrita, e deverá ser apresentada após o
juízo de conciliação.
• Poderá ser verbal, devendo ser apresentada no prazo de 20
minutos, após a leitura da petição inicial, podendo esta ser
dispensada pelas partes.
• Caso haja mais de um reclamado, o prazo será de 20 minutos
para cada um.
• O prazo do interstício legal mínimo para realização da audiência
deve ser observado sob pena de nulidade absoluta, 05 dias.
• Sendo parte no processo pessoa jurídica de Direito Público, da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, suas autarquias e

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PROCESSO DO TRABALHO
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fundações que não explorem atividade econômica, o prazo é


quádruplo, ou seja, 20 dias.

REVELIA E SEUS EFEITOS


A revelia é a aplicada quando a parte, devidamente citada, não comparece
em audiência (art. 844, CLT) ou, comparecendo, não exerce o direito de
defesa, nem verbal nem escrito. (art. 344, CPC).
IMPORTANTE!
Embora no processo civil seja considerado revel o réu que não
apresentar defesa, após o transcurso do prazo da citação, no
processo do trabalho, virtude da notificação ser automática, será
considerado revel, o reclamado que, devidamente notificado, não
comparece à audiência ou comparece, mas não apresenta defesa.

Características:
• Na revelia reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na
exordial, uma vez que o reclamado não os contestou,
aplicando-se a confissão quanto a matéria fática, gerando
uma presunção relativa da matéria alegada na inicial.
• Haverá o julgamento antecipado da lide, salvo se exista
alguma prova que a lei repute indispensável, como nos casos
dos pedidos de pagamento dos adicionais de insalubridade e
periculosidade, em que é necessária a produção da prova
técnica pericial, mesmo na hipótese de revelia.
• Haverá a fluência dos prazos processuais independente de
notificação, para o réu revel.
• Nos casos de responsabilidade subsidiária, caso a primeira
reclamada seja revel, a revelia afetar também a segunda
reclamada, ainda que esta tenha oferecido contestação
específica.
• O réu revel pode intervir no processo em qualquer fase,
recebendo-o no estado em que se encontrar. Com a
intervenção, o réu passará, necessariamente, a ser intimado

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PROCESSO DO TRABALHO
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dos atos processuais, por meio do seu advogado (CPC, art.


346 e seu parágrafo único);
• O réu revel pode, sem impugnar as alegações fáticas feitas
pelo autor, demonstrar que mesmo que tais alegações sejam
verdadeiras delas não é possível extrair o efeito jurídico
desejado (ex.: tendo o autor descrito os fatos e invocado
determinada norma para embasar o seu pedido, o réu, sem
atacar os fatos, pode demonstrar que a norma aplicável é
outra); e
• O réu revel pode alegar qualquer matéria da qual o juiz está
obrigado a tomar conhecimento de ofício, a exemplo da
ilegitimidade das partes, da ausência de interesse de agir, da
falta de capacidade de ser parte, da falta de capacidade
processual, da ausência de capacidade postulatória, da
litispendência, da coisa julgada, da perempção, do defeito na
representação judicial do autor, da incompetência absoluta,
da prescrição e da decadência legal.

Espécies de Resposta do Réu:


Exceção:
• A exceção está prevista no art. 799, da CLT e constitui espécie
de defesa do reclamado, que objetiva resolver questão
incidental, sem a extinção do processo, atacando a parcialidade
do magistrado ou a incompetência do juízo para processar e
julgar a demanda.
• As exceções são consideradas defesas processuais, pois não
atacam o mérito do processo, apenas irregularidades quanto a
incompetência, impedimento ou suspeição.
IMPORTANTE!
Embora o art. 337, II, do CPC, preceitue que a exceção
deva ser alegada como matéria de preliminar da
contestação, no processo do trabalho a exceção é

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PROCESSO DO TRABALHO
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processada nos próprios autos da reclamação trabalhista,


em peça apartada.

Espécies de suspeição:
a) Suspeição
b) Impedimento
c) Incompetência relativa

▪ Nada impede que seja oposta mais uma exceção, sendo que as exceções
de impedimento e suspeição deverão ser apreciadas antes da exceção de
incompetência, julgando-se primeiro, a exceção de impedimento, depois
a suspeição e, por último, julga-se a incompetência do juízo, uma vez que
um juiz impedido ou suspeito sequer pode se pronunciar acerca da
competência do juízo.
▪ A oposição de exceção gera a suspensão do processo até que a questão
seja decidida, não levando à extinção do processo.
▪ No processo do trabalho, dado o jus postulandi e a simplicidade que
impera, as exceções são processadas nos próprios autos da reclamação
trabalhista.
▪ A decisão que julga a exceção é considerada interlocutória, não admitindo
recurso de imediato, salvo quando terminativa do feito (§2º do art. 799
da CLT e Súmula 214, do TST).

Exceção de suspeição e impedimento


 São defesas apresentadas pelo réu, que visam afastar a
imparcialidade do juiz para processar e julgar a demanda para
preservar o princípio do juiz natural.
 As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 144, do CPC.
 Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no
processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como
perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou
depoimento como testemunha;

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PROCESSO DO TRABALHO
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II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo


proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público,
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração
de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual
tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de
prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de
advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro
escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

As hipóteses de cabimento de suspeição estão previstas no art. 145, do


CPC:
 Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na
causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar
alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar
meios para atender às despesas do litígio;

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PROCESSO DO TRABALHO
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III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de


seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta
até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer
das partes.
§ 1. Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo,
sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2. Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique
manifesta aceitação do arguido.

Observação: As hipóteses de suspeição e


impedimento também se aplicam ao MPT, aos
serventuários e aos peritos.

➢ No processo do trabalho, a oportunidade para opor exceção de


suspeição ou de impedimento é a primeira vez em que a parte tiver de
falar nos autos ou em audiência, desde que seja após a ciência do fato
que ensejou a suspeição ou o impedimento, sendo que este último
encerra matéria de ordem pública, podendo ser arguido em qualquer
tempo ou grau de jurisdição, servindo de fundamento, inclusive, para
interposição de ação rescisória.
➢ A suspeição também é causa de nulidade, porém relativa.
➢ A CLT fala, em seu art. 802, que apresentada a exceção, o juiz ou
tribunal designará audiência dentro de 48h, para instrução e
julgamento da exceção.
➢ O grande equívoco é que, com a EC 24/99, que extinguiu as Juntas de
Conciliação, o próprio juiz fará a instrução que julgará a sua suspeição
ou impedimento.
➢ Reconhecendo a suspeição ou impedimento, remeterá os autos ao seu
substituto. Caso contrário, remeterá os autos ao Tribunal, juntamente
com suas razões e testemunhas, se for o caso.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Exceção de incompetência relativa


• Vale frisar que a incompetência absoluta é arguida através de
preliminar de contestação, enquanto que a incompetência relativa
é arguida através de exceção.
• A exceção de incompetência relativa visa o reconhecimento da
incompetência do juízo em razão do valor da causa ou do território.
No processo do Trabalho, o valor da causa é irrelevante para fins
de competência do juízo, uma vez que o mesmo julgará o processo,
variando apenas o rito o qual será processado.
• Desta forma, a exceção de incompetência no processo do trabalho,
ataca tão somente a incompetência em razão do lugar ou território.
• A exceção de incompetência relativa é apresentada quando o
reclamado não concorda com a fixação da competência territorial
em razão da distribuição do processo, pretendendo o deslocamento
para outro juízo indicado como competente para a apreciação da
lide, conforme as regras do art. 651 da CLT.
• O prazo para apresentação da exceção de incompetência relativa é
de cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça
que sinalize a existência desta exceção.
• Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará
a audiência de instrução e julgamento até que se decida a exceção.
• Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o
reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no
prazo comum de cinco dias.
• Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará
audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas
testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.
• Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo
retomará seu curso, com a designação de audiência, a
apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Vale ressaltar que, em face da proteção ao hipossuficiente, cabe


recurso ordinário da decisão que acolher a exceção de
incompetência, remetendo os autos para juízo vinculado a outro
TRT, não violando o princípio da irrecorribilidade imediata das
decisões interlocutórias, por ter a decisão natureza terminativa, na
forma da letra “c”, da Súmula 214, TST.

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PROCESSO DO TRABALHO
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CONTESTAÇÃO

➢ A contestação é a forma mais usual de defesa do reclamado, também


conhecida como peça de resistência ou peça de bloqueio, sendo a
única capaz de evitar a revelia processual.
➢ A redação da contestação não exige requisitos específicos, como a
petição inicial, contudo o demandado não é plenamente livre para redigir
a sua contestação, pois deve obedecer a dois princípios:
I. Princípio do ônus da impugnação específica (art. 336 do CPC);
II. Princípio da eventualidade ou da concentração (art. 342 do CPC)
➢ De acordo com o princípio do ônus da impugnação específica, o
acionado deve impugnar especificamente cada fato afirmado pelo autor
na petição inicial. Isso porque fato não impugnado é incontroverso,
havendo presunção relativa de veracidade, não sendo objeto de prova.
o Tal princípio veda a apresentação de contestação por negativa
geral, comportando as exceções previstas na lei, que são as
mesmas do processo civil.
➢ Pelo princípio da eventualidade ou da concentração, cabe ao
reclamado alegar toda a matéria de defesa na peça contestatória, sendo
vedado alegar posteriormente matéria de defesa não manifestada na
contestação, pela preclusão consumativa, salvo as exceções legais, ou
seja, quando versar sobre direito superveniente (matéria surgida após a
apresentação da defesa); se se tratar de questões de ordem pública, as
quais o juiz pode conhecer de ofício em qualquer grau de jurisdição e a
qualquer tempo.
o Assim, o reclamado não poderá alegar a contestação por etapas.

➢ O reclamado deverá organizar o texto da sua contestação,


alegando: primeiramente a defesa processual na forma de preliminares
de contestação, que são aquelas previstas no art. 337 do CPC; depois,
deve dirigir a sua defesa ao mérito, alegando as prejudiciais de mérito
(prescrição, decadência) e, por fim, o mérito propriamente dito.

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PROCESSO DO TRABALHO
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IMPORTANTE!
• A compensação está restrita a dívidas de natureza
trabalhista. Vide Súmula n º 18 do TST.
• Súmula nº 18 do TST
• A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a
dívidas de natureza trabalhista.
• A compensação distingue-se da retenção. Na
compensação existem créditos contrapostos, sendo que
um deles será então extinto e o outro reduzido, ou se
forem iguais, extinguem-se mutuamente. A compensação
é matéria prevista no Código Civil, que em seu art. 368,
apregoa: "Se duas pessoas forem ao mesmo tempo
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem.".
• Já na retenção, que é uma situação mais rara, não há dois
créditos para serem compensados. Na contestação, o
reclamado demonstra que, ao contrário do pleiteado,
quem é credor é ele, reclamado. Então, para assegurar-
se do recebimento a que faz jus, requer ao juiz
autorização para reter consigo o bem de propriedade do
reclamante (p.ex.: ferramentas, equipamentos
eletrônicos, cadastros). A Justiça do Trabalho só tem
competência para decidir sobre a legitimidade da retenção
de coisa do devedor entregue ao credor, se tal entrega
tiver relação com o contrato de trabalho.

➢ Com a reforma trabalhista, a parte poderá apresentar defesa escrita


pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
➢ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não
poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.

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PROCESSO DO TRABALHO
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DA FASE INSTRUTÓRIA

➢ Como já visto anteriormente, a fase de instrução inicia-se em


audiência, sem a necessidade de protesto por produção de provas, tendo
em vista que as provas são produzidas, via de regra, em audiência.
➢ Audiência trabalhista é o ato solene, formal, caracterizado pelo
comparecimento das partes, dos advogados, e dos auxiliares do juízo,
onde são realizados a maioria dos atos processuais, como as tentativas
obrigatórias de conciliação, o interrogatório e o depoimento pessoal das
partes, a oitiva de testemunhas e de peritos, em que o magistrado
formará o seu convencimento e, ao final, prolatará a sentença.

As principais características das audiências trabalhistas estão


previstas nos arts. 813 a 817 da CLT, o que impõe a leitura imediata:
• Características:
o As audiências serão públicas e ocorrerão no Tribunal, em dias
úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas,
não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando
houver matéria urgente, podendo ser designado outro local,
desde seja afixado edital na sede do Juízo com antecedência
mínima de 24h.
o Deverão estar presentes às audiências, as partes, juiz e
servidores. O juiz tem uma tolerância de 15 minutos para
comparecer a audiência. Se, todavia, passados 15 minutos do
horário da audiência, o juiz não tiver comparecido, as partes
poderão se retirar, devendo constar o ocorrido no livro de
registros de audiência.
o O Estatuto da Advocacia, Lei n. 8.906/94, no inciso XX do art.
7º, dispõe que o advogado pode retirar-se do recinto onde se
encontre aguardando o pregão para ato judicial, após 30
minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha

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PROCESSO DO TRABALHO
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comparecido a autoridade que deva presidi-lo, mediante


comunicação protocolada em juízo.

IMPORTANTE!
• Vale frisar que apenas o juiz tem esse limite de tolerância.
As partes e seus representantes, não tem qualquer tolerância
para o atraso. Vide OJ nº 245 da SDI –I do TST:
• OJ Nº 245 REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inserida em
20.06.01. Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário
de comparecimento da parte na audiência.

O juiz é o responsável, na forma dos artigos, 816 da CLT, por manter a


ordem na audiência, podendo mandar se retirar quem estiver perturbando
os trabalhos > é o chamado poder de polícia processual.

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO.


▪ No processo do Trabalho, em regra, como base nos princípios da
concentração dos atos processuais, da celeridade e da economia
processual, as audiências são unas, havendo conciliação, instrução e
julgamento em uma única sessão.
▪ Ocorre que o art. 849, da CLT, faculta ao juiz o fracionamento da
audiência, por motivos de força maior, marcando a sua continuação para
a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
▪ Nem todos os juízes fracionam as audiências, sendo motivo de extrema
cautela, sobretudo para os advogados e partes, que devem estar sempre
preparados para a audiência como se una fosse.
▪ As partes deverão estar presentes em audiência, independente de seus
representantes legais. Art. 843, da CLT.

IMPORTANTE!
• O sindicato pode substituir o empregado em caso de ações plúrimas
ou ações de cumprimento, ou por motivo de doença ou outro motivo
poderoso, devidamente comprovado.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Em casos de doença ou qualquer outro motivo poderoso,


devidamente comprovado, o empregado também poderá fazer-se
representar por outro empregado que pertença à mesma profissão.
• A substituição tem a finalidade de impedir o arquivamento dos
autos (extinção do processo sem resolução do mérito), não
podendo o representante, transigir, confessar, recorrer ou
renunciar o direito que funda a ação.
• O empregador pode se fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer
outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas
declarações obrigarão o proponente. Art. 843, § 1º, CLT.

▪ Com a reforma trabalhista, o preposto não mais precisará ser


empregado da reclamada, em nenhuma hipótese.

▪ Sabe-se que na Justiça do Trabalho, a presença dos advogados


acompanhando às partes, é facultativa em face do jus postulandi,
previsto no art. 791, da CLT.
o Contudo, o TST editou a Súmula 425, limitando o exercício do jus
postulandi. Sendo assim, o exercício do jus postulandi na Justiça do
Trabalho passou a ter duas espécies de limitações:
a) Por ações: O jus postulandi não pode ser exercido pelas
partes nos casos de ação de competência do TST, ação
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança.
b) Por recursos: O jus postulandi não alcança também os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

DA AUSÊNCIA DAS PARTES E SUAS CONSEQUÊNCIAS


▪ Como visto acima, é imprescindível a presença das partes em audiência,
sendo facultada a sua substituição apenas em casos previstos em lei.
▪ Com a reforma trabalhista, ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz
suspender o julgamento, designando nova audiência

Da ausência do reclamante:

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PROCESSO DO TRABALHO
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• O reclamante deverá se fazer presente em audiência, sob pena


de arquivamento da reclamação. Art. 844, CLT.
• O arquivamento da reclamação importa em extinção do processo
sem resolução do mérito.
• Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao
pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 da CLT,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar,
no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo
legalmente justificável. O pagamento das custas é condição para
a propositura de nova demanda.

Da ausência do reclamado:
• A ausência em audiência una ou inaugural do reclamado
importará, nos termos do art. 844, da CLT, em revelia e
confissão quanto à matéria fática.
• Vale frisar que ainda que ausente o reclamado, presente
o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e
os documentos eventualmente apresentados.
• A revelia não produz o efeito mencionado se:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles
contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo
reclamante forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
• Alguns julgados entendem que o advogado, desde que
empregado, possa atuar como causídico e como preposto do
reclamado. Isso não parece ser válido, tendo em vista que o
advogado está obrigado manter sigilo profissional com o seu

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PROCESSO DO TRABALHO
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cliente, o que torna incompatível o acúmulo das duas


funções.
• Esse entendimento é também respaldado pelo art. 23 do
Código de Ética e Disciplina da OAB, que proíbe a atuação
conjunta do advogado como patrono e preposto.

IMPORTANTE!
Também importante ressaltar mais uma vez que se o reclamado
não comparecer, mesmo estando presente o seu advogado
munido de procuração, o juiz não receberá a defesa e haverá a
revelia, salvo se apresentar atestado médico comprovando a
impossibilidade de locomoção.

➢ Caso o reclamado esteja ausente à audiência de instrução na qual fora


intimado para prestar depoimento, incorrerá em confissão ficta,
aplicando-se a Súmula 74, I, TST, como no caso do reclamante.

NÃO COMPARECIMENTO SIMULTÂNEO DAS PARTES:


• Situação interessante tratada neste tópico ocorre quando ambas
as partes faltam à audiência.
• Caso seja una audiência uma ou inaugural, deverá o juiz
determinar o arquivamento do processo, extinguindo sem
resolução do mérito.
• Caso seja uma audiência em prosseguimento, deverá o juiz
aplicar a pena de confissão para ambas as partes, julgando o
processo na forma da distribuição do ônus da prova, prevista no
artigo 818, da CLT e artigo 373 do CPC.

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PROCESSO DO TRABALHO
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DAS PROVAS

Como é sabido, as alegações feitas em juízo precisam ser comprovadas


para facilitar a formação do convencimento do magistrado, que é o
destinatário das provas.

Provas são os instrumentos processuais considerados pelo ordenamento


jurídico como aptos para a demonstração da veracidade dos fatos alegados
em juízo.

1) OBJETO DE PROVA:
▪ Em suma, apenas os fatos dependem de prova, havendo uma
presunção legal e absoluta de que o juiz conhece o direito.
▪ Os fatos que não dependem de prova estão elencados no art. 334, do
CPC.

2) ÔNUS DA PROVA
▪ O ônus da prova é a incumbência que a parte tem de provar os fatos
alegados em juízo. No processo do trabalho, a distribuição do ônus da
prova é feita com base nos artigos 818 da CLT e 333 do CPC, cabendo:
o Ao autor, o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito;
o Ao réu, o ônus da prova do extintivo, modificativo e extintivo do
direito do autor;
▪ Em face do princípio da proteção ao trabalhador, a parte
hipossuficiente na relação de emprego, em alguns casos, o
ordenamento jurídico, admite a inversão do ônus da prova, como
exemplo:
a) os cartões de ponto que demonstram horário de entrada e de
saída uniformes (cartões de ponto britânicos) são inválidos
como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às
horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a

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PROCESSO DO TRABALHO
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jornada da inicial se dele não se desincumbir (inciso III da Súmula


338 do TST).
b) ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando
negados a prestação de serviço e o despedimento, é do
empregador, pois o princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado (Súmula 212
do TST).
▪ Antigamente, a simples negativa de da parte excluía da parte o ônus de
prova-lo. Todavia, o entendimento atual é que, quando a negativa resulta
de uma afirmação que se pretende obter por via de uma declaração
negativa, impõe-se a parte que nega o ônus de prova-lo.
Art. 818. O ônus da prova incumbe:
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do reclamante.
▪ Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.
▪ A decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do
encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
▪ Trata-se da possibilidade de o juiz atribuir o ônus da prova àquele
possui melhores condições de produzi-la. Vale frisar, neste sentido,
que o juiz é o diretor processual (art. 765 CLT), sendo, portanto, o
destinatário das provas a serem produzidas. Ocorre que, por vezes, a
parte não possui condições favoráveis de produzir a prova relacionada a
determinado fato. Nestes casos, o juiz pode atribuir o encargo a quem
possa produzir a prova com maior facilidade.

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PROCESSO DO TRABALHO
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A TEORIA DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA PODE SER APLICADA ENTÃO


NAS SEGUINTES HIPÓTESES:
a) Excessiva dificuldade probatória de quem detém o ônus da prova
b) Maior facilidade de produção de prova pela parte que não detém
o ônus probatório.
▪ De outro lado, não se deve confundir a teoria dinâmica do ônus da prova,
com a inversão do ônus probatório. Isso porque, a inversão do ônus da
prova pressupõe a presença dos critérios previstos na lei e que exista uma
regra pré-fixada. Já a teoria dinâmica funda-se no princípio da aptidão da
prova, não necessitando a presença da verossimilhança na alegação da
parte.
▪ Por fim, frise que, diferentemente do processo civil, não cabe no processo
do trabalho a distribuição do ônus da prova por convenção das partes, por
ser incompatível com o processo do trabalho.

3) MEIOS DE PROVA
Os meios de prova dividem-se em:
• Depoimento pessoal e interrogatório das partes
• Prova documental
• Prova pericial
• Inspeção judicial

Depoimento Pessoal x Interrogatório das Partes


• O interrogatório das partes é determinado de ofício pelo juiz,
enquanto que o depoimento pessoal é requerido pelas partes.
• O juiz pode, a qualquer tempo interrogar as partes, enquanto que
o depoimento pessoal é único e deverá sempre ocorrer na audiência
de instrução.
• O interrogatório tem a finalidade de obter esclarecimentos sobre os
fatos, enquanto a principal finalidade do depoimento pessoal é a
obtenção da confissão real, embora não despreze os
esclarecimentos.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Caso a parte seja intimada para comparecer em audiência com o


fim de prestar depoimento, e não compareça, será aplicada a pena
de confissão, nos termos da Súmula 74, do TST. Sendo-lhe aplicada
a mesma pena, caso compareça e não queira responder alguma
questão que lhe seja submetida.

Prova testemunhal
• Consiste no meio de prova pelo qual busca-se a elucidação dos fatos
através do depoimento de pessoa física a chamada a depor em juízo
sobre um fato relevante para o processo do qual tenha
conhecimento.
• Em face do princípio da primazia da realidade sobre a forma, que
rege o processo do trabalho, a testemunha assume elevada
importância na busca da verdade real, constituindo, muitas vezes,
o único meio de prova da parte.
• Todavia, a testemunha somente não é obrigada a depor sobre os
fatos que lhe acarretem danos graves ou a seus parentes até
terceiro grau, ou sobre fatos que deva legalmente guardar segredo.
• Não podem depor como testemunhas as pessoas elencadas nos
artigos 829, da CLT e 447, §§§1º, 2º e 3º do CPC.

IMPORTANTE!
O TST firmou entendimento, através da Súmula 357, no
sentido de que não torna suspeita a testemunha, o
simples fato de litigar ou ter litigado contra o mesmo
empregador.
Súmula nº 357 do TST – Não torna suspeita a testemunha
o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra
o mesmo empregador.

Limite de testemunhas:
• No procedimento ordinário: 3
• No procedimento sumaríssimo: 2

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PROCESSO DO TRABALHO
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• No inquérito judicial para apuração de falta grave: 6

➢ Em casos de não comparecimento espontâneo da testemunha em


audiência, é que o juiz poderá, de ofício, ou a requerimento da parte,
intimá-la, e inclusive, conduzi-la coercitivamente para depor em juízo,
sob pena do pagamento da multa prevista no art. 730 da CLT.

Da contradita:
• É facultado à parte contraditar a testemunha, alegando
incapacidade, suspeição ou impedimento.
• O momento processual oportuno para apresentar a contradita é
após a qualificação da testemunha, antes de prestar o compromisso
de dizer a verdade do que souber acerca do que lhe for perguntado.
• A qualificação da testemunha pode ser conceituada como o ato
formal em que ela informa os dados concernentes à sua
identificação: nome, nacionalidade, profissão, idade, residência,
estado civil, se trabalhou ou trabalha para o empregador e há
quanto tempo.
• Caso a testemunha negue os fatos que lhes são imputados, a parte
poderá provar a contradita com documentos ou testemunhas, até o
número de três, apresentadas no ato e inquiridas em separado.
• Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a
testemunha, ou lhe tomará o depoimento sem o compromisso, na
qualidade de informante, atribuindo o valor que possa merecer.

Da prova documental
• Documento é o meio probatório utilizado no processo para a prova
material da existência de um fato. Exemplos: escritos, fotografias,
vídeos, desenhos, gráficos, gravações etc.
• A CLT tem uma previsão minguada acerca da prova documental,
devendo aplicar-se o CPC subsidiariamente, observados os princípios e
peculiaridades do processo do trabalho.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Os documentos devem ser juntados com a petição inicial e com a


defesa, podendo ser juntados até o encerramento da instrução
processual.

IMPORTANTE!
Em relação à juntada de documentos na fase recursal,
deve ser aplicado o entendimento consubstanciado na
Súmula nº 8 do TST, in verbis:
SUM-8 JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A juntada de
documentos na fase recursal só se justifica quando
provado o justo impedimento para sua oportuna
apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.

• No processo do trabalho, os documentos constituem importante meio


de prova, contudo, na valoração da prova, o juiz deverá primar pela
primazia da realidade sobrepondo sobre a forma dos documentos.
• Importante destaque para o art. 830, da CLT, que traz ao advogado a
faculdade de declaração de autenticidade das cópias dos documentos
juntados com a petição inicial e com a defesa.
• Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será
intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o
original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência
e certificar a conformidade entre esses documentos.
• Os documentos juntados pela parte adversa deverão ser impugnados
especificamente. Caso não sejam impugnados, ou sejam impugnados
de forma genérica, serão considerados como hábeis como meio de
prova a que pretendem.
• Importantes espécies de prova documental: Contrato de trabalho,
recibos de pagamento, registros de jornada, anotação na CTPS.
• Quanto à anotação na CTPS, constitui presunção juris tantum em
relação ao empregado e júri et de júri em relação ao empregador, salvo
se este comprovar erro material.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Da prova pericial
• Quando a prova de determinados fatos depender de conhecimento
técnico ou científico, o juiz poderá designar um perito, que é
considerado auxiliar da justiça.
• O perito deverá fazer exame, vistoria ou avaliação e elaborar um laudo
elucidando os fatos para o favorecimento da formação da convicção do
juiz. Todavia o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar
o seu convencimento com base em outros meios de prova (art. 464,
CPC).
• Não há mais a necessidade dos peritos prestarem o compromisso, uma
vez que podem ser substituídos nas hipóteses previstas em lei.
• Os peritos estão sujeitos às causas de impedimento e suspeição
aplicadas aos juízes. Contudo, não há que se falar em impedimento ou
suspeição dos assistentes técnicos, porquanto a sua indicação é
faculdade das partes.
• Quanto ao indeferimento da prova pericial: conforme prevê o art. 464,
§1º da CLT, o juiz indeferirá a perícia quando:
i. Quando a prova do fato não depender do conhecimento
especial de técnico;
ii. Quando for desnecessária em vista de outras provas
produzidas;
iii. Quando a verificação for impraticável.

Dos honorários periciais


• A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da
justiça gratuita.
• Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o
limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do
Trabalho.
• O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de


perícias.
• Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida, ainda
que em outro processo, a União responderá pelo encargo.

Inspeção Judicial
• A inspeção judicial consiste na investigação feita pelo magistrado em
pessoas, coisas, lugares, etc., a fim de elucidar fato relevante a decisão
da lide (art. 481 do CPC).
• O juiz lavrará o auto de inspeção com as suas observações sobre a
inspeção, podendo mencionar e anexar fotos, desenhos, gráficos, etc.

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PROCESSO DO TRABALHO
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ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS

Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário


determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às
20 (vinte) horas.

Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas
partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-
lo, serão firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que
não houver procurador legalmente constituído.

Observação: A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado,


mediante autorização expressa do juiz ou presidente.

PRAZOS PROCESSUAIS:
• Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
• Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário,
nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
• Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito
de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.

Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias


compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.

➢ Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências e nem


sessões de julgamento.
➢ O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães
ou secretários.

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PROCESSO DO TRABALHO
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➢ Caso a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de


intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-
feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que
fluirá no dia útil que se seguir.

Art. 777 - Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos


processuais, as petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis
referentes aos feitos formarão os autos dos processos, os quais ficarão sob a
responsabilidade dos escrivães ou secretários.

Art. 778 - Os autos dos processos da Justiça do Trabalho, não poderão sair
dos cartórios ou secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente
constituído por qualquer das partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos
órgãos competentes, em caso de recurso ou requisição.

Art. 779 - As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla


liberdade, os processos nos cartórios ou secretarias.

Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados


somente depois de findo o processo, ficando traslado.

Art. 781 - As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou


arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou secretários.
Parágrafo único - As certidões dos processos que correrem em segredo
de justiça dependerão de despacho do juiz ou presidente.

Art. 782 - São isentos de selo as reclamações, representações,


requerimentos. atos e processos relativos à Justiça do Trabalho.

DA RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL


Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
reclamante, reclamado ou interveniente.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de


má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior
a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte
contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários
advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
• Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará
cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
• Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá
ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.
• O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum,
nos próprios autos.

Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à


testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos
essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á
nos mesmos autos.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Da fase decisória
• Os juízes podem, no exercício da atividade jurisdicional, praticar os
seguintes atos decisórios (despachos, decisões interlocutórias,
sentenças e acórdãos).
• Despacho: aqueles que apenas impulsionam o processo sem cunho
decisório, como determinação de remessa dos autos ao calculista da
vara.
• Decisões interlocutórias: São as que no curso do processo, resolvem
questão incidente, por exemplo, concessão de liminares.
• Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas
nos arts. 485 e 487, do CPC.

Classificação da Sentença:
Quanto ao seu conteúdo, as sentenças se classificam em:
• Sentenças Declaratórias - o juiz se limita à declaração da existência ou
inexistência da relação jurídica, vínculo empregatício, ou da
autenticidade ou falsidade do documento;
• Sentenças Constitutivas - o juiz cria, modifica ou extingue uma relação
jurídica, com eficácia ex nunc, ou seja, desde então;
• Sentenças Condenatórias - o juiz profere um comando condenatório ao
réu, traduzindo uma obrigação de fazer, de não fazer, de entregar a
coisa ou de pagar quantia (mais comuns na Justiça do Trabalho);

Quanto ao resultado da lide, se classificam em:


• Terminativa - não aprecia o mérito, e permite interposição de nova
ação, nos termos do art. 485 do CPC. Geralmente se dá quando falta
uma das condições da ação ou um dos pressupostos processuais. Esta
sentença soluciona o processo de conhecimento no primeiro grau de
jurisdição, mas não soluciona o litígio.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Definitiva - aprecia o mérito, e não permite interposição de outra


ação, sob pena da parte incorrer em litispendência ou coisa julgada,
nos termos do art. 487 do CPC.

REQUISITOS DA SENTENÇA - ART. 489 DO CPC:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do
caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das
principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de
direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem.

O art. 832 da CLT, por sua vez, também traz os requisitos essenciais da
sentença, ao dispor que da decisão deverão constar:
• o nome das partes e o resumo do pedido e da defesa –
equivalendo ao relatório;
• a apreciação das provas e os fundamentos da decisão –
equivalendo à fundamentação;
• a respectiva conclusão – equivalendo à parte dispositiva.

I. Relatório:
• No relatório, será realizada pelo julgador a descrição resumida das
principais ocorrências do processo, com indicação do pedido formulado
pelo demandante, bem como as defesas opostas pelo demandado.

II. Fundamentos:
• Na motivação o magistrado deverá expor os fundamentos fáticos e
jurídicos que motivaram a sua convicção na prolação da decisão,
mediante análise circunstanciada dos argumentos dos litigantes. Em
outras palavras, deverá o juiz indicar suas razões de decidir, ou seja,
apresentando os fatores que contribuíram para a formação do seu

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PROCESSO DO TRABALHO
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convencimento mediante a análise das questões processuais, as


alegações das partes e as provas produzidas.

III. Dispositivo:
• O terceiro elemento essencial da sentença é o dispositivo, que se
constitui na parte da sentença que tem conteúdo decisório. É na parte
dispositiva que o magistrado apresentará sua conclusão, extinguindo
o processo com ou sem julgamento do mérito.
• O dispositivo é o elemento mais importante do decisum, pois é nele
que encontraremos o “comando” contido na sentença, o qual será,
posteriormente, coberto pelo manto da coisa julgada.
• A ausência da parte dispositiva importa na inexistência da sentença.
• Os §§ 1º, 2º e 3º do art. 832 consolidado estabelecem alguns
requisitos complementares da sentença, os quais serão inseridos na
parte dispositiva da sentença.
• Também importante ressaltar que a sentença judicial se encontra
subordinada ao princípio da congruência, que significa que a decisão é
uma resposta ao pedido, devendo haver correlação, correspondência
ou simetria entre um e outro ato processual.
• Nesses termos, como é uma resposta aos pedidos formulados, a
sentença decidirá a lide nos limites em que foi proposta (art. 128 do
CPC), não podendo o juiz proferir sentença de natureza diversa da que
foi pedida ou condenar o réu em quantidade superior ou em objeto
diverso do que lhe foi demandado (art. 460 do CPC).

Assim, a sentença que desconsiderar essa diretriz básica, será


considerada:
• ultra petita – quando defere mais do que foi pedido;
• citra petita – quando defere menos do que foi pleiteado, com
omissão na análise das matérias invocadas;
• extra petita – quando defere algo diverso do que foi pleiteado.

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PROCESSO DO TRABALHO
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➢ A existência desses vícios na sentença não a torna nula, mesmo em


parte, pois, na interposição do recurso, o tribunal poderá corrigir esse
defeito, restituindo a congruência e correlação entre o pedido e a
decisão.

➢ Podemos concluir que a citra petita pode ter seu vício corrigido pela
interposição de embargos declaratórios para suprir omissão. Os
embargos, nessa situação, terão efeito modificativo ou infringente.

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PROCESSO DO TRABALHO
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RECURSOS NO PROCESSO TRABALHISTA

A palavra recurso pode ser entendida com dois sentidos: amplo e restrito.
Em sentido amplo, significa um meio de proteger um direito, uma forma
de agir. Em sentido restrito, significa a provocação de um novo
julgamento, em uma mesma relação processual, da decisão pela mesma
instância ou instâncias superiores. Assim, a parte que estiver
inconformada com uma decisão poderá via recurso reexaminar a
decisão prolatada pelo mesmo juízo prolator ou pelo juízo
imediatamente superior, havendo um prolongamento do exercício do
direito de ação.

Nesses termos, podemos afirmar que o recurso não é uma ação impugnativa
autônoma, pois não cria nova relação jurídica processual (ex.: ação
rescisória).

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS:
1. Duplo Grau de Jurisdição –
• A despeito de a CF não prevê expressamente o princípio do duplo grau
de jurisdição, garante aos litigantes, no seu art. 5º, os princípios da
inafastabilidade da jurisdição, do devido processo legal, do
contraditório, da ampla defesa.
• Assim, sempre que houver previsão de recurso cabível contra o ato
atacado, este deve ser assegurado à parte, sob pena de violação ao
princípio da ampla defesa.
• Frise-se, por fim, que das decisões oriundas de processos que
tramitam sobre o rito sumário, dissídio de alçada, não caberá recurso,
salvo sobre matéria constitucional.

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PROCESSO DO TRABALHO
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2. Princípio da Unirrecorribilidade –
• Também conhecido como princípio da singularidade ou da unicidade
recursal, referido princípio veda a interposição de mais um recurso,
simultaneamente, contra a mesma decisão, apenas permitindo,
sucessivamente.
• A doutrina prevê apenas duas exceções:
A interposição de RO e antes do 5º dia, de um ED com efeito
modificativo. Assim, caso a decisão que julgar o ED modifique o
julgado, a parte terá novo prazo para interposição de RO, ou mesmo
para aditar o RO já interposto.
A segunda exceção está no art. 7º, §2º, da Lei 7.701/88, dispõe que
nos dissídios coletivos, caso não haja a publicação do acórdão em até
20 dias após o julgamento da lide, poderão as partes e o MPT interpor
recurso ordinário, reabrindo o prazo para aditamento do recurso tão
logo seja publicado o acórdão.
• Nesse sentido, um recurso somente pode ser interposto uma vez
contra a mesma decisão. Exemplo: cabe embargos declaratórios da
decisão de embargos declaratórios, e o segundo embargos são
somente contra a decisão do primeiro, e não contra a decisão principal
(prestem atenção).
• Também cabe ressaltar que se um recurso é interposto antes do prazo,
ou seja, antes da publicação da decisão recorrida, e o outro após a
publicação da decisão, o primeiro é considerado inexistente,
apreciando-se apenas o segundo, se interposto dentro do prazo legal.

3. Princípio da Taxatividade –
• Esse princípio diz que somente podem ser interpostos os recursos
previstos em lei, não podendo a parte inovar, já que são taxativos, ou
seja, numerus clausus, não comportam ampliação.
• Cabe salientar que compete privativamente à União legislar sobre
direito processual, conforme estabelece o inciso I do art. 22 da CF.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Como o rol dos recursos trabalhistas é taxativo, o recurso que não


esteja previsto em lei não será admitido, não sendo possível
interpretação analógica ou extensiva, mas apenas restritiva.
• São os seguintes os recursos previstos no sistema processual
trabalhista brasileiro que nos interessam:
Embargos de declaração (art. 897-A da CLT);
Recurso ordinário (art. 895 da CLT);
Agravo de instrumento (art. 897 da CLT);
Recurso de revista (art. 896 da CLT);
Embargos para o TST (ART. 894 da CLT);
Agravo regimental (art. 709, §1º, da CLT);
Recurso extraordinário (art. 102, III, da CF).
Embargos à execução
Agravo de petição
Exceção de pré-executividade
• O duplo grau de jurisdição obrigatório, também conhecido como
reexame necessário ou remessa de ofício, no DL 779/69, é aplicável
ao processo do trabalho.

4. Princípio da Fungibilidade –
• Também conhecido como princípio da conversibilidade, permite que o
juiz conheça de um recurso que foi erroneamente interposto como se
fosse o recurso cabível, aproveitando-se, desde que existam 03
requisitos:
1) inexistência de erro grosseiro ou de má-fé;
2) existência de dúvida objetiva quanto ao recurso cabível no
caso concreto;
3) o recurso interposto de forma errada deve estar dentro do
prazo do recurso cabível.
• Assim, permite-se o aproveitamento do recurso interposto com o nome
equivocado, com base nos princípios da simplicidade e da finalidade,
além de prestigiar o princípio do jus postulandi.

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PROCESSO DO TRABALHO
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5. Princípio da Vedação do Reformatio in Pejus –


• Este princípio traz a idéia de que o tribunal competente para
julgamento do recurso não pode piorar, agravar a situação do
recorrente. Dizendo de outro modo, o tribunal, ao julgar o recurso, não
pode proferir decisão mais desfavorável ao recorrente do que aquela
recorrida.
• Com efeito, as matérias que poderão ser objeto de apreciação pelo
tribunal já foram delimitadas. Nessa linha de raciocínio, o julgamento
proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no
que tiver sido objeto de recurso. Ao contrário, aquilo que não foi objeto
de recurso transitou em julgado, não podendo ser atingido pelo
julgamento prolatado pelo tribunal.
• São exceções as matérias de ordem pública, que podem ser conhecidas
de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição.

PRAZOS RECURSAIS TRABALHISTAS UNIFORMES:


O art. 6º da Lei 5.584/1970 prevê que será de 08 dias o prazo para interpor
e contra-arrazoar qualquer recurso trabalhista. Recursos que observam o
referido prazo:
➢ Recurso ordinário;
➢ Agravo de instrumento;
➢ Recurso de revista;
➢ Embargos no TST;
➢ Agravo de petição.

Contudo, deve-se prestar atenção nas exceções.


a) Embargos de declaração – 05 dias, segundo o art. 897-A da
CLT, tanto para interpor como contra-arrazoar;
b) Recurso Extraordinário – 15 dias, na forma do art. 1003, §5º
do CPC, tanto para interpor como contra-arrazoar;
c) Recurso de Revisão ou Pedido de Revisão – 48h, nos termos
dos §§1º e 2º do art. 2º da Lei 5.584/70.

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PROCESSO DO TRABALHO
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d) Agravo Regimental – o prazo depende da previsão do


respectivo regimento interno dos tribunais trabalhistas, cabendo
observar que o TST o fixou em 08 dias, e os Tribunais Regionais, em
regra, têm fixado o prazo em 05 dias.
e) Fazenda Pública e Ministério Público do Trabalho – prazo
em dobro para recorrer, nos termos do inciso III do art. 1º do DL
779/69 e art. 496 CPC. Importante ressaltar que vem prevalecendo o
entendimento de que o prazo para contra-arrazoar será simples.
f) Quanto ao art. 229, §1º e §2º do CPC – que prevê prazo em
dobro para contestar, para recorrer e para falar nos autos de um modo
geral, quando houver litisconsortes com procuradores diferentes, não
é aplicável ao processo do trabalho, como já visto, tendo o TST se
pronunciado sobre o assunto na OJ nº 310 da SDI-I do TST.

Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias


➢ O conceito de decisão interlocutória está expresso no §2º do art. 203 do
CPC, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, por força do art.
769 da CLT, qual seja, “é o pronunciamento judicial que não põe fim à
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução..”
➢ Essa regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias no
processo do trabalho está inserta no §1º do art. 893 da CLT, que diz o
seguinte:
CLT. Art. 893. (...)
§1º. Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões
interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

Os recursos trabalhistas são dotados de apenas efeito devolutivo:


➢ No processo do trabalho, a regra geral é que os recursos são dotados
de efeito devolutivo apenas, não possuindo efeito suspensivo, o que
permite ao credor a extração da carta de sentença para realização da
execução provisória, que vai até a penhora.
➢ Essa regra está disposta no caput do art. 899 da CLT.

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PROCESSO DO TRABALHO
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➢ Contudo, o efeito suspensivo dos recursos trabalhistas pode ser


conseguido excepcionalmente, mediante o ajuizamento de ação
cautelar, é o que estabelece a Súmula 414, inciso I, parte final, do TST.

Inexigibilidade de fundamentação:
➢ O art. 899 da CLT já lido acima estabelece que os recursos serão
interpostos por simples petição, ou seja, permite-se que sejam
apresentados sem qualquer fundamentação ou razão do apelo,
bastando a simples petição de interposição.
➢ No entanto, com o advento da CF/88, que traz os princípios do
contraditório e da ampla defesa, a doutrina trabalhista vem
entendendo pela necessidade de fundamentação nos recursos
trabalhistas, de modo que o recorrido possa contra-arrazoar, e o
tribunal analisar as razoes do inconformismo.
➢ A necessidade de fundamentação nos recursos trabalhistas
consubstancia o princípio da dialeticidade ou discursividade.
➢ Nesse contexto, pode-se concluir que: a CLT não prevê a necessidade
de fundamentação para interpor recursos trabalhistas, mas o TST sim,
ou seja, a jurisprudência sim. (cuidado com as questões de concurso).

Instância única nos dissídios de alçada:


➢ Embora o procedimento sumário, também conhecido como dissídio de
alçada, não esteja previsto no edital do concurso, e também na prática
esteja em desuso, cabe ressaltar que abarca os dissídios cujo valor de
alçada não exceda a dois salários mínimos e as suas regras sobre
recurso podem vir a ser cobradas na prova, no tema “recursos”. Desse
modo, cabe dizer que nos dissídios de alçada não caberá recurso, salvo
se versarem sobre matéria constitucional (§4º do art. 2º da Lei nº
5.584/1970).

EFEITOS DOS RECURSOS:


Cabe destacar os seguintes efeitos dos recursos trabalhistas:

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I. Efeito Devolutivo: Esse efeito encerra duas concepções: a


devolução da matéria impugnada ao Tribunal e a possibilidade da
execução provisória do julgado.
II. Efeito Suspensivo: No processo do trabalho, em regra, os
recursos não são dotados de efeito suspensivo. O efeito suspensivo,
como o próprio nome sugere, suspende a eficácia da decisão enquanto
pender de julgamento o recurso interposto contra essa decisão.
III. Efeito Translativo: Há a transferência e não a devolução à
instância superior.
Trata-se da possibilidade do tribunal conhecer de matérias que
não foram ventiladas nas razões e contrarrazões do recurso.
Isso ocorre com as questões de ordem pública, que sempre
devem ser conhecidas de ofício pelo juiz, não se operando a
preclusão, ou seja, o juiz pode decidir ainda que não tenha sido
suscitado pela parte, não havendo que se falar em julgamento
ultra, extra ou infra petita.
IV. Efeito Substitutivo: Estabelece o CPC que “O julgamento
proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no
que tiver sido objeto de recurso”.
O efeito substitutivo ocorre quando o tribunal aprecia e julga o
mérito da causa, operando-se a substituição da sentença a quo,
pelo acórdão do tribunal, na parte objeto do apelo.
Importante ressaltar que ainda que o acórdão confirme a
sentença pelos próprios fundamentos, haverá a substituição
integral.
No entanto, caso o tribunal não julgue o mérito do recurso, não
se operará o chamado efeito substitutivo.
V. Efeito Regressivo: O efeito regressivo consubstancia a
possibilidade de retratação ou reconsideração do próprio órgão que
proferiu a decisão impugnada. Na verdade, trata-se de exceção à regra
prevista no CPC, na medida em que, de acordo com esse dispositivo,
o juiz, ao publicar a sentença de mérito, cumpre e acaba o ofício
jurisdicional.

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Na seara recursal trabalhista, observa-se o efeito em análise nos


recursos de agravo de instrumento e agravo regimental.
VI. Efeito Extensivo:
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a
todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o
recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros
quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
Desse modo, o recurso interposto por um dos litisconsortes a
todos aproveita, salvo se distintos ou opostos seus interesses,
ocorrendo a extensão dos efeitos do recurso.
Contudo, impende salientar que somente se opera esse efeito na
hipótese de litisconsórcio unitário, situação na qual o juiz deve
decidir a lide de modo uniforme para todos os litisconsortes.

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Via de regra, o recurso interposto é submetido à análise de dois juízos de
admissibilidade, quais sejam:
• Juízo a quo – juízo prolator da decisão impugnada
• Juízo ad quem – juízo competente para julgar o recurso

➢ O juízo de admissibilidade visa, principalmente, a verificação do


atendimento aos pressupostos de admissibilidade, também conhecidos
como requisitos de admissibilidade recursal.
➢ O recurso somente será conhecido se estiverem atendidos
concomitantemente, todos os pressupostos recursais. Ou seja, a ausência
de apenas um deles, induz o não conhecimento do apelo.
➢ Cumpre ressaltar que o despacho exarado pelo juízo a quo, não vincula o
juízo ad quem. Assim, um recurso pode ser conhecido por um juízo e não
conhecido por outro e vice-versa.
➢ Quanto ao juízo ad quem, pode ser exercido isoladamente pelo relator, ou
em colegiado pelo tribunal.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Pressupostos Recursais:
Os pressupostos recursais trabalhistas são classificados em objetivos ou
extrínsecos e subjetivos ou intrínsecos.
a) objetivos ou extrínsecos: como preleciona Leone Pereira, dizem
respeito a fatores externos à decisão judicial que se pretende
impugnar, sendo normalmente posteriores a ela. São eles:
• Cabimento ou recorribilidade do ato;
• Adequação;
• Tempestividade;
• Preparo;
• Regularidade formal

b) subjetivos ou intrínsecos:
• Legitimidade;
• Capacidade;
• Interesse.

Recursos Sem Depósito Recursal:


• Embargos de declaração;
• Agravo de petição;
• Agravo regimental;
• Pedido de revisão.

Recursos com depósito recursal obrigatório por parte do empregador


recorrente:
• Recurso ordinário;
• Recurso de revista;
• Embargos no TST;
• Recurso extraordinário;
• Recurso adesivo;
• Agravo de instrumento.

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PROCESSO DO TRABALHO
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JUSTIÇA GRATUITA

➢ É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais


do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de
ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.

➢ O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar


insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

➢ Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido


em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar
a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado
da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir
a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.

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HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

➢ Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos


honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por
cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar
da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
➢ Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda
Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo
sindicato de sua categoria.

Ao fixar os honorários, o juízo observará:


I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço.

Observação: São devidos honorários de sucumbência na


reconvenção.

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PROCESSO DO TRABALHO
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RECURSOS EM ESPÉCIE

1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração possuem previsão no artigo 897-A da CLT,
aplicando-se subsidiariamente os artigos 1022 a 1026 do CPC.
1.1. Cabimento – Cabem embargos de declaração em face de
sentença ou acórdão que apresentem omissão, obscuridade,
contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos
extrínsecos do recurso.
1.2. Prazo – Os embargos de declaração devem ser opostos no
prazo de 5 dias a contar da ciência ou publicação da decisão. As
pessoas jurídicas de Direito Público gozam de prazo em dobro para
oposição de ED, conforme prevê a OJ 192 da SDI-I do TST.
o A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo
recursal. Ou seja, após o seu julgamento, zera o prazo para
a interposição de um novo recurso, salvo quando
intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente
a sua assinatura, conforme prevê o §3º do art. 897-A, da
CLT.
1.3. Efeito Modificativo – Nas hipóteses de omissão, contradição
e manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do
recurso, os embargos de declaração podem modificar a decisão
embargada.
o A súmula 278 do TST prevê, expressamente, o efeito
modificativo dos embargos de declaração apenas na hipótese
de omissão.
1.4. Contraditório – Em tese, não há manifestação da outra parte
nos embargos de declaração. Contudo, caso haja requerimento da
parte embargante e/ou se o juiz vislumbrar efeito modificativo no
julgado, deverá permitir a manifestação da outra parte em 5 dias,
sob pena de nulidade da decisão, nos termos do art. 897-A, § 2º,
da CLT.

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PROCESSO DO TRABALHO
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1.5. Embargos Protelatórios – Quando manifestamente


protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao
embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor
atualizado da causa. (art. 1.026, §2º, CPC).
1.6. Prequestionamento – Outra hipótese de cabimento dos
embargos de declaração está prevista nas súmulas 184 e 297, II do
TST: embargos de declaração para fins de prequestionamento. O
prequestionamento é um pressuposto exclusivo dos recursos de
natureza extraordinária (recurso de revista, embargos ao TST e
recurso extraordinário).

2. RECURSO ORDINÁRIO
O recurso ordinário o recurso próprio para atacar a sentença no processo do
trabalho, sendo cabível também, contra acórdãos do TRT e TST, bem como
contra decisões terminativas ou definitivas em ações especiais, como dissídio
coletivo, inquérito para apuração de falta grave, ação rescisória e mandando
de segurança, como veremos no nosso estudo.
2.1. Juízo de Admissibilidade – O juízo de admissibilidade é a
verificação requisitos do recurso, para saber se ele será ou não analisado
(conhecido) e julgado (dado ou não provimento). O primeiro juízo de
admissibilidade é feito sempre pelo órgão que proferiu a decisão (juízo o quo)
para RECEBER o recurso, O segundo juízo de admissibilidade será feito pelo
órgão que irá julgar o recurso (juízo ad quem) para CONHECER o recurso.
Para tanto, ao interpor o recurso, precisamos dirigi-lo para o juízo que
proferiu a decisão (juízo a quo), com uma folha de rosto (ou peça de
interposição), para que o juízo a quo faça a verificação dos seus pressupostos
de admissibilidade (requisitos).
Junto a folha de rosto, iremos juntar as nossas razões recursais (preliminares,
prejudiciais de mérito e mérito) do nosso recurso, dirigindo-as para o órgão
que irá julgar o recurso.
Em síntese, o recurso será sempre interposto com:
• Folha de rosto (ou de interposição)

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Razões recursais

2.2. Hipóteses de Cabimento – O recurso ordinário tem previsão legal


no art. 895 da CLT (fulcro de peça) e cabível em 2 hipóteses.

3. RECURSO DE REVISTA
O recurso de revista é um recurso de natureza extraordinária. Isso significa
que somente pode ser objeto de recurso de revista matéria de direito, não
podendo ser objeto de recurso de revista matérias relacionadas a fatos e
provas, conforme súmula 126 do TST, pois visam a uniformização da
jurisprudência.
 O recurso de revista está previsto no art. 896 da CLT e é cabível nas
seguintes hipóteses:
3.1. Recurso de revistas e suas hipóteses específicas – O
procedimento sumário é de única instância. Assim, de uma sentença neste
procedimento não cabe recurso ordinário, recurso de revista ou embargos ao
TST. Da sentença proferida neste procedimento é cabível recurso apenas se
houver violação à Constituição Federal
o No procedimento sumaríssimo, o recurso de revista é
oportuno quando o acórdão do TRT contrariar a Constituição
Federal, súmula do TST, ou súmula vinculante do STF (art.
896, § 9º, CLT). Não é hipótese de cabimento de recurso de
revista neste procedimento a contrariedade à orientação
jurisprudencial (Súmula nº 442, TST).
o Recurso de revista na execução é cabível apenas quando
houver ofensa literal e direta à Constituição da República
(art. 896, § 2°, CLT e Súmula nº 266, TST). Entretanto, nas
execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução
que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas
(CNDT) cabe recurso de revista por violação à lei federal,
divergência jurisprudencial e ofensa à Constituição Federal
(art. 896, § 10º, CLT).

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PROCESSO DO TRABALHO
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o No procedimento ordinário, nos termos do art. 896 "a" e "c",


da CLT, o recurso de revista é cabível nos seguintes casos:
a) violação literal e direta à Constituição Federal; b) violação
à lei federal; c) contrariedade à súmula do TST; d)
contrariedade à orientação jurisprudencial do TST (OJ 219,
SDI-1, do TST); e) contrariedade à súmula vinculante do
STF; f) quando, na interpretação de lei federal, a decisão
recorrida contrariar outro TRT (Pleno ou Turma) e g) quando
o acórdão recorrido divergir, na interpretação de lei federal,
de decisão da Seção de Dissídios Individuais do TST.
3.2. Prequestionamento – O prequestionamento é pressuposto do
recurso de revista, assim como dos demais recursos de natureza
extraordinária. A matéria estará prequestionada quando houver sido tratada
no acórdão impugnado (Súmula nº 297, I, TST), ou seja, o TST só conhecerá
o recurso se houver manifestação explícita do TRT no acórdão sobre a
discussão abordada no recurso de revista, inclusive quanto à matéria de
ordem pública (OJ 62, SDI-I, TST).
3.3. Transcendência – Embora prevista no artigo 896-A da CLT,
atualmente a transcendência não é um pressuposto de admissibilidade do
recurso de revista, posto que ainda não está regulamentada. O recurso de
revista é dirigido ao Presidente do TRT (art. 896, § 1°, CLT), o qual poderá
delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice-presidente, de
acordo com a previsão do Regimento Interno.

4. AGRAVO DE INSTRUMENTO
• No processo civil, o agravo de instrumento serve para atacar as
decisões interlocutórias.
• Sabemos que no processo do trabalho as decisões interlocutórias, em
regra, não podem ser alvo imediato de recurso (Exceções no art. 799,
§2º da CLT e Súmula 214 do TST).
• Sendo assim, na seara trabalhista, o agravo de instrumento possui
outra finalidade: destrancar um recurso que teve denegado o seu
seguimento pelo juízo a quo.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Isso significa que, quando o juízo a quo estiver fazendo o juízo de


admissibilidade e verificar a inexistência de qualquer dos pressupostos
de admissibilidade, irá denegar seguimento ao recurso (trancar o
recurso), sendo cabível o agravo de instrumento visando destrancar o
recurso principal para que este seja analisado pelo juízo ad quem.
• Todavia, caso seja o juízo ad quem que denegue seguimento ao
recurso, será cabível o agravo regimental, visando a análise do recurso
principal.
• O agravo de instrumento tem previsão legal no art. 897, b, da CLT.
• Logo, interposto o agravo de instrumento, este será analisado pelo
juízo ad quem, responsável pela análise do recurso principal. O
agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso
principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao
julgamento de ambos os recursos.
• Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso
principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento
relativo a esse recurso.
• No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal
corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do
recurso ao qual se pretende destrancar.
• Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar
recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho,
consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial,
não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito.

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PROCESSO DO TRABALHO
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FASE EXECUTÓRIA

Atualmente, o CPC em seu art. 591 dispõe que o devedor somente


responde pelas dívidas com seu patrimônio, sendo, portanto, invioláveis
a sua vida, liberdade e integridade física. No processo do trabalho, a execução
está disciplinada em 4 diplomas normativos que devem ser seguidos na
seguinte ordem:
1. CLT
2. Lei 5584/70
3. Lei 6830/80
4. CPC

Autonomia do processo de execução –


• Há na doutrina uma divergência quando à autonomia do processo de
execução trabalhista. Alguns doutrinadores consideram que o processo
executivo na seara laboral não seria autônomo, mas simples fase do
processo do trabalho.
• Mas prevalece o entendimento de que o processo de execução é
autônomo, pois que há citação do devedor para pagamento, além de
o processo de execução guardar diferenças com o processo de
conhecimento, como exemplo a possibilidade de títulos executivos
extrajudiciais, o que lhe dá autonomia.

Legitimidade Ativa –
• Com a reforma trabalhista, a execução será promovida pelas partes,
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal
apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por
advogado.
• O art. 877 dispõe que é competente para a execução das decisões o
Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado
originariamente o dissídio.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Já o art. 877-A, prevê que é competente para a execução de título


executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de
conhecimento relativo à matéria.
• Percebe-se então que uma das características do processo de execução
trabalhista é que este pode ser promovido de ofício pelo magistrado
nos casos em que a parte estiver desassistida de advogado.
• Importante salientar que o TST entende que não é permitida a cessão
de crédito no âmbito laboral, pois que o ingresso de terceiro na relação
jurídica processual geraria a incompetência material da justiça do
trabalho. Todavia, a Lei 11.101/05, Lei de falências, prevê a cessão de
créditos a terceiros, apenas ressalvando que nestes casos o crédito
será enquadrado como crédito quirografário.
• Em alguns casos, o MPT também detém a legitimidade para promover
a execução.

Legitimidade Passiva –
• Normalmente, é o empregador (pessoa física ou jurídica), que figura
no polo passivo da execução trabalhista.
• Todavia, em alguns casos, pode o empregado ser o sujeito passivo da
execução trabalhista, quando for devedor de custas, honorários
periciais, indenização ao empregador, devolução de materiais e
instrumentos, etc.
• A Lei 6830/80, subsidiária ao processo trabalhista, legitima também
como sujeitos passivos no art. 4:
Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:
I - o devedor;
II - o fiador;
III - o espólio;
IV - a massa;
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou
não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado;
e
VI - os sucessores a qualquer título.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• O CPC, por sua vez, estabelece no art. 779 que a execução também
poderá ser promovida contra:
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do
credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao
pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.

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PROCESSO DO TRABALHO
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TÍTULOS EXECUTIVOS

Os títulos executivos no processo do trabalho se dividem em:

JUDICIAIS
a) Sentenças transitadas em julgado
b) Sentenças sujeitas a recurso desprovido de efeito suspensivo
c) Acordos judiciais não cumpridos

EXTRAJUDICIAIS
a) Termos de compromisso de ajustamento de conduta firmados
perante o Ministério Público do Trabalho.
b) Termos de conciliação firmados perante a CCP

➢ Estes termos extrajudiciais dispensam o processo de


conhecimento, ensejando diretamente a ação executiva.

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO

1. EXECUÇÃO PROVISÓRIA
• A execução provisória é cabível toda vez que a decisão exarada ainda
pender de recurso desprovido de efeito suspensivo (art. 876, CLT).
• Ou seja, a execução provisória será possível quando a decisão não tiver
transitado em julgado, sendo restrita, por isso, até a penhora, não
transferindo o patrimônio do devedor para o credor de forma definitiva,
apenas impedindo que o credor se desfaça do patrimônio, fraudando a
execução. (art. 899, CLT).
• Os títulos executivos extrajudiciais jamais darão ensejo à execução
provisória, mas tão somente execução definitiva.
• Vale ressaltar que a execução provisória não pode ser requerido de
ofício pelo magistrado, mas sempre a requerimento do interessado.

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PROCESSO DO TRABALHO
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1.1. Requisitos – No processo do trabalho, a execução provisória


é feita por meio de carta de sentença, cujos requisitos para instrução
estão previstos no art. 520 do CPC.
o Na execução provisória não se exige caução para o credor, em
face da hipossuficiência do empregado.
o A doutrina majoritária entende que no processo do trabalho, o
credor pode fazer o levantamento em dinheiro até o limite de 60
salários mínimos, desde que comprovada a sua real
necessidade.

2. EXECUÇÃO DEFINITIVA
O art. 876 da CLT prevê que a execução definitiva poderá ser feita nos
seguintes casos:
• Trânsito em julgado de sentença condenatória
• Inadimplemento de acordo realizado em juízo
• Inadimplemento da conciliação firmada perante a Comissão de
Conciliação Prévia
• Inadimplemento dos Termos de Compromisso de Ajustamento
de Conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho.

Da Liquidação da Sentença –
• Todavia, no processo do trabalho, a CLT trata a liquidação da
sentença ainda na fase de execução, restando saber apenas se
as alterações do CPC repercutem no processo do trabalho.
• A rigor, não é a sentença que é liquidada, e sim o comando
obrigacional nela contido. As sentenças tornam certo apenas o
débito, cabendo à liquidação a fixação do quando devido.
• A execução para cobrança de crédito se fundará sempre em
título líquido, certo e exigível, devendo a liquidação sempre ser
realizada quando a sentença não determinar o valor ou não
individualizar o objeto da condenação.
• As sentenças prolatadas no procedimento sumaríssimo, (abaixo
de 40 salários mínimos), deverão sempre ser líquidas,

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PROCESSO DO TRABALHO
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apurando-se apenas parcelas acessórias como juros e correção


monetária.
• No procedimento ordinário, vários são os fatores que levam o
juiz a proferir uma sentença ilíquida, como a quantidade
excessiva de pedidos, ausência de elementos nos autos,
natureza do pedido, grande quantidade de processos etc.
• A liquidação da sentença está prevista no art. 879, da CLT.

I) Modalidades de Liquidação – A sentença no processo do trabalho


poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por pelo procedimento
comum
Vale ressaltar que a liquidação também pode ser mista, ou seja,
mesclando mais de uma modalidade de liquidação. Ressalte-se ainda
que a sentença poderá vir parte líquida e parte ilíquida. A parte
liquidada da sentença já poderá ser executada através da extração da
carta de sentença.
I.1. Liquidação por cálculos – A liquidação mais comum na
Justiça do Trabalho, utilizada quando a determinação do valor
depender de cálculo aritmético. Assim, nesta modalidade de liquidação,
todos os elementos necessários para a realização dos cálculos devem
constar dos autos (Art. 509, CLT).
o Na esfera laboral, continuou a processar a liquidação nos moldes
previstos no art. 879, da CLT, cabendo ao exequente liquidar por
cálculos a sentença, instruindo o pedido com memória
atualizada e discriminada de valores que entende devidos.
o Diversas são as parcelas que podem ser liquidadas por cálculos,
desde que a sua operação dependa apenas de operações
aritméticas, como parcelas rescisórias, horas extras, saldo de
salários, etc.
o Os juros e correção monetária, ainda que omissos na inicial,
devem ser inseridos na liquidação da sentença, conforme
Súmula 211, do TST. Os juros são calculados na proporção de

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PROCESSO DO TRABALHO
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12% por ano e a correção monetária através de parcelas


emitidas periodicamente pelo Poder Executivo.
I.2. Liquidação por Arbitramento – A liquidação por
arbitramento será utilizada quando as partes expressamente assim
convencionarem ou for determinado pela sentença ou ainda quando
assim exigir a natureza do objeto da liquidação (Art. 509, CLT).
o Esta espécie de liquidação é muito utilizada diante de
dificuldades encontradas nas tentativas de apuração por simples
cálculos.
o O arbitramento consiste no exame ou vistoria de pessoas ou
coisas com a finalidade de apurar o quanto relativo à obrigação
pecuniária que deverá ser adimplida pelo devedor, ou, em
determinados casos, de individuar, com precisão, o objeto da
condenação.
o Utiliza-se tal modalidade quando a liquidação, a despeito de não
depender de fatos novos, depender de conhecimentos
específicos para a quantificação ou individualização, surgindo a
necessidade de nomeação de perito, especialista para apurar o
valor da sentença ou parte dela.
o Não se deve confundir o arbitramento com perícia. A perícia é
meio de prova. Na liquidação, as partes não podem indicar
assistentes ou elaborar quesitos, sendo o árbitro único,
nomeado pelo juiz para auxiliar na liquidação da sentença.
o Vale frisar que o juiz, assim como na perícia, não está adstrito
ao laudo árbitro, podendo forma livremente o seu
convencimento sobre a matéria.
o Comum utilizar-se o arbitramento na liquidação de parcelas in
natura, podendo ser usado também na fixação de salários
quando reconhecido vínculo de emprego na Justiça do Trabalho.
I.3. Liquidação por artigos – A liquidação por artigos será
feita quando houver necessidade de provar fatos novos que deviam
servir de base para fixar o quanto devido na condenação. A liquidação
por artigos é feita quando sua liquidez depender de comprovação de

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PROCESSO DO TRABALHO
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fatos ainda não suficientemente esclarecidos na fase conhecimento,


como exemplo, o caso de sentença de defere o pedido de horas extras,
mas não as quantifica, objetivando prova-las por meio de articulação
das partes.
o Esta modalidade não pode ser determinada de ofício pelo
magistrado, dependendo de iniciativa das partes, observando
sempre o rito da ação.
o Portanto, o interessado deve apresentar a petição inicial,
alegando os fatos a serem provados e os respectivos meios de
prova, sendo a parte contrária notificada para, em 15 dias,
contestar o pedido, sob pena de serem considerados
verdadeiros.
o Percebe-se, então que a liquidação constituir verdadeiro
processo de cognição, complexo, podendo haver indeferimento
da petição inicial, suspensão e extinção da liquidação, revelia,
produção de provas, julgamento antecipado, sendo
desaconselhável tal modalidade de liquidação de sentença, por
contrariar o princípio da celeridade processual.

Impugnação à Sentença de Liquidação –


• A reforma trabalhista tornou obrigatória a intimação das partes
para manifestação sobre a conta, tão logo elaborados os
cálculos.
• Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às
partes prazo comum de oito dias para impugnação
fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.
• Desta forma, o juiz não poderá mais homologar de imediato os
cálculos, devendo conceder prazo comum de 8 dias para as
partes impugnarem os cálculos elaborados.
• As impugnações devem ser específicas, não podendo ser
genéricas.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Frise-se por fim, que o juiz deverá de forma obrigatória proceder


intimação para a União. (§3º, art. 879, da CLT).

DA EXECUÇÃO POR PRESTAÇÕES SUCESSIVAS


➢ Art. 890 - A execução para pagamento de prestações sucessivas far-
se-á com observância das normas constantes desta Seção, sem
prejuízo das demais estabelecidas neste Capítulo.
➢ Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a
execução pelo não-pagamento de uma prestação compreenderá as que
lhe sucederem.
➢ Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por tempo
indeterminado, a execução compreenderá inicialmente as prestações
devidas até a data do ingresso na execução.

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA


➢ Citação para pagamento, depósito para apresentação de embargos
➢ Tornada a dívida líquida e certa, com a respectiva homologação dos
cálculos, inicia-se a execução trabalhista.
➢ O objetivo da execução por quantia certa é expropriar os bens do
devedor a fim de satisfazer o direito do credor, respondendo o
executado com seu patrimônio, presente ou futuro, para o
cumprimento das obrigações.
➢ Será expedido então mandado para penhora e avaliação a ser
cumprido pelo oficial de justiça, sendo o executado citado para em 48h
pagar a dívida ou garantir a execução, na forma do art. 880, da CLT.
➢ Vale destacar que a citação do devedor na execução trabalhista, ao
contrário do que ocorre no processo de cognição, é pessoal, sendo
realizada pelos oficiais de justiça, estando a validade do ato
subordinado à sua realização na pessoa do executado, ou de quem
possua poderes expressos para recebê-la.

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PROCESSO DO TRABALHO
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PENHORA –
• Se o executado não pagar a dívida, não efetuar o depósito judicial para
apresentação de embargos à execução ou não nomear bens à penhora,
no prazo de 48 horas contados da citação, o oficial de justiça retornará
ao local de execução e penhorará tanto bens quantos bastem para a
satisfação do julgado, inclusive custas, juros de mora, correção
monetária e contribuição previdenciária, na forma do art. 883, da CLT.
• Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á
penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da
importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora,
sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for
ajuizada a reclamação inicial.
• Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá
ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos
de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas
(BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta
e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia
do juízo.
• A penhora será realizada onde quer que se encontrem os bens, ainda
que na posse de terceiros.
• O TST entende que o cargo de depositário depende de aceitação do
nomeado, conforme OJ 89, da SDI – II.
• No ato da penhora, o oficial já irá avaliar os bens, não se aplicando
mais o art. 888, da CLT.
• O art. 847, do CPC dispõe que o executado pode, no prazo de 10 (dez)
dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem
penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não
trará prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele
devedor.
• Por fim, destaque-se que o art. 874, do CPC prevê que o juiz, após a
avaliação dos bens pode ampliar ou reduzir a penhora, quando a
requerimento da parte e, ouvida a parte contrária.

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PROCESSO DO TRABALHO
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• Caso haja resistência à penhora, deverá o oficial certificar o fato ao


juiz, solicitando reforço policial e, se for o caso, ordem de
arrombamento.
• Os bens impenhoráveis estão previstos no art. 833, do CPC.

EMBARGOS À EXECUÇÃO
• A doutrina diverge quanto à natureza jurídica deste instituto. A
corrente minoritária entende que seria defesa do devedor, mas
prevalece a corrente que este tem natureza de ação incidental no
processo de execução, já que a execução não é formada pelo
contraditório, não havendo que se falar em defesa.
• Os embargos à execução, no processo do trabalho encontram previsão
no art. 884, da CLT.
• Percebe-se que a CLT não previu de forma esgotada as possíveis
matérias arguíveis em sede de embargos à execução, aplicando-se
subsidiariamente o art. 910, do CPC.
• A compensação e a retenção somente podem ser matéria de
contestação, não podendo ser arguidas na execução.

Prazo e procedimento:
• A apresentação de embargos à execução está condicionada à
garantia do juízo, seja por meio de pagamento, nomeação de bens
à penhora ou mesmo penhora coercitiva.
• Ou seja, os embargos somente serão conhecidos se o juízo estiver
totalmente garantido.
• O prazo para apresentação dos embargos à execução será de 5 dias
a contar da garantia do juízo ou da penhora dos bens. A fazenda
pública tem prazo de 30 dias.
• Os embargos à execução no processo do trabalho são processados
nos mesmos autos da execução, sendo sempre recebidos no efeito
suspensivo, ficando suspensa a execução até o julgamento dos
embargos.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:


I - quando intempestivos;
II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência
liminar do pedido;
III - manifestamente protelatórios.
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da
justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.

➢ Caso considere necessário, o juiz poderá designar audiência para


produção de provas, com oitiva de testemunhas arroladas pelo
embargante, a qual será realizada dentro de 05 dias (art. 884, §2º, da
CLT).
➢ Não tendo sido arroladas testemunhas nos embargos, o juiz proferirá
a decisão, dentro de 05 dias, julgando subsistente ou insubsistente a
penhora. Caso tenham sido arroladas testemunhas, finda a sua
inquirição em audiência, o processo será concluso ao juiz no prazo de
48 horas, e este proferirá decisão em 05 dias.

EMBARGOS À PENHORA
• Alguns doutrinadores defendem a não existência deste instituto, mas
a doutrina majoritária entende que os embargos à execução objetivam
impugnar o próprio título executivo, enquanto que os embargos à
penhora impugnam atos de constrição judicial.

Praça e leilão –
➢ A efetivação do processo de execução depende da expropriação dos
bens do devedor de modo a satisfazer o direito do credor. Com efeito,
os bens do executado serão alienados em hasta pública.
➢ O CPC passou a denominar como “praça” a hasta pública de bem
imóvel e “leilão”, a hasta pública de bem móvel.
➢ O art. 888 da CLT dispõe que, concluída a avaliação, dentro de dez
dias, contados da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a
arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo

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PROCESSO DO TRABALHO
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ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência


de vinte (20) dias.
➢ Portanto, o edital de hasta pública é requisito indispensável, formal,
essencial à validade do ato de expropriação dos bens levados à hasta
pública, ensejando nulidade do ato o desatendimento da formalidade
prevista no artigo supra.
➢ No processo do trabalho, a hasta pública é única, sendo os bens, desde
logo, vendidos pelo maior lance, conforme art. 888, §1º, da CLT.
➢ Caso não haja licitantes, e não requerendo o credor a adjudicação dos
bens penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro
nomeado pelo juiz, conforme previsão.

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PROCESSO DO TRABALHO
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DA PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS TRABALHISTAS

É instituída a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT),


expedida gratuita e eletronicamente, para comprovar a inexistência de
débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho.

O interessado não obterá a certidão quando em seu nome constar:


I – o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença
condenatória transitada em julgado proferida pela Justiça do Trabalho
ou em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no concernente aos
recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a emolumentos
ou a recolhimentos determinados em lei; ou
II – o inadimplemento de obrigações decorrentes de execução de
acordos firmados perante o Ministério Público do Trabalho ou Comissão
de Conciliação Prévia.

➢ Verificada a existência de débitos garantidos por penhora suficiente ou


com exigibilidade suspensa, será expedida Certidão Positiva de Débitos
Trabalhistas em nome do interessado com os mesmos efeitos da CNDT.
➢ A CNDT certificará a empresa em relação a todos os seus
estabelecimentos, agências e filiais.
➢ O prazo de validade da CNDT é de 180 (cento e oitenta) dias, contado
da data de sua emissão.

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PROCESSO DO TRABALHO
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AÇÃO RESCISÓRIA

É a ação que visa desconstituir ou anular uma decisão


(sentença ou acórdão) transitada em julgado, por conter
vícios insanáveis. A ação rescisória tem previsão nos
artigos 966 e seguintes do CPC.

➢ Na CLT, a ação rescisória encontra amparo no art. 836 e condiciona a sua


proposição ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa,
à título de multa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
➢ O valor da multa será revertido ao réu na ação.

Requisitos:
• Sentença de mérito
• Trânsito em julgado da decisão (Súmula 299 TST)

IMPORTANTE!
• Para o ajuizamento da ação rescisória é necessário que
seja uma sentença ou acórdão de mérito, pois somente as
sentenças e acórdãos de mérito podem ser alvos de ação
rescisória, pois que o objeto desta ação é a coisa julgada
material.
• Caso fosse uma decisão terminativa (que extingue o
processo sem resolução do mérito), possibilitaria o
ajuizamento de uma nova decisão, não sendo cabível a
ação rescisória.
• Ademais, da decisão que se pretende rescindir, deve
haver o trânsito em julgado da decisão, conforme Súmula
299, do TST.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Competência:
• A competência para processamento e julgamento da ação rescisória
será sempre dos Tribunais Regionais do Trabalho respectivos ou do
Tribunal Superior do Trabalho, dependendo da decisão a ser
rescindida. Cada tribunal terá competência para rescindir as suas
próprias decisões.
• Caso a decisão a ser rescindida seja do juiz do trabalho ou do Tribunal
Regional do Trabalho, a competência originária será do TRT. Caso a
decisão a ser rescindida seja do TST, a competência originária será do
próprio TST, conforme entendimento da Súmula 192 do TST.

Legitimidade:
• A legitimidade para propor ação rescisória está prevista no art. 967 do
CPC.

IMPORTANTE!
• O sindicato em ação que atuou como substituto processual e autor da
reclamação trabalhista, possui legitimidade para propor ação rescisória
(Súmula 406, II, TST).
• As sentenças homologatórias de acordo, no processo civil, não podem
ser objeto de ação rescisória, podendo ser submetidas a simples ação
anulatória, em caso de verificação de vício de vontade.
• Todavia, no âmbito laboral, o parágrafo único do art. 831, da CLT prevê
que o termo de acordo é irrecorrível para as partes, salvo para a
Previdência Social, no que tange às contribuições previdenciárias que
lhe forem devidas.
• Assim, o TST, firmou o entendimento de que o termo de acordo
somente é impugnável via ação rescisória (Súmula 259, TST):

Cabimento:
• As hipóteses de cabimento da ação rescisória estão previstas no art.
966, do CPC.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Prazo:
• O prazo para propositura de ação rescisória é de 2 (dois) anos a contar
do trânsito em julgado da decisão.

Recurso:
• Quando a ação rescisória for julgada originalmente pelo Tribunal
Regional do Trabalho, o recurso cabível é o recurso ordinário e será
julgado pelo TST, conforme entendimento da Súmula 158, do TST.

IMPORTANTE!
• Cumpre frisar que havendo recurso ordinário em sede de
ação rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for
julgado procedente o pedido e imposta condenação em
pecúnia, devendo este ser efetuado no prazo recursal, sob
pena de deserção, vide Súmula 99, do TST.
• Impende destacar ainda que na ação rescisória não é
possível a utilização do jus postulandi, por força da Súmula
425 do TST.
• Ressalte-se ainda que na ação rescisória não é cabível o
instituto da revelia, uma vez que o seu objeto é o vício
insanável da decisão e não o contraditório da parte, sendo a
coisa julgada matéria de ordem pública, conforme Súmula
398 do TST.
• Por fim, destaque-se que na ação rescisória é cabível a
condenação em honorários advocatícios de sucumbência,
conforme Súmula 219 do TST.

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PROCESSO DO TRABALHO
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DISSÍDIO COLETIVO

➢ A Constituição Federal de 1988 prestigiou em vários dispositivos a


negociação coletiva, o que acaba por estimular a solução dos conflitos
pelas partes envolvidas.
➢ Neste sentido, frise-se que as entidades sindicais possuem autonomia
para representar as respectivas categorias em questões
administrativas e judiciais, tornando obrigatória a participação dos
sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
➢ Todavia, a autocomposição (espécie de solução de conflitos onde as
partes envolvidas chegam a um consenso sem a participação de
terceiros), acaba por não ser materializada através de um acordo
coletivo de trabalho ou uma convenção coletiva de trabalho, em função
das discordâncias das partes.
➢ Neste sentido, impende salientar que o art. 114, §1º, da CF/88, define
que, frustrada a negociação coletiva, poderão as partes, eleger
árbitros, ou, em comum acordo, ajuizar dissídio coletivo, utilizando da
espécie da heterocomposição para solucionar o conflito.

Conceito – Ação que visa dirimir os conflitos coletivos de trabalho por meio
do pronunciamento do Poder Judiciário, seja fixando novas normas e
condições de trabalho, seja interpretando normas jurídicas preexistentes.

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PROCESSO DO TRABALHO
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PODER NORMATIVO

➢ O poder normativo da Justiça do Trabalho consiste na competência


constitucional assegurada aos tribunais trabalhistas de solucionar os
conflitos coletivos de trabalho, estabelecendo através da chamada
sentença normativa, normas gerais e abstratas de conduta, de
observância obrigatória para as categorias profissionais e econômicas
abrangidas na lide, com repercussão nas relações individuais de trabalho.
➢ Neste diapasão, cumpre frisar que a EC 45/04, limitou o Poder normativo
da Justiça do Trabalho, ao alterar o §2º do art. 114, da CF/88, visto que
o dissídio coletivo de natureza econômica somente poderá ser proposto se
houver mútuo acordo entre as entidades sindicais envolvidas no conflito.
➢ Logo, a Justiça do Trabalho somente poderá agir se ambos os entes
sindicais estiverem de acordo com o ajuizamento do acordo.

Classificação:
A) De natureza econômica ou de interesse – São aqueles em que são
reivindicadas novas condições econômicas ou sociais que serão
aplicáveis no âmbito das relações individuais de trabalho. Representam
a maioria dos dissídios coletivos. A sentença prolatada nestes dissídios
coletivos tem natureza jurídica constitutiva, pois cria novas regras
jurídicas de observância obrigatória pelos entes sindicais envolvidos e
que repercutem nas relações de trabalho.

B) De natureza jurídica – São aqueles que visam a interpretação de


cláusulas de sentenças normativas, de instrumentos de negociação
coletiva, de acordos e convenções coletivas, de disposições legais
particulares de categoria profissional ou econômica e de atos
normativos. A sentença normativa destes dissídios tem natureza
jurídica declaratória, pois objetivam interpretar normas de caráter
genérico, conforme entendimento da OJ 7, da SDC, do TST.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Cabimento:
• O dissídio coletivo somente poderá ser suscitado uma vez esgotada ou
frustrada, total ou parcialmente, a negociação coletiva implementada
diretamente pelos entes interessados, ou mesmo intermediada pelo
MTE, nas chamadas “mesas de conciliação”.
• Neste sentido, caso seja suscitado um dissídio coletivo antes do
esgotamento da negociação coletiva prévia pelos entes interessados,
será o processo extinto sem resolução do mérito, com base no art.
267, IV, do CPC.
• Saliente-se que os dissídios coletivos de natureza jurídica, que
objetivam interpretar norma jurídica, a CF/88 não impôs o requisito do
mútuo acordo dos entes sindicais.
• Já o §3º do art. 114 da CF/88 prevê que em caso de greve de atividade
essencial, com possibilidade de lesão ao interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo perante à Justiça
do Trabalho.
• Estabelece ainda o art. 856 da CLT que a instância poderá ser
instaurada de ofício por iniciativa do TRT ou a requerimento da
Procuradoria Regional do Trabalho, sempre que houver paralisação dos
trabalhos.

Partes:
• Independente da natureza do dissídio, quem suscita ou instaura-o é
chamado de suscitante e a parte adversa é chamado de suscitado.

Competência para julgamento:


• Quando a base territorial dos sindicatos envolvidos estiver sob a
jurisdição de um mesmo Tribunal, será deste a competência originária
para processar e julgar o dissídio.
• Todavia, se os entes sindicais envolvidos abarcarem base territorial
sob a jurisdição de TRTs distintos, será do TST a competência para
processar e julgar o dissídio coletivo.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Sentença normativa:
• É a decisão proferida pelos tribunais ao julgarem um dissídio coletivo.
• Tratando-se de dissídio coletivo de natureza econômica, a sentença
normativa terá natureza jurídica constitutiva, pois cria novas regras
jurídicas de observância obrigatória pelos entes sindicais envolvidos e
que repercutem nas relações de trabalho.
• De outro lado, quando a sentença normativa resultar de dissídio
coletivo de natureza jurídica, terá natureza jurídica declaratória, pois
que visa esta interpretar normas de caráter genérico, conforme
entendimento da OJ 7, da SDC, do TST.

Prazo e vigência da sentença normativa:


• O prazo máximo de vigência da sentença normativa, com base no art.
868, parágrafo único, da CLT, é de no máximo 4 (quatro) anos.
• Vale frisar que o acordo coletivo e convenção coletiva possuem prazo
máximo de validade de 2(dois) anos. As condições de trabalho
alcançadas por força de acordo coletivo e convenção coletiva vigoram
apenas no prazo assinalado integrando o contrato de trabalho somente
neste período.
• Ocorre que enquanto não vier a formalização de nova norma coletiva,
a norma coletiva continuará vigente, produzindo efeitos, mesmo após
a vigência do instrumento, conforme entendimento da Súmula 277 do
TST.

Recursos:
• O recurso cabível das sentenças normativas é o recurso ordinário, no
prazo de 8 (oito) dias.
• Embora os recursos no processo do trabalho, em regra, sejam dotados
apenas de efeito devolutivo, nos dissídios coletivos, o presidente do
Tribunal Superior do Trabalho, pode conceder efeito suspensivo ao
recurso interposto em face de sentença normativa prolatada pelo TRT.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Ação de cumprimento:
• Vimos que nos dissídios coletivos, a sentença normativa, poderá ter
apenas natureza jurídica declaratória ou constitutiva, e, por não conter
natureza condenatória, não comporta execução.
• Assim, caso haja descumprimento da sentença normativa, a medida a
ser adotada será a propositura ação de cumprimento, e não de ação
de execução.
• Neste diapasão, frise-se que a ação de cumprimento é uma ação de
cumprimento de cunho condenatório proposta pelo sindicato
profissional ou pelos próprios trabalhadores interessados perante a
Vara do Trabalho, onde serão discutidos apenas questões de direito,
pois as questões de fato já foram discutidas no dissídio coletivo.
• Não obstante o art. 872, da CLT disponha que é necessário o trânsito
em julgado da sentença normativa para o ajuizamento de ação de
cumprimento, o TST, através da Súmula 246, dispensou esse requisito.
• Vale frisar que a ação de cumprimento pode ser ajuizada também em
caso de descumprimento de acordo ou convenção coletiva, segundo a
esteira da Súmula 286, do TST.

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PROCESSO DO TRABALHO
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INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE

➢ O inquérito para apuração de falta grave é uma ação de natureza,


constitutivo-negativa, promovida pelo empregador, para resolução de
contrato de trabalho de empregado estável, em razão de prática de falta
grave pelo trabalhador.
➢ No inquérito, o empregador recebe o nome de requerente, e o empregado
de requerido.
➢ O inquérito tem previsão nos artigos 494 e seguinte da CLT.
➢ Antes da Constituição Federal de 1988 entrar em vigor, determinando que
o regime de FGTS era obrigatório, os trabalhadores que contassem com
mais de 10 (dez) anos de serviços na mesma empresa, não poderiam ser
despedidos, senão por força maior ou falta grave devidamente
comprovada. É a estabilidade decenal.
➢ Todavia, os empregados não optantes pelo regime do FGTS, que
alcançaram a estabilidade decenal, continuariam estáveis em função do
direito adquirido.
➢ Importante frisar que o art. 19 do ADCT prevê que, com a promulgação
da CF/88, os servidores admitidos pela Administração pública direta e
indireta, estatutários ou celetistas, há mais de 5 anos, adquiririam
estabilidade.
➢ De outro lado, a legislação estabeleceu alguns casos de estabilidade
provisória em que o empregado somente pode ser dispensado se cometer
falta grave e regularmente apurada através da ação de inquérito para
apuração de falta grave:
• Dirigente sindical – art. 8º, VIII, da CF/88 e art. 543, §3º
da CLT
• Empregados membros da CNPS – Lei 8.213/91, art. 3º,
§7º
• Empregados eleitos diretores de sociedades cooperativas
– art. 55, Lei 5.764/71
• Estável decenal

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PROCESSO DO TRABALHO
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Importante frisar que em relação à dispensa do dirigente sindical, a


Súmula 379, do TST, exige o ajuizamento de inquérito para apuração
de falta grave.

Procedimento e Prazo –
• O procedimento do inquérito para apuração de falta grave está previsto
nos artigos 853 a 855 da CLT.
• Dispõe o art. 853 que o empregador apresentará reclamação por
escrito à Vara do Trabalho ou Juízo de Direito, quando investido na
jurisdição trabalhista, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da
suspensão do empregado.
• Frise, neste sentido, que a reclamação deste procedimento deve
obrigatoriamente feita por escrito, sob pena de extinção do processo
sem resolução do mérito.
• Ademais, o prazo para o ajuizamento da ação é decadencial, ou seja,
passados os 30 dias da suspensão do empregado sem que o
empregador tenha procedido o ajuizamento, não mais poderá fazê-lo,
por ter consumado o seu direito.
• É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito
judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável.
• Entendimento idêntico tem o Tribunal Superior do Trabalho, conforme
previsão da Súmula 62.
• O artigo 494, parágrafo único, da CLT prevê que o empregado poderá
ficar suspenso de suas funções, mas a sua despedida somente pode
ser efetivada após a decisão final de procedência da ação.
• Impende salientar que não é obrigatória a suspensão do empregado
estável para o ajuizamento do inquérito para apuração de falta grave,
podendo o empregador fazê-lo sem que as atividades do empregado
sejam suspensas.
• Assim, tem entendido a doutrina e a jurisprudência que o prazo para o
ajuizamento da ação é de 5(cinco) anos a contar da ciência pelo
empregador da falta grave cometida pelo seu empregado.

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PROCESSO DO TRABALHO
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Diego Oliveira

• Todavia, parte da doutrina entende que caso empregador não ajuíze a


ação em curto espaço de tempo teria havido um perdão tácito,
renunciando o empregador ao direito de aplicar a punição pela
aplicação do princípio da imediaticidade.
• No processo de inquérito para apuração de falta grave cometida por
empregado estável, as partes poderão, cada uma, utilizar-se de até 6
testemunhas.

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PROCESSO DO TRABALHO
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PARABÉNS PELO EMPENHO!

A FAMÍLIA QUE MAIS APROVA NO BRASIL!

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