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Curso: Fundamentos da adoração
Autor Dan Wilt
Tradução
Paulo José Lira
Todos os direitos reservados.
Revisão © 2016 Vineyard Music Brasil
Beth Garcia Proibida a reprodução sem permissão.
Diagramação Todas as referências bíblicas tiradas da NVI
Tânia Alves (Nova Versão Internacional) e da Bíblia “A
Mensagem” (Eugene Peterson)
Projeto Gráfico
Bianca Miraglia www. vineyardbrasil.com.br
05 Apresentação do Curso
09 Introdução: Por que a história da adoração é importante?
11 Sessão 1: Expressões de adoração do tempo e espaço
19 Sessão 2: Expressões de adoração da oração e leitura das escrituras
25 Sessão 3: Expressões de adoração do batismo e eucaristia
32 Sessão 4: Expressões de adoração da arte e música
40 Conclusão: Bebendo da fonte do louvor
APRESENTAÇãO DO CURSO
Estamos felizes por você ter escolhido esse curso. Nossa oração é que nos vídeos, nestas páginas
e nas conversas que surgirem a cada semana em seus estudos, sua visão e habilidades no
ministério de louvor sejam expandidas, inspiradas e renovadas.
Acima de tudo, lembramos que, mais do que treinamento, o objetivo do curso é dar ferramentas
que irão provocar reflexão, iniciar discussões e semear idéias que mudarão vidas no ministério de
louvor do seu convívio.
A história do curso
Este curso foi criado por mim, Dan Wilt, que após 25 anos de liderança de louvor, sabia que
existiam idéias fundamentais sobre o louvor que eu precisava que cada membro da minha equipe
entendesse.
Durante esses 25 anos servi como pastor de louvor, regente e pastor sênior, compositor, cantor
(Vineyard Worship), e professor – tudo isso enquanto liderava o louvor na minha igreja local. Tinha
chegado a hora de registrar toda esta experiência.
Selecionando idéias de amigos e líderes de louvor respeitados, criei então um curso enriquecedor
com o fim de alcançar líderes de louvor em âmbito global. Depois de fundar o www.worshitraining.
com.br, e ver que algumas das idéias eram ainda um pouco avançadas para quem estava iniciando
no ministério, o curso foi então refeito, resultando no que você tem em mãos agora.
Este curso é uma ferramenta comprovadamente eficaz no treinamento de líderes de jovens, líderes
de grupos pequenos, líderes de louvor, músicos, técnicos, líderes de artes e pastores – qualquer
um que queira aprofundar-se nos princípios da adoração.
Licenciado para - Gilberto Soares Ferreira - 21681183889 - Protegido por Eduzz.com 5
Fundamentos da Adoração
A lista abaixo identifica quais os módulos mais adequados para cada membro de sua equipe de
louvor.
Embora todos aprendam algo em todos os módulos, alguns são especialmente planejados para
grupos específicos dentro da equipe, como por exemplo: compositores, músicos, técnicos, líderes
de artes na adoração e supervisores. Pastores também poderão se beneficiar dos conceitos de
adoração contidos nos módulos dos valores, teologia e história.
Isto engaja tanto a parte de audição quanto a de leitura dos nossos cérebros e fortalece a
retenção como também estimula novos pensamentos sobre o assunto. O breve vídeo vem
após o programa e revê algumas das idéias, adicionando também um pouco de histórias
e sons.
Negritar estas palavras e frases pode ajudar em muito os seus líderes e equipes a discutir idéias
sobre louvor por muito tempo. Ao lembrar-se de palavras e frases, o resto poderá voltar mais
facilmente à sua memória.
Não importa de que modo escolha crescer conosco, confiamos que o curso Fundamentos da
Adoração irá encorajá-lo, inspirá-lo e renová-lo em sua compreensão da adoração e sua liderança
no século 21.
Dan Wilt
Introdução
Por que a história da adoração é importante?
O gramado se dobrava suavemente debaixo de nossos pés à medida que andávamos pelas
ruínas. Éramos a turma de alunos de Mestrado, peregrinos se preferir, em uma jornada física
mas com um destino espiritual. Ao estudar as raízes da fé Cristã fomos levados a esse anfiteatro
antigo, agora um monte de pedras grandes empilhadas pelo campo. Cercado por um monte de
assentos de pedras esfareladas aonde se sentaram grandes massas de pessoas que um dia
gritaram e torceram nos jogos, alguns milênios de anos antes de nós, ali andamos por onde
gladiadores, cavalos, serviçais… e mártires uma vez andaram.
Chegando a um local especifico no chão, nosso guia disse de forma solene: “Aonde vocês estão
pisando agora”, ele disse, “seria aproximadamente aonde mártires teriam dado suas vidas diante
de multidões de torcedores”. Eu olhei abaixo dos meus pés e uma mistura de vergonha, orgulho
e temor invadiram meu corpo como uma onda de emoção repentina.
Agora, meus olhos começaram a focar através do poço de lágrimas. Ali, aninhado em volta
de meus calçados e saltando pelo gramado em volta de todas as pedras enormes haviam
papoulas - papoulas brilhantes, vermelhas, centenas delas. À medida que grandes arquiteturas
da humanidade decaíam e ali sucumbiram, a natureza dominava mais uma vez, e as papoulas
vermelhas e brilhantes como que anunciavam a história de um tempo que se passara e um
que havia de vir. O sangue dos mártires que inundaram este solo milênios de anos antes de
nós estavam agora falando conosco - nos chamando para a adoração, para nos agarrarmos a
Jesus com tudo que tínhamos, para nos dedicarmos mais uma vez a seguir nosso Senhor ao
desconhecido - reconhecer a existência de uma só Soberania no universo e desafiar os falsos
deuses de nossa era.
Nós vamos explorar algumas das idéias fundamentais na história da adoração Cristã, especialmente
as relacionadas com como os Cristãos pelos últimos 2000 anos têm usado as linguagens de
tempo (feriados, reuniões,e cultos), espaço (arquitetura e meio ambiente), orações em público,
leituras públicas das Escrituras, batismo, a Eucaristia, rituais de passagem (aniversários,
casamentos, confirmações, e funerais), arte e música para facilitar ainda mais os atos de adoração
contemporânea e missão na Igreja.
Nas igrejas litúrgicas, as expressões são ainda diferentes (pelo menos na ênfase), ilustrando
muito mais as formas históricas que a Igreja tem adorado.
Neste módulo, veremos várias “expressões de adoração” que correram através da história de
adoração da Igreja.
Nós olharemos apenas algumas áreas que esperançosamente irão inspirar um novo conhecimento
sobre como você e sua comunidade poderão minar as riquezas da adoração do passado para a
adoração de hoje.
Eu estou ansioso em fazer parte desta jornada com você. Bem-vindo ao Fundamentos da História
da Adoração.
Dan Wilt
Sessão 1
Expressões de Adoração dO Tempo E Espaço
Os Cristãos têm usado as expressões de adoração de tempo e espaço para auxiliar a manter
seus desejos focados em Jesus e Seu Reino. “Tempo” e “Espaço” não são somente fatores da
física, ou aberrações de um episódio de Star Trek - elas são expressões através das quais a Igreja
tem adorado por milhares de anos. Os Cristãos têm usado os ritmos do tempo para ajudá-los a
recordar e reivindicar a história de Deus por milênios. Os Cristãos têm usado espaço para criar
áreas maravilhosas e úteis pelas quais as atividades de adoração podem ocorrer.
Deus escolhe criar a natureza divina e fazer Sua vontade conhecida por eventos que
tomam lugar no mesmo calendário que mede as vidas diárias e comuns de mulheres
e homens. [… ] O Cristianismo fala não de salvação de uma forma geral, mas de
salvação realizada pelas ações específicas de Deus em tempos e espaços definidos”.
O Deus que está além do tempo e espaço, mexeu com tempo e espaço, para nos alcançar. Jesus
veio até nós em um tempo, em um lugar. A Adoração acontece em horários, em lugares. O Corpo
de Cristo tem usado os dons de tempo para realçar e ordenar sua atividade de adoração por
milhares de anos.
1. Tempo Diário;
2. Tempo Semanal;
3. Tempo Anual;
4. Tempo de Vida.
1. Tempo Diário (as horas de oração, oração nas refeições, orações ao acordar, orações ao ir
dormir)
A Igreja primitiva era predominantemente formada de Judeus que usavam as horas de orações
diárias em sua adoração.
Os Judeus oravam em três horários específicos durante o dia cuja prática podemos observar
nos Salmos (Salmos 55), e tinham 7 horários diários de adoração (Salmos 119:64). Alguns
desses padrões foram citados na vida de oração de Daniel.
Um padrão normal foi desenvolvido bem cedo na experiência do Novo Testamento, assim
como nos primeiros séculos da Igreja primitiva, que os Cristãos se ajuntariam para adorar aos
Domingos, o primeiro dia da semana. Desde então até hoje, Cristãos por toda parte têm
separado o Domingo como o dia de se ajuntar para celebrar os dons da obra de Deus entre
nós.
Para esses Cristãos, o Domingo era uma mini-Páscoa, uma outra oportunidade de celebrar a
plenitude da criação chegando à sua conclusão climática na era por vir - o Juízo Final.
“Todos os Domingos testemunham o Senhor exaltado. É o dia do Senhor, o dia do sol nascido
das trevas, o começo de uma nova criação. […] Cada Domingo testifica a ressurreição. Cada
Domingo é uma pequena Páscoa semanal ou cada Páscoa é um grande Domingo anual. A
primazia do Domingo e a ressurreição estão claros”.
Advento
O Advento é celebrado por quatro Domingos antes do dia do Natal, e é a época
de antecipação reencenando a longa espera dos Judeus pelo Messias. O hino “Ó
Vem! Emanuel!” é um hino de Advento, com o intuito de criar essa antecipação
pela celebração do Natal. Advento significa “a Vinda,” e antecipa o evento de Cristo
(encarnação) ao nos chamar para ansiar pela vinda do Único assim como fizeram os
Judeus através da história.
Epifania (6 de Janeiro)
Epifania é a celebração da manifestação de Jesus para o mundo como Salvador.
A jornada dos reis magos é geralmente o foco principal da epifania, assim como o
batismo de Jesus. Epifania fala sobre a “revelação” de Cristo ao mundo, ambos para
os Judeus e além para os gentios.
Nos dias de hoje, nós focamos na profunda humanidade de Jesus, (a maior pedra de
tropeço para o mundo através de toda história da igreja), nossa própria dedicação a
ele como Senhor, e o véu principal que Ele está prestes a abrir entre nós e o Pai - na
história que se se revelará na Páscoa.
Páscoa
A Páscoa é um grande dia de triunfo - é a maior Celebração anual da igreja sobre a
Ressurreição. Ela afirma o evento da salvação de Cristo no mundo, quebrando as
cadeias do pecado e da morte e nos convida a uma nova criação, e vida de ressurreição
da era que está por vir.
Após o Pentecostes
O Pentecostes, enraizado na antiga celebração Judaica dos cinco (penta) livros da
Lei, é o nascimento da Igreja. A vinda do Espírito Santo é lembrada, e a propagação
do evangelho por uma Igreja com poder divino se torna o centro das atenções. Esta
época nos conduz com o tema da maior inspiração do Espírito pelo restante do ano,
até que o Advento comece o ciclo novamente.
Aniversários
Quando bebês nascem, eles geralmente ou são dedicados ou batizados em várias
tradições. Uma nova vida entrando no mundo é um feito glorioso, e os Cristãos por
todas as épocas da história têm visto isso como uma oportunidade para adorar, e para
re-dedicar suas vidas e a do recém-nascido aos cuidados de Deus. Para o Cristãos
Celtas a parteira deveria derramar três gotas de água na cabeça da criança assim que
ela nascesse.
Embora esta prática tenha nascido no berço da cultura Celta, os Cristãos decidiram
que era um símbolo poderoso de celebrar a Trindade, a proteção de Deus sobre a
criança, e um ato de adoração Trinitária da parte dos pais.
Transições da Adolescência
Muitas culturas, incluindo os Judeus, têm tido formas de honrar a passagem das
filhas e dos filhos à vida adulta. Proclamações de identidade, destino, suporte e
fé encontram seu espaço nesses eventos de adoração. Na nossa própria tradição
familiar, uma grande celebração que marca essa incursão na adolescência é cheia de
parentes e amigos adorando a Deus juntos e orando pela criança que está “chegando
na idade” e entrando em uma nova fase de maturidade e responsabilidade.
Casamentos
Pode parecer uma surpresa para nós sabermos que a celebração de adoração
que é o casamento não teve origem com a igreja, mas era um costume humano
comum através da história. Até mesmo na igreja primitiva, embora vemos a festa
de casamento em Caná da Galiléia e outros elementos/analogias de casamentos no
Novo Testamento, o casamento era um costume que geralmente acontecia fora da
igreja.
Não foi até o século 12 que a mistura de adoração e ações legais que temos hoje
nas cerimônias de casamento começaram a acontecer principalmente nas igrejas.
Os casamentos podem ser momentos para celebrar a mais poderosa analogia de
adoração disponível para nós no Novo Testamento - a união de Cristo com sua Igreja.
Eles deveriam ser celebrados com grande festividade, alegria, e investimento.
Funerais
Muitos pastores que conheço são como eu - somos levados à uma atmosfera
espiritual nos funerais. Agora, só para esclarecer, nós não gostamos quando as
pessoas morrem! Eu já tive o trabalho agonizante de cantar músicas de adoração e de
dar uma palavra em cultos fúnebres de crianças, velhos avós, e até mesmo queridos
membros da família e amigos. Contudo, um funeral fornece um lugar de reflexão que
poucos outros lugares podem criar - uma vida humana passou dessa experiência de
vida, e muitas perguntas e indagações acompanham esta passagem dentre os vivos.
Nós fazemos perguntas, queremos consolo, buscamos por familiares e amigos para
nos ajudar em nosso momento de luto.
Nos primeiros anos da igreja, os Romanos realizavam funerais todos vestidos de preto.
Os Cristãos, percebendo que a ressurreição estava por vir, começaram a usar branco
como uma declaração de fé através da vestimenta, e a cantar canções de graças,
adoração, e júbilo durante esses eventos. Os funerais, como um ato de adoração do
tempo de vida, nunca devem ser menosprezados.
1. Espaço Litúrgico
Neste caso, o “espaço litúrgico” significa a mesma coisa que um “espaço de adoração.” Na
Igreja primitiva, lares e grandes lugares congregacionais tinham que ser adequados para a
Igreja perseguida. Quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, artistas
com um amor profundo por Deus e instruções de um líder imperial ou espiritual construíram
enormes obras de arte arquitetônicas para expressar sua fé - como a escrita de um linda
canção. Essas “catedrais”, ainda ponteiam a paisagem Européia e cobrem uma vastidão de
tempo em seus prédios. Como a Catedral de São Pedro em Roma, ou a Capela Sistina pintada
por Michelangelo, construções podem ter um efeito profundo na visão que alguém tem de
Deus e do Seu mundo.
2. Espaço de Reunião
Os Cristãos não só têm precisado adorar de várias maneiras, mas eles também têm precisado
se reunir para ter comunhão, assim como para refeições, festas, ou outros eventos. Muitas
igrejas criam “salas de confraternização” para suprir essa necessidade na Igreja.
Juntamente com isso, treinar as crianças e adultos nos caminhos da fé também tem causado
a necessidade por um lugar de ensino. Esse tipo de espaço para treinamento nos caminhos
de Jesus é tão fundamental para uma vida de adoração como o espaço mencionado acima é
para uma atividade específica de adoração.
4. Espaço Sacramental
Espaço especial que geralmente tem sido separado, historicamente, para as atividades
sacramentais de adoração que chamamos de batismo, Eucaristia, e as que são chamadas de
“procedimentos sacramentais.”
A expressão de adoração de espaço nos lembra que Deus é um Deus do mundo físico, e Ele
aparentemente não foge disso, biblicamente e historicamente, com o fim de nos manter “fixados
no invisível”.
Melhor, quer estejamos em uma cela na prisão ou no prédio mais magnífico construído hoje, os
espaços que nos abrigam podem se tornar lentes, ou catalisadores, se tornando atos vivos de
adoração fluindo entre nós.
Perguntas:
Primeiramente, Se você está fazendo este curso em grupo, tire um tempo para escrever suas
respostas às perguntas a seguir antes de se juntarem. Destaque os números de páginas, frases-
chave e idéias que mexeram com você. Procure escrever nas margens, circular palavras, ou
qualquer coisa que te ajudará a interagir com o material e lembrar das idéias principais.
Como as idéias que mexeram com você poderiam ajudar a todos nós a entender do que
realmente se trata a adoração?
2. De quais formas sua própria experiência de adoração tem sido impactada pelo “tempo
e espaço”?
Você consegue se lembrar de momentos e lugares marcantes que você teve um encontro com
Deus, e Sua História, em um período de adoração? O que aconteceu? O que esse tempo em
sua vida e espaço aonde você estava no momento tiveram a ver com esta experiência?
Sessão 2
Expressões de Adoração dA Oração E Leitura
das Escrituras
Eu me lembro bem, sentado em minha pequena igreja Metodista Unida aonde cresci, quando
saí da salinha como coroinha declarando que era hora de começar a adoração. As leituras das
Escrituras esmagavam meu peito com paixão lá do púlpito à medida que diferentes membros
de nossa pequena congregação as liam. As orações coletivas das pessoas ressoavam, quando
recitávamos orações antigas que pareciam ser mais poderosas e lindas que qualquer coisa que
eu pudesse inventar sozinho.
E ainda mais, nós ficávamos de pé para a leitura do Evangelho. Nós nos curvávamos para as
“orações do povo,” aonde dizíamos em voz alta os nomes das pessoas para quem estávamos
pedindo para orar.
A oração é uma forma de cantar sem música. Nós ouvimos, nos importamos, respondemos,
intercedemos, criamos uma séria de palavras e frases para expressar o clamor de nossos
corações - tudo perante um Deus que parece convidar os seres humanos para serem parte da
equação de ver Sua vontade sendo feita no mundo.
Muitas pessoas oram. Caso acreditem em um só Deus, ou muitos deuses, há uma fome na alma
humana de se comunicar com a realidade transcendente. Nós pedimos por ajuda, pedimos para
que coisas boas aconteçam, até mesmo chegamos a pedir para que a vontade de Deus seja feita.
Não importa a fé, as pessoas são atraídas ao envolvimento da oração em sua experiência de
adoração.
E ainda assim a oração sempre tem sido um veículo poderoso de adoração pelo qual temos
adorado em particular, e publicamente como a Igreja histórica. “Orem continuamente”, 1 Tes.
5:17 nos encoraja. Com essa exortação em seus corações, foi exatamente o que a Igreja primitiva
decidiu fazer.
Não temos uma indicação que prove que todos os dias eram cheios de canções coletivas, mas
temos indicação de que todo dia algum tipo de oração coletiva era incorporada na vida de adoração
dos primeiros seguidores de Jesus.
No momento que a Igreja havia então nascido completamente após a ressurreição e ter sido cheia
com o Espírito Santo, os Cristãos começaram a achar que seus padrões de oração precisavam se
diferenciar dos padrões dos Judeus. Ao invés de jejuarem nos mesmos dois dias da semana que
os Judeus, os Cristãos mudaram para outros dois dias. Suas orações eram dirigidas diretamente
a Jesus, e aparentemente também, ao Pai e ao Espírito Santo.
O Didaquê (um resumo, dissertação da Igreja primitiva) encorajava os Cristãos a orar a Oração
do Senhor pelo menos 3 vezes ao dia, e os Cristãos ficavam ansiosos para se juntarem para orar
devido a perseguição.
A prática da oração de forma diária, quando liderada por pessoas leigas, começou a ser
questionada após a conversão de Constantino. Monges que fugiam para o deserto começaram
a especial “oração de guerreiros,” enquanto novas formalidades na vida da adoração Cristã
durante o império deu eventualmente o “cargo” de orar para um clero treinado. Cada vez mais,
profissionais eram chamados para o cargo de orar e cantar, diminuindo o papel da pessoa comum
nas atividades de adoração da igreja local.
Novamente, os Cristãos da Igreja primitiva eram Judeus, e portanto tinham uma forte estrutura de
referência ao usar o Antigo Testamento em todas as suas práticas de adoração. Há evidência de
que os salmos responsoriais da tradição de adoração Judaica eram uma parte integral do início
da vida de adoração Cristã.
Nós também vemos uma forte devoção em todos os escritos da Igreja primitiva para a leitura
pública das Escrituras em todas as reuniões dos fiéis. A Igreja perseguida foi muito encorajada
através dessas palavras de fé, esperança e amor, embrulhadas nas páginas das cartas dos
apóstolos, e suas bíblias em Hebraico.
“Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, e os seus estatutos,
e os seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias.
Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal
na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos.
E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te;
E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os
vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos
pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.”
Deuteronômio 11: 1, 18-21
Os Judeus literalmente atavam passagens chave das Escrituras em suas testas, braços e mãos na
forma de tefilin, ou filactérios (raíz grega). Os Tefilins são pequenas caixas de couro que podem
conter pequenos escritos e passagens das Escrituras. Desta forma, durante suas refeições e ao
relembrarem de suas orações diárias, a Palavra de Deus nunca estaria longe de suas mentes e
seus corpos físicos.
Os livros do Novo Testamento, entretanto, eram enormes documentos e cartas sendo compartilhados
pela Igreja primitiva. A Igreja tinha uma forte necessidade de encorajar e de treinar como viver a
vida segundo o modelo de Jesus, e eles também queriam contar e recontar a vida de Jesus em
seu meio. A validade das cartas como sendo dos apóstolos era um consenso e concordância de
todos nos primeiros anos da Igreja, e seus 27 livros eram gradativamente aceitos pelos primeiros
séculos de suas vidas juntos.
Eventualmente, em um pequeno espaço de tempo dos primeiros séculos, planos formais de como
ler as Escrituras em Hebraico e o Novo Testamento em sua totalidade começaram a se formar. O
alvo tem sempre sido o mesmo: repetir essas histórias e idéias com bastante frequência, permitir
que a Palavra de Deus seja viva e ativa em sua alma, e então você se tornará como Aquele que é
adorado pelas páginas dos escritos sagrados.
Hoje, o que chamamos de “Lecionário” é um padrão de leitura pública das Escrituras em sua
totalidade, em mais tradições litúrgicas, por toda a parte num espaço de três anos. A cada Domingo,
uma porção do Antigo Testamento, Salmos e do Novo Testamento é lida, e por mais de três anos
(marcado Ano A, B e C) aqueles crentes eram mergulhados na narrativa bíblica.
Embora a Igreja tenha passado por muitas fases na história, um forte reconhecimento de nossa
necessidade de ler as Escrituras tem raramente se afastado de nós. A Reforma teve como grande
objetivo incluir as histórias de fácil entendimento das Escrituras - e a responsabilidade pelo
crescimento espiritual - e colocar firmemente de volta às mãos do discípulo comum de Jesus.
Em alguns movimentos , historicamente e hoje, igrejas que dão uma ênfase maior para as atividades
mais proféticas de ouvir espontaneamente a voz de Deus, têm muitas vezes menosprezado a
necessidade da leitura pública das Escrituras. Talvez precisamos reconhecer que somos mais
ricos por ter fome da palavra de Deus para nós “agora”, mas mais pobres por abandonar a leitura
pública das Escrituras em nossas reuniões.
Muitas vezes isso é feito tanto no Natal como na Páscoa, os Domingos mais importantes do Ano
da Igreja, mas podemos encontrar alguns significados criativos em ambos o falar e o ouvir as
Escrituras de uma forma mais intencional por um período de tempo.
Na verdade, cantar as Escrituras tem mostrado ser uma progressão natural para líderes criativos
através dos tempos. Salmodias métricas, por muito tempo, transformaram os Salmos em música
e ritmo para que as pessoas pudessem cantar regularmente. (Isaac Watts odiava o som dessas
renderizações “cafonas”, e então começou a escrever o que ele julgava ser “bons” hinos para
substituir.) Talvez temos algumas vocalizações contemporâneas das Escrituras na música que
podem ser acessadas hoje.
Com a perda da tradicional Escola Dominical em nossa geração, crianças estão muitas vezes
perdendo em seu discipulado de adoração o componente que é a contínua leitura das Escrituras.
Talvez precisamos considerar com muita oração formas criativas de re-integrar tempo para a
leitura do Antigo Testamento dentro de nosso período de adoração musical para apoiar o conteúdo
todo do culto.
Em relação à oração, se envolver em oração coletiva faz parte da característica e direção da igreja
de hoje. Muitas igrejas o fazem porque isso é parte de sua liturgia habitual ou ordem do culto.
Outros escolhem separar tempos especiais para a oração coletiva da congregação. Ainda outras
igrejas evitam a oração pública coletiva, por um desejo de fazer com que os visitantes se sintam
mais à vontade.
Perguntas:
Primeiramente, Se você está fazendo este curso em grupo, tire um tempo para escrever suas
respostas às perguntas a seguir antes de se juntarem. Destaque os números de páginas, frases-
chave e idéias que mexeram com você. Procure escrever nas margens, circular palavras, ou
qualquer coisa que te ajudará a interagir com o material e lembrar das idéias principais.
Como as idéias que mexeram com você poderiam ajudar a todos nós a entender do que
realmente se trata a adoração?
2. Como você tem sido pessoalmente influenciado nos períodos de adoração aonde a
oração coletiva, ou a leitura pública das Escrituras aconteceram?
Como que o fato das pessoas se reunirem para orar tem impactado a sua jornada de
adoração? Você tem feito parte de muitos momentos aonde as Escrituras foram lidas em
voz alta publicamente, ou regularmente, e como isso tem te impactado positivamente ou
negativamente?
Sessão 3
Expressões de Adoração dO Batismo E Eucaristia
Atos sagrados, ou o que a igreja tem chamado de “sacramentos”, tem sido parte da vida de
adoração da igreja por milênios.
Um sacramento pode ser melhor definido como “Um sinal exterior que transmite uma graça
interior”. É literalmente uma “ação sagrada”, uma atividade que declara uma realidade interna,
reivindica um ato essencial ou idéia e convida o participante a entrar no poder da salvação de
um evento passado através da recriação. A palavra sacramento vem do Latim sacramentum, que
quer dizer “uma consagração.” A história tem ligado a palavra sacramento com a palavra Grega
mosteiro, ou mistério.
Na história da igreja, a expressão de adoração de ações simbólicas tem sido tipicamente colocada
na categoria de um número de recriações físicas de adoração que têm sido conhecidas como
sacramentos.
Jesus foi batizado por João Batista, como está registrado nos quatro evangelhos.
Em Atos 19:1-7, vemos o batismo sendo o componente central do trabalho de Paulo em liderar
os Gentios à conversão e ao enchimento do Espírito Santo. Para os Cristãos, o batismo bíblico
tem uma variedade de significados de adoração que poderiam continuamente mudar nosso
entendimento do que acontece neste momento simbólico importante da adoração.
Aqueles sendo iniciados na fé teriam que passar por períodos de intensa preparação, algumas
vezes por até três anos, e teria especificamente acontecido no período Quaresmal e chegando
até o seu batismo Pascoal.
Os primeiros Cristãos eram batizados nus, e de acordo com o documento Didaquê da igreja
primitiva, eles eram batizados em águas correntes geladas. Os homens eram batizados separados
das mulheres (por razões óbvias), e os homens oravam para que os novos iniciados fossem cheios
com o Espírito Santo. Para as mulheres, a prática era similar, somente a mulher era cercada pelas
mulheres atrás de uma cortina, e o bispo fazia então a mesma cerimônia.
Os primeiros manuscritos Cristãos indicavam que adultos eram tipicamente os que eram
batizados, mas indicações de que crianças estariam passando pelo batismo começam a aparecer
alguns séculos após o período do Novo Testamento. Sob o Cristianismo imperial de Constantino,
crianças eram batizadas regularmente e dentro de 8 dias desde o nascimento por volta do final da
Idade Média.
Quando a Reforma floresceu nos anos de 1500, o processo pelo qual alguém que era batizado
passava voltou a ser simplesmente requerer a confissão definitiva de fé da pessoa que seria
batizada. Nessa época, o batismo permaneceu um ritual de iniciação na comunidade da Igreja
pela qual a vida como nova criatura era proclamada na vida do crente. Contudo, como o batismo
era executado, e para que propósito, começou a ter padrões e significados diferentes em vários
lugares.
Os Menonitas praticavam o “anabatismo,” que significa “ser batizado novamente,” e muitas vezes
eram mortos por causa do que era visto como prática herege de somente batizar os adultos
(outros fatores faziam parte deste papel importante da perseguição também, incluindo sua postura
pacifista em relação à guerra).
Grupos como os Quakers (a filial mais radical da Reforma) deu praticamente nenhum valor ao
batismo, sendo intransigentes quanto a idéia de que ações simbólicas eram uma distração
importante da verdadeira espiritualidade.
Para os Cristãos através dos tempos, os temas do Novo Testamento da Ceia do Senhor ainda
ressoavam entre nós.
A Eucaristia (Comunhão):
• Comemora que Deus agiu como Salvador para penetrar a história da humanidade
como um todo, desde a criação, através da vida, morte e ressurreição de Jesus,
através do nosso presente, e até a consumação do final da história (Atos 2:46-47)
• Nos lembra de que somos parte da comunhão dos santos na família de Deus (1 Cor.
10:16)
• Nos convence de que o sacrifício aconteceu para o bem do mundo (João 1:29)
• Fala da presença de Cristo entre nós (João 6:51-58)
• Nos recebe para experimentar a obra do Espírito Santo (1 Cor. 12:13)
• Espera ansiosamente pela era por vir, o dia do Juízo Final (1 Cor. 11:26)
Jesus, no entanto, literalmente virou a mesa quando se trata da mesa de comunhão. Comer
e beber com cobradores de impostos, prostitutas, beberrões e pecadores ordinários era uma
afirmação teológica personificada em suas ações físicas.
“O Deus que come com essas pessoas é o Deus que acolhe toda a humanidade em sua beleza
e imperfeições,” seus horários habituais de refeições diriam; “Ele reconhece que todos pecaram,
e Ele se aproxima para trazer uma nova humanidade para aqueles que parecem ser o que há de
pior na sociedade.”
Este novo paradigma da mesa de comunhão nos leva a algumas das afirmações mais poderosas
de comunidade da Igreja Primitiva. Imagine um incidente, sussurrado dentre aqueles que estavam
assistindo aos atos de amor da comunidade Cristã. Não só tiveram uma mulher rica de nível social
extremamente contrastante batizando um ex-prostituta, mas agora eles estavam declarando seu
relacionamento fundamental “de família” ao comer e beber juntos nas refeições!
O que os trazia à essa mesa de ações de graça, essa mesa de reconciliação e de esperança
mútua? Você consegue ouvir a fofoca? Fofoca que acabaria com a conclusão de que somente o
Deus da reconciliação poderia aproximar esses tipos de pessoas.
Jesus as havia aproximado, e sua refeição era uma declaração de que, assim como Deus fez com
que o anjo da morte passasse por Seu povo de Israel no Egito, também assim a morte passaria
por eles - destruída pelo poder da Sua vida ressurreta fluindo de dentro.
Em outras palavras, para a Igreja primitiva, a Eucaristia foi construída em torno de uma celebração
de ressurreição, não uma re-visitação da morte de Jesus a princípio. Esse é um desenvolvimento
posterior no que aborda a comunhão. Os primeiros crentes proclamavam, todo primeiro dia da
semana, a história da Páscoa - e as refeições juntos, lembrando das palavras de Jesus, era seu
ato básico de lembrança da ressurreição.
Eles estavam agradecendo a Deus, e comemorando, pela vida de Jesus, ensinamentos, morte,
e ressurreição. A Eucaristia os ajudou a se lembrarem dos feitos poderosos de Deus através da
história da humanidade, sendo convencidos de que um sacrifício supremo já havia sido feito pelo
mundo, e falando da presença de Cristo enquanto comiam, convidando o Espírito Santo em seu
meio, e esperando ansiosos pela vinda do Reino em toda a sua plenitude na terra.
“Somente quando somos energizados como povo batizado e equipados como povo da Eucaristia
que podemos então ir calmamente e confiantemente à arena de dificuldades, seja lá quais forem
- lutar por justiça no mundo, trabalhar pela ecologia, e assim por diante.
Porque somos um novo povo do êxodo, é através da vida sacramental da Igreja que podemos
fazer estas coisas. Sacramentos não substituem a Palavra, mas pelo contrário quanto maior
o sacramento, mais ele trará a História à vida. Eles proclamam que Deus tem prometido não
abandonar ao mundo - mas sim curá-lo.”
Isso trouxe, através da era medieval, muitas idéias sendo colocadas nos elementos pelo clero. O
vinho não podia ser derramado ou realmente se tornaria o sangue de Jesus, e os farelos do pão
não podiam cair no chão ou eles se tornariam a carne de Jesus literalmente depois da bênção do
sacerdote.
A Reforma desafiou muitos desses extremos com sua ênfase no sacerdócio do crente, a
centralidade das Escrituras, e justificação pela fé.
Para Zwingli, isso era uma idéia boba. O termo “transubstancialização” - a visão de que os
elementos realmente se transformavam no corpo e sangue de Cristo, era a visão Católica Romana,
e estava fundamentada na idéia sacramental do século 12. Dalí, vários reformistas rejeitaram
a transubstancialização, abraçaram a consubstancialização, ou, como os Quakers, rejeitaram
todas e ambas as idéias.
Hoje e a Eucaristia
Seguindo desde a Reforma, a Igreja tem levado os últimos 500 anos para processar além do que
realmente acontece durante a comunhão, com qual frequência deveria ser tomada, e quais tipos
de elementos são aceitos.
Nossa história de adoração é repleta de razões para regozijarmos e celebrarmos - e pelo menos
a mesma quantidade de razões para nos prostrarmos. Os seres humanos parecem ser bastante
adeptos de criar idéias poderosas de adoração para responder a uma revelação de Deus, e então
para confundir aquelas práticas de adoração com Aquele a Quem elas tem a ver.
Esta possibilidade para, tanto abençoar como super-enfatizar, é claramente vista através da
história da igreja na aplicação das expressões de adoração que chamamos de sacramentos.
Perguntas:
Primeiramente, Se você está fazendo este curso em grupo, tire um tempo para escrever suas
respostas às perguntas a seguir antes de se juntarem. Destaque os números de páginas, frases-
chave e idéias que mexeram com você. Procure escrever nas margens, circular palavras, ou
qualquer coisa que te ajudará a interagir com o material e lembrar das idéias principais.
Como as idéias que mexeram com você poderiam ajudar a todos nós a entender do que
realmente se trata a adoração?
2. De que maneiras o seu próprio Batismo (se você já foi batizado), ou um momento de
celebração da Eucaristia/Comunhão, influenciaram sua jornada de fé?
Recorde-se de seu próprio batismo ou o de outra pessoa. Você sentiu alguma coisa acontecer
que pareceu ser “mais poderosa” do que palavras pudessem expressar? Considere a última
vez que você tomou Ceia. O que estava acontecendo em seu coração naquela ação física que
foi além de palavras?
Você passou por ações sacramentais, ou até mesmo momentos simbólicos (como lavar dos
pés ou dar uma aliança em uma cerimônia de casamento) que te impactaram de uma forma
que se tornaram duradouras em sua jornada de adoração?
Sessão 4
Expressões de Adoração dA Arte E Música
Foi o encontro mais profundo que tive com uma obra de arte. Nosso grupo estava meandrando
em direção a Catedrais de São Pedro em Roma, Itália, liderado por nosso guia. E por coincidência
nosso guia turístico era o Administrador do Vaticano. Isso queria dizer que podíamos entrar em
lugares e prédios que outras pessoas não poderiam por vários motivos.
Viramos uma esquina durante nossa jornada privilegiada e única, e ali estava - A Capela Sistina.
Eu havia visto fotos da Capela Sistina, principalmente de livros mostrando o antes e o depois
das novas restaurações que haviam acontecido nos últimos anos. O espaço físico em si era muito
menor do que eu havia imaginado. Era, afinal, uma capela. Porém, eu não estava preparado para
a maravilha visual que me confrontaria ao entrar na sala.
O “trabalho de amor ou dever” de Michelangelo foi ricamente espalhado pelas paredes e tetos
deste santuário. Profetisas, santos, anjos, demônios, querubins e serafins (e até mesmo o rosto
de um dos inimigos de Michelangelo - um cardinal - em uma cena de julgamento!) enchiam o lugar
com as cores brilhantes do estilo de pintura a fresco. Eu comecei a chorar enquanto meu pescoço
se virava para trás para poder absorver a vista completa do teto.
Minha amada esposa olhou para mim e disse “Você está reagindo intensamente a isto, não está?”
“Sim,” Eu respondi. “Ele está falando a minha língua.”
Alguns são movidos pela arte visual mais moderna e abstrata, e alguns são movidos pelas
pinceladas suaves do impressionismo. O movimento resoluto das formas de danças Celtas podem
mover alguém, e outras pessoas preferem os movimentos graciosos do balé.
Hoje, com o despontar das tecnologias de gravação, projeções ambientais, e outras novas formas
de expressar a nossa fé através da arte, estamos cavalgando nas asas das antigas obras milenares
da Igreja à medida que encontramos nosso caminho para adorar através da arte e música.
Seres humanos são criaturas que falam em muitas línguas, no intuito de ambos se comunicarem e
experimentar novas visões do mundo. A seguir estão algumas das formas básicas de arte através
das quais nós como seres humanos temos nos comunicado através da história. A lista a seguir das
“disciplinas expressivas” não está completa, e suas categorias podem variar conforme o tempo
e o lugar, mas as idéias são úteis.
Belas-Artes
Arte do Desenho, Arte da Arquitetura, Arte da Pintura, Arte Conceitual, Arte da Escultura, Artes da
Literatura e Linguagem, Arte Filmográfica, Arte de Manipulação do Vidro, Arte da Alvenaria, Arte
Têxtil
Artes Performáticas
Artes Musicais, Artes Dramáticas, Artes de Movimento, Artes Vocais, Artes da Dança
Artes Técnicas
Artes de Design, Artes Decorativas, Artes Caligráficas, Artes Florais, Artes de Moda, Artes
Culinárias, Artes Hospitaleiras, Artes de Projeção, Artes Sonoras, Artes Litúrgicas
Para os Cristãos, a vasta variedade tem mantido um valor especial na história da adoração
através dos tempos. Em vários momentos e vários lugares, a arte tem significado a diferença
entre a justiça ser cumprida ou o crescimento da doença social. Em alguns casos, obras de arte
têm feito a ponte entre os vãos linguisticos e culturais no entendimento que não poderia uni-los
com meras palavras.
Todas as formas de Arte acima têm encontrado seu espaço na expressão de adoração Cristã.
Você pode ver a Pietá de Michelangelo, uma escultura magnífica de Maria com o Jesus adulto
em seus braços, e encontrar uma peça da história da encarnação tecendo seu caminho até seu
coração.
O Retorno do Filho Pródigo de Rembrandt nos leva a uma nova visão da receptividade do pai para
com seu filho desobediente - e amplifica a história que aparentemente as palavras não nos conta
tão poderosamente.
Você pode assistir a um concerto de um coral baseado nas obras de Beethoven ou Bach, ou um
concerto orquestral exibindo a música antiga Judaica ou Grega, e ser movido de um lugar de
devoção para outro.
A Arte pode curar, a Arte pode restaurar. A Arte também pode inflamar ou irar. A Arte nos move.
O Livro de Kells da cultura Celta é uma mistura de iluminação (visual) e Caligrafia, que parecem
ressaltar os evangelhos sinópticos de suas páginas. Da mesma forma, as histórias de Jesus
recontadas em filmes modernos, literatura e dança têm tido um forte impacto nas culturas como
um todo.
Em alguns níveis, a natureza pagã notória e muito sexual da arte Grega dos primeiros séculos
Cristãos afastaram a Igreja das visões frescas do Reino de escultura e outras artes visuais.
Amplamente, a arte da Igreja primitiva parecia ser vocacional (Lídia e seu tecido púrpura,
Paulo e suas tendas feitas em casa), e devocionalmente simbólica (peixes, cruzes, e símbolos
significativos).
À medida que o tempo progredia através dos primeiros séculos e a Igreja entendia seu alcance
no mundo Romano eticamente diversificado, podemos imaginar a arte da fé Cristã começando
a florescer de forma singular, expressada em canções que, apesar de sua forma e conteúdo
contrastantes, eram inspiradas em sua experiência Judaica.
O objetivo dos Romanos era simples - integrar todas as formas de artes na sociedade com
a arte Romana, e a experiência visual de suas cidades simplesmente já “Helenizariam” (ou
Romanizariam) as massas.
O Cristãos entenderam isso, e a grande variedade de arte pagã os cercava todos os dias, desde a
hora que levantavam até a hora que iam dormir, como todo dia comum vivido no Império Romano.
Uma guerra artística estava sendo travada, e os Romanos estavam contando sua estórias
poderosamente através dos métodos de seus dias.
música e outros começaram a ganhar força como expressões de adoração Cristã. Vitrais pintados
contavam as estórias da fé para as massas analfabetas. Pinturas e esculturas encorajavam o
crente a abraçar temas de fé específicos nas igrejas e basílicas.
Você pode literalmente ver a transformação da arte através dos tempos. A Música tomou um rumo
o qual chamamos de canto Gregoriano, e eventualmente a polifonia começou a ser inserida nas
canções de textos bíblicos.
Durante todo o tempo, a arquitetura das catedrais estava buscando não só a obra de arte em
si mesma, mas também criar o lugar perfeito para o “céu e a terra se encontrarem,” como uma
galeria de artes celestial.
Movimento e Literatura
As artes do movimento e dança tiveram uma grande variedade de aplicações através da história
da adoração, e as ricas raízes históricas do Cristianismo na espiritualidade da dança do Judaísmo
alimentou esta aceitação do movimento na equação da adoração. Para a Igreja, procissões eram
uma forma rica de movimento artístico, e espaços eram construídos para acomodar essas artes
de adoração.
Alguém pode sugerir que as artes culinárias, uma forma de arte sustentada pelas artes da
hospitalidade, teve um lugar proeminente nos Banquetes Ágapes (banquetes de amor) da Igreja
primitiva.
Os dons da culinária sempre tiveram um lugar nas expressões de adoração - até os monges
através da era medieval eram conhecidos por suas habilidades de fazer cerveja, cultivar frutas e
vegetais, e de fazer pães.
As artes podem ter uma influência maior ao falar a verdade dos evangelhos no início do século
21 do que imaginamos. Ficar atento a isso como os que manuseiam e alimentam as experiências
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Fundamentos da Adoração
O Messias estreou dia 13 de Abril de 1742, como um evento de caridade beneficente, e arrecadou
400 libras, o suficiente para libertar 142 homens da prisão por causa de dívidas.”
A simples canção ganha uma onda de vida nas congregações pela Inglaterra, e alimenta tanto o
avivamento evangélico como a abolição da escravatura por toda a nação.
Das maiores sinfonias do mundo, até os hinos de adoração modernos, a música de adoração
Cristã tem tido o papel proeminente em trazer as pessoas a Deus através dos tempos. Em nossa
geração a música de adoração continua a brotar, com novos sons e letras inovativos, carregando
verdade bíblica, que continua a formar o povo de Deus.
Hoje, a música de adoração deveria continuar a ter uma função principal, senão central, em nossa
expressão de adoração. Contudo, a sabedoria da história da adoração nos chama para considerar
as várias outras expressões de adoração através das quais a Igreja tem adorado, e definido seu
relacionamento com Deus.
Com todas as expressões de adoração organizadas, a nova canção que Deus tem dado à nossa
geração terá seu som através de nós.
Assim como “Maravilhosa Graça”, que as canções que cantamos, escrevemos, e lideramos,
renovem as gerações que nos seguem, à medida que se juntarem a elas com uma nova canção
que Deus tem colocado em seus lábios.
Quanto antes esses Cristãos saírem deste lugar de discussões à respeito do custo de carpetes
e iluminação, e se direcionarem aos mundos de incríveis criações maravilhosas que invocam
adoração, mas que também alertam, ensinam, prendem, e iluminam os adoradores (ou pré-
Cristãos), mais rápido seguiremos em frente para alcançar o mundo de seres humanos que vivem
em nosso tempo.
Perguntas:
Primeiramente, Se você está fazendo este curso em grupo, tire um tempo para escrever suas
respostas às perguntas a seguir antes de se juntarem. Destaque os números de páginas, frases-
chave e idéias que mexeram com você. Procure escrever nas margens, circular palavras, ou
qualquer coisa que te ajudará a interagir com o material e lembrar das idéias principais.
Como as idéias que mexeram com você poderiam ajudar a todos nós a entender do que
realmente se trata a adoração?
2. De que maneiras uma obra de arte, um prédio, uma peça musical, ou uma peça dramática
formaram sua própria vida de adoração?
Se há uma música preferida, ou uma pintura preferida, isso tem tido alguma influência
significativa em sua vida como um adorador? O que é tão importante sobre essa música
ou obra de arte que mexe com você?
Conclusão
BEBENDO DA FONTE DO LOUVOR
Meu pai recentemente escreveu suas memórias. Meus filhos estão descobrindo coisas não só
sobre ele, mas também sobre eles mesmos, à medida que liam as páginas dessa história. Eles até
estão pedindo ao Vovô por sabedoria, algo que eles nunca haviam pedido antes.
Por que? Quando nós reconectamos com a história de nosso passado, mesmo se não for
diretamente a nossa, começamos a perceber que existem dons para o que recebe se investirmos
o tempo que leva para descobri-los.
Eu creio que há uma grande sabedoria em nossa adoração passada, e se procurarmos, vamos
encontrá-la fortalecendo a adoração e a vida de discipulado de nossas igrejas hoje.
Nosso objetivo era bastante simples. Ao descobrir as riquezas do passado, esperamos inspirar
nossa paixão pelas expressões de adoração atuais com uma teologia revigorada, criatividade e
até práticas.
Você pode começar aplicando algumas novas idéias nas reuniões de adoração de sua própria
igreja. Ao inspirar nosso entendimento da adoração contemporânea com conhecimentos do
passado, talvez tenhamos pego de relance o que a adoração pode realizar, e possivelmente se
tornar, no futuro brilhante da adoração da Igreja.
Perceba o poder de nossas expressões de adoração, e as use para servir nossa comunidade por
gerações que estão por vir. Trabalhe com pastores, e outros líderes, sempre com humildade, para
considerar as maneiras que vocês podem integrar algumas das riquezas que temos descoberto
juntos no passado de nossa adoração - e presente.
Que Deus te abençoe à medida que você continua nessa jornada dos Fundamentos da História
Adoração.