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FORMAÇÃO
TEOLÓGICA
SUMÁRIO
1. Introdução à Bibliologia 05
2. Introdução ao Novo Testamento I: Período Interbíblico e os
Evangelhos 25
3. Introdução à Escatalogia Bíblica 51
4. Angelologia e Eclesiologia 75
5. Epístolas Paulinas I: Gálatas e Romanos 103
6. Cristologia 123
7. Introdução à Homilética 151
Introdução ao
Novo Testamento I:
Período Interbíblico e
os Evangelhos
ATEB | ACADEMIA TEOLÓGICA DO BRASIL
PERÍODO INTERBÍBLICO
DEFINIÇÃO
Trata do período de eventos que ocorreram entre o fim do A . T. e o
início do N.T. As datas são de 424 a. C. até 5 a. C.
POR QUE ESTUDAR? Eis as razões:
a- históricas – explicam o fundo histórico do N. T.
b- Culturais - explica a origem e desenvolvimento dos costumes ,
instituições e vida espiritual do povo judaico do período do N. Testamento.
c- Messiânica - demonstra como Deus preparou o mundo para o
Advento.
O PERÍODO PÉRSICO
Características do Período Persa
1- Decadência espiritual vista em Ageu e Malaquias.
2- Desenvolvimento do poder do sumo sacerdote Após Neemias,
a Judéia foi incluída na província da Síria. Assim o Sumo Sacerdote se
tornou governador da Judéia e autoridade da Síria.
3- Os inícios do escribismo com um interesse exagerado na Letra da
Lei.
O PERÍODO GREGO
A história do Antigo Testamento se encerrou com o cativeiro que
a Assíria impôs ao reino do norte, Israel, com o subsequente cativeiro
babilônico do reino do sul, Judá, e com o regresso, a Palestina, de parte
dos exilados, quando da hegemonia persa nos séculos VI e V .C.
Os quatro séculos entre o final da história do Novo Testamento
compreendem o período intertestamentário. (ocasionalmente
chamados “os quatrocentos anos de silêncio”, devido ao hiato, nos
registros bíblicos, e ao silenciamento da voz profética). Durante esse
hiato é que Alexandre o Grande se tornou senhor do antigo Oriente
Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas.
A origem de Alexandre
1- Felipe de Macedom uniu os estados gregos para expulsar os
persas da Ásia Menor. Morreu assassinado durante uma festa. (337 a .
C.).
2- Alexandre seu filho, de grande capacidade de liderança,
educado sob o famoso Aristóteles, era devotado a cultura grega. Tirou
sua inspiração da ilíada de Homero.
A influência de Alexandre
Sua influência foi muito grande por causa de sua extensão e
permanência. Estabeleceu centro de comércio e cultura em toda a
extensão do seu império.
Com a penetração da cultura grega, a superstição oriental cedeu
a liberdade do pensamento grego na filosofia, arquitetura, deuses, e
religião e atletismo (primeira olímpiada, 776 a.C.).
Surgiram bibliotecas e universidades em Alexandria e Tarso como
em outros lugares. Preparou-se assim o campo para religião universal.
De grande importância foi a disseminação da língua grega,
criando a possibilidade de pregação do evangelho duma língua
universal e a criação duma Bíblia legível em toda a extensão da bacia
do Mediterrâneo, (A Septuaginta).
PERÍODO ROMANO
Eventos que relacionaram os dias dos Macabeus com o tempo de
Herodes:
a- Os irmãos de Judas, Jônatas e Simão sucessivamente lideraram o
povo após a morte de Judas
b- Os descendentes dos macabeus continuaram no poder até o
ano 63 a.C. quando os romanos o tomaram
c- A junção do poder civil com sumo sacerdócio provocou uma
decadência espiritual. A luta pelo poder tirou a devoção a Jeová.
Três períodos no reinado de Herodes
a- Os primeiros 12 anos ( 37-25 ) foram gastos na luta pelo poder .
b- Os segundos 12 anos ( 25 –13 ) foram seus melhores anos.
c- Os últimos 9 anos ( 13 –4 ) se caracterizaram pela crueldade e
amargura (assassinou a duas de suas esposas e pelo menos a três de
seus próprios filhos). Foi este Herodes que governava Judá quando Jesus
nasceu, e que trucidou os meninos de Belém.
d- Herodes morreu de hidropsia e câncer nos intestinos, em 4 a.C.
Herodes e a vinda de Cristo
a- Ele foi parte do governo romano que preparou o contexto da
vinda de Cristo.
b- Foi rei governante quando Cristo nasceu.
Os Herodes
É necessário conhecer os vários Herodes que a Bíblia retrata para
não fazermos confusão.
1-Herodes, o Grande. Tentou conquistar o favor dos judeus e
construiu-lhes um formoso templo. O que foi mencionado por Jesus ao
dizer que não ficaria pedra sobre pedra. Ele teve dez esposas e vários
filhos.
2-Herodes Arquelau. Governou no lugar do seu pai (Mt 2.22). Foi o
filho mais velho que Herodes, o Grande teve com Maltace. Teve a pior
reputação já vista.
3-Herodes Antipas II. Filho mais moço de Maltace com Herodes.
Totalmente imoral, tomou por esposa usa própria sobrinha que era
também esposa do seu meio irmão Filipe I. É este Herodes que matou
João Batista (Mc 6.17-28). Apesar de ser o mais capaz, acabou exilado
no ano 39 d.C.
4-Herodes Filipe II. Este foi diferente dos demais. Casou-se com
Salomé II, filha de Herodias com Filipe I (Lc 3.1).
5-Herodes Antipas I. Neto de Herodes, o Grande. Foi este que
mandou matar Tiago, perseguiu a igreja e foi comido de bicho (Atos
12). Sua filha Drusila que se casou com Félix (At 24.24).
6-Herodes Agripa II. Casou-se com sua irmã Berenice II. Ambos,
O ADVENTO DE CRISTO
Neste período de silêncio, o mundo foi preparado para a vinda
de Cristo através de vários povos. O apóstolo Paulo escreveu em Gl.
4:4 “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho”. Marcos
afirmou o mesmo, dizendo: “O tempo está cumprido e o reino de Deus
está próximo” (Mc.1:15).
É interessante notar a preparação do mundo para a primeira vinda
de Cristo e as contribuições dos três grandes povos daquela época.
Sem essas contribuições não poderia haver os devidos meios para a
difusão dos ensinos de Cristo. Verdadeiramente Cristo veio na plenitude
dos tempos.
Elementos na preparação para a vinda de Cristo
Judaicos
a- Um povo divinamente preparado
b- Um povo escolhido para ser testemunha entre as nações
c- Escrituras proféticas predizendo a vinda do Messias
d- A dispersão dos judeus em todo o mundo conhecido
e- Sinagoga onde se estudava as Escrituras que forneceriam local
para a pregação do evangelho
f- Proselitismo que trouxe muitos gentios para o judaísmo
g- Era o povo do Livro, Interessado na prática da religião e na busca
da salvação
h- Uma esperança da vinda do Messias foi oferecida pelos judeus a
um mundo de religiões pagãs. Também o judaísmo ofereceu, pela parte
moral da Lei Judaica, o sistema de ética mais puro do mundo.
CONTEXTO HISTÓRICO
Os Evangelhos foram escritos na língua grega durante o tempo do
Império Romano. Jesus nasceu durante o reinado de Júlio César Augusto
e morreu durante o reinado de Tibério César.
No período que vai do nascimento de Cristo até os primeiros anos
da Igreja, Roma teve cinco imperadores. Um breve relato ajudará a
compreender melhor o contexto histórico em que se desenrolaram os
fatos bíblicos.
Foi com esses dois grupos filosóficos que Paulo travou o seu memorável
debate no areópago de Atenas.
-Agnosticismo. Vem do grego e significa não conhecimento. Trata–
se de uma corrente filosófica que afirma ser o homem incapaz de saber
se Deus existe ou não.
-Gnosticismo. Também originado do grego e significa conhecimento.
Escola Teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo.
Contrariando as pregações dos apóstolos. Os adeptos dessa filosofia
diziam que eram os únicos a possuírem conhecimento perfeito de Deus.
Seu arcabouço teológico considerava a matéria irremediavelmente
má. Por isso, diziam que a humanidade de Cristo era apenas aparente.
Por esse motivo o apóstolo João se viu na obrigação de escrever o
evangelho que retrata Cristo como o verdadeiro Deus que se fez carne
e habitou entre nós (Jo 1.1-2).
NOVO TESTAMENTO
Introdução
A teologia do Novo Testamento é o estudo do desenvolvimento
progressivo da revelação do propósito redentor de Deus, conforme Ele
o revelou através dos vários escritores neotestamentários.
O Antigo Testamento chegou ao término com a promessa da vinda
do Messias (Ml 4.1-6). Mesmo havendo o advento do hiato histórico de
cerca de 400 anos, a continuidade e o cumprimento das verdades
bíblicas continuaram juntos. O Antigo e o Novo Testamento forma o fluxo
contínuo da revelação de Deus aos homens.
Estrutura do Novo Testamento
O Novo Testamento é composto por 27 livros. Foi escrito em grego.
Seus livros se dividem em 4 grupos: Biografia, História, Doutrina e Profecia.
Biografia. São os quatro Evangelhos. Os três primeiros são chamados
sinóticos devido ao paralelismo que apresentam.
História. É o livro dos Atos dos Apóstolos. Também chamado de Atos
do Espírito Santo.
Doutrina. Um total de 21 livros, que vai de Romanos a Judas. Estas
epístolas estão divididas em:
-Epístolas Gerais ou Universais: Tiago, I e II Pedro, I, II, e III João e
Judas.
-Epístolas Paulinas: I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, Efésios,
Colossenses, Filemom, Filipenses, I e II Timóteo e Tito.
Profecia. É o livro do Apocalipse segundo João.
A Demora de Quase duas décadas
Passaram-se cerca de 20 anos para que os escritos do Novo
Testamento surgissem. Isto pode até soar de forma estranha a muitos.
OS EVANGELHOS
Introdução
Os três primeiros evangelhos foram pela primeira vez, chamados
“evangelhos sinóticos” no final do século XVIII. O adjetivo “sinótico”
vem do grego (synopsis ) , que significa “ver em conjunto”. Griesbach
escolheu a palavra devido ao alto grau de semelhanças entre Mateus,
Marcos e Lucas em suas apresentações do ministério de Jesus.
Essas semelhanças, que envolvem estrutura, conteúdo e enfoque,
são visíveis mesmo ao leitor desatento. Elas servem não apenas para unir
os três primeiros evangelhos, mas também para separá-los do evangelho
de João, que tem um propósito especial e apresenta material que não
se encontra nos demais evangelhos.
Quanto ao conteúdo, os três primeiros evangelistas narram muitos
dos mesmos acontecimentos, concentrando-se nas curas, exorcismos e
ensinos por meio de parábolas realizados por Jesus. João, embora narre
algumas curas significativas, não traz qualquer relato de exorcismo nem
parábolas (pelo menos das do tipo encontrado em Mateus, Marcos
e Lucas). Além disso, muitos dos acontecimentos que consideramos
característicos dos três primeiros evangelhos estão ausentes em João:
O envio dos Doze, a transfiguração, o sermão profético, a narrativa da
última ceia.
Evidência Externa
O mesmo Papias (80 –155 DC.) que disse que Marcos registrou as
reminiscências de Pedro, também disse que Mateus escreveu as Logias
(termo grego que significa “declarações, oráculos”).
Orígenes (185–253 d.C.) igualmente atribuiu este evangelho a
Mateus junto com muitos outros pais da Igreja.
Evidência Interna
_ O livro de Mateus é distintamente judaico no seu caráter .
_ Contém 43 citações diretas do AT. Mais do que qualquer outro
evangelho.
_ Usa a expressão “Reino dos céus” 33 vezes enquanto Lucas e João
usam o “reino de Deus”.
_ Usa a expressão relativa a citações do AT. “Para que seja cumprido”
dez vezes.
_ Usa a expressão “Filho de Davi” oito vezes.
_ Há indicação no uso de vocábulos para dinheiro que o autor
teria sido um publicano por usar tributo no lugar de denário (Mt. 22:19 e
Mc.12:15).
O Homem Mateus
a- Seu pai era Alfeu (Mc. 2:14) mas não era irmão de Tiago (Mt.
10:3).
b- Tinha também o nome de Levi (Mc. 2:14, Lc. 5:27) . Talvez Mateus
era seu nome cristão.
c- Era fiscal de imposto perto de Cafarnaum, levando os impostos do
comércio que cruzava o Mar da Galiléia e que seguia grande caminho
entre o Egito e Damasco.
d- Como fiscal teria conhecido tanto grego como aramaico e tido
boa cultura.
e- Depois de aceitar o convite de seguir a Cristo fez um banquete
para Jesus e os discípulos (Mt. 9:9-13 , Mc.2:15).
Propósito do Evangelho
O escopo e o propósito do evangelho são indicados no primeiro
versículo, é livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, filho de
Abraão. Esta declaração liga imediatamente com duas das mais
importantes alianças do Velho Testamento, a Aliança davídica de
soberania e aliança abraâmica da promessa (2 Sm.7:8-16 – Heb. 11: 17-
19). Isso fornece o elo entre AT e NT. A intenção maior é convencer os
judeus que Jesus é o Messias prometido no AT.
Universalismo em Mateus
Ele encerra sua narração com a Grande Comissão dirigida aos
seguidores de Cristo, que ordena fazerem discípulos de todas as nações
(28: 19-20). Na parábola do trigo e o joio (13:38) ... o campo é o mundo.
EVANGELHO DE MARCOS
Introdução
Visto que os títulos somente mais tarde foram adicionados aos
evangelhos, dependemos da tradição antiga e das evidências internas
no que tange a questões de autoria.
Autoria
O primeiro dos evangelhos a ser escrito deriva seu nome de João
Marcos, o qual figura como companheiro de Paulo, Barnabé e Pedro.
(livro de Atos e nas Epístolas).
A Igreja Primitiva como um todo reconheceu Marcos como Autor.
Evidência Externa
Papias (125 d.C.) O primeiro testemunho da autoria de Marcos,
fala que Marcos era intérprete de Pedro, dizendo que “ele” Marcos,
escreveu acuradamente tudo que lembrava, sem conduto relatar em
ordem o que era dito ou feito pelo Senhor.
Irineu (175 d.C.) disse: “Marcos” o discípulo e intérprete de Pedro
também nos ofereceu por escrito aquilo que foi pregado por Pedro.
Clemente de Alexandria (190 d.C.) disse “. . . Marcos escreveu seu
evangelho da matéria pregada por Pedro”.
Tertuliano, Orígenes e Eusébio também atribuem o Evangelho a
Marcos.
Evidência Interna
Tem sido identificado como o Jovem que fugiu do jardim desnudo
(Mc.14:51,52), quando Jesus foi preso (Esse fato é colocado em dúvida,
devido a afirmação de Papias, que Marcos não foi testemunha ocular
de Jesus).
A descrição detalhada do cenáculo onde Jesus e os discípulos
tomaram a Páscoa (Mc. 14:12), pode indicar que foi a casa da mãe de
Marcos.
O autor era familiar com Jerusalém, A Palestina (11:1) Conheceu
a língua aramaica (5:41;7:34); conhecia as instituições e costumes dos
judeus (1:21, 2:14-16; 7: 2-4) tudo apontado para um judeu como Marcos.
Os pormenores do evangelho indicam que a fonte do livro seja uma
testemunha ocular (Mc. 2:1)
O evangelho de Marcos segue o mesmo esboço geral do sermão
de Pedro na casa de Cornélio (At.10: 34- 43).
Destinatários
Provavelmente, escreveu para leitores cristãos gentílicos romanos,
traduziu expressões em aramaico para benefício de seus leitores (3:17,
5:41, 7:34 ).
O Homem Marcos
-At. 12:12 diz que sua mãe chamava Maria (Judia)
-At. 4:37 demonstra ser de família abastada, casa grande e servia
de ponto de encontro para os primeiros cristãos.
-At. 12:25 Barnabé e Paulo levam Marcos para Antioquia e mais
tarde levam-no na 1ª viagem Missionária.
-At. 13:13 Chegando a Perge, a coragem de Marcos falha e ele
volta para casa.
-At. 15:36 Paulo não concorda com Barnabé em levar Marcos
numa outra viagem. Discutem e separam-se, Barnabé segue com João
Marcos para Chipre.
-Durante quase 20 anos não se ouve mais falar em Marcos. Porém
reaparece nas epístolas de maneira muito louvável. Col. 4:10 –11 – I I Tim.
4:9 (Sua falha em Perge, foi esquecida). 1 Pe.5:13. (filho espiritual)
A tradição diz que durante estes 20 anos Marcos foi para o Egito,
e fundou a Primeira Igreja de Cristo em Alexandria, com sua famosa
biblioteca e intelectuais brilhantes. O jovem que deu meia volta e foi
embora, morre martirizado no Egito. A covardia natural foi transformada
em heroísmo de mártir.
Esboço de Marcos
1- A preparação do Servo para seu Ministério público. 1:1-13
2- O ministério na Galiléia. 1:14 a 6:30
3- Os afastamentos do Servo. 6:31 a 9:50.
4- A última viagem do Servo da Galiléia para Jerusalém - cap. 10.
5- A paixão do servo. cap. 11 - 15.
6- A ressurreição do Servo. cap. 16.
O EVANGELHO DE LUCAS
Introdução Histórica
O EVANGELHO DE JOÃO
Introdução
Escrito em estilo simples, o último dos quatro evangelhos exibe uma
profundeza teológica que ultrapassa à dos evangelhos sinópticos. João
suplementa os evangelhos sinópticos (se bem que alguns eruditos acham
que João desconhecia esses evangelhos). Ele destaca o ministério da
Judéia, omitindo parábolas e o tema do reino de Deus.
Autoria
As tradições da Igreja primitiva indicam que o apóstolo João escreveu
o quarto evangelho. Em geral se afirma que o quarto evangelho não
leva o nome do seu autor: a semelhança do sinópticos, é formalmente
anônimo.
Evidência Externa
A evidência externa está bem clara que João o Apóstolo escreveu
o quarto evangelho. Os seguintes pais da Igreja declararam ser ele
o autor. Téofilo de Antioquia, Canon de Muratori, Irineu (foi discípulo
de Policarpo, o qual, por sua vez, fora discípulo de João). Tertuliano,
Clemente de Alexandria, Orígenes e Hipólito.
Evidência Interna
O autor era um judeu, visto no seu estilo e pensamentos hebraicos
(1:19-28; 4:9). Possivelmente era Judeu da Palestina do tempo do Senhor,
demonstra ter conhecimento profundo da topografia da Palestina. (1:44
, 3:23, 5:2). Era testemunha ocular (1:14 , 19:35, 21:24). Teria sido o discípulo
que se reclinou sobre o peito de Jesus (13: 23-25 , 21:20-24) .
Propósito
A finalidade do evangelho está exposta em 20:30-31, isto é, para
conduzir homens ao conhecimento salvador do Messias, o Filho de
Deus. Clemente de Alexandria diz que João escreveu um “evangelho
espiritual”.
evangelho tem a finalidade evangelística e encorajamento dos
crentes num tempo de perseguição. Tem a finalidade de se opor a
certas doutrinas falsas, gnosticismo, veneração de João Batista. Atos
19:1-7 demonstra que continuava havendo seguidores de João Batista,
OS APÓSTOLOS
André
Irmão de Pedro pregou o Evangelho a muitas nações da Ásia. Foi
crucificado em Edesa e as extremidades de sua cruz fixadas de forma
transversal no solo. Daí a origem do nome Cruz de Santo André.
Bartolomeu (Natanael)
Faltam-nos informação sobre a identidade do Apóstolo chamado
Bartolomeu. Ele só é mencionado na lista dos apóstolos. Além do mais,
enquanto os Evangelhos sinóticos concordam em que seu nome era
Bartolomeu, João o dá como Natanael (Jo 1.45). Crêem alguns estudiosos
que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael. Pregou em vários países
e traduziu o evangelho de Mateus para um dos idiomas da Índia. Foi
cruelmente açoitado por idólatras e segundo se dizem crucificado de
cabeça pra baixo.
Tiago - Filho de Alfeu
Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, filho
de Alfeu (Mt 10.3; Lc 6.15). Muitos estudiosos crêem que Tiago era irmão
de Mateus, visto a Bíblia dizer que o pai de Mateus também se chamava
Alfeu (Mc 2.14).
Outros crêem que este Tiago se identificava como “Tiago, o Menor”,
mas não temos prova alguma de que esses dois nomes se referiam ao
mesmo homem (Mc 15.40). Se o filho de Alfeu era, deveras, o mesmo
homem Tiago, o Menor, talvez ele tenha sido primo de Jesus (Mt 27.56;
Jo 19.25).
Alguns comentaristas da Bíblia teorizam que este discípulo trazia
uma estreita semelhança física com Jesus, o que poderia explicar por
que Judas Iscariotes teve de identificar Jesus na noite em que foi traído.
(Mc 14.43-45; Lc 22.47-48).
Dizem as lendas que ele pregou na Pérsia e aí foi crucificado. Mas
não há informações concretas sobre sua vida, ministério posterior e
morte.
Tiago - Filho de Zebedeu
Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes
Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada (At 12.2). A
tradição diz que isto ocorreu no ano 44 d.C. quando ele seria ainda bem
moço. Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho; sempre falam
de “Tiago e João”.
Até no registro de sua morte, o livro de Atos refere-se a ele como
“Tiago, irmão de João” (At 12.2) Eles começaram a seguir a Jesus no
mesmo dia, e ambos estiveram presentes na Transfiguração (Mc 9.2-13).
Jesus chamou a ambos de “filhos do trovão” (Mc 3.17).
João
Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo
chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de
Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com
“os empregados” de seu pai (Mc 1.20).
Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que
assistiu a crucificação de Jesus (Mc 15.40). Se Salomé era irmã da mãe
de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19.25), ele pode ter sido
primo de Jesus.
A tradição diz que ele cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou
a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali.
Quando foi preso, ficou exilado na Ilha de Patmos. Acredita-se que
ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para
sepultamento. João foi o único que morreu de morte natural.
Judas - Não o Iscariotes
João refere-se a um dos discípulos como “Judas, não o Iscariotes”
(Jo 14.22). Não é fácil determinar a identidade desse homem. Mateus e
Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). Lucas
o menciona como “Judas, filho de Tiago” (Lc 6.16; At 1.13). Não sabemos
ao certo quem era o pai de Tadeu. O Historiador Eusébio diz que Jesus
uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de
orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da
ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da
Mesopotâmia. Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por
mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia com pauladas e pedradas.
Outros afirmam que o mesmo foi crucificado em Edesa no ano 72 d.C.
Judas Iscariotes
Todos os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos
discípulos de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a sua má fama de
traidor de Jesus. Judas traiu o Senhor Jesus, influenciado ou inspirado
pelo maligno (Lc 22.3; Jo 13.27). Tocado pelo remorso, Judas procurou
devolver o dinheiro aos captores de Jesus e foi enforcar-se (Mt 27.5).
Porém, ele não morreu enforcado. At 1. 18. “Ora, este adquiriu um
campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou
pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram”.
Mateus
Um cobrador de impostos, nascido em Nazaré, Galiléia. Escreveu em
hebraico o Evangelho que leva o seu nome, e mais tarde foi traduzido
para o grego por Tiago, o menor. Dizem que foi martirizado na Etiópia.
Filipe
Nasceu em Betsaida, Galiléia. Sofreu o martírio em Heliópolis, na
Frigia. Depois de açoitado e lançado no cárcere foi crucificado em 54
d.C.
Simão Pedro
O apóstolo Pedro foi condenado à morte e crucificado em Roma.
Segundo o relato de alguns, ele foi persuadido pelo povo a fugir para
não ser morto por Nero. Ao chegar à porta viu o Senhor Jesus Cristo que
lhe vinha ao encontro. E indagando ao Senhor para onde iria ouviu a
voz do meigo Salvador dizendo: “vou para ser de novo crucificado”. E
depois disso desistiu de fugir e a pedido foi crucificado de cabeça pra
baixo.
Simão Zelote
Segundo John Fox, ele pregou o Evangelho na Mauritânia, África, e
até na Grã-Bretanha, onde foi crucificado no ano de 74. d.C.
Tomé
Não sabemos quem pode ter sido Tomé, nem sabemos coisa alguma
a respeito do passado de sua família ou de como ele foi convidado
para unir-se ao Senhor. Diz a tradição que Tomé finalmente tornou-se
missionário na Índia. Afirma-se que ele foi martirizado ali e sepultado
em Mylapore, hoje subúrbio de Madrasta. Seu nome é lembrado pelo
próprio título da igreja Martoma ou “Mestre Tome”.
Matias - Substituto de Judas Iscariotes
Após a morte de Judas, Pedro propôs que os discípulos escolhessem
alguém para substituir o traidor. O discurso de Pedro esboçava certas
qualificações para o novo apóstolo (At 1.15-22). O apóstolo tinha de
conhecer a Jesus “começando no batismo de João, até ao dia em que
dentre nós foi levado às alturas”. Tinha de ser também, “testemunha
conosco de sua ressurreição” (At 1.22).
Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as
qualificações: José, cognominado Justo, e Matias (At 1.23). Lançaram
sortes para decidir a questão e a sorte recaiu sobre Matias. O nome
Matias é uma variante do hebraico Matatias, que significa “dom de
Deus”. Infelizmente, a Bíblia nada diz a respeito do ministério de Matias.
Só sabemos que sofreu apedrejamento em Jerusalém e em Seguida foi
decapitado.
VALDECI DO CARMO
Ministro do Evangelho, membro da AD em Cuiabá-MT. Professor e
Coordenador do curso de Graduação em Teologia da FEICS. Relator
do Conselho de Educação e Cultura e da Comissão de Apologética
da AD de Cuiabá-MT Bacharel e Mestre em Teologia, Licenciado em
Filosofia. Possui pós-graduação em: Antropologia da Religião, Docência
do Ensino Superior, Filosofia, Teologia do NT, Planejamento e gestão de
cursos online.
CONTATO
FONE: 65 9925 8352
EMAIL: professorvaldecidocarmo@gmail.com
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD, 1995.
Bíblia NVI
Bíblia ARA- Almeida Revista e Atualizada
Bíblia ARC- Almeida Revista e Corrigida
Bíblia Almeida Corrigida Fiel
Bíblia TEB- Tradução Ecumênica Brasileira
Bíblia de Estudo NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bíblia de Jerusalém
Livros
COLEMAN, Willian L. MANUAL DOS TEMPOS E COSTUMES BÍBLICOS. Editora
Betânia, 1ª edição, 1991.
FOX, John. O LIVRO DOS MÁRTIRES. CPAD, 3ª Edição, 2002.
GUNDERSON, Julie. AS EPÍSTOLAS GERAIS. EETAD, 3ª Edição, 1997.
GUNDRY, Robert H. PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO. Edições Vida
Nova, 4ª Edição, 1987.
HOOVER, Richard Leroy. OS EVANGELHOS. EETAD, 4ª Edição, 2000.
MAHONEY, Ralph. O CAJADO DO PASTOR. Word Map, 1998.
MCCLAFIN, Mike. A VIDA DE CRISTO. FAETAD, 2003.
O MUNDO DO NOVO TESTAMENTO. Editora Vida, 1988.
PORTA, Paul Francis. TEOLOGIA DO NOVO TESTAMETO. FAETAD, 1991.
VIDA COTIDIANA NOS TEMPOS BÍBLICOS. Editora Vida, 1990.
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