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CONTESTAÇÃO
Em face da ação de alimentos proposta por Ana da Silva Souza, representada por sua genitora
MARCIA DE SOUZA pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
Inicialmente, por ser a Requerida pessoa carente na acepção jurídica do termo, não tendo
condições de arcar com os pagamentos das custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo de seu próprio fim, conforme declaração anexa e com fulcro no artigo 98 e seguintes
do Código de Processo Civil, se requer a concessão de justiça gratuita.
Conforme foi apresentado em petição inicial, Tiago da Silva pai de Ana da Silva deixou o lar
onde morava, porém não foi apresentado os motivos ao qual decidiu sair de sua casa, é mister
salientar que foi movido pelo sentimento de insatisfação com a sua cônjuge, já que não
estavam tendo um bom relacionamento afetivo a alguns meses; tiveram inúmeras conversas
sobre a relação e não obtiveram êxito em uma reconciliação cabendo a ele então a decisão de
sair de casa já que a situação estava insustentável para seu bem estar e auto-estima.
O mesmo nunca teve a intenção de deixar sua filha desassistida, pois costuma visitar com
freqüência e inclusive leva mantimentos em todas as visitas para que tenha certeza de seu
bem estar, seja ele físico, mental ou emocional. Sempre que possível leva e busca Ana em sua
escola para manter o contato e a relação afetuosa com ela. Pediu para poder levá-la para sua
casa nos finais de semana para que tenha mais tempo com a filha, entretanto teve dificuldades
em obter aceitação de sua cônjuge.
Atualmente Tiago está trabalhando como frentista em um posto de combustíveis onde recebe
um salário de R$ 1050,00 onde dessa receita tem despesas com aluguel que divide com um
amigo, despesas com transporte para se locomover ao trabalho, alimentação e outras
despesas. Sendo assim não podendo suportar o valor requerido pela parte autora na inicial,
ficando nítido que o pedido está fora da realidade possível para o cumprimento da demanda.
Em face do que foi anteriormente relatado, faz-se relevante respaldar o pedido nos diplomas
legais, sendo os mesmos, a Constituição Federal, que em seu artigo 5º, inciso LXXIV, garante o
acesso à justiça gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
Da tempestividade
Considerando que Tiago foi citado/intimado no dia 23/02/2021, com prazo para Responder à
ação de 15 (quinze) dias úteis, contados da juntada do mandado no processo, está contestação
é tempestiva.
DOS ALIMENTOS
No que concerne a presente ação de alimentos, insurge o Requerido contra o valor pleiteado a
título de alimentos na razão de 80% (oitenta por cento) do salário mínimo, pois não tem
condições de suportar este valor, como será demonstrado nesta contestação.
Assim sendo, não merecem prosperar as alegações da Requerente nos termos pleiteados na
exordial, pelos fatos e razões a seguir aduzidos.
Importante informar que o demandado nunca teve a intenção de abandonar o lar, tendo em
vista as inúmeras tentativas de reconciliação com a cônjuge, mas como não obteve êxito
tomou a decisão de sair de casa para não deixar sua filha sob uma convivência de brigas entre
o casal tendo como sua intenção priorizar o bem estar emocional de sua filha e o seu.
É certo, também, informar que o requerido sempre provinha o sustento de sua família
enquanto esteve em casa e mesmo depois de sair de casa continuou contribuindo com parte
do sustento da filha, sendo sempre atencioso para com a sua filha, como também a genitora
da menor quando a encontrava.
Atualmente Tiago da Silva recebe uma renda de R$ 1.050,00 conforme documento de contra
cheque apresentado em anexo.
Ocorre que com esta exígua renda tem de suportar suas despesas básicas, como aluguel, água
e luz no valor de R$ 400,00, alimentação no valor de R$ 200, além dos gastos com transporte
para se locomover para o trabalho no valor de R$100,00.
As principais despesas do Requerido são as mesmas previstas no texto constitucional, no seu
art. 7º, inciso IV, e definidas como “necessidades vitais básicas” aquelas destinadas a atender
despesas com “sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social”, que, somadas, comprometem mais de cem por cento
dos seus rendimentos.
Contudo, reconhece a obrigação de prestar alimentos à autora, mas não tem condições de
suportar o valor fixado provisoriamente, no percentual de 80% (oitenta por centos) do salário
mínimo.
DO DIREITO
Assim, requer que os alimentos sejam fixados em 15% (quinze por cento) do salário mínimo,
ou seja, R$ 165,00
Art. 1694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
Art. 1695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem
pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Dessa maneira, deve o pedido ser julgado parcialmente procedente para que os alimentos
sejam fixados no percentual de 15% (quinze por cento) do salário mínimo, ou seja, R$ 165,00.
c) Seja revogada a decisão que fixou alimentos provisórios, pelas razões expostas nesta
contestação;
OAB/SC 56.890