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CURSO DE PEDAGOGIA
O presente trabalho vem mostrar a dificuldade que os professores enfrentam por não
saber como lidar com alunos de inclusão. A inclusão é um direito constitucional de todas
as crianças. (lei n 13.146, de 6 de julho de 2015, Lei Brasileira da Pessoa com Deficiência;
Art. 27; Art 28).
Existe a necessidade de formação continuada de professores para atuar no atendimento a
alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino.
A maioria dos professores tem uma visão funcional do ensino e tudo o que ameaça romper
o esquema de trabalho prático que aprenderam a aplicar em suas salas de aula é
inicialmente rejeitado. Também reconhecemos que inovações educacionais como a
inclusão abalam a identidade profissional e o lugar conquistado pelos professores em uma
dada estrutura ou sistema de ensino, atentando contra a experiência, os conhecimentos e
o esforço que fizeram para adquiri-los. Os professores do ensino regular consideram-se
incompetentes para lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente atender os
alunos com deficiência, pois seus colegas especializados sempre se distinguiram por
realizar unicamente esse atendimento e exageraram essa capacidade de fazê-lo aos olhos
de todos (Mittler, 2000).
[ ...] uma criança não desenvolve em todos os aspectos no mesmo rítimo. Ela pode
aprender e desenvolver formas culturais de enfrentar problemas em uma área, mas
permanecer em níveis mais anteriores e primitivos quando se trata de outra atividades.
Seu desenvolvimento cultural é frequentemente desigual e os experimentos indicam que
traços do pensamento primitivo surgem muitas vezes em crianças bastante desenvolvidas.
( Luria,1988,p.101)
É importante assegurar, não somente a entrada da criança com deficiência nesse novo
universo, mas principalmente promover a ruptura das ações discriminatórias em relação
a estas pessoas. O professor precisa ser preparado para lidar com as diferenças, com a
singularidade e a diversidade de todas as crianças e não com um modelo de pensamento
comum a todas elas. O professor da escola regular que tem um aluno autista não precisa
ser um especialista em autismo, mas precisa ser um especialista em lidar com as
diferenças e a diversidade. E você professor como tem se preparado para a inclusão?
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O presente trabalho tem como objetivo falar da importância dos professores conhecerem
mais sobre a inclusão.
A deficiência não é uma categoria com quadro clínico estável. O sistema educacional
deve intervir favorecendo o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, com
necessidades educacionais especiais.
Para figueiredo ( 2002) trabalhar com crianças especiais não requer uma especialização
para reduzir ou diminuir o temor as suas deficiências, mas o aprimoramento do professor
no ensino e na aprendizagem para que ele seja capaz de identificar as dificuldades de seus
alunos, Visando a eliminar barreiras próprias de suas relações na escola.
A construção de uma proposta educacional, na qual todos sejam reconhecidos como
estudantes merecedores de crédito e de investimento, requer a presença de um professor
capaz de romper com modelos estereotipados e fechados, que, geralmente, são adquiridos
durante a sua profissionalização.
Este livro ( Plano de Desenvolvimento Individual para o Atendimento Educacional
Especializado) representa o primeiro passo de um processo contínuo de construção
cotidiana do fazer pedagógico. Ou seja, indica o início da caminhada, que precisa ser
construída pelo docente do Atendimento Educacional Especializado (AEE) durante seu
exercício profissional. Considerando que o começo de algo é o período mais complicado,
você encontra, nessa obra, importantes pistas para orientar a condução do seu trabalho.
O salutar é não estacionar no já pensado e proposto, mas superar, construir novos olhares
e proposições, criar e projetar diferentes e infinitas possibilidades de intervenções, pois
as pessoas são únicas e repletas de potencialidades.
Precisamos adquirir conhecimentos para ampliar, extrapolar e não nos deixar amarrar, ser
fixados a teorias que não suprem as demandas atuais. O professor precisa ser aquele que
inspira o aluno a acreditar, descobrir e desenvolver seus potenciais. Além disso, ele
precisa ser acompanhado e até superado por seus aprendizes. Esse é um sinal da existência
de um trabalho frutífero. A construção ou organização de um espaço rico e propulsor de
conhecimentos.
O professor precisa ser aquele que inspira o aluno a acreditar, descobrir e desenvolver
seus potenciais. Além disso, ele precisa ser acompanhado e até superado por seus
aprendizes.
O papel do professor, numa escola que se pauta nos princípios de uma Educação
Inclusiva, é de facilitador no processo de busca de conhecimento que parte do aluno. Ele
é quem organiza situações de aprendizagem adequadas às diferentes condições e
competências, oferecendo oportunidade de desenvolvimento pleno para todos os alunos.
Ressalta Mizukami:
Esse livro (INCLUSÃO ESCOLAR O que é? Por quê? Como fazer?) fala de ideias sobre
o ensinar e o aprender, compartilhando o que a autora viveu na sua caminhada
educacional.
São tantos os percalços, mas tantas as alegrias, que vivemos nesta lida de escola... A gente
deixa passar, mas não devia.
Penso que sempre existe a possibilidade de as pessoas se transformarem, mudarem suas
práticas de vida, enxergarem de outros ângulos o mesmo objeto/situação, conseguirem
ultrapassar obstáculos que julgam intransponíveis, sentirem-se capazes de realizar o que
tanto temiam, serem movidas por novas paixões... Essa transformação move o mundo,
modifica-o, torna-o diferente, porque passamos a enxergá-lo e a vivê-lo de um outro
modo, que vai atingi-lo concretamente e mudá-lo, ainda que aos poucos e parcialmente.
Como estão hoje as nossas escolas? Todos sabemos que elas estão deixando a desejar e
que é urgente fazer alguma coisa para redefini-las, de todas as formas possíveis. E difícil
o dia-a-dia da sala de aula. Esse desafio que enfrentamos tem limite — o da crise
educacional que vivemos, tanto pessoal como coletivamente, no ofício que exercemos.
Nosso modelo educacional mostra há algum tempo sinais de esgotamento, e nesse vazio
de ideias, que acompanha a crise paradigmática, é que surge o momento oportuno das
transformações.
“Por tudo isso, a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não
atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas
todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Os alunos cora
deficiência constituem uma grande preocupação para os educadores inclusivos. Todos
sabemos, porém, que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que não vêm do
ensino especial, mas que possivelmente acabarão nele!” (Mantoan, 1999)
“A inclusão total e irrestrita é uma oportunidade que temos para reverter a situação da
maioria de nossas escolas, as quais atribuem aos alunos as deficiências que são do próprio
ensino ministrado por elas — sempre se avalia o que o aluno aprendeu, o que ele não
sabe, mas raramente se analisa “o que” e “como” a escola ensina, de modo que os alunos
não sejam penalizados pela repetência, evasão, discriminação, exclusão, enfim.”
A escola, em toda a sua trajetória histórica não foi pensada para atender a
desigualdade. Toda a estrutura e funcionamento da escola regular é mais confortável
ao considerar a semelhança do que com a diferença entre os alunos. O número de
alunos categorizados como deficientes foi ampliado enormemente nos últimos anos,
abrangendo todos aqueles que não demonstram bom aproveitamento escolar.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um longo período foi percorrido entre exclusão e inclusão escolar e social, antes essa
prática relativa ao atendimento dos Alunos com Necessidades Educacionais
Especiais - ANEE era restrita as escolas especiais que em muitos casos desenvolviam
um regime residencial no qual o ANEE era afastado da família e da sociedade. Esse
procedimento conduzia a um aprofundamento maior do preconceito, reforçando a
segregação e os preconceitos sobre as pessoas que fugiam do padrão de
“normalidade” agravando-se pela irresponsabilidade dos sistemas de ensino para com
essa parcela da população.
O objetivo geral desta pesquisa foi investigar as deficiências na capacitação dos
profissionais de educação com relação a orientação inclusiva, para os portadores de
necessidades educacionais especiais. É preciso investir nos saberes que os
professores possuem e considerar que: Os problemas da prática profissional não são
meramente instrumentais; todos eles comportam situações problemáticas que
obrigam a decisões num terreno de grande complexidade, incerteza, singularidade e
de conflitos de valores. As situações que os professores são obrigados a enfrentar (e
resolver) apresentam características únicas exigindo portanto respostas únicas: o
profissional competente possui capacidades de autodesenvolvimento reflexivo.
No que cerne a formação de professores, fica comprovado, que, sem força de vontade
dos docentes, estes não obterão os saberes necessários à uma prática educativa de
qualidade, tendo em vista que a escola não é facilitadora deste processo. A inclusão
está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na instituição escolar
brasileira.
Assim sendo, o futuro da educação inclusiva está dependendo de uma expansão
rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do compromisso de transformar a
escola, para se adequar aos novos tempos. Não se muda a escola com um passe de
mágica, mas a implementação da escola inclusiva é um sonho possível. Os principais
indicadores de sucesso desses projetos têm a ver com as mudanças atitudinais de
professores, diretores e da comunidade escolar, assim como dos pais e alunos das
escolas, diante da inclusão. Não se trata aqui de alunos com deficiência, mas de todos
os alunos que estão na escola e dos que estão fora dela, porque foram excluídos ou
ainda não conseguiram nelas penetrar, por preconceitos de toda ordem: sociais,
culturais, raciais, religiosos.
A educação tem hoje um grande desafio que é garantir o acesso aos conteúdos
básicos que a escolarização deve proporcionar a todos os indivíduos. De modo geral,
as escolas têm apresentado esperanças para os alunos com necessidades educacionais
especiais. Isso pode ser entendido como um processo de trabalho em que a escola
acolha a todos, sem preconceitos e consciente de seus compromissos de formadora e
não apenas de instrutora das novas gerações e transmissora de um saber, que é
ultrapassado continuamente e que, assim sendo, não pode ser sistematizado
aprendido/ensinado, como antes.
Infelizmente, ainda não se tem uma clara definição das autoridades educacionais
sobre a adoção de uma política verdadeiramente inclusiva em nossas escolas
regulares. Se a educação especial se protege, ao se mostrar temerosa por uma
mudança radical da escola, a educação regular se omite totalmente, passando pela
questão muito rapidamente, mas protegendo-se da mesma forma de toda e qualquer
transformação de seu trabalho, alegando falta de preparo dos professores e de
condições funcionais para atender a todas as crianças, inclusive as que têm
deficiências. Nesse jogo político-institucional quem perde são sempre as crianças e a
nação brasileira, que tem suas novas gerações, mais uma vez, privadas dos benefícios
de uma escola que ensinaria justiça, democracia e abertura às diferenças, pelo método
mais eficiente: a convivência entre pares. Uma modalidade de ensino única reduz as
chances de se encaminhar os problemas e as dificuldades para ensinar algumas
crianças, com ou sem deficiências, em ambientes à parte e remete os problemas de
ensino às escolas, aos professores, à estrutura e ao funcionamento geral dos sistemas.
Essa situação desafiadora faz com que se ultrapassem os limites pedagógicos e
administrativos das escolas, na direção da inclusão.
Trata-se de uma nova formação, que busca aprimorar o que o professor já aprendeu
em sua formação inicial, ora, fazendo-o tomar consciência de suas limitações, de seus
talentos e competências, ora, suplementando esse saber pedagógico com outros, mais
específicos, como o sistema braile, as técnicas de comunicação e de mobilidade
alternativa/aumentativa, ora aperfeiçoando a sua maneira de ensinar os conteúdos
curriculares, ora levando-o a refletir sobre as áreas do conhecimento, as tendências
da sociedade contemporânea, ora fazendo-o provar de tudo isso, ao aprender a
trabalhar com as tecnologias da educação, com o bilingüismo nas salas de aula para
ouvintes e surdos. A formação pode estimular o desenvolvimento profissional dos
professores, no quadro de uma autonomia contextualizada da profissão docente.
Importa valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de
professores reflexivos, que assumam a responsabilidade de seu próprio
desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na implantação
das políticas públicas.
4- REFERÊNCIAS
Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015. Lei esta que Institui a Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
MANTOAN, M.T.E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo:
Moderna, 2003BRASIL.