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Função hepática alterada > Diminuição da síntese de albumina

> Hipoalbuminemia > Diminuição da pressão plasmática >


Aumento de líquido intersticial > Ascite

HEPATOPATIAS
Sinais clínicos inespecíficos: Fadiga, náuseas, vômito, mal estar geral,
anorexia, depressão, dor, perda de peso, diarreia.
Sinais específicos: Hepatomegalia, bilirrubinúria, fezes acólicas,
coagulopatias, hipoproteinemia, encefalopatia metabólica, ascite.
HEPATITE INFECCIOSA: Causada pelo adenovírus tipo II, leva a necrose
hepática aguda. Pode causar uveíte, deposição de imunocomplexos levando ao
aparecimento de sinais clínicos de doenças autoimunes.
Sinais clínicos: Febre, pigmentações patológicas, diarreia, vômitos,
linfadenopatia, edemas, icterícia, melena.
Tratamento de suporte: Antiemético (metoclopramida), protetor gástrico
(ranitidina), fluidoterapia endovenosa (ringer 30 ml/kg durante 12 horas).
Hepatoprotetores = complexos vitamínicos (ampola de glicose 50%).
Antibioticoterapia de acordo com resultado hematológico Prednisolona em casos de sinais
neurológicos
Tratamento oftalmológico (hepatite infecciosa pode levar a uveíte). Dano na
barreira hematoaquosa > passagem de fluido e material proteico > leva ao
aparecimento de uveite.
OBS: Ringer lactato é contraindicado para hepatopata.
LEPTOSPIROSE: Causa febre, vômito, icterícia, poliúria, polidipsia, mialgia,
falha renal com quadros de azotemia renal levando a síndrome ictero-
hemorrágica. Pode causar sinais clínicos no TGI.
Tratamento: Doxiciclina, penicilina, eritromicina, administradas por até duas
semanas.
OBJ: Diminuir a multiplicação sistêmica da bactéria e seu período de eliminação
na urina.
Ceftriaxona é utilizada principalmente quando a bactéria está no túbulo renal.
Ajustar a dose de antibiótico se o animal estiver azotêmico.
TOXOPLASMA: Protozoário transmitido por água e alimentos contaminados.
Apresenta sinais inespecíficos como febre, anorexia, diarreia, pneumonia,
linfonodos infartados, alterações no SNC.
Diagnóstico: Sorológico
Tratamento: Clindamicina e sulfadiazina, enrofloxacina
Terapêutica de 15 a 21 dias
NEOSPOROSE: Protozoário transmitido por meio de água ou carne
contaminadas, além e possuir transmissão vertical.
Diagnóstico: Imunofluorescência.
Sinais clínicos: Sinais neurológicos, musculares, atrofia muscular, paresia
muscular e falha cardíaca.
Tratamento: Sulfa + trimetropim, clindamicina.
Caso ocorra farmacodermia utilizar corticoides.

TRÍADE FELINA
Refere-se à combinação de colangiohepatite, pancreatite e DII. É uma síndrome
por associação de enfermidades observadas nos felinos. Animais com doenças
hepáticas devem ser pesquisados sobre a possibilidade de doenças
pancreáticas e intestinais.
Sinais clínicos: Febre, icterícia, desidratação, diarreia crônica, anorexia,
êmese, perda de peso, sensibilidade à palpação, espessamento de alças
intestinais.
Tratamento: Fluidoterapia com correção dos distúrbios eletrolíticos,
antieméticos, protetores gástricos e suporte nutricional.

HEPATOPATIAS CRÔNICAS Cirrose > Estágio terminal da doença


hepática crônica.
Hepatite crônica: Em cães com hepatite crônica e deposição de colágeno com
persistência de alterações laboratoriais.
Sinais clínicos: Clássicos de hepatopatias com cronicidade.
HEPATITE LOBULAR DISSECANTE: Cães com hepatopatia crônica e desvio
portossistêmicos.
O lóbulo hepático apresenta-se desorganizado.
Consequência: Encefalopatia hepática.
Sinal clássico: Ascite
Tratamento hepatite lobular e desvios: Antibióticos (ampicilina, amoxicilina,
metronidazol).
HEPATITE CRÔNICA ASSOCIADA AO COBRE (Doença de Wilson):
Metabolismo anormal de cobre levando ao acúmulo do mesmo.
Sinais clínicos: Fibrose hepática, sinais neurológicos, encefalopatia hepática.
Tratamento: Quelantes – dimercaptopropanol (sequestram e eliminam íons
metálicos), penicilinamina, trientine.
O acetato de zinco é uma alternativa para aqueles animais que desenvolvem
intolerância aos agentes quelantes de cobre.
IDIOSSINCRASSIAS À DROGAS
Hepatite crônica associada às drogas: Reação imunológica devido ao uso de
corticoides que estimulam o acúmulo de glicogênio no fígado.
Sinais clínicos: Neurológicos, hiperglicemia.
Tratamento: Manter uma dieta com homeostase de glicose.

LIPIDOSE HEPÁTICA EM FELINOS


Lipidose hepática é uma síndrome comum em felinos. Sua ocorrência relaciona-
se com o metabolismo anormal de lipídios após períodos prolongados de
hiporexia ou anorexia em curso a partir de 3 dias. Como consequência, ocorre
acúmulo excessivo de triglicerídeos no interior dos hepatócitos, resultando em
colestase intra-hepática. A lipidose hepática é mais comumente encontrada em
animais obesos e com histórico de disorexia (anorexia ou hiporexia persistente).
Diagnóstico: Histórico, análise citológica dos hepatócitos, CAAF, hemograma,
bioquímico, imagem (ultrassom).
Exames complementares: Aumento marcante de FA
Sinais clínicos: Perda de peso, icterícia, náuseas, vômito, letargia,
desidratação, caquexia, diarreia e sialorreia.
Tratamento: Fluidoterapia (cristaloide), suplementação vitamínica, antiemético
(metoclopramida / ondasetrona), suporte nutricional intensivo por via
nasogástrica por no máximo 3 dias. A sonda esofágica é o método de eleição
para suporte dietético.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Causada pela remoção inadequada de amônia (acúmulo de amônia). Tem
aparecimento abrupto ou progressivo e insidioso.
Sinais clínicos: Letargia, head-pressing, convulsões, ataxia, sialorreia,
anorexia, vômitos, agressividade e sinais clássicos de hepatopatias.
Tratamento: Reduzir a produção e absorção de amônia, restrição proteica,
adicionar fibras a dieta, recuperar a necrose hepática.
Administração de lactulose (favorece a conversão de amônia em íons amônio,
reduz a população de bactérias produtoras de amônia, aumenta a eliminação
fecal de bactérias e inibe a produção de amônia por bactérias intestinais).
Antibioticoterapia (metronidazol, neomicina)
Fluidoterapia
Diminuir o consumo de proteínas.
Flumazenil (antagonista de benzodiazepínico: melhora estado
neurológico), abolir ingestão de proteínas por 24-48hs.
Para tratar as convulsões: brometo de potássio. Fazer terapia de
manutenção com brometo de potássio.
Para o aumento da pressão craniana e edema cerebral: Utilização de
manitol (diurético).

COLECISTITE
Inflamação da vesícula biliar. Em gatos tem como principal causa a síndrome de
colangite – colangiohepatite (oclusão do ducto biliar, endotoxemia, tumores, bile
com sedimentos).
Tratamento: Ringer simples, vitaminas, protetores hepáticos e gástricos,
antibióticos.
Em caso de parasitas administrar vermífugos por 3 dias. (Praziquantel)

HEPATOPATIAS X FELINOS
PERITONIE INFECCIOSA FELINA: Doença causa por coronavírus felino que
sofreu mutação e passou a infectar macrófagos e monócitos.
Duas síndromes clínicas:
PIF efusiva: Presença de líquido na cavidade abdominal
PIF não efusiva: Caracterizada por inflamações granulomatosas.
Tratamento: Prednisona, interferons, tratamento de suporte, antibioticoterapia
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Pacientes hepatopatas apresentam grande variedade de distúrbios
metabólicos como: deficiência de vitaminas E e K, coagulopatias
(relacionada com a vitamina K), anemia, hipoalbunemia, polidipsia,
poliúria, hipocalemia (queda de potássio) levando a arritmias cardíacas,
disúria.

PATOLOGIA CLÍNICA DE UM ANIMAL HEPATOPATA


ALT = encontra-se elevada
AST também pode estar aumentada, mas não é o ‘’padrão ouro’’ para avaliação
hepática em pequenos animais.
LDH = não é muito utilizada para perfil hepático.
FA = utilizada para avaliação de obstrução biliar em cães. (Também pode estar
aumentada em casos de fraturas ósseas).
GGT = marcador sensível de doença hepática. Mais utilizada principalmente
para avaliação em gatos.
Bilirrubina: BI = hemólise, BD = lesão hepatocelular ou fluxo biliar. (icterícia).
Proteínas (PPT): são utilizadas como marcadores hepáticos, pois são
sintetizadas no fígado, ou seja, animais hepatopatas apresentam
hipoproteinemia.

Resumindo o tratamento de hepatopatias


Eliminar a causa se possível, suporte, prevenir e tratar complicações como:
ascite, ulceras, encefalopatias, endotoxemia e coagulopatias.

Repouso, fluidoterapia (desequilíbrio eletrolítico), manutenção do pH,


Controle de edema e ascite (manitol, furosemida, etc.)
Controle de coagulopatias (ADM de Vitamina K),
Controle de ulceras gástricas (raniditina, cimetidina, omeprazol),
Controle da colestase (ácido ursodesoxícólico), ATB e Corticoides (hepatite e
hepatopatia imunomediada). Podem ser utilizados outros medicamentos como:
silamarina que tem propriedades antioxidantes, cuidados com a dieta
(carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais).

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