Lição 16

O Reino de Deus
e a Missão
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O livro de Atos narra a continuação da obra do nosso Senhor e Salvador Jesus

Cristo, agora, por meio dos seus discípulos e discípulas. O Espírito Santo é o guia
nessa nova etapa, concedendo poder e autoridade aos seus servos e servas para o
cumprimento da missão que tinham pela frente. Compreender o anúncio do Reino
como missão da Igreja é nosso desafio; é preciso crer que na base da nossa fé está
o nosso chamado de ir e fazer discípulos e discípulas.

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 Fundamento bíblico
Após a ressurreição, Jesus foi ao en-
contro dos seus discípulos e discípulas
e continuou a ensinar-lhes sobre o rei-
no de Deus (v.3). O anúncio do reino de
Deus era o alicerce do seu ensino. Um
reino que tem como fundamento a gra-
ça e a verdade que vieram por meio de
Jesus Cristo (João 1.17- 18); um reino
que não é comida e nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo
(Romanos 14.17).
Certa ocasião alguns fariseus inter-
rogaram Jesus acerca do seu reino, so-
bre quando seria o seu aparecimento; a
resposta do Mestre enfatizou que não
seria de forma humana, política ou na-
cionalista: “...não vem o reino de Deus
com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo
aqui! Ou: lá está! Porque o reino de Deus
está dentro de vós” (Lucas 17.20-21).
Após a ressurreição do Mestre, os
apóstolos continuavam esperando esse
mesmo reino terreno e político, por isso
lhe perguntaram quando se daria a res-
tauração de Israel (Atos 1.6). Apesar da
falta de compreensão dos seus apóstolos
em relação ao reino de Deus, Jesus lhes
informa que saber sobre “tempos ou épo-
cas” não era competência deles (v.7), mas
lhes apresenta o que de fato lhes com-
petia: a missão de ser suas testemunhas
mediante o poder do Espírito Santo (v.8).
Jesus estava desafiando quem a Ele
seguia a dar prosseguimento à mesma
pregação que o havia condenado à morte
e para que, dali por diante, seus discípulos
e discípulas abraçassem essa missão de
anunciar o reino de Deus, preparado des-
de a fundação do mundo (Mateus 25.34).
Palavra que ilumina a
vida
Atos 1.8 relata que os discípulos e discí-
pulas receberiam poder ao descer sobre
eles o Espírito Santo. A prova de que isso
de fato aconteceu é que aceitaram o de-
safio, deixando de olhar para as alturas
(1.11). Voltaram logo para Jerusalém,
onde, dias depois, com a experiência do
Pentecostes, venceram o medo e saí-
ram às ruas, deixando o cenáculo onde
até então se reuniam. (vv.12-14).
O chamado para o cumprimento da
missão, feito aos primeiros discípulos e
discípulas, é o chamado de toda a Igreja.
Anteriormente, o Senhor Jesus já havia
ordenado: “... Ide por todo o mundo e pre-
gai o evangelho a toda criatura” (Marcos
16.15). É disso que precisamos: a exem-
plo da atitude dos apóstolos, é necessá-
rio reconhecer que não podemos cultuar
a Deus somente dentro do espaço igreja,
mas é preciso sair e ir para junto do povo.
Não existe igreja longe do povo!
Assim, dar lugar para o Espírito Santo
significa receber dele a capacitação para
ser testemunha de Jesus Cristo e do seu
Reino em Jerusalém, Judéia, Samaria e
nos confins da terra.
A Igreja Primitiva assumiu plenamen-
te o esquema geográfico da expansão
RAÍZES DA NOSSA FÉ 111
missionária proposto por Jesus. Iniciado
em Jerusalém, foi, aos poucos, avançan-
do em direção aos alvos definidos.
1. Jerusalém: nossa Jerusalém poder
ser considerada como o primeiro limite
missionário em que está inserida nossa
igreja local. É o nosso bairro ou vila, onde
moramos ou trabalhamos. É aquele lugar
onde as pessoas nos conhecem muito
bem e podem conferir, pela convivência,
qual o efeito prático do Evangelho em
nossa vida. Se somos pessoas honestas
e justas em nossos negócios, verdadeiras
no falar e se concretamente demonstra-
mos amor às pessoas. O povo da nossa
vizinhança precisa sentir o amor e usu-
fruir do serviço que o Espírito Santo nos
impulsiona a realizar.
2. Judéia: no passado, a Judéia era
a região que cobria a tribo de Judá da
qual fazia parte Jerusalém. Era o pri-
meiro limite geográfico de quem saía de
Jerusalém. Isso desperta a atenção para
o fato de que a Missão não se esgota nos
trabalhos e desafios do nosso bairro ou
cidade. Existem desafios que podemos
assumir em conjunto com outras igrejas
locais numa afirmação concreta de que
somos uma igreja conexional. Podemos
fazer isso apoiando o trabalho de uma
instituição de outra igreja, colaboran-
do no sustento de um missionário ou
missionária regional, contribuindo com
o trabalho de um ponto missionário,
mesmo que não seja de “nossa” igreja
local. Para atender os desafios de toda a
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“Judéia” são necessárias a colaboração e
a integração entre as igrejas locais.
3. Samaria: Samaria, como Galiléia,
apresentava um limite além de Judá.
Ainda que os povos judeu e samaritano
vivessem afastados, tanto pela distância
como pela discriminação e preconceitos
de ambos, Samaria estava em território
de Israel e era alvo do amor do Senhor.
Assim podemos entender a “nossa
Samaria”, como lugares distantes pela
geografia ou por culturas diferentes, re-
giões ou grupos que ficam à margem da
sociedade seja por preconceito ou por
outras razões. Podemos não ir até eles,
mas é possível pesquisar e conhecer
um pouco mais sobre quão longe nos-
sos missionários e missionárias têm ido
anunciar o Reino de Deus, por exemplo,
em missões transculturais ou em frentes
missionárias diferenciadas. Como igreja
local, podemos acompanhar o trabalho
destes obreiros e obreiras, conhecê-los e
reunir recursos para atender às necessi-
dades. Isso é participar da missão.
4. Os confins da terra: esta dimen-
são significou para a Igreja Primitiva a
chegada do Evangelho à Síria, Galácia,
Grécia e Roma. Esse avanço representa
as missões internacionais. Um mover
do Espírito que empurrava a Igreja para
novas fronteiras, assim como continua a
fazer em nossos dias.
O mover do Espírito na Igreja de Atos
nos desafia a abraçar a missão de Deus.
Se, como igreja local, não estivermos dis-
poníveis e com zelo missionário, pode-
remos nos tornar uma velha instituição
religiosa que contempla a história da sal-
vação, sem dela participar efetivamente.
O envolvimento na ação missionária
se dá também pelo apoio a quem está
no campo, através das orações, inves-
timento financeiro e encorajamento por
mensagens e visitas quando é possível.
Cada um(a) de nós precisa também estar
sensível à voz do Espírito Santo que nos
envia a ser luz do mundo, seja na nossa
vizinhança ou nos confins da terra.
Conclusão
O Espírito de Deus continua cha-
mando e capacitando homens e mulhe-
res para o cumprimento de sua missão.
Precisamos nos engajar nessa obra,
participando com alegria do privilégio
de servir a Deus. O anúncio do Reino de
Anotações
Deus é missão da Igreja. É nossa prin-
cipal função como discípulos e discípu-
las de Cristo. Precisamos sempre nos
lembrar que na base da nossa fé está a
certeza do comissionamento feito por
Jesus a todo povo crente: fazer discípu-
los e discípulas de todas as nações.
Para conversar
Quais são os diferentes meios que
temos para realizar a missão? Como po-
demos usá-los em nossa Igreja local?
Leia durante a semana:
Domingo: Atos 1.6-8
Segunda-feira: Marcos 16.14-18
Terça-feira: João 1.17-18
Quarta-feira: Romanos 14.17
Quinta-feira: Atos 1.12-14
Sexta-feira: Romanos 1.8-17
Sábado: João 15.16
RAÍZES DA NOSSA FÉ 113