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Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

PJe - Processo Judicial Eletrônico

26/07/2022

Número: 0802379-82.2022.8.10.0056
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Órgão julgador: 1ª Vara de Santa Inês
Última distribuição : 20/07/2022
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO
(AUTOR)
MUNICIPIO DE SANTA INES (REU)
LUIS FELIPE OLIVEIRA DE CARVALHO (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
71857 20/07/2022 13:22 3595-267.2021-PAn.132021 Petição
088
Estado do Maranhão
Ministério Público
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(*) Documento assinado eletronicamente por LARISSA SOCRATES DE BASTOS em 20 de Julho de 2022 às 12:44 hrs conforme Art. 10, §1º da Medida Provisória 2.200-

1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Inês


AO JUÍZO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE SANTA INÊS/MA

Referência: Procedimento Administrativo nº 013/2021-1ªPJSI (3595-267/2021-SIMP)

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO, por


intermédio da Promotora de Justiça ao final assinada, no uso de suas atribuições constitucionais,
infraconstitucionais e institucionais, com suporte nos arts. 37, caput, e § 4º, 127, 129, inciso III, todos
da Constituição Federal; arts. 94, e 98, inciso III, da Constituição Estadual; art. 25, inciso IV, alínea ‘b’,
da Lei nº 8.625/93; art. 26, inciso V, alínea ‘b’, da Lei Complementar Estadual nº 13/91 e na Lei nº
7.347/85, vem, perante Vossa Excelência propor

AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER,


2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA

em face do MUNICÍPIO DE SANTA INÊS/MA, pessoa jurídica de


direito público interno, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 06.198.949/0001-24, com sede na Av. Luiz
Muniz, nº 1.005, Centro, nesta cidade, representada pelo Prefeito Municipal, Luís Felipe Oliveira de
Carvalho, e

LUIS FELIPE OLIVEIRA DE CARVALHO (especialmente para efeito


de contraditório em caso de multa pessoal), brasileiro, Prefeito Municipal de Santa Inês/MA, nascido
aos 17/08/1994, filho de Antônio Barbosa de Carvalho e Josineide Oliveira de Araújo, portador do RG
nº 0197532820022 SSP/MA-2ª Via, inscrito no CPF/MF sob o nº 033.333.953-39, residente na Rua da
Raposa, nº 398, Centro, Santa Inês/MA, CEP: 65.300-000, em virtude dos fundamentos fáticos e
5C11A7E64D.

jurídicos a seguir expostos.


“2021 – O Ministério Público do Maranhão na defesa dos direitos humanos e da efetividade das políticas públicas”

Rua Wady Haddad, nº 125, Centro, Santa Inês/MA. CEP: 65.300-109. Telefone: (98) 3653-3133. E-mail: pjsantaines@mpma.mp.br

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I – DO OBJETO DA LIDE E SUA CONTEXTUALIZAÇÃO FÁTICA

Conforme se infere dos elementos de informação em anexo,


constantes do Procedimento Administrativo nº 013/2021-1ªPJSI (DOC 1), em 2019 o Município de
Santa Inês iniciou a realização de Concurso Público para provimento de cargos públicos nas áreas da
saúde e educação, cujo resultado foi homologado em 31/07/2020 e retificado em 06/08/2020 (DOC
2 e DOC 3).

Especificamente acerca dos cargos da Saúde, este órgão constatou


que a Lei Municipal nº 597/2019 (DOC 4) criou vagas para os seguintes cargos:

Cargo Quantidade de vagas Carga horária Salário R$


Agente Administrativo 32 40 hs 1.000,00
Vigia 70 40 hs 998,00
AOSG 53 40 hs 998,00
Artesã 01 40 hs 998,00
Assistente Social 05 30 hs 2.500,00
Aux. de Consultório 09 40 hs 998,00
Dental
Educador Físico 03 40 hs 1.800,00
Enfermeiro 30 30 hs 2.500,00
Farmacêutico 02 40 hs 1.800,00
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Fisioterapeuta 11 30 hs 1.800,00
Fonoaudiólogo 05 40 hs 1.800,00
Maqueiro 05 40 hs 998,00
Médico 07 40 hs 6.000,00
Motorista 18 40 hs 998,00
Nutricionista 04 40 hs 1.800,00
Odontólogo 08 40 hs 2.500,00
Psicólogo 03 40 hs 1.800,00
Téc. De Enfermagem 88 40 hs 1.300,00
Téc. De Laboratório 06 40 hs 998,00
Téc. De Raio-X 04 40 hs 1.000,00
Téc. De Gesso 03 40 hs 998,00
Téc. Em Manutenção 02 40 hs 998,00
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Terapeuta Ocupacional 02 30 hs 1.800,00
Veterinário 02 40 hs 2.000,00

Além dos supracitados cargos, foi identificado que:

1) a Lei Municipal nº 543/2017 (DOC 5) criou os seguintes cargos


relacionados à área da saúde, embora não os tenha destinado expressamente a tal setor:

Agente Administrativo 74
Auxiliar de Serviços Gerais 42
Vigia 75
Motorista 16
Assistente Social 03
Fonoaudiólogo 02
Enfermeiro 11
Enfermeiro PSF 01
Bioquímico 06
Fisioterapeuta 06
Odontólogo 11
Psicólogo 02
Téc. Em Radiologia 01

2) a Lei Municipal nº 215/1997 (DOC 6) criou os seguintes cargos:


2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Cargo Quantidade de vagas


Assistente Social 01
Farmacêutico-Bioquímico 02
Enfermeiro 06
Médico 12
Médico Veterinário 01
Odontólogo 02
Sanitarista 01
Agente de Saúde Pública 30
Auxiliar de Enfermagem 16
Auxiliar de Laboratório 03
Técnico em Saúde Pública 10
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Auxiliar de Serviços Gerais 39 *
Agente de Administração** - Classe I 50
Agente de Administração** - Classe II 100
* Cargo extinto a vagar.
** A Lei esclarece que tal cargo equivale ao cargo de Agente Administrativo.

Após a análise dos Editais de Convocação já publicados, foi


constatado por este órgão que haviam sido convocados os seguintes quantitativos de aprovados no
Concurso Público Edital nº 001/2019 (DOC 7):

Cargo Vagas Cadastro Nº de Última


Aprovados Posição
Convocada
AC PcD AC PcD AC PcD AC PcD

301 - Assistente Social – NASF 02 -- 02 -- 05 -- 2ª


302 - Assistente Social – SAE/CTA 01 -- 02 -- 03 -- 2ª
303 - Educador Físico – NASF 03 -- 03 -- 04 -- 4ª
304 - Enfermeiro Plantonista – Hospital 12 01 12 01 31 04 13ª 1ª
305 - Enfermeiro – Centro Cirúrgico 02 -- 02 -- 07 -- 2ª
306 - Enfermeiro – Estratégia Saúde da 11 01 11 01 24 02 11ª 1ª
Família
307 - Enfermeiro – CAPS 01 -- 02 -- 03 -- 2ª
308 - Enfermeiro – SAE/CTA 01 -- 01 -- 02 -- 1ª
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

309 - Farmacêutico – SAE/CTA 01 -- 01 -- 03 -- 1ª


310 - Farmacêutico – NASF 01 -- 02 -- 03 -- 1ª
311 - Fisioterapeuta – NASF 05 -- 05 -- 15 -- 5ª
312 - Fisioterapeuta 03 -- 03 -- 06 -- 3ª
313 - Fonoaudiólogo – NASF 03 -- 03 -- 07 -- 4ª
314 - Fonoaudiólogo 02 -- 02 -- 04 -- 3ª
315 - Médico – Estratégia Saúde da Família 06 01 06 01 14 -- 10ª
316 - Nutricionista – NASF 03 -- 03 -- 08 -- 4ª
317 - Nutricionista 01 -- 02 -- 03 -- 1ª
318 - Odontólogo – Estratégia Saúde Bucal 05 01 05 01 13 -- 5ª
319 - Psicólogo – NASF 03 -- 03 -- 07 -- 3ª
320 - Terapeuta Ocupacional – NASF 01 -- 02 -- 03 --
321 - Terapeuta Ocupacional 01 -- 02 -- 03 -- 1ª
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322 - Veterinário 01 -- 02 -- 03 -- 1º
201 - Agente Administrativo 25 02 20 02 63 07 33ª 1ª
202 - Artesão 01 -- 02 -- 03 -- 1ª
203 - Auxiliar de Consultório Dentário 08 01 08 01 20 -- 9ª
204 - Técnico de Enfermagem – Estratégia 23 01 12 01 43 -- 25ª
Saúde da Família
205 - Técnico de Enfermagem – Plantonista 61 03 30 02 104 01 68ª 1ª
206 - Técnico de Gesso 02 -- 02 -- 04 -- 2ª
207 - Técnico de Laboratório 05 01 05 01 06 -- 6ª
208 - Técnico de Raio X 04 -- 04 -- 10 -- 4ª
209 - Técnico em Manutenção de 02 -- 02 -- 04 -- 2º
Equipamentos Elétricos e Hidráulicos
101 - AOSG 50 3 40 2 113 -- 56ª
102 - Maqueiro 05 -- 05 -- 14 -- 5ª
103 - Motorista – Ambulância 05 -- 05 -- 12 -- 7ª
104 - Motorista 08 01 08 01 16 -- 10ª
105 - Vigia 66 04 40 04 118 06 71º 2ª
Legenda: em turquesa tem-se os cargos em que todos os aprovados já foram convocados, não
havendo qualquer aprovado remanescente.

Ademais, pela análise do Relatório de Vínculos do Mês de Outubro


de 2021, extraído do SAAP, este órgão identificou a existência de inúmeras contratações temporárias
(DOC 8):
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Cargo Número de Contratados


Técnico em enfermagem 109

Técnico em enfermagem – E.S.F. 01

Vigia 30
Médico – E.S.F 10
Médico Plantonista 32
Médico 19
Técnico em Radiologia 01
Farmacêutico 08
Psicólogo 05
Agente Administrativo 37
Enfermeiro E.S.F 05
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Enfermeiro 19
Odontólogo 07
Nutricionista 01
Fiscal Sanitário 02
Fisioterapeuta 03
Químico 01
Assistente Social 02
Auxiliar de Consultório Dentário 08
Auxiliar de Serviços Gerais 40
Motorista 08
Cozinheira 07
Assessor 06
Atendente 06
Técnico de Manutenção de Equipamentos 01
elétricos e hidráulicos
Técnico de Laboratório 01

Apenas a título explicativo, destaca-se que o Município de Santa


Inês não alimenta o Portal da Transparência de forma eficiente, o que impede a consulta dos
servidores de modo atual, o que inclusive ensejou a propositura da Ação Civil Pública nº 498-
89.2014.8.10.0056, com o fito de adequá-lo, a qual se encontra em fase de execução, situação esta
que remanesce até os dias atuais, conforme se pode atestar por simples consulta ao alegado feito, o
qual não tramita sob segredo de justiça, bem como de uma das representações formuladas a este
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

órgão (DOC 9).

Outrossim, o Sistema de Acompanhamento de Atos de Pessoal do


Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, de onde os supracitados relatórios foram extraídos, só foi
alimentado até dezembro de 2021, posto que foi desativado. Todavia, o mês de dezembro de 2021
dificulta a análise por possuir pagamentos de duas folhas (folha normal e folha de 13º salário),
gerando duplicidade, de modo que, ao tempo da análise realizada, o Relatório de Vínculos analisado
foi o do mês de outubro de 2021.

De qualquer sorte, levando-se em consideração apenas a última lei


versando sobre cargos públicos identificada por este órgão, tem-se a seguinte tabela síntese:
5C11A7E64D.

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Cargo Quantidade de Quantidade de Quantidade Quantidade de Quantidade
Cargos (Lei nº Aprovados de contratados de
597/2019) (AC + CR) Convocados candidatos
(AC + CR) preteridos
Agente 32 70 34 37 --
Administrativo
Vigia 70 124 73 30 --
AOSG 53 113 56 40 --
Artesã 01 03 01
Assistente Social 05 08 04 02 01
Aux. de 09 20 09 08 --
Consultório
Dental
Educador Físico 03 04 04 -- --
Enfermeiro 30 73 31 24 --
Farmacêutico 02 06 02 08 --
Fisioterapeuta 11 21 08 03 03
Fonoaudiólogo 05 11 07 -- --
Maqueiro 05 14 05 --
Médico 07 14 10 61 --
Motorista 18 28 17 08 --
Nutricionista 04 11 05 01 --
Odontólogo 08 13 05 07 03
Psicólogo 03 07 03 05
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Téc. De 88 148 94 110 --


Enfermagem
Téc. De 06 06 06 01 --
Laboratório
Téc. De Raio-X 04 10 04
Téc. De Gesso 03 04 02 -- --
Téc. Em 02 04 02 01 --
Manutenção
Terapeuta 02 06 01 -- 01
Ocupacional
Veterinário 02 03 01 -- 01
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Cabe destacar que a presente análise considerou, a título
meramente exemplificativo, apenas os cargos criados pela Lei nº 597/2019, eis que a omissão do
Prefeito Municipal de Santa Inês (DOC 10) em oferecer informações sobre o número de cargos
legalmente existentes no Município, bem como se estão ou não providos, impede, no presente
momento, uma análise integral da situação do quadro de servidores do Município de Santa Inês.

Acrescenta-se, ainda, que, para fins de melhor compreensão da


situação fática, não houve a distinção de lotação estabelecida em edital (tal como Fonoaudiólogo
NASF e Fonoaudiólogo), havendo conjugação das informações considerando-se o cargo criado em
lei, como por exemplo, apenas “Fonoaudiólogo”.

Todavia, a partir da análise de uma lei, verifica-se a preterição de


candidatos aos cargos de Assistente Social, Fisioterapeuta e Odontólogo, situação que pode se
agravar após a obtenção das informações sobre os demais cargos que este órgão conhece a
existência, mas não pode obter informações sobre se estão vagos ou providos por servidores
efetivos, eis que, caso estejam ocupados por servidores temporários, o número de preterições já
identificadas pode aumentar.

Ademais, quanto ao cargo de Terapeuta Ocupacional, em que pese


este órgão não tenha identificado a informação de servidores contratados referente à outubro de
2021, é possível dizer que houve abusividade do Município de Santa Inês em não proceder à
nomeação, eis que o cargo foi legalmente criado (Lei nº 597/2019) e a vaga foi prevista em edital
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

(Cargo 320 - Terapeuta Ocupacional – NASF). Contudo não houve, até o presente momento, a
convocação e nomeação de candidato, na contramão da jurisprudência pacificada no sentido de que
é direito do candidato aprovado dentro do número de vagas a nomeação, conforme se infere do
precedente, firmado no RE 598.099-MS1.

1 [...] Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento no qual se
realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital,
passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder
público. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas, o ato da
Administração que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a
própria Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro
desse número de vagas. [...] (STF - RE: 598099 MS, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento:
5C11A7E64D.

10/08/2011, Tribunal Pleno) – Sem grifos no original.


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Desta feita, deve ser determinado, de imediato, a exoneração dos
servidores contratados que ocupam, em preterição inequívoca as vagas dos aprovados acima
indicados.

No mais, considerando a nítida necessidade do Município pelos


serviços desempenhados pelos ocupantes dos cargos de Técnico em enfermagem, Vigia, Médico –
E.S.F, Médico Plantonista, Médico, Técnico em Radiologia, Farmacêutico, Psicólogo, Agente
Administrativo, Enfermeiro E.S.F, Enfermeiro, Odontólogo, Nutricionista, Fiscal Sanitário,
Fisioterapeuta, Químico, Assistente Social, Auxiliar de Consultório Dentário, Auxiliar de Serviços
Gerais, Motorista, Cozinheira, Técnico de Manutenção de Equipamentos elétricos e hidráulicos e
Técnico de Laboratório, haja vista o expressivo número de servidores contratados temporariamente,
deve ser prorrogado o prazo de validade do certame, e o Município de Santa Inês deve esclarecer
que cargos são ocupados pelos aludidos servidores, devendo demonstrar a sua existência legal e,
neste caso, nomear os candidatos aprovados, dentro do número de vagas ou do cadastro de reserva,
até a ocupação de todos os cargos legalmente existentes no Município de Santa Inês por servidores
concursados, e não por meio de contratações ilegais.

Depois da comprovação de que todos os cargos legalmente


existentes já foram ocupados por servidores concursados, caso remanesça a necessidade de
servidores deve o Município de Santa Inês adotar as providências cabíveis para a satisfação de tal
necessidade com a criação dos cargos, por meio de lei, e o seu provimento por meio de concurso
público, e não pela contratação indiscriminada de servidores temporários, como vem sendo realizado
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

atualmente, conforme inclusive constatado por este órgão ministerial (DOC 8).

II - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A proteção do patrimônio público e social enquadra-se entre as


funções institucionais do MINISTÉRIO PÚBLICO, emanada da própria Constituição Federal, que
conferiu ao Parquet a defesa de vários interesses e direitos que afetam a sociedade de forma
relevante.

A legitimidade do MINMINISTÉRIO PÚBLICO para promover a defesa


do patrimônio público e social encontra-se estampada nos artigos 127 e 129, inciso III, da
Constituição Federal, art. 98, inciso III, da Constituição do Estado do Maranhão, art. 1º, inciso IV, e 5º
5C11A7E64D.

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da Lei nº 7.347/85, art. 25, inciso IV, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Lei nº 8.625/93 e art. 26, inciso V, alíneas ’a’
e ‘b’, da Lei Complementar Estadual nº 13/91.

Sem delongar no trato de ponto pacífico, vale trazer aos autos dois
precedentes do Egrégio Superior Tribunal de Justiça que não deixam margem para dúvidas quanto à
legitimidade do Ministério Público no presente caso:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO.


LEGITIMIDADE. INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS. CONCURSO
PÚBLICO. 1. A legitimação do Ministério Público para propositura da ação
civil pública está na dependência de que haja interesses transindividuais a
serem defendidos, sejam eles coletivos, difusos ou, ainda, os tidos por
direitos ou interesses individuais homogêneos tratados coletivamente. 2. Em
se tratando de concurso público cuja realização, em tese, fugiu aos princípios
da legalidade, impessoalidade (acessibilidade) e moralidade, ocorre o
interesse do Ministério Público na propositura de ação civil pública tendente a
decretar a nulidade do certame. 3. Propugnando-se, na ação civil pública, a
anulação de concurso público ante a inobservância de princípios atinentes à
administração pública, o interesse em tutela é meta individual difuso. Em
sentido inverso, houvesse a intenção de assegurar eventuais direitos dos
candidatos inscritos no certame, presente estariam interesses individuais
homogêneos. 4. Recurso especial conhecido e provido. (STJ - REsp
191.751/MG. 2ª Turma. Rel. Min. João Otávio de Noronha. DJ 06/06/2005).

Ação civil pública. Concurso para professor universitário. 1. O Ministério


Público é parte legítima para ajuizar ação civil pública em defesa dos
princípios que devem reger o acesso aos cargos públicos por meio de
concurso, configurado o interesse social relevante. 2. Embargos de
divergência conhecidos e providos. (STJ - EREsp 547.704/RN. Corte
Especial. Rel. Min. Carlos Alberto Menezes. DJ 17/04/2006).
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A - DA OBRIGATORIEDADE CONSTITUCIONAL DE REALIZAÇÃO


DE CONCURSO PÚBLICO

Como se sabe, a Carta Magna de 1988, em seu art. 37, incisos I e II,
consagra o princípio da acessibilidade aos cargos públicos e estabelece o concurso público como
forma de propiciar aos cidadãos as oportunidades de exercê-los, ao que se tem este como corolário
dos princípios da igualdade, moralidade administrativa, legalidade e demais princípios norteadores da
Administração Pública.

É o concurso público, portanto, a via eleita pela Constituição Federal


para que o cidadão possa ascender a cargo ou emprego no setor público, independentemente de ser
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o vínculo de trabalho de regime estatutário ou celetista, isso na forma do art. 37, inciso II, da
Constituição Federal, salvo nas hipóteses de cargos em comissão.

Essa obrigatoriedade decorrente do texto constitucional não comporta


exceções perenes. Com efeito, tem-se que apenas nas hipóteses taxativas de urgência e na total e
completa impossibilidade de se proceder a concurso público ou ainda quando se tratar de
provimento de cargo em comissão, a contratação de servidores será tolerada pela norma, e isso
apenas em caráter emergencial, sendo que o certame deverá ser realizado tão logo se dê o fim do
evento caracterizador dessa mesma urgência ou da extinção do fato impeditivo do concurso.

Lecionando sobre esse ponto, Alexandre de Moraes (in Direito


constitucional. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 316) anota com precisão que: “existe, assim, um
verdadeiro direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas, sendo o cidadão e o
estrangeiro, na forma da lei, verdadeiros agentes do poder, no sentido de ampla possibilidade de
participação da administração pública”.

Mais a seguir, esse mesmo estudioso, na mesma obra e na mesma


página, destaca que: “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração”.
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

No caso apurado no bojo do Procedimento Administrativo nº


013/2021-1ªPJSI, tem-se, evidentemente, que o segundo requerido, não observou esse mandamento
constitucional, contratando dezenas de servidores, inclusive em preterição de candidatos
aprovados em concurso público.

Observa-se, com isso a omissão dolosa ante o teor da norma do art.


37 da Carta da República.

O Supremo Tribunal Federal, nos autos da Ação Direta de


Inconstitucionalidade nº 4125/TO, que teve como relatora a Ministra Carmem Lúcia, em julgamento
datado de 10/06/2010, entendeu que “A obrigatoriedade de concurso público, com as exceções
constitucionais, é instrumento de efetivação dos princípios da igualdade, da impessoalidade e da
moralidade administrativa, garantidores do acesso aos cargos públicos aos cidadãos”.
5C11A7E64D.

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Além disso, os cargos de Técnico em enfermagem, Vigia, Médico –


E.S.F, Médico Plantonista, Médico, Técnico em Radiologia, Farmacêutico, Psicólogo, Agente
Administrativo, Enfermeiro E.S.F, Enfermeiro, Odontólogo, Nutricionista, Fiscal Sanitário,
Fisioterapeuta, Químico, Assistente Social, Auxiliar de Consultório Dentário, Auxiliar de
Serviços Gerais, Motorista, Cozinheira, Técnico de Manutenção de Equipamentos elétricos e
hidráulicos e Técnico de Laboratório, para os quais houve a contratação de dezenas de servidores
de forma precária, não correspondem, em decorrência da natureza das funções respectivas, ao
permissivo constitucional da forma de provimento eleita, reservada, exclusivamente, àqueles
inerentes “a direção comandos ou chefia de certos órgãos, onde se necessita de um agente que
sobre ser de confiança da autoridade nomeante se disponha a seguir sua orientação, ajudando-a a
promover a direção superior da Administração”2.

Tem-se que as funções desempenhadas são permanentes e


fundamentais ao Estado e ao Município de Santa Inês, não podendo ser desenvolvidas de forma
transitória.

Desta feita, tem-se que, não havia que se falar em necessidade


excepcional de interesse público capaz de justificar a existência de contratações temporárias, eis que,
além de haver concurso público em vigência, o segundo requerido tem plena ciência disso, mas,
mesmo assim, ignora os fatos e as normas jurídicas (leis e princípios) e, a seu bel prazer, e realiza
inúmeras contratações inconstitucionais e irregulares, inclusive em violação à impessoalidade ínsita à
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Administração Pública, eis que, por exemplo, uma das contratadas, a saber, Elmarene de Cássia
Bacelar Limeira, é irmã da ex-Secretária Municipal de Saúde de Santa Inês, Maria Rita Bacelar
Limeira, a qual só deixou o cargo em virtude de investigação conduzida pela Polícia Federal e
Controladoria-Geral da União3.

Destaca-se a necessidade da presente ação tendo em vista a


recalcitrância do Prefeito Municipal de Santa Inês em oferecer informações acerca dos cargos
existentes no Município de Santa Inês, conforme se demonstra pela ausência de resposta à
Requisição nº 060/2021-1ªPJSI (DOC 10).

2 GASPARINI. Diógenes. in Direito Administrativo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1993. p. 208.
3https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/noticias/2022/04/cgu-e-policia-federal-combatem-desvios-da-saude-em-
5C11A7E64D.

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B – DA POSSIBLIDADE/OBRIGATORIEDADE DE PRORROGAÇÃO
DO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME

O art. 37, incisos III e IV, da Constituição Federal, preconizam que:

Art. 37. Omissis;


Omissis;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;

No mais, menciona-se que, na mesma esteira do que dispõe a Lei nº


8.112/904, em seu art. 12, §2º, o art. 14, §1º da Lei Municipal nº 75/2014 (a qual dispõe sobre a
criação do Estatuto dos Servidores Públicos de Santa Inês e dá outras providências), prevê que:

Art. 14. O Concurso Público terá validade de até 2 (dois) anos, a partir da
publicação de sua homologação, podendo ser prorrogado uma única vez, por
igual período.
§ 1º Não se abrirá novo Concurso Público para o mesmo cargo enquanto
houver candidatos classificados ou aprovados em concurso anterior com
prazo de validade não expirado.
Por sua vez, o Edital nº 001/2019 estabeleceu, no capítulo 13, que:

1. O prazo de validade deste Certame será de 2 (dois) anos, contado a partir


da publicação oficial da homologação do Resultado Final após Fase
Recursal, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, a critério da
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Prefeitura Municipal de Santa Inês – MA.

A respeito do tema, tem-se que, considerando os princípios que


regem a administração pública, a prorrogação do prazo de validade do concurso público não se
mostra como um poder-dever da Administração Pública, mas sim como verdadeiro dever-poder,
notadamente diante do número expressivo de pessoas contratadas temporariamente para ocupar
cargos que devem ser providos por meio de concurso público, consoante acima indicado, situação
esta que bem demonstra a necessidade de prorrogação do prazo de validade do concurso iniciado no
ano de 2019, sob pena de subversão das normas constitucionais e legais.

4 Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por
igual período.
Omissis;
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de
validade não expirado.
5C11A7E64D.

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Nesse sentido, é o entendimento sedimentado, há anos, no Supremo


Tribunal Federal, senão vejamos:

CONCURSO PÚBLICO - EDITAL - PARÂMETROS - OBSERVAÇÃO. As


cláusulas constantes do edital de concurso obrigam candidatos e
Administração Pública. Na feliz dicção de Hely Lopes Meirelles, o edital é
lei interna da concorrência. CONCURSO PÚBLICO - VAGAS -
NOMEAÇÃO. O princípio da razoabilidade é conducente a presumir-se,
como objeto do concurso, o preenchimento das vagas existentes. Exsurge
configurador de desvio de poder, ato da Administração Pública que implique
nomeação parcial de candidatos, indeferimento da prorrogação do prazo do
concurso sem justificativa socialmente aceitável e publicação de novo edital
com idêntica finalidade. "Como o inciso IV (do artigo 37 da Constituição
Federal) tem o objetivo manifesto de resguardar precedências na seqüência
dos concursos, segue-se que a Administração não poderá, sem burlar o
dispositivo e sem incorrer em desvio de poder, deixar escoar
deliberadamente o período de validade de concurso anterior para nomear
os aprovados em certames subseqüentes. Fora isto possível e o inciso IV
tornar-se-ia letra morta, constituindo-se na mais rúptil das garantias" (Celso
Antônio Bandeira de Mello, "Regime Constitucional dos Servidores da
Administração Direta e Indireta", página 56). (STF - RE 192568 PI. Relator:
Marco Aurélio. Segunda Turma. J. 23/04/1996) – Sem grifos no original.

Desta feita, denota-se que o poder-dever da Administração Pública se


transmuda em verdadeiro dever-poder quando há a necessidade de salvaguardar os princípios e
normas constitucionais, não havendo, pois, discricionariedade quanto ao cumprimento dos comandos
constitucionais e legais.

Sobre o tema, Celso Antônio Bandeira Mello5, com maestria leciona:


2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Com efeito, tal como já o dissemos em outras passagens, as autoridades


executivas são exercentes de função administrativa e a idéia de função, no
Estado de Direito, traz consigo a de um “dever” de atuar em favor de
finalidade instituída para satisfação de interesse alheio (o interesse da
coletividade, não o do agente e nem mesmo o do aparelho estatal). Assim,
toda competência administrativa é um “dever” de praticar o ato idôneo para
atendimento da finalidade protetora do interesse público, isto é, da
coletividade. Tal desempenho implica o exercício de um poder, o qual, bem se
vê, é meramente ancilar, instrumental, deferido como requisito insuprimível
para que seu titular possa desincumbir-se do dever posto a seu cargo e
delimitado, caso a caso, por esta mesma razão que o conforma.
Donde, o poder é meramente a contraface do dever, e não o contrário.
Eis por que não satisfaz falar-se em poder-dever, pois o dever não é a
contraface do poder, mas, inversamente, o poder é que é a contraface
do dever. Ou seja: no Estado de Direito não se instituem os distintos
deveres dos administrados para dar satisfação ao poder da autoridade,

5MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p.
5C11A7E64D.

353/354.
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mas, reversamente, instituem-se deveres das autoridades de bem
servirem ao interesse dos administrados, o que demanda a
disponibilidade dos poderes necessários para que possam
desincumbir-se deste mister. (Sem grifos no original).

C - DA INOCORRÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA


SEPARAÇÃO DOS PODERES

Como cediço, a Constituição Federal consagra, em seu art. 2º, o


princípio da separação de poderes, ao estabelecer que “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

No entanto, art. 37, caput, da Constituição Federal, impõe à


administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios a obediência ao princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade e
eficiência. Vejamos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:

Destaca-se, ainda, que a Administração Pública também deve observar


os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade como corolários dos demais princípios. Neste
diapasão, a Lei nº 9.784/99 dispõe que: “Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,


ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.” (Sem grifos no original).

Desta feita, constata-se que a existência, em nosso ordenamento


jurídico, de uma separação flexível de poderes, em que cada qual não exerce apenas a função
estatal que lhe seria típica, mas, também, desempenham funções denominadas atípicas, isto é,
assemelhadas às funções típicas de outros poderes.

Assim, tanto o Judiciário quanto o Legislativo desempenham, além de


suas funções próprias ou típicas (judiciária e legislativa, respectivamente), funções atípicas
administrativas. Por outro lado, o Executivo e o Judiciário desempenham, também, função atípica
legislativa.
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1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Inês


Levando-se em consideração essa nova feição do princípio da
separação de poderes, a doutrina americana consolidou o mecanismo de controles recíprocos entre
os poderes, denominado “sistema de freios e contrapesos”. Esse mecanismo visa garantir o equilíbrio
e a harmonia entre os poderes, por meio do estabelecimento de controles recíprocos, isto é, mediante
a previsão de interferências legítimas de um poder sobre outro, nos limites admitidos na Constituição.
Não se trata de subordinação de um poder a outro, e sim de mecanismos limitadores impostos pela
própria Constituição, de forma a propiciar o equilíbrio necessário à realização do bem da coletividade
e indispensável para evitar o arbítrio de cada um dos poderes.

Assim, o sistema adotado não é o da “separação absoluta de


poderes”, mas sim o do “balanceamento dos poderes”, de modo que o Direito nacional não concebe
a vedação de o Judiciário controlar atividades de outros poderes. Ao contrário, no Brasil, o Judiciário
tem sim a prerrogativa de interferir na atividade do Executivo e do Legislativo para controlar a atuação
destes na sua conformidade com o Direito, aí incluídos os princípios e diretrizes constitucionais,
situação esta devidamente demonstrada no caso sub judice.

Acrescenta-se, em adendo, que, em nenhuma contenda sobre


direitos pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário, conforme preconiza o art. 5º, inciso
XXXV, da CRFB, senão vejamos: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito”.

Nesse aspecto, como bem leciona Celso Antônio Bandeira de Mello 6:


2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

É ao Poder Judiciário e só a ele que cabe resolver definitivamente sobre


quaisquer litígios de direito. Detém, pois, a universalidade da jurisdição, quer
no que respeita à legalidade ou à consonância das condutas públicas com
atos normativos infralegais, quer no que atina à constitucionalidade delas.
Nesse mister, tanto anulará atos inválidos, como imporá à Administração os
comportamentos a que esteja de direito obrigada, como proferirá e imporá as
condenações pecuniárias cabíveis. (Sem grifos no original).

Por fim, anote-se que conforme também pontua o aludido jurista:

Não há ato propriamente discricionário, mas apenas discricionariedade por


ocasião da prática de certos atos. Isto porque nenhum ato é totalmente
discricionário, dado que, conforme afirma a doutrina prevalente, será sempre
vinculado com relação ao fim e à competência, pelo menos. Com efeito, a lei

6 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 20. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. p.
5C11A7E64D.

108.
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sempre indica, de modo objetivo, quem é competente com relação à prática
do ato – e aí haveria inevitavelmente vinculação. Do mesmo modo, a
finalidade do ato é sempre e obrigatoriamente um interesse público donde
afirmarem os doutrinadores que existe vinculação também com respeito a
este aspecto7.

D - DA NECESSIDADE DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS

O Ministério Público tem amplo poder de investigação, não


necessitando do Poder Judiciário para expedir notificações, proceder a diligências, requisitar
condução coercitiva, documentos ou a prestação de informações, entre outras atividades previstas na
Lei Orgânica Nacional do Ministério Público.

Todavia, o órgão ministerial não tem poder de realizar diretamente a


busca e apreensão ou a exibição de documentos, pois a Constituição, dentre outras garantias, prevê
a da inviolabilidade de domicílio (art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal), razão pela qual, em
casos tais, deve o Ministério Público obter por meio do Poder Judiciário a concretização material do
objeto da requisição.

Vale observar, ainda, que o art. 110 da Lei nº 8.078/90, ao


acrescentar mais um inciso ao art. 1º da Lei nº 7.347/85, alargou consideravelmente o objeto da ação
civil pública, tornando-a instrumento idôneo à apuração de responsabilidades e reparação de danos
causados não apenas ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico, mas também, a teor do seu inciso IV, a "qualquer outro interesse
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

difuso ou coletivo", inclusive a defesa do erário8, razão pela qual perfeitamente admissível a aplicação
dos artigos 4º e 5º da Lei nº 7.347/85.

Com o monopólio das soluções jurisdicionais, o Estado, por


intermédio dos órgãos que compõem o Poder Judiciário, tem o compromisso de tutelar de forma
pronta e adequada os vários casos litigiosos.

7 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 20. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. p.
401.
8 Não vale, com isso, argumentar para efeito de se estabelecer limitação em se tratando de legitimação que o
inciso II do artigo 5º reporta-se apenas ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e não
5C11A7E64D.

ao patrimônio público.
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Como qualquer medida cautelar, para que se caracterizem os
requisitos para sua concessão, há de estar demonstrado o perigo na demora da prestação
jurisdicional e a plausibilidade do direito.

No caso em tela este órgão vem tentando soluções administrativas


com o Prefeito Municipal de Santa Inês neste e em procedimentos administrativos, mas o gestor se
omitiu, inclusive, de oferecer informações que são de caráter público, eis que relacionadas aos
cargos públicos do Município de Santa Inês (DOC 10).

IV - DA TUTELA DE EVIDÊNCIA

Para concretização da providência jurisdicional pedida, afigura-se


imperiosa a concessão de tutela de evidência consistente na imediata determinação, após a oitiva da
Fazenda Pública (art. 2º, da Lei nº 8.437/92), com o fito de:

1) determinar a prorrogação imediata do prazo de validade do


Concurso Público do Município de Santa Inês regido pelo Concurso nº 001/2019, até final
julgamento da ação;

2) determinar ao Prefeito Municipal de Santa Inês, e todo aquele que


o substituir ou suceder no desempenho da função de Prefeito Municipal, que adote as providências
cabíveis, no prazo de 10 (dez) dias úteis, a fim de:
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

(A) exonerar todos servidores contratados para os cargos de


Agente Administrativo, Vigia, AOSG, Assistente Social, Aux. de Consultório Dental, Enfermeiro,
Farmacêutico, Fisioterapeuta, Médico, Motorista, Nutricionista, Odontólogo, Psicólogo, Téc. De
Enfermagem, Téc. De Laboratório, Téc. De Raio-X, Técnico em Radiologia, Téc. De Gesso, Téc.
Em Manutenção, Fiscal Sanitário, Químico, Motorista, Cozinheira, Assessor, Atendente, e

(B) se abster de contratar novos servidores temporários até o


final julgamento da presente ação (notadamente por haver candidatos concursados capazes de
suprir as vagas supostamente existentes, as quais, no momento, carecem de comprovação quanto à
sua existência).
5C11A7E64D.

O Código de Processo Civil dispõe que, quando a petição inicial for


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instruída com prova documental suficiente, a qual não seja elidida pelo requerido, o magistrado pode
determinar desde logo tutela da evidência, independentemente da demonstração de perigo de
dano ou de risco ao resultado útil do processo:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
Omissis;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.

Neste sentido, eis a jurisprudência:

DIREITO PÚBLICO NÃO ESPCIFICADO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO MUNICÍPIO DE PIRATINI.
BENS JURIDICAMENTE TUTELADOS. TUTELA DE EVIDÊNCIA
CONFIGURADA. REVOGAÇÃO DE DECRETOS SEM MOTIVAÇÃO E COM
DESVIO DE FINALIDADE. CONSEQUÊNCIA. MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DA TUTELA CONCECIDA. POSSIBILIDADE. 1. A
concessão tutela provisória de evidência não está condicionada à
inexistência de prévia negativa do pedido, na forma sustentada pelo
agravante, mas sim deve atender os pressupostos previstos no art. 311
do CPC, os quais se evidenciam pelo que se viu das decisões lançadas na
origem, pois a irregularidade afirmada pelo agravado em relação ao ponto de
táxi localizado em frente a um prédio tombado, dos camelôs e dos trailers que
se localizam no centro histórico da cidade. Aliás, tais irregularidades afrontam
o art. 16 da Lei - Piratini nº 393/71.2. Por outro lado, não procede a assertiva
de inaplicabilidade dos Decretos nº 324, nº 331 e nº 332, todos de 2018, sob
o argumento de terem sido revogados pelos Decretos nº 089, nº 090 e nº
091, pois o Poder Executivo Municipal ao revogar os decretos anteriores
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

praticou manifesto ato de desvio de finalidade, seja porque destituído de


qualquer motivação, seja porque contrários à ordem legal e constitucional
vigente, tal como corretamente ponderado pelo juízo a quo, na decisão
agravada. Ademais, mesmo sendo a ação civil público anterior, os decretos
foram repristinados por força da decisão agravada.3. A alegação de
inaplicabilidade da multa contra o agravante, por se tratar de Fazenda
Pública, trata-se de argumentação superada, em razão do entendimento
jurisprudencial consolidado no Superior Tribunal de Justiça no sentido de que
?a multa diária constitui meio eficaz para que a Administração Pública seja
compelida a cumprir com os provimentos judiciais? (Tema nº 98).AGRAVO
DE INSTRUMENTO IMPROVIDO. (TJRS - AI: 70083394791 RS, Relator:
Nelson Antônio Monteiro Pacheco, Data de Julgamento: 04/06/2020, Terceira
Câmara Cível) – Sem grifos no original.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA. TUTELA PROVISÓRIA. SERVIDORA
PÚBLICA. ATO ADMINISTRATIVO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA.
REDUÇÃO SUMÁRIA. AUSÊNCIA DE PRÉVIO PROCESSO
ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. PROVA DOCUMENTAL SUFICIENTE DOS FATOS
CONSTITUTIVOS DO DIREITO DA AGRAVADA. PRESSUPOSTO PARA
5C11A7E64D.

CONCESSÃO DE TUTELA DE EVIDÊNCIA PREENCHIDO. INTELIGÊNCIA


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DO ART. 311, IV, DO NCPC. PROVIDÊNCIA ACERTADA. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. DECISÃO MANTIDA. 1. O poder de
autotutela da Administração decorre da regular observância dos princípios
constitucionais e não é absoluto, tampouco ilimitado. 2. A desconstituição de
ato administrativo que repercuta na esfera individual dos servidores ou
administrados deve ser precedida de prévio procedimento administrativo que
assegure a observância do contraditório e da ampla defesa. 3. Na hipótese
vertente, a revisão do ato de aposentadoria da agravada ocorreu
unilateralmente, sem a instauração de prévio processo administrativo, em
flagrante desrespeito à ampla defesa e ao contraditório. Precedentes. 4.
Nesse trilhar, a postura adotada pela administração pública entrou em rota de
colisão com a jurisprudência do col. STJ e deste egrégio Tribunal que, em
situações do mesmo jaez, se firmou no sentido de que quando a revisão do
ato repercutir na esfera individual do servidor, dever haver antecedente
processo administrativo que assegure os princípios constitucionais em
referência. 5. Assim, como a petição inicial foi instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do direito da parte autora,
ora agravada e não tendo o recorrente logrado êxito em gerar dúvida
razoável acerca de sua pretensão, andou bem o douto Julgador de
planície ao conceder a tutela de evidência epigrafada, o que fez com
respaldo no art. 311, inciso IV, do novo CPC. 6. Recurso conhecido e
desprovido. Decisão mantida. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes
autos de Agravo de Instrumento de nº. 0625523-64.2016.8.06.0000, em que
são partes as acima relacionadas, Acordam os Desembargadores que
compõem a 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, mas para negar-
lhe provimento, nos termos do voto da eminente Relatora, parte integrante
deste. Fortaleza/CE, 05 de outubro de 2017. (TJ-CE - AI:
06255236420168060000 CE 0625523-64.2016.8.06.0000, Relator: LISETE
DE SOUSA GADELHA, 1ª Câmara Direito Público) – Sem grifos no original.

Desde já, destaca-se a existência de elementos suficientes capazes


de evidenciar a probabilidade do direito invocado, sobretudo em virtude dos documentos
comprobatórios da preterição dos candidatos aprovados.
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Outrossim, premente se mostra a necessidade de breve solução da


demanda aqui exposta, eis que cada dia que passa o dano se expande, especialmente em virtude do
fato de que os candidatos aprovados e que deveriam ter sido nomeados em respeito à existência de
cargos vagos e à ordem de classificação deixam de receber proventos, bem como adquirir lapso
temporal para contagem de benefícios funcionais e previdenciários, enquanto aqueles que não
deveriam sequer ser contratados ocupam os cargos que a Constituição Federal determinou serem
ocupados por candidatos previamente submetidos a concurso público.

Isso posto, verifica-se que estão preenchidos os requisitos previstos


no art. 311, inciso IV, do CPC para o fim de determinar as providências acima discriminadas,
acrescida da fixação de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por cada dia de
5C11A7E64D.

descumprimento, a ser paga pessoalmente pelo Prefeito Municipal de Santa Inês em exercício no
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momento da prolação da decisão, bem como quem o substituir e/ou suceder, em caso de
descumprimento das ordens determinadas por Vossa Excelência, consoante argumentos adiante
expostos, quantia que deverá ser revertida para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (art. 13, Lei nº
7.347/85), criado pela Lei Estadual nº 10.417/16 (conta corrente nº 8156-6, da agência nº 3846-6, do
Banco do Brasil S/A).

V - DA NECESSIDADE DE IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA AO


GESTOR EM CASO DE DESCUMPRIMENTO DAS DECISÕES JUDICIAIS:

Apenas para fins de antecipar uma manifestação que possa ser


oportunizada em caso de descumprimento de decisão judicial quando acolhidos os pedidos veiculados
no bojo da presente ação, frise-se, desde já, que, lamentavelmente, muitas vezes uma decisão judicial,
por si própria, não garante o cumprimento da lei e a satisfação do direito.

Em razão disso, adequada e plenamente cabível a imposição de


multa diária pessoal ao gestor municipal com vistas à salvaguarda das medidas judiciais para
efetivação do direito tutelado.

Em outras palavras, o que se pretende é que uma vez descumprida


qualquer decisão judicial prolatada no presente feito, seja ela em sede de cognição sumária (tutela
pleiteada), seja em sede de tutela exauriente (sentença final de mérito), deve ser imposta multa de
natureza pessoal ao chefe do Poder Executivo local, o qual não somente possui, atualmente,
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

legitimidade para o exercício do cargo como, ainda, detém a competência para fazer valer o comando
judicial.

Isso porque não se mostra viável cominar multa diária ao ente público
municipal (pessoa jurídica), em caso de descumprimento da decisão judicial, por ser desproporcional
e desarrazoável, eis que o dinheiro que sai do próprio ente municipal é proveniente da população, a
qual, poderá vir a suportar um ônus que não deu causa alguma e, por conseguinte, acabará a ter o
ônus de arcar com uma multa decorrente da inércia do seu gestor por desprezo à ordem judicial.

A respeito, merece destaque o entendimento da jurisprudência no


sentido de que as multas de caráter inibitório (também conhecidas como astreintes) podem sim ser
aplicadas diretamente a pessoas responsáveis pela implementação da obrigação de fazer imposta
5C11A7E64D.

judicialmente:
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PROCESSO CIVIL. AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE


ASTREINTES. INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR EM CADASTRO DE
INADIMPLENTES. MULTA DIÁRIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. INTIMAÇÃO
PESSOAL. NECESSIDADE. A parte a quem se destina a ordem de fazer ou
não fazer deve ser pessoalmente intimada da decisão cominatória,
especialmente quando há fixação de astreintes. Precedentes. Agravo no
recurso especial improvido. (AGRESP 200702320378, NANCY ANDRIGHI,
STJ – TERCEIRA TURMA, 04/04/2008)

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. OBRIGAÇÕES DE FAZER E


NÃO FAZER. ASTREINTES. VALOR. REEXAME FÁTICOPROBATÓRIO.
SÚMULA 07/STJ. FIXAÇÃO CONTRA AGENTE PÚBLICO. VIABILIDADE.
ART. 11 DA LEI N. 7.347/85. 1. O pedido de minoração da quantia arbitrada a
título de astreintes não ultrapassa a barreira do conhecimento, uma vez que o
valor confirmado pela Corte de origem - R$ 5.000 (cinco mil reais) por dia -
não se mostra manifestamente desarrazoado e exorbitante. Por conseguinte,
sua modificação dependeria de profunda incursão na seara fático-probatória.
Incidência da Súmula 07/STJ. 2. A cominação de astreintes prevista no
art. 11 da Lei n. 7.347/85 pode ser direcionada não apenas ao ente
estatal, mas também pessoalmente às autoridades ou aos agentes
responsáveis pelo cumprimento das determinações judiciais. 3. Recurso
especial conhecido em parte e não provido. (REsp 1111562/RN, Rel. Ministro
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/08/2009, DJe
18/09/2009) – Sem grifos no original.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MANUTENÇÃO DE RODOVIA. ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA. DEFERIMENTO. MULTA POR DESCUMPRIMENTO. IMPOSIÇÃO
À FAZENDA E AO AGENTE PÚBLICO. 1. Com a edição da MP 82/02, a
princípio, havia um interesse em repassar a malha rodoviária federal para os
Estados, com o escopo óbvio de redução de gastos. Posteriormente, a
intenção do Governo Federal se modificou, vindo a vetar integralmente o
Projeto de Lei de Conversão n. 3, de 2003 (MP no 82/02), por contrariar o
interesse público. Esta mudança de entendimento importa, ao que parece,
em assunção de responsabilidade pela manutenção das estradas, por parte
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

da União Federal, já que se mostra inequívoco o propósito de reaver o


domínio das rodovias que foram objeto de transferência pela aludida Medida
Provisória. 2. O Superior Tribunal de Justiça já lançou o entendimento de
que é possível ao juiz, ex oficio ou por meio de requerimento da parte, a
fixação de multa diária cominatória (astreintes) contra a Fazenda
Pública, em caso de descumprimento de obrigação de fazer. 3. Por outro
lado, vale registrar que, a aplicação de astreintes à Fazenda Pública é
pouco eficaz como meio de coerção psicológica, já que sujeitas ao
regime de precatório. Tal coerção somente seria mais eficiente se
incidisse sobre o agente que detém responsabilidade direta pelo
descumprimento da ordem, descumprimento este que gera imediatos
efeitos penais e administrativos. (AG 200604000197247, VÂNIA HACK DE
ALMEIDA, TRF4 - TERCEIRA TURMA, 28/03/2007) – Sem grifos no original.

A imposição liminar de obrigação de fazer ao Município de Santa


Inês, cumulada com a imposição de astreintes, direta e pessoalmente, ao respectivo Prefeito
Municipal de Santa Inês em exercício no momento da prolação da decisão, bem como quem o
substituir e/ou suceder, funda-se, portanto, na imperiosa necessidade de se fazer cessar o
5C11A7E64D.

desrespeito flagrante e contínuo aos postulados citados anteriormente.


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VI – DOS PEDIDOS

Em face de todo o exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO


DO MARANHÃO requer à Vossa Excelência:

1) o recebimento da presente ação, sua autuação e processamento


na forma e rito ordinário, juntando, para tanto, os documentos em anexo (Procedimento Administrativo
nº 013/2021-1ªPJSI), os quais, inclusive, serão juntados de forma integral e parcelada (visando
agilizar a identificação de maneira facilitada dos documentos mais importantes do procedimento
investigatório e citados na presente ação);

2) a notificação do representante judicial da pessoa jurídica de direito


público, a fim de que se pronuncie no prazo de 72 (setenta e duas) horas, ex vi do art. 2º, da Lei nº
8.437/92;

3) decorrido o prazo de 72 (setenta e duas) horas, com ou sem


manifestação da municipalidade, e independentemente de nova manifestação por parte deste órgão,
a concessão da tutela de evidência pleiteada a fim de:

3.1) determinar a prorrogação imediata do prazo de validade do


Concurso Público do Município de Santa Inês regido pelo Concurso nº 001/2019, até final
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

julgamento da ação;

3.2) determinar ao Prefeito Municipal de Santa Inês, e todo aquele


que o substituir ou suceder no desempenho da função de Prefeito Municipal, que adote as
providências cabíveis, no prazo de 10 (dez) dias úteis, a fim de:

(A) exonerar todos servidores contratados para os cargos de


Agente Administrativo, Vigia, AOSG, Assistente Social, Aux. de Consultório Dental, Enfermeiro,
Farmacêutico, Fisioterapeuta, Médico, Motorista, Nutricionista, Odontólogo, Psicólogo, Téc. De
Enfermagem, Téc. De Laboratório, Téc. De Raio-X, Técnico em Radiologia, Téc. De Gesso, Téc.
Em Manutenção, Fiscal Sanitário, Químico, Motorista, Cozinheira, Assessor, Atendente, e
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(B) se abster de contratar novos servidores temporários até o
final julgamento da presente ação (notadamente por haver candidatos concursados capazes de
suprir as vagas supostamente existentes, as quais, no momento, carecem de comprovação quanto à
sua existência);

3.3) fixação de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)


por cada dia de descumprimento, a ser paga pessoalmente pelo Prefeito Municipal de Santa Inês,
inclusive por eventuais sucessores, em caso de descumprimento da ordem determinada por Vossa
Excelência, se for o caso, quantia que deverá ser revertida para o Fundo de Defesa de Direitos
Difusos (art. 13, Lei nº 7.347/85), criado pela Lei Estadual nº 10.417/16 (conta corrente nº 8156-6, da
agência nº 3846-6, do Banco do Brasil S/A);

4) a citação da parte requerida, na pessoa de seu representante legal,


por meio de Oficial de Justiça, para, querendo, contestar o feito no prazo legal, sob pena de confissão
quanto à matéria de fato e sob os efeitos da revelia, facultando ao cumpridor do mandado, para a
comunicação pessoal, a permissão estampada no art. 212, § 2º, e 252, ambos do CPC;

5) a citação, também em nome próprio, do Prefeito Municipal de


Santa Inês, Sr. Luís Felipe Oliveira de Carvalho, ou de quem o substituir ou suceder, se for o caso;

6) a publicação de edital para dar conhecimento a terceiros


interessados e à coletividade, considerando o caráter erga omnes da Ação Civil Pública;
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

7) a inversão do ônus da prova, ex vi do art. 6º, inciso VIII, do


Código de Defesa do Consumidor, nos termos do art. 90, do CDC, c/c art. 21, da Lei de Ação Civil
Pública, a fim de que seja determinado ao Município de Santa Inês que, no prazo de 10 (dez) dias
úteis, apresente a este juízo:

7.1) cópia das Leis Municipais que criaram os cargos de Agente


Administrativo, Vigia, AOSG, Assistente Social, Aux. de Consultório Dental, Enfermeiro, Farmacêutico,
Fisioterapeuta, Médico, Motorista, Nutricionista, Odontólogo, Psicólogo, Téc. De Enfermagem, Téc.
De Laboratório, Téc. De Raio-X, Técnico em Radiologia, Téc. De Gesso, Téc. Em Manutenção, Fiscal
Sanitário, Químico, Motorista, Cozinheira, Assessor e Atendente, acompanhadas da devida
publicação no órgão oficial;
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7.2) cópia dos atos normativos que distribuíram tais cargos entres os
órgãos integrantes da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Inês, acompanhados da devida
publicação no órgão oficial;

7.3) cópia da folha de pagamento da Secretaria Municipal de Saúde


de Santa Inês, em arquivo digital e pesquisável, referente a todos os servidores (sejam contratados
ou concursados) ocupantes dos cargos de Agente Administrativo, Vigia, AOSG, Assistente Social,
Aux. de Consultório Dental, Enfermeiro, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Médico, Motorista,
Nutricionista, Odontólogo, Psicólogo, Téc. De Enfermagem, Téc. De Laboratório, Téc. De Raio-X,
Técnico em Radiologia, Téc. De Gesso, Téc. Em Manutenção, Fiscal Sanitário, Químico, Motorista,
Cozinheira, Assessor e Atendente dos meses de outubro de 2021, julho de 2022 e do mês do
encaminhamento da aludida resposta;

7.4) listagem, em arquivo digital e pesquisável, contendo todos os


órgãos da Secretaria Municipal de Saúde (Unidades Básicas de Saúde, Centro de Atenção
Psicossocial, Postos de Saúde, Unidades Hospitalares, Unidades Farmacêuticas, Unidades de
Imagens e Exames Laboratoriais, etc.) em que hajam servidores (contratados ou concursados)
ocupantes dos cargos de Agente Administrativo, Vigia, AOSG, Assistente Social, Aux. de Consultório
Dental, Enfermeiro, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Médico, Motorista, Nutricionista, Odontólogo,
Psicólogo, Téc. De Enfermagem, Téc. De Laboratório, Téc. De Raio-X, Técnico em Radiologia, Téc.
De Gesso, Téc. Em Manutenção, Fiscal Sanitário, Químico, Motorista, Cozinheira, Assessor e
Atendente;
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

8) a procedência dos pedidos constantes da presente ação, com


o fito de:

8.1) confirmando os efeitos da tutela de evidência, determinar a


prorrogação do prazo de validade do Concurso Público do Município de Santa Inês regido pelo
Edital nº 001/2019 pelo prazo de 02 (dois) anos, contados do término do prazo de 02 (dois) anos da
homologação, ou seja, até 06/08/2024;

8.2) compelir o Município de Santa Inês a:

8.2.1) apresentar todos as leis e atos normativos, de qualquer


5C11A7E64D.

natureza, capazes de comprovar o quantitativo legal de cargos criados paras as funções de (i)
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Agente Administrativo; (ii) Vigia; (iii) AOSG; (iv) Assistente Social; (v) Aux. de Consultório
Dental; (vi) Enfermeiro; (vii) Farmacêutico; (viii) Fisioterapeuta; (ix) Médico; (x) Motorista; (xi)
Nutricionista; (xii) Odontólogo; (xiii) Psicólogo; (xix) Téc. De Enfermagem; (xv) Téc. De
Laboratório; (xvi) Téc. De Raio-X; (xvii) Técnico em Radiologia; (xviii) Téc. De Gesso; (xix) Téc.
Em Manutenção; (xx) Fiscal Sanitário; (xxi) Químico; (xxii) Motorista; (xxiii) Cozinheira; (xxiv)
Assessor, e (xxv) Atendente vinculados à Secretaria Municipal de Saúde;

8.2.2) confirmando os efeitos da tutela de evidência:

8.2.2.1) compelir o Município de Santa Inês na obrigação de fazer


consistente em exonerar todos os servidores contratados para os cargos de Agente
Administrativo, Vigia, AOSG, Assistente Social, Aux. de Consultório Dental, Enfermeiro,
Farmacêutico, Fisioterapeuta, Médico, Motorista, Nutricionista, Odontólogo, Psicólogo, Téc. De
Enfermagem, Téc. De Laboratório, Téc. De Raio-X, Técnico em Radiologia, Téc. De Gesso, Téc.
Em Manutenção, Fiscal Sanitário, Químico, Motorista, Cozinheira, Assessor e Atendente, e

8.2.2.2) na obrigação de não fazer consistente em se abster de


contratar novos servidores temporários ou de qualquer outro vínculo precário

9) uma vez comprovada a existência de vagas para os cargos de


(i) Agente Administrativo; (ii) Vigia; (iii) AOSG; (iv) Assistente Social; (v) Aux. de Consultório
Dental; (vi) Enfermeiro; (vii) Farmacêutico; (viii) Fisioterapeuta; (ix) Médico; (x) Motorista; (xi)
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Nutricionista; (xii) Odontólogo; (xiii) Psicólogo; (xiv) Téc. De Enfermagem; (xv) Téc. De Raio-X;
(xvi) Téc. De Gesso; (xvii) Téc. Em Manutenção; (xviii) Motorista e (xix) Terapeuta Ocupacional
vinculados à Secretaria Municipal de Saúde (por meio das leis e atos normativos capazes de
comprovar efetivamente a existência das vagas – vide item 7.1), e havendo vacância dos cargos,
seja determinado o provimento de todas elas por meio da convocação e posse dos candidatos
devidamente aprovados/classificados no Concurso Público Edital nº 001/2019, obedecida a
ordem de classificação no certame, inclusive no que se refere à proporcionalidade entre candidatos
de diversas cotas;

10) a cominação de multa diária no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta


mil reais) em caso de descumprimento das decisões judiciais prolatadas no presente feito, devendo a
multa ser fixada pessoalmente ao Prefeito Municipal de Santa Inês/MA, ou a quem o suceder
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ou substituir, tendo como destinatário o Fundo Estadual dos Direitos Difusos, criado pela Lei
Estadual nº 10.417/16 (conta corrente nº 8156-6, da agência nº 3846-6, do Banco do Brasil S/A);

11) a condenação dos requeridos ao pagamento das custas,


despesas processuais, bem como pagamento dos honorários periciais, se necessários, e ônus de
sucumbência;

12) a produção de prova por todos os meios permitidos em Direito e,


especialmente, depoimento pessoal do atual representante legal do Município, bem como daqueles
que eventualmente o sucederem ou substituírem, oitiva de testemunhas, perícias e posterior juntada
de documentos e

13) a dispensa do Ministério Público do adiantamento de custas,


emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, e de eventual condenação em
honorários de advogado, custas e despesas processuais, nos termos do art. 18 da Lei nº 7.437/85.

No mais, ressalta-se que este órgão não tem interesse na designação


de audiência de conciliação (art. 319, inciso VII, e art. 334, ambos do CPC), haja vista que a medida
não se mostra a mais adequada ao interesse público, sobretudo em virtude das tentativas infrutíferas
de resolução da questão na esfera administrativa e da veemente recalcitrância encontrada pelo
representante legal da municipalidade.
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Dá-se à causa, para os fins do art. 292 do NCPC, o valor de R$


1.000,00 (hum mil reais).

Santa Inês/MA, 20 de julho de 2022.

assinado eletronicamente (*)


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ROL DE TESTEMUNHAS:

Quanto ao cargo de Assistente Social:

1) Juliana dos Santos Gomes (Servidora Contratada), CPF nº 610.086.273-56, podendo ser
encontrada na Rua do Flamengo, nº 411, Centro, Santa Inês/MA;

2) Simony Alves da Cruz (Servidora Contratada), CPF nº 030.511.953-24, podendo ser encontrada
na Rua Dom Pedro II, nº 220, Mercado Central, Santa Inês/MA;

3) Bárbara Cristina Silva Pereira - 3ª Aprovada - 302 - Assistente Social - SAE/CTA/SAÚDE, CPF
nº 063.006.673-67, podendo ser encontrada na Rua 20, Quadra 25, nº 33 Habitacional Turú, São
Luís/MA;

4) Gabriela de Sousa Soares - 3ª Aprovada 301 - Assistente Social - NASF/SAÚDE, CPF nº


048.282.143-48, podendo ser encontrada na Rua do Aririzal, Condomínio Ville, Bloco 01, Apto. 104,
Jardim Eldorado, São Luís/MA;

Quanto aos cargos de Fisioterapeuta:

5) Diógenes Guimaraes Sepuvida (Servidor Contratado), CPF nº 607.872.883-06, podendo ser


encontrado na Rua Juscelino Kubitschek, nº 136, Sabak, Santa Inês/MA;
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

6) Gustavo Zaynette Torres de Oliveira (Servidor Contratado), CPF nº 666.692.193-34, podendo


ser encontrado na Avenida Alcântara Machado, nº 10, Maranhão Novo, São Luís/MA;

7) Francisca Samira Silva da Conceição - 6ª Aprovada - 311 - Fisioterapeuta - NASF/SAÚDE,


CPF nº 059.080.383-26, podendo ser encontrada na Rua Rui Barbosa, nº 572, Centro, Bacabal/MA;

8) Jéssica Boas Gomes dos Santos - 4ª Aprovada - 312 - Fisioterapeuta/SAÚDE, CPF nº


011.219.673-02, podendo ser encontrada na Rua 01, Casa 05-A, Jardim América, Cidade Operária,
São Luís/MA;

Quanto ao cargo de Odontólogo:


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9) Hugo Mendes Raposo Vieira (Servidor Contratado), CPF nº 010.884.393-90, podendo ser
encontrado na Rua Botafogo, nº 87, Centro, Santa Inês/MA;

10) Ivana Aguiar Ferreira Raposo (Servidora Contratada), CPF nº 650.844.623-15, podendo ser
encontrado na Rua Inês Galvão, nº 97, Centro, Santa Inês/MA;

11) Fernanda Santana Alves Leite - 6ª Aprovada - 318 - Odontólogo - Estratégia Saúde
Bucal/SAÚDE, CPF nº 031.856.413-02, podendo ser encontrada na Avenida Antônio Teles, nº 39,
Rodoviário, Grajaú/MA;

12) Bruno Luís Lima Soares – 7º Aprovado - 318 - Odontólogo - Estratégia Saúde Bucal/SAÚDE,
CPF nº 031.856.413-02, podendo ser encontrado na Rua 02, Nº 149, Conjunto Casa e Jardim, Santa
Inês/MA;

Quanto ao cargo de Médico – E.S.F:

13) Antônio Gomes de Azevedo (Servidor Contratado), CPF nº 106.650.213-72, podendo ser
encontrado na Rua Dom Pedro II, nº 89, Santo Antônio, Santa Inês/MA;

14) Bruna da Silva Lima (Servidora Contratada), CPF nº 051.557.123-78, podendo ser encontrada
na Rua do Chumbo, Quadra 11, nº 07, Residencial Canaã, Anil, São Luís/MA;
2/2001 c/c Art. 2º, EC32/01 e Arts. 107 e 219 do Código Civil Brasileiro.

Quanto ao cargo de Enfermeiro:


15) Monique de Sena Vieira Brito (Servidora Contratada), CPF nº 027.205.893-90, podendo ser
encontrada na Rua da Barreirinha, nº 1434, Centro, Santa Inês/MA;

16) Elmarene de Cássia Bacelar Limeira (Servidora Contratada e irmã da ex-Secretária


Municipal de Saúde, Maria Rita Bacelar Limeira), CPF nº 823.011.903-15, podendo ser encontrada
na Avenida Santos Dumont, nº 178, Centro, Caxias/MA.

Santa Inês/MA, 20 de julho de 2022.

assinado eletronicamente (*)


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