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C U R S O D E

FORMAÇÃO
TEOLÓGICA
SUMÁRIO

1. Introdução à Bibliologia  05
2. Introdução ao Novo Testamento I: Período Interbíblico e os
Evangelhos  25
3. Introdução à Escatalogia Bíblica  51
4. Angelologia e Eclesiologia  75
5. Epístolas Paulinas I: Gálatas e Romanos  103
6. Cristologia  123
7. Introdução à Homilética  151
Introdução ao
Novo Testamento I:
Período Interbíblico e
os Evangelhos
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PERÍODO INTERBÍBLICO

DEFINIÇÃO
Trata do período de eventos que ocorreram entre o fim do A . T. e o
início do N.T. As datas são de 424 a. C. até 5 a. C.
POR QUE ESTUDAR? Eis as razões:
a- históricas – explicam o fundo histórico do N. T.
b- Culturais - explica a origem e desenvolvimento dos costumes ,
instituições e vida espiritual do povo judaico do período do N. Testamento.
c- Messiânica - demonstra como Deus preparou o mundo para o
Advento.

AS DIVISÕES DO PERÍODO INTERBIBLICO


São eles:
Período persa
Período grego
Período grego egípcio
Período grego sírio
Período macabeu
Período romano

BREVE RESUMO SOBRE O FINAL DO AT


Os cativeiros
1- Depois de um longo período de apostasia, o Reino do Norte foi
conquistado e levado para o cativeiro pelos assírios em 722 a . C.
2- O Reino do Sul recebeu tratamento semelhante ás mãos dos
babilônios sob Nabucodonozor em 586 a . C.
As restaurações
1- Cerca de 50.000 exílios cerca do ano 536 foram permitidos por
Ciro voltar a Palestina com Zorobabel (Esdras 1:6 )
2- Os eventos do livro de Ester passaram na Pérsia cerca do ano 483
3- Esdras, um escriba, chegou em Jerusalém cerca do ano 457,
promoveu várias reformas civis e religiosas ( Esdras 7: 10 ) .
4- Neemias e seus companheiros chegaram na Palestina cerca de
445 a. C.
5- Malaquias dirigiu seus ministério num período de decadência
espiritual cerca de 432-424, ele marcou o fim do A . T.

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

O PERÍODO PÉRSICO
Características do Período Persa
1- Decadência espiritual vista em Ageu e Malaquias.
2- Desenvolvimento do poder do sumo sacerdote Após Neemias,
a Judéia foi incluída na província da Síria. Assim o Sumo Sacerdote se
tornou governador da Judéia e autoridade da Síria.
3- Os inícios do escribismo com um interesse exagerado na Letra da
Lei.

O PERÍODO GREGO
A história do Antigo Testamento se encerrou com o cativeiro que
a Assíria impôs ao reino do norte, Israel, com o subsequente cativeiro
babilônico do reino do sul, Judá, e com o regresso, a Palestina, de parte
dos exilados, quando da hegemonia persa nos séculos VI e V .C.
Os quatro séculos entre o final da história do Novo Testamento
compreendem o período intertestamentário. (ocasionalmente
chamados “os quatrocentos anos de silêncio”, devido ao hiato, nos
registros bíblicos, e ao silenciamento da voz profética). Durante esse
hiato é que Alexandre o Grande se tornou senhor do antigo Oriente
Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas.
A origem de Alexandre
1- Felipe de Macedom uniu os estados gregos para expulsar os
persas da Ásia Menor. Morreu assassinado durante uma festa. (337 a .
C.).
2- Alexandre seu filho, de grande capacidade de liderança,
educado sob o famoso Aristóteles, era devotado a cultura grega. Tirou
sua inspiração da ilíada de Homero.
A influência de Alexandre
Sua influência foi muito grande por causa de sua extensão e
permanência. Estabeleceu centro de comércio e cultura em toda a
extensão do seu império.
Com a penetração da cultura grega, a superstição oriental cedeu
a liberdade do pensamento grego na filosofia, arquitetura, deuses, e
religião e atletismo (primeira olímpiada, 776 a.C.).
Surgiram bibliotecas e universidades em Alexandria e Tarso como
em outros lugares. Preparou-se assim o campo para religião universal.
De grande importância foi a disseminação da língua grega,
criando a possibilidade de pregação do evangelho duma língua
universal e a criação duma Bíblia legível em toda a extensão da bacia
do Mediterrâneo, (A Septuaginta).

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PERÍODO ROMANO
Eventos que relacionaram os dias dos Macabeus com o tempo de
Herodes:
a- Os irmãos de Judas, Jônatas e Simão sucessivamente lideraram o
povo após a morte de Judas
b- Os descendentes dos macabeus continuaram no poder até o
ano 63 a.C. quando os romanos o tomaram
c- A junção do poder civil com sumo sacerdócio provocou uma
decadência espiritual. A luta pelo poder tirou a devoção a Jeová.
Três períodos no reinado de Herodes
a- Os primeiros 12 anos ( 37-25 ) foram gastos na luta pelo poder .
b- Os segundos 12 anos ( 25 –13 ) foram seus melhores anos.
c- Os últimos 9 anos ( 13 –4 ) se caracterizaram pela crueldade e
amargura (assassinou a duas de suas esposas e pelo menos a três de
seus próprios filhos). Foi este Herodes que governava Judá quando Jesus
nasceu, e que trucidou os meninos de Belém.
d- Herodes morreu de hidropsia e câncer nos intestinos, em 4 a.C.
Herodes e a vinda de Cristo
a- Ele foi parte do governo romano que preparou o contexto da
vinda de Cristo.
b- Foi rei governante quando Cristo nasceu.
Os Herodes
É necessário conhecer os vários Herodes que a Bíblia retrata para
não fazermos confusão.
1-Herodes, o Grande. Tentou conquistar o favor dos judeus e
construiu-lhes um formoso templo. O que foi mencionado por Jesus ao
dizer que não ficaria pedra sobre pedra. Ele teve dez esposas e vários
filhos.
2-Herodes Arquelau. Governou no lugar do seu pai (Mt 2.22). Foi o
filho mais velho que Herodes, o Grande teve com Maltace. Teve a pior
reputação já vista.
3-Herodes Antipas II. Filho mais moço de Maltace com Herodes.
Totalmente imoral, tomou por esposa usa própria sobrinha que era
também esposa do seu meio irmão Filipe I. É este Herodes que matou
João Batista (Mc 6.17-28). Apesar de ser o mais capaz, acabou exilado
no ano 39 d.C.
4-Herodes Filipe II. Este foi diferente dos demais. Casou-se com
Salomé II, filha de Herodias com Filipe I (Lc 3.1).
5-Herodes Antipas I. Neto de Herodes, o Grande. Foi este que
mandou matar Tiago, perseguiu a igreja e foi comido de bicho (Atos
12). Sua filha Drusila que se casou com Félix (At 24.24).
6-Herodes Agripa II. Casou-se com sua irmã Berenice II. Ambos,

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

filhos de Antipas I. Eles ouviram Paulo (Atos 25.13-26.32).


7-Filipe I. Filho de Herodes, o Grande com Mariana II. Permaneceu
como um cidadão qualquer. Por esse motivo a sua ambiciosa mulher o
largou para viver com seu meio-irmão.
AS SEITAS JUDAICAS
Os samaritanos
Os samaritanos não eram uma seita do judaísmo, pelo contrário se
encontravam excluídos das atividades religiosas dos judeus. A inserção
aqui é simplesmente para mostrá-los como contemporâneos de Jesus.
É do conhecimento de todos que as tribos do norte foram levadas
cativas por causa da idolatria. A assíria para garantir que não houvesse
nenhuma revolta por parte dos israelitas derrotados deportou a muitos
para as várias partes do império.
Nos anos seguintes os israelitas se casaram - se com outros povos que
vieram de outras nações e habitaram Samaria. Daí então o surgimento
dos samaritanos.
Sinagogas
A sinagoga servia como substituto do templo e se tornou o centro
de atividades religiosas, civis e educacionais dos judeus.
Os Fariseus
A palavra fariseu significa, separado. Tinham um grande interesse
pelas leis, tanto escritas como orais e desejavam seguir à risca toda a lei
de Moisés. Os fariseus surgiram durante o período Inter-testamental.
Os Saduceus
Outro partido religioso que, embora fosse formado por sacerdotes,
se tornou mais político que religioso.
Por serem da classe sacerdotal, não ficavam nas sinagogas e sim
no templo. Aceitavam somente os livros escritos da lei, rejeitavam os
Livros dos Profetas e dos Escritos. Não aceitavam também a tradição
oral dos fariseus, nem criam em anjos ou ressurreição.
Uma comparação entre Fariseus e Saduceus
Fariseus
a- Constituíram o núcleo da aristocracia religiosa e acadêmica.
b- Ensinavam que a alma era imortal, que havia uma ressurreição
corporal e julgamento futuro com galardão ou castigo.
c- Acreditavam na existência de anjos e espíritos bons e maus.
d- Predestinatários, mas aceitaram que o homem tinha livre arbítrio
e responsável moralmente.
e- Coordenaram a tradição e a Lei escrita numa massa de regras
de fé e a prática evoluindo com os tempos.
Saduceus

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a. Constituíram o núcleo da aristocracia sacerdotal, política e social.


b. Ensinaram que não há nem galardão nem castigo.
c. Negaram a existência de espíritos e anjos.
d. Enfatizaram a liberdade da vontade humana, rejeitando o
determinismo e o azar.
e- Mantinham que a Torah era única fonte infalível de fé e prática.
Os Herodianos
a- Eram partidos políticos não religioso.
b- Esperaram que Herodes cumprisse a realização da esperança
da nação.
Os Essênios
Viviam em comunidades isoladas, e monastérios. Os fariseus
concentravam-se nos aspectos externos, os saduceus na cobiça pelo
poder e pelas riquezas, enquanto este terceiro grupo estava longe dos
interesses dos dois outros grupos.
Os Zelotes
Este grupo buscava de modo mais ativo a tão sonhada libertação
do jugo romano. Opunham-se fortemente ao domínio romano, e se
recusavam a pagar impostos. Queria que os judeus resistissem à força
qualquer tentativa de uma outra nação estrangeira dominar sobre Israel.
Por causa dos Zelotes é que houve o fim da nação judaica no ano 70
d.C. e desde então foram espalhados pelo mundo.
Os Escribas
O escriba tinha três ofícios principais, copista da lei, e era conhecido
nos tempos de Cristo como um advogado ou ensinador da lei. Eram
tidos com muito respeito na comunidade judaica. Alguns até poderiam
ser sacerdotes.
O Sinédrio
Esta palavra já não aparece mais em algumas traduções mais
recentes. Em muitos casos vem escrito no lugar de sinédrio, concílio ou
tribunal. O sinédrio tanto servia como um concílio governante do povo
judeu, quanto concílio judicial.
Este concílio foi baseado nos moldes dos setenta de Moisés. Embora
fossem detentores da vida e morte de seus acusados, eles não poderiam
julgar ninguém sem o consentimento das autoridades romanas.

A ESPERANÇA MESSIÂNICA DOS JUDEUS


O surgimento no período Interbíblico
Na época da restauração (Com o desaparecimento dos profetas
houve pouca ênfase na esperança messiânica). O interesse do povo
era a observação da lei (Ne. 8: 1-3 , 9:13- 16 ).

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

Na época dos Macabeus


A perseguição intensa inspirou a esperança dum líder super-humano.
Especialmente após a tomada de Jerusalém pelos romanos em 63 a.C.
encontramos o ressurgimento da esperança messiânica.
Na época do nascimento de Cristo
É fato conhecido que quando Cristo veio, houve uma larga
expectativa da vinda do Messias, especialmente com a morte de
Herodes, o Grande.
A idéia básica
Geralmente os judeus buscavam que os resgatasse um Rei que
levantaria um reino eterno e julgaria os maus. Esperavam a salvação de
Israel, não dos gentios.
Esperavam alguém mais do que mero homem denominando-o de
“O santo e Poderoso”, “Messias “, etc. Pode ser que pensavam nele com
um anjo poderoso que viesse agir sobrenaturalmente.

O ADVENTO DE CRISTO
Neste período de silêncio, o mundo foi preparado para a vinda
de Cristo através de vários povos. O apóstolo Paulo escreveu em Gl.
4:4 “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho”. Marcos
afirmou o mesmo, dizendo: “O tempo está cumprido e o reino de Deus
está próximo” (Mc.1:15).
É interessante notar a preparação do mundo para a primeira vinda
de Cristo e as contribuições dos três grandes povos daquela época.
Sem essas contribuições não poderia haver os devidos meios para a
difusão dos ensinos de Cristo. Verdadeiramente Cristo veio na plenitude
dos tempos.
Elementos na preparação para a vinda de Cristo
Judaicos
a- Um povo divinamente preparado
b- Um povo escolhido para ser testemunha entre as nações
c- Escrituras proféticas predizendo a vinda do Messias
d- A dispersão dos judeus em todo o mundo conhecido
e- Sinagoga onde se estudava as Escrituras que forneceriam local
para a pregação do evangelho
f- Proselitismo que trouxe muitos gentios para o judaísmo
g- Era o povo do Livro, Interessado na prática da religião e na busca
da salvação
h- Uma esperança da vinda do Messias foi oferecida pelos judeus a
um mundo de religiões pagãs. Também o judaísmo ofereceu, pela parte
moral da Lei Judaica, o sistema de ética mais puro do mundo.

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O mais importante é que os judeus prepararam o caminho para vinda


de Cristo pelo fornecimento de um Livro Sagrado, o Velho Testamento.
Elementos Gregos
a- A filosofia grega que se aproximava do monoteísmo, tendência
para a imortalidade, ênfase sobre a consciência e dignidade humana
e liberalismo de pensamento.
b- A língua grega, tradução do Antigo Testamento, para a pregação
do evangelho e a escrita do N.T. junto com os termos adotados por Paulo
e outro pregadores do Novo Testamento para explicar o evangelho. No
primeiro século os romanos cultos conheciam grego e também latim.
O dialeto grego usado no quinto século a. C. na época da glória de
Atenas, tornou-se o dialeto “Koiné” (comum) do primeiro século.
Elementos Romanos
a- Cristo veio ao mundo época do Império Romano. Todo o
mundo ficou sob um governo único, uma lei universal, era possível obter
cidadania romana, ainda que a pessoa não fosse romana. O império
Romano mostrou as tendências de unificar os povos de raças diferentes
numa organização política.
b- Havia paz na terra quando Cristo nasceu. Os soldados romanos
asseguravam a paz nas estradas da Ásia, África e Europa.
c- Construíram excelentes estradas ligando Roma a todas as partes
do Império. As estradas principais foram construídas de concreto. As
estradas romanas e as cidades estratégicas localizadas nos caminhos
eram indispensáveis a evangelização do mundo no primeiro século.

PRINCIPAIS DEUSES DO PERÍODO GREGO-ROMANO


NOME GREGO NOME ROMANO ATRIBUTOS
ZEUS JÚPITER Divindade principal> Governava os
outros deuses e os homens.
HERA JUNO Esposa de Zeus
HADES PLUTÃO Senhor dos infernos
ARES MARTE Deus da guerra
ÁRTEMIS DIANA Deusa da caça
ATENA MINERVA Deusa da razão e da inteligência
AFRODITE VÊNUS Deusa do amor da beleza
APOLO APOLO Deus da luz, das artes e da
adivinhação.
DIONISO BACO Deus do vinho e do prazer
HEFAÍSTOS VULCANO Deus do fogo
DEMÉTER CERES Deusa da terra
HERMES MERCÚRIO Deus do comércio e das
comunicações

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

POSÊIDON NETUNO Deus dos mares

CONTEXTO HISTÓRICO
Os Evangelhos foram escritos na língua grega durante o tempo do
Império Romano. Jesus nasceu durante o reinado de Júlio César Augusto
e morreu durante o reinado de Tibério César.
No período que vai do nascimento de Cristo até os primeiros anos
da Igreja, Roma teve cinco imperadores. Um breve relato ajudará a
compreender melhor o contexto histórico em que se desenrolaram os
fatos bíblicos.

Os Principais Imperadores Romanos


1 – César Augusto (29 a.C. a 14 A. D.). Foi sob seu comando que as
forças romanas tomaram o Egito, governado por Antônio e Cleópatra. E
foi também por um decreto seu que todo habitante do mundo romano
teve que ir alistar-se, o que obrigou José e Maria a viajarem para Belém
(Lc. 2.1).
César Augusto Foi um imperador que não impôs grandes sofrimentos
ao povo da Judéia, que podia até ter seu próprio governo interno,
exercido pelo Sinédrio.
2 – Tibério César (14 a. 37 D. C.)
Era ele quem estava no trono na época do ministério de Cristo. A
moeda que Jesus pegou e mostrou a efígie, estava mostrando o perfil
de Tibério (Mt. 22. 17-21).
Esse imperador foi um homem muito inseguro, e acredita-se que na
velhice tenha sofrido problemas mentais. Além disso, era muito impopular
e ficou conhecido como um homem libertino, dado a excessos sexuais.
3 - Gaio (37 a 41 A. D.)
Mais conhecido como Calígula, esse imperador provavelmente era
louco. Ele se imaginava um deus, e exigia que fosse tratado como tal.
Chegou a ordenar que se fizesse uma estátua sua para ser colocada no
Santo dos Santos em Jerusalém. Contudo, um dos homens envolvidos
no projeto, com muita astúcia, foi atrasando o projeto o mais possível, e
dessa forma evitou que houvesse muito derramamento de sangue em
Israel. Felizmente, Gaio morreu antes que o decreto fosse cumprido.
4 – Cláudio (41 A 54 A.D.)
Nos primeiros anos de seu governo, esse imperador demonstrou
certa benevolência para com os judeus. Mais tarde, começando
a abrigar suspeitas contra eles passou a restringir um pouco os seus
movimentos.
A Bíblia menciona judeus que se encontravam em Corinto e que,
por decreto de Cláudio, tinham sido obrigados a sair de Roma (At. 18.
4,2). Os registros históricos revelam que o imperador proibira os judeus de

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se reunirem o que, de fato, era o mesmo que forçá-los a sair da cidade.


A grande fome prevista por Ágabo, que iria atingir o mundo todo,
ocorreu durante o reinado desse imperador (At. 11.28).
5- Nero (54 A 68 D. C.).
Embora os primeiros anos do reinado de Nero sob a influência de
Sêneca, tivessem sido positivos, na verdade esse imperador louco, que
mandou matar a própria mãe fez pouca coisa que mereça aplausos.
Sua perseguição aos cristãos foi a mais sangrenta, e é a mais conhecida.
Ele mandou prender, torturar e até queimar vivos muitos cristãos. E
fez isso, em parte para desviar a atenção de seus problemas políticos
(como por exemplo, o incêndio em Roma), e em parte para se divertir.
Foi a Nero que Paulo apelou quando foi julgado (At. 25.10-12).
Era Nero que estava no poder quando Paulo escreveu aos romanos,
dizendo-lhes que obedecessem ao governo porque toda autoridade
é instituída por Deus (Rm 13.1-7). Foi no governo de Nero que Paulo e
Pedro foram executados.

Outras Características da Época


As línguas de destaque no período do Império Romano eram quatro:
latim, grego, hebraico e aramaico. Havia estradas por todo o Império
e eram de muita excelência. Foram tão bem construídas que algumas
servem de uso até nos dias de hoje.

Aspecto Religioso e Filosófico


-Animismo. Religião primitiva de Roma, onde os fazendeiros
adoravam os deuses da terra, do céu, da colheita, da floresta. A natureza
era personificada e adorada como Deus.
-Culto ao Imperador. De modo geral, os imperadores romanos eram
considerados deuses. Esse conceito era muito mal compreendido e sua
aplicação na prática variava de acordo com o imperador e da opinião
do povo.
-Religiões Místicas. Adoravam pessoas falecidas, e tinham um tipo
de fraternidade onde pessoas de classes diferentes podiam–se unir
como a iguais.
-Prática do Ocultismo. Observavam credos e ritos. Era praticado
magia e predição de futuro através de exames de entranha de animais
abatidos. A astrologia, o zodíaco e o horóscopo também eram populares
durante aqueles dias.
-Epicurismo. Doutrina formulada pelo filósofo grego Epicuro, este
ensinamento fundamenta-se na identificação do prazer como bem
soberano.
-Estoicismo. Zenão de Citium ensinava que o ideal sábio deve ser
um só: atingir a tranqüilidade através da austeridade e rigidez moral.

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

Foi com esses dois grupos filosóficos que Paulo travou o seu memorável
debate no areópago de Atenas.
-Agnosticismo. Vem do grego e significa não conhecimento. Trata–
se de uma corrente filosófica que afirma ser o homem incapaz de saber
se Deus existe ou não.
-Gnosticismo. Também originado do grego e significa conhecimento.
Escola Teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo.
Contrariando as pregações dos apóstolos. Os adeptos dessa filosofia
diziam que eram os únicos a possuírem conhecimento perfeito de Deus.
Seu arcabouço teológico considerava a matéria irremediavelmente
má. Por isso, diziam que a humanidade de Cristo era apenas aparente.
Por esse motivo o apóstolo João se viu na obrigação de escrever o
evangelho que retrata Cristo como o verdadeiro Deus que se fez carne
e habitou entre nós (Jo 1.1-2).

NOVO TESTAMENTO

Introdução
A teologia do Novo Testamento é o estudo do desenvolvimento
progressivo da revelação do propósito redentor de Deus, conforme Ele
o revelou através dos vários escritores neotestamentários.
O Antigo Testamento chegou ao término com a promessa da vinda
do Messias (Ml 4.1-6). Mesmo havendo o advento do hiato histórico de
cerca de 400 anos, a continuidade e o cumprimento das verdades
bíblicas continuaram juntos. O Antigo e o Novo Testamento forma o fluxo
contínuo da revelação de Deus aos homens.
Estrutura do Novo Testamento
O Novo Testamento é composto por 27 livros. Foi escrito em grego.
Seus livros se dividem em 4 grupos: Biografia, História, Doutrina e Profecia.
Biografia. São os quatro Evangelhos. Os três primeiros são chamados
sinóticos devido ao paralelismo que apresentam.
História. É o livro dos Atos dos Apóstolos. Também chamado de Atos
do Espírito Santo.
Doutrina. Um total de 21 livros, que vai de Romanos a Judas. Estas
epístolas estão divididas em:
-Epístolas Gerais ou Universais: Tiago, I e II Pedro, I, II, e III João e
Judas.
-Epístolas Paulinas: I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, Efésios,
Colossenses, Filemom, Filipenses, I e II Timóteo e Tito.
Profecia. É o livro do Apocalipse segundo João.
A Demora de Quase duas décadas
Passaram-se cerca de 20 anos para que os escritos do Novo
Testamento surgissem. Isto pode até soar de forma estranha a muitos.

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Mas é exatamente isso que aconteceu. Não havia a preocupação


em se escrever nada sobre os ensinos de Jesus por alguns motivos que
descreveremos abaixo.
O uso das Escrituras do AT. O próprio Jesus utilizou os escritos
veterotestamentários para confirmar o Seu ministério.
A presença dos apóstolos. Os apóstolos ainda viviam, e suas
palavras tinham mais valor do que qualquer registro escrito.
A esperança da vinda de Jesus. A expectativa da vinda de Jesus
era vivida por todos que abraçavam a fé, e eles aguardavam para os
seus dias o retorno do Messias. A pregação do Evangelho tinha mais
prioridade do que deixar algo escrito à posteridade.
A proliferação das seitas, e o grande aumento dos ataques à fé,
bem como epístolas falsas e a necessidade de resolverem conflitos que
foram surgindo dentro da igreja fez com que começassem a escrever,
com o intuito de prover a solução dos problemas e para propagar a
doutrina verdadeira de Jesus Cristo.

OS EVANGELHOS
Introdução
Os três primeiros evangelhos foram pela primeira vez, chamados
“evangelhos sinóticos” no final do século XVIII. O adjetivo “sinótico”
vem do grego (synopsis ) , que significa “ver em conjunto”. Griesbach
escolheu a palavra devido ao alto grau de semelhanças entre Mateus,
Marcos e Lucas em suas apresentações do ministério de Jesus.
Essas semelhanças, que envolvem estrutura, conteúdo e enfoque,
são visíveis mesmo ao leitor desatento. Elas servem não apenas para unir
os três primeiros evangelhos, mas também para separá-los do evangelho
de João, que tem um propósito especial e apresenta material que não
se encontra nos demais evangelhos.
Quanto ao conteúdo, os três primeiros evangelistas narram muitos
dos mesmos acontecimentos, concentrando-se nas curas, exorcismos e
ensinos por meio de parábolas realizados por Jesus. João, embora narre
algumas curas significativas, não traz qualquer relato de exorcismo nem
parábolas (pelo menos das do tipo encontrado em Mateus, Marcos
e Lucas). Além disso, muitos dos acontecimentos que consideramos
característicos dos três primeiros evangelhos estão ausentes em João:
O envio dos Doze, a transfiguração, o sermão profético, a narrativa da
última ceia.

MATEUS: EVANGELHO DO REI MESSIÂNICO


Autoria
O evangelho não menciona seu autor. Todavia, desde os primitivos
pais da Igreja, a começar de Papias (discípulo de João), admitiu-se que
esse autor foi o Apóstolo Mateus.

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

Evidência Externa
O mesmo Papias (80 –155 DC.) que disse que Marcos registrou as
reminiscências de Pedro, também disse que Mateus escreveu as Logias
(termo grego que significa “declarações, oráculos”).
Orígenes (185–253 d.C.) igualmente atribuiu este evangelho a
Mateus junto com muitos outros pais da Igreja.
Evidência Interna
_ O livro de Mateus é distintamente judaico no seu caráter .
_ Contém 43 citações diretas do AT. Mais do que qualquer outro
evangelho.
_ Usa a expressão “Reino dos céus” 33 vezes enquanto Lucas e João
usam o “reino de Deus”.
_ Usa a expressão relativa a citações do AT. “Para que seja cumprido”
dez vezes.
_ Usa a expressão “Filho de Davi” oito vezes.
_ Há indicação no uso de vocábulos para dinheiro que o autor
teria sido um publicano por usar tributo no lugar de denário (Mt. 22:19 e
Mc.12:15).
O Homem Mateus
a- Seu pai era Alfeu (Mc. 2:14) mas não era irmão de Tiago (Mt.
10:3).
b- Tinha também o nome de Levi (Mc. 2:14, Lc. 5:27) . Talvez Mateus
era seu nome cristão.
c- Era fiscal de imposto perto de Cafarnaum, levando os impostos do
comércio que cruzava o Mar da Galiléia e que seguia grande caminho
entre o Egito e Damasco.
d- Como fiscal teria conhecido tanto grego como aramaico e tido
boa cultura.
e- Depois de aceitar o convite de seguir a Cristo fez um banquete
para Jesus e os discípulos (Mt. 9:9-13 , Mc.2:15).
Propósito do Evangelho
O escopo e o propósito do evangelho são indicados no primeiro
versículo, é livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, filho de
Abraão. Esta declaração liga imediatamente com duas das mais
importantes alianças do Velho Testamento, a Aliança davídica de
soberania e aliança abraâmica da promessa (2 Sm.7:8-16 – Heb. 11: 17-
19). Isso fornece o elo entre AT e NT. A intenção maior é convencer os
judeus que Jesus é o Messias prometido no AT.
Universalismo em Mateus
Ele encerra sua narração com a Grande Comissão dirigida aos
seguidores de Cristo, que ordena fazerem discípulos de todas as nações
(28: 19-20). Na parábola do trigo e o joio (13:38) ... o campo é o mundo.

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É o único dos evangelistas a utilizar-se do termo “igreja” (16:18 e 18:17). É


um evangelho cristão judaico, mas com uma perspectiva universal.
Esboço
1- O nascimento e primeiros anos de Cristo (1, 2)
2- Preparação para o ministério público de Jesus (3:1 a 4:11)
3- O ministério de Cristo na Galiléia (4:12 a 13:58)
4- O período de afastamento da Galiléia (10 e 12)
5- O último ministério na Galiléia (17:22 a 18:35)
6- A última jornada da Galiléia a Jerusalém (19 e 20)
7- A semana da paixão (21, 27)
8- A ressurreição de Cristo (28)

EVANGELHO DE MARCOS
Introdução
Visto que os títulos somente mais tarde foram adicionados aos
evangelhos, dependemos da tradição antiga e das evidências internas
no que tange a questões de autoria.
Autoria
O primeiro dos evangelhos a ser escrito deriva seu nome de João
Marcos, o qual figura como companheiro de Paulo, Barnabé e Pedro.
(livro de Atos e nas Epístolas).
A Igreja Primitiva como um todo reconheceu Marcos como Autor.
Evidência Externa
Papias (125 d.C.) O primeiro testemunho da autoria de Marcos,
fala que Marcos era intérprete de Pedro, dizendo que “ele” Marcos,
escreveu acuradamente tudo que lembrava, sem conduto relatar em
ordem o que era dito ou feito pelo Senhor.
Irineu (175 d.C.) disse: “Marcos” o discípulo e intérprete de Pedro
também nos ofereceu por escrito aquilo que foi pregado por Pedro.
Clemente de Alexandria (190 d.C.) disse “. . . Marcos escreveu seu
evangelho da matéria pregada por Pedro”.
Tertuliano, Orígenes e Eusébio também atribuem o Evangelho a
Marcos.
Evidência Interna
Tem sido identificado como o Jovem que fugiu do jardim desnudo
(Mc.14:51,52), quando Jesus foi preso (Esse fato é colocado em dúvida,
devido a afirmação de Papias, que Marcos não foi testemunha ocular
de Jesus).
A descrição detalhada do cenáculo onde Jesus e os discípulos
tomaram a Páscoa (Mc. 14:12), pode indicar que foi a casa da mãe de

38 CURSO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA


INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

Marcos.
O autor era familiar com Jerusalém, A Palestina (11:1) Conheceu
a língua aramaica (5:41;7:34); conhecia as instituições e costumes dos
judeus (1:21, 2:14-16; 7: 2-4) tudo apontado para um judeu como Marcos.
Os pormenores do evangelho indicam que a fonte do livro seja uma
testemunha ocular (Mc. 2:1)
O evangelho de Marcos segue o mesmo esboço geral do sermão
de Pedro na casa de Cornélio (At.10: 34- 43).
Destinatários
Provavelmente, escreveu para leitores cristãos gentílicos romanos,
traduziu expressões em aramaico para benefício de seus leitores (3:17,
5:41, 7:34 ).
O Homem Marcos
-At. 12:12 diz que sua mãe chamava Maria (Judia)
-At. 4:37 demonstra ser de família abastada, casa grande e servia
de ponto de encontro para os primeiros cristãos.
-At. 12:25 Barnabé e Paulo levam Marcos para Antioquia e mais
tarde levam-no na 1ª viagem Missionária.
-At. 13:13 Chegando a Perge, a coragem de Marcos falha e ele
volta para casa.
-At. 15:36 Paulo não concorda com Barnabé em levar Marcos
numa outra viagem. Discutem e separam-se, Barnabé segue com João
Marcos para Chipre.
-Durante quase 20 anos não se ouve mais falar em Marcos. Porém
reaparece nas epístolas de maneira muito louvável. Col. 4:10 –11 – I I Tim.
4:9 (Sua falha em Perge, foi esquecida). 1 Pe.5:13. (filho espiritual)
A tradição diz que durante estes 20 anos Marcos foi para o Egito,
e fundou a Primeira Igreja de Cristo em Alexandria, com sua famosa
biblioteca e intelectuais brilhantes. O jovem que deu meia volta e foi
embora, morre martirizado no Egito. A covardia natural foi transformada
em heroísmo de mártir.
Esboço de Marcos
1- A preparação do Servo para seu Ministério público. 1:1-13
2- O ministério na Galiléia. 1:14 a 6:30
3- Os afastamentos do Servo. 6:31 a 9:50.
4- A última viagem do Servo da Galiléia para Jerusalém - cap. 10.
5- A paixão do servo. cap. 11 - 15.
6- A ressurreição do Servo. cap. 16.

O EVANGELHO DE LUCAS
Introdução Histórica

CURSO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA 39


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O evangelho da certeza histórica. Começa com uma referência a


narrativas prévias sobre os primórdios do movimento cristão, baseados
sobre relatórios daqueles que haviam sido “testemunhas oculares
e ministros da palavra (l:1,2). Em seguida, ele refina o seu projeto,
declarando-o “uma exposição em ordem”, sobre aquela fidedigna
tradição, além de esclarecer seu propósito, que é o de convencer seus
leitores sobre a exatidão histórica das tradições cristãs. (1: 3,4).
Autoria
A maioria dos críticos concorda que Lucas e Atos procedem do
mesmo autor. Atos 1:1 refere-se a Teófilo e ao “primeiro Livro”, dando a
entender que Atos é o segundo volume de uma obra em dois volumes.
Testemunho universal externo favorece a autoria do terceiro evangelho
a Lucas.
Evidência Externa
O Canon Muratoriano (170 d. C.), foi um dos primeiros a atribuir este
evangelho a Lucas.
Outros que nominalmente atribuem o livro a Lucas por nome são:
Irineu (140-203), Tertuliano (150-222) e Clemente de Alexandria (155-215
).
Evidência Interna
As passagens “nós” de Atos foram escritas por um companheiro de
Paulo (16:10-17). Todas as demais personagens estão incluídas por terem
sido mencionadas na terceira pessoa, no livro de Atos. O estilo indica
que o mesmo autor escreveu todo o livro. O mesmo vocabulário, estilo e
dedicação clássica se encontram nos dois livros indicando que o autor
de ambos seria o mesmo.
Os seguintes fatores indicam Lucas: a linguagem médica (Cl.4:14),
o grego excepcional, o interesse do autor em mulheres, crianças e nos
doentes.
Propósito
Contribuir com Teófilo no conhecimento mais amplo dos fatos
relacionados com a vida de Cristo (1: 1- 4).
Apresentar Cristo em termos que a mente grega apreciaria:
a) explica idéias em termos judaicos: 4: 31; 8: 26
b) apresenta a Cristo como o Homem Universal, ideal e perfeito. Os
gregos buscavam este homem ideal.
c) A cultura do livro de Lucas teria um apelo para o grego.
Destinatários
Escreve aos interessados gentios gregos de uma forma geral. É
dirigido ao “excelentíssimo Teófilo”, (nome significa “aquele que ama a
Deus”) sendo este pode ter patrocinado a circulação da obra. Ele mostra
que o evangelho é universal e que Jesus derrubara a barreira entre
judeus e gentios e inaugurara uma comunidade de âmbito mundial na

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

qual as antigas desigualdades entre escravos e libertos, entre homens e


mulheres, não existem.
O Homem Lucas
Lucas era médico gentio (ou, pelo menos, um judeu helenista),
podendo ter se convertido em Antioquia da Síria. Seu nome de Origem
Grega. (Col. 4:10-14). Era um homem culto com habilidade como
historiador. O estilo grego de Lucas, juntamente com o estilo da epístola
aos Hebreus, é o mais refinado de todo o Novo Testamento.
A narrativa de sua viagem com Paulo a Roma, revela conhecimentos
náuticos. Acompanhou Paulo em diversas viagens, (At. 16:10), esteve
com ele quando em Jerusalém a multidão tenta linchá-lo, durante o
naufrágio a caminho de Roma, quando este foi encarcerado. Lucas
parece ter se tornado médico particular de Paulo.
Esboço de Lucas
I. Prólogo 1.1-4
II. A narrativa da infância 1.5-2.52
Anúncio do nascimento de João Batista 1.5-25
Anúncio do nascimento de Jesus 1.26-38
Visita das duas mães 1.39-56
O nascimento de João Batista 1.57-80
O nascimento de Jesus 2.1-40
O menino Jesus no templo 2.41-52
III. Preparação para o ministério público 3.1-4.13
O ministério de João Batista 3.1-20
O batismo de Jesus 3.21-22
A genealogia de Jesus 3.23-38
A tentação 4.1-13
IV. O ministério galileu 4.14-9.50
Em Nazaré e Cafarnaum 4.14-44
Do chamamento de Pedro ao chamamento dos doze 5.1-6.16
O Sermão da Montanha 6.17-49
Narrativa e diálogo 7.1-9.50
V. A narrativa de viagem (no caminho para Jerusalém) 9.51-19.28
VI. O ministério de Jerusalém 19.29-21.38
Acontecimentos na entrada de Jesus em Jerusalém 19.29-48
História de controvérsias 20.1-21.4
Discurso escatológico 21.5-38
VII. A paixão e glorificação de Jesus 22.1-24.53

CURSO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA 41


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A refeição de Páscoa 22.1-38


A paixão, morte e sepultamento de Jesus 22.39-23.56
A ressurreição e a ascensão 24.1.53.
Narrativa da Natividade, Marcos e João não relatam. Mateus não
descreve a infância e adolescência.
O Ministério na Galiléia e registrado mais curto que o de Mateus e
Marcos.
Por dez capítulos se estende uma longa crônica da viagem do
Senhor a Jerusalém. (em Mateus, dois capítulos e Marcos um).

O EVANGELHO DE JOÃO
Introdução
Escrito em estilo simples, o último dos quatro evangelhos exibe uma
profundeza teológica que ultrapassa à dos evangelhos sinópticos. João
suplementa os evangelhos sinópticos (se bem que alguns eruditos acham
que João desconhecia esses evangelhos). Ele destaca o ministério da
Judéia, omitindo parábolas e o tema do reino de Deus.
Autoria
As tradições da Igreja primitiva indicam que o apóstolo João escreveu
o quarto evangelho. Em geral se afirma que o quarto evangelho não
leva o nome do seu autor: a semelhança do sinópticos, é formalmente
anônimo.
Evidência Externa
A evidência externa está bem clara que João o Apóstolo escreveu
o quarto evangelho. Os seguintes pais da Igreja declararam ser ele
o autor. Téofilo de Antioquia, Canon de Muratori, Irineu (foi discípulo
de Policarpo, o qual, por sua vez, fora discípulo de João). Tertuliano,
Clemente de Alexandria, Orígenes e Hipólito.
Evidência Interna
O autor era um judeu, visto no seu estilo e pensamentos hebraicos
(1:19-28; 4:9). Possivelmente era Judeu da Palestina do tempo do Senhor,
demonstra ter conhecimento profundo da topografia da Palestina. (1:44
, 3:23, 5:2). Era testemunha ocular (1:14 , 19:35, 21:24). Teria sido o discípulo
que se reclinou sobre o peito de Jesus (13: 23-25 , 21:20-24) .
Propósito
A finalidade do evangelho está exposta em 20:30-31, isto é, para
conduzir homens ao conhecimento salvador do Messias, o Filho de
Deus. Clemente de Alexandria diz que João escreveu um “evangelho
espiritual”.
evangelho tem a finalidade evangelística e encorajamento dos
crentes num tempo de perseguição. Tem a finalidade de se opor a
certas doutrinas falsas, gnosticismo, veneração de João Batista. Atos
19:1-7 demonstra que continuava havendo seguidores de João Batista,

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

em Éfeso. Envida de grandes esforços para mostrar que Jesus é superior


a João Batista.
O Homem João
É distinto de João Batista. Era irmão de Tiago, filho de Zebedeu. Os
dois irmãos, receberam o nome de Boanerges, que significa “filhos do
trovão” (Mc. 3:17), eram pescadores como seu pai. Foram chamados
para o discipulado de tempo integral, enquanto estavam consertando
suas redes perto do mar da Galiléia. (Mc. 1:19-20).
Foram com sua mãe para pedir a Jesus o lugar mais importante no
reino. Tomou parte ativa na fundação da igreja junto com Pedro (Atos
1:8,13).
Foi banido por Domiciano para ilha de Patmos , depois foi libertado
e voltou para Éfeso. Morreu naturalmente, 100 d.C.
Esboço do Livro
Prólogo 1.1-8
I. O ministério público de Jesus 1.19-12.50
Preparação 1.19-51
As bodas em Caná 2.1-12
Ministério em Jerusalém 2.13-3.36
Jesus e a mulher de Samaria 4.1-42
A cura do filho de um oficial do rei 4.43-54
A cura de um paralítico em Betesda 5.1-15
Honrando o Pai e o Filho 5.16-29
Testemunhas do Filho 5.30-47
Ministério na Galiléia 6.1-71
Conflito em Jerusalém 7.1-9.41
Jesus, o bom Pastor 10.1-42
Ministério em Betânia 11.1-12.11
Entrada triunfal em Jerusalém 12.12-19
Rejeição final: descrença 12.20-50
II. O ministério de Jesus aos discípulos 13.1-17.26
Servir— um modelo 13.1-20
Pronunciamento de traição e negação 13.21-38
Preparação para a partida de Jesus 14.1-31
Produtividade por submissão 15.1-17
Lidando com rejeição 15.18-16.4
Compreendendo a partida de Jesus 16.5-33
A oração de Jesus por seus discípulos 17.1-26

CURSO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA 43


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III. Paixão e ressurreição de Jesus 18.1-21.23


A prisão de Jesus 18.1-14
Julgamento perante o sumo sacerdote 18.15-27
Julgamento perante Pilatos 18.28-19.16
Crucificação e sepultamento 19.17-42
Ressurreição e aparições 20.1-21.23
Epílogo 21.24-25
Quádruplo retrato que os evangelhos nos oferecem de Jesus: (Por
Maria Aparecida Dalcin Kullian)
Fonte: Bíblia Plenitude
O Real Messias Judeu, em Mateus
O Dívino servo trabalhador, em Marcos
O Simpatizante Salvador e homem perfeito, em Lucas
O Filho Encarnado de Deus, em João

OS APÓSTOLOS
André 
Irmão de Pedro pregou o Evangelho a muitas nações da Ásia. Foi
crucificado em Edesa e as extremidades de sua cruz fixadas de forma
transversal no solo. Daí a origem do nome Cruz de Santo André.
Bartolomeu (Natanael)
Faltam-nos informação sobre a identidade do Apóstolo chamado
Bartolomeu. Ele só é mencionado na lista dos apóstolos. Além do mais,
enquanto os Evangelhos sinóticos concordam em que seu nome era
Bartolomeu, João o dá como Natanael (Jo 1.45). Crêem alguns estudiosos
que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael. Pregou em vários países
e traduziu o evangelho de Mateus para um dos idiomas da Índia. Foi
cruelmente açoitado por idólatras e segundo se dizem crucificado de
cabeça pra baixo.
Tiago - Filho de Alfeu
Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, filho
de Alfeu (Mt 10.3; Lc 6.15). Muitos estudiosos crêem que Tiago era irmão
de Mateus, visto a Bíblia dizer que o pai de Mateus também se chamava
Alfeu (Mc 2.14). 
Outros crêem que este Tiago se identificava como “Tiago, o Menor”,
mas não temos prova alguma de que esses dois nomes se referiam ao
mesmo homem   (Mc 15.40). Se o filho de Alfeu era, deveras, o mesmo
homem Tiago, o Menor, talvez ele tenha sido primo de Jesus (Mt 27.56;
Jo 19.25).
Alguns comentaristas da Bíblia teorizam que este discípulo trazia
uma estreita semelhança física com Jesus, o que poderia explicar por

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

que Judas Iscariotes teve de identificar Jesus na noite em que foi traído. 
(Mc 14.43-45; Lc 22.47-48).
Dizem as lendas que ele pregou na Pérsia e aí foi crucificado. Mas
não há informações concretas sobre sua vida, ministério posterior e
morte.
Tiago - Filho de Zebedeu 
Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes
Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada (At 12.2). A
tradição diz que isto ocorreu no ano 44 d.C. quando ele seria ainda bem
moço. Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho; sempre falam
de “Tiago e João”.
Até no registro de sua morte, o livro de Atos refere-se a ele como
“Tiago, irmão de João” (At 12.2) Eles começaram a seguir a Jesus no
mesmo dia, e ambos estiveram presentes na Transfiguração (Mc 9.2-13).
Jesus chamou a ambos de “filhos do trovão” (Mc 3.17).
João
Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo
chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de
Zebedeu (Mc 1.19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com
“os empregados” de seu pai (Mc 1.20).
Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que
assistiu a crucificação de Jesus (Mc 15.40). Se Salomé era irmã da mãe
de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19.25), ele pode ter sido
primo de Jesus.
A tradição diz que ele cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou
a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali.
Quando foi preso, ficou exilado na Ilha de Patmos. Acredita-se que
ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para
sepultamento. João foi o único que morreu de morte natural.
Judas - Não o Iscariotes
João refere-se a um dos discípulos como “Judas, não o Iscariotes”
(Jo 14.22). Não é fácil determinar a identidade desse homem.  Mateus e
Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). Lucas
o menciona como “Judas, filho de Tiago” (Lc 6.16; At 1.13). Não sabemos
ao certo quem era o pai de Tadeu. O Historiador Eusébio diz que Jesus
uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de
orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da
ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da
Mesopotâmia.  Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por
mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia com pauladas e pedradas.
Outros afirmam que o mesmo foi crucificado em Edesa no ano 72 d.C.
Judas Iscariotes
Todos os Evangelhos colocam Judas Iscariotes no fim da lista dos
discípulos de Jesus. Sem dúvida alguma isso reflete a sua má fama de
traidor de Jesus. Judas traiu o Senhor Jesus, influenciado ou inspirado

CURSO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA 45


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pelo maligno (Lc 22.3; Jo 13.27). Tocado pelo remorso, Judas procurou
devolver o dinheiro aos captores de Jesus e foi enforcar-se (Mt 27.5).
Porém, ele não morreu enforcado. At 1. 18. “Ora, este adquiriu um
campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou
pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram”.
Mateus
Um cobrador de impostos, nascido em Nazaré, Galiléia. Escreveu em
hebraico o Evangelho que leva o seu nome, e mais tarde foi traduzido
para o grego por Tiago, o menor. Dizem que foi martirizado na Etiópia.
Filipe
Nasceu em Betsaida, Galiléia. Sofreu o martírio em Heliópolis, na
Frigia. Depois de açoitado e lançado no cárcere foi crucificado em 54
d.C.
Simão Pedro
O apóstolo Pedro foi condenado à morte e crucificado em Roma.
Segundo o relato de alguns, ele foi persuadido pelo povo a fugir para
não ser morto por Nero. Ao chegar à porta viu o Senhor Jesus Cristo que
lhe vinha ao encontro. E indagando ao Senhor para onde iria ouviu a
voz do meigo Salvador dizendo: “vou para ser de novo crucificado”. E
depois disso desistiu de fugir e a pedido foi crucificado de cabeça pra
baixo.
Simão Zelote
Segundo John Fox, ele pregou o Evangelho na Mauritânia, África, e
até na Grã-Bretanha, onde foi crucificado no ano de 74. d.C.
Tomé
Não sabemos quem pode ter sido Tomé, nem sabemos coisa alguma
a respeito do passado de sua família ou de como ele foi convidado
para unir-se ao Senhor. Diz a tradição que Tomé finalmente tornou-se
missionário na Índia. Afirma-se que ele foi martirizado ali e sepultado
em Mylapore, hoje subúrbio de Madrasta. Seu nome é lembrado pelo
próprio título da igreja Martoma ou “Mestre Tome”.
Matias - Substituto de Judas Iscariotes
Após a morte de Judas, Pedro propôs que os discípulos escolhessem
alguém para substituir o traidor. O discurso de Pedro esboçava certas
qualificações para o novo apóstolo (At 1.15-22). O apóstolo tinha de
conhecer a Jesus “começando no batismo de João, até ao dia em que
dentre nós foi levado às alturas”. Tinha de ser também, “testemunha
conosco de sua ressurreição” (At 1.22).
Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as
qualificações: José, cognominado Justo, e Matias (At 1.23). Lançaram
sortes para decidir a questão e a sorte recaiu sobre Matias. O nome
Matias é uma variante do hebraico Matatias, que significa “dom de
Deus”. Infelizmente, a Bíblia nada diz a respeito do ministério de Matias.
Só sabemos que sofreu apedrejamento em Jerusalém e em Seguida foi
decapitado.

46 CURSO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA


INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO I

Tiago – Irmão do Senhor


Não foi um dos doze, pois não cria no Senhor Jesus. Só após a morte
e ressurreição do Senhor que ele passou a crer. Passava muito tempo
de joelhos em contrita oração. Segundo a história ele tinha os joelhos
calejados como de um camelo. Josefo narra que ele foi apedrejado
até a morte, por ordem do sumo sacerdote. Foi o escritor da Epístola
que leva o seu nome.
Marcos
Também não foi apóstolo, mas foi muito amigo de Pedro. Daí supõe-
se que ele tenha sido o amanuense de Pedro. E escreveu o Evangelho
que leva o nome de Marcos supervisionado por Pedro. Marcos foi
arrastado e despedaçado pela população de Alexandria, tendo
terminado sua vida em mãos implacáveis durante a grande solenidade
do ídolo Serápis.
Lucas
Apesar de ter ido com Paulo a vários lugares, sendo chamado
de médico amado, não foi apóstolo. Mas escreveu o primeiro tratado
apologético, o evangelho que leva o seu nome. Supõe-se que tenha
sido pendurado em uma oliveira pelos idólatras sacerdotes gregos.

VALDECI DO CARMO
Ministro do Evangelho, membro da AD em Cuiabá-MT. Professor e
Coordenador do curso de Graduação em Teologia da FEICS. Relator
do Conselho de Educação e Cultura e da Comissão de Apologética
da AD de Cuiabá-MT Bacharel e Mestre em Teologia, Licenciado em
Filosofia. Possui pós-graduação em: Antropologia da Religião, Docência
do Ensino Superior, Filosofia, Teologia do NT, Planejamento e gestão de
cursos online.
CONTATO
FONE: 65 9925 8352
EMAIL: professorvaldecidocarmo@gmail.com

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BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD, 1995.
Bíblia NVI
Bíblia ARA- Almeida Revista e Atualizada
Bíblia ARC- Almeida Revista e Corrigida
Bíblia Almeida Corrigida Fiel
Bíblia TEB- Tradução Ecumênica Brasileira
Bíblia de Estudo NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Bíblia de Jerusalém

Livros
COLEMAN, Willian L. MANUAL DOS TEMPOS E COSTUMES BÍBLICOS. Editora
Betânia, 1ª edição, 1991.
FOX, John. O LIVRO DOS MÁRTIRES. CPAD, 3ª Edição, 2002.
GUNDERSON, Julie. AS EPÍSTOLAS GERAIS. EETAD, 3ª Edição, 1997.
GUNDRY, Robert H. PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO. Edições Vida
Nova, 4ª Edição, 1987.
HOOVER, Richard Leroy. OS EVANGELHOS. EETAD, 4ª Edição, 2000.
MAHONEY, Ralph. O CAJADO DO PASTOR. Word Map, 1998.
MCCLAFIN, Mike. A VIDA DE CRISTO. FAETAD, 2003.
O MUNDO DO NOVO TESTAMENTO. Editora Vida, 1988.
PORTA, Paul Francis. TEOLOGIA DO NOVO TESTAMETO. FAETAD, 1991.
VIDA COTIDIANA NOS TEMPOS BÍBLICOS. Editora Vida, 1990.

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