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NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL,
CLÍNICA E HOSPITALAR
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INTERDISCIPLINARIDADE NA
PRÁTICA EDUCATIVA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 4
A INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA .......................................................................... 4
ESCOLA PÚBLICA E CONTEXTO SOCIAL ........................................................................ 12
PRÁTICAS ESCOLARES E A INTERDISCIPLINARIDADE ................................................. 19
Compartilhando práticas para construir o coletivo ................................................................ 20
DISCIPLINARIDADE ........................................................................................................... 24
MULTIDISCIPLINARIDADE ................................................................................................. 27
INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA ............................................................................ 31
TRANSDISCIPLINARIDADES ............................................................................................. 35
DIDÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE ............................................................................ 38
CONTEXTO DAS SALAS DE AULA E A ORGANIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE
APRENDIZAGEM ................................................................................................................ 39
ESCOLHA DE ATIVIDADES DIDÁTICAS ............................................................................ 41
A aprendizagem Pressupõe ................................................................................................. 43
PLANEJAMENTO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA CRÍTICA ....................................... 46
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DAS AULAS ........................................................ 54
TIPOLOGIA E ETAPAS DO PLANEJAMENTO ................................................................... 58
PLANEJAMENTO INTERDISCIPLINAR .............................................................................. 64
FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM ....................................... 69
Exemplo I............................................................................................................................. 70
A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA ........................................................................................... 71
RECURSOS DIDÁTICOS .................................................................................................... 74
PARA QUE SERVEM .......................................................................................................... 77
O QUE FAVORECE O MATERIAL DIDÁTICO UTILIZADO NAS SALAS DE AULA ............ 78
A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE AÇÃO-REFLEXÃO ................................. 82
PERSPECTIVAS CRÍTICAS DA DIDÁTICA ........................................................................ 94
DIDÁTICA MULTIREFERENCIAL...................................................................................... 100
DIDÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE .......................................................................... 103
SOCIOCONSTRUTIVISMO E DIDÁTICA .......................................................................... 106
PENSAMENTO SISTÊMICO E COMPLEXO ..................................................................... 110
OBJETIVOS DEFINIDOS: ATIVIDADES DE APRENDIZAGENS ...................................... 115
TEORIA DA COMPLEXIDADE .......................................................................................... 116
Metodologia de Pesquisa em Educação ............................................................................ 121
TEMAS TRANSVERSAIS DA EDUCAÇÃO ....................................................................... 128
TIPOLOGIA ....................................................................................................................... 133
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 147
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INTRODUÇÃO
A INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA
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“Ser mestre não é apenas lecionar. Ensinar não é apenas transmitir matérias.
Ser mestre é ser instrutor, amigo, guia e companheiro. É caminhar com o aluno passo
a passo, é transmitir a ele o segredo da caminhada.”
Piaget
Educação artística;
Educação física;
Educação para adultos;
Educação especial;
Ensino religioso;
Ciências da educação;
Filosofia da educação;
Educação comparada;
Biologia da educação;
Economia da educação (psicologia da educação, sociologia da educação,
didática).
Muitas vezes, o professor se sente solitário. Não tem com quem discutir
sua didática e isso o desvia emocionalmente.
Para manter uma relação favorável com o aluno é necessário abrir um espaço
em que ele se sinta à vontade e volte-se para a prática interdisciplinar expressando
seus diálogos, enriquecendo-se nos livros, descrevendo nos murais, trabalhando com
gravuras, fantoches, plantas, pequenos animais domésticos e coleções diversas.
Como não há como se distanciar desta realidade, todos os profissionais da educação
sentem a necessidade de refletir sobre suas ações pedagógicas no que diz respeito a
conhecer e reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que
pode facilitar ou impedir que se aprenda, auxiliando professores e todos aqueles
envolvidos com a questão do aprender.
A ciência nova se destina a buscar as causas dos fracassos escolares e
resgatar o prazer de aprender numa visão multidisciplinar, podendo orientar as
instituições escolares e seus professores e atender a pais e alunos na perspectiva de
transformar as relações com o aprendizado (psicopedagogo). A intervenção
psicopedagógica realizada pelo professor no processo de aprendizagem e
desenvolvimento cognitivo é feita com todos os alunos, até mesmo com os que
apresentam dificuldades (a esses o trabalho deve ser específico) por tratar-se de uma
prática de construção do conhecimento que, às vezes fica escondida na Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP) da criança.
O grau de orientação e ajuda do professor dependerá da competência ou
dificuldades para realizar a tarefa de uma forma autônoma. Maior será a necessidade
de guiar, dirigir e apoiar o processo de aprendizagem que realiza, procurando até
mesmo metodologias de ensino mais estruturadas e direcionadas aos alunos quanto
mais as atividades de intervenção do educador tiverem como ponto de partida as
experiências do cotidiano, tendo como vista o seu universo cultural.
Dessa forma, considerando os conhecimentos prévios do aluno, é possível
organizar situações de aprendizagens mais significativas. Quando se propicia um
ambiente favorável a intenção é descobrir que de acordo com a planilha orientada
para evolução nos níveis psicogenéticos e cognitivos visa-se também o seu
desenvolvimento integral e criativo.
A partir do que foi exposto estabelece-se um paralelo entre a forma de
produção de um conhecimento dentro da realidade vivenciada em sala de aula em
oposição à que procura produzir conhecimentos numa abordagem funcionalista.
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DISCIPLINARIDADE
verdades feitas que apenas começam a ser assimiladas pelos espíritos superficiais de
uma consistência intelectual na qual se pressupõe a contínua busca do sentido que
sempre foge do olhar mediador de uma educação atribuída ao ensino. Passando pelas
transformações cotidianas, não é de hoje que se procuram respostas sobre o futuro
da educação. Analisa-se a burocracia pedagógica e nota-se um aspecto de trabalho
que implica uma ação direta e individualizada, ou seja, a atuação centrada no aluno.
A esta perspectiva temos uma atuação que assenta a visão basicamente
corretiva na linha de atendimento aos problemas educacionais. A esta perspectiva
espera-se direcionamento e controle das interferências que outros agentes
educacionais, como a família, vem desenvolvendo no sentido de modificar o contexto
que se espera alcançar diante das possibilidades. As influências podem ser
reconhecidas diante das articulações geométricas dos currículos e programas, na
repetição de erros metodológicos que sempre recebem novas roupagens.
A colocação aqui é descrever o que inevitavelmente se afirma sobre as
competências educacionais em um linguajar espesso que se baseia na pobreza de
conteúdo e mesmo de expressões vistas como esclarecedoras (colocar onde e em
que termos?). Mas não é somente a teoria que as relações educacionais disciplinares
vêm mostrar em uma realidade social enfocada. A compreensão crítica da relação
disciplinar é preocupante. Sobre isso, um grupo de pesquisadores de escolas, em
colaboração com a UNESCO, buscou estruturar o Centro Internacional de Pesquisas
e Estudos Transdisciplinares em 1995.
De lá para cá prosseguiram os encontros de que daremos alguma notícia para
clarear o que nos desafia. A discussão coletiva dos pensamentos complexos é um
imperativo do avanço significativo que evidencia as demais questões específicas da
escola e procuram ampliar a relação escola e sociedade. A disciplinaridade supõe
uma clara definição dos contornos dos diversos saberes. Respira a tranquilidade e a
coragem de um saber com fronteiras definitivas, e em obediência a uma metodologia
com limites igualmente demarcados. É a física, a química, a matemática, o português,
a literatura, etc.
A verdade se revela bem na medida em que o aprofundamento de uma questão
prevalece sobre outra área do saber e, com isso, se vê significativamente iluminada.
A complexidade emergente gera o fenecimento da hierarquia. Em decorrência disso,
surge a era em que não há autoridade investida, imposta por si mesmo, mas terá de
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competir com a autoridade de quem sabe mais. E quem sabe muito? A resposta é:
ninguém.
Assim, é visto surgir um inédito capítulo da história humana, que implica na
fragilidade do centro decisório que definia e separava as áreas do saber. Não mais se
podem deter os conhecimentos amplos e variados que o processo decisório exige
para que surjam os autoconceitos nas estratégias globais da capacidade do aprender.
Dar voz ao mundo do aluno, porém, não significa calar-se. É do confronto que a
disciplinaridade vem professar mudanças para o entendimento da realidade de
vivenciar. Quando procuram adequar, buscam-se meios que ampliem as experiências
imediatas e profundas aos conhecimentos possuídos e encorajados na realidade do
saber.
O acúmulo da história da educação que preocupa quanto a sua transparência
atual leva às condições de construção de novos conhecimentos. E estes buscam
aprimorar os nossos enfoques acumulados que vêm ser transmitidos pelos alunos,
buscando uma transformação para o novo saber. Não que mude os conteúdos, mas
a maneira como vão ser repassados a partir do entendimento disciplinar.
As compreensões da realidade, por sua vez, provocam novas necessidades de
compreender. As respostas dadas aos desafios suscitam novos desafios e, portanto,
novas respostas. Daí que o conhecimento não pode ser e nem é absoluto. Conhece-
se perfeitamente, e quanto mais se conhece, mais aumenta a necessidade de
conhecer melhor. Esta permanência do conhecimento vai tornando durável a
educação. Nenhuma educação autêntica pode estar presa a um tempo, um espaço,
um programa, por causa do ir e vir também permanente dos tempos, dos espaços,
dos programas, das coisas etc.
Compete a cada articulador a sua responsabilidade de entender as relações
fundamentais de formas claras nas relações de transmissão e criação de
transformação do saber para o saber do aluno. Essa responsabilidade de mudança
aspira uma segurança e um estudo centrado no conteúdo repassado em sala de aula.
Poder-se-ia imaginar que a pluridiscipinaridade estaria à disposição, mas ela não se
afasta inteiramente da disciplinaridade, uma vez que se trata de um estudo que
envolve várias ciências a partir de uma única direção do processo. É um
enriquecimento do estudo, mas não uma abertura plena à sua compreensão. Já a
interdisciplinaridade vai mais longe. Ela concerne à transferência de métodos.
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MULTIDISCIPLINARIDADE
INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se
encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando.
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
constatar, constatando intervenho educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que
ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.(Paulo Freire)
A interdisciplinaridade é um conceito novo e tem como objetivo principal manter
um diálogo permanente entre os conhecimentos, que pode ser de questionamentos,
de ampliação, negociação, iluminação e de confirmação. Desta maneira fica fácil
constatar que algumas disciplinas se identificam e se aproximam, outras se
diferenciam e se distanciam como, por exemplo, pelo tipo de habilidades que
mobilizam naqueles que a investigam, conhece, ensina ou aprende.
A cidadania é um assunto bastante rico e uma necessidade dos nossos dias.
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Num projeto pedagógico interdisciplinar, ela poderá ser enfocada por todas as
disciplinas sob vários pontos de vista. O importante é que os alunos aprendam a olhar
o mesmo objeto de estudo sob perspectivas diferentes. Nesse desafio a escola e
professor têm um eixo integrador que pode ser um objeto de conhecimento, um projeto
de investigação que vai surgindo diante da necessidade da comunidade escolar.
A interdisciplinaridade é um tesouro didático a espera do futuro. Para
desenvolver o tema é preciso conhecer a cápsula do tempo. Ela vem surgindo muito
lentamente e suas pesquisas vão dando as coordenadas do que se vai precisar. Essa
triagem do conhecimento histórico, a posição especial, vem refletindo sobre a
interdisciplinaridade como categoria indispensável para se repensar o processo da
educação na sociedade atual.
O nosso ensino tem se mostrado útil, mantendo ainda mais a dominação que
exemplifica o crepúsculo que descreve a análise do discurso das práticas escolares.
Quando se dedicar à tarefa educação procure entender que esta abordagem
possibilita a percepção dos valores individuais (sentimentos próprios) dos outros
(seres humanos) grupos (ali valorizados).
Torna-se possível que o ser que está sendo educado entenda primeiramente a
importância de seus valores gerados; que representam o vínculo entre o individual e
o social, ao serem projetados na cultura mediante o fazer pessoal.
A compreensão deste processo, por sua vez, permite que a realidade “valor”
seja desvendada. Com isto, pode-se perceber que os valores podem expressar as
experiências da pessoa (suas vivências, as necessidades do contexto social e
cultural), como também na estrutura da personalidade. Para isso, precisa transitar por
todas as disciplinas, escolhendo temas que diferenciem e que, algumas vezes,
ampliam e questionem muitas vezes a qualidade e a habilidade de cada um.
O caminho da interdisciplinaridade é longo e amplo no contexto que revela um
quadro que precisa de atenção voltada para a redefinição e ampliação dos
conhecimentos educativos. A interdisciplinaridade perpassa os elementos do
conhecimento pressupondo a integração entre eles. Porém, é errado concluir que ela
apenas se resume a isso. Ela está marcada por um movimento ininterrupto, criando
ou recriando outros pontos para discussão. Já na integração, apesar do valor,
trabalha-se sempre com os mesmos pontos sem a possibilidade de que sejam
reinventados. Quem trabalha na apreensão da atitude interdisciplinar garante uma
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TRANSDISCIPLINARIDADES
“Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar
as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as
perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido”.Rubens Alves
A transdisciplinaridade é um modelo de organização do conhecimento que
procura entender-se às diferenças culturais formadas pela solidariedade e integração
à natureza humana. Em 1970, no “I seminário Internacional sobre pluri e
interdisciplinaridade”, realizado na Universidade de Nice, Jean Piaget disse que a
transdisciplinaridade tratava de uma etapa sucedida. Entendemos que o prefixo faz a
diferença: ‘além das’ disciplinas. Por se tratar de um conhecimento, a proposta do
rompimento entre o sujeito e o objeto vem diferir os níveis de percepção
correspondentes. A transdisciplinaridade vem propor uma alternância sobre a razão
sensível, a razão experiencial e razão prática. Entretanto, o paradigma da
transdisciplinaridade surge numa proporção do universo fechado da ciência em trazer
à tona conhecimentos e reconhecimentos produzidos dentro das velhas e novas
experiências. A transdisciplinaridade não procura construir um sistema filosófico que
combina princípios de diversos sistemas entre a ciência e tradição prática
radicalmente diferente das metodologias das ciências modernas, mas formar uma
concepção que venha gerar uma civilização em escala planetária na integridade do
ser.
No final do século XX, a expressão “direitos humanos” assumiu o significado
exato de direitos do homem, de acordo com a formulação nas últimas décadas. Os
direitos humanos são a designação genérica dos direitos que dizem respeito
diretamente ao indivíduo em decorrência de sua condição humana e em consonância
com a lei natural. As fronteiras disciplinares começam por se cruzarem permitindo uma
ponte por meio da qual se estuda os fenômenos que se situam fora e além das
disciplinas que existem. A transdisciplinaridade não é uma prova de domínio sobre
várias outras disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as
ultrapassa para o conhecimento real.
Seguimos valores que precisam ser preservados e resgatados, estando eles a
procura de uma contribuição para um mundo melhor. Diante da valorização humana
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o ser humano se doa pela solidariedade e o vínculo aos outros indivíduos. O homem
tem direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Mas o que encontramos
atualmente? As inúmeras obras sucessivas e mutações educacionais dos últimos
anos nos levam a pensar sobre tal questionamento.
A discussão sobre a nova concepção de educação, de educador e de
educando, delineados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), inclui a
interdisciplinaridade, a contextualização, a transdisciplinaridade, os distúrbios de
aprendizagens. Os educadores de forma geral navegam sem bússola e estão sendo
confrontados com a realidade atual, automatizados, sendo diagnosticados como
defasados, pois temem dar passos além da dúvida. A discussão do ponto de vista
conceitual, como, por exemplo, a da sua relação com a concepção de
interdisciplinaridade, está bastante difundida no campo discursivo. Deve-se analisar
como estão sendo destinados momentos da escolaridade de possibilidades
delineadas pela forma de pensamentos no que se dispõe de um desenvolvimento
construtivo.
O conhecimento é o resultado de um complexo e intricado processo de
modificação da reorganização e construção utilizado pelos que assimilam e
interpretam os conteúdos escolares (alunos). No conhecimento da Carta da
transdisciplinaridade, produzida pela UNESCO com fundamento do CIRET, em 1994,
temos uma definição do conceito transdisciplinar:
Artigo 1: "qualquer tentativa de reduzir o ser humano a uma mera definição e
de dissolvê-lo nas estruturas formais, sejam elas quais forem, é incompatível com a
visão transdisciplinar";
Artigo 2: "(...) qualquer tentativa de reduzir a realidade de um único nível regido
por uma única lógica não se situa no campo da transdisciplinaridade";
Artigo 3: "(...) a transdisciplinaridade não procura o domínio sobre várias outras
disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa (...)";
Artigo 4: "(...) ela pressupõe uma racionalidade aberta por um novo olhar sobre
a relativa definição das noções de definição e objetividade (...)";
Artigo 5: "(...) a visão disciplinar é deliberadamente aberta, na medida em que
ela ultrapassa o domínio das ciências exatas (...)"
Artigo 7: “A transdisciplinaridade não constitui nem uma nova religião, nem uma
nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência das ciências”.
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DIDÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE
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Como para ele a única atividade válida é a exposição oral ou preleção, não perde
tempo procurando alternativas.
- Professor moderno – vai escolher adequadamente as atividades de
ensino numa etapa importante de sua profissão. Por meio dele manifesta-se a
verdadeira contribuição das atividades dos seus conteúdos e materiais dos alunos.
fertilizantes usados na lavoura, a ela extrapola a resposta dada pelos alunos porque
nem todos sabem a quantidade de potássio. Logicamente o professor precisa
trabalhar atividades que permitam ao aluno desenvolver suas habilidades. Outro
exemplo: supõe-se que o professor adquira a atitude e o hábito da cooperação e
trabalho em equipe na aula de português. O reforço é o modo estimulado em
internalizar e fixar o aprendizado. A essa dependência o objetivo direcionado
estabelece ao professor as atividades de ensino que serão realizadas.
Para se atingir objetivos educacionais, o aluno é exposto a assuntos ou
conteúdos de uma matéria de natureza diversa. Suas fórmulas, teorias, princípios e
conceitos isolados são uma forma de conjunto que se faz à parte. A essas estruturas
deve-se almejar o tipo de aprendizagem necessária para o aluno que procura
entender, fixá-lo em diferentes casos que levam a interpretar a metodologia que está
sendo repassada para ele.
A situação de aprendizagem em sala de aula vem mostrar as atividades
trabalhadas, seja em exposição oral ou escrita, na transmissão das informações
exercitadas e nas habilidades quem venham a ser avaliadas diante de soluções que
foram apresentadas dentro dos problemas surgidos.
O desenvolvimento da postura do conhecimento para que o aluno se interesse
em debruçar-se sobre as dificuldades que desafiam seus saberes exigem dele um
maior desempenho. A educação tem uma distinção que é fundamental, pois não há
máquina que substitua o professor – e quando isso ocorre é porque o professor o
merece. Tecnologia educacional é, por exemplo, usar uma lata de água, um pedaço
de madeira e uma pedra para explicar a flutuação dos corpos; apertar a tecla de um
vídeo sobre o assunto e deixar os alunos o assistirem passivamente, em contrapartida,
nada tem de tecnologia.
O que se vai fazer diante da aprendizagem é mostrar ao aluno a capacidade
que cada um tem em desenvolver sua metodologia sem que precise de muitos
equipamentos. Basta a força de vontade e a segurança do conteúdo para explicar uma
aula de geometria sem que se possua um esquadro. O desenho de sua mão, por
exemplo, mostra o que ela representa. Aberta ela forma um ângulo de 90º. E isso faz
a diferença na aprendizagem e ensino apontando para a formação de um novo
educador. Por mais que pensem em utilizar a tecnologia ou mesmo o velho e bom
quadro-negro, é na formação do professor que se desenvolve a tecnologia
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A aprendizagem Pressupõe
problemas adquiridos e solucionados, cuja eficiência está na razão direta dessa sua
ação globalizadora.
Dentro da realidade de um planejamento procura-se estudar os objetivos que
venham superar as dificuldades encontradas ao longo do trabalho educativo.
Planejam-se encontrar dentro de um posicionamento individual e social das situações
problemas a serem estudadas e resolvidas e das atividades propostas para efetivar
sua mudança ou reestruturação.
Mas como olhar a Educação num contexto de Igualdade para todos?
A descrição que segue não é uma descrição do que existe, mas do que deveria
existir ou, dito de outra forma, daquilo que se pode colocar como ponto de referência
para ser perseguido na tarefa do planejamento. Quando planejamos buscamos
centrar em três critérios que levam a interrogar os retornos do processo de
planejamento.
- O que queremos alcançar?
- A que distância estamos daquilo que queremos alcançar?
- O que faremos concretamente (em tal prazo para diminuir esta
distância?).
Há modelos e concepções dos homens e da sociedade em cada grupo. Por
isso, pode-se variar seus efeitos, mas se não forem respondidas não se pode efetuar
um planejamento. Deve-se, pois, analisar continuamente a ação e a buscar reflexão
não apenas sobre a eficiência do trabalho como também do processo educativo
humano mais fundamental.
Planejamento
Programação
Marco Referencial Objetivos
Doutrinal e Operativo Diagnóstico Estratégias
Execução
Dizer para que existe hoje a instituição que planeja é a parte mais importante
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Conhecimento da
realidade
Aluno
Aspirações Ambiente
Sondagem
Necessidades Escolar
Diagnóstico
Frustrações Comunitário
Possibilidades
Destacam-se:
Organiza
Processo
Eficiência Envolvimento Conduta Humana
Prazo Viabilização
Metas Atividades Disciplinas
determinação, com segurança e buscar dentro dos esforços a perfeição. Sabese que
ninguém é perfeito, mas deve-se procurar formá-la em benefício de uma educação
melhor. A comunidade que será avaliada no planejamento fundamenta-se numa
filosofia política de renovação. As decisões mais substantivas, importantes, deverão
ser tomadas pelas pessoas que compõem a comunidade, que começarão por tomar
consciência de seus problemas mais prementes e desenvolvem sua criatividade e
capacidade de tomar decisões iniciativas, na busca de soluções próprias.
Portanto, todo planejamento comporta um diagnóstico da realidade. Porém, um
diagnóstico mais consciente e autêntico é pressuposto essencial para um trabalho
produtivo. Este conhecimento da comunidade deverá decorrer do trabalho co-
participado de todos. A comunidade precisa saber o que deseja e o que poderá ser
num determinado tempo. Visto tudo isso, surge os planos que se integram ao trabalho
desenvolvido para aprender e fazer a progressividade das atividades e técnicas dos
conteúdos.
É necessário considerar, porém, que tais riscos e dificuldades poderão se
suplantar pelas vantagens que oferecem o Planejamento. Nota-se a transparência da
realidade dos objetivos propondo-se soluções conscientes e substantivas. Além disso,
a união de todos, para um fim comum, imbui todo processo de uma força de atuação
muito grande, ampliando o horizonte de decisões, a divisão de trabalho e as
responsabilidades. O valor se deve ao desenvolvimento humano educativo que se
encara como ator e não mero espectador de sua história.
Uma das preocupações mencionadas pelos
educadores a respeito do planejamento é a
possibilidade legal de sua efetivação nos diferentes
sistemas de ensino. Enquanto as atividades vêm
renovando as estruturas, ainda trazem um pouco
sobre o sistema de ensino retrógrado, tradicional e
fechado. É necessário superar esses ideais
passados e planejar para que se dê vida, que se
desperte o tamanho da importância da organização
e se alcance os objetivos da qualificação do
trabalho educativo em todos os seus segmentos.
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O planejamento tem que ser algo flexível ao entendimento e não uma teoria
que dificulte a prática e acabe sendo guardado na gaveta, ou que venha a ser repetida
a mesma metodologia do exercício da prática sem nunca trazer uma forma que chame
atenção para percepção do aluno.
A elaboração de planos é muito importante num processo de planejamento.
Convém repetir, contudo: mais importante que os planos são os processos que por
meio deles se desencadeiam. É possível planejar as aulas dentro da realidade atual.
Não convém idealizar uma teoria centrada numa prática que difere da cultura.
Embora tenha que aprender os costumes e culturas diversas, não se deve
esquecer o que se dispõe no momento. De fato o planejamento das aulas (planos)
sob a forma escrita torna-se mais eficiente e mais eficaz. E, sobretudo, para dar
consistência a um processo de planejamento alcançado como resultado adicional (não
de menor importância) sendo o próprio processo educativo quando colocado em
prática.
O que qualifica a maneira de interagir diante dos planejamentos em sala de
aula é a maneira na qual são expostos os conhecimentos adquiridos. Até para que
esses conhecimentos venham ao público é preciso conhecer a quem passar e o que
passar, visto que eles estão na posição de receptor/transmissor. Para qualificar a
importância de um planejamento para sala de aula precisa-se de demonstrações de
conhecimentos que sejam vivenciados ao longo da formação educar e aprender.
Fazer um planejamento é levar o seu objetivo para os planos de aula e estes se
estenderem na sala de aula.
Todavia, observe que elaborar um plano sem planejamento é tecer uma rede
que não se liga entre si. Ter um processo de planejamento sem plano é correr o risco
de que a rede desmanche por falta de pontos de ligação dos fios. Não são, contudo,
todas as metodologias de elaboração de planos que são organizadoras de um
processo de planejamento. Com muitas metodologias, mesmo que se queira ter um
processo, fica-se num suceder de planos desligados entre si.
É conhecido no planejamento uma tarefa que anda por uma estreita via entre
dois desfiladeiros: entrada firme desde que se tome cuidado para não cair. A tendência
que leva a esse conhecimento é a norma da visão imperativa de uma imposição que
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pode instalar-se com facilidade e produzir a manipulação. Por outro lado, o desejo de
fugir permite a desorganização das aulas e mostra que o planejamento foi negado.
Entretanto, o conhecimento leva a alertar para o compromisso. Conhecer as
habilidades para executar um plano de aula dentro do que foi planejado é a maneira
mais eficiente de dizer para si mesma que: a organização qualifica. Não criticando
situações opostas, mas estar procurando esclarecer que um não anda sem o outro. A
importância de planejar é procurar prever um prognóstico que chama a atenção para
melhorar a qualidade da atuação.
Os principais cuidados para se fazer um planejamento que virá atuar na sala
de aula é organizar a sua equipe, não de planejadores, mas de coordenadores:
Conhecimento da teoria de planejamento (o que se pretende diante do
que se tem registrado);
A metodologia e a clareza do plano facilitam um entendimento e melhora
a capacidade do outro;
Ser parceiro e compreensivo: favorecer a explicação;
Abrir espaço para que os outros participem;
Propor etapas das atividades do processo educativo;
Redigir os textos, respeitando o pensamento do outro;
Favorecer a participação e demonstração de fatos vivenciados na teoria
e prática;
Encontrar soluções em conjunto;
Ser comunicativo.
TEORIA
SITUAÇÃO CONHECIMENTO
PROBLEMA DA
NECESSIDADE REALIDADE
PROPOSTAS
DE AÇÃO
RESULTADO AÇÃO
DA AÇÃO
É fundamental que haja uma ação. Tão fundamental como a existência de uma
teoria e do conhecimento da realidade. É nesses quadros que uma proposta de ação
tem sentido e, sobretudo, possibilidades de ser eficaz. Todo planejamento é um
relacionamento adequado entre esses elementos: a situação, a teoria, a realidade, a
ação, o resultado dessa ação e a avaliação constante de tudo.
O ser humano é responsável pela inovação dos seus planos fundamentais para
o conhecimento do processo educativo em função de sua qualidade profissional. Não
é somente a inovação da teoria, mas a maneira como ela vai ser trabalhada na prática
diária. A receptividade vem mostrar conceitos de planejamentos dentro dos processos
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que convertem em processo educativo: repetir estas ideias sob diversas formas que
parecem essenciais tendo em vista sua importância. O pensamento vem investigar o
conceito de educação que sustenta uma aproximação conceitual. É muito prejudicial
buscar compreender o ato de educar: dizer que ninguém educa ninguém, na
conclusão de Paulo Freire, se todos nós educamos no relacionamento.
Vale à pena compreender o ato de educar sendo a educação completamente
como um conjunto de recursos, de situações e de ações para que mais facilmente
aconteça o educar-se para integração do meio social, na perspectiva de formação do
cidadão para vida. Educar é, em primeiro lugar, projetar a busca de sua própria
identidade, seja ela pessoal ou em comunidade. Como se pretende educar se não
trabalhar a socialização? Isso leva a acreditar que o entrosamento com o grupo busca
uma intensidade motivada e uma capacidade de evolução construtiva.
Planejar é justamente isso: propor uma identidade e agir para aproximar o que
são, e para o que querem ser. Para que o processo de planejamento se estabeleça
não é exagero insistir várias vezes na necessidade de que as pessoas tenham
condições, capacidades e participação. De fato as pessoas só fazem aquilo para o
que estejam capacitadas. O planejamento se contempla dentro de uma conceituação
de educação que venha facilitar a compreensão de que se dá uma capacitação e
participação na qual estabeleça um planejamento voltado para qualidade significativa
renovada, participativa, enriquecendo os planos que ora vem sendo trabalhados nas
salas de aula.
A formação de ideias nos conjuntos educativos só vem engrandecer a
qualidade de um planejamento voltado para a valorização dos seus educadores. A
capacidade que cada um tem diante do seu compromisso é aprimorar nos seus
métodos as ideias renovadas e metodologias aplicadas. O plano de aula faz a
organização das metas, planejamento e levantamento dos dados para um objetivo a
ser alcançado. Planejar é encontrar a saída para atuar na capacidade que se tem e
de acordo com determinados critérios adquiridos ao longo de suas próprias
experiências.
Tipologia e
tipos de
Planejamento
Planejamento Planejamento
Educacional Ensino
Planejamento
Curricular
Planejamento Planejamento
Escolar Operacional
PLANOS
Os Planos, por sua vez, vêm ganhar uma determinação dentro do planejamento
que facilita para o educador uma metodologia voltada para sua realidade, e que
busque inovação e qualidade no processo de ensino-aprendizagem.
Tais planos referem-se aos Projetos que, por sua vez, tratam de um
documento, produto do planejamento nos quais são registradas as decisões mais
concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma tendência natural e intencional do
ser humano. Como o próprio nome indica, projetar é lançar para frente, dando sempre
a idéia de mudança, de movimento. Trabalhar o projeto em si é viver uma realidade
que foi planejada, discutida, e que traz um retorno muito positivo para o educador e
educando.
O projeto é algo muito conhecido nos planejamentos e visa a alcançar um
objetivo específico. Não teria sentido, assim, um projeto desligado de um plano mais
amplo. A verdadeira mania de projetos que tem predominado sobre a educação tem
gerado ações esporádicas, até contraditórias entre si. O projeto mantém uma ação
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Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar
significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, é sair do comodismo
e passar por uma aventura, só que ela favorece andar com os pés no chão.
Descobrindo em cada passo aonde se pretende chegar. Fala-se de projeto educativo
com muito entusiasmo porque muitas ações educativas partem de um projeto, que por
sinal parecem ser simples e se estendem por um curto período, ganham espaço e
modificam a consciência de muitos, diante do que venha a ser educação para educar.
O projeto facilita o exercício da prática e o incentivo de buscar, em
determinadas rupturas do decorrer do seu exercício. A qualidade da execução vem
das idéias de quem o conduz. Ele precisa ser visto como peça importante de um
grande quebra-cabeça que vai sendo descoberto passo a passo e que dentro do
projeto pedagógico conhece várias características que dão base de sustentação
futura:
Participativo / decisivo;
Organização;
Autonomia escola/ solidariedade educativa;
63
PLANEJAMENTO INTERDISCIPLINAR
é um ser histórico capaz de atuar no seu meio para transformá-lo, podendo melhorá-
lo, discutindo ideias como transformar o bairro por criar órgãos para defesa de seus
direitos, lançar mão da matemática quando houver necessidade de transformar o
espaço físico por meio de mutirões para constituição e reformas dos espaços físicos,
fazendo cálculos, construindo maquetes etc. Tais iniciativas envolvem diferentes
áreas, como ciências da natureza, Biologia, Física e Química, passando pelo tema
transversal Meio Ambiente.
Vejam que a interdisciplinaridade vem abraçar de forma contextualizada todas
as ideias trabalhadas em diversas disciplinas, e como não se podia deixar de fora
nessa inovação, entra em cena também a área Código e Linguagem. Quando os
alunos começam a trabalhar por meio de projetos percebem a importância prática de
enviar mensagens de forma clara para o público-alvo. Seja a própria comunidade
escolar, seja a comunidade local, por meio da elaboração de cartazes, faixas, murais,
textos informativos que venham chamar a atenção para o que se deseja atingir;
iniciativas assim encontram na Língua Portuguesa, aliada à arte e à informática,
embasamento. As disciplinas Língua Portuguesa, Artes e Educação Física poderão
trabalhar de forma integrada por meio de atividades como desempenho, teatro,
números musicais, levando a mensagem desenvolvida durante o processo de trabalho
interdisciplinar.
Planejar o ano letivo pressupõe analisar a prática que virá a ser trabalhada
durante todo o ano na escola, de maneira a encontrar respostas às questões
orientadoras do aprimoramento do seu projeto político-pedagógico.
Deve-se procurar sempre interrogar na questão da escola quem são e qual o
perfil dos alunos, a comunidade que circunda, a qualidade da aprendizagem, na
intenção do que é necessário aprender e o sucesso que será obtido diante dos valores
e formação dos alunos, o que vem a retratar a qualidade do trabalho da escola. Na
realidade deseja-se com isso fazer um replanejamento do ano que passou e tentar
melhorar a qualidade do ensino de uma instituição escolar. Os desafios que irão
conhecer e que cada escola deverá responder a partir de suas forças e experiências
comprovadas. Porém, o objetivo é unificar a qualidade de ensino e tentar construir
uma escola com qualidade social, capaz de ser um espaço de crescimento para
alunos e todos que nela trabalham. Com gestão democrática e em sintonia com a
produção que venha a fazer a socialização do conhecimento repassado e que este
68
chegue à melhor forma possível em trazer a informação clara para fazer-se aprender.
O planejamento do ano letivo constitui-se num momento privilegiado para a
reflexão coletiva, na qual todos estão voltados para ações educativas que se integram
nas equipes e formação dos trabalhos. A elaboração, o desenvolvimento e a avaliação
de planos de ensino e o preparo de aulas traduz-se numa atitude e vivência crítica
permanente diante do trabalho pedagógico, possibilitando ao conjunto da equipe de
profissionais da escola conhecer e se expandir numa construção participativa dos
desenvolvimentos educativos.
Ao falar em planejamento vêm logo a ideia de organizar o que se quer melhorar
e apontar o que não o está fazendo evoluir enquanto profissional. Dentro do
planejamento embasado no trabalho político-pedagógico vem a análise crítica dos
resultados, que procuram novas formas de atuação e criam poderes para decidir.
Quando procurar uma qualidade de atuação, procurar organizar-se dentro do perfil
descrito nos PPP, que é o fruto do planejamento e que vem representar uma
escola/sociedade no qual quer fazer parte dessa construção, diante das experiências
passadas e expectativas futuras.
A visão que o planejamento traz é o reflexo que registra os diagnósticos
analisados no processo ensino-aprendizagem. O planejamento escolar, da forma
como vem sendo concebido no presente texto, não pode ficar circunscrito a apenas
“semanas de planejamento.” Ele exige vários espaços garantidos no calendário do
ano letivo, em que ora se registra encontros mais frequentes, mesmo porque a
necessidade de estudar as possibilidades, cultura, forma crítica, possibilita ao
professor uma reflexão prática do que se pode replanejar. É bom ter em mente várias
interrogações, porque elas vão dando pistas por onde se pode tentar melhorar ou até
excluir propostas que não deram certo. Para direcionar essa reflexão pode-se
questionar:
- Como tem sido a qualidade dos planejamentos? Quais as expectativas do
planejamento para o trabalho deste ano? O que quero e preciso modificar? Como está
sendo trabalhada a questão da interdisciplinaridade na escola? Como os alunos estão
melhorando?
É uma avaliação que durante todo o desenvolvimento dos trabalhos precisa ser
revista. A qualidade do fazer se faz pela maneira como pode ser observado,
qualificando avanços ou deficiências.
69
Exemplo I
- Lendo e interpretando gestos:
Procure ler o texto a seguir com seus alunos.
INVENTE SÍMBOLOS
Placas para serem colocadas nas salas;
Placas para serem colocadas nos jardins;
Procure chamar a atenção dos estudantes para as placas expostas nas
ruas, nos carros e ônibus. Destaque a que mais lhe chamou a atenção
ou prendeu a percepção dos alunos para trabalhar nas disciplinas.
A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA
72
obedecem a leis como as da física, interação entre agentes como nos sistemas
ecológicos, relações de causa e efeito que se modificam conforme a alteração das
condições iniciais ou das relações entre as diversas partes, como nas condições de
meio ambiente, etc.
Eles são mais facilmente adaptados às disciplinas que se utilizem bem de
simulações de eventos, tais como Física, Matemática e Química. Porém, todas as
disciplinas podem utilizar objetos. Por exemplo, é possível criar objetos que façam uso
extensivo de vídeo, música, mapas e histórias para o ensino de Geografia e História,
além de objetos com jogos de regras gramaticais. Pode-se utilizar também de um fato
histórico em que se relate a cultura regional e o mesmo ser trabalhado em Língua
Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Educação Artística. Essas
modificações levam o professor (facilitador) a aprimorar seus contextos e facilitar a
capacidade de ensinar dentro de uma didática-metodológica aberta para aprender
conhecendo, sem que precise se rotular a apenas uma única direção. O livro didático
vai ser explorado com mais segurança, os textos já vem trazendo uma realidade para
o exercício da prática.
RECURSOS DIDÁTICOS
em várias situações dentro e fora da sala de aula: no recreio, nas atividades com o
próprio corpo em relação ao espaço, nos jogos e nas atividades de linguagem oral,
matemática e outros conteúdos do currículo. O diagnóstico pode ser feito formal ou
informalmente, em grupos ou individualmente, para assegurar o equilíbrio da criança
como o do adulto, seja qual for o conteúdo ou forma dessa expressão.
As atividades em artes favorecem também o desenvolvimento afetivo,
especialmente por facilitarem a livre expressão e permitirem a descarga de tensões,
assegurando o equilíbrio emocional. A sua independência, quando lhe é dada a
oportunidade de escolher em seu trabalho, conquista a expressão de sentimentos e
emoções e objetiva seu modo de sentir e descobrir a si mesmo. A maior contribuição
que se pode favorecer ao aluno em sala de aula é levá-lo ao conhecimento para que
ele entenda que a contribuição na qual está inserido vem para ajudá-lo a entender
como manusear os recursos utilizados para crescimento da sua própria formação. Os
materiais usados vêm modelar a capacidade de entendimento do aluno, desde sua
formação nos primeiros anos de vida escolar (educação infantil) como nos segmentos
sequenciais de suas séries (anos Fundamental I e II, médio, nível superior). O trabalho
da educação tem como objetivo satisfazer as necessidades e desenvolver habilidades
criativas e desenvolver autonomia.
Os itens citados foram apenas reflexões sobre o que tem que se conhecer e
viver nos primeiros passos da escola. Essa aprendizagem de uma resolução de
problemas constitui método eficaz para o desenvolvimento do pensamento
matemático. Sabe-se o quanto a dificuldade de assimilar os números vem crescendo
nas salas de aula, mesmo porque o próprio aluno já internalizou a frase “detesto
matemática”, “não gosto de redação”, “ai quanta chatice aquela redação do primeiro
dia de aula - relate suas Férias”. Quando visitei algumas escolas municipais, ouvia
sempre essas reclamações.
Uma aluna da zona rural me chamou a atenção pela maneira como ela se
posicionou diante de todos quando disse: “não vejo que está errado, apenas cada um
precisa falar para que a professora comece a avaliar”. Se não interagir expressando
o entendimento, as adaptações de suas ideias não se conseguirá compartilhar
experiências. A troca de experiência em sala de aula é muito importante para que o
aluno, no uso de suas atribuições, possa mostrar suas ideias.
A criança precisa se sentir em seu espaço e estar ligada a ele pelas percepções
80
que recebe por meio dos sentidos, fundamentalmente da visão e do tato. Nesta etapa
de sensibilização surge o mundo das formas pelo conhecimento adquirido quando em
contato com os materiais pedagógicos.
Por meio da exploração ativa, acompanhada pelos deslocamentos, ela
converterá esse espaço nos quais realiza suas primeiras experiências no espaço real.
Todo esse esforço será insuficiente se não for acompanhado pelo professor com uma
linguagem expressiva, na qual descobrirá suas possibilidades de criar e construir seu
próprio espaço.
A concepção do papel do educador é enfatizar os princípios do individualismo,
liberdade e igualdade com democracia, incorporando uma ideologia que tente explicar
a sociedade organizada a partir do modo de produção do conhecimento adquirido por
meio da utilização do material didático. O princípio lidera concretizar uma prática que
fixa objetivos e determina programações que cumpram o papel de legitimar e
perpetuar a ordem social existente,
permitindo que ocorram sem restrições as potencialidades. O orientador
contribui para explanar a característica básica dessa sociedade, a sua divisão em
classes sociais.
Assim explica-se que cada orientador, no uso do desempenho de seu exercício
profissional, privilegie as atividades que supostamente permitiram a revelação e a
conscientização das características. A percepção da realidade passa a agente de
mudanças e conscientização.
A prática em sala de aula merece destaque nesses últimos anos e, em geral,
foi pensada como proposta de formar cidadãos capazes de construir e participar de
uma sociedade democrática. Tendo como pano de fundo o mesmo princípio é possível
analisar as mudanças que são encontradas em realidades específicas (regionalizadas
/municipais / estaduais / particulares), uma melhoria tanto por parte do educador como
do educando.
Ao preparar uma aula com material de apoio que venha a favorecer ao aluno
uma percepção maior, a qualidade do conhecimento de seu conteúdo ganha outra
direção. Automaticamente ele sai da teoria, muitas vezes uma didática tradicional que
impossibilita o aluno a participar, fazendo com que ele somente escute e copie, e
chegue à participação direta, no questionamento, na observação e leitura de
ambiente.
81
sempre aparece de imediato, talvez pela inibição de alguns alunos, que precisam ser
acompanhados e superados diante das dificuldades encontradas no meio em que
estão inseridos, chegando a alcançar a mesma aprendizagem que os demais.
Todo educador tem por trás do seu fazer pedagógico uma teoria que lhe dá
suporte. A proposta didática é fundamentada na concepção teórica e denomina uma
construção de conhecimentos constituídos e dinâmicos do saber ao longo de sua
história. O sujeito é visto como um ser ativo que, agindo sobre os objetos de
conhecimentos, no seu meio, interage socialmente e sofre as influências dos mesmos,
ao mesmo tempo em que interioriza vários conhecimentos a partir de sua ação. Dentro
dessa perspectiva, o sujeito é tido como um indivíduo que traz conhecimentos
decorrentes de sua estrutura cognitiva e de suas aprendizagens e experiências
vividas, assim como também os recebe do meio ambiente.
Ao se estabelecer dentro das ideias que estão desenvolvendo a posição exata
que ocupa a autoridade do mestre, uma pergunta se faz de imediato necessária: é
possível uma prática docente sem que o mestre disciplinar mostre sua superioridade
e reciprocidade diante da estrutura que venha a desenvolver uma relação de
aprendizado?
Hoje, em contato direto com os meios de informação, muitas vezes acontece
que os mestres (educadores) sabem menos que os seus discípulos num setor
específico. O mestre dá a palavra ao discípulo para que este pronuncie o essencial.
Resulta daí que o principal não é o ensino, mas a ordenação do ensino que não é
puramente fruto do ensino. É, antes disso, uma relação de ordem pessoal e humana,
cujos sentidos vão variando de acordo com as situações encontradas.
A relação educadora põe a frente mestre e discípulo. Ambos participam da
mesma teoria de que vem crescendo para desprender e afirmar uma autonomia
complementar. A grande contribuição que é oferecida neste diálogo sobre a prática
docente é direcionar o leitor para um progresso de entendimento educacional, em que
exime da reflexão sobre a ambiguidade.
O equilíbrio da tecnologia só existe quando houver o equilíbrio humano que
vem mostrar as concepções necessárias e que vem insistir na integração do professor
83
entre o plano real, entre o regimento, a legislação e a realidade. A crise desse modelo
de educação não é apenas interna à escola. Com a organização crescente da
chamada sociedade civil é que surge a necessidade de revisão desse modelo. Vive-
se buscando sempre superar tudo, principalmente a crise educacional. É natural
culpar as deficiências acontecidas aos sistemas educacionais.
Por que será que jogam tudo para responsabilidade do sistema educacional?
Afinal, educadores e toda a comunidade escolar que compõem essa realidade estão
comprometidos com a extensão das mudanças para que haja um mundo melhor. A
preocupação que surge nos genitores e educadores para que esses sistemas
cheguem a mudar o pensamento de seus filhos é uma preocupação dialética. O
essencial na formação de um professor não é o que ele aprende, mas tudo o que ele
pode aprender e que será capaz de produzir com seus alunos.
A prática docente pode estabelecer-se sem recursos pedagógicos ou apesar
deles, mas é apenas por meio dela que a relação professor-aluno torna-se educadora.
Para entender como funciona o desenvolvimento do indivíduo dentro da capacidade
de aprender é preciso que o estudo da teoria dentro da interação social e trocas
intelectuais se voltem para um alto nível, que consigam relacionar-se com seus
semelhantes de forma equilibrada.
Os estudos dessas reflexões vêm expandir-se cada vez mais no universo
educacional. Embora nenhum teórico tenha aprendido a elaborar uma pedagogia
propriamente dita, deixaram contribuições incalculáveis para a Educação. As ideias e
descobertas de ambos impulsionam a busca de mudanças significativas e urgentes
no fazer pedagógico das salas de aula em todas as modalidades e graus de ensino e,
em especial, nas séries iniciais. A reflexão até aqui foi uma amostra do que é
enfrentado no trabalho docente e em que medida estas têm determinado uma postura
pedagógica que se encaminhe em uma prática empírica à construção de uma nova
prática.
Cabe, então, uma primeira reflexão sobre o que se entende por trabalho
docente. Porém, na medida em que o trabalho se particulariza e se especializa, como
no caso do trabalho docente, não se pode mais pensá-lo de uma forma simples,
generalizada. Neste sentido, pensar a categoria trabalho enquanto trabalho docente,
teoricamente apenas, não é possível, pois este deriva das determinações da prática,
sendo necessário partir para a análise das condições reais em que se processa.
85
- Disciplina e Liberdade;
- Tolerância e Intransigência;
- Saber e Consciência.
integrantes.
Por outro lado, a práxis é a ação-reflexão unida inseparavelmente para as
transformações profundas do mundo educacional. A ação-reflexão acaba por
organizar uma série de dados que vêm enriquecer o conteúdo trabalhado em sala de
aula. Quando esta prática educativa tem sua origem de conscientização dos homens
ela vem conscientizar um conhecimento profundo que compete uma instauração do
próprio processo libertador. A educação é um processo social que visa levar à
libertação dos esquemas tradicionais, cujos objetivos são mudar a mentalidade e
despertar os interesses.
A consciência prática tem o objetivo de assumir um papel de reflexão sobre
uma prática de modo que venha conhecer e agir. Entretanto, é preciso valorizar o
pensamento abstrato, por pressupor que a relação entre os fatos só pode ser
construída num plano superior à aparência imediata dos mesmos, nos quais são
levados a desenvolver um trabalho em grupo, observando a descrição do fenômeno
pedagógico, tal como ele tem-se apresentado a cada um em sua sala de aula.
Quem procura conhecer não pode perder as oportunidades de estabelecer uma
convivência das relações dialógicas com os sujeitos cognoscentes, e perceber os
condicionamentos a que está submetida a realidade, tomando uma atitude para
transformá-la. Esta perspectiva possibilita não só um maior conhecimento, mas
principalmente faz com que aqueles que procuram conhecer encaminhem-se para um
pensar autêntico.
O que torna a educação um processo de libertação se realiza exatamente nesta
relação da prática com a teoria. O conhecimento se faz e se refaz em um movimento
dinâmico. Dessa maneira o conhecimento deve conduzir a prática da libertação para
que venha integrar-se a um mundo novo. É o sentido que nos leva a observar a
qualidade do aluno e desenvolvimento da prática do professor. Se o professor de
determinada disciplina exerceu uma função dentro da escola ou do sistema escolar
por um grande número de anos, na hora em que lhe é solicitado colocar no papel as
questões de sua prática docente pode enfrentar dificuldades na descrição das
mesmas. Seu contexto inicial é fechado e existem muitos pontos de indagação ainda
quanto à sua prática concreta e que será necessário caminhar muito no sentido de ter
condições de realizar uma leitura. Entretanto, o que o leva a observar essa colocação
é saber interpretá-la. A necessidade tem sido suprida paralelamente, com a leitura e
87
considerando que é no âmbito dessa zona proximal que pode ocorrer a aprendizagem,
refletindo-se principalmente na construção do conhecimento.
Com o processo de mudança no atual sistema de ensino, em que as escolas
almejam despertar no estudante o processo de "aprender-a-aprender", com o objetivo
de prepará-los para um mundo cada vez mais competitivo, globalizado e instável,
muitas escolas perceberam a importância do jogo de pensar como meio para o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais do aluno. A
aprendizagem se dá por intermédio dos signos que levam a entender qualquer coisa
que venha a substituir ou indicar outra coisa, devido a algum tipo de associação entre
elas.
O ponto de partida desta análise é a concepção vygotskyana de que o
pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inato, mas é
determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas
que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez
admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a
todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer
fenômeno histórico na sociedade humana (Vygotsky, 1993 p.44).
Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está o
indivíduo submetido, entende-se que o processo de aquisição da ortografia, a
alfabetização e o uso autônomo da linguagem escrita são resultantes não apenas do
processo pedagógico de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relações
subjacentes a isto. Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito é gerado
pela motivação, isto é, por desejos, necessidades, interesses e emoções. Por trás de
cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva.
Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível
quando entende sua base afetivo-evolutiva (Vygotsky, 1991 p. 101). Desta forma não
seria válido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos
afetivos. Avaliar o estágio de desenvolvimento ou realizar testes psicométricos não
supre de respostas às questões levantadas. É necessário fazer uma análise do
contexto emocional, das relações afetivas, do modo como a criança está situada
historicamente no mundo. Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de
construtor e de propulsor do pensamento. Para o estudioso, aprendizado não é
desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em
91
(Educação Infantil).
Com efeito, a didática, como método para trabalhar o conteúdo em sala de aula
vem formar na educação instruções formais que necessitam acompanhar o
cumprimento integral dos seus objetivos. A princípio, didática e currículo se
desenvolveram de forma paralela sem interferência de uma no campo da outra,
referindo-se cada uma a conteúdos, sujeitos e finalidades diferentes. Ela começa a
formar parte do campo da didática, alternando-se sua incumbência segundo
predomine uma forma ou outra de entender a educação e a didática.
A tendência atual considera imprescindível uma integração entre currículo e
didática, favorecendo o trabalho de aula. Os estudos curriculares tendem a aspectos
mais globais, expondo como se realiza a seleção e organização do conhecimento e
como esse processo de seleção não é neutro, favorecendo a certos grupos frente a
outros.
O enfoque curricular há de ampliar o "que", o "porque", o "para que" e que
condições há para levar-se a cabo o ensino, mas sempre colocando no centro de suas
considerações o aluno. Para que estes conteúdos curriculares cumpram seu objetivo
é necessária uma adequada seleção e uso acertado das melhores estratégias
didáticas, que não poderão ser independentes como conteúdos, dos objetivos e nem
do contexto.
100
DIDÁTICA MULTIREFERENCIAL
do conhecimento.
O tema será considerado em uma abordagem multirreferencial e irá considerar
as relações entre as distintas correntes filosóficas e sociológicas em educação e
gestão de instituições de ensino. Imagine que durante suas explicações você
mencione um fato ocorrido num país da Europa e, imediatamente, seus alunos
visualizam onde ele se localiza. Indicadas para todas as disciplinas, as salas-
ambiente estimulam a pesquisa e favorecem o seu trabalho com turmas
heterogêneas. A integração que leva o professor a adaptar esta didática no seu dia a
dia na sala de aula procura abrir uma janela do conteúdo a ser trabalhado e expor
para seus alunos as amostras da própria realidade encontrada no conteúdo teórico.
A Didática assume, nessa perspectiva, tanto quanto na Escola Tradicional e no
Tecnicismo, o papel de "zeladora" do processo ensino-aprendizagem que passa a ser
estudado no espaço físico e temporal determinado pela sala de aula: Professor
(Métodos e técnicas ), Aluno (avaliação) Conhecimento/Currículo (Planejamento e
objetivos).
A forma como vai se trabalhar a teoria e a prática ao mesmo tempo, em que se
transforma o ambiente em que está inserida a sala de aula numa realidade do contexto
trabalhado. É uma didática que leva o aluno a viajar no entendimento do saber. São
estes os chamados "elementos didáticos" que se alternam e se dimensionam
diferenciadamente, dependendo do referencial pedagógico: ora é o professor o centro
do processo, ora é o aluno; ora o método se torna a garantia da aprendizagem, ora
esta passa a ser decorrência de conteúdos bem estruturados; a avaliação, em
determinado contexto pode ser formal, objetiva, subjetiva, informal ou até mesmo
auto-avaliação; o planejamento é flexível, em determinada perspectiva, incidental em
outra e até mesmo inexistente.
Entretanto, o objetivo desta didática é transformar o conteúdo trabalhado
teoricamente para uma apresentação real e prática. Imaginem se as aulas de
geografia fossem trabalhadas em uma sala adaptada somente para geografia. História
dentro do contexto de história que foi trabalhado no plano de aula em todos os
bimestres, ciências diretamente no laboratório e matemática desenvolvida com todos
os materiais necessários para trabalhar a geometria. Esta tarefa de integrar a macro
e a microvisão da educação entende que a Didática não deve minimizar uma em
desfavor da outra. Assim como entende que não se deve priorizar a prática em
102
seu casulo e começa a andar para a vida. É sabido, todavia, que muitos professores
lecionam sempre a mesma disciplina durante vários anos e a cada ano repetem o que
foi dado no ano anterior. Isso é preocupante em relação ao aprendizado do aluno. E
quando chega uma professora que inova e exige do aluno trabalho e participação,
automaticamente surge à antipatia como consequência de fatos reais vistos ou
vivenciados.
A didática exige do professor a preparação e do aluno a ação. O tempo em que
ele permanece em sala de aula precisa interagir com as mudanças e passar a
entender, compreendendo a postura do professor e percebendo que a atenção irá
fazer muita diferença.
A qualquer dispersão é como se o trem tivesse partido e a cada passagem ele
tivesse que registrar as paisagens encontradas, se fechar os olhos não se aprende. É
vergonhoso quando se percebe quanto tempo foi desperdiçado em escolas nas quais
professores e alunos estavam somente preocupados com tempo e loucos que a sirene
toque para irem embora.
DIDÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE
A Parábola do cavalo
Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos
para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer
a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá. O
fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação, certificando-se
que o animal não havia se machucado. Mas, pela dificuldade e alto custo para retirá-
lo do fundo do poço, achou que não valia a pena investir na operação de resgate.
Tomou, então, a difícil decisão: Determinou ao capataz que sacrificasse o animal
jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo. E assim foi feito: os empregados,
comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma
a cobrir o cavalo. Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e
ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo.
Logo, os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao
contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente,
104
conseguiu sair!
Autor desconhecido
trabalho que exija a metragem geométrica de certa obra? Ou estudar geografia sem
conhecer o local em que mora, seu clima, vegetação, ressaltando textos escritos e
relatos apresentados? As ciências sem uso da aula de campo (laboratório)?
Português sem a leitura que leva ao conhecimento de lugares e povos diferentes, por
meio dos livros? Falar sobre História sem observar o que está acontecendo na sua
região, as notícias que são escritas em cada época, no seu país e no mundo (na
economia, na política, na educação, na saúde)?
A diferença que se encontra em estudar a interdisciplinaridade nas didáticas
consiste em poder levar o aluno para viajar pelos conhecimentos do mundo.
Entretanto, a cultura regionalizada e sua religião vêm enriquecer a origem dos fatos
estudados e podem ser trabalhados dentro das didáticas do entendimento disciplinar.
A abertura dada em sala de aula levará o estudante a se posicionar criticamente diante
dos fatos.
Aprender a se questionar exige mais de si diante do conhecimento trabalhado.
O professor busca criar métodos inovadores, dando vida à didática interdisciplinar,
tornando as aulas prazerosas pelo fato de alcançar os objetivos concretos. Entretanto
o professor que não se enquadra a estas mudanças anda em passos lentos e vive
num mundo de entendimento sem cor. A expressão “Idéia Viva” foi o tema trabalhado
no projeto educativo da escola municipal aonde a transformação interdisciplinar veio
ocupar o lugar de destaque na vida de cada componente que ali estava.
A esta metodologia foi atribuído o sucesso do aprendizado, resolvendo
questões como a indisciplina e a ausência da participação da família em acompanhar
seus filhos nos deveres de casa. Quando comecei a notar o resultado foi gratificante,
mesmo tendo sido uma experiência sofrida com muitos problemas, mesmo porque o
ambiente não favorecia e tudo se tornava distante. Mas a determinação prosseguia e
aos poucos foi abrindo novos horizontes. Não foi uma mudança imediata, levou certo
tempo, mas hoje há resultados positivos. Tanto no aprendizado como na inclusão
social dos alunos e integração da família na escola. Diante da didática interdisciplinar
o aluno passa a ser o ponto chave da questão em todos os aspectos como:
Adaptação dos conteúdos; Núcleo de pesquisas;
Capacidade de raciocínio e criticidade do aluno; Participação e
integração social;
Novos horizontes e desprendimento; Conclusão dos fatos.
106
A realidade trabalhada não exige uma fórmula própria, apenas vem mostrar
que para cada efeito existe uma causa e todos podem comungar a mesma criatividade
do entendimento no meio educativo e progredir. O progresso educativo vem das ideias
centradas nos planejamentos realizados e nas metas trabalhadas. O professor tem
interesse em expor o seu objetivo em sala de aula com as ideias espalhadas dentro
do conteúdo, enquanto que o aluno elabora, cria e aprende.
SOCIOCONSTRUTIVISMO E DIDÁTICA
com que a criança se familiarize e possa destacar suas diferenças. As extensões dos
métodos chegam às séries (anos) fundamental I e II e Ensino Médio, que passam por
distinção de textos e desenhos variados. A formação dos conhecimentos vai se
fazendo de acordo com a metodologia aplicada dentro da didática que consegue
resgatar a inclusão do aluno (diversas idades).
O desenvolvimento na sala de jovens e adultos também é curiosa, pois eles
sentem a mesma dificuldade que os alunos da Educação Infantil, Fundamental I e II.
Não é somente o registro de experiências vividas ao longo dos anos, mas a interação
do conhecimento, que embora pareça simples e aparentemente sem nenhum
significado faz uma diferença muito grande. A realidade escolar brasileira traz uma
análise dos limites e alcances na relação entre o ensinar e o aprender. A Didática e
seu objeto de estudo surgem das tendências pedagógicas ao longo dos tempos com
teorias liberais e teorias críticas da educação. As atividades propiciam além de uma
distinção entre textos e desenhos a leitura e interpretação. Como não poderia deixar
de dizer que o construtivismo é uma teoria e não um método.
É muito importante lembrar que o processo educativo não se exerce no
abstrato, mas dentro de uma sociedade com características culturais próprias.
Portanto, é um processo que não visa apenas ao indivíduo, mas ao grupo, à
comunidade, estabelecendo os padrões de comportamentos para o próprio indivíduo.
Não sendo possível desvincular tal processo da situação histórica e da ordem social
em que ele atua.
Quanto à comum condição dos conceitos de educar como desenvolvimento
que provenha de dentro, entende-se educação como processo de formação por
elementos que atuem de fora ou entre a idéia na qual educar é promover o
desenvolvimento. A expansão das inclinações naturais ou que considerem como o
processo de substituição de hábitos por inculcação externa. Nota-se que no fundo cai-
se novamente num problema de métodos uma vez que não se admite o
desenvolvimento de qualquer inclinação interna, mas somente daquelas consideradas
válidas para o educador.
O aluno não precisa usar um método específico, mas desenvolver uma prática
pedagógica dentro das perspectivas que iniciam um trabalho global do aprendizado
em diversos segmentos da sala de aula e das relações fundamentais do processo de
trabalho docente: conteúdo/forma; teoria/prática; professor/aluno; aluno/aluno;
108
Didática
Instrumental
Teoria da Perspectiva
crítica didática
do professor
Didática
Multirreferenci
al
Socioconstruti Didática
-vismo interdisciplinar
da didática
Objetivos definidos
Filtro de filosofia
112
social
Recomendações dos Atividades de
especialistas Objetivos aprendizagem
sujeridos Filtro de psicologia
educacional
Avaliação de
experiências
A este modelo se deve uma observação: diante do que está sendo comentado,
nota-se a questão dos alunos começarem a executar sua práticas dentro das
disciplinas trabalhadas na escola e se familiarizar com o relacionamento dos contextos
de forma geral. Já olhando por outro ângulo, os alunos estudariam a tecnologia dando
respostas que solucionariam os problemas identificados na primeira observação da
etapa. Numa terceira etapa os alunos adquirem a instrumentação necessária para
aplicar as soluções à realidade na forma de programas e projetos de ação. Podem
também nesta etapa aprofundar-se mais numa determinada especialidade. O
processo destaca a área representativa do estabelecimento de objetivos.
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TEORIA DA COMPLEXIDADE
identificar-se com a atividade prática que chamam de praxis. Ou seja, as certezas não
podem dispensar de estar atentos, o tempo todo, perante tudo o que ocorre. Há
sempre algo presente nos eventos que escapam e que podem se mostrar em algum
momento. Nós o chamamos de acaso, ou de desordem, como se tivessem a chave
de toda a ordem.
É próprio do ser humano fazer uma suposição dos fatos, imaginarem como
seria criar uma história e como seria se esta viesse a se concretizar em uma
experiência, mesmo que seja mera ficção. Mas na sala de aula os meios são
justificados pelos atos. A complexidade com a qual se está tratando se refere a um
sujeito da ação educativa interdisciplinar que leva a viajar pelos caminhos das
disciplinas, não propriamente especificadas, mas globalizadas. Chamam a atenção
como educadores complexos generalizados e sutilmente ignorados. Esses complexos
surgidos em posição de invisível do fato levam o raciocínio da educação (trabalhada
pelos educadores) como um peso sem medida.
Ora, se for integrante de um sistema de administração que esclarece que os
fatos surgidos fazem parte da profissão e, para serem resolvidos, presenciam
colocações opostas? Muitas vezes diante de situações técnicas teóricas mal
resolvidas surgem complexos diversos que formulam dados dos fatos diante de um
processo que venha fazer a transformação das atividades teóricas em contrapartida
da ação da prática. As disciplinas muitas vezes têm como destaque o fato de serem
trabalhadas superficialmente. Talvez por não ter a disponibilidade de ser usuária da
teoria, a prática também passa a ser um convidado em sala de aula sem assistência
receptiva. Costuma-se falar sempre que os alunos precisam ser viciados na leitura, na
escrita, na formulação de ideias críticas construtivas. Mas como tê-los se não treiná-
los?
A troca de conhecimentos teóricos e experiências da prática devem-se à
presença do hábito. A extensão se deve aos caminhos percorridos com conhecimento
do trabalho educativo, acompanhado tanto pelo sistema educativo, como pela
participação ativa da família na vida do aluno. A base da formação dos primeiros
diagnósticos se deve à participação da família na vida da criança. Quando Piaget faz
uma análise sobre a cognição da criança, a sua percepção é mostrar que a criança
aprende em casa e se especializa na escola. O homem é visto como ser de adaptação
e ajustamento.
121
insuficiente, que lhe faltam critérios claros para orientar o processo de avaliação do
aluno e a escolha dos instrumentos mais adequados para tanto. Escassos também
são os textos que avaliam cursos ou programas curriculares, a própria escola ou o
sistema educacional. A convivência de tendências pedagógicas diversas nos mesmos
períodos históricos teria conduzido a práticas concomitantes de avaliação com
diferentes orientações pedagógicas e as influências mais frequentemente
identificadas foram as tecnicistas, que cresceram mais do que outras, e a dialético-
transformadora. Hoje, os direitos essenciais e as potencialidades das mulheres são
levados em conta. Emergem muitas e valiosas descobertas científicas e culturais.
O volume das informações disponíveis no mundo é em grande parte importante
para a sobrevivência e o bem-estar das pessoas, sendo extremamente mais amplo do
que há alguns anos, e continua crescendo num ritmo acelerado. Estes conhecimentos
incluem informações sobre melhorar a qualidade de vida ou aprender a aprender. Um
efeito de multiplicação ocorre quando informações importantes estão vinculadas a
outro grande avanço: a capacidade em comunicar.
Essas novas forças, combinadas com a experiência acumulada de reformas,
inovações, pesquisas e com o notável progresso em educação registrado em muitos
países, fazem com que a meta de educação básica seja uma meta viável.
Relembrando que a educação é um direito para todos, mulheres e homens de todas
as idades do mundo inteiro. A partir dessa colocação pode-se entender que a
educação básica vem contribuir para conquistar um mundo mais seguro, sadio,
próspero e ambientalmente mais puro, em que favoreça o progresso social,
econômico e cultural, diante da tolerância e a cooperação internacionais.
A educação, embora não mostre condição suficiente, é de importância
fundamental para o progresso pessoal e social. O conhecimento tradicional é um
patrimônio cultural que mostra utilidades e valores próprios, assim como a capacidade
de definir e promover o desenvolvimento.
Admite-se que, em termos gerais, a educação que hoje é ministrada apresenta
graves deficiências, que se faz necessário torná-la mais relevante e melhorar sua
qualidade, estando universalmente disponível. Mesmo porque o reconhecimento que
a educação básica vem adequar mostra-se fundamental para fortalecer os níveis
superiores de educação e de ensino, a formação científica e tecnológica, para
alcançar um desenvolvimento autônomo preciso. A necessidade de proporcionar às
125
gerações presentes e futuras esta visão vem abrangendo uma causa diante da
educação básica, que se mostra renovada, comprometida a favor dela, enfrentando a
amplitude e a complexidade do desafio que se proclama diante das necessidades
básicas da aprendizagem.
Os critérios que levam a falar sobre a Educação Básica enquanto pesquisa,
estão voltados para as causas que registram cada ser humano independente de cor
e de sexo, que deve estar dentro das oportunidades educativas voltadas para
satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.
Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a
qualidade da aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, a solução
de problemas), quanto os conteúdos básicos de aprendizagens (como
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes). São necessárias para que os seres
humanos possam sobreviver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do
desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentais e
continuar aprendendo. A amplitude de satisfação varia segundo cada país e cada
cultura e, inevitavelmente, muda com o decorrer do tempo.
A necessidade confere aos membros de uma sociedade a possibilidade e, ao
mesmo tempo, a responsabilidade de respeitar e desenvolver a sua herança cultural,
linguística e espiritual. Promovendo a educação de outros, de defender a causa da
justiça social, de proteger o meio ambiente e de ser tolerantes com os sistemas sociais
políticos e religiosos, assegurados no respeito aos valores humanistas e aos direitos
humanos comumente aceitos, bem como trabalhar pela paz e pela solidariedade. A
educação básica é mais do que uma finalidade em si mesma.
Ela é a base para aprendizagem e o desenvolvimento humano permanente,
sobre a qual os países podem construir, sistematicamente, níveis e tipos mais
adiantados de educação e capacitação. A Educação Básica é um compromisso
renovado que traz uma visão abrangente diante do que venha expandir no enfoque
da luta pela satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos que
exigem mais compromisso pela educação básica. É necessário um enfoque
abrangente, capaz de ir além dos níveis atuais de recursos, das estruturas de ensino,
construindo sobre a base do que há de melhor nas práticas correntes.
A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e
adultos. Para tanto é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como
126
tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades. Para que a educação se torne
equitativa, é primordial oferecer a todas as crianças, jovens e adultos a oportunidade
de alcançar e manter um padrão mínimo de qualidade da aprendizagem. Diante do
que se está analisando a prioridade mais urgente seria a qualidade, buscando
melhorar e garantir o acesso à educação para meninas e mulheres (por serem mães
tão cedo e se excluírem da escola) e superar todos os obstáculos que impedem sua
participação ativa no processo educativo. Os preconceitos e esteriótipos de qualquer
natureza devem ser eliminados da educação.
A diversidade, a complexidade e o caráter mutável das necessidades básicas
de aprendizagens das crianças, jovens e adultos exigem que se amplie e se redefina
continuamente o alcance da educação básica, para que nela se inclua os seguintes
elementos:
A aprendizagem começa com o nascimento. Isto implica cuidados básicos e
educação inicial na infância, proporcionados por meio de estratégias que envolvam as
famílias e comunidades ou programas institucionais, como for mais apropriado;
O principal sistema de promoção da educação básica fora da esfera familiar é
a escola fundamental. A educação fundamental deve ser universal, garantir a
satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos, cujo acesso à
escolaridade formal é limitado ou inexistente, desde que observem os mesmos
padrões de aprendizagem adotados na escola e disponham de apoio adequado;
As necessidades básicas de aprendizagem de jovens e adultos são diversas e
devem ser atendidas mediante uma variedade de sistemas. A alfabetização na língua
materna fortalece a identidade e a herança cultural;
Todos os instrumentos disponíveis e os canais de informação comunicação e
ação social podem contribuir na transmissão de conhecimentos essenciais, bem como
na informação e educação dos indivíduos quanto às questões sociais. Além dos
instrumentos tradicionais, as bibliotecas, a televisão, o rádio e outros meios de
comunicação de massa podem ser mobilizados em todo o seu potencial, a fim de
satisfazer as necessidades de educação básica para todos.
Estes componentes devem constituir um sistema integrado complementar,
interativo e de padrões comparáveis, e, além disso, deve contribuir para criar e
desenvolver possibilidades por toda a vida. Para se alcançar uma Educação básica
de qualidade é necessário que o ambiente seja favorável. A aprendizagem não ocorre
127
inserido.
essas áreas educam em relação a questões sociais por meio de suas concepções e
dos valores aos quais se vinculam.
Não tem sentido falar da aprendizagem e do conhecimento científico sem falar
em prática (pedagógica) que vem fazer diferença. O conhecimento procura
compreender os processos educativos, sendo uma formação relativa do
desenvolvimento histórico no seio de uma sociedade e a transmissão de estruturas
operatórias elementares, que vem se constituir no curso da socialização do aluno.
Como se pode ver, suas características são muito interessantes e vem fazer
um trabalho interdisciplinar por força da complexidade dos problemas levantados.
Nota-se, pois, a importância sobre as perspectivas de uma integração e profundidade
de trabalho que faz a diferença em diversos níveis, segundo o domínio que prioriza
diferentes realidades.
TIPOLOGIA
e que vem tumultuar a visão da ética, muitas vezes confundida entre mostrar a ética
e viver com ética. Desse modo, é importante refletir sobre o que é e quais objetivos
remetem a pensar sobre a identidade como pessoa, como profissional e como
coletivo.
Sabe-se que as práticas são marcadas por especificidades decorrentes do jeito
de ser de cada um, uma vez que as características pessoais e vivências profissionais
são únicas e intransferíveis. A identidade da escola nesse processo visa garantir que
as crianças e os jovens sejam capazes de pensar e criar soluções para que se
apropriem da riqueza da civilização e dos problemas que essa mesma civilização
produziu. Falando sobre o Meio Ambiente o aluno tem por objetivo principal
compreender as noções básicas sobre o tema, perceber relações que condicionem a
vida para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominar métodos de manejo
e conservação ambiental. Assim, o conhecimento sobre o Meio Ambiente irá favorecer
uma visão de domínio e efeitos que venha a desenvolver uma proposta consciente
diante da educação.
Será viável a formação de uma prática pedagógica apontada para ampliação
de formação dos alunos no mundo informativo das necessidades que muitas vezes
diferem entre os membros da comunidade escolar.
O nível de Saúde das pessoas reflete um direito para todos. O aluno pode
compreender que esse direito está voltado para as potencialidades individuais e
condições de vida. Por esse tema o aluno compreenderá que saúde é produzida nas
relações com o meio físico e social, identificando fatores de risco aos indivíduos
necessitando adotar hábitos de autocuidado.
A Pluralidade Cultural tratará da diversidade do patrimônio cultural brasileiro,
reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos e repudiando
toda forma de discriminação por raça, classe, crença religiosa e sexo.
Em decorrência, apresentam imensos problemas de desigualdade social,
econômica, cultural, valores e finalidades. A tarefa da escola é inserir as crianças e os
jovens tanto no avanço como na problemática do mundo de hoje, por meio da reflexão,
do conhecimento, da análise, da compreensão, da contextualização, do
desenvolvimento de habilidades e de atitudes.
O grande desafio da escola é procurar investir na superação da discriminação
e dar a conhecer as diversidades étnico-culturais. Uma outra causa com efeitos que
135
objeto de análise.
A capacidade de lidar com esses dados são, dessa forma, um caráter cognitivo
necessário a qualquer ser vivente. O indivíduo computa, identifica ao que ele é ou não
compatível, o centro do seu mundo e as ações de proteção e defesa.
Os valore e atitudes exploradas no ponto de vista pedagógico apontam para
uma formação de valores e atitudes.
Há, porém, dois princípios subjetivos que se associam à identidade: a inclusão
que ninguém pode dizer pelo outro, enquanto que a exclusão é inseparável do
princípio da inclusão; podem integrar a subjetividade pessoal a outros diferentes;
podem integrar a subjetividade pessoal mais coletiva.
A autonomia refere-se por um lado a um nível de desenvolvimento psicológico
implicando dessa forma uma dimensão individual, e por outro lado há uma dimensão
social. A diferença entre o ser humano e qualquer outra organização é que a ele
compete determinado entendimento como formador e gestor das ações de sala de
aula.
Um indivíduo pode, assim, tomar consciência de si mesmo, do instrumento de
comunicação que é a linguagem. Forma-se, então, a consciência do ser consciente
de ser inseparável da referência externa e, ao mesmo tempo a consciência do outro:
o sujeito oscila por natureza entre o tudo ou nada. Para si mesmo ele é tudo. Imagine
que a virtude do princípio egocêntrico está no centro do mundo. Mais subjetivamente
é minúsculo, efêmero e depende do outro, das comunidades eletivas para viver.
Pode fazer escolhas de relacionamento, mas não pode viver sem escolher,
essa questão é fundamental para um contexto escolar que forma uma relação entre
autonomia e autoridade, para permitir que seus valores e normas sejam discutidos e
reformulados não significa negar ou qualificar negativamente a qualidade dos
educadores. Pelo contrário, reconhecê-la é fundamental uma vez que é nela que se
apóia a garantia de direitos e deveres escolares.
Essa discussão sobre a noção do sujeito reúne elementos para abordar o
processo de relação construída ao longo do processo de participação de autoridade
dos adultos na sua orientação. O que se coloca é a necessidade de uma autoridade
a ser construída mediante a uma assunção plena da responsabilidade de educar, de
intervir com discernimento nos valores colocados com os objetivos da educação dos
alunos.Existem vários tipos de poder avaliar a capacidade da inteligência, o que, aliás,
139
já está ocorrendo. Os tipos de inteligência humana descritos são tipos naturais que
acrescentam um fator cultural implicado nas formações mentais de dois modos:
ASPECTO CIVIL
ASPECTO
ASPECTO SOCIAL
POLÍTICO
equilíbrio dos fatos. As perspectivas dentro da educação direcionam para uma análise
centrada nas observações que se quer ensinar, o perfil que está inserido neste
processo e as modalidades equilibradas para compor a demanda que observam.
Não é simplesmente compor para preencher a falha, mas preencher para
compor o sistema que se integra em uma educação que vise à qualidade de inclusão
e vida humana. A necessidade de trabalhar dentro deste critério tão importante é
formar seres integrantes e conscientes de sua cidadania, e não apenas formar para
fazer quantidade. O fornecimento dos alicerces para cada uma das seções abordadas
permite o conhecimento das ferramentas disponibilizadas com estratégias eficientes.
A condução das metodologias trabalhadas nos Temas Transversais procura
envolver o aluno para o crescimento do meio em que se aprende. Não somente o
domínio da escrita e dos números. Mas um domínio que mostra o quanto o ser humano
é importante diante dos grupos sociais aos quais pertencem.
Conhecer os seus limites e direitos como dever de cada cidadão procura
fortalecer e evitar diversos conflitos que muitas vezes surgem, pelo simples fato de
conhecer. Quando se analisa o perfil do ser integrante e social, espera-se a totalidade
dos princípios morais. Exercício de atos e vivência de fatos, a escola dentro do tema
que vem sendo trabalhado mostra o quanto é fundamental esse conhecimento teórico
da prática diária.
A escola vem participar na vida da criança desde muito cedo. A constituição do
saber informativo libera uma chave que abre a riqueza da grandeza do ser humano
que está preso aos aspectos burocráticos e limitado dentro do sistema de ensino e a
partir da prática orientada pelo senso comum ou hábitos estão sendo avaliados.
Baseados em bom senso e delegação de autoridades àqueles que estão
envolvidos na realização do serviço educacional, constitui-se um modelo de líderes
compartilhados e compartilhando ao redor do mundo. O conhecimento se
estende formando uma corrente humana procurando não aprisionar ninguém, mas
esclarecer e mostrar o tamanho de seus esforços nas mediações que desempenham
propostas apresentadas nas sequências didáticas.
A adaptação real das necessidades desenvolve um trabalho que constrói
ativamente os conhecimentos e habilidades futuras. O repertório varia e permite criar
caminhos que são percebidos nas particularidades da situação de produção do
conhecimento. A principal forma é procurar incentivar, fundamentar procedimentos
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REFERÊNCIAS