WORSTER, Donald, Transformações da terra: para uma perspectiva agroecológica
na história, Ambiente & Sociedade, v. 5, n. 2, p. 23–44, 2003.
Matheus Vinicius Gomes de Lima
Neste texto, Donald Worster, novamente trabalha como se constrói a noção de
História Ambiental e como os estudos e teorias desse campo impactam na sociedade e na agroecologia. Como forma de exemplificar sobre o tema, ele traz a história da disputa do Kentucky, onde disputavam: os indígenas nativos, os Impérios Francês ou Inglês, e os colonizadores americanos. Sendo estes últimos os vencedores, pela descoberta do potencial de pasto que existia na terra, tudo isso se dava pela importação inconsciente de um capim do prado que veio junto de gado inglês, produzindo assim uma terra boa para a produção de cabeças de gado. O nome deste movimento, se denomina “padrão de sucessão ecológica secundária”, é quando a vegetação sofre perturbações, mas o solo não é destruído. Enfim, o autor trata essa história como forma de demonstrar a natureza como aspecto determinador da vida humana, não sendo um pano de fundo, mas um aspecto importante e singular, logo que, o ser humano foi um dos últimos seres vivos a se desenvolverem. A cultura e a natureza se confrontam e interagem, e nessa interação nasce a História Ambiental. Existem três níveis nos quais está disciplina constrói seu método, no primeiro se fala sobre a importância do passado como fator relevante para um bom entendimento da Historia Ambiental, contudo, está é um dos níveis mais difíceis de ser alcançado, em vista da dificuldade de documentos e fontes os quais retratem aspectos importantes da vegetação. O segundo nível, se dá no ambiente do trabalho, como o ser humano sempre de alguma forma encontra meios de produzir ferramentas para facilitar sua alimentação, e essas ferramentas acabam impactando diretamente o meio ambiente. A facilidade desse campo é maior, devido aos estudos sobre os meios de produção que possuem uma extensa literatura. Entretanto, se negligencia muito quando se fala da agricultura e seus impactos. Finalmente, o terceiro nível, neste está o objeto mais intangível, seriam as percepções, os mitos e histórias das pessoas, cada sociedade acaba criando um mapa cognitivo único do ambiente em que se está inserido.