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Juliana Casali
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X SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS
Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013- ISSN 2238-0191
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RESUMO
A utilização de argamassa estabilizada tem aumentado no Brasil nos últimos anos, pois
proporciona uma maior produtividade e racionalidade nas obras. Essa argamassa se mantém
trabalhável por até 72 horas. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar propriedades no estado
fresco e endurecido de argamassas estabilizadas dosadas em central ao longo do tempo e
verificar qual a influência da sucção do substrato. As propriedades determinadas foram: índice
de consistência, densidade de massa, teor de ar incorporado, retenção de água, tempo de início
de pega, parâmetros reológicos (ensaio Squeeze-Flow), resistência à compressão, resistência à
tração por flexão e resistência de aderência. Os resultados obtidos demonstram uma redução
do índice de consistência e comportamentos reológicos distintos ao longo do tempo, além da
influencia do substrato nesta avaliação. Notou-se também que os resultados de resistência de
aderência à tração apresentaram valores próximos aos limites mínimos exigidos para rebocos
internos (0,20 MPa).
ABSTRACT
The use of ready mix mortar has been increasing in Brazil in recent years cause
enhances productivity and rationalization in construction. The ready mix mortar remains
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Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013- ISSN 2238-0191
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workable for a period up to 72 hours. The aim of this study is to evaluated fresh and hardened
state properties of mortars during the time of use also considering the influence of substrate
suction. The properties determined were: consistency, specific gravity, entrained-air content,
water retention, setting time, rheological parameters (Squeeze-Flow test method), flexural and
compressive strength and bond strength. The results show loss of consistency, different
rheological behaviors over time of use and also with the influence of substrate suction. Over all,
it was possible to notice the values of bond strength were compatible to the minimum limits
required for internal coating mortar (0,20 MPa).
1. INTRODUÇÃO
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades no estado fresco
e endurecido de argamassas estabilizadas dosadas em central e verificar a influência da sucção
do substrato nessas propriedades. Também se verificou a influência do tempo de utilização (no
mesmo dia: 0, 15, 30 e 60 minutos) e de armazenamento (diferentes dias: dia 1 e dia 2) nas
propriedades das argamassas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foram estudadas duas amostras por lote e em cada amostra foram realizados ensaios
de granulometria (NBR NM 248:2009) (5) e de massa específica (NBR NM 52:2009) (6) do
agregado utilizado em sua confecção. Este agregado foi caracterizado a partir do material
resultante da lavagem da argamassa no seu estado fresco – desconsiderando o material
passante na peneira de 0,075 mm.
(a) (b)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1 - Caracterização dos agregados obtidos das amostras de argamassa no estado fresco.
PORCENTAGEM RETIDA ACUMULADA (%)
PENEIRA (mm) LOTE 1 LOTE 2 LOTE 3
4,80 0,0 0,0 0,0
2,40 0,5 0,6 0,5
1,2 2,6 1,8 2,2
0,60 16,4 9,4 12,9
0,30 47,2 41,3 44,3
0,15 85,0 60,2 72,6
Fundo 100,0 100,0 100,0
Módulo de finura 1,52 1,13 1,32
Massa específica (g/cm³) 2,65 2,66 2,67
Observa-se na Tabela 1 uma homogeneidade nas características dos lotes, uma vez
que os agregados apresentam distribuição granulométrica e densidades semelhantes.
Figura 3 - Curva de retenção de água: (a) primeiro dia e (b) segundo dia de armazenamento.
100% 100%
95% 95%
Retenção de água (%)
Retenção de água (%)
90% 90%
85% 85%
80% 80%
75% 75%
70% 70%
0 5 10 15 0 5 10 15
Tempo (minutos) Tempo (minutos)
(a) (b)
140
120
100
80
60
40
20
0
Lote 1 Lote 2 Lote 3
Penetrômetro Calorimetria
Com relação aos ensaios de tempo de início de pega, observa-se na Figura 6 que para
ambos os métodos foram obtidos valores superiores ao tempo de utilização da argamassa
informado pelo fabricante (48 horas). Em relação aos métodos, houve uma pequena diferença
entre os valores obtidos. Este comportamento foi diferente do obtidos por Campos (12) que
verificou valores de tempo de início de pega pelo penetrômetro inferiores aqueles obtidos pelo
calorímetro.
Figura 5 - Ensaio Squeeze-Flow no Lote 1: (a) primeiro dia – sem sucção, (b) primeiro dia – com
sucção, (c) segundo dia – sem sucção e (d) segundo dia – com sucção.
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2000 2000
1500 1500
Carga (N)
Carga (N)
1000 1000
500 500
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
1500 1500
Carga (N)
Carga (N)
1000 1000
500 500
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Figura 6 - Ensaio Squeeze-Flow no Lote 2: (a) primeiro dia – sem sucção, (b) primeiro dia – com
sucção, (c) segundo dia – sem sucção e (d) segundo dia – com sucção.
2000 2000
1500 1500
Carga (N)
Carga (N)
1000 1000
500 500
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
1500 1500
Carga (N)
Carga (N)
1000 1000
500 500
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Figura 7 - Ensaio Squeeze-Flow no Lote 3: (a) primeiro dia – sem sucção, (b) primeiro dia – com
sucção, (c) segundo dia – sem sucção e (d) segundo dia – com sucção.
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2000 2000
1500 1500
Carga (N)
Carga (N)
1000 1000
500 500
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
1500 1500
Carga (N)
Carga (N)
1000 1000
500 500
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Para comparar os três lotes estudados foram analisados os valores de cargas obtidas
para um mesmo deslocamento de 6mm – apresentados na Tabela 4.
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Lote 1 Lote 2 Lote 3
Dia 1 Dia 2
Nota-se na Figura 9 que somente para o lote 1 houve uma diferença nos valores de
resistência de aderência à tração em relação ao tempo de armazenagem (1 e 2 dias). Contudo,
para os demais lotes não foi verificado essa diferença, uma vez que os resultados foram
semelhantes em relação ao tempo de armazenamento. Observou-se também que 97% das
rupturas ocorreram na argamassa de revestimento. Os valores obtidos foram muito próximos
aos do limite mínimo exigidos pela norma NBR 13749:1996 (17) de 0,20 MPa para revestimentos
internos com acabamento em pintura ou base para reboco. Cabe ressaltar que não foi utilizado
o método de aplicação da argamassa conforme NBR 15258:2005 (14), o que poderia afetar os
resultados obtidos.
4. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos das propriedades no estado fresco, verificou-se uma
influência tanto do tempo de utilização (tempo de aplicação no mesmo dia) quanto do tempo
de armazenagem (do primeiro para o segundo dia). Durante a caracterização reológica das
argamassas, foi possível observar a influência do tempo de utilização e do tempo de
armazenamento. Além disso, também houve uma influência da base porosa (bloco de
concreto). Em média o teor de ar incorporado das argamassas foi de 12,5%. Os tempos de início
de pega para as argamassas variaram entre 95 e 141 horas e os valores médios de retenção de
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água foram de 82%. Assim, apesar de ser possível utilizar a argamassa por até 48 horas, a
trabalhabilidade é prejudicada ao longo desse tempo.
5. REFERÊNCIAS
1. PANARESE, W.C.; KOSMATKA, S.H.; RANDALL, F.A. Concrete Mansory Handbook for
architects, Engineers, Builders. Portland Cement Association, 5a ed. Estados Unidos da
América, 1991. 219 p.2.
2. GRUPO HOBI. Sistema Mormix: Argamassa Estabilizada. Disponível em:
<http://grupohobi.com.br/pdf/mormix.pdf>. Acesso em: 06 março /2010.
3. CARASEK, H. Argamassas Cap. 26. In: ISAIA, G.C. Materiais de Construção Civil e Princípios de
Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo: IBRACON, 2010.
4. MANN NETO, A.; ANDRADE, D.C.; SOTO, N.T.A. Avaliação das propriedades do estado fresco
e endurecido da argamassa estabilizada para revestimento. IX SBTA. Belo Horizonte, 2011
5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248: Agregados – Determinação
da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.
6. ______. NBR NM 52: Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa
específica aparente. Rio de Janeiro, 2009.
7. ______. NBR 13276: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Preparo da mistura e determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro, 2005.
8. ______. NBR 13278: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado. Rio de Janeiro, 2005.
9. SCHANKOSKI, R. A.; GRAEFF, E. R.; COSTA, F. O. (2); PRUDÊNCIO, L. R. J. Comparação entre
diferentes métodos de determinação do teor de ar incorporado em argamassas. Anais do
54º Congresso Brasileiro de Concreto – IBRACON. Maceió, Alagoas. 2012
10. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13277: Argamassa para
assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da retenção de água. Rio
de Janeiro, 2005.
11. ______. NBR NM 9: Concreto e argamassa - Determinação dos tempos de pega por meio de
resistência à penetração. Rio de Janeiro, 2003.
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12. CAMPOS, G. M. Estudo do tempo de início de pega de argamassas com aditivo
estabilizador de hidratação. 2012. 116 f. Monografia (Especialização em Patologia das
Construções) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2012.
13. ______. NBR 13279: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos –
Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão. Rio de Janeiro, 2005.
14. ______. NBR 15258: Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinação da
resistência potencial de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2005.
15. ANTUNES, R. P. N. Influência da reologia e da energia de impacto na resistência de
aderência de revestimento de argamassas. São Paulo, 2005. Tese apresentada à Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.
16. ______. NBR 13281: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos -
Requisitos. Rio de Janeiro, 2005.
17. ______. NBR 13749: Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas -
Especificação. Rio de Janeiro, 1996.