Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cristina Diestel
cristinadiestel@gmail.com
Doença Celíaca ou Enteropatia Sensível ao Cerca de 8 a 13% dos pacientes adultos com
Glúten ou Espru não-tropical doença celíaca irão desenvolver alguma doença maligna,
sendo as mais frequentes o linfoma intestinal não-Hodgkin,
A doença celíaca é uma doença sistêmica carcinoma de esôfago e carcinoma de orofaringe. O risco
imunomediada que ocorre em indivíduos geneticamente reduz de modo importante com a exclusão do glúten da
predispostos, expostos ao glúten e às prolaminas dieta, tornando-se semelhante ao da população em geral
relacionadas e a outros fatores ambientais. após 05 anos de tratamento adequado.
A B
1
Diagnóstico da Doença Celíaca: Gastrointestinais: Sintomas de má-absorção GI após
exposição ao glúten da dieta – diarreia ou esteatorréia,
O diagnóstico de doença celíaca é feito por uma perda de peso, dor e distensão abdominal e
combinação de avaliações clínicas, laboratoriais e deficiências nutricionais. Se manifesta entre 6 e 24
histológicas, porém a biópsia de intestino delgado é o meses de idade.
ponto final (padrão ouro) do diagnóstico. Extraintestinais: Pouco ou nenhum sintoma GI (sem
diarreia). Predomínio das manifestações
Os anticorpos circulantes e seu subseqüente extraintestinais. Surge mais tardiamente. Os únicos
desaparecimento com dieta sem glúten adiciona força ao indícios podem ser a baixa estatura ou anemia.
diagnóstico. Esses exames são frequentemente usados
como triagem, seguidos, posteriormente da realização de A doença celíaca por ser ainda silenciosa, onde os
biopsia duodenal. pacientes assintomáticos, mas com sorologia e biopsia
positivas para a DC e potencial ou latente, naqueles que
Quanto aos testes sorológicos, o anticorpo possuem sorologia positiva, mas com biopsia intestinal
antiendomísio da classe IgA, obtido pela técnica de normal, mesmo com dieta contendo glúten.
imunofluorescência indireta é considerado o teste de
referência pela alta especificidade (93-100%) e Segundo Chemin, o quadro clínico apresenta a tríade
sensibilidade (98-100%). Os anticorpos transglutaminase dominante clássica constituída por diarréia, perda de peso
são realizados pela técnica de imunoensaio enzimático e astenia.
(ELISA) e possuem sensibilidade superiores a 90%. O
teste de antigliadina deamidada pode ser útil em crianças e Os sintomas mais comuns nas crianças de 06 meses
em pacientes com deficiência de IgA, realizando a a 03 anos de idade são: diarréia, esteatorréia, atraso de
dosagem de IgG. crescimento e puberdade, apatia, pouco ganho de peso,
vômito e distensão abdominal.
Em pacientes com DC é comum a deficiência de IgA,
dessa maneira, os médicos avaliam os níveis de IgA se os Os adultos podem experimentar perda de peso,
resultados sorológicos forem normais, mas o quadro apesar de apetite aumentado, dor abdominal, diarreia,
clínico sugerir DC. Também é possível utilizar os testes fraqueza e fadiga ou eles podem se apresentar com
sorológicos para monitorar a resposta de um paciente sintomas extra-intestinais como artralgia, anemia
recém-diagnosticado e tratado com uma dieta sem glúten. (principalmente por deficiência de ferro), osteopenia,
infertilidade e aborto recorrente ou espontâneo, síndrome
É, em seguida, realizada uma biópsia inicial (no do intestino irritável, neuropatia periferia, estomatite
duodeno, jejuno ou íleo) enquanto o paciente está com recorrente e outras formas de doença auto-imune.
uma dieta com glúten. Em seguida é obtida a remissão Segundo a Krause(2010) são manifestações da odença
com a retirada da gliadina. celíaca também, constipação crônica e má absorção de
vitaminas e minerais.
Manifestações clínicas:
As pessoas com dermatite herpetiforme, um distúrbio
Segundo Dan divide-se os sintomas da DC em de pele papulovascular com prurido, mostram sensibilidade
gastrointestinais e extraintestinais. intestinal à gliadina: 60% também possuem atrofia vilosa
grave do intestino delgado. A manifestação cutânea
também responde a uma dieta sem glúten.
2
Antigamente acreditava-se que a ingestão de aveia 2003, a Lei Federal 10674 foi promulgada em substituição
era questionável para indivíduos com DC, entretanto, a anterior, determinando que todos os alimentos
estudos mostraram que é segura a ingestão de aveia na industrializados deveriam conter a expressão “contém
dieta sem glúten se estiver na forma pura e não glúten” ou “não contém glúten”, conforme o caso. Há
contaminada. Uma população muito pequena de pacientes também, uma resolução – RDC 137, de maio de 20003 –
com DC pode não ser capaz de tolerara nem a aveia pura. para os produtos faramacêuticos, que devem conter a
Em geral, os pacientes não precisam ser aconselhados a expressão contem glúten para os medicamentos que
evitar a aveia livre de glúten em sua dieta, a menos que contém essas proteína.
tenham demonstrado intolerância a mesma.
A intolerância à lactose ocorre algumas vezes
Pode-se utilizar milho, batata, arroz, soja, tapioca, secundariamente à doença celíaca e necessita de
amaranto, quinoa, painço, araruta, polvilho doce e azedo, terapêutica apropriada. Normalmente após a dieta sem
sagu, mandioca, fécula de batata, fubá, farinha de milho, gliadina a lactase volta a níveis normais e a intolerância a
amido de milho e canjica, teff (erva do amor, origem lactose desaparece.
Etiopia) e trigo sarraceno/mourisco (é assim conhecido,
mas não pertence a família do trigo comum e não possui Em geral, deve-se avaliar os pacientes quanto a
glúten). Nos produtos para panificação sem glúten, deficiências nutricionais antes de iniciar a suplementação.
assados, podem ser usadas gomas como a xantana, guar Em todos os pacientes recém diagnosticados, o médicos
e celulose para fornecer a elasticidade necessária para deve considerar a verificação dos níveis de ferritina, folato
reter os gases de fermentação. NO quadro abaixo, deve-se eritrocitário e 25-OH- vitamina D. Se os pacientes
observar os cuidados com a dieta para evitar apresentarem sintomas graves como diarreia, perda de
contaminação com glúten. peso e má absorção e sinais de deficiências nutricionais
(cegueira noturna, neuropatia, tempo de protrombina
Segundo Dan, embora o trigo sarraceno não contenha prolongado, etc), devem-se verificar outras deficiências
glúten, ele pode estar contaminado com glúten e essa como (A, E., K) e os minerais (zinco).
contaminação pode ocorrer no campo, na colheita e na
moagem, pois o trigo sarraceno normalmente está próximo A recuperação da mucosa intestinal que ocorre após o
da plantação de trigo. início de uma dieta sem glúten melhora a absorção de
nutrientes e muitos pacientes que ingerem uma dieta sem
A relação entre o glúten e a doença celíaca está bem glúten bem balanceada não precisam de suplementação.
estabelecida, porém, a relação entre a quantidade de
glúten ingerida e a ocorrência de anormalidades clínicas e No entanto, a maioria dos produtos sem glúten
histológicas ainda não. A quantidade de glúten consumida especializados não é fortificada com ferro e vitaminas doo
não deve ser superior a 50mg/dia. Entretanto, como não é complexo B, como os outros grãos, assim, a dieta pode
possível analisar o conteúdo de glúten que o paciente com não ser tão completa sem ao menos uma suplementação
doença consome por dia, deve-se orientar que a dieta seja parcial. A anemia deve ser tratada com ferro, folato ou
totalmente isenta de glúten. Segundo o Codex vitamina B12, dependendo da sua natureza. Os pacientes
Alimentarius, para que um produto industrializado seja com má absorção óssea podem se beneficiar de uma
denominado gluten free a quantidade de glúten não pode avaliação da densidade mineral óssea para verificar a
exceder 20mg/kg. presença de osteopenia e osteoporose. A suplementação
de cálcio e vitamina D pode ser benéfica nesses pacientes.
A ausência de sintomas após consumir gliadina (e as A reposição de água e eletrólitos é essencial naqueles com
outras proteínas) não necessariamente significa que as diarreia grave,
vilosidades não estão danificadas. A condição precipitante
continua a existir e a gliadina causa alterações mucosas
Os pacientes que continuam com má absorção devem
dentro de horas. Entretanto os sintomas podem levar 02
receber um suplemento de vitaminas e minerais para
até 08 semanas ou mais para reaparecer.
atingir a RDA. Se houver má absorção o TCM pode auxiliar
a fornecer calorias.
Foi observado que adultos que iniciam e param a dieta
sem gliadina várias vezes podem atingir um estado no qual
Para os que não respondem ao tratamento, um
não respondem mais à dieta. Em casos não tratados, a
anamnese detalhada ajuda a identificar a fonte de
resposta exagerada imune e inflamatória eventualmente
contaminação de glúten ou tratamento de outra condição
resulta em lesão suficiente da mucosa intestinal, a ponto
subjacente pode resolver os sintomas. O diagnóstico de
de comprometer as funções secretoras, digestivas e
doença celíaca refratária é feito quando os pacientes não
absortivas normais, especialmente no intestino delgado
responde ou respondem apenas temporariamente a uma
proximal.
dieta sem glúten e todas as causas externas foram
descartadas incluindo a ingestão inadvertida de glúten. Os
No Brasil, em 1992, foi promulgada uma lei federal
pacientes com doença refratária podem responder a
que determinava a impressão da advertência “contém
esteroides, azatioprina, ciclosporina ou outras medicações
glúten” nos rótulos e nas embalagens de alimentos
classicamente usadas para supimir as reações
industrializados que apresentassem trigo, centeio, cevada
inflamatórias ou imunológicas.
e aveia e seus derivados em sua composição. Em maio de
3
1) Defeitos raros congênitos tais como deficiências de
Espru Tropical (Krause) sacarase, de isomaltase ou lactase, vistas no recém
nascido;
2) Formas generalizadas secundárias a doenças que
É uma síndrome de diarréia que ocorre em áreas
danifiquem o epitélio (doença de Crohn ou doença
tropicais. Ela pode ser a seqüela de uma diarréia
celíaca);
infecciosa aguda, com subseqüente contaminação do
3) Uma forma que usualmente aparece após a
intestino por bactérias. Como na doença celíaca, as
infância, mas pode aparecer até os 02 anos de
vilosidades intestinais são encurtadas, porém as
idade.
alterações de superfície celular são muito menos graves. A
mucosa gástrica pode ser inflamada, com secreção
diminuída de ácido clorídrico e fator intrínseco. Deficiência de lactase
Os sintomas incluem diarréia, anorexia, distensão É causada por uma deficiência de lactase, a enzima
abdominal, assim como sintomas de deficiência nutricional, que digere o açúcar do leite, a lactose. Da população
tais como cegueira noturna, glossite, estomatite, queilose, mundial, aproximadamente 70% tem intolerância a lactose.
palidez e edema. A anemia pode resultar de deficiências
de ferro, ácido fólico e vitamina B12. A lactase é uma beta-galactosidade, que tem
predomínio no jejuno e está localizada no ápice das
Tratamento do Espru Tropical vilosidades, o que a torna mais sensível à lesão da
mucosa intestinal.
Envolve a restauração de fluídos, eletrólitos e
nutrientes. Esta patologia freqüentemente responde à A lactose não é hidrolisada a galactose e glicose e
terapia com antibióticos e folato. Juntamente com outros permanece no intestino e atua osmoticamente para atrair
nutrientes quando necessário, o folato é administrado água para o intestino. As bactérias colônicas fermentam a
oralmente, juntamente com vitamina B12 intramuscular lactose não digerida, gerando ácidos graxos de cadeia
(1000 g/mês). curta, dióxido de carbono e gás hidrogênio. O consumo de
mais de 12 gramas (01 copo de leite) pode resultar em
inchaço, flatulência, cólicas e diarreia.
4
prolongado do TGI como em NPT, porém, geralmente, mais lento que o de bebidas lácteas líquidas e o teor de
lentamente. lactose é baixo. A tolerância ao iogurte deve ser devido à
presença de -galactosidase microbiana na cultura
Mesmo em adultos que mantém a atividade de bacteriana que facilita a digestão de lactose no intestino.
lactase, a quantidade de lactase é cerca de metade das
outras dissacaridases, como a sacarase, dextrinase ou Muitos adultos com intolerância a quantidades
glicoamilase. A hipolactasia pode ter relação com o moderadas de leite podem se adaptar e tolerar 12 gramas
aumento do câncer de cólon em algumas populações. ou mais de lactose no leite (240 ml de leite) quando
introduzidas gradualmente durante várias semanas
A exceção de tolerância à lactose tem atraído o (Krause). Isso ocorre não pelo aumento da enzima lactase,
interesse de geógrafos e outro preocupados com a mas pela adaptação da flora colônica que sofre adaptação
evolução da população mundial. Uma mutação genética a fermentação.
favorecendo a tolerância à lactose parece ter surgido há
aproximadamente 10.000 anos, quando se introduziu a A enzima lactase, como o Lactaid e os produtos do
produção leiteira pela primeira vez. Presumivelmente, isso leite tratados com a enzima lactase estão disponíveis para
teria ocorrido em lugares onde se estimulou o consumo de auxiliar a digestão dos intolerantes.
leite por causa de algum grau de privação alimentar e em
grupos nos quais o leite não era fermentado antes do
consumo a fermentação decompõe grande parte da
lactose em monossacarídeos). A mutação teria perdurado
seletivamente porque promoveria maior saúde,
sobrevivência e produção dos que carregavam o gene.
As pessoas que fazem restrição de lactose devem Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)
tomar suplementos de cálcio de vitamina D ou devem ter
cuidados de consumir esses nutrientes de fontes não As duas principais DIIs são a doença de Crohn (DC) e
lácteas. É necessário, também ler rótulos de alimentos a retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI). São de
cuidadosamente. evolução crônica, de etiologia desconhecida,
caracterizadas por períodos de atividade e/ou
A maioria dos adultos pode tolerar pequenas complicações, intercalados com fases de aparente
quantidades como 06 a 12 gramas sem sintomas, acalmia, possuem respostas terapêuticas semelhantes,
especialmente quando consumida com refeições ou na mesmo que, fisiopatologicamente devam ser consideradas
forma de queijo ou produtos lácteos fermentados. Com doenças diferentes.
freqüência os derivados de leite sólidos ou semi-sólidos
tais como queijos envelhecidos, são bem tolerados porque A etiologia das DII é desconhecida e multifatorial, mas
o esvaziamento gástrico destes gêneros alimentares é são apontados quatro aspectos que apresentam grande
5
interação, além de sofrerem a influência de fatores Embora possa acometer qualquer faixa etária a DC
ambientais: os genéticos, os luminais (relacionados a predomina em pessoas jovens, com pico de incidência
microbiota, seus antígenos e produtos metabólicos e os entre 10 e 40 anos de idade, porém, 15% das pessoas têm
antígenos alimentares); os relacionados à barreira mais de 60 anos ao diagnóstico, caracterizando um
intestinal (incluindo os aspectos relacionados a imunidade segundo pico de incidência, menos evidente, entre 60-80
inata e à permeabilidade intestinal) e os relacionados à anos, configurando uma apresentação bimodal.
imunorregulação (incluindo a imunidade adaptativa ou
adquirida). Nas DIIs os mecanismos reguladores da As características particularmente importantes da DC
resposta imune são defeituosos ou os fatores que incluem:
estimulam a resposta imunológica e a fase aguda são Pode envolver qualquer parte do TGI, da boca ao
intensificados, levando a fibrose e destruição tecidual. ânus. O intestino delgado, particularmente o íleo terminal
estão envolvidos;
Na DII há um exposição aumentada, diminuição dos Inflamação segmentar – áreas sadias intercaladas
mecanismos de defesa ou redução da tolerância a algum com áreas inflamadas;
componente da microflora GI (Há alterações quantitativa e Envolvimento transmural da parede levando à
qualitativas na microbiota intestinal de pacientes com DIIs, complicações como fístulas, ulceração, abscessos,
também ocorre aumento de bactérias anaeróbias com espessamento submucoso, estenoses (Figura 5) e
redução de bifidobactérias e lactobacillus). A resposta obstruções parciais do trânsito.
inflamatória inadequada e uma incapacidade de surpimi-la
têm um papel fundamental na doença.
6
Diferenças entre DC e RCUI (Krause)
7
Tratamento Clínico das DIIs casos mais graves de doença de Crohn e no tratamento de
fístulas, mas ainda não se mostrou eficaz na colite
Os objetivos do tratamento das DIIs são induzir e ulcerativa
manter a remissão e o estado nutricional.
Na tabela abaixo podem ser observados os efeitos
O tratamento das manifestações GI primárias parece nutricionais dos medicamentos usados no tratamento das
corrigir a maioria das características extra-intestinais da DIIs: (Dan)
doença imunossupressores e antibióticos (metronidazol).
Os principais objetivos da terapia nutricional são: Na tabela abaixo podemos observar os principais
- recuperar e/ou manter o estado nutricional, problemas nutricionais associados às DIIs.
- manter o crescimento em crianças,
8
No quadro abaixo podem ser observados os principais déficits nutricionais observados nos pacientes com DII e seus
respectivos mecanismos (Chemin, 2016)
Vitaminas antioxidantes
Pacientes com DII estão sujeitos a intenso estresse oxidativo, o que leva a consumo de elementos antioxidantes como ácido
ascórbico, alfa e betacaroteno e licopenos. A suplementação com vitaminas E e C favorece a redução do estresse oxidativo.
Vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K)
Principalmente nos pacientes com DC e má-absorção e/ou naqueles com comprometimento ileal (ou ressecção). A falta de
reabsorção dos sais biliares no íleo terminal provoca redução no pool de sais biliares e prejuízo na absorção dos lipídios,
inclusive das vitaminas lipossolúveis. O uso de colestiramina (que promove a quelação de ácidos biliares) também
prejudica a absorção dessas vitaminas. A vitamina D é a vitamina lipossolúvel mais frequentemente afetada, o que contribui
ainda mais para o desenvolvimento de osteoporose.
Zinco
Até 50% dos pacientes com DC podem desenvolver déficit de zinco. A redução de zinco contribui para diminuição do
apetite. Paralelamente, há redução na fosfatase alcalina, que é uma metaloenzima do zinco.
Ácido fólico
A deficiência de ácido fólico é mais comum na retocolite ulcerativa (RCU) (até 60%) do que na doença de Crohn (DC) (até
40%) em grande parte pelo uso mais corriqueiro de sulfassalazina na RCU. A sulfassalazina interfere na absorção intestinal
de ácido fólico, ocasionando anemia macrocítica. Metotrexato também pode provocar deficiência de ácid fólico e
consequente mucosite, principalmente oral. Nessas duas situações, o paciente deve repor ácido fólico na dose de 1 a
5mg/dia, por via oral.
Cálcio
O uso de crticosteroides interfere na absorção do cálcio, o que deve ser lembrado especialmente no tratamento de crianças e
adolescentes, por causa da interferência no desenvolvimento e no crescimento. Também é descrita má-absorção de cálcio
em pacientes com DC. A deficiência de cálcio é relacionada com o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose e com o
risco de fraturas.
9
Cobre
Pacientes com intensa diarreia, fístulas e estomias têm risco de desenvolver redução de cobre.
Ferro
Além da redução da ingestão, a perda crônica ou aguda de ferro por diarreia ou enterorragia justifica a redução da ingestão
de ferro nos pacientes com DII (anemia ferropriva, microcítica, hipocrômica). Essa perda tende a ser mais comum na RCU
(até 70% maior do que na DC (até 40%). A deficiência de ferro produz forte impacto na qualidade de vida dos pacientes.
Contribuem ainda para essa deficiência nesses pacientes a supressão da produção de eritropoietina por citocinas
proinflamatórias (por exempli, interleucina 6) e a alteração no metabolismo do ferro provocada pelo incremento de
citocinas proinflamatórias, de metabólitos reativos de oxigênio e do óxido nítrico.
Homocisteína
Os níveis de homocisteína costumam estar elevados tanto em crianças quanto em adultos com DII, particularmente na DC
aumentando ainda mais o risco trombótico já existente.
Lipoproteínas
Transportam gorduras e vitaminas lipossolúveis na circulação, contribuindo para a integridade da membrana celular. O
colesterol LDL e as lipoproteínas A-I e B estão geralmente diminuídos na DC, e os níveis não se correlacionam com
atividade da doença.
Magnésio e fósforo
Diminuem por redução da ingestão oral, por perdas crônicas (diarreia, fístulas) e por má-absorção intestinal. Contribuem
para osteopenia e osteoporose. O fósforo desempenha papel importante na manutenção das funções intestinais (por
exemplo, processo de absorção e reconhecimento de antígenos) e do equilíbrio da microbiota intestinal (equilíbrio entre
bactérias não patogênicas e potencialmente patogênicas).
Niacina
A deficiência de niacina gera pelegra, que pode ser verificada em pacientes com DC e importante má-absorção. Caracteriza-
se por lesões descamativas e hipercrômicas pelo corpo, particularmente em áreas expostas ao sol. Pode acompanhar-se de
fadiga e quadro psiquiátrico (por exemplo, lentidão, confusão).
Proteínas
Hipoalbuminemia é relativamente comum em pacientes com DII (até 65% dos casos). Contribuem para hipoproteinemia a
redução na ingestão alimentar, as perdas intestinais e o aumento do catabolismo. A dosagem de alfa-1-antitripsina nas fezes
é útil na avaliação de perda proteica intestinal. A depleção associa-se à maior mortalidade pós-cirúrgica.
A redução da albumina associada ao aumento da proteína C reativa significa atividade inflamatória e não pode ser
considerada para avaliação do estado nutricional,
Selênio
Está geralmente reduzido nos pacientes com intestino curto e naqueles submetidos à nutrição enteral por longo tempo.
Vitamina A
Faz parte do grupo das vitaminas lipossolúveis; reduzida em pacientes com má-absorção intestinal (esteatorreia) e naqueles
com baixa ingestão. Seu déficit provoca xerostomia, xeroftalmia, cegueira noturno e aumenta o risco de fraturas.
Vitamina B12
Particularmente nos pacientes com DC que comprometa o íleo ou em ressectados. A redução da ingestão também contribui
para o déficit de vitamina B12, com consequente anemia megaloblástica. A reposição por via intramuscular nesses casos é
recomendada.
Vitamina K
Além de ser fundamental nos processos de coagulação, a vitamina K também é um cofator na carboxilação de osteocalcina,
uma proteína crucial para incorporar o cálcio ao osso. A vitamina K promove a carboxilação dos resíduos do ácido
glutâmico nas proteínas que contêm esse ácido, como é o caso da osteocalcina. Relaciona-se, portanto, com o
desenvolvimento de osteoporose.
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel cujo papel A deficiência de zinco na DII é frequente, por ingestão
no desenvolvimento da DII tem sido subestimado, seus oral inadequada, redução da absorção, aumento das
níveis estão associados a morbidade e a evolução da DII. necessidades e das perdas. Os baixos níveis séricos de
A deficiência de vitamina D facilita o desenvolvimento da zinco e a hipoalbuminemia estão associados a atividade
DC e da RCU e pode piorar a sua evolução e tem uma inflamatória e ao comprometimento do intestino delgado.
relação inversa com a atividade da doença. Evidências
sugerem que a vitamina D pode modificar favoravelmente Anemias
a resposta imunológica nas DIIs. Aparentemente, os
indivíduos que possuem níveis de vitamina D menores As anemias são muito comuns em pacientes com DIIs.
apresentam maior necessidade de corticoides, terapia Na tabela abaixo podem ser observadas as principais
biológica, narcóticos, tomografias, visitas a emergência, características das anemias nas DIIS.
internações e cirurgias quando comparados aos indivíduos (Dan)
com níveis normais.
10
Principais características das anemias
Anemia ferropênica / anemia de doença crônica
Fontes Ferro férrico ou não heme = grãos, vegetais, ovo*, **
Ferro ferroso ou heme = carne vermelha, fígado, peixes e aves – é mais bem absorvido
Sintomas/sinais Assintomático, palidez cutâneo-mucosa, fadiga, glossite, unhas frágeis e quabradiças
Tratamento Oral = 50 a 100g de ferro elementar 2 vezes/ dia; 4 a 6mg/kg/dia – máximo de 200mg/dia
Intravenoso = ferro sacarato 200mg + 250m de soro fisiológico; 02 vezes / semana por 02 semanas e
depois 01 vez semana
Anemia refratária Não responde a 2meses de ferro, comum na doença crônica
Ocorre em 56% dos portadores de DC
Eritropoetina 150UI/kg subcutâneo, 2-3x por semana + Ferro oral ou parenteral por 6-12 semanas
*vitamina C e ácido clorídrico auxiliam a absorção
** oxalatos e fitatos prejudicam a absorção
Ferro elementar (%): sulfato ferroso: 20%; ferro polimaltoso: 30%; citrato de ferro amoniacal: 16,5%; gluconato ferroso: 12%
Os pacientes com estenose ou obstrução parcial do óssea consequente a redução do conteúdo mineral ósseo.
intestino se beneficiam de uma redução nas fibras Constituem fatores de risco para a osteoporose nesses
alimentares ou limitação do tamanho da partícula de pacientes o uso de corticoides, baixo peso, má-absorção
alimento (Krause) de cálcio e vitaminas lipossolúveis e o próprio processo
inflamatório.
A desnutrição, por si só, compromete a função
digestiva e absortiva (redução da secreção de enzimas Segundo Projeto Diretrizes, crianças e adolescente
pancreáticas e diminuição da atividade enzimática na apresentam redução na velocidade de crescimento em 15-
borda em escova das células da mucosa intestinal) e pode 40% dos casos
aumentar a permeabilidade do TGI a agentes inflamatórios
potenciais. Á desnutrição aguda observada durante os
surtos de atividade de doença tem como principais A tabela abaixo o resume as recomendações
manifestações clínicas perda de peso, anemia e nutricionais na fase aguda das DIIs.
hipoalbuminemia. (Chemin)
11
Tab. Cuidado Nutricional na Fase Aguda das DIIs (Dieta de resíduo mínimo)
Característica da Recomendação
dieta
Valor energético total Krause – Necessidades não são muito aumentadas a não ser que se deseje ganho de peso
Chemin (2011) – 35-40 kcal/kg/dia
Projeto Diretrizes e Cuppari, - Oferta de 25-30 kcal/kg pode ser adequada para a maioria dos pacientes
Cuppari – suficiente para recuperar ou manter um peso corporal saudável (levar em conta o
hipermetabolismo das DII e a necessidade de recuperação de peso)
Proteínas Cuppari, 2014 e Chemin (2011)- 1 a 1,5 g (até 02g para desnutridos)/kg peso ideal/dia
Cuppari 2019 – 1,2 a 1,5g/kg peso ideal/dia
Krause - 50% das necessidades na fase ativa da doença
Krause – 1,3 a 1,5g/kg/dia
Lipídios Hipolipídica (< 20% das calorias totais), uma vez que podem piorar a diarréia (defic. sais biliares)
Carboidratos Normoglicídica
Isenta de lactose (níveis de lactase diminuídos pela diarréia)
Controle de mono e dissacarídeos para evitar soluções hiperosmolares que possam aumentar a diarréia
Rica em fibras solúveis (atuam na formação de AGCC) e pobre em fibras insolúveis.
Antifermentativa Evitar alimentos formadores de gases - brócolis, couve-flor, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde,
rabanete, pepino, batata doce, grãos de leguminosas, frutos do mar, melão, abacate, melancia, ovo
cozido ou frito quando consumido inteiro, semente oleoginosas, bebidas gasosas, excessos de açúcar e
doces concentrados.
Vitaminas e minerais Estimula-se a suplementação devido às restrições alimentares
A reposição de zinco e vitamina C tem importância para o sistema imune, estimulando a proliferação de
linfócitos T
Krause – a suplementação de vitaminas, especialmente folato, vitamina B6 e B12, minerais e
oligoelementos pode ser necessária. A diarreia pode agravar as perdas de zinco, potássio e selênio
Dan
A vitamina B12 deve ser medida regularmente em portadores de DC com ou sem ressecção de íleo
distal.
Em uso de corticosteroides – Ca 1500-2000mg/dia
Intestino curto ou ressercções múltiplas de intestino – avaliar vitamina D – se deficiência 25000-50000UI
Via de acesso Cuppari 2019 – complementos orais são recomendados para casos de DCcom inflamação intestinal
persistente, como nos dependentes de terapias com corticosteroide, oferecendo até 600kcal/fia,
associado a dieta oral
Volume Diminuído
Fracionamento Aumentado
A modificação das dietas orais e enterais nutrientes especiais tem sido estudada. Uso de dietas imunomoduladoras
enriquecidas com glutamina, ácido graxo ômega 3, TGF beta, como não há evidências científicas sobre os benefícios, não há
recomendações específicas para o uso dessas fórmulas enriquecidas. A tabela abaixo mostra os efeitos propostos para alguns
destes nutrientes isoladamente:
12
Cuppari, - os pacientes com DII apresentam menor quantidade de bactérias benéficas e o uso de probióticos pode
contribuir para o aumento do tempo de remissão, favorecendo o equilíbrio da microbiota intestinal. Contudo, ainda
há necessidade de melhor definição sobre quais cepas indicadas e a quantidade. O uso de probióticos é contra
indicado na fase ativa da doença, pela falta de evidência científica.
TGF-2 (fator É um polipeptídeo encontrado normalmente no leite, capaz de enriquecer a dieta enteral em razão de sua ação
transformador modular a imunidade intestinal, uma vez que antagoniza o TNF-α. Os estudos parecem demonstar benefíciosm
do mas a maioria não é controlado, de modo que não pode-se realizar sua indicação.
crescimento
B2)
Assim, o ideal é que predominem os lipídios com ação
anti-inflamatória. Fontes ideais de ácidos graxos, nesse
contexto anti-inflamatória, incluem canola e óleo de oliva.
Dietas especiais
Os resultados com a indução da remissão da doença
Segundo Consensos da ESPEN (2017), dietas de com o uso de nutrição enteral são mais efetivos em
exclusão foram descritas para aliviar os sintomas, mas pediatria do que em adultos, onde a taxa de remissão com
apenas alguns estudos relatam indução da remissão, nutrição enteral encontra-se na ordem de 60% ao contrário
sendo necessário o desenvolvimento de estudos de 80% dos corticosteroides, isso, após 4-8 semanas de
controlados para evidência científica. (Cuppari, 2019) tratamento com nutrição enteral. Em crianças e
adolescente, os resultados com terapia nutricional enteral
Segundo Chemin (2011), na literatura recomenda-se o exclusiva são mais positivos e semelhantes ao obtidos
uso de dietas de exclusão, especialmente para pacientes com os corticosteroides. Pelo efeito benéfico da dieta e
que estão constantemente com a doença em atividade. A isento de efeitos colaterais, a TNE exclusiva por 4-8
dieta de exclusão consiste em identificar e excluir semanas é superior ao efeito dos corticosteroides na
alimentos que afetam a atividade da doença ou exacerba terapia na DC em atividade em crianças e adolescentes.
os sintomas, promovendo menos surtos de ativação da Em adultos, a TNE exclusiva tem sido usados mais nos
doença do que a dieta normal, aumento da albumina sérica casos refratários, inclusive à terapia biológica, e no
e diminuição da velocidade de hemossedimentação (VHS). preparo para cirurgia.
Nesse contexto, inclui-se a dieta pobre em Em adultos, a terapia nutricional enteral exclusiva tem
FODMAPS. É uma dieta proposta diminuição dos sido utilizada mais nos casos refratários, inclusive a terapia
sintomas. (veremos mais em Síndrome do Intestino biológica e no preparo para cirurgia.
Irritável). Durante essa dieta há o comprometimento da
oferta de carboidratos e cálcio. Além disso, o impacto No que se refere ao tipo de dieta enteral utilizado, os
sobre a microbiota intestinal é intenso, uma vez que os resultados são semelhantes quando se oferece dieta
FOS constituem importantes prebióticos. Assim, é monomérica, oligomérica ou polimérica. Tendo em vista
importante futuras investigações para esclarecer o custo- que a dietas poliméricas são isoosmolares e mais
benefício dessa proposta. (Cuppari, 2019) palatáveis e mais paláveis por VO, essa é a recomendação
em DII. Entretanto, é importante colocar que em alguns
Terapia Nutricional nas DIIs pacientes com DC e importante lesão do intestino delgado
certamente se beneficiarão mais com dietas oligoméricas
A dieta enteral deve ser utilizada quando os pacientes pela maior absorção dos di e tripeptídeos na lesão
não conseguem atingir adequadamente suas intestinal. O mesmo se aplica aqueles que, por algum
necessidades por via oral. motivo, não toleram a dieta polimérica.
É comum o crescimento linear ser prejudicado no O ideal é introduzir a NE com muito baixo volume
início da DC pediátrica, antes do diagnóstico, bem como (20ml/h), com progressão gradual até a dose completa em
durante os anos subsequentes, o mesmo podendo 3-4 dias para evitar a diarreia. Para reduzir o volume/hora,
acontecer na maturidade, com relação a altura. Dos a NE deve ser infundida em 24 horas.
múltiplos fatores que contribuem para isso, a inadequação
nutricional crônica e os efeitos inibitórios do crescimento Projeto Diretrizes - Doença de Crohn:
diretos produzidos pelas citocinas produzidas pelo intestino - Em crianças com DC, a TNE deve ser indicada para
inflamado são os mais importantes. A NE é empregada no evitar o atraso no crescimento na doença leve a moderada
manejo dos pacientes pediátricos com DC, não apenas - A TNE exclusiva melhora a qualidade de vida em
para melhorar sua ingestão de calorias e o seu estado crianças
nutricional, intensificando o seu crescimento, mas também, - Em adultos com DC, a taxa de remissão com o uso da
como um tratamento básico da inflamação intestinal ativa. NE exclusiva é alta, independente da fórmula, mas os
As hipóteses em relação ao mecanismo de ação na corticoides são mais efetivos em induzir remissão.
melhora da inflamação incluem: alteração na flora - A melhora do crescimento e desenvolvimento, sem os
microbiana intestinal, eliminação de ingestão de antígenos efeitos colaterais dos corticoides, faz com que a terapia
dietéticos, diminuição da síntese intestinal dos mediadores nutrcional enteral, a melhor escolha para tratamento de
inflamatórios pela redução da gordura dietética, diminuição primeira linha em crianças com DC ativa.
das citocinas pró-inflamatórias, reposição nutricional global - As fórmulas com aminoácidos livres ou peptídeos não
e administração de micronutrientes importantes ao são recomendadas no tratamento da DC, sendo preferidas
intestino doente. Assim, as dietas enterais teriam um efeito as fórmulas poliméricas
anti-inflamatório e imunomodulador. - O benefício de fórmulas especializadas (modificação do
teor lipídico, inclusão de glutamina, ácido graxo ômega 3 e
No que se refere ao teor de lipídios das dietas enterais TGF-
utilizadas em DIIs o ideal é que haja um equilíbrio entre o
TCM e o óleo de peixe que tem atividade anti-inflamatória, Hoje, sabe-se que “descanso intestinal” com NPT não
o ácido oléico que tem atividade inflamatória intermediária é necessário para atingir a remissão e a NE é o meio
e o ácido linoleico que tem atividade pró-inflamatória. preferido de suporte nutricional e pode resultar em sucesso
13
de maior indução de remissão que a NPT. Porém, a NPT incluindo corticosteroides e imunossupressores. O
pode ser necessária para restaurar a nutrição em tratamento nutricional é de suporte, voltado para manter o
pacientes com obstruções, fístulas, doença grave peso e o estado nutricional, evitar a exacerbação dos
clinicamente de difícil controle e frente a ressecções GI. Na sintomas e manter a hidratação.
prática, contudo, alguns pacientes não conseguem tolerar
a nutrição enteral, sendo recomendado, nestes casos, o Síndrome do Intestino Irritável (SII) (ou
tratamento com a nutrição parenteral. Síndrome do Cólon Irritável)
As dietas elementares são praticamente totalmente
absorvidas no duodeno e jejuno proximal e podem ser Não se constitui uma doença e sim uma síndrome que
eficazes no fechamento de fístulas distais. As fístulas de envolve dor abdominal, inchaço e movimentos intestinais
estômago e jejuno podem receber dieta a montante por anormais
sonda ou jejunostomia. É importante o acompanhamento
do débito para verificar a eficácia da NE, se não pode As alterações fisiológicas parecem ser: sensibilidade
introduzir-se a NPT. visceral e motilidade alteradas em resposta ao estímulo GI
e ambiental, ou seja, as pessoas com SII são mais
Os pacientes com DIIs tem maior probabilidade no sensíveis à distensão abdominal, imprudências dietéticas e
desenvolvimento de alergias alimentares. A confirmação fatores psicossociais.
das reações GI alérgicas verdadeiras aos alimentos é um
processo difícil. O paciente deve desejar consumir uma A SII é considerada um distúrbio funcional, porque
dieta de aminoácidos ou uma dieta muito rígida composta é um diagnóstico de exclusão e é baseadas nos sintomas
de apenas 3 ou 4 alimentos com adição de cada um dos e não na anormalidade estrutural e bioquímica. É
alimentos suspeitos de cada vez. O alergeno é identificado comumente descrita como um distúrbio intestinal-cerebral
com base nos sintomas subjetivos e objetivos relacionados por causa da sua associação com a serotononina.
à adição e eliminação repetidas de alimento. Os anticorpos
circulantes às proteínas alimentares têm sido considerados
como um sinal de alergia, mas eles podem, na verdade,
ser um sinal de permeabilidade aumentada, ao invés de
uma alergia GI local.
Chemin e Dan:
A dieta deve ser o mais liberal possível na remissão
da doença, voltando quando tolerado a ingestão lácteos.
Cuppari, 2019:
Proteina (remissão) – 1g/kg/dia – podendo chegar a
2g/kg de peso ideal ao dia em desnutridos
Fibras – evoluir progressivamente o teor de fibras
insolúveis
Obesidade e DIIs
Fisiopatologia da Síndrome do Intestino Irritável
Anormalidades Motoras
A DC é uma doença inflamatória crônica caracterizada
- Atividade colônica motora anormal (com e sem estímulo)
por um peculiar acúmulo de adipócitos mesentéricos que
- Atividade motora do intestino delgado anormal (com e
recobre a parede intestinal inflamada. Evidências recentes
sem estímulo)
sugerem que , na DC, o tecido adiposo mesentérico
- Atividade motora alterada em outros sítios (por exemplo,
hipertrofiado contribui para aumentar a atividade da
esôfagoo, estômago, vesícula biliar, esfíncter de Oddi,
doença e desenvolver complicações. O acúmulo de
bexiga e vias aéreas
gordura mesentérica é comumente encontrado em sujeitos
Anormalidade na sensibilidade visceral
com sobrepeso ou obesos, mas pode ser encontrado
- Sensibilidade aumentada em condições basais
também em indivíduos com peso normal e com obesidade
- Sensibilidade aumentada sob estímulo
central, visto na síndrome metabólica.
Fatores relacionados ao sistema nervoso central (SNC)
- Disfunção do SNC
Colite Microscópica (Krause) - Aspectos psicológicos
- Papel do estresse
É caracterizada pela inflamação do cólon que não é Papel das infecções intestinais
visível pela inspeção do cólon durante a colonoscopia e só Papel da intolerância alimentar (p. ex., intolerância a
é evidente quando o revestimento do cólon é submetido à lactose)
biópsia e então examinado ao micoscópio. Os sintomas Atividade neuro-hormonal alterada
incluem diarreia aquisa crônica, cólicas abdominais leves e Característica fecais (por exemplo, excesso de sias
dor. biliares, de butirato e alterações da flora intestinal)
Estão sendo feitas pesquisas para determinar Os sintomas mais comuns são: (Krause)
possíveis tratamentos eficazes para a colite microscópica,
14
diarréia alternante e constipação; 1) excesso de uso de laxantes e outros
dor abdominal (tipicamente aliviada por defecação); medicamentos sem prescrição;
inchaço; 2) antibióticos;
percepção de flatulência excessiva; 3) cafeína;
sensação de evacuação incompleta; 4) enfermidade GI prévia;
dor retal; 5) ausência de regularidade em sono, descanso e
muco nas fezes ingestão de líquido.
aumento dos transtornos GI relacionados ao sofrimento
psicossocial. O tratamento constitui-se em abordagem para
controlar os sintomas e fatores que podem dispará-los. As
O diagnóstico é baseado na presença de sintomas medicações podem incluir anti-espasmódicos, anti-
clínicos de intestino irritável mais do que 3x por mês nos colinérgicos, anti-diarréicos, pró-cinéticos ou anti-
últimos três meses, com início há pelo menos 6 meses depressivos.
atrás e devem incluir pelo menos duas das três
características: Segundo a Krause, a SII não resulta em má digestão
ou má absorção de nutrientes, porém a dieta é importante
- desconforto aliviado pela defecação, no controle dos sintomas. Grandes refeições e
- início associado a uma alteração na freqüência de determinados alimentos podem ser mal tolerados, como
fezes e quantidades excessivas de gordura da dieta, cafeína,
- início associado a uma mudança na forma das fezes. lactose, frutose, sorbitol e álcool. Isso é especialmente
verdadeiro em indivíduos com SII com predominância de
O diagnóstico ainda classifica a síndrome em um dos diarriea ou naqueles que há alternância de constipação de
3 subtipos: predominância de diarreia, predominância de diarreia.
constipação ou mista.
Tipo Sintomas Pacientes com constipação podem se beneficiar do
SII com constipação (SII-C) < 3 evacuações por uso de fibras como o psylllum, devendo evitar farelo de
semana trigo e manter um alta ingestão hídrica.
Fezes duras ou grumosas
Esforço durante as As alergias alimentares devem ser avaliadas,
evacuações verificando a necessidade de sua relação com os sintomas
SII com diarreia (SII-D) ≥ 3 evacuações por dia e necessidade de restrição de algum alimento em
Urgência fecal específico.
Fezes amolecidas/aquosas
SII mista (SII-M) Mistura de fezes duras e Alguns suplementos probióticos pode oferecer
moles durante períodos de benefício a SII, como o Bifidobacterium infantis cujo uso foi
horas a dias associado a melhora da dor ou desconforto abdominal,
SII não subtipada Anomalias dos padrões das inchaço e distensão, sensação de evacuação incompleta,
fezes insuficientes para flatulência, esofrços para defecação e satisfação do hábito
preencher os critérios das intestinal. (Krause, 2013)
classes acima
Obs.: as desregulações de serotonina no TGI do indivíduo Segundo a Krause/Dan uma dieta pobre em
correlacionam-se com o tipo de SII que o paciente oligossacarídeos, dissacarídeos e monossacarídeos
apresenta , baixas concentrações de serotonina fermentáveis e polióis. Esta dieta restringe os alimentos
correlacionam-se com um intestino lento e concentrações que contém frutose, lactose, fruto e galacto-
mais altas correlacionam-se com diarréia e aumento da oligossacarídeos (frutanos e galactanoas) e alcoóis de
peristalse açúcar (sorbitol, manitol, xilitol e maltitol). Estes nutrientes
são pouco absorvidos no intestino delgado, são altamente
A presença de supercrescimento bacteriano do osmóticos e rapidamente fermentados por bactérias e, tem
intestino delgado em um número significativo de pacientes disso demonstrado que a restrição destes alimentos por
com SII tem sido descrita, principalmente na SII com refeição reduz os sintomas GI em pacientes com SII,
predominância de diarreia. A SII pós infecciosa porém a quantidades adequadas para ingestão desses
normalmente aparece abruptamente após uma alimentos deve ser definida individualmente para cada
gastroenterite e é tratada como os demais tipos de SII. paciente. A dieta de eliminação envolve 6-8 semanas e
pós isso deve ser feita reintrodução gradual de uma
Além de estresse e hábitos alimentares, os fatores categoria por vez para observar os sintomas. Ver tabela
que podem piorar os sintomas e confundir o diagnóstico abaixo.
são:
15
O uso do óleo de menta também tem sido associado a melhora dos sintomas abdominais.
16
Sensibilidades a Aditivos Alimentares: alimentos mais comuns
Alimento Amina Glutamato Salicilato Sulfito Benzoato
Queijo x x x
Vinho x x x
Soja x x x
Chá preto x x
Tomate x x x x
Temperos x x
Morango e abacaxi x x
Espinafre x x
Molho inglês x x x
Frutas secas x x x
18
o Tu cólon direito diarréia e dor vaga no abdômen,
nos estágios mais avançados surgem anemia e
tumor palpável no quadrante inferior direito.
o Tu cólon esquerdo constipação intestinal, fezes
afiladas, escuras ou eventualmente com sangue.
o Tu de reto tenesmo e evacuações
mucossangüinolentas.
Modificações dietéticas necessárias para adequada terapia nutricional durante o pós-operatório de colectomia
indicadas a pacientes com alterações no padrão dos movimentos intestinais
Características e recomendações
- Reduzir ou suprimir e fibra vegetal insolúvel
- Reduzir inicialmente o total de gordura, principalmente as que mais estimulam a secreção biliar. Aumentar gradativamente a
quantidade, de acordo com a tolerância do paciente
- Reduzir ou suprimir a lactose da dieta e reintroduzir gradativamente, de acordo com a tolerância do paciente
- Evitar estimulantes do peristaltismo intestinal, como alimentos excessivamente condimentados, pimenta, café e bebidas
gaseificadas
- Evitar alimentos que causem flatulência: repolho pepino, couve-flor, leguminosas com calma, melancia, grão de bico,
alcachofra
- Fracionar a alimentação em 5-6 pequenas refeições ao longo do dia
- Ingerir volume hídrico de 1,5-2 litros por dia, fracionados em pequenos volumes
- Utilizar suplementos de fibra hidrossolúvel (gomaguar, Platago vata), antes das principais refeições para aumentar a
consistência e o volume das fezes
- Quando o íleo terminal for removido, recomenda-se administração intramuscular de vitamina B12
- Evitar frituras e alimentos muito frios ou quentes
- Recomenda-se o repousa na posição sentada 30 minutos após as principais refeições
- Evitar durante os primeiros 2-3 meses de cirurgia os seguintes alimentos: leite e derivados, embutidos, patês, carnes muito
duras e fibrosas, mariscos, cereais integrais e derivados, legumes, verduras muito fibrosas como alcachpfra e repolho, frutas
cruas muito fibrosas, frutas secas, bebidas alcoólicas, maionese, doces e chocolates
- Após a fase inicial (2-3 meses), reintroduzir gradativamente os alimentos desaconselhados, observando tolerância do
paciente. Continuar evitando cereais integrais, legumes e verduras fibrosas. Consumir com moderação frutas, verduras e
hortaliças.
Bola ileal em J
A ileostomia normal bem funcionante não esgota o As fezes com odor desagradável, geralmente são
paciente nem lhe confere um gasto energético aumentado. causadas pela esteatorréia ou bactérias que atuam sobre
Os pacientes com ileostomia possuem, normalmente, os alimentos produzindo gases mal cheirosos. (Krause)
baixas ingestões de vitamina C e folato, devido a baixas
ingestões de vegetais e frutas e podem necessitar de sua Os alimentos que tendem a causar odor nas fezes da
suplementação. colostomia são: milhos, feijões, secos, cebolas, repolho,
alimentos muito condimentados, peixe além de antibióticos
Segundo a Krause (2013), uma vez que, nestes e alguns suplementos de vitaminas e minerais. Então,
pacientes, o esvaziamento gástrico pode ser rápido e os deve ser dada atenção a estes alimentos fermentecíveis,
gêneros alimentícios não são fermentados com a mesma pois além de cólicas causadas pelos gases, a retenção
intensidade, a absorção de nutrientes pode ser um pouco destes na bolsa coletora da ostomia causa desconforto.
melhor a partir de frutas e hortaliças cozidas, trituradas ou (Chemin)
amassadas. Já que é possível que um bolo alimentar fique
retido no ponto onde o íleo se estreita, conforme o bolo Colostomia e Ileostomia (Krause) as
entra na parede abdominal, é importante alertar o paciente recomendações são de manter uma dieta pobre em
para evitar vegetais muito fibrosos e mastigar bem os resíduos por 6-8 semanas após a cirurgia, pois o intestino
alimentos. pode estar edemaciado e, portanto, com risco de lesão e
obstrução após a cirurgia. A maioria dos pacientes faz a
Ileostomia de alto débito (Krause) débito maior que transição com o aumento da ingestão gradual de fibras
2000ml/dia ao longo de 3 dias seguidos com depleção de após 6 semanas.
água, Na e Mg. O tratamento inclui correção da depleção
de eletrólitos e minerais, início de uma solução de
21
Cirurgia do reto Em algumas situações pode ser necessária uma
colostomia temporária para proteção da
Segundo Chemin as cirurgias para tratamento de anastomose;
câncer de reto incluem: o Amputação Abdominoperineal para tumores de
o Ressecção anterior de reto retirada do sigmóide reto baixo, é realizada uma colostomia permanente.
e do reto com anastomose do cólon com o ânus.
23
2) Fase intermediária duração de 01-03 meses
transição entre na NPT e a TNE
24
Recomendação dietética de acordo com a presença ou ausência de cólon
Presença de cólon Ausência de cólon
Carboidratos 50 a 60% do valor energético total 40-50% do valor energpetico total
Carboidratos complexos Carboidratos complexos
Limitar o uso da sacarose Evitar o uso da sacarose
Gordura 20-30% do valor energético total 30-40% do valor energético total
Usar quantidades adequados de ácido graxos Usar quantidades adequados de ácido graxos
essências TCM/TCL TCL
Proteína 20% do valor energético total 20% do valor energético total
Alto valor biológico Alto valor biológico
Fibra Fibra solúvel para secreções líquidas Fibra solúvel para secreções líquidas
Oxalato Restrito Sem restrições
Líquidos Soluções de reidratação oral Evitar líquidos durante as refeições, preferir
Evitar líquidos durante as refeições, preferir intervalos
intervalos
Vitamina Suplemento polivitamínico diário Suplemento polivitamínico diário
Mensal: B12 Mensal: B12
Provável: A, D, E e suplementos Provável: A, D, E e suplementos
Minerais Uso de cloreto de sódio na comida, 1000-1500mg 400 a 600mg de cálcio
de cálcio diariamente, possivelmente suplementos possivelmente suplementos de ferro, magnésio e
de ferro, magnésio e zinco zinco
reduzir oxalato
Refeições 4-6 refeições fracionadas 3 pequenas refeições + 2-3 çanches
Para os pacientes com o cólon presente, com objetivo com jejunostomias e podem levar a desidratação se
de prevenir a formação de cálculo renal na síndrome do consumidos em altas quantidades.
intestino curto, devemos evitar a desidratação e orientar a
dieta pobre em oxalato, lembrando que os alimentos fontes Devido a esse processo de absorção no manuseio de
são: aveia, trigo integral, farinha de soja, morango, uva, água e sódio, presença de cólon faz toda a diferença na
cítricos, ameixa, chá preto, café instantâneo, chope, absorção de líquidos. Pacientes com ressecções de íleo e
chocolate, cacau em pó, tofu, grãos de soja, manteiga de cólon possuem alto risco de diarreia e desidratação. Para
amendoim. pacientes com jejunostomia ou ileostomia terminal, a
ingestão oral de líquidos deve ser maior que o débito da
No início do manejo dietético, a lactose é excluída da ostomia (geralmente 1,5-2 L/dia). As soluções de
dieta, porém, depois a exclusão permanece apenas reidratação oral são boas opções pois possuem eletrólitos
naqueles pacientes que apresentem intolerância a mesma. e glicose.
A reintrodução da lactose deve ser lenta e gradual. A
tolerância da lactose pels pacientes gira em torno de 20g. Todos os pacientes com SIC devem evitar líquidos
hipertônicos (ex. suco de frutas) porque bebeidas que
A absorção de pacientes com SIC é de 60-65% da possuem altas concentrações de açúcar não balanceadas
ingestão calórica total, que deve ser compensada com com sódio promovem retirada de água e sódio para dentro
aumento da ingestão. Recomenda-se 32kcal/kg/dia peso da luz intestinal. A ingestão de cafeína e bebeidas
ideal (pode dobrar naqueles com mais de 50% do intestino alcoólicas também deve ser evitada. A ingestão de líquidos
ressecado) Ex: se a ingestão oral é de 32kcal/kg/dia, pode- deve ser lenta e fracionada em pequenas porções ao longo
se dizer que 19 serão absorvidos de modo que deverão dos dias.
ser completadas as outras 13kcal pela NPT.
Nas tabelas abaixo, temos o exemplo de cardápio do
Para manutenção do estado nutricional após uma ambulatório de intestino curto do hospital das clínicas de
adaptação dietética, é necessário 50 a 70cm de intestino SP (Dan):
delgado remanescente com o cólon intacto ou 110 a 150
cm de intestino remanescente na ausência de cólon. Dieta SIC – fase 01
Fase 1 Substituição
O uso de medicações constipantes é por vezes útil em Desjejum Tapioca simples Mingau de
retardar o trânsito entérico e favorecer a absorção. Lanche da tarde Sagu tapioca*
Segundo Chemin, são necessárias suplementações de Ceia Água de coco
vitaminas e minerais. Almoço Tapioca simples
Jantar Gelatina diet com Mingau de
Líquidos: a composição de líquidos vai depender d albumina tapioca*
extensão e da porção do intestino remanescente. A Sagu
osmolaridade e o conteúdo de glicose, sódio e outros íons *Feito com suco em pó diet. Quando não houver tapioca
do líquido são importantes porque podem contribuir para o podem ser acrescentados 5g de fibra solúvel a cada 500ml
aumento das perdas em pacientes com SIC. Líquidos de SRO (soro de reidratação oral, 01 litro ao dia
hipoosmolares não contém as quantidades necessárias de fracionado)
sódio e glicose para facilitar a sua absorção em pacientes
25
Dieta SIC – fase 01 Dieta SIC – fase IIC
Fase 1 Substituição Fase IIC Substituição
Desjejum Tapioca simples Mingau de Desjejum Tapioca simples Mingau de
Lanche da tarde Sagu tapioca* Lanche da tarde Pão bisnaga tapioca*
Ceia Água de coco Ceia Sagu Para de fruta
Almoço Tapioca simples Água de coco Torrada simples
Jantar Gelatina diet com Mingau de Geleia diet
albumina tapioca* Almoço e Jantar Arroz branco Sopa de legumes
Sagu Clara de ovo com clara de ovo
*Feito com suco em pó diet. Quando não houver tapioca Legume cozidos e TCM (para
podem ser acrescentados 5g de fibra solúvel a cada 500ml TCM consistência
de SRO (soro de reidratação oral, 01 litro ao dia Gelatina diet com líquida)
fracionado) albumina Abóbora,
Sagu mandioquinha,
Dieta SIC – fase IIA chuchu, batata,
Fase IIA Substituição beterraba,
Desjejum Tapioca simples Mingau de abobrinha
Lanche da tarde Sagu tapioca* Mingau de
Ceia Água de coco Para de fruta tapioca*
Gelatina diet
Almoço e Jantar Arroz branco Sopa de legumes
Legume cozidos (para Dieta SIC – fase IID
Gelatina diet com consistência Fase IID Substituição
albumina líquida) Desjejum Tapioca simples Mingau de
Sagu Abóbora, Lanche da tarde Pão bisnaga tapioca*
mandioquinha, Ceia Sagu Para de fruta
chuchu, batata, Água de coco Torrada simples
beterraba, Geleia diet Gelatina diet com
abobrinha Fruta cozida albumina
Mingau de Almoço e Jantar Arroz branco Sopa de legumes
tapioca* Carne cozida com clara de ovo
Legume cozidos e TCM (para
*Feito com extrato de soja. Quando não houver tapioca TCM consistência
podem ser acrescentados 5g de fibra solúvel a cada 300ml Gelatina diet com líquida)
de SRO (soro de reidratação oral, 01 litro ao dia albumina Carne bovina,
fracionado) Sagu aves suína ou
ovo. Abóbora,
mandioquinha,
Dieta SIC – fase IIB chuchu, batata,
Fase IIB Substituição beterraba,
Desjejum Tapioca simples Mingau de abobrinha
Lanche da tarde Pão bisnaga tapioca* Mingau de
Ceia Sagu Para de fruta tapioca*
Água de coco Torrada simples
Geleia diet
Almoço e Jantar Arroz branco Sopa de legumes Dieta SIC – fase III
Legume cozidos (para Fase III Substituição
Gelatina diet com consistência Desjejum Tapioca simples Mingau de
albumina líquida) Lanche da tarde Pão bisnaga tapioca*
Sagu Abóbora, Ceia Sagu Para de fruta
mandioquinha, Água de coco Torrada simples
chuchu, batata, Geleia diet Gelatina diet com
beterraba, Fruta cozida albumina
abobrinha Almoço e Jantar Arroz branco Sopa de legumes
Mingau de Carne cozida com clara de ovo
tapioca* Caldo de feijão e TCM (para
Legume cozidos consistência
TCM líquida)
Gelatina diet com Carne bovina,
albumina aves suína ou
Sagu ovo. Abóbora,
mandioquinha,
chuchu, batata,
beterraba,
abobrinha
Mingau de
tapioca*
26
3) Fase tardia (fase crônica) após 3 meses A alimentação oral deve ser fracionada em 6 a 8
refeições/dia, pobre em resíduos, mas rica em fibras
Características: solúveis.
- A máxima adaptação intestinal deve ser atingida
- Ocorre a dependência ou independência de NPT
- Prevenção de complicações da SIC ou da terapia Recomendações Nutricionais segundo o Dan para esse
nutricional (sepse, deficiências nutricionais, hipersecreção período:
gástrica, falência hepática e cálculos renais)
Recomenda-se 35 kcal/kg/dia e 1-1,5g/kg/dia de proteína,
A terceira fase ocorre na vigência de ingestão oral sendo 20-30% de gorduras na dieta
para manter o peso estabilizado. Nem todos os pacientes
chegam a este estágio. Até chegar a esta fase pode variar
de 03 a 12 meses, podendo chegar a 02 anos. Após a Transplante de Intestino Delgado (TID)
ingestão oral os pacientes vão necessitar de (Dan)
suplementações vitamínicas, dependendo da área
ressecada de vitaminas A, D, K, B12 e ácido Fólico. Recentemente o TID despontou como a única opção
Ajustes devem ser feitos na oferta de Na, K, Cl, Ca, Mg, terapêutica para pacientes em falência intestinal
Fe, Zn e Cu de acordo com os exames irreversível (FI), onde a NPT deixou de ser uma
possibilidade terapêutica. Nesses casos o TID, aumenta a
Esta fase marca o término do processo adaptativo sobrevida
intestinal.
e restabelece o prazer da degustação dos alimentos. A função intestinal envolve vários fatores relativos a
O TID pode ser isolado, somente do intestino delgado ou transporte, digestão, absorção de nutrientes, produção
combinado com outros órgãos abdominais como com o enzimática e hormonal, proteção mecânica e imunológica.
fígado, por exemplo. A total desconexão da inervação e da drenagem linfática
promove graus variados de distúrbios na fisiologia do
A função intestinal envolve vários fatores relativos a enxerto. A função hormonal do enxerto, em geral é pouco
transporte, digestão, absorção de nutrientes, produção afetada no TID.
enzimática e hormonal, proteção mecânica e imunológica.
A total desconexão da inervação e da drenagem linfática A NPT é iniciada dentro de 01 a 02 dias após TID,
promove graus variados de distúrbios na fisiologia do quando o paciente se torna hemodinamicamente estável. A
enxerto. A função hormonal do enxerto, em geral é pouco conversão de NPT em enteral ou oral é de tempo variável.
afetada no TID. Logo que ocorre o retorno da peristalse, por volta do 7° ao
10° dia de pós-operatório, e com a integridade da mucosa
A NPT é iniciada dentro de 01 a 02 dias após TID, avaliada por endoscopia, a alimentação enteral por
quando o paciente se torna hemodinamicamente estável. A jejunostomia pode ser iniciada com baixo volume e de
conversão de NPT em enteral ou oral é de tempo variável. forma contínua, dando-se preferência a fórmulas
Logo que ocorre o retorno da peristalse, por volta do 7° ao elementares ou semi-elementares com glutamina. Após 02
10° dia de pós-operatório, e com a integridade da mucosa a 03 semanas administra-se gordura como uma mistura de
avaliada por endoscopia, a alimentação enteral por TCL e TCM que pode ser absorvida diretamente na
jejunostomia pode ser iniciada com baixo volume e de circulação portal, contudo, ácidos graxos essenciais devem
forma contínua, dando-se preferência a fórmulas ser administrados por via parenteral para evitar carência.
elementares ou semi-elementares com glutamina. Após 02 Com a melhora do enxerto, a alimentação vai progredindo
a 03 semanas administra-se gordura como uma mistura de até o paciente conseguir ingerir por via oral.
TCL e TCM que pode ser absorvida diretamente na
circulação portal, contudo, ácidos graxos essenciais devem A função do enxerto intestinal pode acompanhada
ser administrados por via parenteral para evitar carência. pelo estudo da dependência de NPT, peso, altura (em
Com a melhora do enxerto, a alimentação vai progredindo pediatria), volume de urina e da drenagem pelo estoma
até o paciente conseguir ingerir por via oral. (normalmente deixa-se uma ostomia e a reconstrução do
trânsito é feita em 02 a 03 meses) e freqüência e natureza
A função do enxerto intestinal pode acompanhada das fezes.
pelo estudo da dependência de NPT, peso, altura (em
pediatria), volume de urina e da drenagem pelo estoma Reabilitação em falência intestinal (Dan)
(normalmente deixa-se uma ostomia e a reconstrução do
trânsito é feita em 02 a 03 meses) e freqüência e natureza A insuficiência intestinal(II) é uma condição
das fezes. decorrente da obstrução, dismotilidade, ressecção
cirúrgica, defeitos congênitos ou perda da absorção em
Transplante de Intestino Delgado (TID) associação à doença e se caracteriza pela incapacidade
(Dan) de manter o balanço protéico-calórico, hídrico,
eletrolítico ou de micronutrientes.
Recentemente o TID despontou como a única opção A SIC é uma das formas mais comuns de II.
terapêutica para pacientes em falência intestinal A reabilitação intestinal é o processo de restaurar
irreversível (FI), onde a NPT deixou de ser uma a função intestinal pela dieta, medicação e terapias
possibilidade terapêutica. Nesses casos o TID, aumenta a cirúrgicas não envolvendo o transplante.
sobrevida e restabelece o prazer da degustação dos O Objetivo principal é: Otimizar a função intestinal
alimentos. O TID pode ser isolado, somente do intestino remanescente, reduzindo ou eliminando a necessidade
delgado ou combinado com outros órgãos abdominais de TNP
como com o fígado, por exemplo. Este tipo de adaptação tem seu inicio
imediatamente após a ressecção e ainda continua por 2
a 3 anos.
27
Traduzindo a prescrição nutricional à dieta:
Uso de Pré e Probióticos nas Doenças
Na presença de cólon Consumir de 5 a 6
refeições/dia.
Intestinais (Dan)
50 a 60% de CHO
20% proteínas Resultados positivos no controle de diarréias e
20 a 30% de lipídios melhora da obstipação, assim como nas doenças
Evitar Oxalato. inflamatórias intestinais, alergias intestinais e prevenção do
câncer.
OBS: Pacientes com continuidade ao colo intestinal
estão em risco aumentado de nefropatia por oxalato. Os possíveis mecanismos envolvidos são:
Há 2 abordagens para este tratamento: inibição da adesão de bactérias;
1º) Fornecer cálcio extra na dieta + limitar lipídios. atividades diretamente contra os patógenos como:
2º) Restringir o conteúdo de oxalato da dieta síntese de compostos que inibem o seu
Na ausência do cólon Consumir de 4 a 6 crescimento/desenvolvimento, estimulação das resposta
refeições/dia. imunes e consumo de nutrientes requeridos por patógenos
40 a 50% de CHO
20% de proteínas Os objetivos principais para o acréscimo de probióticos no
30 a 40% de lipídios tratamento são:
Não há necessidade de restringir oxalato. Influenciar perfil da microflora colônica
Garantir sobrevivência dos lactobacillus
O sal deve ser adicionado liberalmente para aumentar a administrados
absorção. Habilidade em influenciar a produção de citocinas
e minimizar processos inflamatórios.
Novos fatores de crescimento em SIC
Fibras e Prébióticos (Dan)
(Dan)
Exercem efeitos funcionais comprovadamente importantes
A terapia hormonal com GH e o péptide
e diminuem o risco de para o aparecimento de
glucagoniforme 2 (GLP-2), passou a ser utilizada
determinadas doenças.
recentemente para intensificar o processo de adaptação
natural.
Na categoria de “prebióticos”:
A FDA dos EUA já aprovou o hormônio do
Aumentam o número de bífido bactérias
crescimento e a glutamina para serem usadas. As outras
Favorecem a biodisponibilidade de alguns
terapias hormonais, atualmente, só devem ser
minerais
consideradas em contextos de pesquisas.
Atuam favoravelmente no metabolismo lipídico e
glicídico
Pacientes nos quais fracassem os esforços de
Reduzem o risco para infecções intestinais,
reabilitação dietéticos, médicos e cirúrgicos podem ser
doenças cardiovascular, DM, obesidade,
mantidos com NP. Entretanto, considerando os riscos,
osteoporose e câncer
custos e qualidade de vida da NP prolongada, o
Aumentam a qualidade de vida com o avançar da
transplante de intestino delgado e multivisceral deve ser
idade.
considerado como uma opção terapêutica.
Oligossacarídeos não digeríveis, hidrolizados e
Transplante Intestinal e multivisceral (Dan) fermentados no intestino grosso, apresentam
características favoráveis, caracterizando-se como
Permite adquirir a autonomia gastrointestinal e prebióticos.
recuperar o EN. As principais indicações para sua
prática incluem a disfunção hepática e falta de acesso Melhor classificação para PREBIÓTICOS: carboidratos
vascular para TNP. com alto grau de polimerização e não suscetíveis à
Existem 3 tipos de transplante intestinal: digestão pelas enzimas pancreáticas e as da borda em
pacientes com falência apenas do intestino, que devem escova.
receber transplante intestinal isolado; pacientes com Para ser efetivo, o probiótico deve alcançar o ceco na sua
falência intestinal associada à doença hepática forma inicial.
avançada que recebe enxerto combinado intestino –
fígado e pacientes com falência de vários órgãos Critérios para determinação de prebióticos (fibras e outros
abdominais que necessitam de transplante multivisceral carboidratos não digeríveis):
( pelo menos 3 orgãos abdominais são transplantados Resistentes à digestão hidrólise e fermentação;
em bloco). Seletivamente estimular o crescimento de um ou
A rejeição celular aguda é frequentemente mais microorganismos nas fezes;
observada no transplante intestinal e causa alta Influenciar aumentando a biodisponibilidade
morbimortalidade.
28
Questões: (D) Aumento do nível do hormônio colecistocinina
(A) Alto teor de fibras e diminuição de gorduras (A) a esteatorréia decorre da hipersecreção de sais
(B) Aumento de carboidratos simples e proteínas biliares
(C) Aumento da ingestão hídrica e baixo teor de resíduo (B) a reação inflamatória colônica reduz a absorção de
(D) Restrição de fibras solúveis e uso de triglicerídeos de nutrientes
cadeia média (C) a ressecção de jejuno terminal favorece a deficiência
de vitamina B12
6) Na doença celíaca, alem da restrição de glúten da dieta, (D) as dietas hipercalóricas e hiperlipídicas melhoram o
pode ser necessária a restrição inicial de: (Residência – quadro de desnutrição
HUPE) (E) o crescimento bacteriano exagerado pode provocar
deficiência de vitamina B12
(A) Triglicerídios de cadeia longa
(B) Gliadina 13) Secundárias as ressecções do intestino delgado,
(C) Frutose ocorrem complicações como: (Residência – HUPE/1996)
(D) Lactose
(E) Malte (A) hiperplasia celular, diarréia e hiperglicemia
(B) esteatorréia, perda hidroeletrolítica, hipoplasia celular
7) Após a ressecção do intestino delgado, a condição (C) hipoglicemia, hipoalbuminemia, hipersecreção de
secundária que contribui para a má absorção é: gastrina
(Residência – HUPE/2002) (D) má absorção de proteína e carboidrato, saponificação
de Na e K, hiposecreção de ácido clorídrico
(A) Hipoproliferação bacteriana (E) Hipersecreção gástrica, aumento do peristaltismo e
(B) Inativação de lípase pancreática motilidade gastrointestinal e crescimento bacteriano
(C) Diminuição da secreção de ácido gástrico
29
14) Um dos ácidos graxos de cadeia curta, relacionados (C) Rica em caloria e proteína, rica em lactose e glúten
abaixo, apresenta menor concentração no sangue portal (D) Rica em caloria e proteína, pobre em lactose e rica em
pela sua intensa utilização na mucosa colônica: (HUPE / glúten
2002) (E) Todas alternativas estão incorretas
21) A síndrome do intestino curto consiste em conjunto de
(A) Láurico sinais e sintomas usados para descrever as
(B) Acético conseqüências nutricionais e metabólicas de grandes
(C) Butírico ressecções do intestino delgado. As causas mais comuns
(D) Propiônico da síndrome do intestino curto são: (Prefeitura Municipal
de Niterói – 2003)
15) No plano alimentar de um paciente portador de espru
não-tropical em fase aguda, devem ser incluídos na dieta: (A) doença de Crohn, doença vascular mesentérica e
malignidade;
(A) Leite de vaca, macarrão, biscoitos (B) retocolite ulcerativa, esofagite e malignidade;
(B) Arroz, milho, amido de araruta (C) úlcera péptica, doença vascular mesentérica e
(C) Salsicha, azeite, ovomaltine esofagite;
(D) Refrigerantes, biscoitos e vegetais cremosos (D) doença de Crohn, insuficiência hepática e retocolite
ulcerativa;
16) Dentre as causas da esteatorréia, assinale aquela que (E) insuficiência hepática, esofagite e malignidade.
não se relaciona com a síndrome do intestino curto:
22) A síndrome do cólon irritável, dentre os elementos
(A) Insuficiência pancreática permitidos, os seguintes são particularmente importantes:
(B) Formação de sabões de cálcio e AG (Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara – 2002)
(C) Ausência de válvula íleo-cecal
(D) Menor absorção de sais biliares (A) Fibra dietética e água
(B) bebida alcoólica e gordura dietética
17) A reintrodução alimentar na Síndrome do Intestino (C) Café e fibra dietética
Curto deve ser realizada de maneira gradual. Na fase 3 (D) Água e café
não está indicado:
23) Indivíduos com ressecções intestinais extensas,
(A) A reintrodução de clara de ovo e frango, além de caldo poupando menos de 60 cm de intestino delgado,
de feijão necessitarão inicialmente do seguinte tipo de alimentação
(B) Administração de TCL, além de caldo leguminosas e para atingir as suas necessidades: (Hospital Geral Dr.
uso de alimentos pouco formadores de resíduos Waldemar Alcântara – 2002)
(C) Isenção de lactose e sacarose
(D) Baixa oferta de lipídeos, utilizando-se TCM (A) Líquida, isenta de lactose através da via oral
(B) Fórmula polimérica através de cateter
18) A doença diverticular refere-se à herniações (C) Fórmula oligomérica através de cateter
semelhantes a sacos na parede colônica e tem sua (D) Nutrição parenteral central
incidência aumentada com o avanço da idade. O
tratamento nutricional de paciente com diverticulose 24) A doença celíaca ocorre em pacientes que apresentam
baseia-se na ingestão: (Casa da Moeda – 2005) reação a um componente do glúten, a gliadina. O
tratamento nutricional baseia-se na remoção completa da
(A) elevada de fibras alimentares gliadina da dieta. Qual a preparação abaixo que pode ser
(B) elevada de proteína de alto valor biológico consumida normalmente por esses pacientes?
(C) reduzida de carboidratos refinados (Nutricionista Jr 2005)
(D) reduzida de gordura saturada
(E) reduzida de leites e derivados (A) Croquete de carne.
(B) Biscoito de aveia.
19) Atualmente, na síndrome do intestino curto, vem sendo (C) Creme de espinafre.
realizado, na prática clínica, o procedimento que preconiza (D) Polenta frita.
o fluxo direto de nutrientes. O conteúdo da dieta é (E) Quibe de Forno.
importante para a atrofia intestinal, sendo considerados
fatores tróficos os seguintes: (Cia Nacional de 25) Crianças portadoras de doença celíaca podem ingerir
Abastecimento – 2005) os seguintes alimentos: (Comando da Marinha 2004)
(A) hormônios intestinais, secreções gástricas e colesterol; (A) mingau de aveia, suco de frutas cítricas e leite
(B) fibras dietéticas, ácidos graxos de cadeia curta e enriquecido com frutas.
glutamina; (B) bolo simples, leite com cevada e suco de frutas.
(C) sais biliares, glucagon e hormônio do crescimento; (C) sorvete, leite enriquecido com 3 cereais (arroz, milho e
(D) poliaminas, prostaglandinas e pepsinogênio; centeio) e mingau de fubá.
(E) camitina, putrescina e HCl. (D) mingau de fubá, picolé de frutas e leite enriquecido
com frutas .
20) A intolerância ao glúten, ou doença celíaca, em geral (E) biscoitos tipo cream cracker, mingau de fubá e leite
manifesta-se durante a 1ª infância, por diarréia, má enriquecido com frutas.
absorção, desnutrição atraso do crescimento. Nesses
casos a dieta recomendada deveria ser: (EMAFER – 2005) 26) Em relação a mucosa intestinal durante a terapia
nutricional, e incorreto afirmar que: (Comando da Marinha
(A) Pobre em caloria e proteína, rica em lactose e isenta 2004)
de glúten
(B) Rica em caloria e proteína, pobre em lactose e isenta
de glúten
30
(A) o butirato é o alimento preferido das células do 32) Para o portador de doença diverticular do cólon
intestino grosso, e é produzido pela ação de fermentação (diverticulose) é indicado: (Bombeiros – nutricionista –
das bactérias do intestino sobre a fibra de dieta. 2001)
(B) os prebióticos podem ser utilizados para restabelecer
as populações de microflora saudável, quando estas (A) dieta com alto teor de fibras
populações foram devastadas pelo uso de antibióticos. (B) dieta com baixo teor de resíduos
(C) os antibióticos de amplo espectro causam impacto (C) dieta hiperprotéica
negativo sobre a integridade intestinal. (D) dieta normolipídica
(D) o trato gastrintestinal desempenha um papel (E) dieta restrita em fibras
fundamental ao impedir a entrada de toxinas exógenas no
sistema circulatório, pela função de barreira da mucosa 33) Um indivíduo com constipação intestinal precisa ingerir
intestinal. diariamente, pelo menos, a seguinte quantidade em g de
(E) o sistema imunológico intestinal é composto pela IGE fibra dietética: (PMRJ 2000)
secretória, que dentre outras funções, inativa toxinas e
bactérias como a E. Coli. (A) 5
(B) 10
27) “Pacientes portadores de doença celíaca ou espru não (C) 15
tropical apresentam dano às vilosidades da mucosa (D) 25
intestinal, resultando em mal absorção de todos os (E) 40
nutrientes”. O cuidado nutricional deverá ser
fundamentado na: (Bombeiros – nutricionista – 2001) 34) Em relação a características, recomendações e
ingestão de fibras, assinale a alternativa incorreta: (Corpo
(A) retirada de milho, batata e arroz; Saúde Marinha 2001)
(B) retirada de tapioca, araruta e soja;
(C) retirada de trigo, aveia e centeio; (A) a ingesta excessiva de fibras pode interferir com a
(D) retirada de cevada, milho e trigo; absorção de cálcio e zinco, especialmente em crianças e
(E) retirada de trigo, milho e centeio. idosos
(B) a ingesta de fibra deve constituir uma mistura de fibras
28) A perda do íleo terminal é mais problemática que a solúveis e insolúveis, numa proporção de 3:1
perda do jejuno devido às funções ileais que envolvem a (C) o consumo de dietas ricas em fibras parece estar
absorção de: (Bombeiros – nutricionista – 2001) inversamente relacionada a incidência de doença
cardiovascular, câncer do cólon, diabetes e desordens
(A) ferro; gastrointestinais
(B) cálcio; (D) recomenda-se uma ingestão de fibras de 25 a 35
(C) vitamina B12; gramas por dia ou 10 a 13 gramas por 1.000 kcal
(D) vitamina C; (E) as fibras solúveis são substratos para fermentação
(E) vitamina B1. pelas bactérias colônicas
29) A intolerância a carboidratos mais comum e que afeta 35) Na orientação dietética para doença inflamatória
as pessoas de todos os grupos etários é: (Bombeiros – intestinal na fase aguda deve ser recomendada dieta:
nutricionista – 2001) (Corpo de Saúde da Marinha 2001)
30) A diarréia é caracterizada pela freqüente evacuação de 36) Nos últimos anos, estudos com ácidos graxos tem se
fezes liquidas acompanhada de perda excessiva de liquido mostrado promissores em interferir na atividade da doença
e eletrólitos. É considerada diarréia osmótica: (Bombeiros de pacientes portadores de retocolite ulceratriva baseados
– nutricionista – 2001) nas seguintes premissas.
(A) diarréia que acompanha a doença de Crohn I – os ácidos graxos de cadeia curta são troficos para a
(B) diarréia que acompanha a colite ulcerativa crônica mucosa colônica
(C) diarréia que acompanha a síndrome de Dumping II – os ácidos graxos de cadeia curta são fontes
(D) diarréia que acompanha intoxicação alimentar energéticas preferenciais para o epitélio colônico
(E) diarréia que acompanha o cólon irrritável III – a eficácia dos ácidos graxos polinsaturados da serie
w6 no controle clinico da doença deve-se a formação de
31) A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal metabólitos com atividade pró-inflamtoria pouco potente
caracterizada por ulceração da mucosa. A anemia pode IV – os ácidos graxo polinsaturados são precursores de
estar presente como resultado: (Bombeiros – nutricionista agentes pró-inflamatórios que estão envolvidos na
– 2001) patogênese da retocolite ulcerativa.
(A) menor ingestão de alimentos ricos em gordura Assinale a alternativa correta? (Corpo Saúde Marinha
(B) perda sanguínea 2001)
(C) hipovitaminose
(D) malabsorvição (A) I e III.
(E) desidratação (B) I, II e IV
(C) III e IV
(D) II
(E) IV
31
(B) estimula a secreção de insulina e prolactina ;
37) A doença celíaca ou espru não tropical, e (C) é substrato energético para os enterocitos;
caracterizada pela sensibilidade ao glúten. No entanto (D) estimula a síntese de colina e carnitina;
essa doença é especificamente causada por uma reação (E) precursor do pigmento da pele e do cabelo.
ao componente solúvel em álcool do glúten. Qual é este
componente? (P.M.SAQUAREMA) 44) O aumento da freqüência de eliminação de fezes com
presença de muco, sangue e proteínas pode ser
(A) Histidina classificado etiologicamente como diarréia tipo: (Prefeitura
(B) Gliadina do RJ – 2008):
(C) Glicina
(D) Glutamina (A) osmótica
(B) secretória
38) O nutriente que contribui para a diminuição da (C) exsudativa
resposta inflamatória é: (HUAP 2003) (D) contato mucoso limitado
53) Após investigação clínica da etiologia da diarréia que (A) restrição de gorduras, fibras e lactose na fase de
um paciente apresentava na enfermaria, diagnosticou-se remissão da doença
diarréia do tipo osmótica, provavelmente devido a: (B) restrição de gorduras e açúcar simples na fase de
(Especialização INCA/2009) remissão da doença
(C) restrição de gorduras, fibras e lactose na fase aguda
(A) Colite ulcerativa da doença
(B) Síndrome do intestino curto (D) indicação exclusiva de nutrição elementar por sonda
(C) Deficiência de lactose nasoentérica na fase aguda da doença
(D) Exotoxinas bacterianas (E) indicação exclusiva de NPT na fase de agudização da
doença
54) Após ressecção íleo terminal, faz-se necessária à
suplementação de: (Especialização INCA/2009) 60) Que nutrientes ficam com a absorção seriamente
comprometida após ressecção intestinal com retirada de
(A) Vitamina E importante parcela do íleo e presença da síndrome do
(B) Magnésio intestino curto? (Marinha – 2009)
(C) Ferro
(D) Vitamina B12 (A) gorduras e vitamina B12
(B) selênio e sódio
55) Janete tem 65 anos, é negra e tem diagnóstico de (C) cálcio e vitamina B1
nefropatia hipertensiva. Encontra-se em tratamento (D) vitaminas A e C
dialítico há cinco anos. Durante a hemodiálise Janete (E) triglicerídeos de cadeia média e sódio
relatou ao nutricionista perda de apetite e constipação
intestinal. 61) A colite ulcerativa é uma doença intestinal de causa
A avaliação neste dia revela: (Residência HUPE/2009) desconhecida, caracterizada por inflamação na mucosa e
Avaliação nutricional: Avaliação laboratorial: submucosa. No tratamento nutricional é indicada a
Peso pré-hemodiálise: Glicose: 80 mg/dl suplementação de: (Petrobrás 2010)
62Kg Uréia: 82 mg/dl
Peso seco: 58Kg Creatinina: 3,4 mg/dl (A) tiamina
Estatura: 1,60m Sódio: 133 mEq/l (B) biotina
Diurese residual: 500ml Potássio: 5,8 mEq/l (C) riboflavina
(D) vitamina C
Para o tratamento da constipação de Janete o nutricionista (E) vitamina A
orientou o aumento da ingestão de:
62) O tratamento dietoterápico para pacientes com doença
(A) água celíaca, deverá excluir os seguintes cereais: (Emgepron,
(B) azeite 2010):
(C) mamão
(D) farelo de trigo (A) aveia, polvilho e tapioca
(B) araruta, farinha de milho e de trigo
(c) centeio, araruta e polvilho
33
(D) centeio, trigo e cevada (B) normolipídica, restrita em fibras dietéticas, isenta de
sacarose e lactose
63) A suspensão do glúten dietético é fundamental para o (C) hiperglicídica, rica em fibras insolúveis,
controle da doença celíaca. Dos alimentos que constituem antifermentativa e com adição de ácidos graxos da série
as principais fontes, o que contém menos glúten é: (INCP, n-3
2010) (D) hiperproteica, isenta de fibras solúveis, com adição
demarginina e glutamina
(A) cevada
(B) trigo 68) As fibras insolúveis, que aceleram o trânsito intestinal
(C) centeio e reduzem a constipação intestinal, estão presentes nos
(D) aveia seguintes alimentos: (Fiocruz/2010)
64) A doença celíaca foi considerada por muito tempo (A) aveia, tomate e linhaça;
como uma síndrome de má absorção, é definida como (B) morango, banana e cebola;
uma resposta de hipersensibilidade à glidina. No (C) alho, maçã e leguminosas;
tratamento dietoterápico, o alimento que pode ser (D) grãos integrais, repolho e ervilha;
consumido sem restrição é a (o): (Petrobrás, 2010) (E) casca de frutas cítricas, leguminosas secas e farelo.
34
73) A obstipação intestinal é uma alteração do trânsito D) fibras dietéticas.
intestinal, mais especificamente do intestino grosso, E) ácidos graxos de cadeia curta.
caracterizada por diminuição do número de evacuações,
fezes endurecidas e esforço à defecação. Leia as 76) O termo “Má- Absorção Intestinal” é usado para
afirmativas abaixo e marque a opção correta. (Residência descrever processos que primariamente envolvem
INCA/2011) prejuízos na digestão, disfunção em nível de mucosa ou
manejo pós-absortivo de nutrientes. História de prejuízo no
I A ameixa preta e seu suco auxiliam no tratamento crescimento infantil ou diarreia em adultos pode sugerir a
dietético da obstipação intestinal, porque contém o ácido presença de processos latentes ou crônicos de má-
diidroxifinil isotina, que estimula a motilidade intestinal; absorção de nutrientes. Relacione cada nutriente com sua
II Recomenda-se a ingestão de 8 copos/dia de líquidos manifestação clínica de má absorção intestinal. (São
para auxiliar na maciez das fezes. Gonçalo, 2011)
III As fibras alimentares aumentam o volume e a maciez
das fezes, além de acelerar o trânsito intestinal. (a) lipídios
(b) vitamina B12
(A) A afirmativa I está errada. (c) ferro
(B) As afirmativas I, II e III estão corretas. (d) magnésio
(C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. (e) vitaminaA
(D) A afirmativa III está errada. (f) vitamina K
35