Colégio Estadual Jardim Meriti
Disciplina: Sociologia
3º ano – 2 º Bim/2022
Temas: Hegemonia e contra – hegemonia
Indústria Cultural
Antônio Gramsci foi um intelectual
fundamental para o pensamento marxista. Ele se
dedicou a estudar o processo de luta de classes
com base nos fenômenos ligados ao mundo das
ideias, da moral e do Estado. Privilegiando o
estudo da cultura como campo estratégico de luta.
Diferente do conceito elaborado por
Marx, na visão de Gramsci, ideologias são
concepções de mundo, formas culturais
compartilhadas por grupos sociais que atribuem
sentido às suas experiências. Nessa concepção os
trabalhadores não são apenas submetidos a uma
ideologia dominante que os torna conformados a
sua condição de dominados.
Para ele, o processo de exercício de poder
e dominação se dá nas relações culturais, não
apenas nas econômicas. Nesse processo a
dominação ocorre através da capacidade de
convencimento. Existindo uma disputa por
HEGEMONIA.
HEGEMONIA é uma ação de classe. É
um processo histórico relacionado ao exercício
do poder por intermédio da cultura e dos
aparelhos de persuasão (Mídia, instituições de
ensino, instituições religiosas, Estado).
É um processo através do qual a classe
dominante faz com que o seu projeto de
sociedade, sistema de valores, saberes, ideias
sejam aceitos pelas as classes dominadas.
Criando a percepção de uniformidade e
consenso.
Como foi dito anteriormente, Gramsci
propõe que a classe trabalhadora não se
conforma passivamente a dominação
ideológica da classe dominante. Mas busca
disputa-la, criando um processo histórico
denominado de CONTRA-HEGEMONIA.
CONTRA-HEGEMONIA consiste
no processo de criação uma outra ideologia,
modo de vida, sistemas de valores e visão de
mundo que se consubstanciam como um
contraponto a ideologia burguesa. Ou seja, é a
tentativa de criar uma nova forma de
organização social que evidencie as
contradições e conflitos inerentes a sociedade
capitalista.
Neste sentido, esta produção de ideias,
novos valores sociais e outra visão de
sociedade surgiria da classe trabalhadora,
especificamente dos seus intelectuais
orgânicos.
Para Gramsci, a cultura popular é o
lugar no qual surgem novas visões de mundo
mais autônomas, mesmo sobre influências das
ideologias da classe dominante.
Em 1947, Adorno e Horkheimer
desenvolveram o conceito de indústria cultural
para demonstrar que, na Alemanha nazista, a
massificação cultural teve tanta importância
quanto o totalitarismo político para assegurar
a dominação sobre as classes trabalhadoras.
Para eles, a indústria cultural, o
conjunto de meios de comunicação (rádio,
TV, internet) controlados pela classe
dominante, transforma o lazer em uma
extensão das relações de trabalho.
Ou seja, existe uma mercantilização da existência
social. Em uma sociedade capitalista tudo vira
mercadoria voltada para o consumo em massa,
inclusive bens culturais como filmes, livros,
músicas, obras de arte. Ocorreria uma
degradação da cultura pela sociedade
industrial, que substitui a singularidade da
obra de arte por uma fórmula repetitiva, que
gera bens voltados para o consumo e o
divertimento superficial e assegura a
obediência às normas vigentes. O que interessa
não é o conteúdo da obra ou a intenção original
de quem as produziu, mas sim o produto, o seu
valor de consumo.
Assim, prevalece a lógica que afasta a
possibilidade reflexão crítica e leva a
consolidação do capitalismo como sistema
social hegemônico.

Referência bibliográfica: Livro

Sociologia em movimento – Cap. 3.