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MANUAL DE DISCIPULADO MINISTERIAL

4.0 A GRANDE COMISSÃO

A grande comissão deixada por Jesus Cristo aos seus discípulos antes de sua ascensão aos
céus, relata o comissionamento a todos os seus seguidores, da parte daquele que venceu a
morte e tornou-se detentor de toda autoridade nos céus e na terra.

É interessante observar que a grande comissão, pela sua importância e centralidade no


cristianismo, pode ser visualizada ao final dos quatro Evangelhos. Cada escritor inspirado pelo
Espírito Santo teve a liberdade para escrever a públicos-alvo distintos e numa linguagem que
alcançasse os objetivos propostos na divulgação do Evangelho de Cristo.

É uma ordenança deixada por Jesus Cristo aos seus discípulos para que vivamos em função da
sua realização diariamente até a consumação dos séculos.

O foco de Jesus Cristo foi gerar novos discípulos, deixando para os seus seguidores a mesma
orientação através do modelo dado por Ele.FFFFFFsssss

Mesmo sendo uma tarefa difícil de se realizar pelos recursos humanos, é possível ser
concretizada graças à presença e atuação de Jesus Cristo, pelo seu Santo Espírito, sendo o
detentor de todo poder e autoridade e que promete agir em parceria com seus seguidores,
dando de Sua presença, apoio, poder, ajuda, força e assistência que forem necessárias para
que a Grande Comissão se cumpra com prontidão e completude.

4.1 - A Grande Comissão relatada nos Evangelhos

Mateus enfatiza a Grande Comissão outorgada por Jesus aos discípulos em sua extensão
completa: fazendo discípulos, batizando e ensinando,

“Os onze discípulos foram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes indicara. Quando o
viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me
dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer
a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.”
Mateus 28:16-20 NVI

Marcos enfatiza a Grande Comissão outorgada aos discípulos para evangelizar e batizar
acompanhada dos sinais:

“Mais tarde Jesus apareceu aos Onze enquanto eles comiam; censurou-lhes a incredulidade e a
dureza de coração, porque não acreditaram nos que o tinham visto depois de ressurreto. E
disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for
batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes sinais acompanharão os que
crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e,
se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os
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4.0 A GRANDE COMISSÃO

doentes, e estes ficarão curados”. Depois de lhes ter falado, o Senhor Jesus foi elevado aos
céus e assentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e
o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam.”

Marcos 16:14-20 NVI

Lucas enfatiza a Grande Comissão pelo recebimento do Espírito Santo sobre os


discípulos a fim de lhes conferir poder para testemunhar de Cristo:

“Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. E por não crerem ainda, tão cheios estavam de
alegria e de espanto, ele lhes perguntou: “Vocês têm aqui algo para comer?” Deram-lhe um
pedaço de peixe assado, e ele o comeu na presença deles. E disse-lhes: “Foi isso que eu falei
enquanto ainda estava com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito
está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então lhes abriu o entendimento,
para que pudessem compreender as Escrituras. E lhes disse: “Está escrito que o Cristo haveria
de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o
arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vocês
são testemunhas destas coisas. Eu envio a vocês a promessa de meu Pai; mas fiquem na
cidade até serem revestidos do poder do alto”.” Lucas 24:40-49 NVI

João enfatiza a Grande Comissão de Jesus aos discípulos conferindo-lhes poder de


representação

Jesus diz aos discípulos de quem era a autoridade pela qual ele fazia a sua obra. Então, Jesus
lhes transfere a tarefa de transmitir as boas novas de salvação por todo o mundo.

Qual a relação entre este recebimento do Espírito Santo e o derramamento no Pentecostes? As


duas ocasiões se referem à mesma vinda do Espírito Santo? Segue a explicação no anexo “A
regeneração dos discípulos” (extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal – Pg 1613)
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ANEXO - A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS.


Jo 20.22: “E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”

A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo com
o Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecostes ((At 1.5, 2.4). Era realmente a primeira vez que a
presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo Ressurreto saturavam e permeavam
os discípulos.
Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele
1 lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo como aquele que os regeneraria: “habita convosco,
e estará em voz” (14.17). Jesus agora cumpre aquela promessa.

Da frase, “a soprou sobre ele” (Jo 20.22) infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra
grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução
grega do AT) em Genesis 2.7, onde Deus “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o
homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ezequiel 37.9: “Assopra sobre
2 estes mortos, para que vivam”. O uso que o apóstolo João faz deste verbo neste versículo indica
que Jesus estava ali outorgando o Espírito afim de produzir neles nova vida e nova criação. Isto é,
assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida e o homem se tornou uma
nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e
eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em “espírito
vivificante” 1Co 15.45)
O imperativo “recebei o Espírito Santo” estabelece o fato que o Espírito, naquele momento
histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber”
3 está no aoristo imperativo (gr lebete, do verbo lambano) que denota um ato único de recebimento.
Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorga da autoridade de Jesus para
eles (Jo 20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecostes (At
2.4)
Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores,
segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no
sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do
4 novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus (Mt 26.28, Lc 22.20, 1Co11.25, Ef 2.15-
16, Hb 9.15-17). Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecostes, que a igreja nasceu, em uma
nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem até então inerte para
de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn2.7)
Este trecho é essencial para compreensão do Ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus:
5 (a) os discípulos receberam o Espírito Santo, que passou a habitar neles e os regenerou antes do
dia de Pentecostes, onde ocorreu derramamento do Espírito Santo (At 2.4). O batismo no Espírito
Santo no dia de Pentecostes foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para
6 todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e
a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem
testemunhas (At 1.5,8; 2.4, 39)
Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em
7 João 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecostes. O
uso do aoristo imperativo para “receber” denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.

O aoristo descreve uma ação indefinida que normalmente ocorre no passado. Informa só que a ação
aconteceu. Isso significa que na tradução você normalmente empregaria em português o pretérito
perfeito: “estudei”, e não “estudava”.
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