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Iniciação na arte do Bonsai

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盆栽
Cultivo em Bandeja

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“Bonsai é observação, cuidado,


estudo e dedicação”.
Cultivo em bandeja.
O estudo das espécies e o
aprendizado das técnicas formam um
bonsaísta!
Com os anos aprendemos a “ver” nos
pequenos detalhes a beleza da vida
e como o tempo deixa seus sinais.
Aprendemos que Bonsai é arte
inacabada, em constante
transformação, progressiva, bela e
misteriosa.
Quem ama cuida.
Valdoir Rocha

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A história do Bonsai!

A primeira menção registrada de bonsai data da era Kamakura, o período da historia japonesa
que vai do ano 1192 ao ano 1333. Este foi o primeiro regime militar feudal japonês
formalmente reconhecido, após a Batalha de Dan no Ura dirigida pelo comandante do exército
(xogum) Minamoto no Yoritomo conhecido como o xogunato Kamakura.

Nos pergaminhos do sacerdote Honen, que viveu nesta época, constam ilustrações de arvores
em miniatura, plantadas em bacias e expostas em prateleiras.

Vários outros textos, escritos durante este período mencionam que mudas de arvores e outras
plantas eram colhidas nos campos e montanhas e transformadas em bonsai. Alias a famosa
peça teatral hachi-no-ki, que trata de temas da Era Kamakura, faz referencia especificas a
ameixas, cerejeiras e pinheiros plantados em vasos rasos; Por todos esses fatos, acredita-se
que a arte do bonsai já era apreciada pela nobreza japonesa, pelo menos, desde 800 anos
atrás. Considera-se que as artes do bonsai japonesas alcançaram o auge da sua prática antes do
décimo oitavo século. Os refinamentos que eles desenvolveram fizeram do bonsai o que é hoje.

Alguns consideram que o melhor bonsai está sendo desenvolvido no Japão.

Evidencias indicam que o interesse maior pelo bonsai aumentou no final dos anos Edo, quando
arvores estranhamente deformada eram erroneamente consideradas bons exemplos de
bonsai. Essa tendência à deformidade durou pouco e logo foi corrigida e o bonsai ressurgiu
como expressão de saúde e beleza natural. Em 1914, para dar cobertura ao crescente
interesse do publico por essa arte, aconteceu no Japão primeira exposição nacional de
bonsai. Vinte anos depois em 1932, o museu metropolitano de arte de Tóquio instituiu
uma exposição anual, que é realizada até hoje. Mais recentemente, numa iniciativa de
fundação Takagi, destinada a promover a arte do Bonsai, entra outras coisas, foi inaugurado
nos arredores da capital japonesa.

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Museu Takagi da arte do bonsai.

Antigamente, o cultivo do bonsai era considerado coisa de ricos. Hoje, no entanto, ele é visto
como arte e hobby pelo publico em geral. Tornou-se, particularmente, popular nas grandes
cidades onde as pessoas tem pouco contato com a natureza, e não só no Japão. A chamada
‘’febre do bonsai’’ vem aumentando ano a ano na Europa, Estados Unidos e também no Brasil.
Por suas características muito singulares. É cada vez maior no mundo o numero de pessoas
que desejam a Arte do Bonsai. Cultivar em bandeja exige conhecimentos, alguns cuidados
especiais e uma boa dose de paciência. Mas, não chega a ser nenhum Bicho-de-setecabeças.
Considere, no entanto, que este curso não fará de você um exímio conhecedor desta milenar
arte, Bonsai é mais que isto. Bonsai é cultivo, adaptação, observação, equilíbrio, harmonia.
Nossa pretensão é passar os conhecimentos essenciais, de todo conhecimento acumulado
desde 1994. O aperfeiçoamento virá com a experiência adquirida. O crescimento é pessoal!

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A Arte do Bonsai
O grande segredo, essencialmente, consiste em escolher uma planta que tenha potencial para
tornar-se um bom exemplo de bonsai. Naturalmente o cultivo requer atenção e provisões para
que o bonsai entre em harmonia com o vaso, onde foi plantado, conseguindo, assim, exprimir
toda a sua beleza natural.

O sol e a água o vento e a chuva junto com ADUBAÇÃO INTELIGENTE e um bom


SUBSTRATO, tudo isto, há seu tempo, darão a forma desejada e a planta será
cuidadosamente educada e cultivada com técnicas. A miniaturização, por si só, não é o
objetivo de cultivo do bonsai. O sucesso vem de vários fatores e cuidados, aplicados em seu
devido tempo, para formar uma arvore em miniatura absolutamente saudável, com seus frutos
e flores ou seus aromas e belezas, encontrados na natureza nas devidas estações!

. O cultivo em bandeja limita o crescimento da planta ajudando assim a miniaturização,


possibilita um projeto inteligente de harmonização entre a árvore e o vaso.
Possibilita o cuidado diário e próximo à natureza e suas expressões. No Japão o Bonsai segue
na família séculos, num cuidado continuo familiar.

A família que cuida desse tesouro ainda possui aproximadamente 60 espécies. No distrito de
Omiya em Saitama, a Hospedaria de bonsai Mansei-em cuida e mantém o mais antigo (ao lado
do bonsai Ficus na Itália) que se tem registro. Com mais de 1.000 anos de idade, essa
impressionante árvore está na família Kato há gerações. Sua beleza ultrapassa até mesmo os
valores estéticos da cultura japonesa. Afinal, se trata de um ser vivo que acompanhou a
história do Japão praticamente desde a formação do estado durante o período Nara. Se você
estiver de passagem pela prefeitura de Saitama terá a oportunidade de ver um dos seres mais
velhos de nosso planeta. A Arte do Bonsai consiste em replicar a natureza em escalada
reduzida e ambiente adaptado conforme a necessidade da planta.

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Bonsai ( 盆栽, bon-sai) significa "cultivado em bandeja ou vaso".

Ao contrário do que muitos pensam o ideograma não contém a palavra árvore 木 (Ki)
Um bonsai precisa ter outros atributos além de simplesmente estar plantado em um vaso
raso e pequeno. A planta deve ser uma réplica em miniatura de uma árvore natural.
Deve simular os padrões de crescimento e os efeitos da gravidade sobre os galhos, além
das marcas do tempo e estrutura geral dos galhos. Essencialmente é uma obra de arte,
sempre inacabada, produzida pelo homem através de cuidados especializados.

O Bonsai não se trata de uma espécie vegetal específica, mas sim de uma técnica
utilizada em árvores com o objetivo de “miniaturizá-la” inspirando-se em formas existentes
na natureza.
Não há árvore de Bonsai, mas árvores que se transformam pela técnica e intervenção do
homem em Bonsai. Na prática, é a arte de selecionar e transformar árvores que tenham
potencial para se assemelhar a uma réplica na natureza.

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Através da observação percebe-se que as árvores têm tendências de comportamento e


estilos próprios.

Encontramos a inspiração para os estilos e formas de bonsai (estilização) nas próprias


espécies em seu habitat.

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MUDAS COLHIDAS NA NATUREZA

As mudas colhidas na natureza são denominadas yamadori. Essas mudas de árvores ,


quando transformadas em bonsai, são chamadas yamadoi-shitate. O cultivo de bonsai desse
tipo dará muito prazer a você, assim como será uma lembrança constante dos seus passeios.
Além disso, este método requer menos tempo para obtenção dos resultados finais. Outra
vantagem do método yamadori , é que você tem a oportunidade de ver as árvores-mães, o
que lhe dará uma ideia melhor da forma a dar ao seu bonsai.

ÉPOCA PARA COLHER

A primavera, ou o inicio do verão, é a melhor época para colher, na natureza, mudas


para bonsai. É quando os brotos surgem e as árvores estão viçosas. Por isso, mesmo uma
muda de árvore com uma raiz pequena, se plantada nessa época, crescerá mais
rapidamente.

COMO RETIRAR AS PLANTAS

Tome muito cuidado na hora de coletar as mudas, para que as raízes permaneçam intactas.
Nunca tente puxá-las diretamente da terra. O procedimento correto é retira-las com um torrão,
de forma que a maioria das raízes fique intocada e cobertas com a terra onde está plantada.

Para que não sequem, as raízes nuas devem ser cobertas com musgo ou algodão úmido. E
já umedecidas, devem ser envolvidas em papel grosso ou plástico, para serem transportadas
para casa.

COMO PLANTAR

1- Uma vez que a muda da árvore foi retirada da terra, os galhos devem ser podados na
proporção do volume das raízes. A poda deve ser feita com tesoura bem afiada e muito

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cuidadosamente, de modo a não prejudicar a forma que se deseja dar para o futuro bonsai.
Comece por podar as raízes secas ou danificadas. E faça o mesmo em seguida, com os
galhos em igual situação. Terminada a chamada poda de limpeza, observe a proporção do
volume de raízes em relação aos galhos. Se sobrarem muitas raízes, talvez nem seja
necessário podar alguns galhos. Mas se as raízes forem poucas, certamente serão
necessárias podas na parte aérea da planta, para que raízes e galhos fiquem com volume
aproximado. Geralmente, a proporção dos galhos em relação às raízes é de seis galhos para
cada quatro raízes.

2 – Acomode as raízes da muda no vaso e acrescente, gradualmente, mais e mais terra,


procurando socá-la levemente com os dedos, para que envolva bem todos os lados das
raízes.

3 – Encha o vaso com substrato suficiente para cobrir as raízes, mas preste atenção para
não ultrapassar a altura do vaso. Se a terra ficar acima das bordas, ela irá escorrer quando
você regar o vaso.

4 – Com o auxilio de um hashi (palito de bambu), introduza o substrato entre as raízes, de


forma a preencher os espaços vazios, sem, no entanto danificar as raízes ou ‘’socar’’ a terra.

5 – Depois que a muda for plantada, talvez ela precise ser amarrada ao vaso com um
barbante, ou tutorada de alguma outra forma, para não mudar de posição É que árvores
recentemente plantadas, não costumam ter raízes suficientes para mantê-las no mesmo
lugar. Essa maneira artificial de prender as árvores é conhecida, em japonês, pelo
nome tsuri-o-toru (contrapeso). Uma vez que a árvore esteja bem tutorada, ela permanecerá
de pé, mesmo contra o vento, e as raízes se desenvolverão mais facilmente. Como elas
levarão aproximadamente seis meses para se fixarem, a árvore deve permanecer amarrada,
no mínimo, durante todo esse tempo. Finalmente, a terra e a árvore são regadas. A terra deve
ser irrigada primeira e depois toda a árvore da copa para baixo.

CUIDADOS POSTERIORES

As árvores recentemente plantadas devem ser colocadas à meia-sombra, ao abrigo dos raios
diretos do sol e do vento. Como este é o estágio de crescimento de raízes novas, as mudas
devem ser regadas, nos três primeiros meses, com o cuidado de verificar antes se a
superfície da terra já secou.

OBSERVAÇÃO FINAL
Embora seja muito mais gratificante você não precisa necessariamente colher mudas no
bosque para fazer seu bonsai. Se desejar, pode adquirir mudas já formadas de viveiristas.
Neste caso, o passo a passo do plantio e cuidados posteriores devem ser os mesmos.

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Poda

Poda é a técnica de refinamento, estilização e modelagem de um bonsai. É usada para corrigir


as linhas gerais da planta e a definição do estilo e também para redirecionar seu crescimento
natural. A poda pode ser realizada com tesouras curvas e alicates bem afiados.
Cada estilo requer um direcionamento e posicionamento ideal de seus troncos e galhos e
folhas em sua estética.

Existem dois tipos de podas.


. Poda de refinamento. Trata se de toda e qualquer poda leve, e que não deixa
cicatrizes pode ser efetuada com tesouras pequenos alicates ou com os próprios dedos, sendo
que, esta pode ser os objetivos de redirecionar um galho, estimular a densidade filiar em
determinado ponto, produzir folhagem mais viçosa e conter o crescimento exagerado. A poda
de refinamento pode ser ainda um simples artifício de remoção de brotos que veio a nascerem
em locais indesejáveis devido a diversidade de tipos de folhagem existentes, as podas de
refinamento apresentam diferentes técnicas a depender do tipo de espécie que se esteja
trabalhando.

. Poda Drástica.
A poda drástica e o método ao qual se faz a utilização de tesouras, alicates, e grandes pinças,
param se subtrair consideráveis seguimentos de troncos e galhos. Este tipo de poda, quase
sempre deixa cicatrizes no local do corte que devem ser sanadas usando-se algum tipo de
pasta cicatrizante a utilização do tipo de ferramenta ideal para cada tipo de corte depende
muito do conhecimento e da técnica do bonsaista. Por exemplo, o corte de galho mais fino
requer uma lamina mais afiada e quanto à poda de troncos e galho requer mais força o uso dos
alicates de corte côncavo tesouras frisara em alguns casos o uso de serra. Dentre as diversas
objetivas aplicações da poda drástica, destaca-se a possibilidade de obtenção de um bonsai a
partir de uma muda de viveiro em seu estado natural como mostra a sequencia de imagens a
seguir.

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REGA SEM REGRAS.

O bom desenvolvimento do bonsai precisa-se de atenção constante nas condições de umidade


do solo. Bonsai e observação constante todos os extremos são nocivos à falta de água ou o
excesso são prejudiciais para a planta que esta confinada em um vaso é necessária a
observação diária em relação ao clima local e o bonsai.

Sobretudo por viverem em vasos, com pouca quantidade de terra, os bonsais precisam de
irrigação adequada. A falta de atenção nesse aspecto, aliás, é uma das principais causas de
insucesso com bonsai.

A falta de água, aliada a temperaturas altas, faz as raízes capilares murcharem e morrerem.
E nem adianta muito fazer irrigações de emergência. A penetração do ar na terra seca
tende a reduzir sua eficiência. Resultado: morte de mais raízes e, não raras vezes, do
próprio bonsai. A recíproca também é verdadeira: excesso de água entope os vasos capilares
da planta ou, na melhor das hipóteses, apressa o indesejável crescimento dos bonsai.

Como regra geral, o bonsai deve ser regado antes que o solo da superfície
seque completamente. Isso se consegue, normalmente, regando-o uma vez por dia. Exceto
no verão, quando o melhor é regar pela manhã e à tardinha. Mas essa regra, infelizmente,
não pode ser seguida ao pé da letra. A condição de exigência de água varia de planta para
planta. Em todo o caso, a irrigação pode ser considerada bem feita, quando a terra
permanecer ligeiramente úmida, ou, mais precisamente, quando estão 70% seca.

A quantidade de água necessária para um bonsai varia também em relação à época do ano.
Na primavera , quando as plantas tornam-se ativas e começam a brotar, a irrigação deve ser
constante. No verão, a terra que está dentro de um vaso seca mais rapidamente e por isso,
a planta precisará de regas mais frequentes e abundantes. Já no outono e inverno não
será necessária tanta água.
Todavia, se o bonsai é mantido dentro de casa, a água tende a secar mais rapidamente,
sendo sua reposição necessária mesmo que algumas espécies estejam no período de
repouso vegetativo.

Em resumo, para o bom desenvolvimento do bonsai, é preciso atenção constante nas


condições de umidade do solo. Uma boa indicação para saber quando a irrigação é
necessária nos é dada pela descoloração da superfície do vaso. Se a terra estiver seca,
regue aos poucos, até que a água comece a sair pelo orifício de drenagem. Se não, talvez
seja o caso de esperar um pouco mais.

Outra providência importante é pulverizar as folhas. Isso deve ser feito, principalmente no
verão ou nos dias mais quentes. Esse método é usado, basicamente, para repor a água que
evapora pelas folhas, mas também para lavar a poeira que se assenta nelas. Quando a água
é pulverizada , a umidade aumenta e os estômatos (poros vegetais) reabrem, acelerando a
evaporação e baixando a temperatura da planta. Uma boa prática é pulverizar as folhas pela
manhã e à noite. Mas isso nunca deve ser feito nos meses de inverno.

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ADUBAÇÃO INTELIGENTE
Por serem cultivados em pequenas quantidades de terra, de tempos em tempos será
necessário dar ao bonsai um bom “complemento alimentar” sob forma de fertilizante. Como
regra geral, pequenas fertilizações devem ser feitas na primavera e uma dose um pouco
maior no outono. A quantidade ideal, no entanto, dependerá do estágio de cultivo
do bonsai. Bonsai mais novo requerem mais “vitaminas”. Bonsai mais velho, menos.

O alimento do bonsai deve conter os três ingredientes principais, que são o nitrogênio, o
fósforo e o potássio. Em outras palavras, um NPK de fórmula 4-14-8, ou aproximada. Mas
não se deve prescindir também dos micronutrientes, tais como o boro, ferro e outros.

Daí se preferível utilizar fertilizantes para vasos (com NPK da formula acima), que costumam
incorporar em suas formulas também estes elementos micronutrientes. Quando se tratar de
fertilizantes líquidos, devem ser aplicados mais frequentemente. A pratica geral, no entanto, é
utilizar no outono fertilizante sólido e na primavera fertilizantes líquidos.

Para o fertilizante sólido, considere uma colher de sopa para cada 30 centímetros de
comprimento do vaso. Incorpore o adubo à terra , a uma distância de aproximadamente 2/3
entre a planta e a borda do vaso. Se for colocado muito próximo da árvore, poderá queimar
algumas raízes; se depositado muito perto da borda do vaso, poderá escorrer e perder-se
durante as regas.

NUTRIÇÃO NA PRIMAVERA

Se a planta for florífera ou frutífera, deve receber, também, quantidades adicionais de ácido
fosfórico e potássio cáustico. Farinha de peixe ou de osso, bem como fertilizantes
líquidos, contêm essas substâncias. Mas atenção: o fertilizante não deve, nunca, ser aplicado
quando as plantas estiverem florescendo, dando frutos ou expostas ao sol. Tampouco se
deve aplicá-los em plantas doentes.

NUTRIÇÃO NO OUTONO

A fertilização no outono ajuda os troncos do bonsai a ficarem grossos e fortes. Deve ser feita
da mesma maneira que na primavera. As quantidades é que devem ser aumentadas.
Umas 3 colheres de chá para cada 30 centímetros de vaso costuma ser o mais recomendado.
As plantas de folhas caducas devem receber o fertilizante depois que as folhas caírem, porém
antes do final de maio. As sempre verdes devem ser alimentadas em abril e maio e,

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às vezes, também em junho. Adicionalmente, um fertilizante líquido pode ser pulverizado nas
plantas floríferas e frutíferas, como na primavera.

PRAGAS

Como todas as coisas vivas, o bonsai também é suscetível a pragas e doenças. Mas existe
uma série de medidas preventivas e corretivas que podem ser tomadas .

PREVENÇÃO

Em primeiro lugar, é fundamental manter o bonsai com boa saúde, pois os insetos e bactérias
tendem a atacar, mais frequentemente, apenas plantas fracas. Neste sentido, é importante
que o bonsai tome sempre bastante sol e ar fresco, e receba fertilizações adequadas.

Quando encontrar pulgões ou outros insetos, procure livrar-se deles o mais rápido possível.
Se for o caso, fazendo o uso de inseticidas de multiuso, a base d’água. Se notar mudança
repentina na cor das folhas, ou o surgimento de manchas nos galhos e troncos, é possível
que a planta esteja sendo atacada por fungos e bactérias. Recorra, então, à um bom
fungicida. De qualquer modo, se você fizer aplicações preventivas de inseticidas e fungicidas,
alternadamente a cada 15 dias, dificilmente terá problemas. Em todo o caso, na hora da
aplicação, se a terra estiver seca, regue-a primeiro. Depois, tome cuidado para limitar a
pulverização às folhas e galhos, evitando assim contaminar o solo.

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YAMADORI
Mudas colhidas na natureza
As mudas colhidas na natureza são denominadas Yamadori. Essas mudas de arvores, quando
transformadas em bonsai, são chamadas Yamadoi-shitate.
Este método requer menos tempo para obtenção de resultado final.
Outra vantagem do método Yamadori e que você tem a oportunidade de ver as arvores mães
o que lhe dará uma ideia melhor para estilização do seu bonsai.

. Qual a melhor época para colher?


A primavera, ou o inicio do verão é a melhor época para colher na natureza!
É quando os brotos surgem e as arvores estão viçosas. Uma muda de arvore com uma raiz
pequena, se plantada nessa época, crescera mais rapidamente.

. Como retirar as plantas?


Tome muito cuidado na hora de coletar mudas para que as raízes perfaçam intactas.
Nunca puxar diretamente da terra. O procedimento correto é retira-las com torrão, (falso
transplante) de forma que as maiorias das raízes fiquem estáveis na terra onde ela esta
plantada. As raízes expostas devem ser cobertas com musgo ou algodão úmido e envolvidas
em papel grosso ou plástico para serem transportadas para casa.

Uma vez que a muda da arvore foi retirada da terra, os galhos devem ser podados na
proporção do volume das raízes. A poda deve ser feita com tesoura bem afiada e muito
cuidadosamente, de modo a não prejudicar a forma com que se deseja dar ao futuro bonsai.
Pode raízes secas ou danificadas assim também como galhos em igual situação.
Terminada a chamada PODA DE LIMPEZA, observe a proporção do volume de raízes em
relação aos galhos, e se sobrarem muitas raízes, talvez nem seja necessário podar alguns
galhos. Mas, se as raízes forem poucas, certamente será necessária PODA AÉREA na planta,
para que raízes e galhos fiquem com volumes aproximados.
A proporção dos galhos as raízes são de 6 galhos para 4 raízes .

. Como Plantar?
Acomode as raízes no vaso e acrescente, gradualmente, SUBSTRATO, procurando levemente
ajeita La com os dedos, para que envolva bem os lados das raízes. Encha o vaso com
SUBSTRATO preparado para sua planta em proporção suficiente para cobrir as raízes, não
ultrapasse a altura do vaso, se a terra ficar acima das bordas vai escorrer quando você regar o
vaso. Com o auxilio de um HASHI ‘’PALITO DE BAMBOO’’ Introduza o substrato entre as
raízes de forma a preencher os espaços vazios.

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TSURI-O-TORU

A posição de um bonsai no vaso é importante. Também sua estabilidade e estética.


Um bonsai tem frente ou um “lado específico escolhido para expor” como frente!
Essa técnica é conhecida em japonês pelo nome TSURI-O-TORU “contra peso”.
Uma vez fixada, a árvore permanecerá firme, mesmo contra o vento, e então as raízes se
desenvolverão, finalmente poderão crescer. Fixar com firmeza é essencial.

ÁRVORES EM BANDEJA levam aproximadamente seis messes para fixarem-se.


A fixação dá estabilidade e harmonia no conjunto vaso/planta. A muda precisa ser fixada ao
vaso com um barbante ou arames próprios.

Arvore recentemente plantada não tem raízes suficientes para permanecer


firme no vaso. Arvore frouxa no vaso não se alimenta! Suas raízes que deveriam estar
alimentando a parte superior porem estão lutando para se estabelecer. Trabalhando em vez de
alimentar-se! As arvores recentemente plantadas precisam ficar a meia luz ao abrigo direto dos
raios do sol e do vento, porem não sem luz ou ar. No estagio de crescimento as raízes novas
precisam ser regadas e protegidas dos extremos, no mínimo nos três primeiros messes.

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REPLANTIO.
Uma vez cultivado em pequenos vasos o replantio e necessário sobre tudo para fornecer uma
terra fresca à planta. Conforme o bonsai cresce ele vai desenvolvendo mais e mais raízes que
se emaranham dentro do vaso, começando, às vezes a apodrecer. No replantio, podemos
organizar a parte escondida do bonsai e reduzir o numero de raízes os nutrientes naturais,
contidos na terra do vaso, com o tempo perdem o efeito e devem ser repostos na ocasião do
replantio e uma boa oportunidade também para avaliar a proporcionalidade entre o que esta a
cima e o que esta a baixa do solo. Ou seja: Raízes e parte aéreas da planta. O replantio
periódico bienal proporciona o melhor metabolismo para a planta.

Plantas com crescimento muito vigoroso precisam de replantio uma vez por ano.

Plantas de crescimento radicular mais lentos como pinheiros e carvalhos devem ser
replantados a cada 3 ou 5 anos .

Planta jovem frutífera e florífera pelo seu consumo de nutrientes uma vez por ano quanto mais
intenso o habito de crescimento das raízes maior deve ser a frequência dos replantios.

A época para replantio varia de acordo com a localidade. Porem, e na primavera quando a
seiva começa a fluir mais intensamente e os brotos despontam ai o replantio tornar-se mais
adequados não é rigorosamente necessários restringir-se a primavera se as condições de rega
da planta forem boas.

O que devemos evitar no plantio é replantar no meio do inverno ou em meados de verão.


Procure sempre as meias estações.

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“Algumas regras do replantio.”


1 - Primeiramente, corte o excesso de raízes que por ventura saíram pelos orifícios
de drenagem do vaso. Com auxilio de uma faca ou espátula, retire a planta do vaso como se
estivesse desenformando um bolo.

2 - Desprenda com cuidado as raízes em volta do torrão do Bonsai. Use para isto uma
ferramenta tipo “gancho”, garfo ou palitos de madeira.

3 - Apare, com uma tesoura ou podão, as raízes em até 1/3 do volume do torrão, mantendo
2/3 do mesmo. Existem plantas que toleram o corte quase que total das raízes. Em outras é
possível retirar toda a terra. Mas como é sua primeira vez, faça como o indicado aqui.Cuide
para que o torrão não se desfaça por completo, deixando as raízes nuas.

4 - Coloque sobre os orifícios de drenagem, pedaços de tela plástica "tipo tela mosquiteiro",
tamanho 05 por 05 cm, para evitar a saída de terra e permitir o escoamento da água. Coloque
uma camada de terra para bonsai no fundo do vaso. A quantidade dependerá do volume do
torrão.

5 - Coloque o seu Bonsai dentro do vaso, posicione-o fora do centro, normalmente um pouco
mais para a esquerda do centro do vaso. Complete de terra, dê os acabamentos com pedras
e musgo e faça uma rega devagar e abundantemente.

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栽Bandeja

Faça sempre uma avaliação do seu bonsai, de acordo com as características da árvore e dos
tipos de vasos existentes no mercado. A bandeja ou vaso que está no ideograma 栽 é um
elemento importante na composição de um bonsai, mas não apenas isto!
É importantíssimo para a saúde da planta!
As medidas da árvore devem ser avaliadas de acordo com a sua base. A medida ideal do vaso
deverá ser de 2/3 da medida da base. Para árvores mais largas e baixas, a profundidade do
vaso não deverá exceder 2/3 da medida da base da planta.

De forma geral, deve usar-se a proporção entre o tronco e o vaso, mas nos casos dos bonsais
inclinados (tipo cascata), é preciso usar um vaso alto.

Nunca escolha um vaso que tenha a mesma largura da base da árvore. O vaso escolhido deve
ser sempre mais largo que a base da árvore. Arvores com trabalho de JIN e SHARI harmoniza-
se com vaso de aspecto raso e envelhecido. É preciso analisar as ramificações da árvore e só
então escolher um vaso. A forma do vaso está intimamente relacionada com o tipo de
bonsai escolhido. Destacam-se as formas seguintes:
Formas retangulares: as árvores de troco ereto adaptam-se bem a esta geometria
Formas ovais: são as ideais para as árvores com troncos curvados
Formas envelhecidas: ótimas para árvores com troncos ásperos e/ou aspeto deformado
Formas coloridas: ideais para combinar com a textura dos respectivos bonsais

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Algumas espécies indicadas para cultivo em bandeja no


Brasil.
Ligustrum

(Ligustrum lucidum) Árvore perenifólia, que chega a 10 m de


altura. O tronco grosso, de casca escura e com fissuras irregulares, sustenta a copa
densa, de forma arredondada. As folhas simples, opostas, são ovaladas, com ápice
alongado, verde-escuras, brilhantes, coriáceas, com 8–15 cm de comprimento.
A inflorescência em panícula cônica é densa, terminal, com flores brancas pequenas, e se
forma de outubro a fevereiro. Os frutos são drupas em cachos, arredondados, roxo-pardos,
com 1-2 sementes pequenas. Existe a variedade variegata, cujas folhas apresentam
manchas. A reprodução se dá por sementes, e também por estaquia. É resistente a
podas, rústica e cresce rápido.

Buxus

(Buxus sempervirens) é uma planta da família Buxaceae,


lenhosa, em geral arbustiva, com folhas inteiras e perenes, frequentemente opostas, sem
estípulas. As flores são de sexos separados e raramente estão em plantas diferentes,
sendo monoclamídeas. Arbusto de madeira dura, folhagem persistente; folhas sésseis,
inteiras, cerosas, brilhantes e verde-escuras na página superior, verde-claras na inferior;
flores amarelas (Março-Abril), pequenas, apétalas, pistiladas ou estaminadas na axila das
folhas.

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Azaleia

Arbusto de flores classificadas no gênero dos rododendros.


Existem azaleias de folhas caducas e azaleias perenes. Uma das diferenças principais
entre as azáleas e as demais espécies de rododendros são seu tamanho e crescimento da
flor. As flores híbridas de azaleia se desenvolvem durante centenas de anos. Essas
mudanças genéticas feitas pelo ser humano produziram mais de 10 mil espécies
cultivadas. Também podem ser recolhidas e germinadas as sementes. Estas plantas
precisam de um solo bem drenado e uma exposição sombreada e fresca. Algumas das
espécies demandam podas regulares.

Bougainvillea

É um gênero botânico da família Nyctaginaceae, de espécies


geralmente designadas como buganvílias. Nativas da América do Sul,
essas angiospermas recebem vários nomes populares, como primavera, três-
marias, juá-francês, sempre-lustrosa, pataguinha, pau-de-roseira e flor-de-papel.
Também são encontradas em diversas cores simples ou com duas cores. As plantas do
gênero Bougainvillea são trepadeiras lenhosas. São perenes em regiões com chuva ao
longo do ano todo, mas decíduas em regiões que possuem estação seca. Essas
angiospermas apresentam maior desenvolvimento ao ficar exposta a grande luminosidade
solar, de modo que, quanto maior a incidência de luz proveniente do Sol sobre ela, mais
flores são apresentadas. Uma das características mais marcantes do gênero é a presença
de brácteas, isto é, folhas modificadas de cores chamativas que visam à atração
de polinizadores.

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Jabuticabeira

A jabuticaba ou jaboticaba é o fruto


da jaboticabeira ou jabuticabeira, uma árvore frutífera brasileira da família das mirtáceas,
nativa da Mata Atlântica. Com a recente mudança na nomenclatura botânica, há
divergências sobre a classificação da espécie: Myrciaria são nativas da América do Sul,
encontrada em países como Brasil, México, Bolívia, Uruguai, Paraguai e Argentina.
Exige sol de moderado a pleno. Floresce na primavera e no verão, produzindo grande
quantidade de frutos. As flores (e os frutos) crescem em aglomerados no tronco e ramos.
Seus frutos pequenos, de casca negra e polpa branca aderida à única semente, são
consumidos principalmente in natura.

. Serissa

A Serissa é um pequeno arbusto, de folhas perenes e abundante


floração. É muito ramificada e de crescimento compacto, sendo ideal para a formação de
bonsai. Suas folhas são bem pequenas, brilhantes e de cor verde na espécie típica. Ocorrem
ainda formas “Variegatas”, com folhas de margens cor brancas, creme e amarelas. A floração
ocorre na primavera e verão, despontando numerosas flores miúdas, de cor branca a rosa, de
acordo com a cultivar. As flores tem o formato de estrela, o que lhe rendeu o nome popular de
“Milestrelas”. Os ramos e raízes da Serissa, quando manuseados e cortados, exalam um cheiro
fétido, nauseabundo.

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Ficus

O ficus retusa é um arbusto ou árvore de crescimento rápido,


arredondado, de cabeça larga e sempre verde, que pode atingir 10 metros de altura com
uma distribuição igual. O tronco liso e cinza claro são bastante impressionante, pode
atingir cerca de 1 metro de diâmetro.

Calliandra

A caliandra é uma planta arbustiva, lenhosa e muito florífera.


Apresenta caule ramificado e folhas compostas, bipinadas e opostas, com folíolo pequeno,
de cor verde escura. As inflorescências são do tipo umbela, com flores pentâmeras e
vermelhas, caracterizadas pelos longos e sedosos estames, que dão ao conjunto da
inflorescência um aspecto de pompom. Deve ser cultivado a pleno sol, em solo fértil,
drenável, sem cuidados especiais, pois é bastante rústica. As podas de formação
estimulam o adensamento da planta. Multiplica-se por estacas e sementes e é tolerante ao
frio.

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Aramagem

Trabalhar com arame é um método relativamente moderno para conduzir troncos e galhos.
Esta técnica é utilizada em substituição ou em conjunto com outras técnicas de condução.
A aramação consiste em utilizar arames de cobre ou alumínio maleáveis, evitando danos à
casca da arvore, enrolar o arame em torno do galho fazendo as voltas em ângulos de 45º.

Mantenha a evolução sempre na mesma direção do crescimento natural do galho, moldando a


forma adequada. Evite apertar demais o arame, pois poderá danificar os galhos.

Dica;
Sempre que for possível, deixe uma sobra de arame no final da espiral, para que a ponta, seja
enrolada em outro galho ou ate mesmo no próprio vaso, fornecendo maior tensão ao fio e
curvando, ainda mais, o tronco ou o galho.

Faça a aramação sempre observando o fluxo da seiva e veias do galho.

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Aramação pode ser aplicada para estilização, sustentação, fixação ou refinamento.

Com arames é possível educar o Bonsai em quase todas as formas e estilos. A


maleabilidade do arame nos permite criar formas e dar sinuosidades, criar patamares
e definir folhas conforme a espessura dos galhos e arames usados.

Aramação não está limitada somente a utilização de arames, ela nos permite utilizar outros
utensílios em conjunto como: alavancas, pêndulos e calços e por esse motivo,
algumas pessoas preferem chamar o processo de "amarração" e torna-la uma arte criativa e
ampla.

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ESTILOS

HOKIDACHI – vassoura

Estilo vassoura. Tronco reto e na posição vertical,


não continua até o topo da árvore; ele se ramifica em todas as direções até cerca de
1/3 da altura da árvore. Os ramos e as folhas formam uma coroa em forma de
vassoura.

CHOKKAN – ereto formal

O estilo ereto formal é uma forma muito comum de


Bonsai. Este estilo frequentemente ocorre na natureza, especialmente quando a árvore
é exposta a grande quantidade de luz e não enfrenta o problema de árvores
concorrentes. Para este estilo, o afilamento do tronco de crescimento ereto deve ser
claramente visível. O tronco deve, portanto, ser mais grosso na parte inferior e deve
ficar cada vez mais fino com a altura. A cerca de 1/4 do comprimento total do tronco, a
ramificação deve começar. O topo da árvore deve ser formado por um único ramo; o
tronco não deve alcançar toda a altura da árvore.

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MOYOGI - ereto informal

O estilo ereto informal é comum tanto na


natureza quanto na arte do Bonsai. O tronco cresce na vertical mais ou menos na
forma de uma letra 'S' e em cada curva ocorre ramificação. O afilamento do tronco
deve ser claramente visível, com a base do tronco mais grosso do que a porção mais
alta.

SHAKAN - inclinado ou obliquo

Como resultado do vento que sopra em uma direção dominante ou


quando uma árvore cresce à sombra e deve se dobrar em direção ao sol, a á r vore vai
se inclinar em uma direç a ̃ o . Com Bonsai, o estilo inclinado deverá se desenvolver em
um ângulo de cerca de 60 a 80 graus em relação ao solo. As raízes são bem
desenvolvidas de um lado, para manter a árvore de pé. No lado para o qual a árvore é
inclinada, as raízes são claramente não tão bem desenvolvidas. O primeiro galho cresce
oposto ao sentido da árvore, a fim de criar uma sensação de equilíbrio visual. O tronco
pode ser ligeiramente curvado ou completamente reto, mas continua a ser mais grosso
na parte inferior do que na parte superior.

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KENGAI – cascata

Uma ár vore vivendo na natureza em um penhasco


i ́ngreme pode se dobrar para baixo como resultado de vários fatores, como neve ou
queda de pedras. Estes fatores fazem com que a árvore cresça para baixo. Com Bonsai
pode ser difícil manter uma árvore crescendo para baixo, porque a direção do
crescimento se opõe à tendência natural da árvore de crescer na posição vertical para
cima. Os Bonsai tipo cascata são plantados em vasos altos. A árvore deve crescer na
vertical para cima por um trecho pequeno, mas, em seguida, dobrar-se para baixo. A
copa da árvore geralmente cresce acima da borda do vaso, mas os ramos subsequentes
se alternam à esquerda e à direita nas partes externas das curvas de um tronco em
forma de ‘S’. Estas ramificações devem crescer para fora horizontalmente, a fi m de
manter o equilíbrio da árvore.

HAN KENGAI - semi cascata

O estilo semi-cascata, assim como o estilo cascata, é


encontrado na natureza em penhascos e nas margens de rios e lagos. O tronco cresce
na vertical por uma distância pequena e depois se curva para baixo/lateralmente. Ao
contrário do estilo cascata, o tronco do semi-cascata nunca crescerá abaixo da parte
inferior do vaso. A copa geralmente fica acima da borda do vaso, enquanto as
ramificações subsequentes ocorrem abaixo da borda.

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BUNJINGI – literato

Na natureza, este estilo de ár vore é encontrado em ár eas


densamente povoadas por muitas outras ár vores, e a concorrê ncia é tã o feroz que a
árvore somente pode sobreviver crescendo mais alto que todas as outras à sua volta. O
tronco cresce tortuoso para cima e é completamente sem ramificação, porque o sol só
atinge o topo da árvore. Para se certificar de que ele pareça ainda mais resistente,
alguns galhos são "Jineados" (sem casca). Quando a casca é removida de um lado do
tronco, o tronco é chamado de "Shari". A ideia é demonstrar que a árvore tem que
lutar para sobreviver. Estas á rvores sã o , muitas vezes, colocadas em pequenos vasos
redondos.

FUKINAGASHI - varrido pelo vento

O estilo varrido pelo vento também é um bom exemplo de


árvores que devem lutar para sobreviver. Os galhos, bem como o tronco, crescem para
um lado, como se o vento estivesse soprando a árvore constantemente na mesma
direção. Os galhos crescem de todos os lados do tronco, mas, no final, todos serão
curvados para um lado.

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SOKAN - tronco duplo

O estilo tronco duplo é comum na natureza,


mas, na verdade, nã o é tã o comum na arte do Bonsai. Geralmente, ambos os troncos
vã o se desenvolver de um único sistema de raízes, mas também é possível que o
menor tronco se desenvolva a partir do tronco maior logo acima do solo. Os dois
troncos vão variar em diâmetro e comprimento, o tronco mais grosso e mais
desenvolvido cresce quase na vertical, enquanto que o menor tronco vai crescer um
pouco inclinado. Ambos os troncos contribuirão para uma única coroa de folhas/copa.

KABUDACHI - múltiplo tronco

Em teoria, o estilo múltiplos troncos é o mesmo que


o estilo tronco duplo, mas com 3 ou mais troncos. Todos os troncos crescem de um
único sistema de raiz, e é verdadeiramente uma única árvore. Todos os troncos
formam uma coroa de folhas, em que o tronco mais grosso e mais desenvolvido forma
o topo.

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YOSE EU - floresta ou plantio em grupo

O estilo floresta se parece muito com o estilo


multi-tronco, mas a diferença é que ele é composto de vá r ias á r vores, em vez de uma
ár vore com vár ios troncos. As árvores mais desenvolvidas são plantadas no meio de
um vaso grande e raso. Nas laterais, algumas árvores menores são plantadas para
contribuir para uma única coroa. As árvores são plantadas não em linha reta, mas em
um padrão escalonado, pois, desta forma, a floresta vai parecer mais realí s tica e
natural.

SEKI JOJU - raiz abraçada a rocha

Em terreno rochoso, as árvores são forçadas a


procurar um solo rico em nutrientes com suas raízes, que podem frequentemente ser
encontradas em fendas e buracos. As raízes ficam desprotegidas até que atinjam o
solo, onde devem se proteger do sol: uma casca especial cresce em torno delas. Com o
Bonsai, as raí zes crescem sobre uma rocha dentro do vaso, de forma que cuidar desta
árvore não é muito diferente de cuidar de qualquer outro estilo.

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ISHISUKI - crescimento em rocha

Neste estilo, as raízes da árvore estão crescendo


nas fendas e buracos da rocha. Isto significa que não há muito espaço para as raízes se
desenvolverem e absorverem nutrientes. As árvores que crescem em rochas nunca vão
parecer realmente saudáveis. Portanto, deve ser visível que a á rvore tem que lutar
para sobreviver. É importante adubar e regar com frequência, porque não há muito
espaço disponível para armazenar água e nutrientes. A rocha em que o Bonsai cresce é,
muitas vezes, colocada em um vaso raso, que às vezes é preenchido com água ou
cascalho fino.

IKADABUKI – balsa

Às vezes, uma árvore tombada pode sobreviver


apontando seus ramos para cima. O sistema radicular antigo pode fornecer aos ramos
os nutrientes necessários para sobreviver. Depois de um tempo, novas raízes vão
começar a crescer, eventualmente assumindo a função do sistema radicular antigo. Os
ramos antigos, que agora apontam para o ar, desenvolvem-se em troncos com
múltiplas ramificações, como resultado do aumento do influxo de nutrientes. Estes
novos troncos contribuem para uma única copa.

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SHARIMIKI - madeira morta

Com o passar do tempo, algumas árvores desenvolvem áreas ‘carecas’ ou sem casca
em seus troncos, como resultado de condições climáticas adversas. A parte careca
começa geralmente no local onde as raízes emergem do solo e crescem cada vez mais
finas à medida que continuam até o tronco. A luz solar intensa esbranquiçada essas
partes, formando uma parte muito característica da árvore. Com o Bonsai, a casca é
removida com uma faca afiada e o local sem casca é tratado com sulfato de cálcio, a
fim de acelerar o processo de esbranquiçamento.

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Agradecimentos e referencias

Agradecemos a todos os amigos, confrades, clientes e bonsaistas que fazem


parte da nossa caminhada e de alguma forma nos ajudaram com suas plantas
e amor á arte do bonsai.

Este material trás anos de convivo e aprendizado e pretende dispor este


conhecimento a todos que juntamente conosco dedicam se a arte do bonsai.

Nossos anos de experiência são devido a vocês.

Vera Flash, Bia Abreu, Vasos Literato, Eduardo Vergara Rocha, pelo material
em cerâmica de alta qualidade, cada qual com seu estilo.

Ao pessoal do Estúdio DNG, Maria Fernanda, Danilo Gonçalves e Everton


Porto, pela produção e trabalho profissional que possibilitou esse material
digital.

A Lucas Giovanella pelos desenhos realistas em crayon.

Referências bibliográficas

www.bonsaiempire.com.br/origem/estilos-bonsai
wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina

Viva Bonsai – Valdoir Rocha

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