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Digital
Profª Clarice Klann
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª Clarice Klann
K63d
Klann, Clarice
Direito do contrato digital. / Clarice Klann. – Indaial: UNIASSELVI,
2021.
144 p.; il.
ISBN 978-65-5663-586-6
ISBN Digital 978-65-5663-585-9
1. Contrato digital. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, tudo bem com você? Esperamos que sim!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 46
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS................ 47
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 97
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 143
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
Pode parecer que o contrato eletrônico não é uma nova espécie de con-
trato, mas um novo meio de estabelecer um negócio jurídico por meio de contra-
to, mas em formato digital. Lembrando que o contrato eletrônico que pode ser
celebrado, digitalmente, total ou parcialmente, pelas partes (ou seja, uma das
partes pode assinar, de forma manuscrita, e, a outra parte, de maneira digital).
4
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
FONTE: A autora
Conhecido pelo brocardo “o contrato faz lei entre as partes”, por um lon-
go período de tempo, foi princípio cogente das relações contratuais, o que sig-
nificava que, uma vez que as partes se vinculassem por meio de um contrato, a
ele, deveriam dar cumprimento, independentemente de estarem as prestações
equilibradas ou não.
5
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
A função social é princípio que se preocupa com os efeitos dos contratos junto
às ordens econômica e social, pois as preocupações com o comportamento ético das
partes contratantes é problema de outro princípio (o da eticidade ou boa-fé objetiva).
Assim, para se ter, como cumprida, a função social do contrato, não basta
se restringir a observar os princípios do Direito Contratual, como a autonomia
privada, a boa-fé objetiva e o equilíbrio contratual, pois tais princípios têm, emi-
nentemente, uma relação com o conteúdo do contrato.
6
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
7
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
NOTA
NOTA
Se o contrário resultar dos termos dela – são as hipóteses nas quais os ter-
mos da oferta estabelecem a não vinculatividade em cláusulas expressas, que de-
clarem não ser definitiva, ou reservando o direito, ao proponente, de retirá-la. Ex.:
“proposta sujeita à confirmação”; “não vale como proposta”; “sem compromisso”.
I. se, feita sem prazo, a pessoa presente não for imediatamente aceita. É espé-
cie de oferta caracterizada pelo “pegar ou largar”, identificada, na doutrina,
como contrato com declaração consecutiva;
II. se, feita sem prazo, a pessoa ausente tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do proponente. O prazo, aqui estabeleci-
do, deve ser analisado no caso concreto de acordo com a boa-fé, os usos e os
costumes (Art. 113, CC), devendo corresponder ao que seria razoável (prazo
moral) para que a resposta chegasse ao conhecimento do proponente. É hipó-
tese identificada, na doutrina, como contrato com declarações intervaladas;
III. se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado.
Ex.: situação que pode acontecer quando a carta com aceitação for entregue aos
Correios, no mesmo momento em que a empresa entra em greve (Art. 430, CC);
IV. se, antes da apresentação da oferta, ou, simultaneamente, chegar, ao conheci-
mento da outra parte, a retratação do proponente. Garante-se, ao proponen-
te, o direito de se retratar da oferta, mesmo quando não haja ressalva, nesse
sentido. No entanto, para que a retratação não gere dever de indenizar, deve
chegar o conhecimento do oblato antes ou simultaneamente com a proposta.
9
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
NOTA
A aceitação pode ser expressa (escrita, gestual ou oral) ou tácita (por atos
que fazem presumir o consentimento – comportamento concludente). O silêncio
eloquente ou circunstanciado, excepcionalmente, é considerado como uma forma
de manifestação de vontade e se revela: a) quando “o negócio for daqueles em
que não seja costume a aceitação expressa”; e b) quando “o proponente a tiver
dispensado” (Art. 432, CC). O silêncio, para configurar manifestação de vontade,
deve ser consciente, ou seja, o oblato deve ter pleno conhecimento de que o silên-
cio é considerado uma declaração de conformidade com a oferta.
10
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
Já para o contrato entre pessoas ausentes, quatro são as teorias que visam
explicar o momento de formação, ou seja, a Teoria da Expedição – estabelece que
o contrato se reputa concluído no momento em que o oblato envia a resposta, in-
dependentemente de ela chegar ao conhecimento do proponente ou não. É essa a
teoria adotada como regra pelo Código Civil, no caput, do Art. 434, CC.
11
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
Gratuitos ou benéficos: são aqueles nos quais apenas uma das partes au-
fere benefício ou vantagem, onerando a outra parte, como sucede na doação pura
e no comodato. Outorgam-se vantagens a uma das partes, sem exigir contrapres-
tação da outra. Em geral, todo contrato unilateral é gratuito (exceção – ex.: mútuo
feneratício ou oneroso – aquele em que se convenciona o pagamento de juros). A
doutrina divide os contratos benéficos em:
12
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
Típicos: são os contratos regulados pela lei, os que têm o perfil, nela, traçado.
Não se confunde com contrato nominado, embora se possa afirmar que todo contrato
nominado é típico, e vice-versa. Os contratos típicos não requerem muitas cláusulas,
pois passam a integrar todas as normas regulamentadoras estabelecidas pelo legisla-
dor. São exemplos de contratos típicos as vinte e três espécies previstas no Código Civil.
Inominados (ou sob medida): são contratos que, devido à enorme diversi-
ficação dos negócios jurídicos, não são previstos de maneira precisa pela legisla-
ção, e, portanto, não possuem denominação própria.
São contratos que não admitem alteração das cláusulas contratuais, de-
vendo, o aderente, aderir ou rejeitar em bloco, limitando-se, assim, à autonomia
das partes. No Código Civil, encontram-se os limites nos Arts. 423 e 424, CC.
NOTA
14
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
Como já vimos, existem negócios jurídicos sem forma especial exigida por lei, e
que têm plena existência, validade e eficácia reconhecidas. Dessa maneira, não existem
argumentos jurídicos e lógicos para que as contratações, como as feitas por correio
eletrônico (e-mail), sites de internet ou qualquer outro meio digital, sejam invalidadas.
15
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
16
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Quando iniciamos qualquer estudo a respeito dos contratos, muitas vezes, de-
paramo-nos com uma questão fundamental: qual a verdadeira natureza do contrato?
17
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
O que tem mais força em uma discussão judicial, a informação por geo-
localização, [5] hoje, é muito mais comum e acessível, já que quase todo aplica-
tivo que se instala em um celular consegue embarcar o dado como um atributo
simultâneo à manifestação de vontade, como ocorre quando se usa um serviço,
como o do Easy Taxi [6] ou o local escrito no documento. Qual dos dois traz mais
garantia de veracidade do ponto de vista técnico e deveria, então, prevalecer na
análise jurídica da relação?
Por tudo isso, Juliana Pedreira da Silva, na obra Contratos Sem Negócio Jurídico,
propõe a revisão do conceito de contrato, propondo que este deveria passar a ter a se-
guinte definição: "O contrato é a própria atividade econômica deflagrada entre dois
ou mais centros de interesses, baseada ou não em negócio jurídico". Por isso, o tema,
aqui, em discussão, é atual e de suma importância, e merece ser mais bem estudado,
pois, afinal, os contratos digitais, ou, também, chamados de eletrônicos, representam
apenas a mudança do meio, que deixa de ser físico ou em papel, ou, se, de fato, são
uma nova modalidade dentro dos contratos atípicos. Ainda, será que são uma outra
coisa, um novo instituto, alguém que vá além do próprio conceito de contrato?
Nos contratos atípicos, por não haver regulamentação legal específica, as par-
tes devem se acautelar na fixação das normas contratuais (cláusulas), desde que estas
não contrariem os princípios gerais do direito (a ninguém lesar, dar a cada um o que
é seu, viver honestamente etc.), os bons costumes e as normas de ordem pública.
equidade e do pacta sunt servanda, que traz a força obrigatória do contrato dentro
dos limites da lei. Desse modo, podemos verificar que a disciplina dos contratos
atípicos permite a contínua expansão e o aperfeiçoamento dos contratos, poden-
do, eventualmente, de tempos em tempos, trazer alguma nova forma atípica para
o âmbito dos contratos típicos, o que ocorre há regulamentação por lei [8].
A mesma lei tratou, ainda, no Art. 11, da formação e da validade dos contra-
tos, "salvo disposição em contrário das partes, na formação de um contrato, a oferta e
a aceitação podem ser expressas por mensagens eletrônicas. Não se negará validade
ou eficácia a um contrato pela simples razão de que se utilizaram mensagens eletrô-
nicas para a formação". Assim, considerando a classificação contemporânea dos con-
tratos atípicos, os contratos eletrônicos seriam uma modalidade de contrato atípico.
20
TÓPICO 1 — TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E CONTRATOS ELETRÔNICOS
21
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
Por último, a evolução tecnológica está trazendo mais força jurídica para
os contratos, no sentido de geração de provas que incluem a geolocalização das
partes (local de celebração), os logs de tempo (para evitar adulteração do momen-
to de celebração), as certezas de autoria e de integridade e que o fato foi devida-
mente testemunhado, logo, ocorreu (só que, cada vez mais, por máquinas, e não
por humanos). Tudo isso deve aumentar a executividade, e não o contrário.
FONTE: PINHEIRO, P. P. Contratos digitais: apenas um meio ou nova modalidade contratual?
2016. Disponível em: https://bit.ly/3waGiW9. Acesso em: 29 abr. 2021.
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
23
AUTOATIVIDADE
a) ( ) A oferta em “homepage” não tem força jurídica para dar início à contra-
tação, não vinculando o negócio.
b) ( ) A remessa do número do cartão de crédito e do número de segurança
configura aceitação.
c) ( ) A aceitação para formalizar o contrato somente tem validade se houver
expressa previsão contratual.
d) ( ) O contrato está concluído com a oferta pública em meio eletrônico, sem
a necessidade de aceite.
e) ( ) Por ser meio alternativo de contratação, não há necessidade de manifes-
tação de vontade.
4 (Ano: 2014 Banca: IDECAN Órgão: AGU Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente
Administrativo). "Os contratos podem ser definidos como um acordo de von-
tade celebrado pelas partes e que devem ser cumpridos por elas, em atenção ao
brocardo pacta sunt servanda e ao princípio da liberdade contratual. É certo, ainda,
que os contratos são regulamentados pelo Código Civil pátrio, que estabelece
espécies deles, como compra e venda, troca ou permuta, doação e locação etc.".
FONTE: <https://bit.ly/3zgzFUn>. Acesso em: 24 abr. 2021.
25
26
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar que toda vez que baixa um aplicativo você está
assinando um contrato? Então... Várias consequências podem advir, e é necessá-
rio conhecimento para identificá-las, além de ser necessário verificar a existência
de princípios dos contratos eletrônicos que devem ser aplicados nos negócios ju-
rídicos para o fiel cumprimento das obrigações contratuais entre as partes.
28
TÓPICO 2 — APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E PRINCÍPIOS
Cumpre salientar que o rol apresentado por esse artigo é somente exem-
plificativo, uma vez que, no seu caput, há a expressão “dentre outras”, podendo,
assim, haver a identificação de novas cláusulas, que, através da interpretação, po-
dem ser consideradas abusivas. A caracterização da abusividade de uma cláusula
independe de análise subjetiva da conduta do fornecedor, ou seja, se há ou não a
má-fé, o intuito de obter vantagem.
Ainda que não haja o dolo do fornecedor em abusar do direito por meio
de alguma cláusula, mesmo assim, é caracterizada como tal. Ademais, importan-
te destacar que o Código de Defesa do Consumidor deixa claro que as cláusulas
consideradas abusivas são nulas de pleno direito, conforme caput, do Art. 51.
29
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
3 CONTRATOS ELETRÔNICOS
Os contratos eletrônicos são incluídos na categoria de contratos atípicos
e de forma livre, não obstante, o conteúdo pode estar disciplinado em lei, como
a compra e a venda ou a locação.
30
TÓPICO 2 — APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E PRINCÍPIOS
DICAS
31
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
32
TÓPICO 2 — APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E PRINCÍPIOS
DICAS
33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
34
AUTOATIVIDADE
3 Com relação à diferenciação que se pode ter entre contratos digitais e tradi-
cionais, colocando os digitais sem validade alguma, verifica-se que não mais
persiste essa ideia, justamente, pelas cautelas e medidas de segurança toma-
das em ambientes virtuais, com o intuito de evitar fraudes. A esse respeito,
surge o princípio da equivalência funcional. Disserte em poucas linhas.
36
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
37
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
Por sua vez, os sítios eletrônicos, ou demais meios eletrônicos, utilizados para
ofertas de compras coletivas ou modalidades análogas de contratação, devem conter,
ainda, (a) a quantidade mínima de consumidores para a efetivação do contrato; (b) o
prazo para a utilização da oferta pelo consumidor; e (c) a identificação do fornecedor
responsável pelo sítio eletrônico e do fornecedor do produto ou do serviço ofertado.
39
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
40
TÓPICO 3 — FORMAÇÃO E ETAPAS DO CONTRATO ELETRÔNICO
Não cabe, ao consumidor, alegar que “viu, mas não leu”. Deve-se ter mui-
to cuidado com o uso de cláusulas que eximem responsabilidades (Arts. 25, 28,
50 e 51, do CDC). É imprescindível reconhecer que os contratos celebrados eletro-
nicamente, fatalmente, devem utilizar a rede mundial de computadores. Dessa
forma, veremos que a declaração de vontades pode ser realizada a distância, uti-
lizando-se a internet para tal fim.
Para Barbagalo (2001), para reger a proposta referente aos contratos ele-
trônicos, aplica-se a lei do local, onde o proponente exerce atividades principais,
independentemente de onde estiverem armazenadas as mensagens constantes do
website, devendo, contudo, informar, suficientemente, ao oblato, a definição desse
local. Por outro lado, se o ofertante dirige a proposta a um mercado determinado,
ainda que, ali, não esteja residindo, geograficamente, este abre mão da prerrogativa
de se submeter à legislação de origem, pois demonstra a intenção de ficar em referi-
do mercado e entabular negociações. Conclui-se, a regra é mais benéfica ao oblato,
pois se considera que o ofertante se localiza, virtualmente, no seu território.
41
UNIDADE 1 — CONCEITOS INICIAIS DE CONTRATOS DIGITAIS
Quando você realiza uma pesquisa a respeito dos produtos de interesse, o inte-
ressado acaba por ter contato com a oferta, após a análise das condições técnicas e das
características do produto oferecido. Por fim, a aceitação se subentende como a conclu-
são do contrato e a necessidade de cumprimento das obrigações impostas, dentre elas,
o pagamento e a entrega do produto, conforme o combinado. Assim, qualquer contrato
firmado pelo meio eletrônico pode e deve ser correlacionado a qualquer outro contrato
firmado pelo meio físico, o que difere é, somente, o instrumento.
42
TÓPICO 3 — FORMAÇÃO E ETAPAS DO CONTRATO ELETRÔNICO
O Art. 17, do mesmo diploma legal, contudo, estabelece que não são aplicáveis
as leis estrangeiras se há ofensa à soberania nacional, à ordem pública e aos bons cos-
tumes. O ordenamento jurídico brasileiro vai mais além, e, no Art. 5º, XXXII, da Cons-
tituição Federal, erige, à categoria de direito fundamental, os direitos do consumidor.
DICAS
DICAS
43
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
44
AUTOATIVIDADE
45
REFERÊNCIAS
BARBAGALO, E. B. Contratos eletrônicos: contratos formados por meio de redes de
computadores: peculiaridades jurídicas da formação do vínculo. São Paulo: Saraiva, 2001.
PEREIRA, C. M. da S. Instituições de Direito Civil. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
46
UNIDADE 2 — A
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
47
48
TÓPICO 1 — A
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
49
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
50
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
FIGURA 1 – CRIPTOGRAFIA
Esta difere do cálculo de código hash, pois, como já vimos e devemos, no-
vamente, relembrar, por possuir dois sentidos, ou seja, pode-se obter o conteúdo
original da mensagem a partir do código final gerado. Existe uma área da criptolo-
gia, chamada de criptoanálise, que trata do estudo de técnicas e de metodologias.
DICAS
51
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
52
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
NOTA
53
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
ATENCAO
54
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
4 BIOMETRIA
Se pegarmos o sentido etimológico da palavra, veremos que biometria (do
latim, bio + metria) é a medição da vida, ou, em termos mais gerais, o estudo esta-
tístico de características físicas e comportamentais.
Nem sempre a coleta facial é precisa, e, com o tempo, o usuário vai enve-
lhecendo, ou, até mesmo, possuir um irmão gêmeo.
55
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
NOTA
56
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
A biometria utiliza a leitura da íris (a parte colorida do olho humano, que con-
trola a entrada de luz), a qual é extremamente confiável, já que a membrana continua a
mesma por toda a nossa vida. Confere confiabilidade alta e muito difícil de ser burlada.
Com baixo custo, a captação dos dados não é tão simples, sendo pouco
confiável, já que um usuário pode mudar o estilo de digitação, de forma incons-
ciente ou intencional.
Afinal, o que é computação quântica? Tem esse nome, justamente, por utilizar te-
orias e propriedades de mecânica quântica na ciência da computação (RUNRUN, 2021).
A computação quântica se aproveita da “estranha habilidade” de partículas subatômicas
de existirem em mais de um estado ou de uma forma específica, a qualquer momento.
58
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
Graças à maneira como a mais ínfima das partículas se comporta, as operações podem
ser realizadas muito mais rapidamente, e com um gasto muito menor de energia, em
comparação ao que acontece em computadores tradicionais (RUNRUN, 2021).
NOTA
NOTA
59
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
Qual a relação que se tem com números primos? É que os números primos
são essenciais para a criptografia. Assim, é provável que computadores quânticos
possam, rapidamente, quebrar muitos dos sistemas que mantêm a nossa informa-
ção online segura. Por conta desses riscos, pesquisadores já estão tentando desen-
volver uma tecnologia que seja resistente ao hacking quântico (RUNRUN, 2021).
NOTA
60
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
61
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
62
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
64
TÓPICO 1 — A SEGURANÇA NOS AMBIENTES VIRTUAIS
65
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
No futuro, o PQC deverá estar em toda a parte, desde blockchains, passando por
conexões TLS e até certificação digital. O grande impulso virá em um par de anos,
quando as iniciativas de padronização já estiverem mais avançadas.
A criptografia pós-quântica é recomendada desde já, em casos de uso nos quais
informações precisam ser protegidas (assinatura, sigilo) por muitos anos, em par-
ticular, registros médicos, defesa e blockchain. Essas informações, com relevân-
cia, normalmente, de décadas, em algum momento, deverão ser contemporâneas
de computadores quânticos, sujeitas a riscos reais desde o momento presente.
FONTE: <https://bit.ly/358zzA0>. Acesso em: 24 abr. 2021.
66
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
67
AUTOATIVIDADE
2 Um certificado digital é:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
a) ( ) Somente a I é correta.
b) ( ) Somente a II é correta.
c) ( ) Somente a II e a III são corretas.
d) ( ) Todas são corretas.
68
4 Existem vários tipos de leitura biométrica, destacando-se a leitura da íris,
que lê a parte colorida do olho. A respeito disso, disserte acerca da confia-
bilidade e da segurança do método.
69
70
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Importa salientar que o Código Civil de 2002 não considera o estado social
de silvícola e a ausência como caracterizadores de incapacidade. De acordo com
os Arts. 3º e 4º, do Código Civil de 2002, são incapazes, absolutamente, de exercer,
pessoalmente, os atos da vida civil, os menores de 16 (dezesseis) anos. São incapa-
zes, relativamente, a certos atos ou à maneira de os exercer: os maiores de dezesseis
e menores de dezoito anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; aqueles que,
por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir a sua vontade; os pró-
digos. A capacidade dos indígenas é regulada por legislação especial.
71
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
72
TÓPICO 2 — A VALIDADE DOS CONTRATOS DIGITAIS
Contratos reais são aqueles que exigem, para a sua perfeição, além do
consentimento de vontades, a entrega da coisa, feita por uma parte a uma outra,
como ocorre no contrato de comodato. Fácil notar que os contratos solenes, atual-
mente, não podem ser celebrados por meio eletrônico.
Para que um contrato eletrônico seja válido, é preciso que as partes contra-
tantes sejam capazes. A confirmação da capacidade é uma questão de segurança
jurídica que deve ser buscada por ambas as partes, por meio de processos de
identificação segura, como a assinatura digital. É de se destacar que, nos contra-
tos eletrônicos, não existe grande diferença quanto ao tratamento das partes, se
tomarmos os contratos tradicionais como parâmetro. O que difere o tratamento
das partes, nos contratos virtuais dos demais contratos, é a complexidade relacio-
nada ao pressuposto da autenticidade.
73
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
Basso (1998) cita três modos pelos quais as partes podem se certificar de
que estão, efetivamente, tratando com a pessoa certa:
(ii) pela criptografia, que é uma técnica que consiste em codificar o texto,
tornando-o incompreensível; somente uma pessoa que tiver o código
apropriado (chave) pode decodificar o texto e torná-lo compreensível; e
(iii) pelo reconhecimento de características físicas a longa distância, a partir de
certas características pessoais do emissor, como íris, sangue, rosto etc.; este
sistema autentica as partes, mas não os textos, e não é, totalmente, operacional.
4 OBJETO DO CONTRATO
O objeto do contrato eletrônico obedece às mesmas regras do contrato
tradicional. Lembramos que somente trataremos daqueles contratos celebrados
de forma eletrônica, e, assim, vamos às regras relacionadas ao objeto contratual.
Embora, nesta fase, ainda não exista o contrato, propriamente dito, as ne-
gociações escritas sempre podem servir de grande auxílio na interpretação e na
execução do próprio contrato a ser celebrado.
76
TÓPICO 2 — A VALIDADE DOS CONTRATOS DIGITAIS
Com o recebimento da proposta, mesmo que esta não tenha sido objeto de
aceitação, já não pode ser de revogação, sendo, por conseguinte, irretratável nos
casos de contratação online, em chats de conversação, em face do caráter online.
Não se deve considerar, a oferta, um mero convite a fazer oferta, uma vez
que tal evento tem o condão de, apenas, determinar a abertura de negociações.
O destinatário da oferta pode ser uma pessoa determinada ou indeterminada,
tendo, as duas, o mesmo caráter vinculativo. No caso do spam, entendemos que a
oferta deva ser considerada como sendo feita à pessoa determinada, uma vez que
a correspondência é encaminhada ao correio postal dela.
77
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
78
TÓPICO 2 — A VALIDADE DOS CONTRATOS DIGITAIS
79
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
DICAS
80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A validade do ato jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível, deter-
minado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
81
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) III e IV, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II, III e IV.
Estão CORRETAS:
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I e II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
a) ( ) A proposta deixa de ser obrigatória se, feita sem prazo, a pessoa ausen-
te não for imediatamente aceita.
82
b) ( ) A oferta ao público equivale à proposta quando encerra os requisitos essen-
ciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
c) ( ) A aceitação da proposta fora do prazo, com adições, restrições ou mo-
dificações, não tem efeito.
d) ( ) Os contratos entre ausentes, em regra, tornam-se perfeitos desde que a
aceitação seja recebida.
e) ( ) Reputa-se celebrado o contrato no lugar em que é aceito.
4 Uma das questões que gera forte insegurança na rede é o acesso não auto-
rizado por pessoas mal intencionadas, com a intenção de capturar informa-
ções e, com isso, obter vantagens. Uma das possibilidades para frear esse
tipo de atitude é a criptografia de dados. A respeito disso, disserte como a
criptografia pode ajudar na proteção de dados.
83
84
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Alvim Neto (2013) afirma que documento é uma prova real, já que pode-
mos afirmar que todo documento é uma coisa. O documento eletrônico seria um
documento comum, com a diferença dos modos de analisar e de reconhecer o ma-
terial nele contido, o qual poderia ser reconhecido ou verificado somente através da
leitura da sequência de bits (ou bytes) por um programa específico de computador.
85
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
NOTA
É certo que, para que uma prova seja considerada válida no nosso sistema
jurídico, a produção deva respeitar os ditames legais. A característica da fide-
dignidade de um documento também está associada à integridade documental.
Em análise, a respeito da identificação da autoria do documento eletrônico, Cle-
mentino (2012) assegura que, mais do que identificarmos o computador no qual
determinado documento é produzido, é necessário que seja identificada a autoria
do signatário. O documento eletrônico possui valor legal desde a publicação da
Medida Provisória 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, que criou a ICP-Brasil e de-
terminou a validade de documentos assinados digitalmente.
86
TÓPICO 3 — O VALOR PROBATÓRIO E A FIDEDIGNIDADE DO CONTRATO DIGITAL
87
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
FIGURA 13 – QR CODE
89
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
Se, há alguns anos, não se podia falar da cobrança de valores por meio
eletrônico, hoje, a realidade é outra:
90
TÓPICO 3 — O VALOR PROBATÓRIO E A FIDEDIGNIDADE DO CONTRATO DIGITAL
91
UNIDADE 2 — A QUESTÃO DA SEGURANÇA NOS CONTRATOS VIRTUAIS
NOTA
92
TÓPICO 3 — O VALOR PROBATÓRIO E A FIDEDIGNIDADE DO CONTRATO DIGITAL
DICAS
93
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• É certo que, para que uma prova seja considerada válida no nosso sistema
jurídico, a produção deva respeitar os ditames legais.
CHAMADA
94
AUTOATIVIDADE
95
4 A Lei n° 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que regulamentou o uso do meio
eletrônico para a tramitação de processos judiciais, dentre outras coisas, cita a as-
sinatura digital emitida por Autoridade Certificadora credenciada (MP 2.200/01),
como condição de validade jurídica e autenticidade do documento eletrônico. A
respeito disso, disserte a respeito da validade do documento eletrônico.
96
REFERÊNCIAS
ALVIM NETO, J. M. de A. Manual de Direito Processual Civil. 16. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2013.
GRECO FILHO, V. Direito processual civil brasileiro. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
97
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível : AC 5143680-
19.2018.8.13.0024 MG. Disponível em: https://bit.ly/3zosppB. Acesso em: 11 abr. 2021.
98
UNIDADE 3 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
99
100
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
101
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
Tem-se a gênese das famigeradas notícias falsas (Fake News). As Fake News
são notícias fundadas em inverdades, edificadas sem base real ou verificação de
fatos. Ademais, elas têm o intuito de propagar alguma mentira, ou, então, induzir
ao erro, por terem aparência de verdade, seja por uma exatidão parcial ou total,
visando ao resultado financeiro ou não (ITZENDORF NETTO; PERUYERA, 2020).
102
TÓPICO 1 — QUESTÕES PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
103
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
104
TÓPICO 1 — QUESTÕES PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
106
TÓPICO 1 — QUESTÕES PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
FIGURA 6 – TRIBUTOS
107
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
Lucro real: Essa abordagem é ainda mais incomum, pois, somente analisando
o lucro líquido de um período específico, o "lucro real" pode ser verificado. Portanto,
em comparação com os outros métodos, deparamo-nos com cálculos mais complexos.
É importante perceber que, além das lojas virtuais, que vendem produtos,
as lojas que vendem serviços também estão sujeitas à tributação específica. A par-
tir de janeiro de 2016, foram criadas novas regras para o recolhimento de ICMS
que impactam diretamente o comércio eletrônico, especificamente, para quem
mantém o comércio e vende produtos online.
Antes das novas regras, o ICMS era recolhido apenas na localidade onde
o comércio eletrônico tinha o CNPJ registrado.
NOTA
108
TÓPICO 1 — QUESTÕES PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
109
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
Crimes cibernéticos puros são aqueles nos quais a conduta ilícita tem, por
finalidade exclusiva, o sistema de computador como ferramenta, acessando, in-
clusive, dados e sistemas.
110
TÓPICO 1 — QUESTÕES PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
DICAS
111
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
Ainda, no que diz respeito aos crimes cibernéticos, surge a lei apelidada
de “Lei Carolina Dieckmann”, a Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012, que
entrou em pleno vigor no último dia 3 de abril de 2013, alterando o Código Penal
para tipificar os crimes cibernéticos propriamente ditos (invasão de dispositivo
telemático e ataque de denegação de serviço telemático ou de informação), ou
seja, aqueles voltados contra dispositivos ou sistemas de informação, e não os
crimes comuns, praticados por meio do computador.
O crime é qualificado com penas que vão de seis meses a dois anos de reclu-
são e multa, caso a conduta não configure outro crime mais grave, quando a invasão
gerar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos co-
merciais ou industriais, e informações definidas, em lei, como sigilosas. Se há divul-
gação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou das
informações obtidas, a pena do crime qualificado é, também, aumentada de 1/3 a 2/3.
113
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
114
TÓPICO 1 — QUESTÕES PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Ele acredita, ainda, que um dos motivos que explica esse campo de ba-
talha nas redes sociais é a cultura do narcisismo, pois estamos “cercados de es-
pelhos, que refletem, não verdadeiramente, como nos sentimos, mas o que que-
remos que o mundo veja em nós”. Tudo isso foi potencializado com a chegada
do Facebook e do Instagram, nos anos mais recentes. Os usuários não estão dis-
postos a repensar opiniões.
[...]
Para Michel Petrella, [...] “os sujeitos cometem atrocidades em total esqueci-
mento de si mesmos e dos valores éticos, como o respeito mínimo aos direitos hu-
manos”. Petrella ressalta o “Efeito Lúcifer”, do psicólogo social estadunidense Philip
Zimbardo. “Alguns tipos de transtornos de personalidade ou transtornos parafílicos
podem gerar uma espécie de circuito de prazer compulsivo. O sujeito utiliza as redes
sociais como forma de descarga de energia, ou, ainda, uma forma de realizar fanta-
sias perversas, que não teria coragem de realizar no mundo real”, explica.
Truzzi diz que uma vítima de discurso de ódio, proferido pela internet,
pode provar a acusação na justiça, com prints, contendo o conteúdo ofensivo, mas
“é importante que os prints sejam efetuados, englobando-se todo o conteúdo ofen-
sivo publicado, aparecendo a data de postagem e o link respectivo”. “O ideal seria
elencar todos os prints em um único documento, com respectivos links originais e
data de publicação”. Já se as capturas de tela forem referentes a mensagens troca-
das em chats coletivos, “é importante, também, tirar prints da lista de integrantes
do grupo e dos contatos daqueles que fizeram as publicações ofensivas”, reforça a
especialista. No entanto, para esses casos, o mais recomendado é usar uma ata nota-
rial. “A ata notarial é uma espécie de certidão elaborada por um Tabelião (Cartório
de Notas), que, por ter fé pública, atribui 100% de validade jurídica ao documento,
ou seja, em um processo judicial, nem o juiz, nem a outra parte poderão contestar a
ata notarial apresentada. Já um print de tela pode ser contestado, pois é um arquivo
de imagem que, eventualmente, pode ser manipulado”, explica a advogada.
117
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As Fake News são notícias fundadas em inverdades, edificadas sem base real
ou verificação de fatos.
• Crimes cibernéticos puros são aqueles nos quais a conduta ilícita tem, por
finalidade exclusiva, o sistema de computador como ferramenta, acessando,
inclusive, dados e sistemas.
• Os crimes cibernéticos comuns são as condutas ilícitas nas quais o agente uti-
liza o sistema de informática como mera ferramenta, não essencial à consu-
mação do delito.
118
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Lei nº 12.737/2012.
b) ( ) Lei nº 8069/1990.
c) ( ) Lei nº 12.965/2014.
d) ( ) Lei nº 12868/2008.
3 Crime cibernético é uma atividade criminosa que tem, como alvo, ou faz uso
de um computador, uma rede de computadores ou um dispositivo conectado
em rede. Invadir um dispositivo alheio é crime, de qualquer espécie, conectado
ou não em rede, violando os mecanismos de segurança (senha, firewall etc.),
objetivando, de forma criminosa, obter, adulterar ou destruir dados ou infor-
mações. Qual é o nome dado a esse crime? Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pedofilia.
b) ( ) Perturbação sexual.
c) ( ) Fraude por internet.
d) ( ) Invasão de dispositivo informático.
4 Os crimes cibernéticos comuns são as condutas ilícitas nas quais o agente utiliza
o sistema de informática como mera ferramenta, não essencial à consumação do
delito. A respeito disso, disserte acerca dos crimes cibernéticos e como se prevenir.
119
5 A liberdade de expressão não é um princípio absoluto e ilimitado. Assim,
se alguma notícia falsa causa dano à imagem ou à honra de determinada
pessoa, na esfera cível, pode-se postular indenização por danos morais. As-
sim, disserte a respeito das provas que podem ser coletadas nos crimes que
ofendem o direito à personalidade.
120
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
121
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
122
TÓPICO 2 — A ERA DIGITAL E A RELAÇÃO DE TRABALHO
A atividade profissional deve ter uma base ética pautada pela lealdade,
pela boa-fé e pela transparência, respeitando-se as normas da empresa em conso-
nância com o princípio da razoabilidade, em que os limites fundamentais à inti-
midade e à privacidade do empregado devem estar em equilíbrio com os direitos
da propriedade privada e à livre iniciativa, asseguradas ao empregador.
123
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
FIGURA 8 – TELETRABALHO
124
TÓPICO 2 — A ERA DIGITAL E A RELAÇÃO DE TRABALHO
NOTA
126
TÓPICO 2 — A ERA DIGITAL E A RELAÇÃO DE TRABALHO
DICAS
127
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
128
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Princípio da privacidade.
b) ( ) Princípio da liberdade.
c) ( ) Princípio da individualidade.
d) ( ) Princípio da autonomia.
129
130
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Afinal, você sabe onde é executável um contrato por meio digital, e por
pessoas que residem em países diferentes? Em caso de descumprimento contra-
tual, como e onde posso ingressar com uma possível ação judicial?
Antes, você realizava compras na sua cidade e nas lojas que conhecia,
tudo fisicamente. Contudo, hoje, você busca o menor preço, mas com qualida-
de, não é mesmo?! Assim, passa a procurar nos sites da internet, mas quer estar
protegido legalmente. Assim, estudaremos as compras e os contratos em meio
online, mas realizados no plano internacional. Vamos lá?!
131
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
É uma mera sugestão para que os países associados elaborem leis, toman-
do, como base, o modelo. O estudo, no entanto, é importante, por ser uma inicia-
tiva pioneira, e que, por esse motivo, serve, inúmeras vezes, como fonte de inspi-
ração para os poucos diplomas legislativos relacionados ao comércio eletrônico.
132
TÓPICO 3 — DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: ASPECTOS PERTINENTES À JURISDIÇÃO E AO FORO COMPETENTE
133
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
134
TÓPICO 3 — DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: ASPECTOS PERTINENTES À JURISDIÇÃO E AO FORO COMPETENTE
deveria ser abordado pelos principais órgãos da OMCA. A OMC entende, como
comércio eletrônico, toda produção, distribuição, propagação, venda ou entrega
de bens e de serviços por meios eletrônicos.
Dentre as questões que devem ser avaliadas pelo órgão, podem ser desta-
cadas as seguintes: (i) efeitos do comércio eletrônico nos prospectos econômicos
dos países em desenvolvimento, notadamente, dos pequenos e médios empreen-
dimentos; (ii) estudo das maneiras capazes de aumentar a participação dos países
em desenvolvimento no comércio eletrônico, especialmente, como exportadores de
produtos por meio eletrônico; (iii) uso de informação tecnológica na integração dos
países em desenvolvimento no Sistema de Comércio Multilateral; (iv) implicações
dos possíveis impactos do comércio eletrônico sobre os tradicionais meios de distri-
buição física de mercadorias para os países em desenvolvimento; e (v) implicações
financeiras do comércio eletrônico para os países em desenvolvimento.
135
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
NOTA
136
TÓPICO 3 — DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: ASPECTOS PERTINENTES À JURISDIÇÃO E AO FORO COMPETENTE
Na nossa concepção, esses artigos podem e devem ser aplicados aos contratos
eletrônicos. Ocorre, porém, que nos contratos eletrônicos, nem sempre é fácil identi-
ficar onde está o proponente, porém, a operação de logística assegura a localização.
137
UNIDADE 3 — TEMAS PERTINENTES DO CONTRATO DIGITAL
138
TÓPICO 3 — DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: ASPECTOS PERTINENTES À JURISDIÇÃO E AO FORO COMPETENTE
DICAS
139
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
140
AUTOATIVIDADE
141
4 Uma das leis que disciplina a respeito do comércio eletrônico perante o di-
reito internacional é a Lei-Modelo da Uncitral. A respeito dela, destaque os
principais pontos abordados.
142
REFERÊNCIAS
AVENDAÑO, T. C.; BETIM, F. ‘Fake News’: a guerra informativa que já contamina as
eleições no Brasil. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2RkGFIL. Acesso em: 11 abr. 2021.
143
BRASIL. Decreto-lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943. Disponível em: https://bit.
ly/2VU9xMX. Acesso em: 11 abr. 2021.
FERREIRA, I. S. Direito & internet: aspectos jurídicos relevantes. 2. ed. São Pau-
lo: Quartier Latin, 2005.
LAWAND, J. J. Teoria geral dos contratos eletrônicos. São Paulo: Editora Juarez
de Oliveira, 2003.
MATSUURA, S. Brasil cultiva discurso de ódio nas redes sociais. 2016. Disponí-
vel em: https://glo.bo/2GPUVrs. Acesso em: 24 abr. 2021.
144