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GOVERNO FEDERAL

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA/AP


GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ - GEA
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO AMAPÁ - RURAP

“PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE


ASSENTAMENTO PERIMETRAL NORTE”

MACAPÁ – AP,
FEVEREIRO / 2004

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602064144.doc
GOVERNO FEDERAL
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA/AP
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ - GEA
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO AMAPÁ - RURAP

“PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE


ASSENTAMENTO PERIMETRAL NORTE”

MACAPÁ – AP,
FEVEREIRO / 2004

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602064144.doc
SUMÁRIO

I- Apresentação .................................................................................................... 4
.
II - Diagnóstico......................................................................................................... 6
2.1. Histórico ............................................................................................................. 6
2.2. Identificação da Área Remanescente ............................................................... 6
2.3. Identificação do 7
Assentamento .........................................................................
III - Condições Edafo-climáticas .............................................................................. 10
3.1. Relevo ............................................................................................................... 10
.
3.2. Clima ................................................................................................................. 11
.
3.3. Solo ................................................................................................................... 12
.
IV - Vegetação ......................................................................................................... 15
.
V- Recursos Hídricos ............................................................................................. 17
VI - Caracterização Social da População Residente ................................................ 17
VII - Caracterização Social do Produtor .................................................................... 19
VIII - Condições Sociais das Famílias ........................................................................ 20
8.1. Composição Média das 20
Famílias .......................................................................
8.2. Habitação .......................................................................................................... 20
.
8.3. Alimentação ....................................................................................................... 21
8.4. Saúde ................................................................................................................ 21
8.5. Educação ........................................................................................................... 23
8.6. Saneamento 26
Básico ...........................................................................................
8.7. Transporte .......................................................................................................... 26
8.8. Vias de Acesso .................................................................................................. 26
IX - Composição da Renda Familiar ........................................................................ 28
9.1. População Envolvida na Unidade Produtiva...................................................... 28
9.2. Estrutura da Renda Bruta Familiar ..................................................................... 29
X- Atividades Econômicas do P.A. Perimetral Norte ............................................... 31
10.1. Extrativismo ........................................................................................................ 31
10.2. Agricultura .......................................................................................................... 33
.
10.3. Pecuária ............................................................................................................. 37
.
10.4. Atividades Diversas ............................................................................................ 37
XI - Escoamento da Produção .................................................................................. 37
XII - Beneficiamento ................................................................................................... 38
XIII - Comercialização ................................................................................................. 38
XIV - Nível de Organização Formal ............................................................................. 39
XV - Potencialidades do assentamento, problemas e soluções na visão dos
produtores assentados ....................................................................................... 40
XVI - Parecer Técnico: “Possibilidades e Perspectivas do Projeto de Assentamento
Perimetral Norte “ ...... ..................................................... 48
XVII - Necessidades Estruturais Oportunas ao Desenvolvimento do Projeto de
Assentamento Perimetral 53
Norte ..........................................................................
17.1. Infraestrutura Básica de Apoio a Produção ........................................................ 53
17.2. Infraestrutura de Desenvolvimento Social .......................................................... 54
17.3. Infraestrutura de Integração ............................................................................... 55
17.4. Infraestrutura de Proteção, Conservação e Recuperação Ambiental ................ 55
17.5. Serviço de Apoio 56
Fundiário .................................................................................
17.6. Serviço de Assistência Social ............................................................................. 56
XVIII - Gestão ................................................................................................................ 56
XIX - Parcerias ............................................................................................................ 57
.
XX - Considerações Finais ......................................................................................... 59
XXI - Conclusão ........................................................................................................... 60
XXII - Equipe Responsável Pela Elaboração da Proposta ........................................... 61
Anexos................................................................................................................. 62

I – APRESENTAÇÃO:

Entre as metas preconizadas pelo programa de reforma agrária do Governo


Federal, estão a criação de assentamentos para fins de distribuir terra e assegurar
acesso aos meios de produção aos trabalhadores sem terra.
No Estado do Amapá em menos de duas décadas (1987 a 2002), foram
criados 30 (trinta) assentamentos, beneficiando 6.118 (seis mil, cento e dezoito)
famílias de trabalhadores rurais tanto do Amapá, quanto de outros Estados da
federação, com destaque para os Estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Goiás.
Contudo, o programa de reforma agrária estadual, oportunizou apenas o
acesso a terra, o que impossibilitou o deslanche de atividades econômicas,
principalmente da agropecuária.
A atividade econômica predominante nos assentamentos do Estado do
Amapá é o extrativismo, cujos principais produtos são madeira, cipó, caça e pesca.
Tal atividade traz como conseqüências severos danos ambientais e o
empobrecimento da terra e do homem.
Os assentamentos sofrem com a falta de estrutura de apoio a produção,
escoamento e comercialização; as famílias se ressentem com a falta de escolas,
postos de saúde, estradas, meios de comunicação, meios de transporte e falta de
oportunidades de cultura e lazer, ou seja, os assentados do Estado do Amapá vivem
hoje em condições de abandono no campo, não dispondo sequer de condições
dignas de moradia.
A reversão do quadro apresentado, passa pela criação de políticas públicas
que equacionem os problemas dos assentamentos. Nesse contexto, a elaboração

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do Plano de Desenvolvimento dos Assentamentos - PDA, faz-se necessário como
instrumento de estudo das limitações e oportunidades locais.
Para tanto, a participação dos atores sociais, assentados e familiares, é
decisiva no detalhamento da realidade local, através da apresentação das
potencialidades econômicas do assentamento, dos problemas estruturais e
funcionais enfrentados ao longo dos anos, das necessidades e anseios dos
posseiros, bem como na apresentação das soluções possíveis de serem adotadas.
Os técnicos envolvidos na elaboração da PDA atuam como interlocutores,
facilitadores, e mediadores das discussões, bem como, colaboram na elaboração do
documento final a ser entregue ao INCRA/AP. Compete-lhes também a função de
analista das reais oportunidades econômicas do assentamento e seu ordenamento
em níveis de prioridade.
O P.D.A. tem por objetivo nortear as ações estratégicas oportunas e
necessárias ao desenvolvimento humano, social e econômico dos assentados, com
sustentabilidade ambiental, visando o bem estar da presente e futura geração.
Este Plano, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá -
RURAP, contou com a participação dos produtores e técnicos de diversas
Instituições do setor público agrícola do Estado do Amapá, destacando-se técnicos
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, Instituto de Estudos
e Pesquisas do Estado do Amapá – IEPA e Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária – INCRA.
Através do Plano apresentado, esperamos contribuir sobremaneira para a
reversão do processo de exclusão social e econômica dos assentados, oportunizar
aos assentados acessos a mercados competitivos, bem como viabilizar ações
articuladas que oportunizem o desenvolvimento sustentável do P. A. Perimetral
Norte, oferecendo melhores condições de vida aos assentados e suas famílias, com
oportunidades de mercado e geração de emprego e renda.

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II – DIAGNÓSTICO:

2.1. Histórico:

O P. A. Perimetral Norte surgiu da necessidade de se assentar agricultores


sem terra, que buscaram ajuda da Prefeitura Municipal de Pedra Branca do
Amapari.
Prefeitura Municipal de Pedra Branca do Amapari – PMPBA, interviu junto ao
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA/AP, solicitando a
criação do P. A. Perimetral Norte, ao que o INCRA sinalizou positivamente,
autorizando a realização de estudos de viabilidade técnica e econômica da área pré-
indicada pela autoridade municipal.
A conclusão dos estudos foi favorável a criação do P. A. Perimetral Norte,
cuja Portaria Autorizativa nº 00290 é datada de 01/04/1987.

2.2. Identificação da Área Remanescente:

2.2.1. Nome do Imóvel: Gleba Água Fria


2.2.2. Portaria de Obtenção: Portaria INCRA/DF nº 00279 de 24/08/1983,
publicada no Diário Oficial da União nº 165, de 26/08/1983.
2.2.3. Área Total: 251.188 hectares

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2.2.4. Registro/Matrícula: 1.763, fls. 219 e 219 v, livro 2 – F, Registro Geral
do CRI DA 1ª circunscrição judiciária do Amapá, Comarca de Macapá, matriculada
em 22/09/1983.

2.3. Identificação do Assentamento

2.3.1. Nome: Projeto de Assentamento Perimetral


2.3.2. Criação: Portaria/INCRA/SR Nº 00290, de 01/04/1987.
2.3.3. Código do Projeto: AP 004000
2.3.4. Código do Município: 061069
2.3.5. Área total: 34.000,00 ha
2.3.6. Tamanho dos lotes: 80,0000 ha
2.3.7. Capacidade do assentamento: 680 famílias.

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2.3.8. Nº de famílias sipradas: 216 (até 13/05/03)
2.3.9. Natureza do assentamento: Agrícola e Extrativista.
2.3.10. Localização:
 Estado: Amapá (AP)
 Município: Pedra Branca do Amapari
 Distância entre a Comunidade Riozinho e a capital do Estado (Macapá): 216
Km;
 Distância entre a Comunidade Sete Ilhas e a Capital do Estado (Macapá): 225
km;
 Distância entre a Comunidade Tucano e a Capital do Estado (Macapá): 244
km;
 Distância Entre a Comunidade Tucano e a Sede do Município de Água
Branca do Amapari: 70 km
De acordo com a classificação adotada no anuário estatístico do Estado do
Amapá, versão 1998 – 2000, o município de Pedra Branca do Amapari, onde fica
localizado o P.A . Perimetral, está situado na mesorregião – 2 e microrregião – 3,
com altitude de 75,95m, latitude de 0º 46’19” N e longitude de 51º.56’36”W. Criado
pela lei Nº 008 de 01 de maio de 1.992, possui uma área de 9.537, 90 Km 2 e
população aproximada de 3.018 habitantes.

2.3.11. Vias de Acesso:

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O acesso ao Município Pedra Branca do Amapari e, por conseguinte, ao P. A.
Perimetral Norte pode ser feito por via terrestre, ferroviária e também via fluvial.

2.3.12. Malha viária existente:

 BR – 156: interliga os Municípios de Laranjal do Jarí e Oiapoque, passando


pelos Municípios de Macapá e o Município de Porto Grande, interligando-se
com a Rodovia BR 210 - Perimetral Norte, ponto de partida para se chegar o
Município de Pedra Branca do Amapari. O trecho compreendido entre
Macapá, capital do estado, e Porto Grande totaliza 108 km de rodovia
totalmente pavimentada.

 Rodovia 210 (Perimetral Norte): liga os Municípios de Macapá e Serra do


Navio, passando pelos Municípios de Porto Grande e Pedra Branca do
Amapari. A Rodovia Perimetral Norte possui em sua totalidade 300 km de
extensão, contudo até o Município de Pedra Branca do Amapari compreende
um trecho de 180 km. A rodovia não possui pavimentação asfáltica e o
tráfego de veículos no período chuvoso (janeiro a junho), fica comprometido
em virtude dos atoleiros que se formam.

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 Ramal do Amapari: foi aberto visando promover o assentamento de
produtores. Possui aproximadamente 30 km de extensão ao longo da qual,
encontram-se os lotes rurais. É considerado de difícil acesso em virtude da
falta de manutenção do ramal e das pontes, bem como, por possuir ladeiras
acentuadas e escorregadias.

 Estrada de Ferro do Amapá (E.F.A.): Possui 194 km de extensão,


interligando os Municípios de Santana e Serra do Navio, passando pelos
Municípios de Macapá, Porto Grande e Pedra Branca do Amapari, onde
possui parada obrigatória. A EFA que foi construída para possibilitar o
escoamento do minério de manganês de Serra do Navio para o Porto de
Santana, hoje serve para transporte de pessoas e cargas.

 Rio Amapari: serve de limite entre os Município de Pedra Branca e Serra do


Navio. Possibilita o acesso a determinadas áreas do assentamento,
facilitando o escoamento da produção.

2.3.13. Perfil dos Agricultores Assentados:


O P. A. Perimetral Norte é constituído de agricultores familiares que
sobrevivem basicamente da exploração da mandioca e do extrativismo da madeira e
cipó (titica e cebolão).
Cerca de 95% da população local são oriunda de áreas de conflitos dos
Estados do Pará, Ceará, Goiás, Piauí e Maranhão.
Os agricultores em sua maioria são analfabetos e detentores de baixo
conhecimento tecnológico.
Suas formas de trabalho baseiam-se nas práticas tradicionais de cultivo,
envolvendo broca, derrubada da floresta, queimada, aceiro, coivara e posteriormente
o plantio. Essa prática conhecida como agricultura itinerante tem como
conseqüência à exaustão dos solos e graves problemas ambientais, haja vista a
necessidade de preparo de novas áreas a cada três anos.

III – CONDIÇÕES EDAFO-CLIMÁTICAS:

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3.1. Relevo:

A área de localização do P. A. Perimetral Norte é bastante irregular sendo


fortemente influenciada por Planaltos Residuais do Amapá, Depressão Periférica do
Norte do Pará e Colinas do Amapá.

→ Planaltos Residuais do Amapá: é constituído por um conjunto de


maciços residuais topograficamente elevados que recebem localmente as
denominações de Serra do Ipitinga, Serra do Tumucumaque, Serra do Iratapuru e
Serra do Navio. Caracteriza-se por uma dissecação intensa que originou um
conjunto de picos e topos aplainados, que constituem os testemunhos do Pediplano
Pliocênico. As altitudes variam em torno de 45 a 500m.

→ Depressão Periférica do Norte do Pará: esta unidade de relevo é um


prolongamento da faixa de circundesnudação pós-pleiocênica periférica à bacia
paleozóica do Amazonas. É caracterizada por colinas elaboradas em rochas pré-
cambrianas, ao nível do pediplano pleistocênico.

→ Colinas do Amapá: esta unidade corresponde ao extenso pediplano


pleistocênico, englobando terrenos pré-cambrianos em sua maior parte e uma faixa
de terrenos sedimentares terciários. As altitudes variam em torno de 150 m a 200 m,
apresentando um declive regional na direção E onde se observam cotas bem mais
baixas. A dissecação fluvial do pediplano originou formas em colinas com vales
encaixados e ravinamento nas vertentes.

3.2. Clima:

O Município de Pedra Branca do Amapari está situado a uma altitude de


75,95m, latitude de 0º 46’19” N e longitude de 51º56’36” W.
Na classificação de Koppen, a região apresenta clima do tipo AFI, variedade
da zona climática tropical chuvosa, caracterizada por apresentar chuvas abundantes
durante todo o ano e mesmo no mês mais pobre, a precipitação é sempre superior a
60 mm.

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O quadro abaixo fornece dados da estação meteorológica de Serra do Navio,
a mais próxima da área do assentamento, referente ao período de 1976 – 1986.

TEMPERATURA ºC UMIDADE PRECIPTAÇÃO


MESES
MÁXIMA MÍNIMA RELATIVA (%) (mm)
Janeiro 29,3 21,9 87 210,10
Fevereiro 29,6 21,9 88 220,20
Março 29,6 21,5 88 294,30
Abril 29,9 21,7 89 321,00
Maio 29,9 21,6 87 230,80
Junho 30,2 21,3 87 209,90
Julho 30,5 20,9 84 143,90
Agosto 31,4 21,0 83 124,80
Setembro 31,9 21,9 77 88,70
Outubro 32,8 21,9 74 68,50
Novembro 32,3 21,8 77 92,60
Dezembro 31,0 21,9 84 184,60
MÉDIAS 30,7 21,6 84
TOTAL - - - 2.179,40
Fonte: Estação Meteorológica de Serra do Navio

Na região é comum o “Fenômeno de Serração”, dificultando a visibilidade à


noite e às primeiras horas do amanhecer.

→ Índices Pluviométricos: flutuam anualmente na faixa de 2.000 mm a 2.300


milímetros.

→ Distribuição das Chuvas: a distribuição anual das chuvas determina duas


estações distintas denominadas inverno e verão.

a) Inverno: com predominância de chuvas intensas. Esse período inicia em


janeiro e perdura aproximadamente até junho.

b) Verão: é o período de menor freqüência das chuvas, contudo o Município


apresenta particularidades locais, ou seja, chove mesmo no período
regionalmente como verão. Teoricamente o verão inicia em julho e vai até
dezembro.

3.3. Solos:

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3.3.1. Tipos de Solos:
No P. A. Perimetral Norte predominam os solos de terra firme, cujos mais
freqüentes são:

→ Latossolo Amarelo, textura argilosa, com ocorrência aproximada em


60% da área total do assentamento.

→ Concrecionário Laterítico: são solos impróprios para cultivo, a menos


que se crie condições especiais. Esse tipo de solo representa aproximadamente
20% da área total do assentamento.

→ Podzólico Vermelho Amarelo TB Álico A moderado, textura argilosa.

Os solos de várzeas mesmo que em minoria, fazem-se presentes às


proximidades dos rios e igarapés. São solos que possuem lençóis freáticos altos e
sofrem diariamente a influência das marés. Entre os tipos encontrados no
assentamento estão:

→ Gley Pouco Húmico TA Eutrófico A moderado, textura muito argilosa

→ Solos Hidromórficos indiscriminados

3.3.2. Análise Físico-Química dos Solos:

A fim de verificar os atributos químicos e físicos, foram coletadas para análise


11 amostras de solo. Coletou-se solo em lotes nos ramais que fazem parte do
assentamento e em lotes na margem da Perimetral Norte.
O P. A. se caracteriza por apresentar relevo de suave ondulado a ondulado,
com vegetação de floresta nos locais onde ainda não se desenvolve a agricultura,
nota-se que uma das principais atividades e a extração de cipó titica que corre
grande devido a exploração predatória. A tabela 4 apresenta a identificação dos
locais de coleta de amostras, com suas coordenadas, relevo e vegetação
predominante.

Tabela 4. Identificação das amostras no P.A. Perimetral Norte


IDENTIFICAÇÃO LOCAL COORDENADAS RELEVO VEGETAÇÃO/
CULTURA

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DA AMOSTRA
Ramal 7 N01° 02’ 06,7” x
1 Suave Ondulado Mata Nativa
Ilhas W52° 19’ 22,7”
Ramal 7 N01° 02’ 55,6” x
2 Suave Ondulado Mandioca
Ilhas W52° 18’ 44,5”
Ramal N01° 04’ 50,0” x
3 Plano Capoeira
Amapari W52° 17’ 14,4”
Ramal N01° 03’ 27,4” x
4 Suave Ondulado Capoeira
Amapari W52° 18’ 20,0”
BR 210- N01° 05’ 00,6” x
5 Plano Macega
Tucano II W52° 28’ 33,8”
Ramal- N01° 04’ 22,0” x Plano
6 Pastagem
Tucano II W52° 29’ 14,3”
BR 210- N01° 05’ 13,1” x Ondulado
7 Hortaliças
Tucano II W52° 28’ 34,4”
BR 210- N01° 06’ 06,2” x Plano
8 Cupuaçu
Tucano II W52° 24’ 42,6”
BR 210- N01° 03’ 39.4” x Plano
9 Macega
7 Ilhas W52° 18’ 43.2”
BR 210- N01° 01’ 58,6” x Plano
10 Pasto
7 Ilhas W52° 16’ 39,0”
BR 210- N01° 00’ 46,5” x Plano
11 Macega
Riozinho W52° 14’ 36,6”

Os resultados das análises químicas apresentadas na Tabela 5 indicam em


geral a baixa fertilidade dos solos, indicando a necessidade da utilização de
corretivos e adubação mineral e orgânica para viabilizar a produção agrícola.
Tabela 5. Análise química das amostras no P.A. Perimetral.
IDENTIFICAÇÃO
pH K+ Ca2++Mg2+ Al3+ H+ +Al3+ SB CTC V M P MO
DA AMOSTRA
(H2O) cmolc/dm3 % mg/dm3 g/dm3
1 5,4 0,04 3,65 0,20 4,29 3,7 8,0 46 5 1 35
2 5,4 0,06 3,10 1,20 3,80 3,2 7,0 45 28 1 30
3 4,5 0,05 0,20 0,65 3,96 0,3 4,2 6 72 1 25
4 5,0 0,05 0,40 0,60 5,36 0,5 5,8 8 57 1 21
5 5,0 0,04 0,90 0,65 5,53 0,9 6,5 15 41 1 27
6 5,0 0,04 0,90 1,00 4,29 0,9 5,2 18 52 1 23
7 5,0 0,18 1,90 1,10 7,01 2,1 9,1 23 35 3 39
8 4,5 0,03 0,45 0,15 6,93 0,5 7,4 6 24 1 27
9 5,4 0,14 2,60 0,10 4,29 2,7 7,0 39 4 1 26
10 5,1 0,06 0,75 0,05 5,28 0,8 6,1 13 1 1 27
11 5,4 0,15 1,90 0,20 4,45 2,1 6,5 32 9 4 34

Seis amostras apresentaram acidez média, sendo que cinco amostras


apresentaram acidez elevada. Todas as amostras de solo apresentaram baixa
saturação por bases. Esse critério indica o percentual do complexo de troca
catiônica que é ocupado por bases (potássio, cálcio e magnésio) e tem relação
direta com o pH do solo. Quatro amostras apresentaram saturação por alumínio alta
e três apresentaram saturação média, o que compromete, de modo significativo, o

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desenvolvimento da agricultura caso não seja realizada a correção do solo de modo
a neutralizar o alumínio existente e incorporar bases ao solo.
Os resultados demonstram que a soma de bases e os teores de cálcio e
magnésio apresentaram-se baixo em oito amostras e médio em três amostras, o que
indica a necessidade de calagem na maioria dos solos. Todas as amostras
apresentaram baixo teor de fósforo, oito apresentou baixo teor de potássio e três
teor médio, o que implica na prática da adubação potássica e fosfatada para que se
possa obter sucesso nos cultivos desenvolvidos.
Oito amostras apresentaram teores médios de matéria orgânica, enquanto
que o restante apresentou teores altos. Esse fato indica que os solos da região
possuem um razoável condicionamento físico-químico, sendo a matéria orgânica, de
fundamental importância para a estrutura do solo, fornecendo ao solo uma maior
agregação, além de melhorar as condições de fertilidade.

Tabela 6. Análise granulométrica das amostras no P.A. Perimetral Norte.


IDENTIFICAÇÃO SILTE AREIA FINA AREIA GROSSA ARGILA
Classificação Textural
DA AMOSTRA %
FRANCO ARGILO
1 26 8 39 27
ARENOSO
2 13 13 54 20 FRANCO ARENOSO
3 25 43 13 19 FRANCO ARENOSO
4 18 38 28 16 FRANCO ARENOSO
5 21 10 24 45 ARGILA
6 20 8 25 47 ARGILA
FRANCO ARGILO
7 19 11 49 21
ARENOSO
FRANCO ARGILO
8 17 15 34 34
ARENOSO
FRANCO ARGILO
9 16 36 26 22
ARENOSO
10 27 29 34 10 FRANCO ARENOSO
FRANCO ARGILO
11 22 31 25 22
ARENOSO

A análise granulométrica demonstra a variação da textura do solo do


assentamento, que vai da classe argila a franco arenoso, sendo necessário o uso de
práticas conservacionistas principalmente na região de relevo mais acidentado onde
o risco de erosão é maior.

IV - VEGETAÇÃO:

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Como na maioria das áreas de Floresta Equatorial Amazônica, a vegetação
encontra-se distribuída em áreas de terra firme, em áreas de várzeas e áreas de
igapó.

Nas áreas de terra firme a disponibilidade natural de água é dos lençóis


freáticos ou por ação das chuvas e orvalho; nas áreas de várzeas as áreas sofrem
ações diretas das marés, enquanto que as áreas de igapós são áreas que vivem
constantemente inundadas.
A vegetação encontra-se distribuída nesses três ecossistemas distintos.

a) Vegetação predominante em área de terra firme:

As áreas de terra firme caracterizam-se por apresentar vegetais de grande


porte, sob os quais vegetam outros de médios e pequenos portes.
Entre as espécies vegetais destacam-se algumas por seus expressivos
valores econômicos, entre os quais citamos:

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→ Madeiras de Lei: acapú, angelim, cumarú, ipê amarelo, ipê roxo,
mandioqueira, maçaranduba, acapú, quaruba, cupiúba, piquiá, piquiarana, pracuúba
e louro.

→ Cipós: constituem-se importante fontes de matéria-prima para a confecção


de artesanatos. Entre os cipós disponíveis no local, utilizados para fins comerciais
estão: cipó titica, cipó cebolão, cipó ambé, cipó timbó, cipó jacitara.

*Cipó Titica

→ Fitoterápicos: entre as espécies utilizadas na medicina popular


destacamos: copaíba, amapazeiro, pracaxi, preciosa, escada de jabuti, andiroba ,
anoerá, barbatimão, jenipapo.

→ Fruteiras: bacabeira, ingá, bacuri-pari, abiurana, cutite, uxi, , muruci do


campo, mangaba, etc.

c) Vegetação predominante em área de várzea:

Entre a vegetação dos solos de várzeas destacamos a presença de pau-


mulato, açacu, pracaxi, virola/ucuúba, andiroba, taboca (utilizada em artesanato:
móveis, cestas, etc), táxi branco, breu, açaí, buriti, imbaúba, junco (papiro)

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602064144.doc
V - RECURSOS HÍDRICOS:

O P. A. Perimetral Norte possui ao longo de sua extensão dos seguintes


cursos d’águas:

→ Rios: Rio Amapari, Riozinho

→ Igarapés: Igarapé Sete Ilhas, Tucano I e Tucano II

VI - CARACTERIZAÇÃO SOCIAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE

6.1. Aspecto populacional:

O assentamento a que se refere o presente estudo fica localizado às margens


da rodovia Perimetral Norte e abrange as comunidades de Centro Novo, Riozinho,
Sete Ilhas, Tucano I, Nova Divisão, Tucano II.
De acordo com a Tabela 01, a população residente do Assentamento
Perimetral, apresenta uma equivalência quantitativa entre o segmento originário da
Região Norte (44,2%) e a originária do Nordeste (44,1%), enquanto que a originária
da Região Centro Oeste encontra-se em menor percentual (11,7%).

Com base nessa evidência, além da observação “in loco”, chama atenção o
fato de que a população da região norte tem na sua grande maioria pessoas na faixa
etária de 0 a 14 anos, enquanto que, a do nordeste, a grande concentração de
pessoas está na faixa etária acima de 15 anos, portanto, em pleno potencial
reprodutivo, de onde se conclui que a grande maioria da população nortista
descende dos nordestinos sediados naquele Assentamento. Como conseqüência
dessa realidade tem-se uma expressiva ênfase na cultura nordestina, especialmente
na relação produtiva agrícola.

Tabela 01 – Distribuição etária da população residente, por naturalidade.

Naturalidade
População (anos)
Norte Nordeste C. Oeste Total
18
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0 a 06 11,7 4,2 0 15,8
7 a 14 22,5 5,8 0 28,3
15 a 25 8,3 5,8 8,3 22,5
26 a 35 1,6 7,5 1,7 10,9
36 a 45 0 5,8 1,7 7,5
46 a 55 0 8,4 0 8,4
56 a 64 0 4,1 0 4,1
65 ou mais 0 2,5 0 2,5
TOTAL 44,2 44,1 11,7 100
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

Os dados da Tabela 2 dão conta de que a maior concentração percentual está


centrada na população de 0 a 25 anos o que indica ser a mesma bastante jovem,
enfatizando-se ainda que a população infantil (0 a 14 anos) concentra uma proporção
bastante significativa (44,43%), o que representa maior nível de dependência. Assim,
numa visão geral, conclui-se que a população do Assentamento, como um todo, é
bastante jovem, visto que a média não ultrapassa 23 anos de idade.
Na distribuição por sexo, observa-se uma predominância geral dos homens
(54,7%) sobre as mulheres (45,3%). Apesar dessa evidência observa-se que na faixa
de 0 a 6 anos, a concentração feminina prepondera sobre a masculina, sendo que
em todas as demais o predomínio é do sexo masculino,

Tabela 02 – Distribuição etária da população residente por sexo.


Freqüência
Idade Média Faixa Participação Por Sexo
Freqüência Relativa
da Etária
Relativa (%) Acumulada
População (Anos) Homens (%) Mulheres (%)
(%)
0a6 13,90 13,9 40,0 60.0
7 a 14 30,5 44,4 55,9 42,6
15 a 25 21,1 65,5 53,2 46,8
26 a 35 10,8 76,2 62,5 37,5
36 a 45 9,0 85,2 55,0 45,0
23 anos
46 a 55 8,1 93,3 50,0 50,0
56 a 64 4,0 97,3 66,7 33,3
65 ou mais 2,7 100,00 66,7 33,3
TOTAL 100,0 Média = 54,7 Média = 45,3
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

VII - CARACTERIZAÇÃO SOCIAL DO PRODUTOR:

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602064144.doc
Quanto ao estudo sobre o perfil dos produtores do assentamento da rodovia
Perimetral Norte, ficou demonstrado que essa população tem em média 45,2 anos
e, como maioria (95,6%) constituída de homens.
Como mostra a tabela 06, registra-se que a maioria da população dos
produtores, constantes da amostra, é proveniente do nordeste (77,7%), mais
precisamente de Maranhão, Ceará, Piauí e Alagoas, e apenas um pequeno
percentual (7,4%) de pessoas do Estado do Amapá e Pará. Do centro - oeste, 14,9%
são provenientes do estado de Goiás. A importância de se levar em conta a
procedência do produtor está relacionado ao fato de poder contribuir com ao
conhecimento que as pessoas trazem, como herança cultural aplicado no seu fazer
diário.

Tabela 06 – Procedência e idade dos produtores.


População Naturalidade
Residente Norte Nordeste C. Oeste Total
15 a 25 anos 3,7 3,7 3,7 11,1
26 a 35 anos 3,7 22,2 3,7 29,6
36 a 45 anos 0 14,8 7,4 22,2
46 a 55 anos 0 14,8 0 14,8
56 a 64 anos 0 14,8 0 14,8
65 ou mais 0 7,4 0 7,4
TOTAL 7,4 77,7 14,9 100
Fonte: Dados de campo (RURAP/2003)

7.1. Nível de escolaridade do produtor.

Assim como é importante saber a procedência do agricultor, também


conhecer o seu nível de escolaridade se faz necessário, visto que, através dela
haverá, ou não, a facilidade de acesso a informações e a transferência de novas
tecnologias para a produção rural.
O gráfico 2 demonstra que, o produtor do assentamento da Perimetral Norte
tem 1,5 anos de estudo, em média. O número de analfabetos está em 35,6%, e a
população de produtores que sabe ler e escrever, mas nunca freqüentou escola é de
68,9% Este fato não é muito animador, pois, com uma escolaridade tão baixa,
provavelmente, o produtor sentirá grandes dificuldades se vier a participar de
eventos curriculares que melhor o capacite para a atividade no meio rural e/ou

20
602064144.doc
outros eventos particulares. Interessante, porém, é a participação (8,9%) de
produtores na faixa de 36 a 64 anos em curso de alfabetização de jovens e adultos.
Figura 2 – Gráfico do nível de escolaridade do produtor

Fonte: Dados de campo, RURAP/2003.

VIII. CONDIÇÕES SOCIAIS DAS FAMÍLIAS:

8.1. Composição Média das Famílias:


Uma família padrão do assentamento é constituída pelos pais e em média por
5 (cinco) filhos.

8.2. Habitação:
Apesar de predominar casa de madeira com cobertura com telha de amianto,
é comum no assentamento, principalmente na Comunidade Sete Ilhas, a presença
de casas de alvenaria coberta com telhas de amianto, financiadas pelo crédito
habitação do INCRA/AP, cujo valor liberado varia entre R$ 2.500,00 (dois mil e
quinhentos reais) e R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), para casas de 2 e 3
quartos respectivamente.
A maioria das casas do crédito habitação encontra-se inacabada,
necessitando de reboco interno e externo, acabamento do piso, construção e
estruturação de banheiros e sanitários, bem como, esquadrias em geral.
As casas não acomodam confortavelmente seus habitantes, haja vista a
relação da área construída ser incompatível com o tamanho das famílias. As casas,
em geral, possuem uma área construída de 42 m 2.

21
602064144.doc
A maioria dos trabalhadores assentados reside em agrovilas localizadas nas
Comunidades Riozinho, Sete Ilhas, Nova Divisão, Tucano I e Tucano II, deslocando-
se diariamente para os lotes onde trabalham.
Há ainda, os que possuem residências também nos lotes, lá passando a
semana, retornando para o seio de suas famílias aos finais de semana.

8.3. Alimentação:
Os assentados possuem hábitos alimentares característicos das populações
amazônidas, nos quais encontram-se inseridos os seguintes alimentos :
- Farinha de mandioca;
- Arroz;
- Feijão;
- Carne (bovina ou caça, cutia, paca, tatu, etc.)
- Peixe: traira, jejú, corupeté, aracú, etc.
- Camarão;
- Açaí;
- Bacaba;
- Charque;
- Hortaliças;
- Frutas: banana, abacaxi, etc.

8.4. Saúde:
O P. A. Perimetral Norte possui 3 (três) postos de saúde, localizados nas
Comunidades Riozinho, Sete Ilhas e Tucano II.

22
602064144.doc
* Posto de Saúde da Comunidade de Riozinho

Ambos apresentam funcionamento deficitário em virtude da falta de


profissionais qualificados e da falta de estrutura operacional (medicamentos, leitos,
instrumentos de primeiros socorros, etc.).

8.4.1. Acometimento de Malária e Leishmaniose

A investigação das doenças, em qualquer localidade, tem a sua importância


como subsidio para o seu controle na população. No que se refere as doenças
tropicais, as que mais acometem as pessoas, nas áreas de floresta remanescente e
de garimpo são, a malária e a leschimaniose.
No assentamento da Perimetral Norte se constatou que 4,17% da população
foi acometida de leschimaniose e 6,28% teve malária.

8.4.2. Outras doenças com incidência local:


→ Verminose
→ Gripes e Resfriados
→ Picadas de Cobra e Insetos Diversos

8.4.3. Locais de Atendimento Médico-Hospitalar:

23
602064144.doc
Quando os doentes precisam de cuidados médicos especiais, estes são
encaminhados para os hospitais de Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari ou
para Macapá, dependendo da gravidade.

8.4.4. Transporte Hospitalar:


Os doentes dependem de transportes eventuais, haja vista o P. A. Perimetral
Norte não dispor de meio de transporte adequado.

8.4.5. Medidas Preventivas de Doenças, em Prática no Assentamento:


As famílias residentes alegam manterem atualizadas as vacinas de suas
crianças e as campanhas de vacinação são regulares, beneficiando crianças, jovens
e adultos.

8.5. Educação:

8.5.1. Escolaridade da população:

Quanto à demanda para o ensino fundamental, tem-se a considerar certas


dificuldades que vão desde a distância em que se encontram as escolas, bem como
as eventuais faltas de transporte escolar e/ ou de professores. Mesmo assim, como
mostra a tabela 3, o percentual da população na faixa de 7 a 14 anos, que freqüenta
escola, é bem significante, com 98,5% em sala de aula.
Ademais, deve-se levar em conta os programas de bolsas federais que
incentivam a permanência do aluno. Também é interessante observar o considerável
índice percentual de adultos jovens (de 15 a 25 anos) em sala de aula (59,6%),
decorrente da oportunidade que estão tendo de freqüentar curso de alfabetização de
jovens e adultos na comunidade, elevando para 47,5 o percentual de pessoas de
todas as faixas em sala de aula. Essa oportunidade de ensino formal às pessoas
adultas das comunidades do assentamento está sendo significativo na queda do
nível de analfabetismo na população geral, onde aparecem, 10,3% de analfabetos e
7,2% de pessoas que apenas escrevem seu nome e lêem pequenos textos. Tem-se
a considerar também que a população tem em média 3,88 anos de estudo.

24
602064144.doc
Tabela 03 - Nível de escolaridade da população.

Nível de Escolaridade
Idade por
Apenas não é o
faixa etária analfabeto freqüenta freqüentou Total
assina caso
0 a 6 anos 0 0 12,9 0 87,1 100
7 a 14 anos 0 0 98,5 1,5 0 100
15 a 25 anos 4,3 4,3 59,6 31,9 0 100
26 a 35 anos 16,7 20,8 4,2 58,3 0 100
36 a 45 anos 15,0 10,0 20,0 55,0 0 100
46 a 55 anos 27,8 22,2 5,6 44,4 0 100
56 a 64 anos 44,4 22,2 11,1 22,2 0 100
65 ou mais 83,3 16,7 0 0 0 100
Total 10,3 7,2 47,5 22,9 12,1 100
Fonte: Dados de campo, RURAP/2003.

8.5.1.1. Nível de escolaridade da população infanto-juvenil:


Conforme estabelece a Tabela 4, o potencial da população residente em
idade pré-escolar é de 12,9%, o restante da população infantil (87,1%) corresponde
à as faixas de 0 a 4 anos.

Tabela 4 – Nível de escolaridade da população infanto-juvenil

Faixa Etária Freqüenta Freqüentou Não é o caso*


(%) (%)

00 a 04 0 0 87,1
05 a 06 12,9 0 0
07 a 14 98,5 1,5 0
Fonte: Dados de campo, RURAP/2003.

Só existem escolas, funcionando, na sede da comunidade, muito distante da


população que habita nos ramais, o que leva a que a prefeitura, obrigatoriamente,
disponibilize transporte para essas crianças. E o motivo da distância é o que,
provavelmente, contribui para formar o percentual de 1,5% de crianças, na faixa de 7
a 14 anos, fora da sala de aula.

Figura 1 – Gráfico do nível de escolaridade da população infanto-juvenil.

25
602064144.doc
Fonte: Dados de campo, RURAP/2003
Não é o caso: corresponde às crianças que estão fora da faixa de prioridade escolar.

8.5.1.2. Nível de escolaridade da população de 15 a mais anos de idade

Conforme a legislação vigente, a educação de 7 a 14 anos é de plena


responsabilidade do estado. Apesar dessa verdade, diversas ocorrências são
verificadas em que o estado nem sempre cumpre com esse compromisso
constitucional. Uma evidência flagrante é a população analfabeta e, mesmo, o
segmento populacional que sabe ler e escrever sem nunca ter tido acesso à escola.
O presente estudo dá conta dessa realidade, em que os dados da Tabela 05
dão conta dos aspectos quantitativos dessas variáveis: a taxa de analfabetismo (faixa
de 15 a 65 anos de idade), que representa 20,9% da população em estudo, está
acima da taxa média de analfabetismo do Estado do Amapá, o que, por si só, já se
constitui num problema sócio econômico bastante acentuado; outro aspecto se refere
ao segmento que, embora ler e escrever, nunca freqüentou escola, cuja taxa de
15,6% é bastante significativa. Adite-se a essas considerações o fato de que a
população escolarizada, de 15 ou mais anos de idade, apresenta uma taxa de
apenas 2,6 anos de estudo, o que representa um investimento social bastante fraco.
Concluindo-se, enfatiza-se que, apesar de algum esforço investido (veja-se
que 8,9% da população participa do programa de alfabetização de adultos), muito
ainda precisa ser feito para oportunizar uma dinâmica com maior inclusão social.

Tabela 05 – Nível de escolaridade da população de 15 ou mais anos de idade.


Média de anos Alfabetizada sem Freqüentando o curso de
Analfabeta
de estudo instrução formal (*) alfabetização de jovens e adultos

2,6 15,6 8,9 20,97

Fonte: Dados de campo, RURAP/2003.


* População de 15 anos ou mais de idade capaz de assinar o nome, ler e escrever pequenos textos.
( )

26
602064144.doc
8.5.2. Escolas Existentes no P. A. Perimetral Norte e Condições de
Funcionamento:

O P. A. Perimetral Norte dispõe de três escolas de ensino fundamental de 1ª a


4ª séries, localizadas nas Comunidades Sete Ilhas, Riozinho e Nova Divisão; possui
ainda três escolas de ensino fundamental de 1ª a 8ª séries, nas Comunidades
Riozinho, Tucano I e Tucano II; o assentamento não dispõe de nenhuma escola de
ensino médio.

* Escola Estadual Tucano II


Os estudantes têm acesso limitado ao transporte escolar; as escolas
funcionam precariamente pela falta de espaço e profissionais qualificados com
residência fixa nas comunidades em que trabalham.
No Assentamento Perimetral Norte, é comum o abandono dos lotes na busca
de escolas que atendam satisfatoriamente as necessidades e anseios das famílias.
Há constante migração para os centros urbanos próximos ou até mesmo para
Macapá e Santana, em busca de um futuro promissor para seus descendentes.

8.6. Saneamento Básico:


São serviços praticamente inexistentes no P. A. Perimetral Norte.

a) Água Tratada:

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O único tratamento realizado esporadicamente na água para consumo
humano, é a adição de hipoclorito de sódio, quando este é distribuído às famílias por
agentes da FUNASA.

b) Esgoto Sanitário:
Algumas famílias das Comunidades Nova Divisão, Tucano I e Tucano II,
foram beneficiadas com a construção de fossas sépticas em suas residências.
Contudo faltou na obra, a realização de instalações hidráulicas nos banheiros e
sanitários, prejudicando sensivelmente o bom desempenho do projeto.

8.7. Transporte:
Os principais meios de transportes utilizados no P. A Nova Canaã são
bicicletas, motocicletas, caminhão da feira (quinzenalmente), trem (semanalmente) e
pequenos barcos regionais, nas áreas de acesso fluvial.
Porém, a maioria dos produtos ainda é deslocada nas costas do produtor ou
em carrinhos-de-mão, haja vista a falta de veículos periodicamente no
assentamento.

8.8. Vias de Acesso:


O P. A. Perimetral Norte possui vias de acesso terrestre, férrea e fluvial.

a) Vias de Acesso Terrestre:

→ BR 156: partindo de Macapá até o Município de Porto Grande, cobrindo


um trecho de 105 km. A BR 156 encontra-se totalmente asfaltada no referido
perímetro.
→ BR 210 - Perimetral Norte: estende-se do Município de Porto Grande até
o Município de Serra do Navio, passando pelos Município de Pedra Branca do
Amapari. Possui uma extensão de aproximadamente 200 km. Não é asfaltada e o
serviço de manutenção é deficitário, dificultando o tráfego de veículos durante o
período chuvoso, em virtude dos atoleiros que se formam. A Perimetral Norte é a
rodovia que permite acesso integral ao assentamento.

28
602064144.doc
* Comunidade de Tucano II

→ Ramal do Amapari: ramal com aproximadamente 20 km de extensão,


situado a margem direita da Rodovia Perimetral Norte, possibilitando acesso a 30
(trinta) lotes do assentamento.
O terreno é acidentado, possuindo ladeiras o que o torna escorregadio no
período chuvoso, permitindo apenas o tráfego de veículos com tração 4 x 4.

b) Acesso Fluvial:
O Acesso fluvial dá-se principalmente pelos Rios Amapari e Riozinho e pelos
Igarapés Sete Ilhas, Tucano I e Tucano II.

c) Acesso Ferroviário:
Através da Estrada de Ferro do Amapá – EFA, que interliga os Municípios de
Santana e Serra do Navio, pode-se chegar ao Município de Pedra Branca do
Amapari, distante cerca de 80 km do início do assentamento. A ferrovia é utilizada
tanto para deslocamento de cargas em geral quanto de passageiros.

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602064144.doc
Estrada de Ferro do Amapá - EFA

IX. COMPOSIÇÃO DA RENDA FAMILIAR:

9.1. População envolvida na unidade produtiva:

A ocupação econômica da família, ou seja, o envolvimento do produtor e sua


família na unidade produtiva, implicam na maior ou menor produtividade e, por
conseguinte, na renda.
Considerando, portanto, o envolvimento do produtor que dedica tempo
exclusivo para atuar na unidade produtiva; do jovem que estuda, mas também é
mão-de-obra no lote da família e da dona de casa que atua na residência e no
campo, encontrou-se que 61,46% dessas pessoas se dedicam a alguma atividade
na unidade produtiva familiar.
Apenas 3,65% dos assentados desenvolvem atividade produtiva fora dos
seus lotes, ficando na responsabilidade da família a produção na unidade produtiva.

Tabela 06 – População envolvida com a unidade produtiva.

Envolvimento na unidade Trabalha


produtiva fora da Outras
Faixa TOTAL
unidade atividades
etária Estuda e Doméstica
Trabalha produtiva
trabalha e trabalha
07 a 14 0,00 13,54 0,00 0,00 21,88 35,42
15 a 25 6,77 6,25 2,60 1,04 7,81 24,48
26 a 35 7,29 0,52 4,17 0,52 0,00 12,50
36 a 45 5,73 0,00 0,52 1,56 2,60 10,42
46 a 55 5,21 0,00 2,60 0,52 1,04 9,38
56 a 64 3,13 0,00 1,04 0,00 0,52 4,69
65 ou mais 2,08 0,00 0,00 0,00 1,04 3,13
TOTAL 30,21 20,31 10,94 3,65 34,89 100,00

30
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9.2. Estrutura da Renda Bruta Familiar:

A formação da renda familiar dos produtores do assentamento Perimetral


Norte, conforme os dados da Tabela 1, decorre principalmente das atividades
agrícolas, extrativista e daquelas consideradas não agrícolas, como pensões,
aposentadorias, venda de mão-de-obra e outras de caráter social, a exemplo das
“bolsas do governo”.
Por esses dados, observa-se que a população residente tem na agricultura a
principal atividade, a qual, destaca-se das demais com uma participação média de
75,28% do volume total da renda bruta familiar.

Tabela 1 – Formação da Renda Bruta Familiar


Componentes Valores
Renda Bruta Familiar / ano em R$ 8.087,22
Atividades agrícolas (%) 75,28
Extrativismo (%) 12,19
Atividades não-agrícolas (%) 13,24
TOTAL ( ano) 100
Fonte: Dados de Campo (RURAP/2003)

Apesar da dinâmica produtiva da população do assentamento da Perimetral


Norte ser relativamente positiva, as condições das vias de acesso constituem um
fator altamente restritivo a motivação dos produtores, fato negativo que se estende a
toda comunidade. Tendo-se como verdade que essa constatação é comum a todos
os assentamentos do estado do Amapá, no assentamento da Perimetral Norte, o
acesso para escoar a produção local é um dos mais precários, pois, é insuficiente
para atender a demanda de todos os produtores. Outro fator que prejudica a
dinâmica produtiva, é a falta de estrutura para armazenamento dos produtos, que
são comercializados nos município da Serra do Navio e principalmente no município
de Macapá.
Segundo demonstra a figura 1, que evidencia as principais contribuições dos
produtos na formação da renda agrícola (75,28%), os produtos derivados da
mandioca têm grande representatividade na composição dessa atividade, haja vista
que a farinha de mandioca, que corresponde a 37,20%, é o produto com maior
influência na formação da renda agrícola. Outro produto de grande
representatividade é a goma que corresponde a 11,29%. Também o arroz, que

31
602064144.doc
corresponde a 10,12% da renda agrícola, é outro produto de relevada importância,
pois, dada sua destinação ao atendimento da demanda interna das famílias dos
assentados (vide figura 1).

Fonte: Dados de Campo (RURAP/2003)

As atividades não agrícolas, que incrementam a renda real das famílias


beneficiadas, no caso do assentamento da Perimetral Norte, têm significativa
importância, pois a mesma corresponde a 13,24% na formação da renda total (vide
tabela 1).
Conforme dados da figura 2, que evidência a formação da renda não agrícola
dos assentados, a aposentadoria, com uma participação média de 5,67% e a bolsas
do governo, com uma taxa média de 4,86%, são os principais itens da composição
dessa renda, por conseguinte, faz com que haja um fomento na renda dessas
famílias, fazendo com que essa atividade tenha importância determinante ao
desenvolvimento dessas famílias.

Figura 2 – Formação da renda não agrícola

Fonte: Dados de Campo


(RURAP/2003)

32
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Figura 3 - Principais Produtos Relacionados ao Extrativismo (%)

Fonte: Dados de Campo (RURAP/2003)

A atividade extrativista é outro item que merece destaque, visto participar com
12,19% (vide figura 3) para a composição da renda familiar dos assentados, onde
grande parte desse percentual, está relacionada a extração do cipó titica (6,77%, ver
figura 2). Outros ítens, como a caça (2,10%) e o açaí (1,68%), têm papel de suma
importância para a manutenção das famílias, pois esses produtos entram como
renda de autoconsumo para o sustento desses assentados.

X - ATIVIDADES ECONÔMICAS DO P. A. PERIMETRAL NORTE:

10.1. Extrativismo:

Atividade em fase de extinção, em virtude da extração predatória da madeira,


cipó, caça e pesca.

10.1.1. Extração de Madeira:

Foi fortemente explorada na década de 90, onde as principais madeiras


extraídas eram: acapú, cedro, mogno, piquiá, piquiarana, maçaranduba, pracuúba,
ipê, etc.
A madeira era extraída para comercialização em forma de toras, madeira
serrada e também na forma de carvão vegetal.
A disponibilidade de madeira ainda existe, porém a extração encontra-se
bastante reduzida pela distância que se encontra da estrada, dificultando o
escoamento, bem como, por já existir fiscalização e apreensão de produtos sem
certificações, ao longo da BR 210 – Perimetral Norte e BR 156.

33
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10.1.2. Cipó:

O banco de cipó titica e cebolão encontram-se comprometido, o que obrigou


os órgãos ambientais do Estado, a proibirem a extração das referidas espécies pelo
período de 10 (dez) anos, para quaisquer fins.

*Cipó titica

10.1.3. Caça:

Ainda são encontradas no P. A. Perimetral Norte, espécies como tatu, paca,


cutia, veado, capivara, queixada, etc, contudo, o desmatamento acelerado limita a
disponibilidade de alimento, afugentando os animais para locais distantes da
presença humana.
Há também a prática de caça predatória, cujos produtos destinam-se a
comercialização de centros consumidores potenciais, destacando-se Macapá e
Santana.
As caçadas são realizadas de dia e de noite. Os equipamentos utilizados são
armas de fogo (espingarda); cachorro (para farejamento e localização da presa);
machado e terçado. É comum também na região, a “caçada de espera”, onde o
caçador monta um tripé (mutá) para aguardar a caça que virá alimentar-se ou beber
água nas proximidades, tornando-se alvos fáceis.

10.1.4. Pesca:

34
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Voltada tanto ao consumo familiar quanto para comercialização. Diversas
espécies vêm se tornando escassas ao longo dos anos, destacando-se o trairão,
traíra do igapó, mandubé, casaca, etc.
Vários crimes ambientais são praticados pelos pescadores entre os quais o
uso de malhadeiras estendidas nas embocaduras dos rios, sem respeito ao período
de reprodução e o tamanho das espécies.
A ação de atravessadores locais dificulta o acesso das famílias ao pescado,
que busca formas de evitar a comercialização externa, ou seja, a venda seria restrita
aos moradores da comunidade em que for feita a captura.

10.2. Agricultura:

Atualmente é a principal atividade econômica dos assentados, porém vem


enfrentando grandes desafios, pois pouco se produz e o que se produz tem
dificuldade de ser vendido, acarretando o fenômeno econômico denominado
“passeio dos cereais”: o produto sai da propriedade para o local de venda, de onde
retorna à origem.
Isso vem desmotivando os produtores, que a cada ano reduzem o tamanho
da área plantada.
A prática de produção empregada é da agricultura itinerante, que envolve
broca, derrubada, queimada. Tal prática permite produção por no máximo 3 (três)
anos, após o que, a área é abandonada para pousio, por se tornar improdutiva ou de
baixo rendimento.

10.2.1. Principais Culturas Exploradas:

→ Mandioca (Manihot ssp):


Constitui-se a base econômica das famílias assentadas.
Entre as espécies cultivadas, destacamos a mandioca brava e a mandioca
mansa, segundo o teor de ácido cianídrico que apresentam:

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a) Mandioca Brava (Manihot sculenta Cranz): destinada à agroindústria,
cujos subprodutos finais mais importantes são: farinha, tucupi, amido e farinha de
tapioca, ambos bastante apreciados e utilizados na culinária estadual.
Entre as variedades de mandioca brava cultivada, destacam-se: Farias, Picui,
Pai Lourenço e Sui.

b) Mandioca Mansa (Manihot utilissima): é também denominada macaxeira


ou mandioca de mesa, pois é consumida simplesmente cozida ou na forma de pães
e bolos. Entre as variedades mais cultivadas temos Manteiga e Farinha.
É a cultura mais expressiva do assentamento, entretanto, a forma rudimentar
de cultivo permite baixos rendimentos: 10 toneladas de raiz/hectare, o que permite
um rendimento de 03 toneladas de farinha, principal subproduto para fins
comerciais.
A farinha faz parte do hábito alimentar da população amapaense. A produção
estadual é insuficiente para atender a demanda de consumo interno; o Amapá
importa do Pará e da região nordeste, cerca de 80% da farinha que consome.
Para aumentar o cultivo da mandioca, é necessário investir em projetos
pilotos, destacando-se:
1. Cultivo mecanizado.
2. Correção e fertilização de solo.
3. Introdução de cultivares/variedades melhorada para a indústria.
4. Instalação de casas de farinha comunitárias (artesanal e industrial).

→ Arroz (Oriza sativa L.):


Os nordestinos residentes e/ou com lotes no P. A. Perimetral Norte, por seus
hábitos alimentares, costumam produzir arroz. A produção é voltada basicamente ao
autoconsumo, haja vista que os custos de produção acarretam em produtos de
preços elevados e baixa qualidade, não concorrendo com os ofertados pelos
supermercados dos maiores centros consumidores do Estado: Macapá e Santana.
O Estado do Amapá vem estimulando o plantio de culturas alimentares (milho,
arroz e caupi), através do fornecimento de sementes pelo sistema de trocas: 1 quilo
de semente entregue deve ser restituído com 2 quilos de grãos.
As variedades utilizadas são produzidas pela EMBRAPA/AP e atendem as
peculiaridades dos solos predominantes nas propriedades rurais beneficiadas.

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O Arroz, no P. A. Perimetral Norte apresenta rendimento de 700
kg/hectare/ano.

c) Feijão Caupi (Vigna unguicullata):


É um produto bem adaptado às condições locais, sendo considerado um dos
produtos de subsistência das famílias, notadamente dos nordestinos.
O rendimento médio da cultura é de 600 quilos de grãos / hectare / ano.
O produto tem boa receptividade de consumo, porém a preferência é pelo
feijão do sul (Phaseolus vulgaris).
Normalmente o caupi é cultivado em consórcio com a mandioca, obedecendo
a época de plantio na região que ocorre no mês de maio.

d) Milho (Zea mays):


O milho apresenta melhor desempenho nos solos de várzeas, em decorrência
da fertilização natural pelo fenômeno da colmatagem.
No Estado do Amapá, existe um mercado potencial para o “milho verde”,
porém a maioria da produção do assentamento é direcionada às criações caseiras
de galinha, pato e porco.
O rendimento médio da cultura é de 600 quilos de grãos / hectare, haja vista a
baixa tecnologia empregada no cultivo.
Entre os híbridos e as variedades plantadas estão BR 105, BR 106, BR 5109,
Chato, Cavalo, Palha Roxa, Dentinho, Crioulo, etc...

e) Hortaliças:
Não é explorada para fins comerciais, apenas voltada ao consumo da família.
Entre as hortaliças mais difundidas e cultivadas estão: couve, chicória, coentro,
cebolinha, maxixe, abóbora, quiabo e vagem.

f) Fruticultura:
Experiências foram feitas a nível local através da introdução de “agricultura
em andares”, porém a complexidade do sistema não permitiu o entendimento dos
produtores, tornando-os dependentes da presença contínua de técnicos para
efetuarem o plantio das mudas.

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602064144.doc
Como a experiência fazia parte do Projeto de Execução Descentralizada –
PED, foram contratados consultores de fora do Estado, com domínio da tecnologia
em pauta. Com o fim da liberação de recursos, deu-se por encerrado o PED,
deixando instalada na Comunidade Sete Ilhas, uma agroindústria para
processamento de polpas, que nunca chegou a funcionar por falta de matéria prima.
Entre as fruteiras cultivadas no P. A. Perimetral Norte, merecem destaque:

→ Cupuaçú (Theobroma grandiflorum):


É uma cultura que se adapta bem às condições locais. Encontra-se
introduzida e em fase de expansão.
Nos mercados de Macapá e Santana, o preço do quilo da polpa de cupuaçú é
comercializado por R$ 9,50 (nove reais e cinqüenta centavos).
O cupuaçú apresenta como vantagens a boa aceitação de mercado e a
resistência a transporte (produto in natura).

→ Banana (Musa ssp):


Cultura com excelente aceitação de mercado, porém sua área plantada vem
sendo reduzida anualmente, em virtude de doenças que acometem os bananais,
destacando-se o moko, sigatoca amarela e negra, mal do Panamá.

→ Côco:
Ë uma cultura bastante promissora, porém com sérias restrições de cultivo em
virtude da falta de mudas certificadas / fiscalizadas produzidas no Estado. É uma
cultura que requer com técnicas adequadas de cultivo, que inclua desde o preparo
de área, adubações de fundação e restituição, bem como irrigação sistemática no
período de estiagem.

→ Pupunha:
É uma cultura que está presente em alguns lotes e vem se mostrando
bastante promissora. Os produtores fazem opção por pupunha para frutos, levando
em consideração a receptividade e o preço de mercado que paga de R$2,00 a
R$3,00 por quilo do produto.

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Outras fruteiras que apresentam viabilidade para exploração local e que
possuem boa receptividade de mercado são:
→ Maracujá
→ Graviola
→ Mamão
→ Biribá
→ Goiaba
→ Sapoti

10.3. Pecuária:

Observa-se na área do assentamento, apenas criação doméstica de pato,


galinha, suíno e peixe.
A criação é em sistema extensivo, sendo a base de alimentação dos mesmos,
milho, raízes (macaxeira), restos de frutas e hortaliças.
Os animais servem para alimentação das famílias e são eventualmente
comercializados.
A pecuária do Estado do Amapá sofre sérias restrições com a falta de matéria
prima para a produção de ração, fato que inviabiliza a atividade, que depende da
importação de tais produtos.
Para tanto, deve-se primeiramente estruturar as propriedades e procurar uma
alimentação alternativa local, sem a qual torna-se inviável qualquer projeto voltado
para a criação de animais em escala comercial.

10.4. Atividades Diversas:

O P. A. Perimetral Norte dispõe de mão-de-obra qualificada na produção de


artesanatos, o que pode contribuir para a diversificação da produção e a geração de
emprego e renda a nível local.

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XI – ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO:

O escoamento de produtos dá-se em 3 (três) fases distintas:

1º) Do local de produção (roça), até o local de beneficiamento: o


deslocamento nesse trecho é feito normalmente a pé e os produtos são
transportados nas costas do produtor ou em carrinhos de mãos; quando o local
permite, são também utilizadas bicicletas.

2º) Da agroindústria até a residência, onde o produto quase sempre é


armazenado: o deslocamento é feito em sua maioria, nas costas do produtor, de
bicicleta, motocicleta e alguns raros veículos quando disponíveis.

3º) Do local de armazenamento, até o local de comercialização: a


comercialização maior de produtos dá-se nas feiras de produtores localizadas em
Macapá. O deslocamento dos produtores e produtos é feito pelo “caminhão da feira”,
mantido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca, Floresta e do
Abastecimento – SEAF.
O caminhão tem freqüência quinzenal e os produtores possuem uma cota
pré-estabelecida de quantidades que podem transportar, o que limita
consideravelmente seu poder de expansão.
Os produtores têm ainda como opção de escoamento de produção o trem da
Estrada de Ferro do Amapá – EFA, cuja freqüência é semanal.

XII – BENEFICIAMENTO:

A mandioca é um dos poucos produtos que sofrem transformação. O


processamento é artesanal de onde se obtêm farinha de mesa, farinha de tapioca,
amido e tucupi, principais subprodutos para fins comerciais.
Frutas, verduras e legumes são comercializados “in natura”.
A Comunidade Sete Ilhas dispõe de uma agroindústria de processamento de
polpa de frutas, contudo a falta de matéria-prima, de capacidade operacional e
gerencial, culminou em seu fechamento.

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O cipó está ameaçado de extinção, estando sua extração proibida por órgãos
ambientais estaduais.
A madeira que por muitos anos foi a principal fonte econômica dos
assentados, hoje pela distância das vias de escoamento, tem sua exploração
comprometida.

XIII – COMERCIALIZAÇÃO:

Os principais locais de comercialização dos produtos agrícolas do P. A.


Perimetral Norte são as feiras de produtores dos municípios de Pedra Branca, Serra
do Navio, Macapá e Santana.
É comum ao longo da Rodovia Perimetral Norte, a existência de barracos
onde são expostos produtos para aquisição dos transeuntes.
A madeira, principalmente em forma de estações, mourões e frechais é
comercializada nos próprios lotes por seus “posseiros/proprietários”, porém seu
destino final potencial são os centros comerciais dos Municípios de Pedra Branca,
Porto Grande e Macapá.

XIV. NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO FORMAL:

Os produtores possuem níveis incipientes de organização formal.


Existem na área do P. A. Perimetral Norte cinco associações e uma
cooperativa de produtores, ambos apresentando sérios problemas de
relacionamentos entre a diretoria e os sócios.
O Sindicato também apresenta sérios problemas de gestão e a Federação
encontra-se em estágio inicial de implantação.

14.1. Relação das Entidades existentes no P. A. Perimetral Norte:


→ Associação das Comunidades do Assentamento da Perimetral Norte –
ACOMAP, criada em 02/02/1984.
→ Associação dos Produtores do Riozinho da Perimetral Norte – APRORIO,
fundada em 05/10/1997.

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→ Associação dos Produtores Rurais do Assentamento da Perimetral Norte –
APRONORTE.
→ Associação dos Produtores do Tucano II – APROAT.
→ Associação dos Produtores do Centro Novo – APCN, fundada em
16/01/1999.
→ Cooperativa Agroextrativista dos Produtores de Pedra Branca, fundada em
04/04/1998.
→ Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Amapá – SINTRA
→ Federação dos Trabalhadores da Agricultura – FETAGRI

O que se observa é que as entidades foram formalizadas para atender


exigências de instituições financeiras que operam com as linhas de créditos oficiais
vigentes. Após o alcance dos objetivos ou na frustração destes, a tendência tem sido
o afastamento ou dissidência dos sócios, haja vista as dificuldades de manter
liderança em grupos com interesses distintos, bem como, pelo baixo nível de
compreensão dos associados, sobre o que é e como deve funcionar a entidade
formal e qual o papel a ser cumprido por cada um de seus membros.

XV – POTENCIALIDADES DO ASSENTAMENTO, PROBLEMAS E SOLUÇÕES


NA VISÃO DOS ASSENTADOS:

15.1. Metodologia Utilizada:

Para o processo de investigação das potencialidades locais, problemas e


solução vivenciada pelos assentados, foi realizado um seminário onde houve
trabalho de grupo com o emprego da técnica metaplan (tarjetas), visando a maior
participação dos produtores e familiares.
Contudo, antecedendo ao seminário, diversas etapas foram cumpridas
visando subsidiar o referido plano, cujo detalhamento passamos a emitir.

A - COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES:

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Tivemos o cuidado de compor uma equipe interinstitucional, para fins de
otimização dos resultados. As instituições parceiras, os profissionais envolvidos e as
respectivas atribuições constam na planilha abaixo.
EQUIPE ATRIBUIÇÕES COMPONENTE(S) CARGO/FUNÇÃO INSTITUIÇÃO
I Coordenação Geral Ismael F. C. Braga. Engº Agrônomo RURAP
II Mobilização / Antônio F. A. Almeida Engº Agrônomo RURAP
Cadastro / Instrutor José Alves de L. Neto Engº Agrônomo RURAP
do Seminário / Mª Socorro B. Carvalho Engª Agrônoma RURAP
Relator Vanderlei S. Amanajás Engº Agrônomo RURAP
Raimundo da Silva Maciel DIOR RURAP
Alacid Silva da Costs Téc. Agropecuária RURAP
Wilson da Silva Maciel Téc. Agropecuária RURAP
Jovani Brazão Fernandes Téc. Agropecuária RURAP

III Levantamento de Nagib Jorge Melém Engº Agrônomo EMBRAPA


Solos e Revestimento Rui R. Albuquerque. Engº Agrônomo RURAP
Florístico
IV Cartografia e Jefferson Luiz S. da Silva Técnico em SEAF
Geoprocessamento Agrimensura
V Investigação Sócio- Aristóteles V. Fernandes. Economista IEPA
Econômica Josiane Aguiar de Souza. Geógrafa IEPA
José Pery dos A. L. Júnior. Pesquisador IEPA

B – TRABALHO DE CAMPO:

a) Mobilização dos Produtores:


A mobilização dos produtores ficou sob responsabilidade dos técnicos da
Sede Local de Pedra Branca, responsável pela prestação de serviços de assistência
técnica e extensão rural na área do Assentamento Perimetral Norte.
Foram distribuídos convites individuais e houve também mobilização via
rádio, por ser um veículo de longo alcance.
Durante o processo de mobilização os produtores foram alertados da
importância de suas participações na elaboração do Plano de Desenvolvimento do
Assentamento - PDA, levando-se em consideração os benefícios que o referido
plano traria para si e suas famílias.

b) Realização de Cadastro de Produtores:


O cadastro de produtores tem 02 (dois) objetivos básicos:
1 – Identificar os produtores e suas famílias;

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2 – Saber o número de produtores que residem em seus respectivos
lotes.
No cadastro também constam dados econômicos importantes na
identificação das atividades mais comuns na área do assentamento.

c) Retirada de Amostra de Solo para Análise:

Atividade ímpar para identificar a aptidão agrícola dos solos locais. Esse
trabalho foi feito através da retirada de amostras de solo de diversos lotes e
aleatoriamente ao longo da área de entorno do assentamento, visando a análise em
laboratório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA/AP.
O objetivo dessa atividade é identificar as culturas que melhor se adaptam
às condições de solo local.

d) Análise do Revestimento Florístico:


Cujo objetivo é identificar a vegetação espontânea da região, e mapear
as que representam importância econômica na vida dos assentados. Esse processo
foi realizado através de entrevistas com os produtores.

e) Geoprocessamento:
O mapeamento da área deu-se através do uso de GPS, marcando-se
coordenadas georeferenciadas, para instrumentalizar a confecção dos mapas
contidos no texto.

f) Realização do Seminário:
O seminário deu-se nos dias 29 e 30/08/2003, tendo por objetivo
identificar as potencialidades locais, problemas e soluções na visão dos assentados,
nos contextos social, econômico, cultural e ambiental.
Foram desenvolvidos trabalhos de grupos, onde cada grupo trabalhou um
dos contextos.
Para fins de motivar a participação de todos, foi utilizada a “técnica
Metaplan ou das Tarjetas”.
Após a conclusão dos trabalhos de grupo, os produtos gerados foram
expostos a plenária que tinha então a oportunidade de incluir, alterar ou homologar
os trabalhos apresentados, cujos resultados obtidos, são abaixo apresentados.

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15.1.1. Resultados Alcançados no Seminário:

15.1.1.1. Dimensão Social:

Potencialidades Problemas Soluções


 Recursos hídricos:  Rede Viária: falta de - Melhoramento de estradas
rios, cachoeiras, abertura e conservação de existentes e abertura de
igarapés; estradas, ramais e ramais;
 Biodiversidade: vicinais; - Capacitação e contratação
floresta, caça, cipó  Comunicação: falta de de pessoal de enfermagem
titica, madeira, aparelhos de da própria comunidade;
peixes, pássaros, comunicação: telefones - Apoio do RURAP, escolas
fitoterápicos; públicos. famílias, prefeituras, escolas
 Nº de famílias  Educação: deficiência no estaduais, visando o
residentes ensino de 2º grau ; falta de fortalecimento das
 Energia elétrica 24 transporte escolar; falta de organizações rurais;
horas merenda escolar de - Instalação de telefones
 Escolas de ensino qualidade; falta de públicos em cada
fundamental professores; comunidade;
 Associação de  Saúde: falta de assistência - Facilitar acesso ao crédito
produtores médico-hospitalar; falta de rural; promover o
devidamente profissionais qualificados fortalecimento do serviço de
constituída nos postos de saúde; falta assistência técnica e
de funcionamento 24 extensão rural; governo
 Pontos e atrações
horas dos postos de municipal, estadual e federal
turísticas;
saúde; falta de adequação devem subsidiar tecnologias
 Proximidade do
e instrumentali-zação dos de produção (preparo de
Parque Nacional
postos de saúde; falta de área, calagem, adubação,
do Tumucumaque
mendicamentos nos irrigação, etc...); promover a
 Templos implantação de projetos de
Religiosos postos de saúde; falta de
controle de natalidade; manejo florestal comunitário;
(católico, - Melhorar a estrutura das
evangélicos)  Centro Comunitário:
a) Comunidade Nova escolas existentes e
 Matéria-prima promover a construção de
para produção Divisão: reforma,
ampliação e adequação novas escolas que atendam
artesanal as necessidades das famílias
 Mão-de-obra do centro comunitário;
b) Comunidades Sete Ilhas, assentadas;
capacitada em - Promover a reforma e
produção Riozinho e Tucano I:
construção e ampliação do centro
artesanal Comunitário da Nova Divisão
estruturação de centros
comunitários. e construir centros nas
 Falta de apoio a produção: comunidades Sete Ilhas,
a) Falta de demarcação dos Riozinho e Tucano I;
lotes; - Promover a construção de
b) Falta de assistência creches;
técnica efetiva e - Melhorar a atuação do
consistente; Conselho Tutelar;
c) Falta de garantia de - Aquisição ou contratação de
comercialização; transporte escolar, pela
d) Falta de pesquisa prefeitura ou pelo governo
agropecuária a nível local; estadual;
e) Falta de estudos de - Melhorar a atuação das
mercados potenciais; secretarias de educação
estadual e municipal, com as

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 Falta de escolas rurais.
saneamento básico: água - Construção de um posto
tratada, esgoto sanitário, policial na área do
coleta e disposição de assentamento;
resíduos sólidos; - Conclusão dos projetos de
 Falta de abastecimento de água das
Transporte: escolar, de comunidades;
passageiros, de doentes, de - Promover a instalação de
produtos; telefones públicos em cada
 Segurança comunidade do
pública: falta de policiamento; assentamento;
 Organização - INCRA deve proceder a
Rural: baixo nível de conclusão do serviço de
informação e organização demarcação de lotes;
formal; - Promover a criação de um
 Incidência de conselho para acompanhar e
alcoolismo e tabagismo avaliar a distribuição das
infanto–juvenil; bolsas escolares.
- Conclusão do projeto de
eletrificação rural, com
instalação de
transformadores e pára-raios;
- Instalação do ensino infantil
(pré-escola) nas
comunidades;
- Implantação do ensino
médio nas comunidades;

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15.1.1.2. Dimensão Econômica:

Potencialidades Problemas Soluções


- Estrada de rodagem: - Dificuldade de acesso: falta - Abertura e manutenção periódica
Perimetral Norte; de estradas, ramais e dos ramais e vicinais;
- Estrada de Ferro; vicinais; - Ampliação da rede elétrica e
- Produção agrícola em regime - Energia elétrica de baixa instalação de transformadores e
de economia familiar: qualidade; pára-raios;
mandioca, arroz e frutas; - Limitado acesso ao crédito - Renegociação ou anistia da
- Mão-de-obra familiar; rural; dívida contraída pelos produtores
- Disponibilidade de madeiras - Escoamento da produção via PROCERA ou PRONAF;
nobres: Angelim, cedro e louro; deficitário; - Desburocratização do crédito
- Matéria prima par artesanato: - Falta de agroindústrias; rural;
cipó e cebolão; -Falta de garantia de - Liberação do crédito em época
- Biodiversidade: floresta, fauna comercialização; adequada;
diversificada; - Falta de demarcação dos - Disponibilidade de transporte
- Recursos Minerais: ouro e lotes; adequado para as vicinais;
tantalita; - Falta de definição da - Instalação de usina de
-Plantas Medicinais: copaíba, aptidão agrícola dos solos e beneficiamento de arroz.
andiroba, amapazeiro, pracaxi, a melhor cultura a ser - Instalação de casa de farinhas
etc; trabalhada; comunitárias (industrial e
- Açaizais nativos; - Falta de transporte para artesanal);
pessoas e produtos; - Construção de uma central de
- Altos custos de produção; abastecimento de produtos
- Baixo aproveitamento do agropecuários;
potencial extrativista; - Busca de mercados alternativos
- Falta de mecanização para a comercialização;
agrícola; - Melhora a qualidade e
- Falta de viveiros de apresentação dos produtos;
produção de mudas - Conclusão do serviço de
credenciadas; demarcação dos lotes;
- Elaboração do zoneamento
agroeconômico do assentamento;
- Definir políticas públicas para o
setor;
- Agregar valor aos produtos
extrativos;
- Promover a implantação de
projetos de manejo florestal
comunitário.
- Aumentar o valor de crédito,
liberado por produtor;
- Viabilizar o serviço de
assistência técnica e extensão
rural contínuo, sob gestão dos
assentados;
- Providenciar a presença
permanente de técnicos no
assentamento;
- Implantação de viveiros
comunitários, credenciados junto a
Delegacia Federal de Agricultura.
- Promover a capacitação
contínua dos produtores.

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15.1.1.3. Dimensão Cultural:

Potencialidades Problemas Soluções


- Grande número de - Falta de centro - Construção e
assentados; comunitário estruturado, estruturação de centros
- Área plantada de nas comunidades Riozinho comunitários nas
mandioca; e Sete Ilhas; comunidades Riozinho e
- Alto contingente de - Falta de comemoração às Sete Ilhas;
escolas, alunos e datas cívicas, pelas - Construção de quadras
professores; escolas locais; poliesportivas nas escolas;
- Alto contingente de - Falta de espaço para - Apoio a festas folclóricas:
imigrantes, principalmente práticas esportivas; realização da festa do
do Maranhão; - Falta de festas religiosas; Lindo (2º sábado de
- Devotos de Nossa Senhora - Falta de data para outubro);
das Neves e Santa Rita de divulgação das culturas da - Apoio a eventos
Cássia; mandioca e arroz, religiosos e culturais;
- Padroeira do tradicionais no - Promoção de eventos
Assentamento Nossa Assentamento. esportivos nas
Senhora das Neves; - Falta de manutenção nos comunidades;
- Equipes de futebol templos religiosos; - Apoio a realização da
constituídas nas - Falta de apoio a Festa da Colheita do Arroz
comunidades Tucano I, comemoração do dia de (final de julho ou agosto).
Tucano II e Nova Divisão; São Francisco de Assis
- Existência de templos (04/10);
católicos e evangélicos - Falta de centro
(Assembléia de Deus e comunitário nas
Adventistas); comunidades Tucano I e
- Pessoas dispostas a Nova Divisão;
resgatar seus folclores de - Ausência de práticas
origem (Maranhão); esportivas nas escolas;
- Considerável área plantada - Falta de local adequado
de arroz para práticas esportivas;
- Abandono dos costumes
folclóricos de origem
(Maranhão): Lindô e Boi
Bumba;
- Falta de data
comemorativa da colheita
do arroz;

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15.1.1.4. Dimensão Ambiental:

Potencialidades Problemas Soluções


- Malha fluvial local - Destruição da mata ciliar; - Promover a educação ambiental
formada por Riozinho, - Falta de legislação aos produtores ribeirinhos;
Igarapé Sete Ilhas, Rio ambiental municipal; - Promover a recuperação da mata
Amapari, Rio Onça e Rio -Falta de saneamento básico: ciliar;
Tucano; a) falta de água tratada; falta - Elaboração do código municipal de
- Problemas ambientais de sistema de coleta de lixo; Meio Ambiente do Município de
diversos; falta de fossas sépticas sendo Pedra Branca do Amapari;
- disponibilidade de 15 no Tucano I e 27 no - Construção de sistemas de
fontes de água naturais: Tucano II; captação, tratamento e distribuição
rios e igarapés; - Falta de local adequado de água nas agrovilas e distribuição
- Nº de famílias para disposição final de de hipoclorito no perímetro rural;
residentes; resíduos sólidos; - Conclusão do projeto de
- Formação de agrovilas: - Falta de educação construção de fossas séptica pela
Nova Divisão 15 famílias; ambiental; Prefeitura Municipal, nas
Tucano I 28 famílias; - Prática da pesca predatória, comunidade do Assentamento;
Tucano II 49 famílias: reduzindo a disponibilidade - Criação de sistemas de coleta e
- Hábito alimentar da de peixe no local; de destino final de resíduos sólidos;
população assentada: - Desmatamento e queimada - Promover educação ambiental aos
peixe e caça para preparo de área para assentados;
- Existência de lagoas plantio; - Viabilizar atividades alternativas:
naturais, propícias a - Extração predatória de cipó piscicultura, sistemas
piscicultura; titica (prática de avanço); agrossilvopastoris, apicultura, etc...
- Prática da agricultura - Caça predatória para fins - Promover ações de fiscalização
itinerante, com média de comerciais; ambiental por órgãos competentes (
exploração de 2 - Captura de quelônios IBAMA, SEMA, BATALHÃO
ha/ano/família; diversos e de ovos de tracajá AMBIENTAL, Prefeitura Municipal);
- Extrativismos; e camaleoa, para fins - Promover agricultura permanente
- Ocorrência natural de comerciais e de consumo. incluindo: mecanização agrícola;
cipó titica na região; - Extração predatória de correção e fertilização dos solos;
- Banco pesqueiro local: madeira nobre para fins emprego de insumos (sementes e
trairão, corupeté, comerciais dentro e fora do mudas); assistência técnica efetiva;
casacão, pirapucu, município. plantio de culturas de ciclo longo
piranha, aracu, pacu, - Falta de licenciamento segundo orientação das instituições
cará; ambiental do assentamento; de pesquisas do Estado;
-Potencial de animais - Suspensão, por força de lei, - Plantio em área de capoeira;
silvestres, propícios ao da extração de cipó na região. - Capacitação da mão-de-obra local
consumo humano: anta, em produção artesanal;
capivara, veado, catitú, - Construção de oficinas
cotia, paca, tatu, comunitárias de artesanatos;
queixada; - Elaboração e implantação de
- Disponibilidade de projeto de manejo florestal
quelônios apreciados na comunitário;
culinária local: tracajá, - Instalação de serrarias
perema, muçuã, comunitárias;
carombé (cascudo), - Instalação de movelarias
- Potencial madeireiro: comunitárias.
acapú, cedro, louro - Elaboração de estudos para
vermelho, louro cravo, licenciamento ambiental do
maçaranduba, sucupira, assentamento, em caráter de
urgência;

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Angelim, andiroba, ipê,
quaruba,

XVI – PARECER TÉCNICO:

“POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DO P. A. PERIMETRAL NORTE”.

O P. A. Perimetral Norte apresenta um potencial agroextrativista,


podendo também vir a ser estimulada a produção artesanal e o turismo rural e
ecológico.

16.1. Atividades Econômica Potenciais:


Entre as atividades potenciais a serem implementadas destacamos:

16.1.1. Extrativismo: necessita de investimentos na capacitação dos


produtores para otimização da exploração do potencial madeireiro, da caça e da
pesca, da extração de folhas de palmeiras (buçú, buriti, tucumã, mucajá, etc.), da
extração de sementes oleaginosas (andiroba, pracaxi, etc.), extração de cipós
(titica, cebolão, ambé, etc.), além da extração de fitoterápicos (copaíba, escada de
jabuti, jupindá, verônica, preciosa, leite de Amapá, etc.), bem como, extração de
látex, resinas e taninos.
A seguir detalharemos algumas atividades decorrentes do
extrativismo, e a melhor forma de serem trabalhadas.

1. Madeiras: para a extração racional de madeira sugerimos:


- Realização de inventário florestal do assentamento;
- Instalação de Projeto de Manejo Florestal Comunitário;
- Instalação de Projeto de Reflorestamento;
- Instalação de Serraria Comunitária;
- Instalação de movelaria comunitária;
- Instalação de um centro de produção de artefatos de madeira.

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- Capacitação de mão-de-obra para confecção de artesanatos e
artefatos de madeira.

2. Pesca: para evitar o esgotamento do banco pesqueiro local,


sugerimos:
- Projetos de Piscicultura, com a devida capacitação dos produtores;
- Fiscalização e legislação ambiental para o período de defeso.

3. Extração de Folhas de Palmeiras: as folhas de palmeiras são


bastante utilizadas na cobertura de residências e também na
confecção de artesanatos. Para a otimização da atividade
recomendamos:
- Extração Manejada;
- Capacitação da mão-de-obra local na produção de artesanatos

4. Extração de Sementes Oleaginosas: entre as atividades que


podem ser implementadas destacam-se:
- Criação de um Banco de Sementes;
- Instalação de uma indústria de óleos da floresta;
- Instalação de uma indústria de produção de sabão (medicinal;
comum)

5. Espécies Fitoterápicas: tendo como projetos prioritários:


- Extração Racional;
- Projetos de Cultivo de Plantas Medicinais.

6. Extração de Cipós: o assentamento possui cipó titica e cipó


cebolão, importantes para a produção artesanal. Entretanto, para
melhor aproveitamento da matéria-prima pela comunidade,
destacamos como projetos prioritários:
- Projeto de Extração Manejada;

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- Capacitação da mão-de-obra local na confecção de artesanatos;
- Construção de um centro comunitário de produção artesanal.

7. Extração de Látex, Resinas e Taninos:


O P. A. Perimetral Norte dispõe de importantes fontes de látex,
corantes, resinas e taninos. Para otimizá-los como atividades econômicas
potenciais necessitam:
- Mapeamento das espécies;
- Instalação de indústrias artesanais para o beneficiamento da
matéria-prima.

16.1.2. Agricultura:
O P. A. Perimetral Norte apresenta viabilidade para a agricultura desde
que inseridas inovações tecnológicas, assistência técnica consistente,
capacitação do produtor, abertura de novos mercados para a comercialização
dos produtos.
Entre as culturas viáveis, merecem destaques:

→ Mandioca:
Além do preparo de solo mecanizado, recomendamos a utilização de
materiais geneticamente melhorados, visando maior produtividade e melhor renda
ao produtor.
Entre os projetos estratégicos para a cultura da mandioca destacamos:

1. Mecanização agrícola;
2. Correção e fertilização de solos;
3. Introdução de materiais geneticamente melhorados para a indústria.
4. Instalação de agroindústrias comunitárias (artesanal e industrial).

→ Culturas Alimentares Anuais (milho – arroz – caupi):

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Pelos altos custos de produção que apresentam, sugerimos que tais
produtos sejam voltados apenas para a manutenção da família (autoconsumo).
A exploração deve ser consorciada com a mandioca, obedecendo as
recomendações da assistência técnica local.
→ Fruticultura Tropical: a fruticultura local encontra-se em estágio
inicial, necessitando de investimentos em capacitação dos produtores, assistência
técnica e linhas de financiamento. As culturas que apresentam melhor viabilidade
econômica são:
- Banana
- Cupuaçú
- Côco
- Pupunha para fruto
- Abacaxi
- Maracujá
- Mamão
- Ata
- Muruci
- Bacuri
- Goiaba

→ Hortaliças:
Levando-se em consideração a distância entre o local de produção e o
local de comercialização, destacaremos diferentes tipos de hortaliças que poderão
ser promissoras:

a) Hortaliças Frutos: pimentão, tomate, pepino, abóbora, maxixe,


quiabo, melão, melancia, cubiu;

b) Raízes: macaxeira, cenoura.

c) Tubérculos: beterraba, batata doce, cará, inhame, ariá,

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16.1.3. Pecuária:

Entre as atividades deste setor econômico, destacamos a criação de


pequenos animais, haja vista a limitação das áreas exploradas, a facilidade de
manejo e escoamento, bem como, a receptividade do mercado consumidor.
Entre os pequenos animais promissores para a exploração local,
destacamos:
- Suínos
- Peixe
- Abelhas
- Galinha Caipira para carne e para ovos
- Caprinos
- Ovinos

Vale destacar que para tornar essa atividade economicamente viável, é


necessário estruturar a propriedade, desenvolver alternativa de alimentação,
capacitar os produtores e assegurar serviços de assistência técnica rotineiro e
consistente às propriedades.

16.1.4. Artesanato:

O P. A. Perimetral Norte dispõe de matéria-prima (cipó titica, cebolão,


ambé) importantes para a produção artesanal, para tanto faz-se necessário
investimento em:
- Capacitação da mão-de-obra local;
- Construção de um centro de produção artesanal;

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- Instalação de projeto de manejo adequado à extração comunitária de
cipó.

16.1.5. Turismo:

É uma importante atividade com possibilidade de implementação,


necessitando de investimentos em infraestrutura turística.
Entre as atividades turísticas potenciais merecem destaque:

a) Turismo Rural: onde os principais atrativos são a convivência rural,


sossego e tranqüilidade local, paisagem bucólica e a atividade produtiva do
assentamento.

b) Turismo Ecológico: atividade que deve ser implementada no


Município, trazendo benefícios diretos para o assentamento, pelo fluxo de turistas
e o aumento de consumo de produtos locais. O Município possui como atrativos a
corredeira de Água Fria e o vistoso Rio Araguari, ótimo para a prática de pesca
esportiva e canoagem e ao longo do qual podem ser abertas trilhas ecológicas, e
também ser oportunizado a construção de hotéis de selva.

XVII – NECESSIDADES ESTRUTURAIS OPORTUNAS AO


DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO PERIMETRAL
NORTE:

17.1. Infraestrutura Básica de apoio a Produção:

Para fins de implementação de ações articuladas de desenvolvimento


do Projeto de Assentamento Perimetral Norte, faz-se necessário à viabilização de:

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1. Melhoria da qualidade da energia elétrica das comunidades locais,
com revisão da rede de alta e baixa tensão existente, bem como, com a instalação
de transformadores e pára-raios e a substituição dos postes de madeira;

2. Manutenção de transporte adequado para atender o escoamento da


produção e o deslocamento de pessoas e escolares;

3. Dispor e manter no assentamento, uma equipe de assistência técnica


com condições de trabalho;

4. Encontrar mecanismos para a liberação, em tempo hábil, de recursos


oriundos das linhas oficiais de crédito rural;

5. Aquisição de uma patrulha agrícola mecanizada;

6. Oportunizar a geração de pesquisa no assentamento e a difusão de


tais tecnologias;

7. Promover a instalação de agroindústrias comunitárias (casa de


farinha artesanal e mecanizada).

17.2. - Infraestrutura de Desenvolvimento Social:

1. Construção, adaptação, estruturação e funcionalidade de Centros de


Saúde nos Comunidades Tucano I, Tucano II, Nova Divisão, Riozinho e Sete
Ilhas;

2. Construção de creches;

3. Construção e ampliação de escolas de ensino pré-escolar, ensino


fundamental (1ª a 8ª série) e ensino médio;

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4. Viabilizar serviços de saneamento básico do tipo:
- Captação, tratamento e distribuição de água nas agrovilas e a
distribuição de hipoclorito para as demais residências;
- Viabilizar a construção de fossas sépticas nas residências ainda não
contempladas nas Comunidades Tucano I, Tucano II e Nova Divisão;
- Seleção de área para a disposição final de resíduos sólidos;
- Viabilizar um serviço de coleta comunitária de lixo.

17.3. Infraestrutura de Integração:

1. Asfaltamento da Rodovia 210 - Perimetral Norte;

2. Abertura e conservação de estradas e ramais;

3. Melhoria na Eletrificação Rural, através de:


3.1. Substituição dos postes de madeira por postes de concretos;
3.2. Instalar equipamentos de segurança na rede elétrica, tais como
transformadores e pára-raios;
3.3. Promover a manutenção periódica da rede elétrica local;

4. Garantia de segurança pública através de:


4.1. Construção e estruturação de postos policiais ao longo do P. A.
perimetral Norte;
4.2. Manter guarnição efetiva nos referidos postos;

5. Serviço Básico de Comunicação: possibilitar aos assentados acesso


a comunicação através da instalação de telefones públicos nas Comunidades
Tucano I, Tucano II e Nova Divisão;

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17.4. Infraestrutura de Proteção, Conservação e Recuperação
Ambiental:
 Providenciar o licenciamento ambiental do assentamento;
 Elaborar o EIA / RIMA dos lotes, individualmente;
 Instalar Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas;
 Implantação de Projetos de Manejo Florestal Comunitário;
 Viabilizar a fiscalização por órgãos ambientais competentes
(IBAMA, SEMA, BATALHÃO AMBIENTAL, SECRETARIA
MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE).

17.5. Serviço de Apoio Fundiário:

 Demarcação dos lotes;


 Documentação dos lotes;
 Crédito habitação;
 Crédito fomento;

17.6. Serviços de Assistência Social:

 Salário desemprego;
 Salário família;
 Salário maternidade;
 Aposentadoria rural;
 Bolsas: escola – família cidadã - alimentação, etc.

XVIII – GESTÃO:

A capacidade gerencial é um dos pontos de estrangulamentos nas


ações de desenvolvimento do P. A. Perimetral Norte.

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Convém destacar a importância da adoção de um modelo de gestão
compartilhada, envolvendo os trabalhadores rurais e suas famílias, bem como,
órgãos públicos, iniciativa privada e organizações não governamentais.
Neste contexto, sugerimos a formação de uma equipe interinstitucional
de gestão do Assentamento, bem como, um conselho de desenvolvimento que
supervisionará a execução das ações planejadas, até que o assentamento se
torne auto-suficiente ou até que se complete o tempo de sua emancipação.
XIX – PARCERIAS:

Em tempos de crise onde os recursos disponíveis são escassos, as


parcerias tornam-se necessárias e oportunas para a otimização dos recursos e
dos resultados. Nesse contexto, faz-se necessário à formalização de parcerias nas
diferentes esferas de poder, bem como, parcerias com ONG’s e a iniciativa
privada, destacando-se:

19.1. Parcerias Governamentais:

a) No âmbito municipal:
- Prefeitura Municipal de Pedra Branca do Amapari - PMPBA

b) No âmbito estadual:
- Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca, Floresta e do
Abastecimento – SEAF;
- Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá – RURAP;
- Agência de Pesca do Amapá - PESCAP;
- Agência de Defesa Agropecuária – DIAGRO;
- Agência/Gerência de Florestas do Amapá – FLORAP;
- Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA
- BATALHÃO AMBIENTAL;
- Secretaria de Estado de Infraestrutura - SEINF;
- Secretaria de Estado da Saúde - SESA;

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- Secretaria de Estado da Educação, Esporte, Desporte e Lazer -
SEED;
- Secretaria de Estado de Estradas e Transportes - SETRAP.

c) No âmbito federal:
Qualquer parceria com a esfera federal é indiscutivelmente ímpar ao
fortalecimento e viabilização das ações de desenvolvimento planejadas.
Neste contexto destacamos:
- Ministério do Meio Ambiente - MMA;
- Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA;
- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA;
- Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA;
- Delegacia Federal de Agricultura do Amapá – DFA/AP;
- SEBRAE
- SENAR
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA
- Demais Interessados.

19.2. Parcerias Não Governamentais:

a) No Âmbito da Iniciativa Privada:


Toda empresa que dispuser de recursos de qualquer natureza e que
tenha interesse em investir no setor produtivo e mais especificamente no P. A.
Perimetral Norte, será aceita como parceira, desde que atenda aos interesses das

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famílias assentadas e aos princípios de sustentabilidade social, econômica,
cultural e ambiental.

b) No Âmbito das Organizações Não Governamentais:


Todo e qualquer apoio em prol das famílias assentadas e do
desenvolvimento do P. A. Perimetral Norte, será bem vindo.

XX - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Entre os principais entraves de desenvolvimento do P. A. Perimetral


Norte, destacamos:
01. O baixo nível tecnológico dos produtores;
02. A falta de infraestrutura de apoio a produção, escoamento,
armazenamento e comercialização;
03. A falta de estruturação do assentamento (construção de
agrovilas), antes da chegada das famílias.
04. A falta de recursos financeiros anuais destinados a
manutenção das atividades produtivas, até a emancipação do assentamento;
05. A Falta de elaboração do PDA, no ato da criação do
assentamento, para fins de otimizar as possibilidades reais existentes;
06. A falta de licenciamento ambiental, o que vem prejudicando
o acesso ao crédito rural;
07. Falta de critérios na seleção de áreas para fins de
assentamento de reforma agrária, bem como, na seleção do público beneficiário;
08. Falta de meios de transportes voltados ao escoamento da
produção e ao deslocamento de pessoas, escolares, doentes, etc.
09. Falta de assistência técnica consistente e efetiva aos
assentados;

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10. Restrições de acesso às linhas de crédito rural oficiais;
11. Falta de envolvimento e / ou ausência dos municípios,
estado e união, nas ações de desenvolvimento social e econômico, com
sustentabilidade ambiental dos assentados.
12. Falta de uma equipe de gestão do assentamento, até a sua
emancipação;
13. Limitado acesso dos assentados a programas de inclusão
social mantidos pelo governo: bolsas, pensões, aposentadorias, salário
desemprego, auxílio maternidade, etc.

XXI – CONCLUSÃO:

Não existe desenvolvimento sem investimentos na formação de pessoas


cidadãs, conhecedoras de seus direitos e deveres, e com qualificação adequada
ao bom desempenho de suas atividades profissionais.
O Campo urge por melhorias sociais capazes de promover o bem estar das
famílias e sua permanência no meio produtivo.
Destacamos a importância do campo para manter as cidades, através dos
alimentos que produz e dos empregos que são gerados. Nesse contexto, o
desprendimento de esforços por parte dos governos municipal, estadual e federal,
faz-se necessária para criar condições de desenvolvimento do Assentamento
Perimetral Norte, o que fortalecerá a economia local através desempenho das
propriedades rurais, oportunizando a geração de emprego e renda.
Equidade social para a cidade e o campo é o caminho a trilhar na busca do
desenvolvimento local em bases sustentáveis.

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XXII – EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA:

NOME CARGO/FUNÇÃO INSTITUIÇÃO

Ismael Fortunato Cantanhede Braga Engº Agrônomo RURAP

José Alves de Lima Neto Engº Agrônomo RURAP

Antônio Francisco de Araújo Almeida Engº Agrônomo RURAP

Vanderlei Santana Amanajás Engº Agrônomo RURAP

Rui Rodrigues Albuquerque Engº Agrônomo RURAP

Maria do Socorro Braga de Carvalho Engª Agrônoma RURAP

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ANEXOS

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ANEXO I

LISTA DE FREQUÊNCIA DOS PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

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ANEXO II

TERMO DE APROVAÇÃO DO PDA

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