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3.

O TRABALHO NA CONSCIENTIZAÇÃO DA COMUNIDADE


EDUCATIVA

3.1 CONSTRUÇÃO DE CRITÉRIOS COMUNS

O educador deve lutar para criar uma nova mentalidade junto aos alunos,
aos colegas educadores e aos pais, superando o senso comum deformando á
respeito da avaliação. (VASCONCELLOS. 1994, p.75)

Todo trabalho realizado em sala de aula está envolvido dentro de uma


totalidade e deve ser desenvolvido em coletividade, concretizando-se assim
numa transformação.

Primeiramente, o trabalho coletivo parte dos educadores, mas os pais e


alunos devem ter essa mesma postura. Sabendo que uma postura comum não
significa a perda de intimidade.

A avaliação traz sempre uma carga de subjetividade. Mesmo que seja


impossível eliminar a subjetividade, aos poucos devemos ter empenho para
reduzi-la a um menor grau. Surge assim a importância do trabalho comunitário
em que deve estabelecer critérios comuns entre os educadores. É na
construção dessa inter-subjetividade que atinge o caminho para que haja o
controle da interferência da subjetividade na avaliação.

É fundamental deixar claro aos alunos e seus pais, os critérios utilizados na


avaliação.

É nas escolas que são realizados semanalmente reuniões pedagógicas,


onde os educadores procuram refletir e criticar a sua prática coletivamente
levando a um exercício constante sobre a avaliação, onde é aberto um espaço
para que sejam rediscutidos, aclarados e concretizados os conteúdos
ensinados.
3.1.1 Aproveitamento coletivo

Devemos, como educadores, incentivar os educandos a terem uma


experiência comunitária da aprendizagem. Essa colaboração dos alunos é que
leva a um fator de crescimento mútuo e de responsabilidade social,
contribuindo para uma ajuda afetiva, dentro de um processo de construção do
conhecimento.

Os alunos devem ter consciência de que o aproveitamento de cada um


depende, em alguma medida, do aproveitamento de cada um depende, em
alguma medida, do aproveitamento de todos.

Sabemos que a aprendizagem escolar é feita coletivamente e não numa


apropriação privada de um conhecimento que tem como finalidade aumentar o
“preço” do individuo no mercado de Trabalho.

3.1.2 Trabalho com a família

Dentro da perspectiva democrática de organização da escola, é fundamental


a participação de todos os membros da comunidade educativa. Os professores
têm como responsabilidade social desempenharem adequadamente a sua
função.

Na verdade, a qualidade da formação dos educadores caiu muito nos últimos


anos; fazendo com que os pais se tornassem inseguros perante as suas
posturas. Por isso, é essencial que a equipe educacional da escola faça a
reciclagem, aperfeiçoando assim a sua competência e levando a fundamentar
cientificamente as suas práticas para mudar aquilo que deve ser mudado a
abrir assim um paralelo para conscientização dos pais. (VASCONCELLOS.
1994, p.76)
3.1.3 Avaliar não só o aluno

É na avaliação escolar que surgem várias distorções durante a sua aplicação


restrita ao aluno. E para que seja superados estes problemas, é necessário
rever o processo educacional e social em relação a avaliação. É preciso
detectar o que deve ser mudado para garantia da avaliação. É através de uma
política educacional séria, ampla e comprometida que chegamos a uma
alteração progressiva como:

O surgimento de mais escolas, mais vagas, turmas menos numerosas e


espaço longo de tempo na escola. A introdução de mais verbas para educação,
uma melhor aplicação de recursos, uma melhoria na formação dos professores
e na sua remuneração, são pressupostos para muda o perfil escolar.

É de primordial importância também a redução do controle burocrático que


impede a busca de transparente e participativa, que leve à conquista da
reflexão coletiva, minimizando a inércia do professor comodista que tem medo
de algo novo. (VASCONCELLOS. 1994, p.78)

3.2 A AVALIAÇÃO DO ALUNO: POLÍTICA E SOCIAL PARA A CONSTRUÇÃO


DA CIDADANIA.

Um dos grandes desafios da educação atual é formar o indivíduo


capacitado para atuar criticamente no mundo. Essa formação por tanto, não se
dá no vazio, tampouco numa prática de ensino bitolada a moldes hierárquicos e
classificatórios, sobretudo no que se refere a avaliação, uma vez que se ensina
for classificatório, o ato de avaliar também o será.

Todavia, numa perspectiva de construção de conhecimento, todo o


processo educativo está voltado para uma prática mediadora e participativa,
cujo ato de avaliar se apresenta como facilitador da aprendizagem.
ESTEBAN. (2003, p. 132), ressalta que:

A partir do entendimento de avaliação enquanto possibilidade de


construção da cidadania, o acompanhamento continuo de
desenvolvimento de cada um e também do coletivo, como diferentes,
saudáveis e alegres cidadãos que anseiam atuar no mundo. É a pratica
de nossa existência se construindo a partir de uma avaliação medidora
e condutora do saber.

Em concordância com esse pensamento, a proposta de avaliação numa


visão política e social de desenvolvimento propõe uma ruptura com
concepções classificatórias de avaliação onde o valor classificatório é ditador e
arbitrário, o caráter avaliativo tem, portanto, outra lógica, outro sentido que
possibilita avanço, progressão, reflexão e consequentemente aprendizagem.

Na perspectiva de construção de cidadania, o ato de avaliar é reflexivo e


continuo, nenhuma nota, conceito ou “certo ou errado”, poderá caracterizar o
destino do aluno, construir uma consciência cidadã. Nesse princípio avaliativo,
o aluno é o parâmetro de si mesmo, defende Bloom (1983), ao ressaltar que
educar para a cidadania é avaliar de maneira respeitosa, considerando o erro
construtivo com ponto de reflexão e busca de alternativas, para construções.

Partindo desse ponto de vista, o aluno de desenvolve criticamente se for


tratado e educado também criticamente através da reflexão de si mesmo, de
seus avanços e retrocessos no aprendizado; uma reflexão proporcionada pela
avaliação concebida dentro da sala de aula.

Avaliação é assim entendida como um ato fundamentalmente humano,


muito além do que um instrumento burocrático, uma ação crítica que analisa o
realizado, para melhor cumprir o que há por realizar.

Nesse sentido, afirma Dias. (2003, p.181), “se a avaliação há de dedicar-se


a formação da cidadania, sua concepção deve explicar uma intenção filosófica,
política e ética, produzindo conhecimentos, objetivos e constatações acerca de
uma realidade”.

Partindo desse contexto, avaliação e construção da cidadania partem do


princípio que ambas estão interligadas, pois se a escola pratica uma avaliação
participativa, investigativa e diagnóstica, todo o processo educativo estará
voltado para o debate e a reflexão sobre a aprendizagem e isso se caracteriza
na construção do senso crítico, e o aluno que assim se desenvolve, constrói o
seu lado cidadão.

Essa dinâmica avaliativa efetiva-se justamente a partir da analise do próprio


desenvolvimento do educando diante de seus próprios limites e dificuldades
num processo educativo intermediador entre o construídos e o que se pretende
construir, ou seja, entre uma tarefa e as que lhe sucedem, no sentido do
favorecer e observar os avanços na construção do conhecimento.

Sobre isso, Esteban (2003, p.134), destaca alguns pressuposto que


identificam uma prática avaliativa fundamentada numa perspectiva de escola
cidadã, as quais são ações metodológicas aplicadas pelo professor:

– Anotações sobre as produções dos alunos;


– Relatórios descritivos de desempenho individual;
– Auto avaliação com a comunidade escolar para analise do
desenvolvimento da aprendizagem;
– Reuniões pedagógicas.

Em sentido amplo, esses pressupostos são essenciais para que a avaliação


contribua para a formação da cidadania, pois nenhuma prática escolar pode
estar dissociada de uma concepção atual de mundo, se os avanços
tecnológicos e sociais do mundo apelam para o questionamento, a reflexão e
atuação, tanto a pratica de ensino, como a avaliação não podem ser diferentes;
o aluno que aprende e é avaliado criticamente de forma consensual terá sua
formação mais solidificada na própria consciência e no próprio conhecimento.

3.3 TIPOS DA AVALIAÇÃO

As avaliações a que o professor precede enquadram-se em três grandes


tipos: avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
Segundo o Coll, as funções da avaliação destacam-se através do ajuste
pedagógicos e do grau do alcance das intenções educativas sem haver
distinção entre a avaliação do aluno e do professor. (Apud, FREIRE, 1997,
p.46).

Coll (1997) “operacionaliza estas funções no que ele denomina de avaliação


diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somatória.”

3.3.1 Avaliação diagnóstica

O propósito da avaliação diagnóstica é permitir ao professor conhecer o seu


aluno . Normalmente, esse conhecimento é necessário para saber quem é
esse aluno, o que ele sabe. Para assegurar que o aluno está no turno correta e
iniciar um curso de nível adequado ao aluno. Nem sempre é necessário uma
avaliação diagnóstica formal de aluno antigos ou mesmo de alunos
transferidos.

A avaliação diagnóstica é fundamental, não apenas para o professor


conhecer melhor seus alunos, mas, sobretudo, para assegurar que o aluno foi
corretamente enturmado e que tem condições de curar a serie na qual se
matriculou.

Portanto identificar o conhecimento relevante e as características do aluno e


da turma tem como objetivo permitir ao professor fazer planos para que cada
aluno alcance sucesso na escola.

3.3.2 Avaliação formativa

A avaliação formativa pode referir-se tanto à aprendizagem do aluno quanto


à avaliação de outros objetivos educacionais, mas amplas como atitudes ou
formação de caratês, ou a programas ou materiais de ensino.

Concentraremos a discussões na avaliação da aprendizagem do aluno, os


princípios de avaliação são os mesmos, o que mudam são os instrumentos.

A avaliação formativa é realizada pelo professor!


– Diariamente: ao rever os cadernos, o dever de casa, fazer e receber
perguntas, observar o desempenho dos alunos nas diversas atividades da
classe;

– Ocasionalmente: por meio da provas e outros instrumentos formais, para


aferir a aprendizagem e outros desempenhos dos alunos;

– Periodicamente: utilizando teste ao final de cada subunidade, unidade,


projeto, bimestre ou semestre.

O propósito deste tipo de avaliação é forma: fazer o que for preciso para
que o aluno atinja os resultados previstos, ou mesmo para modificar os
objetivos, dependendo dos resultados, ou seja, a avaliação formativa serve
para corrigir rumos, rever, melhorar, adequar o ensino, de forma que o aluno
atinja os objetivos de aprendizagem.

Neste sentido, ela não avalia apenas os alunos, mas usa o desempenho do
aluno para avaliar a adequação e eficácia do ensino.

Portanto, esse tipo de avaliação não deve servir para:

– Punir o aluno;

– Dar nota (pura e simplesmente)

– Estabelecer comparações ou julgamentos relativos, embora saber como


um aluno está em relação ao resto da turma seja um importante dado de
diagnóstico para o professor decidir como ajudar esse aluno.

A avaliação formativa pode ser feito de maneira contínua e informal, no dia-


a-dia da sala de aula e pode também ser feito em oportunidades regulares,
incluindo o uso de instrumentos mais formais como testes, provas,
apresentação de relatórios de trabalhos, competições, jogos, etc.

Qualquer que seja o instrumento, formal ou informal, o objetivo da avaliação


formativa e assegurar que:

Os alunos estão atingindo os resultados pretendidos. É importante tanto os


conteúdos aprendidos, os processos inferidos, quanto outras características,
sobretudo cognitivas e metacognitivas, inclusive hábitos e ritmos de estudo;

• O professor e o aluno passam identificar corretamente os tipos e causas


dos erros e problemas apresentado pelo aluno.

• A informação seja usada para corrigir os rumos do ensino, para que os


alunos acompanham o currículo de acordo com o objetivos e ritimos
estabelecidos no programa de ensino.
3.3.3 Avaliação somativa

A palavra somativa vem de soma, algo cumulativo: com base nos resultados
acumulados do aluno.

A avaliação somativa é uma decisão que leva em conta a soma de um ou


mais resultados. Ela pode ser baseada numa só prova final (ou num exame
vestibular ou concurso) ou no resultado acumulado de outras provas.

O fato de a avaliação somativa poder ser cumulativa não significa que ela é
contínua: a decisão é tomada de uma vez. O que acumulam são os dados que
vão permitir fazer a decisão. Esta decisão, no entanto, deve ser feita de
maneira global, tendo em vista as suas consequências e implicações para o
aluno e tendo em vista tanto os seus resultados quanto os processos e
progressos, bem como sua capacidade para lidar com os desafios dos próximo
ano ou do próximo curso.

A avaliação somativa é usada, tipicamente, para tomar decisões a respeito


da promoção, reprovação ou reenturmação dos alunos. No caso de escolas
que adotam ciclos com duração superior a um ano, a avaliação somativa
também deveria ser aplicada ao final de cada período letivo, mesmo quando
não implique decisões a respeito de promoções do aluno. Dessa forma o
professor, a escola e os pais podem avaliar os progressos realizados e tomar
medidas adequadas e a tempo de evitar problemas posteriores.

Portanto uma avaliação somativa deve sempre avaliar resultados globais e


mais amplos. Isso significa, por exemplo, que uma avaliação somativa bem
feita deve incorporar os principais objetivos curriculares do ano letivo tanto do
ponto de vista cognitivos, como metacognitivo, afetivo e de desenvolvimento de
outras habilidades e atitudes.

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