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solitude
sumário
o legal de ser marinheire solitárie é que
nunca se sabe onde será o próximo
destino: se na luz ou sombra, na areia ou
pedaço de terra, se no pôr do sol de fora ou
no nascer da lua de dentro,
se no caos ou na ordem.
Por essas e outras várias coisas é que
descobriremos juntes, durante a própria
navegação, qual será o rumo do coração.
Não faz sentir, nem há sentido nenhum
esse livro ter um sumário, pois é quase
como planejar uma viagem onde a
graça maior é exatamente essa:
não ter planos e, principalmente,
nenhum lugar a se chegar
que não a imensidão de dentro
se achegue, tu
confia
entrega
aceita
e se joga
sumário
é pra quem
navega na terra
eu caminho no mar
sem caminho
só amar
o fato de não ter
onde chegar
nem onde pisar
arrepia o corpo
que começa
a se acostumar
com o fato
de estar
só
e só
um dia antes de partir
Qual o medo?
Medo de errar? Medo de pular?
Medo de ficar? Medo de surtar?
Medo de separar medo de misturar
medo de desencontrar medo de não
sustentar
Qual o medo?
Medo de se encontrar?
Medo de se perder?
Medo de viver?
Ou de morrer?
Medo de agir? De partir? Parir?
De não saber ir?
Medo de não saber rir?
Medo de não saber?
Ou
simplesmente medo
de não saber rir
do não saber
aviso es navegantes
Desbravar a si mesme é estar disponível para
morrer a qualquer momento,
simples assim.
Até que, em algum momento,
percebo com o corpo que na mais profunda
realidade a morte não existe.
Porém isso não impede o fato de que ela se
apresente toda vez que meu sangue decide
escorrer entre minhas pernas.
A brincadeira da ilusão me convida a morrer mais
um bocado pra expandir e experienciar a vida
num bocado ainda maior. Aconteceu.
Meu espírito sempre desperto agora desperta tudo
e chega no corpo que pede pausa e terra fora para
movimentar, mergulhar e aguar dentro.
Aquele gole de cerveja agora não desce mais tão
redondo, os dias e noites iguais agora não são mais
tão legais e as relações que eram levadas com a
barriga já não se sustentam mais.
Depressão, tristeza, crise existencial.
“Estou enlouquecendo”
é, talvez, a porta de entrada para a sanidade.
Passei anos observando, descrevendo e
escrevendo sobre a beleza de tudo que está “fora”
a moça, o sol, a lua, a natureza, a mesa.
Pelo medo e também falta de hábito de admirar a
mim e tudo que habita aqui dentro.
Pois será que se eu, finalmente, achar algo de
interessante aqui dentro vou parar de me
interessar compulsivamente
por tudo que habita fora?
Será fora e dentro a mesma coisa e tudo pode ser
mais simples e eu faço questão de complicar?
Será que se eu me apaixonar por mim mesme
verdadeiramente eu vou ter a vontade genuína de
viver uma paixão novamente?
São tantas questões que me distraem do silêncio
e da coragem de mergulhar
sem medo
de
afogar
muitos se relacionam por amar
eu também o fiz
mas não só
relacionando
me escondi de mim
e escondi de mim
a saudade de
sentir
que sou
comunidade
procurei distrair no beijo
não só a falta de casa,
mas também da família
e das amizades de infância
busquei me apaixonar
pra não ter que assumir
que não tinha
pra onde voltar
até que de tanto brincar
de esconder
foi ficando mais fácil
de me achar
e pegar no pulo
o auto sabotar
sem vírgulas nem ponto
E quer saber?
Tem dias que estou meio
indisponível pra verdade.
não quero partes dela,
muito menos ela por inteira.
falo como se isso importasse,
mas na verdade
não muda
nada.
ela - a verdade -
simplesmente diz:
CHEGUEI.
E aí,
meeeu bem
se olha no espelho
com coragem
ou
se vira
mas encontrei a
dor do crescimento
auto perdão
foi através dele
que encontrei a chave
para
abrir
e
a coragem
de
adentrar
o meu próprio
coração
Ãnn Carolin,
Perdão.
Perdão por todas as transas, cervejas e comidas
que você se envolveu sem querer se envolver,
mas simplesmente por não saber lidar com a dor
profunda gratidão
por finalmente
ter foco, força e fé
para me permitir
estar só
comigo
eu
consegui.
coragem
solidão
O que é um terremoto, um dia ruim
ou uma gripe perto da solidão?
O cigarro, a cachaça, a religião.
Tudo pra não ficar só.
O celular, a internet, o instagram
Tudo para não ficar só.
O silêncio apavora.
Ah, na escola
não me ensinaram
a ficar só.
A solidão chegou.
Não tenho planos
Nem companhia.
A casa está vazia.
Só eu.
Só eu,
Só eu?
Eu só.
.
Fugir do aqui e agora.
Correr do mundo de dentro
correndo pro mundo de fora
Nesse silêncio que toca música
Nessa música que é o silêncio
Por que tive tanto medo de ti, solidão?
Talvez seja porque é em tu que eu encaro
a minha liberdade
Só, eu posso ser quem eu quiser
e só
E talvez eu ainda não saiba ser livre.
Ao menos hoje eu sei
Ser só
Elu desabrocha
quando reconhece
que aceitar sua própria natureza
não broxa.
a libélula vermelha
veio me dizer
que viver procurando
é ter medo de morrer
pois tudo que procuras
já habita dentro de ti
basta respirar profundo
e mergulhar dentro de si
tudo que está fora
também mora dentro
para reconhecer tal sabedoria
basta silenciar o pensamento
e pouco pouco
brota a poesia
que esvazia a alma
preenchendo
o papel
e a solitude
mostrando
que a solidão
também é uma virtude
Choveu.
Lavou.
Lavou e levou tudo aquilo que era lixo
sem eu nem saber
A incerteza que trazia medo
se transformou em certeza
certeza da impermanência
que agora traz segurança
sou dinâmica e estou estática
fiz a teoria e li a prática
aceitei que somos tudo
menos "só" um pedaço de carne
somos o universo,
não só Vênus e Marte
Choveu.
Até tentei, mas não vi arco íris
nem sete cores e muito menos pote de ouro
a verdade é
que o céu tá nublado,
não tô vendo o sol
nem quero ver
tô sentido ele brilhar dentro de mim
o cinzazulado do céu me contempla e me permite notar
que aqui dentro tem cor
em forma de amor
Choveu,
O solo tá fértil, o clima tá sereno
e eu?
eu tô preparade pra recolher meus destroços,
lubrificar meus ossos pra que eles deixem todo e
qualquer hábito que não mais me habita e se permitam
ser pura poesia dançarina
vazio
Morrendo descobri que talvez as coisas por aqui
mudaram
Não sinto agora o cliclo não esteja mais
vida-morte-vida,
mas sim vida-morte-vazio-morte-vida
Passei 26 anos saindo da morte buscando
renascer, florescer, crescer
Mas agora fui tentar continuar no conhecido do
vida-morte-vida e nada
Fui tentar florescer e nada
Tô num vazio que me convida a morrer um tanto mais
um vazio que quando ignorado pelo o que conheço se
disfarça na vontade de fazer qualquer coisa que
pareça renascer
mas quando encarado morro mais um pouco.
E quando morro mais um véu se vai
E o véu da morte como o fim estava tão bem colocado
em meus olhos que vivi uma vida achando que depois
da morte já vem o renascer
Hoje descubro que entre um e outro tem
o vazio
renascer.
Renasci e
a puta que me pariu diz não ter transado,
mas como assim?
A puta que me pariu diz ter lutado,
mas como assim?
Puta, que ora sorria com os olhos
ora chorava com a boca
Ela, que me ensinou a ser nua mesmo vestindo roupa
A puta que me pariu
foi vista como puta pela sua mãe
A puta que me pariu
Renasceu.
A puta que me pariu,
sou eu.
Que transei comigo mesma
muitas vezes sem querer
Pensei que era ruim só no começo,
depois de um tempo ia gozar
Se passaram anos
Não gozei, poucas vezes gostei
E, graças a luz que encontrei
num quarto escuro dentro de mim
senti que era hora de deixar de me estuprar
para fazer amor com o meu ser
Renasci
e me pari
com a ausência
de um gozo líquido
mas com a presença de
uma alma sólida
e que agora só
resolveu namorar
com o mar
sem mais temer
o amar
importante!
se utilizar AS poesias
autorais por amor dê
os DEVIDOS créditos para
apoiar a arte independente
anncarolin__
foto da capa
por taynara bruni
taynarabr
Espero ter tocado tua
alma corpo coração
Agradeço a ti,
por ter chegado até aqui
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AMOROSA, ABUNDANTE, RADIANTE
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27
ANNA CAROLINA ROZZA SCHMIDT
CHAVE PIX
CPF
412.502.928-83
No fundo do poço
do poço das sombras
Encontrei três entidades
A alma, a arte e o corpo
Que unidas são uma só força
Alguns por hábito chamam de Deus
Eu por fé chamo de Amor
até breve
em
AMOR
^
ORGANICO
ãnn carolin