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Bafômetro

As reações químicas em que há transferência de elétrons são as reações de oxirredução, também


denominadas oxi-red ou redox. Nelas, oxidação (perda de elétrons) e redução (recebimento de elétrons)
ocorrem simultaneamente. A oxidação é indicada pelo aumento algébrico do número de oxidação e a
redução é indicada pela diminuição algébrica do número de oxidação1. Ex.:

Zn (s) = sofreu oxidação, logo é o agente redutor


H+ (aq) = sofreu redução, logo é o agente oxidante

Mas, nem todos os metais são oxidados em meio ácido. Por exemplo:
Cu (s) + 2H+ (aq) → não ocorre reação química

Isso acontece porque os diferentes metais têm diferentes tendências de sofrer oxidação, conforme
pode ser visto na tabela a seguir. Note que a tendência do zinco sofrer oxidação é bem maior que a do cobre.

Li K Ba Ca Na Mg Al Mn Zn Cr Fe Co Ni Sn Pb H+ Cu Ag Hg Pt Au

Um exemplo de reação redox é a que ocorre em um tipo de bafômetro1,2 que contém uma solução
ácida de dicromato de potássio. Se houver etanol no ar expirado pelo motorista, haverá a oxidação desse
álcool a aldeído e a redução do Cromo VI (alaranjado) a cromo III (verde).

Questões Problematizadoras
1- O que são reações de oxirredução?
São reações onde há troca de elétrons entre substâncias, ou seja, uma substância doa elétron e a outra
capta os mesmos. Ressaltando que as duas ocorrem simultaneamente, ou seja, para uma ganhar outra tem
que perder elétrons, resultando em um par doador e receptor.
2- Por que um portão de ferro enferruja com o passar do tempo? Como isso pode ser evitado?
A ferrugem é uma reação de oxidação do metal, neste caso, o ferro. Por ficar exposto ao ar livre, o oxigênio
do meio reage com o ferro, oxidando-o. Tal reação tem como produto o óxido de ferro, que nada mais é que
a ferrugem. Isso pode ser evitado com a pintura do portão com tintas especiais, que atuam como um
recobrimento protetor, evitando o contato do ferro com o oxigênio do ar.
3- O que é o teste de bafômetro? Você já parou para pensar de que forma o álcool pode ser detectado
através dele?
O teste do bafômetro é comumente utilizado por policiais, de modo a identificar o motorista que ingeriu
bebida alcoólica antes de dirigir. O princípio do teste é uma reação de oxirredução, onde um sal alaranjado
de cromo é reduzido para um sal de cromo de coloração verde. Nesta reação o sal de cromo sofre redução
e o álcool sofre oxidação. Se há a mudança de coloração, indica que há álcool e que a reação ocorreu,
portanto, o teste do bafômetro seria positivo e o motorista haveria ingerido álcool.
Bafômetro

Materiais
K2Cr2O7 0,1 mol.L-1 Canudos plásticos descartáveis
H2SO4 8 mol.L-1 Vidraria do bafômetro

Para simular o conjunto ébrio-bafômetro, você usará o arranjo experimental2 mostrado a seguir.

Para isso, adicione 1,0 mL da solução de dicromato no tubo de ensaio e acrescente mais 1,0 mL da
solução de ácido sulfúrico. Coloque aproximadamente 50,0 mL de etanol no erlenmeyer. Certifique-se de
que o sistema está bem tampado. Adapte um canudinho plástico conforme indicado na figura e assopre.
Observe a mudança de coloração.

Interpretação dos resultados:


1-O que indica a mudança de coloração observada no bafômetro?
Indica que ocorreu reação química devido à presença de vapores de etanol (álcool).
2-Quais são as mudanças de coloração observadas na solução? Por quê?
Há mudança de cor da solução de alaranjado, para marrom e depois para verde e talvez para azul. Isso
acontece porque o sopro faz com que vapores de álcool sejam borbulhados para a solução ácida de
dicromato, provocando uma mudança de coloração devido à seguinte reação redox:

Equação completa:

+6 -2 +3 -1
K2Cr2O7(aq) + 4H2SO4(aq) + 3C2H6O(g) → Cr2(SO4)3(aq) + 7H2O(l) + 3C2H4O(g) + K2SO4(aq)
redução
oxidação

Equação na forma iônica:


Cr2O72-(aq) + 8H+(aq) + 3CH3CH2OH(g) → 2Cr3+(aq) + 3CH3CHO(g) +7H2O(l)
Alaranjado verde

Obs.: Se a solução ficar azul, é porque o cromo foi posteriormente reduzido a Cr(II) e o aldeído foi oxidado a
ácido acético.

Referências Bibliográficas
1- TITO, Miragaia Peruzzi e CANTO, Eduardo Leite. Química na Abordagem do Cotidiano. Volume 1. São
Paulo: Editora Moderna Plus, 2009.
2- http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc05/quimsoc.pdf

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