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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
UNIDADE 1 – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E APLICAÇÕES ............................ 6
1.1. Aspectos introdutórios .................................................................................... 6
1.2. Caracterizando a ciência das finanças ........................................................... 7
1.3. Decisões da Administração Financeira .......................................................... 8
1.4. Interpretando a Administração Financeira e Orçamentária ............................ 9
1.5. Interpretando o orçamento de caixa ............................................................. 14
1.6. Interpretando a Administração do Capital de Giro ....................................... 14
1.7. Interpretando o risco e retorno ..................................................................... 15
1.8. Análise compartimentada do capital de giro................................................. 23
UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DO DIAGRAMA DE FLUXO DE CAIXA
APLICADOS À ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ................................... 29
2.1 Aspectos introdutórios .................................................................................. 29
2.2 O conceito formal e a importância do fluxo de caixa .................................... 29
2.3 O conceito demonstrativo do fluxo de caixa ................................................. 30
2.4 A importância da informação sobre o fluxo de caixa de uma organização... 30
2.5 Ampliando o conceito de fluxo de caixa ....................................................... 33
2.6 Formas de apresentação do fluxo de caixa histórico ................................... 35
Das Atividades Operacionais ............................................................................. 36
Das Atividades de Investimentos ....................................................................... 36
Das Atividades de Financiamentos .................................................................... 36
2.7 Indicadores associados à análise do fluxo de caixa ..................................... 44
UNIDADE 3 – DESCREVENDO OS PRINCIPAIS ÍNDICES ECONÔMICO-
FINANCEIROS DA ANÁLISE GERENCIAL EM FINANÇAS ................................... 46
3.1 Aspectos introdutórios .................................................................................. 46
3.2 Índices de endividamento e estrutura de capitais ........................................ 48
3.3 Interpretando os índices de rentabilidade .................................................... 52
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

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INTRODUÇÃO

É sabido que o termo administrar significa governar, dirigir ou conferir, mas


quando se fala no contexto organizacional e se relaciona à Gestão Financeira da
mesma, um ponto chave é a interpretação da Administração do Capital de Giro.
Segundo Gitman (2002), em um primeiro momento, temos que a terminologia
Capital de Giro ou Ativo Corrente, é proveniente do inglês Working Capital,
podendo ser encarado como um recurso de rápida movimentação e renovação, tais
como, dinheiro em moeda, créditos, estoques, entre outros, que descrevem a
liquidez da operação disponível para a entidade (negócio, organização ou outra
entidade qualquer, incluindo entidades públicas).
Grosso modo, pode ser entendida como uma ferramenta relevante para o
contexto gerencial de tomada de decisões, já que se associa ao ciclo operacional de
uma empresa, englobando desde a aquisição de matéria-prima até a venda e o
recebimento dos produtos vendidos. Logo, como o ativo fixo como plantas e
equipamentos, o capital de giro é considerado uma parte do capital operacional.
Ressalta-se que em linhas contábeis, o conceito de capital de giro é
contraditório, pois existem muitas divergências nas definições aplicadas por
diferentes autores, além de existirem outros diversos conceitos que derivam ou se
associam a este aumentando ainda mais a confusão acerca do assunto. Todavia,
apesar das divergências apresentadas, comumente, adota-se como definição do
termo “capital de giro” o resultado da soma dos ativos circulantes da empresa e
como “capital circulante líquido” a diferença entre o valor total do ativo circulante e o
valor total do passivo circulante.
Em uma abordagem mais generalizada, de acordo com Gitman (2002), pode-
se afirmar que o capital de giro é a soma de todos os “(...) recursos demandados
pela empresa para financiar o seu ciclo operacional”, ou ainda, significando que o
capital de giro são todos os recursos que a empresa irá precisar para financiar as
suas atividades conforme sua necessidade desde o início de sua produção até o
recebimento das vendas.
Além disso, é interessante observarmos que a gestão do capital de giro,
possui alto grau de complexidade e de trabalho árduo, porém, deve ser feita de
forma constante pelo gestor financeiro, sob o risco de enfrentar dificuldades para
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manter a boa saúde financeira do empreendimento, pois a falta de controle sobre o


capital de giro pode implicar na falta de recursos para dar manutenção às atividades
da empresa. De outra forma, nota-se que a administração do capital de giro deverá
compreender uma avaliação do momento atual da empresa, a disponibilidade de
recursos e, principalmente, o impacto de decisões sobre compras, vendas e a
administração do caixa.
Sendo um pouco mais específico, podemos observar que o Capital de Giro,
comumente representado no contexto das finanças pela sigla (CDG), é o recurso
utilizado para sustentar as operações do dia a dia da empresa, ou seja, é o capital
disponível para condução normal dos negócios da empresa. Ele necessita de
recursos para seu financiamento, ou seja, quanto maior for seu valor, maior a
necessidade de financiamento, seja com recursos próprios, seja com recursos de
terceiros.
Diretamente associada à administração do capital de giro, temos uma
poderosa ferramenta gráfica que é o Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC), ou
simplesmente, Fluxo de Caixa, que em verdade, é um dispositivo que interpreta e
controla a movimentação financeira (entradas e saídas de caixa), em um
determinado período da organização.
Segundo Hoji (2006), o diagrama de fluxo de caixa de uma organização
facilita a sua própria gestão (gerencial e financeira) no sentido de saber qual o valor
a pagar com as obrigações assumidas, quais os valores a receber e qual será o
saldo disponível naquele momento. Dessa maneira, chama-se de saldo a diferença
entre os recebimentos e os pagamentos. Ao analisarmos o fluxo de caixa, se o saldo
for negativo, significa que a empresa tem gastos a mais, neste caso, o gestor terá
que rever os gastos para conseguir aumentar a entrada de dinheiro. Por outro lado,
se o saldo for positivo, indica que a empresa está conseguindo pagar as suas
obrigações e ter disponibilidade financeira.
Importante! O fluxo de caixa é um recurso fundamental para os gestores,
especificamente no âmbito das finanças organizacionais, saberem com
precisão qual a situação financeira da empresa e, com base no resultado,
decidir os caminhos estratégicos a seguir.

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Cabe ressaltar ainda que outro fator relevante no âmbito da administração


eficiente do capital de giro é seu impacto no fluxo de caixa da empresa. O volume de
capital de giro utilizado por uma empresa depende de seu volume de venda, política
de crédito e do nível de estoque mantido. Segundo Gitman (2002), as dificuldades
relativas ao CDG numa empresa são devidas, principalmente, à ocorrência dos
fatores descritos na sequência:
• redução de vendas;
• crescimento da inadimplência;
• aumento das despesas financeiras;
• aumento de custos;
• desperdícios de natureza operacional.

Saiba mais! Particularmente falando, o capital de giro é um conceito


econômico-financeiro e não uma definição legal, constituindo uma fonte de
fundos permanente utilizada para financiar a necessidade de capital de giro.

Salienta-se ainda que as diferentes visões da Contabilidade e das finanças:


capital de giro líquido e capital de giro do ativo, capital de giro permanente e
variável. Além disso, a importância e volume do capital de giro são determinados
pelas seguintes questões:
volume de vendas;
sazonalidade;
políticas de negócios;
fatores críticos da economia;
tecnologia necessária e disponível.

Fundamentalmente falando, a administração do capital de giro permite um


melhor entendimento de como as organizações geram, aplicam e gerenciam os seus
recursos financeiros, bem como, tem por objetivo preservar da saúde financeira das
empresas, o que gera a insolvência de uma empresa não é a falta de lucro contábil,
mas sim, a falta de recursos disponíveis (caixa).

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Nesse sentido, o objetivo geral do nosso módulo é apresentar os principais


conceitos e métodos da administração do capital de giro e do diagrama de fluxo de
caixa, importantíssimos para a tomada de decisão gerencial financeira.
Pois bem, as palavras acima são nossa justificativa para o módulo em estudo.

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UNIDADE 1 – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E


APLICAÇÕES

1.1. Aspectos introdutórios


É sabido que a sociedade humana, no seu viver e conviver diário, emprega os
recursos de que dispõe, e que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir
bens variados e distribuí-los para consumo, agora ou no futuro, entre os vários
indivíduos e grupos desta mesma sociedade.
Estes recursos são escassos, porque a sociedade possui desejos ilimitados,
enquanto os recursos disponíveis normalmente não o são. Dessa forma, é preciso
que os recursos sejam utilizados com eficiência, isto é, que tenham a melhor
utilização possível dada à tecnologia disponível para a produção dos bens que a
sociedade demanda.
Portanto, toda escolha implica custo de algo em termos da oportunidade não
escolhida, ou seja, a escolha de uma determinada opção impede o usufruto dos
benefícios que as outras opções poderiam proporcionar.
Podemos dizer, então, que o custo de alguma coisa é o que você desiste para
obtê-la. A isso chamamos de custo de oportunidade. Por exemplo, o custo de
oportunidade de uma hora dedicando-se ao estudo de finanças representa o que
você deixou de usufruir em lazer.
Na Administração Financeira enfrentamos dois problemas básicos, o primeiro
é a tomada de decisão de investimento, isto é, decidir em qual das opções
disponíveis aplicaremos nossos recursos, o segundo é a decisão de seu
financiamento, ou melhor, qual a fonte de recursos, entre as disponíveis, será
utilizada.
Para tanto, o gestor deve encontrar as respostas que deixem os investidores
na melhor situação possível. O seu sucesso é julgado pelo valor.
Logo, podemos dizer que uma boa decisão de investimento ou financiamento
é aquela que resulta na compra de um ativo que vale mais do que custa, ou seja, o
segredo de uma boa Administração Financeira é aumentar valor, isto é, o principal
objetivo da Administração Financeira é maximizar a riqueza da empresa e,
consequentemente, dos proprietários e investidores, sendo que, para que esse
objetivo seja alcançado, os gestores financeiros devem escolher entre as
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alternativas de investimento e financiamento disponíveis à empresa, somente


aquelas que efetivamente agreguem valor ao empreendimento.
Essas decisões, na maioria das vezes, ligadas à expansão ou melhorias
tecnológicas, requerem grandes investimentos em ativos em longo prazo, que
podem fazer com que a organização incorra em gastos que somente poderão ser
reembolsados através da utilização do ativo, jamais pela sua venda. São decisões
cujo fracasso pode comprometer a própria continuidade do negócio.
Por outro lado, esses investimentos precisam ser, de alguma forma,
financiados, e a maneira de obtenção desses recursos, requer a escolha entre as
várias opções possíveis, daquela mais adequada e menos onerosa para a empresa,
o que, além de ser um fator determinante do risco, vai também influenciar na maior
ou menor rentabilidade. Assim, fica claro que o planejamento financeiro em longo
prazo é uma função de extrema importância e que pode determinar o sucesso ou
fracasso de uma empresa.

1.2. Caracterizando a ciência das finanças


De acordo com Gitman (2002), pode-se definir Finanças como a arte e a
ciência de administrar fundos. Praticamente, todos os indivíduos e organizações
obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem.
Logicamente, Finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e
instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e
governos, ou ainda, Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos e
financeiros objetivando a maximização da riqueza da organização e do valor das
suas ações.
Dessa maneira, podemos indagar:
a) O que seria a maximização da riqueza?
Hoji (2006) afirma que é a contribuição para o valor da organização pela
seleção daqueles investimentos que possuem a melhor compensação entre risco e
retorno.
b) Como se define compensação entre risco e retorno?
Hoji (2006) afirma que dado um nível de risco, é a taxa desejada de retorno
que justifica a execução de um investimento.

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c) O que faz o Gestor Financeiro?


Hoji (2006) afirma que a função da Gestão Financeira, geralmente, é
associada a um alto executivo da empresa, denominado frequentemente diretor
financeiro ou vice-presidente de finanças. O vice-presidente de finanças coordena as
atividades do tesoureiro e do controlador. A controladoria preocupa-se com a
contabilidade de custos e a contabilidade financeira, com os pagamentos de
impostos e com os sistemas de informação gerencial. A tesoureira responsabiliza-se
pela gestão do caixa e da área de crédito da empresa, por seu planejamento
financeiro, e pelos gastos de investimento. Numa organização menor, o tesoureiro e
o controlador talvez sejam a mesma pessoa, não se encontrando dois
departamentos distintos.

1.3. Decisões da Administração Financeira


O gestor financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões:

1 - Orçamento de Capital
Processo de planejamento e gestão dos investimentos de uma organização
em longo prazo. Nessa função, o gestor financeiro procura identificar as
oportunidades de investimento cujo valor para a organização é superior a seu custo
de aquisição. Em termos amplos, isto significa que o valor do fluxo de caixa gerado
por um ativo supera o custo desse ativo.

2 - Estrutura de Capital
Combinação de capital de terceiros e capital próprio existente na empresa. O
gestor financeiro tem duas preocupações, no que se refere a essa área.
Primeiramente, quanto deve a organização tomar emprestado? Em segundo lugar,
quais são as fontes menos dispendiosas de fundos para a empresa? Além dessas
questões, o gestor financeiro precisa decidir exatamente como e onde os recursos
devem ser captados, e, também, cabe ao gestor financeiro a escolha da fonte e do
tipo apropriado de recurso que a empresa, por ventura, tomará emprestado.

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3 - Administração do Capital de Giro


Capital de giro são os ativos e passivos circulantes de uma empresa. A
gestão do capital de giro de uma organização é uma atividade diária que visa
assegurar que a organização tenha recursos suficientes para continuar suas
operações e evitar interrupções muito caras.

Estas três áreas de Administração Financeira – orçamento de capital,


estrutura de capital e administração do capital de giro – são muito amplas. Cada
uma delas inclui uma variedade de tópicos.

1.4. Interpretando a Administração Financeira e Orçamentária


a) Planejamento financeiro de curto prazo
Antes de iniciar o capítulo, alguns conceitos contábeis precisam ser
relembrados. Em um balanço, o ativo total deve equivaler ao passivo total.
Assim, pode-se escrever que:

ATIVO CIRCULANTE + ARLP + ATIVO PERMANENTE


=
PASSIVO CIRCULANTE + PELP + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Paralelo a isso, é importante retomar o conceito de capital de giro líquido ou


capital circulante líquido. Segundo Gitman (2002), capital circulante líquido é a
diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante.
Portanto, ao substituir na equação a fórmula:

ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE = CAPITAL DE GIRO


LÍQUIDO, ter-se-ia:

CAP. GIRO LÍQUIDO + ARLP + ATIVO PERMANENTE


=
PELP + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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Como o Capital de Giro Líquido corresponde ao: Caixa + Outros Ativos


Circulantes – Passivo Circulante, a equação final pode ser:

CAIXA = PELP + PL + PC – OUTROS AT. CIRCULANTES – AT.


PERMANENTE - ARLP
Com isso, conclui-se que nos grupos em que há o sinal de + um aumento
destes provoca um aumento de caixa, enquanto que o sinal – provoca uma redução
de caixa.
ATIVIDADES QUE AUMENTAM ATIVIDADES QUE REDUZEM
O CAIXA O CAIXA
Fontes de Caixa Aplicações de Caixa
Aumento do exigível em longo Redução do exigível em longo
prazo. prazo.
Aumento do patrimônio líquido. Redução do patrimônio líquido.
Aumento de passivos Redução de passivos
circulantes. circulantes.
Redução dos ativos circulantes. Aumento dos ativos circulantes.
Redução dos ativos de longo Aumento dos ativos de longo
prazo e permanentes. prazo e permanentes.
Figura 1: Interpretando as equações anteriores.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

b) Interpretando o ciclo operacional de caixa da organização


Segundo Gitman (2002), o Ciclo operacional pode ser entendido como o ciclo
completo que vai desde o momento de compra da mercadoria até o momento do
recebimento de caixa. Já o ciclo de caixa, de acordo com Lemes Jr. et al. (2001),
compreende o período em que os recursos da organização foram utilizados para o
pagamento dos bens e matérias-primas até o recebimento pela venda do produto
acabado.

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Figura 2: Interpretando o ciclo operacional.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

O período que vai da compra de matéria-prima até o pagamento da matéria-


prima é chamado de período de contas a pagar ou período médio de pagamento.
Portanto, conclui-se que o ciclo operacional é o ciclo de caixa + período médio de
pagamento.

c) Caracterizando o ciclo operacional de caixa da organização


No ciclo operacional, pode-se dividir a linha do tempo em duas partes: uma
primeira etapa que seria a idade média dos estoques ou prazo médio de estocagem.
A segunda, que seria o prazo médio de recebimento.

1º passo: calcular o prazo médio de estocagem.

Informações necessárias: CMV e estoques (médio).

360
PME =
CMV
Estoque Médio
2º passo: calcular o prazo médio de recebimento.
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Informações necessárias: duplicatas a receber e vendas (diárias).

Contas Re ceber
PMR =
Re ceita de Vendas Diárias
Em seguida, somam-se os dois prazos para encontrar o ciclo operacional.
Como o ciclo de caixa é o ciclo operacional menos o período médio de
pagamento, resta saber apenas este último. O período médio de pagamento é
calculado através da seguinte fórmula:

Fornecedor es
PMP =
(CMV + ∆ Estoques )
360
Em se tratando de investimento em ativo circulante que cubra o ciclo de caixa,
Hoji (2006) coloca que depende da magnitude do investimento em ativo circulante
que a organização queira adotar. Especificamente falando, Hoji (2006) enumera dois
tipos:

1) Política financeira flexível: é aquela que mantém uma proporção


relativamente elevada entre ativo circulante e vendas, priorizada pelo endividamento
em longo prazo. Assim, o investimento em ativo circulante seria maior, já que se
teria uma manutenção de saldos mais elevados de caixa e contas a receber, além
de políticas de estoque elevado e maior liberdade de crédito junto ao cliente.

2) Política financeira restritiva ou agressiva: é aquela que mantém um


quociente baixo entre o ativo circulante e vendas, priorizada pelo endividamento de
curto prazo. Assim, o investimento em ativo circulante é menor, já que se mantêm
saldos mais reduzidos de caixa e contas a receber, além de políticas de estoque
reduzido e redução de vendas a prazo.

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Naturalmente, como a política agressiva exige um volume menor de


investimento no ativo circulante, algumas outras consequências podem ocorrer: um
volume de vendas menor em virtude do crédito restrito, falta de mercadoria em
estoque para o cliente, interrupções no processo produtivo por falta de estoque.
Portanto, o importante é equilibrar os custos envolvidos com os investimentos no
ativo circulante (custos de carregamento) e os custos de falta, de forma a atingir o
ponto ideal para a empresa.
Quanto ao custo de carregamento, pode-se defini-lo como os custos que
crescem com o aumento do nível dos investimentos em ativos circulantes.
Exemplos: custo de estocagem, custo de crédito ao cliente, custo de oportunidade
do investimento. Já o custo de falta é o custo que cai com o aumento do nível de
investimentos em ativos circulantes. Exemplificando: custo de empréstimo de curto
prazo, custo de máquina parada por falta de estoque, entre outros.
a) Qual a melhor política de financiamento?
Segundo Hoji (2006), não existe um número mágico para essa indagação.
Dessa maneira, é interessante a observação e o destaque de alguns pontos
importantes, que são:

• Reservas de caixa
Reservas de caixa mais confortáveis garantem tranquilidade na gestão em
curto prazo, porém seu excesso pode empatar capital e reduzir a rentabilidade dos
ativos de capital da empresa.

• Casamentos de prazos
O casamento de prazos do ativo e passivo circulante é interessante, uma vez
que evita o financiamento do ativo permanente em curto prazo.

• Taxas de juros relativas


Avaliar a viabilidade das taxas relativas ao prazo de financiamento.
Financiamentos muito extensos geram custos maiores.

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• Estratégias básicas para redução do ciclo de caixa da organização:


retardar os pagamentos da contas a pagar;
aproveitar os descontos favoráveis;
acelerar o giro de estoques e matéria-prima;
acelerar os recebimentos de contas a receber.

1.5. Interpretando o orçamento de caixa


O orçamento de caixa, de acordo com Hoji (2006), é uma projeção das
entradas e saídas de caixa para o período de planejamento seguinte.
Em seguida, será apresentado um modelo de orçamento de caixa.

Figura 3: Interpretando o orçamento de caixa.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

1.6. Interpretando a Administração do Capital de Giro


a) Float e Gestão do Caixa
Conforme visto anteriormente, a liquidez é a capacidade de transformar ativo
em moeda, ou seja, é o grau de monetização do ativo. Por que é importante existir o
caixa? Por que é interessante deixá-lo no menor nível possível?
Existem três motivos importantes para se ter caixa (liquidez), de acordo com
John Keynes (apud HOJI, 2006):

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1) Motivo especulação
A necessidade de manter caixa para tirar proveito de oportunidades de
investimento, como por exemplo, desconto em compras, taxas de juros atraentes,
flutuações favoráveis de câmbio.
2) Motivo transação
Precisa-se manter caixa para pagamento de despesas e movimentação
financeira da empresa. Como as entradas de caixa não são perfeitamente
sincronizadas, existe um espaçamento ou descasamento entre receitas e despesas
que é preciso ser coberto pelo caixa.
3) Motivo precaução
O saldo de caixa por precaução é uma reserva de liquidez suficiente para
arcar com eventuais desembolsos não previstos, trazendo assim, certa margem de
segurança das operações da empresa.

Mas afinal de contas, como podemos entender nas entrelinhas o


significado de float? Ou seja, o que é float?
De acordo com Hoji (2006), float é a diferença existente entre o saldo contábil
e o saldo bancário disponível, representada principalmente pelos cheques não
sacados. A gestão de float é exatamente administrar os saldos reais disponíveis da
empresa, de forma a minimizar eventuais gastos com empréstimos de curtíssimo
prazo ou saldos negativos em conta.

1.7. Interpretando o risco e retorno


De acordo com Hoji (2006), o risco e retorno são variáveis básicas
fundamentais da tomada de decisão de investimentos. Genericamente falando, o
risco é uma medida de volatilidade ou incerteza dos retornos, e retorno é a
expectativa de receitas de qualquer investimento.
Para Gitman (2002), risco é a possibilidade de prejuízo financeiro. Já para
Hoji (2006), o risco é uma medida da volatilidade ou incerteza dos retornos.
Retorno, de acordo com Hoji (2006), é o total de ganhos ou de perdas de um
proprietário ou aplicador sobre investimentos anteriormente realizados. Já para
Gitman (2002), o retorno é medido como o total de ganhos ou prejuízos dos

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proprietários decorrentes de um investimento durante um determinado período de


tempo.
Resumindo, pode-se definir risco como o grau de incerteza associado a um
investimento. Quanto maior a volatilidade dos retornos de um investimento, maior
será o seu risco. Quando dois projetos têm os mesmos retornos esperados, escolhe-
se o de menor risco.

a) Retorno esperado ou taxa de retorno esperada


Retorno esperado ou taxa de retorno esperada é, de acordo com Hoji (2006),
a remuneração que os investidores solicitam para manter suas aplicações no ativo
considerado. Vale ressaltar que o retorno esperado difere-se do retorno efetivo
apenas por se tratar ex-ante, enquanto que o retorno efetivo já foi efetivamente
conhecido. A probabilidade será usada como forma de quantificar o nível de
possibilidade de um projeto ter os seus valores projetados correspondidos
efetivamente, levando sempre em consideração os cenários projetados para cada
um deles.

Figura 4: Interpretando a taxa de retorno esperada.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Se multiplicarmos a probabilidade pela taxa de retorno projetada e daí


somarmos esses produtos, teremos então a taxa de retorno esperada ou retorno
esperado.

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Aplicação – Vamos iniciar o estudo analítico do capital de giro com uma abordagem
mais geral, por meio do Capital Circulante Líquido:
CCL = AC – PC
CCL = (PL + PELP) – (AP + ARLP)

Reflete a folga financeira da empresa em curto prazo. Mas também,


determina a parcela de recursos de longo prazo que excede as aplicações de
longo prazo.
Imaginemos o seguinte exemplo hipotético:

Figura 5: Interpretando os dados da aplicação.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Solução – neste caso, temos que calcular o CCL das duas formas indicadas:
CCL = AC – PC => CCL = 35 – 20 =>
CCL = 15
CCL = (PL + PELP) – (AP + ARLP) =>
CCL (50 + 30) – (65 + 0) => CCL = 80 – 65
CCL = 15

Observemos que tal resultado indica que dos $ 35,00 aplicados no ativo
circulante, $ 20,00 são financiados por créditos de curto prazo (passivo circulante), e
os $ 15,00 restantes são financiados por recursos de longo prazo.
Ou também, dos $ 80,00 captados em longo prazo, $ 65,00 está aplicado em
longo prazo e $ 15,00 estão financiando o capital de giro da empresa, apresentado
folga financeira de curto prazo.

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Aplicação – Agora vamos considerar o seguinte caso:

Figura 6: Interpretando os dados da aplicação.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Solução – aqui o valor do CCL ficará da seguinte forma:


CCL = 70 – 110 => CCL = – 40
CCL = (50 + 40) – (100 + 30) =>
CCL = 90 – 130 =>
CCL = – 40

Os resultados apontam que existe um folga financeira negativa em virtude de


que recursos de curto prazo estão financiando aplicações de longo prazo.
Dos $ 130,00 aplicados no ARLP e AP, $ 40,00 são financiados por
dívidas de curto prazo.

As duas aplicações anteriores nos levam à discussão do trade-off entre:

Preferência pela liquidez X Lucratividade e risco

Aplicação (Capital de Giro Próprio) – Esse cálculo permite revelar se são os


recursos próprios da empresa ou se são recursos de terceiros que financiam as
atividades correntes (AC), pois, entende-se que o capital próprio (PL) se encontra
vinculado ao financiamento do Ativo Permanente. Seu cálculo é dado por:
CGP = PL – (AP + ARLP)

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Utilizando as mesmas aplicações anteriores, temos que:

Caso 1: CGP = 50 – (65 + 0) => CGP = – 15


Caso 2: CGP = 50 – (100 + 30) => CGP = – 80

Em ambos os casos percebe-se que são os recursos de terceiros que


financiam as atividades correntes, estando o PL totalmente comprometido com as
aplicações de longo prazo.

Saiba mais! Pode-se fazer também uma análise geral da necessidade de


recursos a serem investidos no capital de giro. Para isso, pode-se seguir as
noções do modelo básico de Fleuriet, considerando a relação entre Ativo
Circulante Operacional e Passivo Circulante Operacional.
NIG = A C Oper. – P C Oper.

Aplicação – Considera-se como ativo circulante operacional as aplicações de


recursos que mantêm estreita relação com a atividade operacional da empresa,
excluindo aqueles componentes estritamente financeiros, exemplos: valores a
receber, estoques, adiantamentos, entre outros. Já o passivo circulante operacional
considera as obrigações de curto prazo identificadas diretamente com a atividade
operacional, exemplos: fornecedores, salários e encargos, impostos e taxas,
adiantamento a clientes. O intuito maior é saber se os recursos operacionais
(passivo operacional) são capazes de, sozinhos, financiar a necessidade de
aplicações operacionais (ativo operacional). Considere os seguintes dados a seguir:

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Figura 7: Interpretando os dados da aplicação.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Solução – neste caso, os valores a receber e os estoques serão o ativo circulante


operacional; já, os fornecedores, salários e encargos e impostos serão o passivo
circulante operacional.

A C Operacional = 460.000 + 300.000


A C Operacional = 760.000,00
P C Operacional = 420.000 + 360.000 + 110.000 P C Operacional =
890.000,00
NIG = 760.000 – 890.000 => NIG = – 130.000

O resultado negativo é interessante, pois, permite verificar que as obrigações


operacionais de curto prazo (PC Operacional) cobrem com folga as necessidades de
aplicações no ativo circulante operacional, sobrando recursos para cobrir o
financeiro ou permanente, caso seja necessário. Se calcularmos o CCL, veremos
que a empresa possui boa folga financeira, financiada por recursos de longo prazo.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Aplicação (Ciclos Operacionais – Operacional e Financeiro) – O ciclo


operacional de uma empresa inicia-se com a compra de matéria-prima ou da
mercadoria a ser revendida e encerra-se com o recebimento da venda. Durante esse
período, ocorrem vários outros eventos que caracterizam o ciclo financeiro. O ciclo
operacional é a soma do prazo de estocagem com o prazo de recebimento das
vendas. O ciclo financeiro tem início com o pagamento do fornecedor e termina,
geralmente, com o recebimento da venda. Caso haja pagamento de custos ou
despesas após o recebimento da venda, é nesse momento que se encerra o ciclo
financeiro.

Prazo Médio de Estocagem (PME) = Saldo Médio de Estoques x 360


Custos da Mercadoria

Prazo Médio de Cobrança (PMC) = Saldo Médio Dup. a Receber x 360


Receita de Vendas

Prazo Médio de Pagamento (PMP) = Saldo Médio de Dup. a Pagar x 360


Compras Brutas

É interessante salientarmos que as compras brutas são calculadas da


seguinte forma:
Empresas Industriais: C.B. = Compras Líquidas x (1 + b)
(1 – a)
Sendo:

Compras Líquidas = Estoque Final – Estoque Inicial + Custo Matéria-prima (a =


alíquota do ICMS em forma decimal e b = alíquota IPI em forma decimal).

Empresas Comerciais: C.B. = Compras Líquidas


(1 – a)
Sendo:

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Compras Líquidas = Estoque Final – Estoque Inicial + Custo da Mercadoria Vendida


(a = alíquota do ICMS em forma decimal).

Com esses dados em mãos podemos calcular os ciclos da seguinte forma:

Ciclo Operacional (CO) = PME + PMC

Ciclo Financeiro (CF) = PME + PMC – PMP ou CF = CO – PMP

Assim sendo, consideremos a empresa comercial Lógica Ltda., que


apresentou os seguintes dados, retirados de seu Balanço Patrimonial e de sua DRE
do ano de 2012. Baseado nestes valores, calcule o ciclo financeiro e o ciclo
operacional (ICMS 12%).

Estoque Final 1.600.000,00


Estoque Inicial 2.200.000,00
Custo de Vendas 8.200.000,00
Saldo Inicial de Duplicatas a Pagar 2.400.000,00
Saldo Final de Duplicatas a Pagar 1.750.000,00
Saldo Inicial de Duplicatas a Receber 1.800.000,00
Saldo Final de Duplicatas a Receber 3.800.000,00
Receita Bruta de Vendas 7.400.000,00

Solução – neste caso, temos que:

PME = 83,4 ou 84 dias;

PMC = 136, 2 ou 137 dias;

PMP = 86,4 ou 87 dias.

Ciclo Operacional (CO) = PME + PMC

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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CO = 84 + 137 = 221 dias.

Ciclo Financeiro (CF) = PME + PMC – PMP ou CO - PMP


CF = 84 + 137 – 87 = 134 dias.

Giro de Caixa (GC) = 360 / CF


GC = 360 / 134
GC = 2,69 vezes (significa que o caixa girou 2,69 vezes em um ano).

Portanto, a empresa apresenta um prazo médio de estocagem de 84 dias e


um prazo médio de recebimento de 137, ou seja, após a compra da mercadoria,
leva-se 221 dias para receber a venda, fechando seu ciclo operacional. Os
fornecedores da empresa têm dado um prazo médio de 87 dias, 3 dias depois da
venda e 134 dias antes de receber de seus clientes. As sugestões de melhorias para
o desempenho da empresa seriam:
(1) uma agilidade maior no setor comercial, que poderia acontecer por meio
de incentivos e comissões fazendo com que as vendas fossem mais rápidas,
diminuindo o PME;
(2) uma negociação com os fornecedores a fim de aumentar o PMP e (3) uma
redução nos prazos de pagamento dos clientes (PMC).

1.8. Análise compartimentada do capital de giro


Até agora vimos a análise geral do capital de giro das organizações. A partir
desse momento, vamos analisar de forma dinâmica e compartimentada cada um dos
componentes do capital de giro, com ênfase nas contas do ativo circulante, estoques
e valores a receber, bem como, os ciclos operacional e financeiro e, por fim, o fluxo
de caixa.

a) Estoques
A principal finalidade ou função do estoque é isolar os processos de compra,
produção e venda, de maneira que cada um deles possa seguir a sua própria

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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“velocidade” de realização. Sem os estoques, a empresa teria que comprar, produzir


e vender tudo ao mesmo tempo.
A decisão de estoque está baseada no princípio básico da Administração de
Capital de Giro: que consiste em uma comparação entre o custo/benefício. Os
principais custos referentes aos estoques são apresentados a seguir:
custos de obtenção – consistem em despesas adicionais, necessárias
para adquirir o estoque. Podem ser divididos em dois tipos – custos para
processamento dos pedidos e custos de preparação;
custos incidentais – são despesas adicionais para manutenção de um
estoque extra. Podem ser custos de armazenamento; seguro; declínio dos preços;
deterioração; entre outros.

Figura 8: Interpretando os principais custos direcionados a estoques.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Já os principais benefícios dos estoques são:


redução dos custos com a falta de estoque;
descontos na compra de uma grande quantidade de estoque;
redução do custo de preparação de pedidos;
produção mais eficiente e uniforme, evitando certas despesas como hora-
extra, entre outros.
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Figura 9: Interpretando os benefícios associados aos estoques.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

b) Análise financeira dos estoques


Existem vários indicadores para a gestão financeira dos estoques, porém, os
dois mais comuns e utilizados para uma análise da dinâmica de comportamento dos
estoques são:
Estoque como porcentagem de vendas:
E%Vendas = (Saldo Médio de Estoque x 100)/Receita de vendas.

Rotação ou giro de estoques:


RE = Custo da Mercadoria Vendida/Saldo Médio de Estoque.

Aplicação – Uma empresa apresentou, para um determinado período, um saldo


inicial de estoques no valor de R$ 45.000,00 e um saldo final de R$ 63.000,00.
Sabendo que o custo da mercadoria adquirida para venda foi de R$ 216.000,00 e a
receita de vendas foi R$ 430.000,00 (todos dados retirados do Balanço Patrimonial e
DRE da empresa), calcule o Estoque como Porcentagem das Vendas e o Giro de
Estoques. Sabendo que os dados anteriores eram E%Vendas 14% e a rotação ou
giro de estoques 3,5 vezes, como você analisa a situação atual da empresa?

Solução – neste caso, temos que:


Saldo médio de estoques = (Estoque inicial + Estoque final) / 2

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Saldo médio de estoques = (45.000 + 63.000) / 2

Saldo médio de estoques = 108.000 / 2

Saldo médio de estoques = 54.000,00

E%Vendas = (Saldo Médio dos Estoques x 100) / Receita de Vendas

E%Vendas = (54.000 x 100) / 430.000

E%Vendas = 12,56% (aproximadamente)

Rotação de Estoques = Custo da mercadoria vendida / saldo médio de


estoques

Rotação de Estoques = 216.000 / 54.000

Rotação de Estoques = 4 vezes.

Ao compararmos os dados atuais com os anteriores, podemos perceber uma


melhora na situação da empresa com relação a sua gestão financeira dos estoques,
pois, o estoque como porcentagem das vendas diminuiu de 14% para 12,56%, ou
seja, nosso nível de estoque está menor (o que significa menos dinheiro parado) e o
giro ou rotação de estoques aumentou de 3,5 para 4 vezes, o que significa que o
nosso estoque está saindo mais rapidamente.

c) Valores a receber
Os valores a receber são montantes devidos às firmas, provenientes da
venda de mercadorias, produtos acabados ou serviços no curso ordinário dos seus
negócios.
Dentre os seus benefícios podemos citar:
aumento da receita de vendas;

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investimento defensivo para enfrentar a concorrência;


aumento do giro dos estoques;
aumento das atividades da empresa.

Assim como os valores a receber possuem finalidades e benefícios, também


possuem custos que devem ser corretamente levantados para que não se
comprometa a aplicação de recursos nesta conta. Entre os custos associados
podemos citar:
custos dos fundos adicionais;
custos variáveis de produção;
despesas administrativas adicionais;
prejuízos com devedores duvidosos e despesas de cobrança.

d) Análise financeira dos valores a receber


Os principais indicadores utilizados para a gestão financeira dos valores a
receber são:
- valores a receber como porcentagem das vendas:

VR%V = (Saldo médio VR x 100)/Receita de Vendas

- giro dos valores a receber:

GVR = Receita de Vendas/Saldo Médio de Valores a Receber

Aplicação – Uma empresa apresentou em suas demonstrações financeiras um


saldo inicial de valores a receber de R$ 72.000,00 e como saldo final R$ 84.000,00.
Dado que a receita de vendas no mesmo período foi de R$ 520.000,00, calcule os
valores a receber como porcentagem de vendas e a rotação ou giro dos valores a
receber. Compare com o resultado anterior que era VR%Vendas 12% e rotação dos
valores a receber de 5 vezes:

Solução – neste caso, temos que:

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Saldo Médio de Valores a Receber = (valores a receber inicial + valores a


receber final)/2

Saldo Médio de Valores a Receber = (72.000 + 84.000) / 2

Saldo Médio de Valores a Receber = 156.000 / 2

Saldo Médio de Valores a Receber = 78.000

VR%Vendas = Saldo Médio dos Valores a Receber x 100 / Receita de


Vendas
VR%Vendas = 78.000 x 100 / 520.000

VR%Vendas = 15%

RVR = Receita de Vendas / Saldo Médio dos Valores a Receber

RVR = 520.000 / 78.000

RVR = 6,67 vezes aproximadamente

Podemos perceber um aumento nos dois índices, indicando que a empresa


aumentou as vendas a prazo, mas ao mesmo, fez com que o giro dos valores a
receber aumentasse, ou seja, estamos vendendo mais a prazo, mas estamos
recebendo estas vendas em um prazo menor.

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UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DO DIAGRAMA DE FLUXO


DE CAIXA APLICADOS À ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL
DE GIRO

2.1 Aspectos introdutórios


Primeiramente, devemos observar que o estudo do fluxo de caixa significa,
em última instância, procurar compreender o processo de formação de liquidez na
empresa. É identificar quais as atividades que estão “injetando” e “retirando” os
recursos do caixa da empresa.
Dessa forma, é possível estabelecer como gerenciar essas atividades e
permitir a continuidade da solvência da empresa, principalmente, da liquidez
imediata.
A gestão do fluxo de caixa não pode ser considerada uma preocupação
exclusiva da área financeira, mas de todos os departamentos, exemplificando:
produção – atenção aos prazos de fabricação dos produtos;
compras e cobrança – sincronia nos prazos de pagamento e recebimento.
Agilidade nas políticas de cobrança;
vendas – atenção com as políticas de crédito e negociação de prazos com
o cliente.
Resumidamente, tentar atribuir maior rapidez nas entradas de caixa em
relação aos desembolsos.

2.2 O conceito formal e a importância do fluxo de caixa


Segundo Hoji (2006), a partir do conceito de Administração Financeira, pode-
se dizer que o fluxo de caixa é um dos instrumentos mais utilizados pelo gestor
financeiro na gestão empresarial. A Administração Financeira é a arte e a ciência de
administrar os recursos financeiros para maximizar a riqueza dos acionistas.
Para Hoji (2002), uma boa administração necessita de informações para que
a atividade da organização flua de maneira a atingir seu objetivo final que é obter
lucro. Contanto que as informações sejam reais e representem a situação da
organização no momento em que são levantadas, o gestor possui uma ferramenta
importante em seu trabalho. A partir de um fluxo de caixa projetado, a organização
possui uma ferramenta importante aos gestores para a tomada de decisões. Após o
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levantamento dos dados extraídos de cada departamento da empresa, os mesmos


são tabelados para formar o fluxo projetado. Com base em períodos anteriores, é
possível projetar as receitas e as despesas que irão acontecer no período projetado.
Assim, após o ocorrido, os dados são comparados para avaliar o que aconteceu
com o que havia sido projetado. Caso ocorra algum fato que não estava previsto,
isso faz com que sejam alterados os dados para o período projetado.
Para Gitman (2002), o fluxo de caixa é o instrumento de programação
financeira que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo
período de tempo projetado. Com essa estimativa, a organização das finanças torna-
se mais correta em função de ter em mãos o que irá receber e o que irá pagar em
certo período de tempo, podendo prever possíveis investimentos com as sobras,
bem como a busca de recursos quando existir déficit no caixa da empresa.

2.3 O conceito demonstrativo do fluxo de caixa


Segundo Hoji (2006),

a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) indica a origem de todo o


dinheiro que entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que
saiu do Caixa em determinado período, e, ainda o Resultado do Fluxo
Financeiro.

Essa demonstração tem a característica de evidenciar as transações que


efetivamente movimentam o caixa. O que poderia ser uma característica
controvertida. O registro de movimentações de caixa é muito dinâmico; a
demonstração de fluxo de caixa, tal quais as demais demonstrações, é estática, ou
seja, reflete um determinado momento ou, mais propriamente dizendo, um
determinado saldo disponível e reportado, conforme Hoji (2006).
Para o mesmo autor citado anteriormente, não devemos analisar o fluxo de
caixa dessa forma, estática, verticalmente como são apresentados, uma vez que
essa não é a realidade das empresas.

2.4 A importância da informação sobre o fluxo de caixa de uma organização


Segundo Gitman (2002), inicialmente, destaca-se que a compreensão do
termo caixa deve abranger não somente a conta contábil caixa, e sim todos os

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recursos disponíveis da organização dos quais se possa fazer uso como se dinheiro
fosse. Correspondem ao caixa, dessa forma, as disponibilidades imediatas da
empresa, ou seja, caixa, propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários
em trânsito e aplicações de liquidez imediata.
Fazendo referências ao Financial Accounting Standard Board (FASB), Neto
(2011) coloca que “o objetivo da Contabilidade é fornecer aos investidores e outros
indivíduos informações úteis para avaliar o nível, a distribuição no tempo e a
incerteza dos fluxos de caixa futuros da empresa”.
O caixa é importante porque representa poder de compra que pode ser
transferido facilmente, em uma economia de troca, a qualquer indivíduo ou
organização para satisfação de suas necessidades específicas por bens e serviços
desejados e disponíveis na economia. Informações sobre fluxo de caixa são
relevantes, à medida que permitem a investidores e credores projetar a capacidade
que a organização terá de distribuir dividendos, pagar juros e amortizar dívidas.
Além desses pontos, a informação sobre o fluxo de caixa destaca-se, também, por
auxiliar na determinação da liquidez e solvência empresarial (GITMAN, 2002).
Para Neto (2011),

liquidez é a capacidade relativa de conversão de ativos em caixa e


solvência é a capacidade de pagamento das obrigações de uma
organização no momento de seus vencimentos. O conceito de solvência é
mais amplo que o de liquidez.

Segundo Neto (2011), a determinação da capacidade de solvência da


organização é importante, pois indica a possibilidade de continuidade. A informação
sobre a liquidez é importante para determinação da solvência. A informação sobre
fluxo de caixa é uma informação sobre o fluxo financeiro da empresa. É através do
fluxo financeiro que as organizações planejam e tomam decisões importantes de
investimentos, financiamentos, distribuição de recursos, entre outros, fundamentais
para a continuidade das operações normais do empreendimento.
De acordo com Neto (2011), evidentemente que todos os fatores descritos
acima, principalmente a decisão de distribuição de recursos (dividendos, juros, entre
outros), dependem de outros eventos e políticas da empresa. A existência pura e
simples de caixa não determina a distribuição obrigatória desses recursos e tão

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pouco a existência pura e simples de lucro não determina que a organização tenha
que distribuí-lo. Aliás, uma demonstração de fluxo de caixa, deve evidenciar e
explicar o fato de que disponibilidade de caixa não significa lucro, e lucro nem
sempre significa disponibilidade de caixa. Para os autores já referenciados, dados
que possibilitem aos credores e acionistas preverem a capacidade da organização
gerar caixa futuro para pagamentos são cruciais.
Para Neto (2011), os usuários da informação de fluxo de caixa em seu
processo de predição da capacidade de distribuição de dividendos e amortização de
dívidas necessitariam de informações sobre:
fluxos de caixa gerado pelas operações correntes da empresa;
fluxos de caixa não relacionados com as atividades correntes da empresa;
fluxos de caixas necessários para manutenção e ampliação dos níveis de
estoques e capacidade instalada da empresa;
fluxos de caixa originados da alienação de itens do imobilizado da
organização e que por algum motivo não mais serão utilizados para operações
futuras;
fluxos de caixa obtidos a partir dos financiadores da organização
(acionistas e credores), também como os fluxos de caixa distribuídos aos mesmos
por esses financiamentos; e,
fluxos de caixa destinados a pagamento de juros e dividendos a
investidores preferências.
Para o International Accounting Standards Committee (IASC), as informações
sobre os fluxos de caixa de uma empresa são úteis à medida que proporcionam aos
usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a
organização gerar caixa e valores equivalentes à caixa e as necessidades da
organização para utilizar esses fluxos de caixa. As decisões econômicas que são
tomadas pelos usuários exigem uma avaliação da capacidade de a organização
gerar caixa e valor equivalente à caixa, bem como da época e certeza na geração de
tais recursos (NETO, 2011).
Segundo Gitman (2002), o International Accounting Standards Committee
(IASC) define que as informações sobre o fluxo de caixa da organização também
tem sua importância destacada, pois:

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quando utilizada em conjunto com as demais demonstrações contábeis,


proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos
líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e
solvência) e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa
a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e às oportunidades;
são úteis para avaliar a capacidade da organização produzir recursos de
caixa e valores equivalentes e habilitar os usuários a desenvolver modelos para
avaliar e comparar o valor presente e futuro de caixa de diferentes empresas;
aumenta a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional por
diferentes empresas, porque elimina os efeitos decorrentes do uso de diferentes
tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;
possibilita o uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como
indicador da importância, época e certeza de futuros fluxos de caixa;
é útil para conferir a exatidão de avaliações anteriormente feitas de futuros
fluxos de caixa e examinar a relação entre a lucratividade e o fluxo de caixa líquido,
e o impacto de variações de preço.

2.5 Ampliando o conceito de fluxo de caixa


Conforme Neto (2011),

a informação sobre o fluxo e caixa da organização pode ser evidenciada


basicamente de duas formas. Ou sobre operações de caixa realizadas em
um período já ocorrido (descreve mudanças históricas no caixa da
empresa), ou sobre operações de caixa da organização que ainda irão
ocorrer, e que, portanto, referem-se a um período de tempo ainda não
ocorrido.

Um conceito importante de fluxo de caixa é o conceito de fluxo de caixa


histórico. Este conceito refere-se ao primeiro tipo de informação descrito acima.
Outro conceito de fluxo de caixa fundamental é o de fluxo de caixa orçado ou
projetado, que expressa informações correspondentes ao segundo conceito,
também já descrito. Entende-se como fluxo de caixa, o registro e controle sobre a
movimentação do caixa de qualquer empresa, expressando as entradas e saídas de
recursos financeiros ocorridos em determinados períodos de tempo (NETO, 2011).
Conforme Neto (2011),

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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o fluxo de caixa histórico é o que mais representa a demonstração de fluxo


de caixa componente do conjunto de demonstrações contábeis que as
empresas divulgam, servindo principalmente para análises comparativas e
históricas. A segunda forma de apresentação de fluxo de caixa é utilizada
principalmente pela gerência das empresas no planejamento operacional e
estratégico na gestão da atividade financeira, voltada para o futuro, sendo
de uso interno da empresa.

Além disso, Neto (2011) diz que

uma razão básica para o fornecimento de demonstrações de fluxos de caixa


histórico é a sua possibilidade de uso para avaliação da organização como
entidade em andamento, por parte dos acionistas e credores.

A demonstração de fluxo de caixa histórico pode ser preparada a partir das


outras demonstrações já elaboradas e divulgadas pela empresa, permitindo a
análise das causas de modificação do caixa da organização e um estudo do seu
comportamento financeiro ao longo do tempo. É um adequado instrumento de
análise. Uma das dificuldades com a utilização de fluxos de caixa históricos na
predição de fluxos futuros reside na interdependência de muitos fluxos da caixa. As
informações sobre fluxos de caixa devem ser complementadas por planos da
administração da organização revelando suas expectativas, além de outros
relatórios complementares que possam ser utilizados no processo de predição
(PADOVEZE, 1996).
Conforme Neto (2011),

as apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de caixa e não


pelo regime de competência. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa
é um instrumento de controle e análise financeira que juntamente com as
demais demonstrações contábeis torna-se efetivamente um instrumento de
apoio à tomada de decisões de caráter financeiro.

Gitman (2002) relata que “as possíveis folgas financeiras de curto prazo
possibilitam a sua aplicação em operações de curtíssimo prazo, otimizando o seu
desempenho financeiro”.
Segundo Neto (2011), “um outro conceito importante de fluxo de caixa é o de
fluxo de caixa da entidade”.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
35

Para Gitman (2002), “o fluxo de caixa da entidade é o fluxo líquido de caixa


transferido entre a organização e seus financiadores, podendo também ser chamado
de financiamento externo líquido da empresa”.
Conforme Neto (2011),

o fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o futuro, o que permite


projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar
com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez
ou o excesso de recursos.

2.6 Formas de apresentação do fluxo de caixa histórico


Segundo Hoji (2006), “o fluxo de caixa histórico pode ser apresentado de
duas formas. As formas decorrentes do método direto e do método indireto”. Além
disso, a distinção entre os métodos de elaboração e apresentação do fluxo de caixa
da organização consiste apenas na forma de apresentação do fluxo de caixa
derivado das atividades operacionais.
Os fluxos de caixa, apresentados na Demonstração do Fluxo de Caixa,
podem ser estruturados segregando as atividades da organização em operacionais,
de financiamento e de investimento.

a) O método direto
Segundo Neto (2011),

por este método, a demonstração de fluxo de caixa evidencia todos os


pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades operacionais da
empresa, devendo apresentar os componentes do fluxo por seus valores
brutos ao menos para os itens significativos de recebimentos e pagamentos.

Para Hoji (2006), este método também é conhecido como a abordagem das
contas T (T Account Approuach), e consiste em classificar os recebimentos e
pagamentos utilizando as partidas dobradas e tem como vantagem permitir a
geração de informações com base em critérios técnicos livres de qualquer
interferência da legislação fiscal. Neste método, começa-se a explicação do caixa
gerado pelas operações da organização pelo recebimento das vendas. A seguir
mostra-se um modelo simplificado de DFC pelo método direto, baseado no modelo
FAS 95, ou seja, fazendo uma segregação dos tipos de atividades:
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
36

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

Exercício Findo em 31/12/1XYZ

Fluxo de Caixa Proveniente

Das Atividades Operacionais


(+) Recebimento de Clientes e outros
(-) Pagamentos a Fornecedores
(-) Pagamento a Funcionários
(-) Recolhimentos ao governo
(-) pagamentos a credores diversos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades
operacionais

Das Atividades de Investimentos


(+) Recebimento de venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades de
investimentos

Das Atividades de Financiamentos


(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
( -) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades de
Financiamento

AUMENTO/DIMINUIÇÃO NAS DISPONIBILIDADES


DISPONIBILIDADES- no início do período
DISPONIBILIDADES- no final do período

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Iudícibus (1987, p. 234) traz que “o Manual de Contabilidade das Sociedades


por Ações apresenta o seguinte modelo de DFC pelo método direto”:

FLUXO DE CAIXA – Método Direto

INGRESSO DE RECURSOS
Recebimento de Clientes
Pagamento a Fornecedores
Despesas de vendas/administrativas/ Gerais
Imposto de Renda
Dividendos Recebidos
Ingresso de Recurso Financeiros provenientes das Operações
Resgate de Investimentos Temporários
Recebimento por Venda de Investimentos
Recebimento por Venda de Imobilizado
Ingresso de Novos Empréstimos
Integralização de Capital
Total dos ingressos de Recursos Financeiros

DESTINAÇÃO DE RECURSOS
Integralização de Capital Cia. X
Aquisição de Bens do Ativo Imobilizado
Aplicação no Ativo Diferido
Pagamento de Dividendos
Pagamento de Empréstimos
Total das Destinações de Recursos Financeiros
Variação Líquida de Caixa
Saldo de Caixa em 31-12-X0
Saldo de Caixa em 31-12-X1

Figura 10: Interpretando o fluxo de caixa pelo método direto.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Iudícibus (1987, p. 234) diz que “pelo modelo, nota-se que não existe uma
segregação da DFC em atividades operacional, de investimento e de financiamento”.
Martins (1999), em seu artigo denominado Um novo fluxo de caixa (FASB 95),
publicado no boletim IOB nº 13/88, dá outra nomenclatura ao método direto,
denominando-o de fluxo no sentido restrito ou completo, no qual a estrutura básica
seria apresentada da seguinte forma:

MODELO PROPOSTO POR MODELO PROPOSTO PELO


MARTINS FASB

Origens dos recursos Atividades Operacionais


Das operações da empresa Origens
Dos sócios Aplicações
De terceiros
Atividades de investimento
Total das Origens dos Recursos Origens
Aplicações
Aplicações de recursos
Acréscimo de caixa no ano de 19XY Atividades de financiamentos
Saldo inicial de disponibilidades Origens
Saldo final de disponibilidades Aplicações

Aumento ou diminuições
Saldo inicial
Saldo final

Figura 11: Interpretando o fluxo de caixa pelo método direto.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Fazendo comentários ao modelo proposto pelo FASB, Martins (1999),


destaca a inegável capacidade informativa que este modelo tem ao permitir a
análise segregada por itens operacionais, de investimento e de financiamento.
Contudo, chama atenção para o fato de que o fluxo de caixa isoladamente, apesar

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
39

de mostrar o que ocorreu, não concilia déficits financeiros que possam ocorrer com o
lucro do período, apesar de, na opinião do autor, isso ser perfeitamente possível.

Saiba mais! No método Direto, o DFC evidencia todos os pagamentos e


recebimentos decorrentes das atividades operacionais da empresa, devendo
apresentar os componentes do fluxo por seus valores brutos. A opção para
este método deve apresentar, no mínimo, os seguintes tipos de pagamentos e
recebimentos relacionados às operações: recebimentos de clientes, juros e
dividendos recebidos, pagamentos de fornecedores e empregados, juros
pagos, imposto de renda pago e outros recebimentos e pagamentos.

b) O método indireto
Segundo Neto (2011),

o método indireto consiste na demonstração dos recursos provenientes das


atividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens que
afetam o resultado (tais como depreciação, amortização e exaustão), mas
que não modificam o caixa da empresa.

Como bem destaca o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, o


método indireto, principalmente pela sua parte inicial (lucro líquido ajustado), é
semelhante a DOAR, contudo Iudícibus (1987), apesar de seguir a mesma linha dos
autores já referenciados, comenta que no método indireto parte-se do lucro líquido
para, após os ajustes necessários, chegar-se ao valor das disponibilidades
produzidas no período pelas operações registradas na DRE, contudo, no que se
refere à semelhança com a DOAR, o autor destaca que as comparações se
estendem apenas às contas do circulante. Este método é também conhecido como
método de reconciliação.

A orientação do FASB é para que as empresas americanas adotem,


preferencialmente, o método direto para divulgação dos fluxos de caixa da empresa,
sem, no entanto, estabelecer uma obrigatoriedade de sua utilização. Muitas
empresas preferem divulgar a DFC elaborada através do método indireto que parte
do Lucro Líquido, ajustando-o até chegar ao fluxo de caixa operacional. Para os

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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autores, esse método mais oculta que revela informações relevantes e deveria ser
abandonado (NETO, 2011).
Para Gitman (2002),

pelo fato de não existir proibição de utilização do método indireto, este


passará a ser mais utilizado pelas companhias por ser de mais fácil
montagem, apesar de ser mais difícil a sua compreensão por parte dos
usuários.

A seguir, mostraremos um modelo genérico de DFC pelo método indireto,


também baseado no modelo adotado pelo FASB.

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

Fluxo de Caixa Proveniente

Lucro Líquido
(-) Aumento de Estoques
(+) Depreciação
(-) Aumento de Clientes
(+) Pagamento a Funcionários
(+) Contas a Pagar
(+) Pagamentos de Impostos e Tributos
(+) Aumentos de Fornecedores
(=) Fluxo de Caixa Operacional Líquido

Das Atividades de Investimentos


(+) Recebimento de venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades de
investimentos

Das Atividades de Financiamentos


(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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(+) Emissão de Debêntures


(+) Integralização de Capital
( -) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) atividades de
Financiamento

AUMENTO/DIMINUIÇÃO NAS DISPONIBILIDADES


DISPONIBILIDADES- no início do período
DISPONIBILIDADES- no final do período
Exercício Findo em 31/12/1XY

Figura 12: Interpretando o fluxo de caixa pelo método indireto.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Na mesma linha do método direto, Iudícibus (1987) traz que o Manual de


Contabilidade das Sociedades por Ações também apresenta um modelo de DFC
com base no método indireto, o qual apresentaremos, resumidamente, a seguir:

FLUXO DE CAIXA – Método Indireto

ORIGENS
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação e Amortização
Variações Monetárias de empréstimos e financiamentos em
longo prazo
(-) Participação no lucro da controlada, menos dividendos
Lucro na Venda de Imobilizado
Correção Monetária
(+) Aumento em Fornecedores
Aumento de Contas a Pagar
Aumento em Imposto de Renda
(-) Aumento em Conta a Receber (líquido)
Aumento em Estoque
Aumento em despesa do Exercício seguinte

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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Caixa Gerado pelas Operações


Resgate de Investimentos temporários
Venda de Investimentos
Integralização de Capital
Novos Empréstimos
Total de Ingresso de Disponível
APLICAÇÕES
Integralização da Capital em outra CIA.
Aquisição de Imobilizado
Aplicação no Diferido
Pagamento de Dividendos
Total das Aplicações de Disponível
Saldo Inicial
Saldo Final de Disponível

Figura 13: Interpretando o fluxo de caixa pelo método indireto.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Segundo Iudícibus (1987) “como está demonstrado, pelo modelo proposto,


teríamos apenas a segregação da atividade operacional, sem identificação das
demais atividades”.
Segundo o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, pelo fato de
existir a alegação de que o objetivo da DFC é facilitar o entendimento do usuário
comparativamente a DOAR, não existe muito sentido na adoção do método indireto
já que o mesmo assemelha-se a esta demonstração.
Com relação ao método indireto, Martins (1999), denomina-o de método
simplificado ou conceito amplo de fluxo de caixa.

Saiba mais! O método indireto consiste na demonstração dos recursos


provenientes das atividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustados
pelos itens que afetam o resultado (tais como depreciação, amortização e
exaustão), mas que não modificam o caixa da empresa.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Aplicação (Elaboração de Fluxo de Caixa Via Balanços) – Vamos considerar os


seguintes balanços consecutivos de uma determinada empresa, em destaque a
redução do saldo do disponível, do ano de 2006 para o ano de 2007.

Fluxo de Caixa pelo Método dos Balanços Consecutivos

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Fluxo de Caixa pelo Método Restrito e Amplo

2.7 Indicadores associados à análise do fluxo de caixa


1) Cobertura de dívidas
Mede a relação de caixa da organização com suas dívidas totais, ou seja, se
o resultado operacional da organização é suficiente para cumprir com as dívidas
existentes. Segundo Neto (2011), temos que:

2) Retorno sobre o patrimônio líquido


Mede o quanto a organização consegue obter de caixa por unidade monetária
investida pelo capital próprio. Este indicador é de suma importância para os
acionistas. Segundo Neto (2011), temos que:

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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3) Retorno sobre vendas


Mede o quanto a organização consegue obter de caixa por unidade monetária
vendida. Segundo Neto (2011), temos que:

4) Retorno sobre o ativo


Mede o quanto a organização consegue obter de caixa por unidade monetária
investida no Ativo. Segundo Neto (2011), temos que:

5) Retorno sobre o lucro


Mede o quanto a organização consegue obter de caixa por unidade monetária
de lucro. Segundo Neto (2011), temos que:

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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UNIDADE 3 – DESCREVENDO OS PRINCIPAIS ÍNDICES


ECONÔMICO-FINANCEIROS DA ANÁLISE GERENCIAL EM
FINANÇAS

3.1 Aspectos introdutórios


De acordo com Gitman (2002), a técnica mais comum de análise dos
demonstrativos financeiros, empregada por analistas e usuários em geral, baseia-se
na apuração de índices econômico-financeiros. Entende-se por índices, a relação
entre contas ou grupos de contas dos demonstrativos financeiros, que têm o objetivo
de expor aspectos da situação econômica e financeira de uma organização. Como já
falamos anteriormente, dentre a gama de índices existentes, o papel fundamental do
usuário é a estruturação de um portfólio de índices que busque retratar da melhor
maneira, a situação da empresa estudada de forma a melhor atender ao seu
objetivo.
Por outro lado, Hoji (2006) nos diz que para um melhor atendimento e
compreensão do significado dos indicadores econômico-financeiros, bem como para
que haja uma melhor metodologia de análise destes resultados, estes indicadores
são divididos em grupos que expressam a situação financeira e econômica da
empresa analisada. Os grupos são: Índices de Liquidez, Índices de
Endividamento e Estrutura de Capitais e os Índices de Rentabilidade.

Figura 14: Classificando os indicadores.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Dessa maneira, em um primeiro momento, podemos visualizar que:


a) Índices de Liquidez – segundo Hoji (2006), são as razões entre
determinadas variáveis contábeis de uma organização que procuram caracterizar
um indicador da capacidade da organização de pagar suas dívidas, a partir da
comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades. Em termos gerais,
a liquidez decorre da capacidade de a empresa ser lucrativa, da administração
de seu ciclo financeiro e das suas decisões estratégicas de investimento e
financiamento.
b) Índices de Endividamento – segundo Gitman (2002), esses índices
descrevem o grau de endividamento da organização. A análise desse indicador
por diversos exercícios mostra a política de obtenção de recursos da empresa.
Isto é, se a empresa vem financiando o seu Ativo com Recursos Próprios
(Patrimônio Líquido) ou de Terceiros (Passivo Circulante + Exigível em Longo
Prazo) e em que proporção.
c) Estrutura de Capitais e Índices de Rentabilidade – de acordo com
Gitman (2002), a estrutura de capital é determinada pelo composto de
endividamento em longo prazo que uma organização utiliza para financiar suas
operações. As decisões inadequadas de estrutura de capital podem resultar em
um elevado custo de capital, o qual tornaria mais difícil encontrar investimentos
aceitáveis.

Saiba mais! A determinação dos índices de liquidez inicia com a comparação


entre os direitos e as obrigações da empresa, com objetivo de identificar o
grau de liquidez empresarial a partir da sua administração (ciclo financeiro
e lucratividade). Na Análise do Endividamento há necessidade de detectar as
características deste indicador: 1) Empresas que recorrem a dívidas como um
complemento de Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas no seu
Ativo (ampliação, expansão, modernização, entre outros). Este endividamento
é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas
deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido. 2) Empresas
que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por não
gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a organização


será uma séria candidata à insolvência e, consequentemente, à falência.
Além disso, de acordo com Hoji (2006), os indicadores expressam as
situações financeira e econômica da organização. Vejamos a Figura 15 a seguir que
nos mostra o que cada indicador busca expressar.

Figura 15: Interpretação da aplicabilidade dos indicadores.


Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Sempre que os indicadores detectarem problemas de liquidez, rentabilidade


ou de estrutura, cabe à administração da organização promover medidas de
ajustamento para que realinhe as ações às reais necessidades, buscando assim o
melhor funcionamento operacional e de financiamento da companhia. Dessa forma,
a análise financeira por intermédio dos indicadores, objetiva detectar situações e
verificar tendências de acontecimentos, dando subsídios para que a administração
da companhia efetue esforços corretivos, conforme necessidade.

3.2 Índices de endividamento e estrutura de capitais


Estes índices são utilizados basicamente para medir a composição / estrutura
das fontes passivas de recursos de uma empresa. Ao serem analisados, possibilitam
a verificação de como a organização está se financiando, como são utilizados os
recursos de terceiros e qual a relação deste capital frente aos capitais próprios. Além
disso, fornecem ainda, elementos para avaliação do grau de comprometimento
financeiro perante os credores.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Este grupo de índices revela as grandes linhas de decisões financeiras, no


que tange a obtenção e a aplicação de recursos na organização.

a) Participação de Capitais de Terceiros (PCP)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Passivo Circulante + Passivo Exigível em longo prazo


________________________________________________
Patrimônio Líquido

O índice de Participação de Capitais de Terceiros mede quanto a organização


tomou de Capitais de Terceiros para cada $ 1,00 de Capital Próprio investido. Em
outras palavras, este indicador aponta quanto a organização possui de capital
próprio para garantir as dívidas contratadas com terceiros, para giro e/ou
financiamentos. Neste sentido, o interessante para a organização é que quanto
menor for seu resultado, melhor.

A soma do Passivo Circulante e do Passivo Exigível em Longo Prazo,


também é conhecida como o Exigível Total da empresa, uma vez que totaliza o
valor dos Capitais de Terceiros que a financia.

O índice PCT retrata o Grau de Endividamento da empresa, uma vez que


relaciona as duas principais fontes de recursos da mesma: Capital Próprio e Capital
de Terceiros. Por ele, o analista consegue mensurar o grau de risco e a
dependência a capital de terceiros que a organização tem.
Quando analisamos pela ótica financeira, que é o que este indicador se
propõe a fazer, dizemos que quanto menor for o PCT melhor é, tendo em vista que,
quanto menor for o indicador, menor é o grau de dependência a capitais de terceiros
da empresa.

Daí deixamos um questionamento: Não é interessante para uma


organização trabalhar com um grau elevado de capital de terceiros?

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Do ponto de vista dos lucros, é interessante que uma organização trabalhe


com capitais de terceiros, desde que a remuneração paga a estes capitais sejam
inferiores ao lucro obtido em sua operação. Ou seja, sempre que uma organização
conseguir trabalhar com outros capitais, fazendo com que este renda acima do custo
de sua obtenção, ela estará alavancando sua operação e gerando riqueza.
Entretanto, existe o risco da dependência elevada a estes capitais, o que pode levar
a problemas de solvência, porém este risco deve ser analisado de forma a atingir o
equilíbrio ótimo entre a utilização do capital próprio e do capital de terceiros, e é esta
análise que o índice PCT proporciona.
É preciso salientar que nível de dependência para capitais de terceiro e grau
de endividamento varia muito de organização para empresa. Tem organização que
administra bem um alto grau de endividamento e tem organização que não
consegue ter bons resultados com isso. O objetivo de analisar por intermédio de
índices é definir padrões gerais de análises sobre o endividamento. Vale ressaltar
algumas variáveis que são fundamentais na definição da capacidade de
endividamento empresarial:
1) Geração de Recursos – é um fator primordial. Como já dito, a organização
que consegue trabalhar o capital de terceiros, de forma a fazer com que este gere
resultados superiores ao custo de sua obtenção e assim tenha capacidade de
amortizar suas dívidas, tem uma maior capacidade de endividamento.
2) Liquidez – caso a organização tome capitais de terceiros para investir em
seu giro operacional, tendo por outro lado uma boa quantia de capital próprio então
esta terá um efeito negativo sobre sua liquidez bem menor. Entretanto, a
organização que imobiliza todo o seu capital próprio e ainda utiliza parte dos capitais
de terceiros para imobilização, correrá grande risco de insolvência.
3) Renovação – toda organização que consegue renovar bem suas dívidas,
ou seja, sempre comprando a prazo e/ou renovando empréstimos que estão
vencendo por outras linhas com maior prazo e menor custo, com certeza não terá
problemas de solvência. É a velha máxima: “Dívida não se paga, se administra.” Isto
nada mais é do que trabalhar bem com capitais de terceiros, com eficiência e
eficácia, pois daí pode depender a lucratividade e a continuidade da empresa.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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b) Interpretando a Composição do Endividamento (CE)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Passivo Circulante
________________________________________________ X 100
Passivo Circulante + Passivo Exigível em longo prazo

O índice de composição do endividamento busca medir qual o percentual de


dívidas de curto prazo a organização possui frente ao seu total de dívidas com
terceiros. Em sua interpretação, dizemos que quanto menor for este percentual,
melhor é para a empresa. Isto se dá, pois, indica que suas dívidas estão com prazos
de vencimento bem dilatados.
Visto que já conhecemos o grau de participação de capital de terceiros e a
relação de capitais de terceiros, o próximo passo é conhecer a composição deste
capital de terceiros. As dívidas de curto prazo impõem uma necessidade mais
imediata de se gerar recursos para o seu pagamento. Por outro lado, para fazer
frente às dívidas que vencerão em longo prazo, a organização disporá de mais
tempo para gerar os recursos (lucros) para pagá-las.

c) Interpretando a Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Este índice tem por finalidade indicar quanto a organização investiu no Ativo
Permanente para cada $ 100 do Patrimônio Líquido. Em sua interpretação, podemos
dizer que quanto menor for o seu resultado melhor é para a empresa.

Quanto mais a organização investir no Ativo Permanente, menos


recursos sobrarão para se investir no circulante e no realizável em longo
prazo, fazendo aumentar sua dependência por capitais de terceiros para
financiamento de seu giro operacional.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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3.3 Interpretando os índices de rentabilidade


Segundo Gitman (2002), esse grupo de indicadores tem a finalidade de
avaliar os resultados obtidos pela organização que estará sendo analisada. Esta
avaliação se faz baseada em determinados parâmetros que melhor possibilitem a
revelação das dimensões do resultado.
Sempre em que uma análise de resultado é feita somente baseada em
números absolutos, falsas interpretações podem ocorrer. A partir do momento em
que se analisa o resultado auferido pela empresa, através de números relativos,
levando em consideração os esforços destinados para a obtenção do resultado ou
até mesmo o potencial econômico existente, pode-se tirar conclusões de que se
realmente a organização está atingindo seus objetivos.

Normalmente, adota-se como base para comparação o Ativo Total, o


Patrimônio Líquido e as Receitas Operacionais Líquidas. Já como resultado,
os que são normalmente utilizados são o Lucro Operacional e o Lucro Líquido.

Vale ressaltar que os analistas em geral dispensam grande atenção de sua


análise aos Índices de Rentabilidade, tendo em vista que estes exercem grande
influência sobre a tomada de decisão, no que tange o mercado financeiro e/ou
acionário.

a) Caracterizando o Giro do Ativo (GA)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Este indicador tem como objetivo apontar quanto a organização obteve de


receita operacional líquida para cada $ 1,00 de investimento total no Ativo. Tratando-
se de rentabilidade, em sua interpretação, temos que quanto maior for o resultado
deste indicador, melhor será para a empresa.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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Na verdade, esse indicador busca mostrar a velocidade com que o


investimento total se transforma em volume de vendas. Sabemos que as vendas
representam o coração de uma empresa. Quanto mais vendermos, quanto mais
rápido for o ciclo operacional, mais possibilidades teremos de incrementar a
rentabilidade. Um dos objetivos básicos das finanças é mostrar a maior
produtividade do capital investido. O indicador fundamental da produtividade
financeira do capital investido é o giro do ativo.

b) Caracterizando a Margem Líquida (ML)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Este indicador tem por finalidade apontar qual o lucro em percentual a


organização obtém para cada unidade monetária de venda. Ou seja, qual o
percentual de lucratividade para cada $ 1,00 de vendas. Em sua interpretação,
dizemos que quanto maior for o resultado deste índice, melhor será para a empresa.

c) Caracterizando a Rentabilidade do Ativo Total (RAT)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Índice que tem por objetivo apontar qual o lucro em percentual a organização
obtém para cada unidade monetária de investimento total. Ou seja, qual o percentual
de lucratividade para cada $ 1,00 de investimento no Ativo. Em sua interpretação,
dizemos que quanto maior for o resultado deste índice, melhor será para a empresa.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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d) Caracterizando a Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL)


Segundo Neto (2011), temos como expressão característica:

Da mesma maneira em que existe a necessidade de se conhecer a


rentabilidade do ativo, margem de lucro das vendas e o giro que o ativo está
realizando, os sócios, acionistas e gestores querem conhecer qual o retorno o
Patrimônio Líquido está oferecendo para a empresa. Para isso, este indicador busca
apresentar quanto a organização obtém de lucro, em percentual, para cada $ 100,00
de Capital Próprio investido. Em sua interpretação, assim como os outros
indicadores de rentabilidade, quanto maior for seu resultado, melhor será para a
empresa.

Considerando que o Patrimônio Líquido sofre alterações, devido ao


pagamento de dividendos e às integralizações de capital no decorrer do ano,
por uma questão de simplicidade, toma-se para cálculo o Patrimônio Líquido
Médio entre o Inicial e o Final. Contudo, se o analista achar prudente fazer a
média de todos os balancetes mensais ou trimestrais verificados no decorrer
do período em análise, isso seria uma decisão também aceita. Para nossos
cálculos, adotaremos o PL médio entre o inicial e o final.

Este índice mede a rentabilidade do Capital Próprio em percentuais, por


isso, oferece uma medida muito interessante do ponto de vista dos sócios.
O papel desse índice é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio.
Essa taxa deve ser comparada com outros rendimentos alternativos no mercado.
Para exercitar os seus conhecimentos....com base nos relatórios abaixo,
calcule todos os Índices de Liquidez, Endividamento e Estrutura de Capitais e os
índices de Rentabilidade, emitindo ao final um relatório com sua percepção sobre a
situação da empresa.
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REFERÊNCIAS

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Tradução de Jean


Jacques Salim e João Carlos Douat. 7. Ed. São Paulo: Harbra. 2002.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira – Uma Abordagem Prática. 5 ed. São


Paulo: Atlas, 2006.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de


contabilidade das sociedades por ações (aplicável às demais sociedades). 7ª
edição. São Paulo. Atlas, 2007.

LEONI, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle.


São Paulo: Atlas, 1996.

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 1997.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1996.

NAKAGAWA, Masayuki. Gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 1996.

NETO, Alexandre Assaf. Finanças Corporativas e Valor. 3.ed. São Paulo: Atlas,
2008.

NETO, Alexandre Assaf; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital


de Giro. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial – Um Enfoque em Sistema de


Informação Contábil. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

_________________________. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema


de informação contábil. São Paulo: Atlas, 1996.

WELSCH, Glenn A. Orçamento Empresarial. 4ª edição. São Paulo. Atlas, 1983.

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