Desenvolvimento de
Novos Produtos
Profa. Christiane Fabíola Momm
Profa. Luciana Ronchi
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profa. Christiane Fabíola Momm
Profa. Luciana Ronchi
M733i
CDD 658.575
Apresentação
Caro acadêmico!
III
colocado no mercado, a partir de sua liberação e lançamento para o mercado
e consumidor. Estudaremos as diferentes metodologias de desenvolvimento
de produtos e serviços, incluindo o design thinking, a cocriação, o scamper
e outras técnicas criativas existentes. Ao final da Unidade 3 vamos estudar
o conceito de gerenciamento de projetos, a propriedade intelectual e a sua
importância, bem como, patentes e registros de propriedade intelectual.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS............ 1
VII
2 OS MODELOS DE INOVAÇÃO.................................................................................................... 67
3 GESTÃO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO................................................................................ 75
4 CICLO DA INOVAÇÃO................................................................................................................... 87
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................. 90
VIII
4 ETAPAS PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS............................................................ 182
5 PROPRIEDADE INTELECTUAL................................................................................................... 193
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................ 200
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................. 205
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................... 209
IX
X
UNIDADE 1
INOVAÇÃO E O
DESENVOLVIMENTO DE
NOVOS PRODUTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A primeira unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ENTENDENDO A INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Para muitos, a inovação surgiu como uma vantagem para incrementar os
lucros das empresas e organizações e ser o diferencial em meio aos concorrentes.
A inovação também foi e ainda é considerada, por muitos, um mecanismo, uma
ferramenta para tornar processos mais dinâmicos, colaboradores mais produtivos
e produtos mais atrativos para o mercado consumidor. Antes de tudo, para
entender a inovação é necessário diferenciar dois termos: invenção e inovação, pois
a maior parte das pessoas acredita que a invenção se apresenta de uma maneira
similar à inovação, e isso pode nem sempre apresentar-se como uma verdade.
2 DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO
Há inúmeras definições de inovação e que variam de acordo com diferentes
áreas do conhecimento, entre elas: a história, a sociologia e a economia. No
contexto da economia, Joseph Schumpeter (1930) foi um dos primeiros a utilizar
o termo ‘inovação’ partindo de uma perspectiva que criticava a percepção dos
economistas clássicos e associando o termo à tecnologia. Então, foi a partir de 1930
que o termo ‘inovação’, utilizado por Joseph Schumpeter (1939), em seus estudos,
passou a ser relacionado aos produtos e à indústria, e assim, ele o associava aos
impactos no desenvolvimento econômico da primeira metade do século XX. Para
Andreassi (2007, p. 6), o economista austríaco Schumpeter concentrou a “atenção
nos efeitos positivos das inovações de processo e produto no desenvolvimento
econômico e analisando também o papel da empresa e dos empreendedores”.
Como o termo passou a ganhar cada vez mais atenção, outros autores
passaram a pesquisar e a escrever sobre o assunto. A inovação passou a ser
associada não somente ao desenvolvimento de novos produtos, mas também
aos modelos de negócios, processos, sistemas e serviços. No Manual de Oslo,
documento norteador para desenvolver análises em torno da inovação e com
a primeira edição publicada em 1990 pela Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Econômico – OCDE, o conceito de inovação é mais abrangente
e o termo é conceituado como a “implementação de um produto (bem ou serviço)
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing,
ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de
trabalho ou nas relações externas” (MANUAL DE OSLO, 2005).
4
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
5
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
FONTE: Adaptado por Momm (2018) com base em Popa, Preda e Boldea (2010)
DICAS
6
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
7
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
DICAS
O Manual de Oslo (2005, p. 63-65) também traz informações sobre o que não
é inovação, diferenciando por processo e/ou produto, conforme você verá a seguir:
Parar de fazer alguma coisa não é inovação TPP, ainda que possa melhorar o desempenho
da empresa. Por exemplo: não ocorre inovação TPP quando um fabricante de televisores
deixa de produzir e vender um aparelho combinado de televisão e vídeo, ou quando um
incorporador ou construtor para de construir condomínios para aposentados.
9
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
Um teste que pode ser feito aqui é ver se o pessoal envolvido precisará ou não de
treinamento antes de poder usar a nova máquina ou programa. Isto não cobre, contudo, a
difusão de mais cópias através da empresa.
A inovação TPP requer uma mudança na natureza (ou uso) do produto ou processo.
Uma mudança no preço de um produto ou na produtividade de um processo que resulte
exclusivamente de alteração nos fatores de preço de produção não é uma inovação.
Por exemplo: não ocorre inovação quando o mesmo modelo de PC é construído e vendido
a um preço mais baixo simplesmente porque caiu o preço dos chips de computadores.
As empresas envolvidas em produção por encomenda, que fazem itens únicos e frequentemente
complexos para atender a pedido de um cliente, precisam analisar todos os produtos para ver se
eles se enquadram nas definições de inovação TPP estabelecidas acima. Salvo se tal produto único
exibir atributos significativamente diferentes dos produtos que a empresa fazia anteriormente, ele não
deverá ser considerado como produto com inovação tecnológica.
Em casos limítrofes, um critério para qualificação como inovação TPP pode ser que a
fase de planejamento inclua a construção e teste de um protótipo ou outras atividades de
pesquisa e desenvolvimento para mudar um ou mais dos atributos do produto.
Em certos setores, como vestuário e calçados, há variações sazonais no tipo dos produtos
ou serviços providos que podem ser seguidas por mudanças de moda nos produtos
envolvidos. Tipicamente, um dado tipo de produto reaparecerá após um período de
ausência. Isto não deve ser tratado como inovação, salvo se o produto que retorna tiver
sido aprimorado tecnologicamente. Por exemplo: a introdução de um novo anoraque
da estação por um fabricante de roupas não será uma inovação TPP a menos que, por
exemplo, tenha um forro com características aprimoradas; nem o é a reabertura dos
departamentos de esqui de uma loja.
10
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
f) Diferenciação de produto
Agora que você já sabe o que é inovação e consegue diferenciar do que não
é inovação, vamos seguir com nossas descobertas! Faça a leitura complementar
e na sequência desenvolva as autoatividades para melhor fixar o conteúdo. Em
seguida, teremos a apresentação do Tópico 2 do livro de estudos, onde vamos
aprender sobre os tipos de inovação.
11
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
LEITURA COMPLEMENTAR 1
1. Fogo (400.000 a.C.) – O uso controlado do fogo foi uma invenção precoce
no período da Idade da Pedra, com algumas das primeiras evidências que
remontam a centenas de milhares de anos. Não é exatamente certo quando
o fogo foi usado pela primeira vez por seres humanos, mas a maioria das
pesquisas data entre 200.000 e 600.000 anos atrás.
4. Agricultura (15.000 a.C.) – Cerca de 15.000 a.C. (cerca de 17.000 anos atrás),
ocorreu a primeira domesticação animal, e em torno de 10.000 a.C., a primeira
“domesticação” de plantas. Este passo foi fundamental para o avanço da espécie
humana. Em vez de ter que ser uma espécie nômade (que continuamente se
movia em busca de novos lugares para caçar e se reunir), poderiam ficar em
um só lugar. Isso permitiu começar a formar comunidades e cidades (a base
para as civilizações), o que tem sido fundamental no desenvolvimento do
conhecimento humano. Cerca de 12.000 a.C., a “preservação” de alimentos
começou quando as civilizações no Oriente Médio prolongaram a vida de seus
alimentos através da secagem ao Sol. Com a capacidade de manter o alimento
comestível por mais tempo do que o alimento ao natural foi possível armazená-
lo para o futuro. Mais tempo e energia foram disponibilizados para trabalhar
em outras coisas, além de simplesmente cultivar, caçar e reunir, permitindo um
grande avanço em nossa capacidade para se especializar e comercializar. Com
12
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
5. O Navio (4000 a.C.) – Cerca de 4.000 a.C., os antigos egípcios estavam fazendo
veleiros de madeira e, por volta de 1200 a.C., os fenícios e os gregos começaram
a fazer navios de vela ainda maiores. O advento do navio foi um enorme passo
à frente da humanidade, porque foi uma das primeiras formas de transporte
que permitiram que o comércio começasse a acontecer entre diferentes partes
do mundo.
8. Ferro (3000 a.C.) – Toda ciência da metalurgia começou em torno de 4400 a.C.,
quando as civilizações humanas começaram a usar cobre e prata, e logo depois,
descobriram como fundir cobre e lata para formar bronze. Cerca de 3000 a.C.,
encontraram uma substância ainda mais forte chamada ferro, que deu origem
a uma nova era da história humana.
10. O Sistema Legal (1780 aC) – Em 1780 a.C., Hammurabi, o sexto rei da
Babilônia, foi um dos primeiros a anotar um código de leis formalizado. Ele
criou uma estrutura que permitiu que seu povo compreendesse quais eram as
normas sociais. Outros exemplos incluem o Livro Egípcio dos Mortos, os Dez
Mandamentos, as Doze Tábuas de Roma (ou a Lei das Doze Tábuas) e o Livro
do Levítico – sistemas legais iniciais que permitiram que a sociedade abordasse
a resolução de disputas a um custo menor e criasse uma compreensão sobre
quais eram as normas. Esses sistemas ajudaram a criar um avanço incrível em
nossa capacidade de conduzir o comércio em um ambiente sem atrito.
13
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
LEITURA COMPLEMENTAR 2
49,6%
39,7% 39,7%
35,5%
10,7%
15
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
16
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
Financiando projetos
18
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
Agentes da inovação
19
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
20
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, você aprendeu:
• A invenção pode ser definida como uma criação ou um novo processo que se
apresenta pela primeira vez em um contexto específico, seja em uma organização
ou em outros ambientes. As invenções nem sempre são comercializadas ou
promovem alguma melhoria comprovada.
21
• Inovação não se trata de criatividade ou de uma ideia criativa, apenas.
• Por fim, você aprendeu que Inovação TPP significa inovação tecnológica em
produtos e processos.
22
AUTOATIVIDADE
1 Com base no Tópico 1, alguns elementos são necessários para ‘algo’ ser
considerado uma inovação. Explique, com base no Manual de Oslo (2005),
qual é o principal elemento necessário para desenvolver uma inovação no
contexto da economia atual:
a) ( )
Projetos de alto teor tecnológico.
b) ( )
Produtos utilizados para fins muito específicos.
c) ( )
Invenções que ainda não estão disponíveis no mercado.
d) ( )
Bens, serviços ou processos originais que agregam valor social ou
riqueza.
e) ( ) Atividades que dependem de elevados investimentos em pesquisa e
desenvolvimento.
23
24
UNIDADE 1
TÓPICO 2
TIPOS DE INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Muitos gestores e empreendedores acreditam que inovar é ser criativo em
relação ao produto que é comercializado pela organização, ou pela inclusão de
uma nova tecnologia nos processos, serviços ou sistemas da empresa. No entanto,
você já aprendeu algumas definições de inovação e também aprendeu que há
diferenças entre invenção e inovação. Em função dessas diferenças, você também
já sabe identificar o que não é inovação. Agora, chegou a hora de você conhecer os
tipos de inovação. Há uma série de divisões sobre os tipos de inovação, mas vamos
focar nos seguintes tipos de inovação: 1) inovação por novidade de resultados,
quais sejam: incremental, radical, disruptiva; 2) por objeto de inovação: produto,
marketing, processos, organizacional; e, 3) inovação por estratégia: aberta,
fechada, sustentável e disruptiva.
25
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
FONTE: Elaborado por Momm (2018), com base no Manual de Oslo (2005)
2.1 INCREMENTAL
Em 1995, Christopher (Chris) Freeman publicou um artigo em que relata
aspectos contrastantes no Sistema Nacional de Inovação no período entre 1970 e
1980, em que diz que a inovação incremental é assim denominada porque sua origem
parte de engenheiros de produção, técnicos e funcionários de “chão de fábrica”. As
inovações incrementais foram relacionadas às diferentes formas de organização de
trabalho e, posteriormente, muitas melhorias em produtos e em serviços passaram a vir
da interação entre o mercado e as empresas associadas, por exemplo, subcontratantes,
fornecedores de materiais e serviços (FREEMAN, 1995, p. 10). Para Tigre (2006),
a inovação por novidade de resultado está vinculada ao grau das mudanças
tecnológicas e à extensão das mudanças em relação ao que havia antes.
Curiosidade!
2.2 RADICAL
Já a inovação por novidade de resultados radical pode ser identificada pela sua
própria denominação: uma mudança tecnológica que é considerada radical apresenta
o rompimento de trajetórias existentes e abre novas rotas tecnológicas. Ela é geralmente
fruto das atividades de P&D e tem como característica sua descontinuidade no tempo
e nos setores (TIGRE, 2006). No entanto, Bessant e Tidd (2009, p. 47) descrevem
que a inovação radical se traduz pelas “mudanças significativamente diferentes
em produtos, serviços ou processos – fazer o que fazemos de forma diferente”.
Diferentes conceituações surgiram para explicar a inovação radical, e a ideia central
é a ruptura de algo, de uma estrutura que até então vinha sendo utilizada – sempre
do mesmo modo. Para Davila, Epstein e Shelton (2007, p. 69), a inovação radical “é
aquela mudança significativa que afeta simultaneamente tanto o modelo de negócios
quanto a tecnologia de uma empresa”. Esse tipo de inovação requer certo grau de
‘desapego’ do antigo para que se possa promover o novo.
27
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
2.3 DISRUPTIVA
Clayton Christensen, professor em Harvard, foi o responsável por cunhar o
termo inovação disruptiva com base no que Schumpeter (1939) descreveu em sua obra
como ‘destruição criativa’ e que visava explicar os ciclos de negócios. A inovação
por novidade de resultados disruptiva é caracterizada por incitar a criação de novos
mercados, desse modo, causando um impacto na concorrência de modo a provocar
certa instabilidade naqueles que anteriormente dominavam o mercado. Além disso,
costuma se apresentar de forma simples, com custo reduzido e voltada para atender
necessidades de um público e mercados diferenciados. Essa inovação disruptiva surge
como uma forma de quebrar paradigmas e, por isso, é considerada por Tigre (2006)
como “uma mudança no paradigma técnico-econômico”. Christensen e Raynor
(2003, p. 53) enfatizam que “a disrupção funciona porque é muito mais fácil bater os
rivais, quando eles estão motivados a fugir em vez de lutar”.
28
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
Princípio 3) Mercados que não existem não podem ser analisados – é nas
inovações de ruptura que se conhece o mínimo a respeito do mercado, que
existem fortes vantagens para os primeiros proponentes;
29
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
FONTE: Elaborado por Momm (2018() com base no Manual de Oslo (2005)
30
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
3.1 PRODUTO
A inovação por produto pode ser caracterizada pela introdução de um
bem ou serviço que é novo ou significativamente melhorado respeitando as
suas características ou funcionalidades. Isto inclui melhorias significativas nas
especificações técnicas, componentes e materiais, software incorporado, interface
com o utilizador ou outras características funcionais (MANUAL DE OSLO, 2005).
Para Trott (2012, p. 17), trata-se do “desenvolvimento de um novo produto”.
Além disso, o Manual descreve que a inovação de produto pode ocorrer sob duas
formas: a) produtos tecnologicamente novos e b) produtos tecnologicamente
aprimorados. Também um produto tecnologicamente novo é um produto com
características tecnológicas ou diferentes daqueles que foram produzidos
anteriormente e pode envolver tecnologias radicalmente novas, baseando-se na
combinação de tecnologias prévias em novos usos, ou podem ser derivadas do
uso de novo conhecimento. De acordo com o Manual de Oslo (2005),
31
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
3.2 MARKETING
Na inovação por objeto com foco no marketing há uma preocupação com
métodos de marketing. Na realidade, há uma preocupação com a implementação
de novos métodos e com possíveis melhorias no design de produtos, embalagens,
preço, distribuição (praça) e promoção. Nesse tipo de inovação, o marketing
exerce o principal eixo orientativo apontando quais as necessidades de
consumidores, abertura de novos mercados ou ainda o reposicionamento do
produto no mercado, com o intuito de incrementar as vendas da organização
ou empresa. Na inovação de marketing, há a aplicação de novos conceitos de
marketing, indicando o rompimento com o que até então vinha sendo utilizado
pela organização. O Manual de Oslo (2005, p. 69) define que
3.3 PROCESSOS
A inovação por objeto focada em processos caracteriza-se por apresentar
um novo método de produção, distribuição ou aplicação com base em uma
melhoria. A melhoria pode ser traduzida pela aplicação de um software modificado
para atender às necessidades da organização, ou ainda uma nova tecnologia,
novas técnicas, equipamentos que auxiliem na rotina da organização. Para Trott
(2012, p. 17), trata-se do “desenvolvimento de novo processo de fabricação”,
por exemplo, o processo de float glass da Pilkington (vidro cristal desenvolvido
por Alastair Pilkington no Reino Unido). Além disso, a definição proposta pelo
Manual de Oslo (2005, p. 56) descreve que a
33
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
3.4 ORGANIZACIONAL
O Manual de Oslo (2005) descreve que a inovação organizacional é
aquela que não é tecnológica e que influencia a dinâmica das empresas ou
organizações no que se refere ao seu desempenho econômico. Dito de outro
modo, a inovação organizacional pode ser caracterizada pela adoção de novos
métodos organizacionais na estrutura da organização ou empresa, no negócio
da organização, no trabalho e nas relações externas que são mantidas entre a
organização e outros atores. Vimos na Figura 5 que dois exemplos da inovação
organizacional, representada pelo Uber e pelo Airbnb. A primeira não possui
uma frota de veículos, utilizando-se dos veículos dos motoristas que integram a
equipe da organização, já o segundo não possui imóveis e conta somente com os
imóveis de outras pessoas, atuando como mediador na relação entre o ‘anfitrião
e hóspede’. De acordo com o Manual de Oslo (2005, p. 61-62),
O caso da Kodak
34
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
35
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
36
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
4.1 FECHADA
A inovação por estratégia ‘fechada’ era considerada por muitos gestores
como a garantia de estar controlando tudo (e todos) e estar entre os primeiros
ou ser considerado o vencedor em termos de inovação disponível no mercado.
Chesbrough (2003, p. 20-21) descreve que houve uma mudança no paradigma da
inovação e que a inovação fechada integra o chamado ‘velho’ paradigma. Para
o autor, a inovação fechada está pautada na visão de que para ter sucesso em
termos de inovação é necessário ‘controle’. As organizações precisam gerar suas
próprias ideias e então desenvolvê-las; construí-las; comercializá-las, distribuí-
las; ofertá-las; financiá-las e dar o suporte para tais ideias. No contexto desse
paradigma, ninguém consegue ter certeza sobre a qualidade, disponibilidade e
capacidade das ideias dos outros, logo, ‘se você quer algo feito certo, faça-o você
mesmo’ (CHESBROUGH, 2003).
Diante dessas regras expostas por Chesbrough (2003), fica evidente que
a ausência de influências externas é algo que no caso da inovação fechada é
considerado positivo. Porém, diante das regras da inovação fechada, gerou-se
um círculo virtuoso conforme a figura a seguir:
38
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
4.2 ABERTA
A inovação aberta pode ser representada por um conjunto de estratégias
em que as empresas e organizações têm a possibilidade de adquirir tecnologias
provenientes de outras organizações e das quais necessitam. Além disso, também
podem fazer a aquisição de patentes de tecnologias que eventualmente tenham
desenvolvido, mas das quais não farão uso. (CHESBROUGH, 2003). A inovação
aberta permite às empresas buscar múltiplas fontes para o fornecimento de
tecnologias e é por meio das estratégias abertas de inovação que empresas e
organizações podem encontrar novas parcerias para negócios. Trott (2012, p. 30),
ao analisar o trabalho de Chesbrough (2003), descreve que “o processo de inovação
passou de sistemas fechados, internos às empresas, para uma nova modalidade
de sistemas abertos que envolvem uma série de participantes distribuídos acima
e abaixo da cadeia de suprimentos”.
39
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
4.3 SUSTENTÁVEL/SUSTENTADORA
Já vimos as características da inovação fechada e aberta. Agora, vamos
aprender aspectos relacionados à inovação sustentável/sustentadora.
DICAS
40
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
4.4 DISRUPTIVA
Estudamos anteriormente que Clayton Christensen (1995) foi o responsável
por cunhar o termo “inovação disruptiva”. Mas, você sabe de que trata a
estratégia disruptiva? Para uma empresa apresentar uma estratégia disruptiva
é preciso ficar atento ao que o autor Christensen (1995) orienta: ao desenvolver
um produto/serviço para um suposto novo mercado haverá instabilidade entre
a concorrência que até então dominava aquele mercado. Assim, a estratégia
disruptiva caracteriza-se por fazer com que a empresa ou organização apresente
algo (produto/serviço) com menor custo do que aquele que já estava no mercado,
ou ainda, por ser a responsável por atrair e atender a novos clientes como aqueles
que não tinham acesso ao produto, e por consequência, ao mercado existente.
DICAS
Annibal Affonso Neto (2017, s.p.), professor e consultor empresarial, sugere que
para se ter uma estratégia disruptiva, é necessário:
41
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Motoristas do Uber em São Paulo: carros bons e serviço executivo (Germano Lüders / EXAME)
42
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
O Uber não tem uma frota de carros próprios nem motoristas contratados.
A empresa faz somente a intermediação entre passageiros e motoristas, chamados
de parceiros. Eles dirigem veículos próprios, que precisam ser relativamente
novos e de certos modelos.
43
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
44
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
Em sua defesa, o Uber diz que o serviço é legal e que não se enquadra
na legislação que regula os serviços de táxi no Brasil. “O Uber não é táxi. O que
fazemos é transporte privado de passageiros”, diz Guilherme Telles, responsável
pela operação do serviço na cidade de São Paulo.
“Um ano atrás, não havia cidade no mundo cuja legislação contemplasse
os serviços de compartilhamento de carros”, disse Plouffe a EXAME na principal
sala de reuniões da companhia, batizada de War Room (“sala de guerra”), “Hoje,
são 26. Vinte e cinco nos Estados Unidos, e Calcutá, na Índia”.
45
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
Do lado dos usuários, a empresa deve estar fazendo algo certo, como
mostram 1 milhão de pessoas que chamam um Uber todos os dias. O controle de
qualidade é realizado pelos próprios usuários – que não precisam perder tempo
tentando reclamar com a prefeitura de um taxista apressado ou de um veículo sujo.
Depois de cada corrida num carro do serviço Uber, o passageiro pode dar
uma nota que vai de uma a cinco estrelas. Se a avaliação do motorista ficar abaixo
de 4,6, ele receberá um alerta. Se não melhorar sua nota, poderá ser retirado
do serviço. A atratividade do Uber também varia de cidade para cidade. Em
Manhattan ou na zona sul do Rio de Janeiro, onde é fácil erguer a mão e conseguir
um táxi, o apelo é menor do que em cidades como Los Angeles ou São Paulo.
O lado B
Há quem diga que o Uber não cresceu só por causa dos benefícios trazidos
para as cidades ou por ser um serviço de boa qualidade. A empresa ganhou
notoriedade por dar cotoveladas para tirar os concorrentes do caminho. A Lyft,
empresa americana que presta um serviço semelhante, diz que funcionários
do Uber chamaram e depois cancelaram mais de 5 000 de seus motoristas,
supostamente para tirá-los de circulação.
46
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
O Uber fez uma parceria com a Universidade Carnegie Mellon, nos Estados
Unidos, para criar veículos autônomos. Se os taxistas já estão reclamando agora,
imagine a gritaria quando o Uber colocar nas ruas um carro que não precisa de
motorista.
47
RESUMO DO TÓPICO 2
Aprendemos no Tópico 2 que:
48
• A inovação por objeto focada em processos caracteriza-se por apresentar
um novo método de produção, distribuição ou aplicação com base em uma
melhoria.
• A inovação por estratégia ‘fechada’ era considerada por muitos gestores como
a garantia de estar controlando tudo (e todos) e estar entre os primeiros ou ser
considerado o vencedor em termos de inovação disponível no mercado.
49
AUTOATIVIDADE
4 Quanto ao Uber, descreva aspectos que fazem com que o projeto seja
inovador em relação à existência do serviço de táxi.
5 ENADE 2015 – Para que um negócio tenha sucesso, uma das estratégias
mais eficientes é tornar o produto/serviço indispensável e objeto de desejo
para o cliente. Pensando nisso, uma empresa fabricante de garrafas de
alumínio reutilizáveis reinventou-se após 100 anos de história. Reestruturou
estrategicamente seu modelo de negócio, baseando-se em inovação, design
de produto vinculado à sustentabilidade e focando na produção apenas de
garrafas, que apresentam vida útil de 10 a 20 anos, são 100% recicláveis e
fabricadas em ambiente ecologicamente correto. Os aspectos sustentável e
inovador aplicam-se em quase todas as etapas de fabricação, embalagem,
distribuição, venda e pós-venda do produto. (TERRA, J. C. 10 dimensões
da inovação: uma abordagem para a transformação organizacional. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012 (adaptado)).
a) ( ) I e III.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) II e IV.
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) II, III e IV.
50
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Já vimos que há diferenças entre invenção e inovação e também
aprendemos que há diferentes tipos de inovação. Neste último tópico da Unidade
1, você verá que o conhecimento quando aplicado pode impactar de forma
positiva nos recursos das empresas/organizações. No entanto, há outros fatores
que influenciam de forma positiva em empresas/organizações inovadoras. Você
já pensou o que faz com que tenhamos diferentes tipos de inovação e empresas/
organizações que se destacam mais em relação a outras no que se refere à
inovação? Seria somente o conhecimento? Seriam os investimentos em P&D?
Alguma equipe melhor capacitada dentro da empresa? Ou talvez a criatividade
fosse o fator chave para promover menor custo e maior lucro para empresa/
organização? Ou ainda, seriam as estratégias adotadas pelos gestores?
52
TÓPICO 3 | ASPECTO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA DA INOVAÇÃO
53
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
Para Porter (1989), há cinco forças que estão por trás da competitividade:
a entrada de novos competidores, os substitutos, o poder de barganha dos
compradores, o poder de barganha dos fornecedores e a rivalidade existente
entre os competidores (empresas/organizações). O fato de essas forças estarem
reunidas de forma coletiva determina a habilidade da empresa/organização
ganhar, além do esperado, taxas de retorno de investimento excedentes, sobre
o custo do capital. Em segmentos onde as cinco forças são favoráveis, como o
segmento farmacêutico, refrigerantes, entre outros, muitos competidores ganham
um retorno atrativo. Em segmentos onde há maior pressão e intensidade de uma
das forças em relação às demais, por exemplo, no segmento da borracha, aço,
games, poucas empresas/organizações recebem atrativos retornos apesar de todo
o esforço de gerenciamento destinado.
Além disso, Porter (1989) esclarece que o poder de cada uma das cinco
forças faz parte da estrutura da indústria ou das características econômicas e
técnicas básicas de um setor/segmento industrial. Outro aspecto importante trata
55
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
56
TÓPICO 3 | ASPECTO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA DA INOVAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Jennifer Maravillas
Embora correr atrás de novas tendência junto aos startups possa ser
empolgante, a verdade é que as empresas raramente chegam ao sucesso pela
adaptação aos eventos do mercado. Em vez disso, empresas bem-sucedidas
prevalecem por serem capazes de moldar o futuro. Para conseguir isso, não basta
apenas agilidade, são necessários anos de preparação. A verdade é que quando
você chega a uma posição em que precisa se adaptar, geralmente já é tarde demais.
Microsoft
A Microsoft não é uma empresa ágil. Seu forte não são previsões de
mercado brilhantes ou marcas atraentes. O que ela fez foi investir substancialmente
na divisão de pesquisa criada em 1991. Quando você constrói capacidade em
sua empresa com décadas de antecedência, ser rápido, realmente, não é tão
importante.
A Google se tornou famosa por sua agilidade. Por isso, quando a Facebook
despontou como rival de peso, não foi surpresa alguma a gigante das buscas ter,
rapidamente, pulado no mesmo espaço. Lançou o Google Wave, o Google Buzz e
depois o Google+. Nenhum deles conseguiu sucesso significativo. Os clientes não
migram em sua direção só porque você se move rapidamente.
IBM
58
TÓPICO 3 | ASPECTO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA DA INOVAÇÃO
É provável que esses novos negócios não tenham impacto mensurável até
por volta de 2020. Mas, quando o fizerem, a maioria das empresas estará lutando
para se adaptar – menos a IBM.
A agilidade é superestimada
O que nos traz a mais uma coisa que Theodore Levitt disse: “As pessoas não
querem comprar uma broca de um quarto de polegada, elas querem um buraco
de um quarto de polegada”. Evidentemente, não é uma categoria particular de
negócio que define uma empresa, mas sua capacidade de resolver problemas
para seus clientes. E você não pode resolver problemas realmente difíceis
simplesmente andando mais rápido. Grandes empresas preparam o terreno com
muito mais antecedência.
59
RESUMO DO TÓPICO 3
Você viu no tópico 3 que:
• O poder de cada uma das cinco forças faz parte da estrutura da indústria ou das
características econômicas e técnicas básicas de um setor/segmento industrial.
60
• As fontes de vantagem competitiva (menor custo de produção e diferenciação
de produtos e serviços) são conquistadas quando a empresa/organização
produz, oferta e comercializa um produto mais eficiente do que os concorrentes.
61
AUTOATIVIDADE
62
II. Em processos de transição como o mencionado no texto, inovação e mudança
tendem a ser incentivadas, enquanto valores e práticas institucionalizados
tendem a ser questionados e substituídos por novas instituições, as quais
podem conservar certos aspectos tradicionais.
III. O cenário apresentado é repleto de oportunidades que podem ser alvo de
estratégias empresariais para transformar ou até eliminar a produção de certos
bens e gerar novos serviços, por exemplo, de reciclagem e reutilização de
insumos e produtos, e de locação ou compartilhamento de eletrodomésticos,
bicicletas e automóveis.
IV. Práticas como a logística reversa de bens pós-consumo, já adotadas por
muitas empresas, tendem a ser parte integrante dos planos e estratégias
empresariais em diversos segmentos, seja por determinação legal, seja por
incentivos de mercado. São adequadas ao contexto apresentado as afirmações:
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I, III e IV.
e) ( ) II, III e IV.
63
64
UNIDADE 2
O PROCESSO DE INOVAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, conforme segue. No decorrer
da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
65
66
UNIDADE 2
TÓPICO 1
O PROCESSO DE INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A inovação pode ser considerada a base do empreendedorismo, além de ser
considerada, cada vez mais, uma forma de manter as organizações competitivas
em um mercado em constante transformação. Ao inovarem, além das organizações
crescerem, também o mercado como um todo cresce, culminando em uma melhor
qualidade de vida para as pessoas (HARVARD BUSINESS SCHOOL, 2007).
2 OS MODELOS DE INOVAÇÃO
Carvalho, Reis e Cavalcante (2011, p. 40) explicam que “o conceito de
modelos é utilizado para compreender os processos que levam à inovação”.
Existem vários modelos que são utilizados pelas organizações diariamente.
Carvalho, Reis e Cavalcante (2011) citam, por exemplo, o modelo financeiro
que regula o mercado de ações. No caso dos modelos de inovação, os autores
explicam que estes são constituídos por fases que foram evoluindo conforme a
maturidade e o conhecimento das organizações aumentaram. Assim, quanto mais
as organizações investem em conhecimento sobre inovação, sobre o mercado,
e quanto mais tempo estiverem no mercado, mais complexo será o modelo de
inovação utilizado por elas.
67
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
a) Modelo Linear
68
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
69
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
b) Modelo Paralelo
70
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
71
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
72
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
73
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
DICAS
74
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Você já deve ter percebido que para que a inovação aconteça é necessário
um processo complexo e interdisciplinar que envolve toda a organização. Os
modelos de inovação visam orientar este processo de inovação. É importante
salientar que todos os modelos aqui expostos são influenciados pelo contexto em
que as organizações estão inseridas (cenário socioeconômico, mercado, ambiente
interno e externo etc.). Aqui nos aprofundamos em quatro modelos, mas existem
vários outros modelos de inovação, o que se percebe é que não há um modelo
melhor do que o outro, mas sim, deve-se levar em consideração os aspectos
organizacionais para que se possa trabalhar em um modelo que melhor se adapte
ao contexto da organização.
É relevante lembrar que o foco da inovação nas organizações não deve ser
somente a criação de inovações, apesar de ser muito importante, sem dúvida, é
necessária toda uma estrutura organizacional que incentive a gestão da inovação,
assim a inovação não será tratada como “moda”, mas sim como um processo sério.
Nosso próximo tópico irá tratar da gestão do processo de inovação, vamos lá?
Trías de Bes e Kotler (2011, p. 31) fazem outra importante observação, eles
lembram que as pessoas são, por natureza, adversas a mudanças, geralmente “é
vista como um esforço extra e risco adicional ao próprio emprego”. Desta forma, a
inércia e o desejo de manter o status quo dificultam a inovação e o aprimoramento
tanto nas organizações quanto no mundo (TRÍAS DE BES; KOTLER, 2011). Esta
tendência que temos em não querermos nos arriscar prejudica a inovação, por isto
a maioria das organiações não inova. Então, como podemos reverter esta situação?
76
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
EST
ÇA RA
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RE
LA
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G
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NA
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ME
NT
GESTÃO DA
O
INOVAÇÃO
RA
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RA PES
77
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
1. Estratégia
O início se dá pela estratégia da empresa, a empresa deve estabelecer,
nesta fase, qual é a relação da empresa com a inovação, definindo a função da
inovação na estratégia de negócio da empresa, e também definindo onde irá
inovar (CARLOMAGNO; SCHERER, 2013). Você deve se perguntar: como
faremos isto? Vamos mostrar o passo a passo sugerido pelos autores para a
realização deste alinhamento estratégico:
78
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
2. Liderança
Monteiro Jr. (2011) comenta também sobre o líder criativo, para o autor, se
o líder for criativo, melhor para a organização, pois ele incentivará a inovação. No
entanto, o autor alerta para o fato de que em organizações que possuem um líder
criativo as novas ideias costumam partir somente dele, este fato é prejudicial,
pois a organização fica dependente de uma única pessoa. Um exemplo de líder
criativo que faz mal para a organização é Bill Gates. Além de ser criativo, ele é
considerado um líder centralizador, quando anunciou sua saída da Microsoft,
muitos ficaram em dúvida quanto ao destino da organização e sua capacidade de
continuar inovando.
79
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
3. Pessoas
4. Relacionamento
80
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Para Tidd e Bessant (2015), cada vez mais a inovação tem a ver com os elos
entre organizações, o desenvolvimento e o uso de redes mais amplas. No quadro
a seguir, os autores listam alguns tipos de rede e dão alguns exemplos.
81
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
5. Estrutura
82
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
trabalha com inovação precisará tomar decisões não programadas com maior
frequência, desta forma, a organização precisa de uma estrutura mais flexível.
6. Processos
7. Cultura
83
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
8. Funding
A inovação deve ser encarada como investimento, desta forma, parte do
faturamento deve ser reservado para gerar inovação, garantindo a sobrevivência
da organização no longo prazo (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011).
DICAS
É fato que não serão todas as iniciativas de inovação que darão certo, no
entanto, é importante que as organizações aprendam com os seus erros, por isso
a importância do planejamento. Também é importante levar em consideração que
não existe certo e errado, existem modelos que darão mais certo do que outros
em determinada circunstância. Outra importante questão que deve ser lembrada
é que as organizações devem progredir na inovação para que não sejam passadas
para trás, assim, é importante que haja um processo de gestão da inovação que
atenda às necessidades da organização, fazendo com que o processo de inovação
faça parte da cultura da empresa.
84
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Nº Afirmativas Avaliação
1 Nossas iniciativas de inovação estão logicamente alinhadas
com a estratégia da empresa.
2 Iniciativas altamente inovadoras são tratadas fora da estrutura
organizacional principal, em projetos específicos.
3 Disponibilizamos tempo, benefícios e incentivos (financeiros e
não financeiros) para a inovação.
4 Todos dentro da empresa compreendem a necessidade de
inovação.
5 Nossa estrutura organizacional é flexível, com poucos níveis
hierárquicos e muita descentralização das decisões.
6 Apresentamos foco claro no crescimento por meio da inovação.
7 Permitimos que todos corram riscos e cometam erros na busca
por novas soluções.
8 Iniciativas e atividades de inovação seguem uma coordenação
definida.
9 As lideranças da empresa têm clareza sobre o conceito e a
importância da inovação.
10 Temos um orçamento específico para os projetos de inovação.
11 Utilizamos ferramentas de gestão de projetos para conduzir as
iniciativas de inovação.
12 Novas ideias são avaliadas conforme medidas de desempenho
que levam em consideração riscos e incertezas.
13 O desempenho das lideranças é avaliado com métricas
específicas à sua atuação no processo de Gestão da Inovação.
14 Conhecimentos e ferramentas necessárias para inovar são do
conhecimento de todos dentro da organização.
15 Utilizamos nossa rede de clientes, fornecedores e até
concorrentes para gerar e refinar novas ideias.
16 As lideranças dedicam tempo e atenção ao acompanhamento
dos projetos de inovação.
17 Temos temas, objetivos e metas definidos para a inovação.
85
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Agora vamos fazer a média de cada uma das oito dimensões, conforme o
quadro a seguir:
86
TÓPICO 1 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
4 CICLO DA INOVAÇÃO
As oportunidades para inovar mudam com o passar dos tempos
(TIDD; BESSANT, 2015). Para os autores, as indústrias consideradas novas, por
exemplo, as de nanotecnologia, possuem mais oportunidades para experimentar
novos conceitos, desta forma, maiores chances de inovar. Já as indústrias mais
maduras “tendem a focar mais na inovação de processos ou inovação de posição,
procurando por modos de disponibilizar produtos e serviços de maneira mais
econômica e flexível, ou os novos segmentos de mercado aos quais vendê-los”
(TIDD; BESSANT, 2015, p. 43).
87
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Agora, tente identificar a fase em que a empresa onde você atua está na
curva de maturidade de inovação.
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• O modelo proposto por Tidd e Bessant é interativo e pode tanto ser utilizado
para inovação em bens de consumo quanto para serviços.
89
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I – IV – II – III.
b) ( ) II – III – I – IV.
c) ( ) IV – I – III – II.
d) ( ) IV – II – III – I.
2 Dornelas (2009) aponta que os processos são usados pelos executivos para
que as tarefas sejam executadas da forma como foram planejadas. Assim, as
organizações que possuem um processo de gestão da inovação conseguirão ter
um melhor desempenho quando se trata de inovação. Sobre o processo de gestão
da inovação, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.
90
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Nos anos 1990 a 2000, o Brasil passou pela década da qualidade, no entanto,
a partir dos anos 2010 teve início a Era da Inovação. A qualidade não é mais o
diferencial, mas sim um fator de sobrevivência para as organizações, a diferenciação
das organizações se dá pela inovação, que pode ser considerada o processo-chave
para a competitividade (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011).
2 OBSTÁCULOS À INOVAÇÃO
Já verificamos que o ponto de partida para a inovação é uma ideia, assim,
muitos podem pensar que o maior obstáculo da inovação seja a falta de ideias
geniais. Será que é isto mesmo? Vamos verificar durante este item o que alguns
estudiosos apontam como obstáculos à inovação.
91
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Mito Descrição
A inovação não diz respeito somente à tecnologia,
Mito 1 – A inovação
mas pode apontar novas formas de fazer negócios,
restringe-se à
de ganhar dinheiro e de compreender o que os
tecnologia
consumidores desejam.
Mito 2 – Dispor de
Muitas vezes, o problema não é o volume dos recursos,
mais recursos implica
mas o modo como estes recursos são usados.
mais inovações
92
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
Outro mito que deve ser compreendido é o de que somente uma grande
ideia poderá gerar inovação, ao contrário, na maioria das vezes, são pequenas
ideias que se tornarão uma inovação.
93
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
cada vez mais aperfeiçoar seus processos inovativos, pois as organizações não
podem depender somente de gênios criativos.
Problema Descrição
O que a inovação Existe um mito, criado, muitas vezes, pela mídia, de que
realmente inovação é a criação de um novo produto que redefine
significa completamente as regras do mercado.
A inovação é responsabilidade de todos dentro da
Atribuição
organização, contudo sabemos que, quando todos são
imprecisa de
responsáveis por alguma coisa, nínguém assume a
responsabilidade
responsabilidade e essa se dilui.
Confundir Criatividade aplicada ao negócio leva à inovação, no
inovação com entanto, uma organização repleta de pessoas criativas não é
criatividade necessariamente uma organização inovadora.
Com relação à inovação, as empresas não podem levar em
Falta de
conta nenhum arcabouço gerencial ou operacional em geral
arcabouço
aceito.
A maioria das organizações não possui uma administração
Falta de controle consistente e centralizada para garantir o monitoramento da
inovação em suas unidades de negócio.
Falta de A falta de coordenação e colaboração entre os departamentos
coordenação das organizações é uma das principais barreiras à inovação.
Falta de foco no É impossível inovar se as organizações não prestarem
cliente atenção no consumidor final.
FONTE: Adapatdo de Trías de Bes e Kotler (2011)
Ao fazermos uma análise dos sete problemas levantados por Trías de Bes
e Kotler (2011), fica claro que estas questões norteiam a maioria das organizações.
Pare e faça uma análise: os problemas apresentados pelos autores também fazem
parte da organização onde você trabalha?
Quanto ao problema das organizações não saberem realmente o que
significa inovação, você já estudou na Unidade 1 o que é inovação, desta forma
sabemos que não é somente o desenvolvimento de um novo produto ou serviço,
mas sim, muitas outras posibilidades. Trías de Bes e Kotler (2011, p. 18) também
apontam a necessidade da inovação “ser entendida como o desenvolvimento de
uma cultura de inovação dentro da empresa, que é aquilo que permite produzir
e levar ao mercado um fluxo constante de inovações menores e incrementais”.
94
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
95
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
DICAS
Variável
Modificadores do processo básico
contextual
Setores diferentes possuem prioridades e características
Setor diferentes – como setores de larga escala, setores de pesquisa
de ponta.
Empresas pequenas diferem em termos de acesso e recursos
Tamanho
etc. e assim precisam criar mais parcerias.
Sistemas
Países diferentes possuem contextos mais ou menos
nacionais de
propícios em termos de instituições, políticas etc.
inovação
Ciclo de vida Estágios diferentes do ciclo de vida enfatizam diferentes
(de tecnologia aspectos de inovação – por exemplo, novas indústrias
industrial etc.) tecnológicas versus empresas maduras já estabelecidas.
Grau de
Inovação incremental do tipo “mais do mesmo” exige
novidade
diferentes abordagens para organização e gerenciamento, de
– inovação
formas mais radicais. No limite, as empresas podem utilizar
continuada
“estruturas duplas”, ou mesmo dividir-se ou derivar-se
versus
(spin-off) a fim de explorar oportunidades.
descontinuada
Alguns setores – como serviços essenciais, telecomunicações
Papel dos
e alguns serviços públicos – são altamente influenciados por
agentes
políticas externas que moldam a intensidade e a direção da
externos, como
atividade inovadora. Outros – como os de alimentação e
reguladores
saúde – podem ser altamente regulados em certas direções.
FONTE: Adaptado de Tidd e Bessant (2015)
96
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
97
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
(CUNHA et al., 2009, p. 122). Na figura a seguir, conseguimos ter uma visão
global de um Sistema Nacional de Inovação.
• Diretos
- Instrumento fiscal: deduções e créditos fiscais.
- Instrumento financeiro: empréstimos, capital de risco, participação
acionária e bolsas RHAE (Recursos humanos em áreas estratégicas).
• Indiretos
- Suporte tecnológico e gerencial:
- Instrumentos administrativos: propriedade industrial, priorização de
setores estratégicos. Fundos setoriais, portal inovação, Sistema Brasileiro
de Tecnologia (SIBRATEC).
- Instrumentos metodológicos: poder de compra do Estado, reserva de
mercado, apoio à exportação.
98
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
DICAS
DICAS
99
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
DICAS
100
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
101
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
4 CULTURA DE INOVAÇÃO
Como já observamos durante nosso estudo sobre inovação, a maioria
dos estudiosos aponta que o diferencial das empresas inovadoras é que elas
possuem uma cultura inovadora. Carlomagno e Scherer (2013, p. 5) sugerem que
as empresas inovadoras “adotam inovação como estratégia do negócio, possuem
102
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
DICAS
103
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
104
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
maior a empresa, mais difícil de promover uma cultura de inovação, mas com
esforço, planejamento, perseverança e recursos é possível evoluir de uma cultura
conservadora para uma cultura de inovação.
DICAS
105
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
106
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
A inovação aqui
geralmente segue
Forma orgânica
um modelo de
descentralizada,
“centro periferia”,
projetada para se
Capacidade de em que P&D de
adaptar a desafios
atacar nichos es- interesse à natu-
ambientais locais.
pecíficos (regio- Atritos internos reza genérica é
Geralmente está as-
Forma divisionalizada
107
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Inovação volta-
da para a missão
pode obter muito
sucesso, mas exige
energia e um sen-
so de propósito
claramente articu-
Modelo emergente, lado. Aspectos da
associado a valo- gestão da quali-
Alto comprometi-
res comuns parti- dade total e outros
mento e capacida-
lhados. Esse tipo princípios organi-
de dos indivíduos
de organização se zacionais voltados
de tomar iniciati-
mantém unido pe- para valores estão
vas sem referên- Falta de controle e
los membros, com- associados a essas
cia a outro, tendo sanções formais.
partilhando um organizações, em
em vista o olhar
propósito, em geral busca da melhoria
comum sobre o
altruísta e comum. contínua que par-
objetivo como um
Por exemplo, as or- te de dentro da or-
todo.
ganizações volun- ganização. No en-
Voltada para a missão
108
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
109
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
110
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
5 EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
Ao longo do seu curso você já deve ter estudado o conceito de
empreendedorismo. Neste tópico vamos pontuar a importância do
empreendedorismo para a inovação. Como já verificamos no decorrer deste livro,
a inovação começa com uma ideia e, muitas vezes, temos a impressão de que
somente grandes gênios e criativos são capazes de inovar. Então, qual é o papel
do empreendedor na inovação?
111
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
112
TÓPICO 2 | FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO
113
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
DICAS
Mas, como verificamos durante este tópico, há uma série de fatores que
incentivam ou não a inovação. Cabe aos diretores das organizações entender
quais são e utilizar as melhores ferramentas para gerir e desenvolver uma cultura
propícia à inovação.
114
RESUMO DO TÓPICO 2
• Para que as organizações possam inovar é necessário que elas entendam os
mitos sobre a inovação.
115
AUTOATIVIDADE
116
UNIDADE 2
TÓPICO 3
MEDIDAS DE INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Verificamos ao longo desta unidade que a inovação deve ser gerida
pelas organizações para que sejam capazes de se manterem inovadoras e assim
continuarem competitivas no mercado. Agora precisamos entender como medir se
os esforços para gerir a inovação estão dando resultados ou não. “Os indicadores
de inovação são um conjunto de variáveis utilizadas para medir os resultados, que,
por sua vez, permitem gerenciar a inovação ao longo do tempo e verificar se a
gestão da inovação está dando resultados” (TRÍAS DE BES; KOTLER, 2011, p. 258).
Os indicadores de inovação permitem que as organizações tenham um diagnóstico
de suas ações e a partir deste diagnóstico possam entender suas forças e fraquezas
e assim consigam tomar decisões mais assertivas para aperfeiçoar suas ações em
relação à inovação. Vamos entender um pouco mais como conseguimos fazer isto?
117
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Mas como iremos medir a inovação? Essa é uma pergunta muito pertinente,
visto que verificamos até aqui que a inovação é algo complexo. Trías de Bes e
Kotler (2011) sugerem que os indicadores de inovação são relativamente novos,
visto que durante muito tempo o que se usou para medir a inovação foram outros
indicadores, por exemplo, crescimento geral de vendas. No entanto, devido à
complexidade do tema e a sua importância para as organizações, verificou-
se a necessidade de ferramentas específicas para medir o sucesso da inovação
(VANTRAPPEN; METZ, 1995).
A. INDICADORES ECONÔMICOS
118
TÓPICO 3 | MEDIDAS DE INOVAÇÃO
B. INDICADORES DE INTENSIDADE
119
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
C. INDICADORES DE EFICÁCIA
Trías de Bes e Kotler (2011, p. 279) explicam que “os indicadores de eficácia
medem os lucros em relação ao uso de recursos, com o objetivo de maximizar os
resultados da inovação e, ao mesmo tempo, minimizar os insumos”. O quadro a
seguir apresenta os indicadores de eficácia e como medi-los.
120
TÓPICO 3 | MEDIDAS DE INOVAÇÃO
D. INDICADORES DE CULTURA
121
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
muitas inovações não são fruto de P&D, mas trazidas por fornecedores, copiadas
de concorrentes ou resultantes de insights eventuais dos empreendedores ou
seus colaboradores.
123
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
124
TÓPICO 3 | MEDIDAS DE INOVAÇÃO
125
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
126
TÓPICO 3 | MEDIDAS DE INOVAÇÃO
Mas, além das organizações, os países também devem medir o seu grau
de inovação para entender onde estão e quais ações tomar para melhorar seu
desempenho. Vamos entender mais sobre este assunto no item a seguir.
127
10
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
Subíndice de Subíndice de
Insumos de Inovação Produtos de Inovação
Capital Produtos de
humano Sofisticação Sofisticação conhecimento e Produtos
Instituições e pesquisa Infraestrutura do mercado empresarial tecnologia criativos
Vínculos
Ambiente Ensino Infraestrutura para fins Impacto do Bens e serviços
regulatório superior geral Investimentos de inovação conhecimento criativos
Comércio,
Ambiente Pesquisa e Sustentabilidade concorrência e Absorção de Difusão de Criatividade
de negócios desenvolvimento ecológica escala do mercado conhecimentos conhecimentos on-line
128
TÓPICO 3 | MEDIDAS DE INOVAÇÃO
c) Pilar 3: Infraestrutura
129
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
131
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
132
TÓPICO 3 | MEDIDAS DE INOVAÇÃO
Com exceção desses dois países, ainda há uma lacuna considerável entre
as economias no grupo com classificação da 11ª à 25ª posição (bem como as
economias de renda elevada) e o grupo de renda média superior, especialmente
em Instituições, capital humano e Tecnologia e infraestrutura, essa diferença é
menos perceptível em Produtos criativos. Em comparação com o ano passado,
em parte devido a considerações metodológicas, a diferença entre esses grupos
aumentou em Instituições e, em menor grau, em Sofisticação do mercado. Por
outro lado, a diferença parece estar diminuindo em Infraestrutura e em Capital
humano e pesquisa.
133
UNIDADE 2 | O PROCESSO DE INOVAÇÃO
134
RESUMO DO TÓPICO 3
• O objetivo principal de medir a inovação é usar os dados que serão coletados
para melhorar o processo de inovação.
135
AUTOATIVIDADE
136
UNIDADE 3
DESENVOLVIMENTO
DE PRODUTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encon-
trará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
137
138
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Criar um novo produto ou serviço por criar não faz muito sentido nos
dias atuais, especialmente pela energia e tempo, bem como, recursos e pessoal
envolvidos. Para ganhar a corrida da competitividade é necessário estar atento
não só aos apontamentos realizados pelo mercado consumidor, pelo movimento
dos concorrentes, mas também estar atento à seleção das melhores estratégias a
serem adotadas para o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
139
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
140
TÓPICO 1 | ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
3 PLANEJAMENTO
O planejamento é uma das etapas mais importantes no processo de
desenvolvimento de novos produtos (PDP). O envolvimento de equipes de
pesquisa e desenvolvimento (P&D), gestores e área de produção, demonstra que
há direcionamento na empresa. De acordo com Rozenfeld et al. (2006, p. 11),
141
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
142
TÓPICO 1 | ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
4 DESENVOLVIMENTO
O destaque para o desenvolvimento de novos produtos requer a atenção
e, como vimos anteriormente, um planejamento eficaz. Ao mesmo tempo, o
desenvolvimento exige uma divisão em etapas ou fases para que todo o processo
seja iniciado e concluído de modo adequado. Nesse sentido, Rozenfeld et
al. (2006) descrevem que a primeira fase do desenvolvimento trata do projeto
informacional ou o chamado “Plano do Projeto”, com as devidas especificações
do que se pretende ao final do projeto. Nesse processo, há um detalhamento
necessário contendo soluções resumidas para cada etapa. De todo modo, são
desenvolvidos “pilotos” do produto para que haja uma certificação em relação ao
que está sendo desenvolvido. Os autores também retratam que há macrofases e
cada uma com resultados específicos. Desta forma, a figura a seguir demonstra as
etapas e os principais resultados dessas fases.
143
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Desenvolvimento
Protótipo aprovado
Minuta do Projeto Concepção Produto Homologado
do Produto Produto Lançado
DICAS
145
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
$ Custo de Modificação
Tempo
FONTE: Rozenfeld et al. (2006, p. 62)
146
TÓPICO 1 | ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
5 TESTE E AVALIAÇÃO
Já vimos que as etapas que precedem o teste e a avaliação são o planejamento
e o desenvolvimento. Assim, o período após o desenvolvimento permite observar
o nível de satisfação dos clientes e ainda monitorar o desempenho do produto.
Sabemos que desde a metade do último século, a inovação tem passado por
transformações cada vez mais aceleradas. Desse modo, não é diferente com o
desenvolvimento de novos produtos. Os modelos passaram de rígidos a mais
abertos e direcionados para os consumidores. É o que envolve o alinhamento
entre as estratégias da empresa e o que o mercado consumidor busca. A avaliação
pode ser percebida pelo nível de satisfação do cliente, o que envolverá a análise
por parte das pessoas responsáveis pelo produto que trabalham na área de
marketing. Rozenfeld et al. (2006, p. 4) descrevem que é uma “forma proativa da
empresa ir a campo e verificar a percepção do cliente em relação ao produto”.
147
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Assim, vimos, neste tópico, que há etapas que devemos seguir para lançar
novos produtos no mercado. Algumas dessas etapas possuem menor e maior
complexidade, porém, o fato é que todas exigem o máximo de atenção, equipes
estruturadas e a gestão adequada para que o processo seja bem-sucedido.
148
RESUMO DO TÓPICO 1
• Os testes alfa e beta do produto que está sendo desenvolvido “são produzidos
para grupos de usuários controlados. Essa estratégia permite feedback de
respostas positivas e negativas, que podem ser incluídas na versão final”
(BESSANT; TIDD, 2009, p. 475).
149
AUTOATIVIDADE
150
c) ( ) Apresentou resultado melhor que o das concorrentes, apesar da queda
de lucro, resultado para o qual pode ter contribuído o lançamento do
novo produto.
d) ( ) Seguiu sua tradição de inovação, mas fez isso em momento
inapropriado, como demonstra a queda no seu faturamento, maior
que a apresentada pelos seus concorrentes.
e) ( ) Foi afetada pelo novo contexto macroeconômico de maneira mais
intensa que as concorrentes, a ponto de apresentar resultado negativo
depois de quatro anos seguidos de lucro no primeiro semestre.
151
152
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Ao chegarmos nesta etapa do nosso livro de estudos, já está bem claro
que uma invenção é diferente de uma inovação. O que ocorre muitas vezes é que
as organizações inventam produtos, no entanto, para que virem uma inovação é
necessário colocar a invenção no mercado com o objetivo de o consumidor usar
e gostar e assim continuar usando. Um produto, serviço ou processo inovador
pode mudar a vida de gerações inteiras, é o caso dos smartphones, que mudaram
a forma como interagimos e nos relacionamos com o mundo.
Neste tópico, nós iremos abordar uma metodologia que tem como foco
o consumidor e o entendimento de seus anseios para a criação de produtos,
serviços e processos inovadores. Brown (2010, p. 3) sugere que as organizações
precisam de uma abordagem à inovação que seja “poderosa, eficaz e amplamente
acessível, que possa ser integrada a todos os aspectos dos negócios e da sociedade
e que indivíduos e equipes possam utilizar para gerar ideias inovadoras que
sejam implementadas e que, portanto, façam diferença”. Essa abordagem é o
Design Thinking. O Design Thinking é uma “abordagem sistemática à solução de
problemas” e tem como foco a experiência do consumidor (LIEDTKA; OGILVIE,
2015, p. 4). Vamos conhecer um pouco mais sobre esta metodologia. Preparados?
153
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Vamos iniciar deixando claro o que é design, afinal existe uma confusão
a respeito do termo. Mazota, Klöpsch e Costa (2011, p. 16) explicam que “uma
fonte frequente de confusão é o fato de que design pode referir-se tanto a uma
atividade (o processo de design) quanto ao resultado dessa atividade ou processo
(um plano ou forma)”. Já ouvimos falar, por exemplo, que determinado carro
tinha um design moderno, isto é o resultado do processo de design.
Característica Descrição
Criatividade O design exige a criação de algo que não existia antes.
O design envolve decisões quanto a um grande número de
Complexidade
parâmetros e variáveis.
154
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
Etapa Descrição
Definir O problema e o público-alvo precisam ser definidos. Uma
compreensão detalhada do problema e de suas restrições
permite o desenvolvimento de soluções mais precisas. Essa etapa
determina o que é necessário para o projeto ser bem-sucedido.
Pesquisar Analisa as informações como o histórico do problema,
pesquisas de usuário final e a entrevista de opinião
orientadas, e identifica os possíveis obstáculos.
Gerar ideias É a etapa em que as motivações e as necessidades do
consumidor final são identificadas e as ideias são geradas
para atender a essas motivações e necessidades.
Testar protótipos Trata da resolução ou do desenvolvimento dessas ideias,
que são apresentadas para análise de grupo de usuários e
de stakeholders antes de serem apresentados ao cliente.
Selecionar Trata das soluções propostas analisadas em relação ao
objetivo de design do briefing. Algumas soluções podem ser
viáveis, mas não as melhores.
Implementar Trata do desenvolvimento do design e de sua entrega final
ao cliente.
Aprender Ajuda os designers a aprimorar o seu desempenho e, por
essa razão, eles devem procurar o feedback do cliente e do
público-alvo e determinar se a solução atingiu os objetivos
do briefing. Esse processo pode identificar melhorias a
serem implementadas no futuro.
FONTE: Adaptado de Ambrose e Harris (2012)
155
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
156
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
deixa bem claro que a função do Design Thinking não é atender às necessidades
que os clientes expressam, mas sim “é ajudar as pessoas a articular as necessidades
latentes que podem nem saber que têm”. A mentalidade dos negócios é racional e
objetiva, as decisões são tomadas de forma lógica, seca e econômica, sempre existe
uma verdade e as respostas são certas ou erradas (LIEDTKA; OGILVIE, 2015).
Já o design, comentam Liedtka e Ogilvie (2015), propõe a experiência humana
como a principal fonte de decisão e percebe a verdadeira objetividade como
ilusão, para os designers a realidade é construída pelas pessoas, as respostas são
“melhores” ou “piores”.
DICAS
Outra importante observação é feita por Pinheiro e Alt (2011, p. 42). Eles
afirmam que “o Design Thinking busca o equilíbrio entre o que é desejável para
as pessoas, financeiramente interessante para o negócio e, por fim, prega que
todo resultado seja passível de ser produzido e implementado”. Assim, podemos
concluir que o Design Thinking pode maximizar as oportunidades e fazer com que
as organizações sejam mais assertivas. Vamos agora entender como é o processo
de desenvolvimento a partir desta metodologia?
157
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
158
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
159
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Mas quem devemos escolher para observar? Brown (2010) pondera que
não é uma escolha simples, mas ele sugere que não devemos nos concentrar
somente na massa de pessoas que pensam de “forma igual”. O autor explica que
devemos procurar entender os extremos, por exemplo, os usuários “radicais”
de algum produto, que vivem de forma diferenciada e consomem de forma
diferente, por exemplo, um colecionador de brinquedos que possui uma coleção
com mais de 2.000 bonecas. Ao procurarmos estes extremos, a possibilidade de
descobrirmos coisas que não sabemos é maior, assim, teremos a possibilidade de
aprender algo novo e que pode ser surpreendente (BROWN, 2010).
A partir do exemplo dado por Brown (2010) fica mais claro que, ao
observarmos os usuários, precisamos ter o cuidado de não focarmos no óbvio, mas
sim encontrarmos insights que possam levar a criar produtos inovadores. Uma
importante observação feita por Brown (2010) é que não é suficiente observar,
é necessário fazer conexões com as pessoas que estamos observando, ou seja, é
necessário ser empático.
160
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
Desta forma, Vianna et al. (2012, p. 23) sugerem que após a imersão no
universo de uso dos produtos e a investigação sobre tendências do mercado onde
a empresa atua, “os dados devem ser analisados, cruzando as informações a fim
de identificar padrões e oportunidades”. Então, o fim da fase de imersão dará
início à fase de ideação. Então, vamos entender melhor a próxima fase.
161
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
162
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
Ideias são a base da inovação e uma técnica muito utilizada para gerar
ideias é o brainstorming. Como é uma técnica bastante utilizada para diversos
fins e atividades, muitas vezes denomina-se erroneamente uma reunião de
“Brainstorming” simplesmente porque ela tem por objetivo final a geração de
ideias, explicam Vianna et al. (2012). Então vamos entender melhor como realizar
um brainstorming? No quadro a seguir encontramos informações para ajudar
nesta compreensão.
Brainstorming
O que é? É uma técnica para estimular a geração de um grande
número de ideias em um curto espaço de tempo. Geralmente
é realizado em grupo e conduzido por um moderador,
responsável por deixar os participantes à vontade e estimular
a criatividade sem deixar que o grupo perca o foco.
Quando usar? Em momentos que se necessita de um grande volume de
ideias. No processo de Ideação, o brainstorming possibilita
uma abordagem rica para gerar ideias em cima de questões
relevantes que nasceram durante as fases de Imersão.
Como aplicar? Para que o Brainstorming seja direcionado e focado na
solução criativa de oportunidades identificadas, pode-
se utilizar os dados coletados em campo para estimular
a equipe. Além disso, para que um brainstorming tenha
sucesso é preciso estar atento a alguns preceitos:
Qualidade pela quantidade, a qualidade e a assertividade
das ideias geradas se atinge através da quantidade. Quanto
maior a quantia de ideias geradas pela equipe, maior é a
chance de produzir uma solução inovadora e funcional.
Evitar julgar as ideias, críticas não devem atrapalhar o
processo criativo e a geração de ideias ousadas. O foco deve
estar em aprimorar e produzir ideias, adiando a avaliação
para um momento posterior.
Ideias ousadas são bem-vindas, novas ideias ou diferentes
ângulos de uma mesma ideia podem gerar soluções
inovadoras. Por isso, é positivo contribuir com perspectivas
ousadas, sem deixar o senso crítico inviabilizar o debate e o
desenvolvimento da ideia.
Combinar e aprimorar ideias, o Brainstorming deve ser 100%
colaborativo. Ideias podem ser combinadas, adaptadas,
transformadas e desmembradas em muitas outras por
qualquer um da equipe.
FONTE: Adaptado de Vianna et al. (2012)
163
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Cocriação
O que é? É um encontro organizado na forma de uma série de atividades
em grupo com o objetivo de estimular a criatividade e a
colaboração, fomentando a criação de soluções inovadoras.
Geralmente são convidadas as pessoas que podem ter
envolvimento direto ou indireto com as soluções que estão
sendo desenvolvidas, ou seja, o usuário final.
Quando usar? Em momentos onde há uma quantidade grande de dados que
podem ser mais bem trabalhados por uma equipe estendida
ou quando é preciso agregar conhecimentos de diferentes
especialistas envolvidos em um projeto. É bastante útil em
momentos de impasse, onde novas visões sobre as ideias
se fazem necessárias. Também pode ser usado na validação
de ideias por uma equipe que não está necessariamente
envolvida no dia a dia do projeto, mas que naquela ocasião
pode contribuir de forma significativa para o seu andamento.
Como aplicar? Em uma sessão criativa de trabalho onde os participantes são
convidados a interagir na geração de ideias de forma colaborativa.
Procura-se elaborar atividades dinâmicas de curta duração
e em pequenos grupos, intercaladas com apresentações das
ideias geradas e intervalos para comes e bebes. Eventualmente,
as sessões são iniciadas com uma tarefa simples e rápida, não
necessariamente relacionada ao projeto, cujo objetivo é ajudar
164
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
165
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
DICAS
DICAS
166
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
Cardápio de ideias
O que é? Um catálogo apresentando a síntese de todas as ideias geradas
no projeto. Pode incluir comentários relativos às ideias,
eventuais desdobramentos e oportunidades de negócio.
Quando usar? Em reuniões colaborativas, apresentações de projeto e
workshops de cocriação quando é necessário tangibilizar
o montante de ideias geradas e, assim, permitir melhor
visualização para tomada de decisão. Também serve como
documentação dos resultados parciais do projeto.
Como aplicar? Listando as ideias geradas durante o projeto e as organizando
na forma de um menu de restaurante ou como cartas de um
baralho. O resultado final pode ser impresso ou digital. Vale
lembrar que cada elemento pode conter espaços em branco
para que sejam registrados comentários e, ainda, peças
em branco para que se colete novas ideias e soluções que
possam surgir.
FONTE: Adaptado de Vianna et al. (2012)
167
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
168
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
FIGURA 8 - PROTÓTIPO
169
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
170
TÓPICO 2 | DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS
Storyboard Uma representação vi- Para comunicar uma A partir de uma ideia
sual de uma história ideia a terceiros ou bem definida do que
através de quadros es- para visualizar o enca- comunicar e testar, de-
táticos, compostos por deamento de uma solu- ve-se elaborar um ro-
desenhos, colagens, fo- ção, com o objetivo de teiro por escrito e, em
tografias ou qualquer se detectar aspectos em seguida, separar a his-
outra técnica disponível. aberto no produto ou tória em seções levando
refinar um serviço final. em conta os cenários,
atores e enquadramen-
to que serão usados
para representar o que
se deseja. O resultado
final pode ser impresso
ou digital. O importan-
te é representar visual-
mente o que se deseja
comunicar.
FONTE: Adaptado de Vianna et al. (2012)
171
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
172
RESUMO DO TÓPICO 2
• O Design Thinking pode ser aplicado por diversas pessoas em uma ampla
variedade de problemas e em diversas organizações.
• A imersão é uma das etapas mais críticas do processo de Design Thinking e tem
como objetivo entender em profundidade as pessoas, este processo deve ser
permeado pela empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro.
173
AUTOATIVIDADE
1 Com base no que você estudou sobre design, analise as sentenças a seguir:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e II.
d) ( ) I e III.
e) ( ) I, II e III.
I. Criatividade
II. Complexidade
III. Comportamento
IV. Capacidade de escolha
174
3 O processo denominado Diamante Duplo aponta que o pensamento do
design se dá com base em dois estados: o de expandir o entendimento sobre
o desafio e o de refinar o conhecimento adquirido para encontrar novas
associações e significados. Neste livro verificamos um processo de Design
Thinking baseado em três fases. A respeito dessas três fases, classifique as
sentenças com V para as verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V, F, V, V.
b) ( ) V, V, F, F.
c) ( ) F, V, F, F.
d) ( ) F, F, V, F
e) ( ) F, F, F, F.
175
176
UNIDADE 3
TÓPICO 3
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
1 INTRODUÇÃO
Vimos que há uma série de etapas necessárias ao desenvolvimento de
novos produtos e que muitas dessas etapas requerem equipes especializadas,
ou os chamados “times”, que são dispensados ao final de etapas específicas
do processo. Para cada novo produto é preciso desenvolver um projeto que
considere cada etapa, os responsáveis, materiais, departamentos envolvidos
etc. Nesse sentido, o gerenciamento de projetos tem se desenvolvido cada vez
mais, alcançando reconhecimento e permitindo gerenciamento de não somente
um item, mas de vários aspectos relacionados ao projeto, inclusive relacionados
ao planejamento financeiro e redução do tempo destinado para a criação e o
desenvolvimento do novo produto.
177
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
DICAS
Partes interessadas são as pessoas (ou organizações) que têm algum direito
adquirido sobre o projeto. São as pessoas que estão ativamente envolvidas com o trabalho
do projeto ou têm algo a ganhar ou perder como resultado do projeto (HELDMAN, 2009, p. 5).
Outro relevante ponto sobre os itens listados pelo Guia inclui o fato de
que se algum desses itens sofrer alterações, um ou outro item pode requerer
modificações, pois possivelmente serão afetados. Heldman (2009) explica que o
gerenciamento de projetos possui uma importante etapa – a do planejamento –
que precisa conceber o desenrolar do projeto.
179
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
FONTE: HELDMANN, Kim. Gerência de projetos: guia para o exame oficial do PMI. 5. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009.
DICAS
180
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
181
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
182
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
183
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Duffy (2008) sugere que nesta fase sejam cumpridas cinco etapas: 1) definir
o verdadeiro problema; 2) identificar os stakeholders; 3) estabelecer objetivos; 4)
Preparar-se para os trade-offs e 5) definir as atividades.
184
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Gráficos de barras
185
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Diagrama de redes
186
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Subdivisão Descrição
Pessoal Engloba a maior parte do orçamento e deve ser levado
em consideração o custo com os atuais funcionários e os
temporariamente contratados.
Deslocamento Trata dos deslocamentos necessários, até mesmo (por
exemplo) de colaboradores de fora da organização, ou
deslocamentos para treinamentos.
Treinamento Treinamentos necessários para que todos da equipe estejam
aptos a participar do projeto.
Suprimentos Equipamentos necessários para o andamento do projeto,
equipamentos, computadores, softwares etc.
Espaço Identificar o espaço necessário para a equipe trabalhar.
Pesquisa Considerar a necessidade de comprar ou fazer estudos ou
dados para o projeto.
Despesas de Necessidade de outros equipamentos ou as atualizações
capital técnicas onerosas.
Despesas Avaliar os custos fixos projetados.
indiretas
FONTE: Adaptado de Duffy (2008)
Duffy (2008, p. 56) lembra também que apesar de todo o cuidado ao fazer
o orçamento do projeto, é sempre importante estar preparado para “eventuais
desvios dos valores previstos e mantenha-se tão flexível quanto possível, dentro
de suas limitações de tempo, das exigências de qualidade e de verba total
disponível”. O orçamento é feito depois que o cronograma do projeto estiver
concluído (HELDMAN, 2005).
187
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Heldman (2005) explica que atender aos padrões de qualidade para o projeto
vai lhe custar tempo ou recursos, no entanto, não atender aos padrões de qualidade
também vai custar algo, porque o projeto será considerado malsucedido. A autora
cita os benefícios de atender à qualidade dos projetos, que são: a) satisfação dos
clientes e stakeholders aumenta; b) níveis mais altos de produtividade, porque os
padrões de qualidade forçam a busca da eficiência; c) os custos reduzidos por conta
dos padrões de qualidade e d) menos trabalho a refazer.
Mas como fazer com que todos os envolvidos no projeto não percam
o foco e saibam exatamente quais são as suas responsabilidades? Menezes
(2009) sugere a utilização da Matriz de Responsabilidade, com esta ferramenta
é possível dividir o trabalho e alocá-lo a todos os participantes do projeto, a
matriz permite que todos consigam identificar suas tarefas. Para a elaboração
da matriz de Responsabilidade, Menezes (2009) sugere que se identifique todas
as atividades do projeto que serão realizadas e os principais agentes dentro do
projeto, e com base nestas informações, criar uma matriz em que a intersecção de
linhas e colunas deve espelhar que tipo de responsabilidade aquele agente tem
com a atividade. Vamos verificar um exemplo para ficar mais claro? A figura a
seguir é um exemplo de Matriz de Responsabilidade.
188
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
189
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
Heldman (2005) explica ainda que existem outros fatores que podem ser
considerados como riscos do projeto, por exemplo, a complexidade do projeto
é, por si só, um risco. O processo de identificação de riscos deve ser conduzido
190
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Fase Descrição
Necessidade Após conhecer as tarefas necessárias à conclusão do projeto é
possível preencher a lista de suprimentos necessários. Depois de
definida a lista de materiais é necessário definir de onde virão os
recursos (comprar, alugar ou contratar).
Requisição Preparar as requisições de informações a respeito dos objetivos e
das entregas do projeto para os fornecedores que participarão da
licitação para o trabalho do projeto.
Solicitação Distribuir as informações preparadas na requisição para os
potenciais fornecedores.
Nesta fase são feitas as solicitações de propostas (SDP),
solicitações de informações, e solicitações de cotações junto aos
fornecedores. A maior parte do trabalho deste processo é de
responsabilidade do fornecedor.
191
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
192
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
DICAS
Para conhecer mais sobre gestão de projetos, acesse o site da PMI no Brasil:
<https://brasil.pmi.org/>.
5 PROPRIEDADE INTELECTUAL
Estamos chegando ao final dos nossos estudos sobre Inovação e
Desenvolvimentos de Novos Produtos. Comentamos bastante, durante a nossa
jornada, sobre a importância de inovar, tanto para as empresas como para o país,
e como podemos fazer isto dentro das organizações. Mas, afinal, quanto vale
uma inovação? A resposta é simples, nada, se a inovação não estiver protegida.
Jungmann e Bonetti (2010) explicam que a Propriedade Intelectual é um importante
instrumento para promover a inovação, além de uma ferramenta estratégica para as
empresas ganharem competitividade no mercado global. Neste item vamos tratar
de como podemos proteger as inovações, a Propriedade Intelectual. Vamos lá?
193
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
DICAS
194
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
195
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
A proteção por marca é feita pelo INPI, com o registro da marca, válido
por 10 anos, que pode ser prorrogado indefinidamente. No entanto, Jungmann e
Bonetti (2010) explicam que o registro concedido pelo INPI tem validade apenas
no Brasil. As marcas registradas legalmente são identificadas pelo símbolo ® e
com o registro pode-se impedir que concorrentes usem sinais semelhantes que
possam confundir o consumidor (JUNGMANN; BONETTI, 2010).
DICAS
DICAS
196
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
197
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
198
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O pedido pode ser feito por meio eletrônico (caso de marca, patente e desenho
industrial) ou em papel, na sede do INPI (Rio de Janeiro) ou nos escritórios estaduais
(INPI, 2017). O processo passará por diferentes etapas, que poderão exigir o envio de
novos documentos, por isso é necessário o acompanhamento do processo.
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
200
TÓPICO 3 | GERENCIAMENTO DE PROJETOS
201
UNIDADE 3 | DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO
203
• A gestão dos riscos do projeto identifica, analisa, trata e controla os riscos, ou
seja, os eventos adversos que podem afetar negativamente o projeto.
204
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e IV.
c) ( ) III e IV.
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) I, III e IV.
205
III. Inovador, ou seja, uma renovação do produto existente, transformado em
um novo produto.
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II.
d) ( ) II e III.
e) ( ) I, II e III.
I. Neste processo é definido o trabalho que precisa ser realizado para entregar
um produto, serviço ou resultado com as características e funções específicas.
II. Para este processo é necessário elaborar o cronograma do projeto, em que
serão detalhados as atividades e o trabalho do projeto num formato que lista
o trabalho do início ao fim, sendo normalmente apresentado no formato de
gráfico ou diagrama.
III. Este processo visa garantir que os requisitos do projeto, incluindo os
requisitos do produto, sejam cumpridos e validados e desempenham um
papel importante no sucesso do projeto.
IV. Os objetivos deste processo são aumentar a probabilidade e o impacto dos
eventos positivos e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos
no projeto.
206
3 A Propriedade Intelectual é um procedimento importante para as
organizações, visto que são formas de zelar pelo patrimônio. Sobre as vantagens
da Propriedade Intelectual para as organizações, assinale a alternativa
INCORRETA:
207
208
REFERÊNCIAS
ALBERONE, M. Invenção vs. novação: o caso Kodak. Disponível em: <http://
bizstart.com.br/inovacao-vs-invencao-caso-kodak/>. Acesso em: 3 fev. 2018.
209
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11196.htm>. Acesso em:
11 jan. 2018.
210
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Alegre: Bookman, 2007.
211
HELDMAN, K. Gerência de projetos: Guia para o exame oficial do PMI. 5. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
212
MENDES, J. R. B.; VALLE, A. B. do; FABRA, M. Gerenciamento de projetos. Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2009.
POPA, L.; PREDA, I.; GHEORGHE; BOLDEA, M. Theoretical approach of the concept
of innovation. In: Managerial Challenges of the Contemporary Society, Faculty of
Economics and Business Administration, Babes-Bolyai University. Disponível em:
<https://EconPapers.repec.org/RePEc:bbu:wpaper:29>. Acesso em: 1 jan. 2018.
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