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Faculdade Messiânica

Curso de Teologia
Disciplina: Introdução a Teologia
Aluno: Enoch Nogueira da Costa

RESENHA

A COMPREENSÃO DE LIBERDADE NA OBRA O LIVRE-


ARBÍTRIO DE SANTO AGOSTINHO

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A COMPREENSÃO DE LIBERDADE NA OBRA O LIVRE-ARBÍTRIO
DE SANTO AGOSTINHO

O Livre-Arbítrio é uma obra prima da literatura e do pensamento europeu


escrita por Santo Agostinhoi, após a sua conversão ao Cristianismo e ter adotado
esse mesmo como doutrina.

A obraii O Livre-Arbítrio foi escrita sob forma de diálogo, que se dá entre


Agostinho e seu amigo Evódio, e trata sobre a vontade livre do homem e a origem
do mal1. Além disso, Agostinho comenta outros temas, essencialmente, o livre-
arbítrio2 é um bem concedido por Deus e a liberdade está em agir bem para aceitar o
Bem.

O Livre-Arbítrio de Santo Agostinho é dividido em três livros, que são


intitulados: O pecado provém do Livre-Arbítrio; a prova da existência de Deus que é
fonte de todo o bem. Deus não é o autor do mal, mas do Livre-Arbítrio que é um
bem; e louvor a Deus pela ordem universal, da qual o Livre-Arbítrio é um elemento
positivo, ainda que sujeito ao pecado.

Santo Agostinho, define o Livre Arbítrio como uma criação do Divino, que o
bem e o mal está relacionada com as escolhas feitas pelos homens dentro do livre
arbítrio lhe outorgado por Deus. No conceito de bem e mal, Santo Agostinho, define
que o mal não foi feito por Deus, mas que este vem do livre Arbítrio do homem.

Comparando essa afirmação de Santo agostinho, com aos ensinamentos do


Mestre Meishu Sama (Mokiti Okada) fundador da Igreja Messiânica Mundial, verifica-
se um antagonismo do ponto de vista em relação ao mal. Meishu Sama, afirma em
seus ensinamentos que o bem e o mal são relativos, que o bem quanto ao mal
foram criados por Deus e estão sobre seu governo. “dentro de cada ser humano, a
todo momento, travasse uma batalha entre o bem e o mal. É a luta para subjulgar

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os desejos mundanos, conforme a interpretação budista...”, comparando esse
ensinamento com as afirmações de Santo agostinho conclui-se que o conflito entre o
bem e o mal, está relacionado com o Livre arbítrio.

Santo Agostinho afirma que a causa do mal deve ser procurada no próprio
homem. Já Meishu Sama, afirmar que existe uma luta entre o bem e o mal no
interior de cada ser humano. Quando o bem vence essa luta gera felicidade, quando
o mal vence gera pecados e infelicidade. Neste ponto de vista e referindo ao livre
Arbítrio, tudo está relacionada a vontade do homem. A vontade tem soberania de si
mesma, entretanto o ato mau poder ser atribuído a ela, sendo a boa vontade que faz
o ser humano viver com retidão e honestidade, estimulando a alcançar o cume da
sabedoria.

A boa vontade envolve a vivência das virtudes. E é essa o hábito do bem, isto
é, a disposição estável para agir bem, o que toca a vontade do agente corporal. As
quatro virtudes3 são: prudência, fortaleza, temperança e justiça.

No segundo livro Agostinho cita “Porém, se é por esta liberdade de juízo que
o homem peca e sendo o pecado um mal, ter-se-ia dois problemas fundamentais: o
primeiro, se realmente esse que realmente esse que Agostinho aqui atesta como
sendo um bem de fato o é; o segundo, se é por ter essa capacidade de livre
arbitrariedade que o homem peca, como pode essa capacidade ter sido dada por
Deus, já que esse é fonte exclusiva de todo o bem e não do mal?”

Meishu Sama, fundador da Igreja Messiânica Mundial, afirmar em seus


ensinamentos “ Que o homem ocupa o ponto médio entre o bem e o mal, quando ele
se eleva torna se Divino, quando se corrompe equipara-se ao animal”, dentro deste
contesto e comparando ao que Santo Agostinho escreveu, tudo está relacionado ao
Livre Arbítrio, e vontade do homem em escolher o caminho.

A fim de constatar a veracidade da existência de Deus, Agostinho busca crer


para entender e entender para crer, ou seja, busca o complemento entre fé e razão
para dar conta da veracidade: "se crer não fosse uma coisa e compreender outra, e
se não devêssemos, primeiramente, crer nas sublimes e divinas verdades que

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desejamos compreender, seria em vão que o profeta teria dito: ‘Se não o credes não
entendereis" (Is 7,9). 4

Portanto, Agostinho prova a existência de Deus afirmando três realidades:


existir, viver e entender. Dessas três, a mais excelente é a última 5. Assim, Agostinho
expressa: “E admitimos, igualmente, que a melhor das três é a que só o homem
possui, juntamente com as duas outras, isto é, a inteligência, que supõem nela o
existir e o viver”. 6

Zhu xi, sábio chinês, afirma que a dúvida é o princípio da fé, (Meishu Sama)
baseado nas afirmações de Santo Agostinho, crer para entender, entender pra crer,
é preciso que antes de crer venha a dúvida e a incerteza, a busca dentro da razão
pela veracidade dos fatos e que se acredita ser verdade.

Para Agostinho a liberdade consiste em optar por fazer o bem, ou melhor,


quando se faz bom uso da vontade se chega à Verdade que é Deus. Só assim o
homem será verdadeiramente livre. Destarte, todas as coisas são bens, já que Deus
é criador de todas as coisas e Ele sendo justo e bom só poderia ter criado coisas
boas. Porém, existem bens que são inferiores e bens que são superiores. O livre-
arbítrio é um bem médio através do qual se pode optar pelos bens inferiores e,
nesse caso, fazer o mal, por se afastar do sumo bem que é Deus, ou optar pelos
bens superiores para se chegar à Verdade.

Concordo plenamente com essa afirmação, haja vista que a liberdade está
dentro do Livre Arbítrio. Optar por fazer o bem ou o mau, faz parte da liberdade do
homem, que a utiliza de acordo com a sua vontade.

O artigo aborda pensamento de Santo Agostino de forma organizada sobre o


livre Arbítrio, como uma dádiva de Deus, para que o homem possa utilizá-lo dentro
de sua razão e vontade. Escolhendo o bem, que está baseado na fé, o homem está
de acordo com as leis divinas e livre do pecado. A liberdade é a expressão dessa
vontade, sendo o homem livre para escolher entre a virtude e o pecado.

A liberdade descrita por Agostinho, está diretamente ligada a fé em Deus,


sendo a verdadeira liberdade aquela que provém da graça de Deus e que a vontade
de agir do ser humano está voltada para o Sagrado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes,


2000.

AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Os


Pensadores).

O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995. (Os Pensadores).

O Livre Arbítrio. 2. ed. Braga faculdade de filosofia, 1990.

O livre Arbítrio. Tradução Nair de Assis Oliveira. São Paulo. Paulus, 1995.

BÍBLIA. Português. A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.

COSTA, Marcos Roberto Nunes. Conseqüências da problemática relação entre o


livre-arbítrio Humano e a Providência Divina na solução Agostiniana do Mal. In:
Studium, Recife: v.6, Nº 12, p. 43-54, Dezembro/2003.

HAHN, José Carlos. A divergência entre Agostinho e os maniqueus acerca do


problema do mal na obra O livre arbítrio. Santa Maria, 2007. 65 p. Trabalho de
conclusão de curso (Licenciatura Plena em Filosofia)-Faculdade Palotina.
Orientação Prof. Rogério Baptistella.

LORENZO, Alvarez et al. Lexicon – Dicionário Teológico Enciclopédico. São Paulo:


Loyola, 2003.

MACEDO, Welligton Carvalho. O Livre-Arbítrio como um bem e proveniente de


Deus de acordo com o livro II da obra o livre- Arbítrio de Santo Agostinho. N. 1.
V.1.Ano.2007 In: Frontistés, Site: http://www.fapas.edu.br/frontistes/index.php?
page=0. Acesso em 24 de outubro de 2008.

MARTINS FILHO, Ives Granda da Silva. Manual esquemático de história da


filosofia. 2.ed. São Paulo: LTr, 2000.
5
SCAPIN, Eloi Piovesan. O conceito de liberdade humana em O Livre Arbítrio de
Santo Agostinho. Santa Maria, 2007. Trabalho de conclusão de Curso (Licenciatura
Plena em Filosofia)-Faculdade Palotina (FAPAS). Orientação Prof. Fernando Weber
Finger.

Meishu-sama, 1882-1955 Ensinamentos de Meishu-Sama, Alicerce do


Paraíso volume 3 – ensinamento: Vença o Próprio Mal, pág. 20

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