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TRANSGÊNICOS

Trigo Transgênico

O trigo é um alimento cultivado pela Humanidade há milhares de anos. São consumidos anualmente em todo o
mundo, mais de 620 milhões de toneladas desse grão.

E este alimento pode se tornar ainda mais nutritivo, graças a pesquisas feitas por cientistas americanos da
Universidade da Califórnia.

Eles descobriram que ao cruzar uma versão clonada do gene selvagem com plantas de trigo convencionais, este
trigo híbrido aumentou de 10% a 15% a quantidade de proteínas, zinco e ferro no grão.

O gene age tornando a planta madura mais depressa e acelerando a transferência dos nutrientes das folhas para
os grãos, deixando este trigo com uma quantidade de proteína muito maior, auxiliando a melhorar a qualidade
da alimentação.

Autoria: Marco de Cardoso.


Impacto de plantios transgênicos dura dois anos, diz estudo
Herbicidas usados nestes cultivos são o principal fator de alteração sobre a
vida silvestre
Londres - O impacto dos transgênicos sobre a vida silvestre pode durar mais de dois anos, segundo um relatório
publicado pela revista Biology Letters, da Royal Society britânica. Os herbicidas usados nestes cultivos são o
principal fator de alteração sobre a vida silvestre, afirma o estudo.

A pesquisa foi realizada pelo Centro de Ecologia e Hidrologia para o Ministério de Meio Ambiente, Alimentação e
Assuntos Rurais do Reino Unido. Foi acompanhado o crescimento de plantas silvestres em terrenos utilizados
para cultivar quatro tipos de colheitas modificadas geneticamente.

O mesmo foi feito em outras áreas com cultivos tradicionais. As plantas silvestres são o alimento básico de
muitas aves e insetos.

No campo utilizado previamente para o plantio da colza de primavera modificada geneticamente houve uma
alteração no balanço entre os tipos de plantas silvestres: cresceram menos plantas de folhas largas e mais de
tipo herbáceo, apesar de o número total de indivíduos ter se mantido igual ao do verificado após o plantio de
colza tradicional.

Nos terrenos previamente cultivados com beterraba açucareira transgênica, o nível de crescimento de plantas
silvestres foi menor no primeiro ano. Este efeito desapareceu no segundo ano.

Apenas no cultivo de milho se observou o crescimento de uma maior variedade de plantas silvestres no terreno
cultivado com milho transgênico do que no de milho tradicional.

Clare Oxborrow, da organização ecológica Amigos da Terra, assegurou que, "embora só se cultive colza durante
um curto período de tempo, o impacto negativo será sentido durante vários anos".

"O efeito decorrente do cultivo em escala comercial desta planta modificada geneticamente pode ser
devastador", acrescentou.

O resultado da pesquisa, no entanto, não deve surtir efeitos na legislação do governo britânico, que afirma ser
preciso analisar cada caso separadamente.

Fonte: Agência Estado, 30/09/2005.

Fetraf-Sul/CUT consolida relação com regiões europeias


não consumidoras de transgênicos
Em três dias de uma agenda intensa no Paraná, entre 17 e 19 de outubro, a comitiva europeia do GM-Free
Regiões Network, representante de 35 regiões da Europa já declaradas não consumidoras de transgênicos, e a
Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Su/CUT), consolidaram ainda mais a relação de
troca de informações e conhecimento sobre a produção de alimentos, principalmente soja, livre de transgênicos.
“A vinda da comitiva foi muito importante, pois abrimos uma perspectiva concreta de comercialização da
produção da agricultura familiar para estas regiões da Europa”, aponta Marcos Rochinski, coordenador da
Fetraf-Sul/CUT no Paraná. Segundo ele, foi um momento de extrema importância para o fortalecimento da
agricultura familiar e na luta da Fetraf-Sul/CUT contra os transgênicos.

Rochinski adianta que, daqui em diante, será ampliado o projeto de soja convencional na agricultura familiar,
que tem como meta inicial comercializar, já na próxima safra, uma média de 60 mil toneladas com a Europa.
Estiveram presentes também, durante toda a agenda, os representantes da Federação dos Agricultores
Familiares do Mato Grosso do Sul (FAF), que também trabalham com a soja convencional e participam do
projeto junto com a Fetraf-Sul/CUT.

De acordo com a chefe da missão europeia, a vice-governadora da região da Bretanha, na França, Pascale Loget,
a visão da Fetraf-Sul/CUT, da produção e comercialização de alimentação saudável, sem transgênicos, sempre
aliada à sustentabilidade e valorização da agricultura familiar, está de acordo com o que pensam as regiões da
Europa que compõem o GM-Free Regiões Network. Na quinta-feira, dia 20, em Brasília, a missão européia foi
recepcionada pelo governo federal. O coordenador-geral da Fetraf-Sul/CUT, Altemir Tortelli, e o grupo assinaram
também um termo de compromisso entre as duas partes.

Europeus foram recebidos na Assembleia Legislativa e conheceram propriedade de agricultores familiares no


Paraná

Na Assembleia Legislativa do Paraná, em debate conduzido pela Deputada Luciana Rafagnin (PT), presidente da
Comissão de Agricultura, os europeus tiveram a oportunidade de ter mais informações sobra a legislação sobre a
produção e exportação de produtos não transgênicos no Estado. Além da intensa agenda com organizações,
entidades e governo do Estado, a comitiva europeia também conheceu o Porto de Paranaguá e suas instalações.

A oportunidade de conhecer uma propriedade de agricultura familiar, no município de Campo Magro, região
metropolitana de Curitiba, foi especial para a comitiva. Um almoço à base de produtos orgânicos, produzidos
pela agricultura familiar, foi o estímulo para um passeio na propriedade, onde conheceram a maneira de cultivo
de vários produtos. Neste almoço, a Fetraf-Sul/CUT apresentou seu projeto de comercialização de soja
convencional, juntamente com a Cotrimaio.

Fonte: CUT, 25 de outubro de 2005.

TRANSGÊNICOS ALTERAM DNA DE ABELHAS

O pesquisador alemão Hans-Hinrich Kattz divulgou, na semana passada, o registro da primeira transferência
genética conhecida entre uma planta geneticamente alterada e outros seres, no caso, fungos e bactérias. A
informação foi divulgada pela Greenpeace e pela televisão alemã. Segundo Kaatz, uma sequência de DNA
geneticamente alterada de canola foi encontrada no material genético de bactérias e fungos que estavam no
intestino de uma abelha. A abelha teria se alimentado do pólen da canola geneticamente alterada. O
pesquisador Kattz, da Universidade de Jena, fez testes durante os últimos três anos com abelhas em campos
experimentais de canola transgênica, na Saxônia, Alemanha. O campo de testes foi desenvolvido pela AgrEvo.

Kattz construiu redes no campo de testes e permitiu que as abelhas voassem livremente entre as redes. Estas
abelhas eram, mais tardes, capturadas, e o pólen de canola encontrado nas patas das abelhas era colhido para
alimentar abelhas jovens dentro do laboratório. Depois, estas abelhas criadas em laboratório tiveram seus
intestinos retirados e os micro-organismos existentes em seu interior analisados. 'Foi neste material que as
bactérias com DNA alterado foram encontradas', conta Augusto Freire, gerente de negócios da Genetic ID.

Segundo ele, a descoberta do professor Kattz é importante porque provou que uma sequência de DNA
geneticamente alterada pode ser transferida para outro organismo que não seja planta. 'O problema é que não
se sabe o que pode acontecer a partir desta transferência de material transgênico', disse. Freire afirma que,
como as bactérias apresentam um caráter de fácil mutação genética, pode ser que esta transferência de genes
mude seu comportamento. 'Ela pode alterar a digestão das abelhas, por exemplo', disse. 'Já houve uma
desordem genética que não teria acontecido naturalmente.'

Segundo ele, os biotecnologistas têm uma visão muito linear do processo de alteração genética, mas não
levam em conta que o gene alterado em uma planta, por exemplo, pode interagir com outros seres vivos mesmo
com o meio ambiente e provocar consequências ainda não previsíveis.

Um outro caso envolvendo abelhas e transgênicos assustou os britânicos recentemente. Na semana passada,
pólen geneticamente modificado foi encontrado em mel produzido em locais próximos a campos experimentais
de transgênicos. A descoberta foi divulgada pela organização ecológica 'Friends of the Earth' (Amigos da Terra)
que agora está reivindicando a suspensão imediata de testes com safras de canola e milho geneticamente
modificados feitos ao ar livre. Os testes foram realizados pelo cientista Andreas Heissenberger, da Agência
Federal de Meio Ambiente da Áustria. Os criadores de abelha que possuem colmeias próximas a campos de
testes estão sendo advertidos para que retirem suas abelhas das imediações. Os criadores se queixam de não
terem sido avisados sobre a 'vizinhança' e agora a Associação dos Criadores de Abelhas da Inglaterra - que
representa 350 produtores em todo o país - quer compensação pela perda de renda provocada pela mudança
das colmeias. 'O mais importante é que agora temos evidências de que as culturas transgênicas podem
contaminar o mel', disse Pete Riley, da Friends of Earth.

Fonte: Agência Estado. 29/Maio/2000.

Colapso das colônias - Será que plantações de transgênicos


estão matando as abelhas?
Uma dizimação misteriosa das populações de abelhas preocupa os apicultores
alemães, enquanto um fenômeno semelhante nos EUA está assumindo
gradualmente proporções catastróficas
Gunther Latsch escreve para o “Der Spiegel”:
Walter Haefeker é um homem que está acostumado a pintar cenários sombrios. Ele faz parte do conselho
diretor da Associação Alemã de Apicultores (Dbib) e é vice-presidente da Associação Europeia de Apicultores
Profissionais. E como reclamar faz parte da atividade do lobista, é praticamente seu dever profissional alertar
que "a própria existência da apicultura está em risco".

O problema, disse Haefeker, tem várias causas, uma delas o ácaro Varroa, oriundo da Ásia, e outra a prática
disseminada na agricultura de borrifar as flores silvestres com herbicidas e promover a monocultura. Outra
possível causa, segundo Haefeker, é o uso crescente e controverso de engenharia genética na agricultura.

Já em 2005, Haefeker encerrou um artigo para o qual contribuiu no jornal "Der Kritischer Agrarbericht"
(Relatório Agrícola Crítico) com uma citação de Albert Einstein: "Se a abelha desaparecer da superfície do
planeta, então ao homem restariam apenas quatro anos de vida. Com o fim das abelhas, acaba a polinização,
acabam as plantas, acabam os animais, acaba o homem".

Eventos misteriosos nos últimos meses repentinamente fizeram a visão apocalíptica de Einstein parecer mais
relevante. Por motivos desconhecidos, as populações de abelhas por toda a Alemanha estão desaparecendo -
algo que até o momento está prejudicando apenas os apicultores. Mas a situação é diferente nos EUA, onde as
abelhas estão morrendo em números tão dramáticos que as consequências econômicas poderão em breve ser
calamitosas.

Ninguém sabe o que está causando a morte das abelhas, mas alguns especialistas acreditam que o uso em
grande escala de plantas geneticamente modificadas nos EUA poderia ser um fator.

Felix Kriechbaum, um representante da associação regional dos apicultores na Baviera, informou recentemente
um declínio de quase 12% na população local de abelhas. Quando as "populações de abelhas desaparecem sem
deixar vestígio", disse Kriechbaum, é difícil investigar as causas, porque "a maioria das abelhas não morre na
colmeia".

Há muitas doenças que podem fazer as abelhas perderem seu senso de orientação, de forma que não podem
encontrar seu caminho de volta às suas colmeias.

Manfred Hederer, o presidente da Associação Alemã de Apicultores, quase que simultaneamente informou uma
queda de 25% nas populações de abelhas por toda a Alemanha. Em casos isolados, disse Hederer, declínios de
até 80% foram informados. Ele especula que "alguma toxina em particular, algum agente do qual não estamos
familiarizados", está matando as abelhas.

Até o momento, os políticos têm demonstrado pouca preocupação diante de tais alertas e da situação difícil dos
apicultores. Apesar de estes terem recebido uma chance de expor seu caso -por exemplo, às vésperas da
aprovação pelo Gabinete alemão do documento de política de engenharia genética de autoria do ministro da
Agricultura, Horst Seehofer, em fevereiro- suas queixas ainda permanecem em grande parte ignoradas.

Mesmo quando os apicultores recorrem à Justiça, como fizeram recentemente em um esforço conjunto com a
sucursal alemã da organização de agricultura orgânica Demeter International e outros grupos contrários ao uso
de plantações de milho geneticamente modificado, eles só podem sonhar com o tipo de atenção da mídia que
grupos ambientalistas como o Greenpeace atraem com seus protestos em locais de teste. Mas isto poderá
mudar em breve.

Desde novembro passado, os EUA estão vendo um declínio das populações de abelhas tão drástico que ofusca
todas as ocorrências anteriores de mortalidade em massa. Os apicultores na Costa Leste dos EUA se queixam de
terem perdido mais de 70% de suas colônias desde o final do ano passado, enquanto a Costa Oeste vê um
declínio de até 60%.

Em um artigo em sua seção de negócios no final de fevereiro, o "New York Times" calculou os prejuízos que a
agricultura americana sofreria em caso de dizimação das abelhas. Especialistas da Universidade de Cornell, no
interior de Nova York, estimaram o valor que as abelhas geram -polinizando plantas responsáveis por frutas e
legumes, amendoeiras e trevos que alimentam animais- em mais de US$ 14 bilhões.

Os cientistas chamam o fenômeno misterioso de "Colony Collapse Disorder" (CCD, desordem de colapso da
colônia) e ele está se transformando rapidamente em uma espécie de catástrofe nacional. Várias universidades
e agências do governo formaram um "Grupo de Trabalho para CCD" para procurar as causas da calamidade, mas
até o momento continuam de mãos vazias. Mas, como Dennis van Engelsdorp, um apicultor do Departamento
de Agricultura da Pensilvânia, eles já estão se referindo ao problema como um potencial "Aids do setor de
apicultura".

Uma coisa é certa: milhões de abelhas simplesmente desapareceram. Na maioria dos casos, tudo o que resta nas
colmeias são proles condenadas. Mas as abelhas mortas não são encontradas - nem nas colmeias e nem em
qualquer lugar próximo delas.

Diana Cox-Foster, um membro do Grupo de Trabalho para CCD, disse ao "The Independent" que os
pesquisadores estão "extremamente alarmados", acrescentando que a crise "tem o potencial de devastar o
setor de apicultura americano".

É particularmente preocupante, disse ela, o fato de a morte das abelhas ser acompanhada por um conjunto de
sintomas "que não parece se enquadrar em nada na literatura".

Em muitos casos, os cientistas encontraram evidência de quase todos os vírus de abelha conhecidos nas poucas
abelhas sobreviventes encontradas nas colmeias, após a maioria ter desaparecido. Algumas apresentavam cinco
ou seis infecções ao mesmo tempo e estavam infestadas de fungos - um sinal, disseram especialistas, de que o
sistema imunológico dos insetos pode ter entrado em colapso.

Os cientistas também estão surpresos com o fato de abelhas e outros insetos geralmente deixarem as colmeias
abandonadas intactas. Populações próximas de abelhas ou parasitas normalmente atacariam os depósitos de
mel e pólen das colônias que morreram por outros motivos, como um frio excessivo no inverno.

"Isto sugere que há algo tóxico na própria colônia que os repele", disse Cox-Foster.

Walter Haefeker, o diretor da associação alemã de apicultura, especula que "além de vários outros fatores", o
fato de plantas geneticamente modificadas, resistentes a insetos, atualmente serem usadas em 40% das
plantações de milho americanas pode ter um papel.

O número é muito menor na Alemanha -apenas 0,06%- e a maioria se encontra nos Estados do leste, de
Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Brandemburgo. Haefeker recentemente enviou a um pesquisador do
Grupo de Trabalho para CCD alguns dados de um estudo de abelhas que ele há muito sente que mostra uma
possível conexão entre a engenharia genética e a doença nas abelhas.

O estudo em questão é um pequeno projeto de pesquisa realizado na Universidade de Jena, de 2001 a 2004. Os
pesquisadores examinaram os efeitos do pólen de uma variante geneticamente modificada de milho, chamada
"milho Bt", sobre as abelhas.
Um gene de uma bactéria do solo foi inserido no milho, que permitiu à planta produzir um agente que é tóxico a
pragas de insetos. O estudo concluiu que não havia evidência de "efeito tóxico do milho Bt em populações
saudáveis de abelhas".

Mas quando, por acaso, as abelhas usadas nas experiências foram infestadas por um parasita, algo estranho
aconteceu. Segundo o estudo da Jena, "um declínio significativamente forte no número de abelhas" ocorreu
entre os insetos que se alimentaram de uma ração altamente concentrada de Bt.

Segundo Hans-Hinrich Kaatz, um professor da Universidade de Halle, no oeste da Alemanha, e diretor do estudo,
a toxina bacteriana no milho geneticamente modificado pode ter "alterado a superfície dos intestinos das
abelhas, o suficiente para enfraquecê-las e permitir a entrada dos parasitas - ou talvez tenha sido o contrário.
Nós não sabemos".

É claro, a concentração da toxina era dez vezes superior nas experiências do que no pólen normal do milho Bt.
Além disso, a ração das abelhas foi ministrada ao longo de um período relativamente longo de seis semanas.
Kaatz preferia ter continuado estudando o fenômeno, mas carecia dos recursos necessários.

"Aqueles que têm o dinheiro não estão interessados neste tipo de pesquisa", disse o professor, "e aqueles que
estão interessados não tem o dinheiro".

Fonte: JC de 26 de Março de 2007.

Milho Transgênico Contrabandeado no Rio Grande do Sul


Por três vezes nos últimos dois anos recebi denúncias anônimas da existência de milho transgênico no Rio
Grande do Sul. Porém, conseguida a amostra e testada em laboratório, o resultado foi negativo. A probabilidade
foi de agricultores enganados e pagando caro por mais uma fraude neste mundo de espertezas.

Agora, há duas semanas, nova denúncia anônima. Porém, desta vez, as indicações eram muito precisas. Solicitei
a um agricultor que procurasse adquirir a semente, o que foi feito. O vendedor afirmava estar vendendo
semente de milho transgênica vinda da Argentina.

Diante de tal evidência, encaminhei parte da amostra ao Ministério Público Federal (dia 10/11/05), juntamente
com as informações, solicitando investigações. Solicitei também exame laboratorial de outra parte da amostra
do milho adquirido.

O teste teve resultado positivo com contaminação de 27,5%, de sementes contaminadas com milho GA21, da
Monsanto, resistente ao herbicida Round Up.
Este milho foi vendido como transgênico, dito importado da Argentina, a preços exorbitantes (aproximadamente
R$ 300,00 por saca de 20 Kg.) pela Agropecuária Campesato de Barão do Cotegipe, na região do Alto Uruguai, no
Rio Grande do Sul.

Acontece que milho transgênico continua proibido no Brasil para comercialização e plantio comercial. Então, o
que estamos analisando é contrabando, comércio e plantio ilegal, isto é, ilícito penal.

Mas o que vemos é parte de uma estratégia. Quem movimenta as peças é a multinacional Monsanto -
acostumada a agir ao arrepio da lei, destruir o meio ambiente e a economia de pequenos agricultores - que cria
o fato consumando e depois adquire a legalidade à custa de lobbys e seus acessórios, peças publicitárias,
notícias aparentemente independentes e cientistas a soldo. Na ponta, vale-se do desespero e da ilusão de
agricultores vítimas das políticas agrícolas e da ambição desmedida de contrabandistas e comerciantes. A
Monsanto e outras semelhantes escondem-se de suas responsabilidades e agem ( e pagam) nas sombras.
Cravam a unha e escondem a mão.

Nos últimos anos, estamos pagando o preço do fracasso da soja transgênica enquanto seus fabulosos lucros com
a venda de glifosato e com a arrecadação de royalties só cresceu.

No caso do milho, porém, o caso é gravíssimo, infinitamente mais grave que a soja, pois:

1° - Há uma nova lei, feita a imagem e semelhança das multinacionais dos transgênicos, sob a patética omissão
(ou obtusa missão?) do governo Lula. Fizeram uma lei como bem quiseram e agora nem a esta respeitam
buscando primeiro legalizar o milho transgênico para depois plantá-lo. O que pensar de quem impõe uma lei
totalmente permissiva e nem a esta se digna a respeitar?

2° - No caso do milho o risco de contaminação é infinitamente maior que a soja e pode rapidamente contaminar
todo o milho da região e do estado em pouco tempo, pois sua polinização é aberta e cruzada e pode se propagar
em até 09 quilômetros através de insetos, pássaros ou correntes de ventos. Mesmos nos países em que o
plantio comercial de milho transgênico foi aprovado, uma das precauções é manter áreas de refúgio, planejadas
antecipadamente, como forma de proteção.

3° - O plantio comercial anárquico e desorganizado de milho transgênico coloca em risco toda a avicultura e
suinocultura gaúcha que depende de exportação, pois fechará mercados importadores de aves e suínos que não
aceitam alimentação transgênica na produção destas carnes. O milho é a base da produção destas carnes e é
bom lembrar que a ADM Três Passos encerraram suas atividades naquele município pois a Sadia não mais
comprava seu farelo de soja para ração por causa da contaminação rejeitada pelo mercado importador.

4° - Coloca sob suspeita de contaminação boa parte da culinária gaúcha que utiliza o milho como ingrediente. E
talvez eu não seja o único que me recuse a consumir polenta transgênica....

O contrabando da soja gerou muito discurso fácil, hoje silentes diante do fracasso e dos prejuízos pago pelos
agricultores e por todos os contribuintes através de prorrogações de dívidas dos grandes sojicultores. Pelo
mesmo caminho do contrabando da soja, veio o contrabando do vírus da aftosa e novas ondas de prejuízos para
toda a sociedade. Pela mesma porta arrombada entra agora o milho transgênico.

Cabe-nos exigir:

- Do Ministério Público Federal o cumprimento de suas funções constitucionais, encaminhando o que lhe cabe;

- Da Polícia Federal investigação imediata, rigorosa e pública;


- Do Ministério da Agricultura, especialmente do Ministro, um dos grandes responsáveis pelo caos instalado, o
fim de qualquer claudicação, o fim do jogo dúbio, o fim da proteção ao ilítico, o fim da mancomunação com a
estratégia da Monsanto, vergonha na cara e ação imediata;

- Do Presidente Lula, ação pessoal, direta, rigorosa, imediata, sem vacilação, sem tergiversação, com a
autoridade que a função lhe confere - até porque, o caso do milho, é fruto dos equívocos de seu governo e não
herança de FHC como pode ser alegado como desculpa no caso da soja. O mínimo que o Presidente pode fazer é
demitir os agentes do lobby da Monsanto encastelados em seu governo, alguns no próprio Palácio do Planalto,
no Ministério da Ciência e Tecnologia e no Ministério da Agricultura, pois são estes que estimulam a instalação
do fato consumado com o estímulo de que depois segurarão a barra dentro do governo, como de fato já fizeram
com a soja e com o algodão.

Ao povo brasileiro impõe-se algumas questões bem claras.

A soja transgênica foi liberada há três anos, ao que se sabe com intervenção de Marcos Valério, mas a rotulagem
até o momento não saiu do papel. O Código de Defesa do Consumidor, o direito de escolha, o direito à
informação está sendo jogados na lata do lixo.

A Monsanto se constitui cada dia mais numa empresa lesa-pátria. É hora do povo brasileiro, principalmente os
camponeses, declararem guerra a esta multinacional pois seus métodos comerciais e sua falta de escrúpulos
acabará destruindo a agricultura e a pecuária brasileira.

Antes que isto aconteça, temos que extraditá-la do território brasileiro.

Autoria: Frei Sérgio Antônio Görgen (15 de novembro de 2005)

Jornalistas debatem a cobertura dos "transgênicos"


O tratamento dado pela imprensa ao assunto alimentos transgênicos foi tema de uma discussão entre
pesquisadores, na tarde de terça, durante o III Encontro de Pesquisadores em Jornalismo.

Transgênicos na Economia? Com este trabalho, a professora da Universidade Federal do Paraná e pesquisadora
da Universidade Nova de Lisboa Celsina Alves Favorito, analisou o destaque dado pelo jornal Folha de São Paulo
ao cultivo de plantas transgênicas, entre janeiro de 2001 e junho de 2004.

O que a professora concluiu, e que considera uma surpresa, é que o tema “transgênico” foi predominantemente
enquadrado na editoria de Economia, ao invés de ser tratado em cadernos como Cotidiano ou Ciência.

Além disso, um dado preocupante, segundo a professora, é que a maioria das matérias foi feita por jornalistas,
sendo que a quantidade de termos e explicações técnicas sobre as sementes transgênicas demandam o trabalho
de cientistas ou jornalistas especializados. Um exemplo de erro conceitual que ela citou é o fato de ser
frequente o emprego do termo "organismos geneticamente modificados" como sinônimo de "transgênicos".

Outro trabalho relacionado ao tema foi A Atuação da Imprensa e a Construção de Problemas Sociais: os conflitos
argumentativos em torno das sementes transgênicas no Rio Grande do Sul, da pesquisadora da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul Fernanda Rios Petrarca. Com este artigo, a pesquisadora analisou os confrontos
existentes entre os modelos de argumentação dos jornais diários e das mídias que adotam o "eco jornalismo",
ao longo da produção de notícias sobre os transgênicos.
Fonte: UFSC, 30 de novembro de 2004.

Brasil: os problemas ambientais da soja transgênica


A soja transgênica é assunto na imprensa brasileira, com maior ou menor intensidade, desde 1997 quando os
agricultores gaúchos começaram a contrabandear grandes quantidades de sementes RR da Argentina.

Na época, a Polícia Federal abriu inquéritos no interior do Estado e os ecologistas começaram os alertas sobre
riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

Após anos de discussão, foi finalmente aprovada em março de 2005 a Lei de Biossegurança, recentemente
regulamentada por decreto. Após quase uma década de polêmica, ainda não se tem notícia de algum
consumidor que tenha morrido ou ficado com alguma sequela por ingerir algum produto à base de soja
resistente ao herbicida glifosato. No entanto, as evidências sobre os impactos ambientais são crescentes.

O glifosato não mata tudo, como inicialmente se acreditava. Várias plantas são resistentes às aplicações,
exigindo doses extras para a “limpeza” das lavouras. É o caso da trapoeraba (Commelina benghalensis) e da
corda-de-viola (Ipomea spp). Pesquisadores brasileiros já descobrirem em campo que também há resistência da
poaia-branca (Richardia brasiliensis), erva-de-santa-luzia (Euphorbia pilulifera), erva-de-touro (Tridax
procumbens), capim branco (Chloris dandiana) e a erva-quente (Borreria latifólia). O azevém (Lolium
multiflorum) resiste até mesmo a doses superiores a 10 litros por hectare. As empresas e os defensores do
Plantio Direto garantem que o glifosato não tem efeito tóxico residual. No entanto, há estudos que apontam
impactos negativos no solo.

Em sua terceira viagem a Porto Alegre, entre os dias 20 e 22 de novembro de 2005, o físico teórico e ativista
ecológico Fritjof Capra trouxe consigo um artigo sobre os impactos ambientais da soja transgênica. O texto é
assinado por Miguel Altieri, um dos principais incentivadores da Agroecologia no mundo, e Walter Pengue,
pesquisador da Universidade de Buenos Aires. As questões a seguir foram extraídas deste estudo, escrito a
quatro mãos e disponível em inglês no site www.biosafety-info.net, intitulado Roundup ready soybean in Latin
América: a machine of hunger, deforestation and socio-ecological devastation (Soja roundup ready na América
Latina: uma máquina de fome, desmatamento e devastação socioambiental).

Em áreas sem rotação de cultura, a soja causa erosão do solo. Segundo estimativa dos autores, no Brasil e na
Argentina, dependendo do tipo de manejo das lavouras, da declividade do terreno e do clima, a perda média de
solo varia entre 19 e 30 toneladas por hectare. O Plantio Direto reduz esta perda, mas com o advento da soja
resistente ao herbicida glifosato, muitos produtores rurais passaram a plantar em solos erodidos. Nestas áreas,
mesmo com cobertura de solo, a erosão e as mudanças negativas na estrutura do solo podem permanecer de
maneira substancial em terras com alto potencial de erosão se a cobertura de plantas for reduzida, o que ocorre
com a aplicação do glifosato. As plantas consideradas daninhas não são tão daninhas assim.

Na Argentina, onde mais de 90% da soja plantada é transgênica e os produtores nunca pagaram royalties para a
Monsanto, o cultivo intenso tem levado a uma perda massiva de nutrientes do solo. Estima-se que a produção
contínua de soja extraiu cerca de um milhão de toneladas de Nitrogênio e ao redor de 227 mil toneladas de
Fósforo. O custo de reposição destes nutrientes - via fertilizantes - está estimado em US$ 910 milhões. O
aumento de Nitrogênio e Fósforo em diversas bacias hidrográficas da América Latina está certamente
relacionado com a expansão da sojicultura.

O plantio da soja aumentou consideravelmente no Brasil – a partir dos anos 70 - por dois avanços tecnológicos
obtidos pela Embrapa: novas variedades adaptadas para as condições tropicais e a bactéria (Rizhobium) fixadora
de nitrogênio. Este trabalho, da equipe da pesquisadora checa, naturalizada brasileira, Johanna Döbereiner, da
Embrapa Agrobiologia, resultou em grande economia para o país e redução dos impactos ambientais da
sojicultura, pois dispensa os caros fertilizantes químicos nitrogenados. A bactéria inoculada cria nódulos para
buscar o próprio alimento. Usando o nitrogênio do ar, ela produz enzimas e proteínas que servem de nutriente
tanto para a planta como para a própria bactéria.

Esta vantagem produtiva do Brasil – das bactérias fixadoras de nitrogênio – pode desaparecer rapidamente com
o avanço da soja transgênica. Pesquisas têm demonstrado um efeito tóxico do herbicida glifosato na bactéria
Rizhobium, o que poderá exigir novamente pesados investimentos em adubos nitrogenados, aumentando o
custo da lavoura e os impactos ambientais. Além disso, a prática comum de converter pastagens em áreas de
soja tem diminuído a economia proporcionada pela bactéria Rizhobia e exigido a aplicação de Nitrogênio
sintético.

A redução da diversidade vegetal, em função da expansão das monoculturas, tem historicamente levado a
grandes infestações de insetos e epidemias de doenças. Os insetos e os patógenos encontram terreno fértil
nestas áreas homogêneas devido à inexistência de controle natural. Isto leva a um aumento do uso de
pesticidas, que após algum tempo perde a eficácia devido ao surgimento de resistência. Estes pesticidas
aumentam a contaminação do solo e da água, elimina a biodiversidade e causam intoxicação humana. Nas
lavouras na Amazônia, a alta umidade propicia o aparecimento de fungos, o que resulta na aplicação pesada de
fungicidas. Nas áreas sem Plantio Direto, as lavouras brasileiras de soja são severamente afetadas pelo cancro da
haste e pela síndrome da morte súbita.

A ferrugem asiática é a nova doença que está afetando a soja na América do Sul, potencializada pelas condições
úmidas e pela uniformidade das monoculturas. Doses maciças de fungicidas tem sido aplicada para tentar conter
a doença. E desde 1992, mais de dois milhões de hectares estão infectados por nematoides de cisto. Muitos
destes problemas estão relacionados com a uniformidade genética e o aumento da vulnerabilidade das
monoculturas de soja, mas também aos efeitos diretos do glifosato na ecologia do solo, como a diminuição da
população de fungos micorrízicos e a eliminação de antagonistas que mantém o crescimento de patógenos sob
controle.

Estudos têm demonstrado que em áreas de soja transgênica, as aplicações de herbicida têm aumentado. Nos
Estados Unidos, o consumo de glifosato aumentou de 6,3 milhões de libras-peso em 1995 para 41,8 milhões de
libras-peso em 2000, e agora o herbicida é usado em 62% das áreas com soja. Na Argentina, as aplicações de
glifosato em 2004 foram estimadas em 160 milhões de litros, e a expectativa é de crescimento com o aumento
da resistência já observado em diversas ervas ditas daninhas.

A produtividade da soja RR varia entre 2,3 e 2,6 toneladas por hectare na região, 6% a menos do que o
rendimento das variedades convencionais. Sob altas temperaturas e falta de água, a soja transgênica perde 25%
a mais do que as variedades convencionais, tanto que na safra 2004/2005 mais de 70% das lavouras de soja
transgênica foram perdidas no Rio Grande do Sul em função da estiagem.
Quando um único herbicida é usado repetidamente em uma lavoura, as chances de aparecerem plantas
resistentes a este herbicida aumentam significativamente. Cerca de 216 casos de resistência a herbicidas já
foram descritos em uma ou mais famílias de herbicidas. Pela pressão comercial das indústrias químicas, as áreas
tratadas com herbicidas de largo espectro tendem a aumentar. Isto vai resultar em mais plantas resistentes. Em
função das grandes lavouras, a aplicação tem sido feita com aviões agrícolas. A deriva do produto, na aplicação
aérea, aumenta a contaminação de outras áreas.

O glifosato tem efeitos tóxicos na microfauna do solo. Entre as possíveis consequências estão a redução da
capacidade da soja de fixar nitrogênio, plantas mais suscetíveis a doenças e a redução do crescimento dos
fungos micorrízicos que ajudam as plantas a extrair o fósforo do solo. Todas estas graves questões levantadas
por Althieri e Pengue – que já podem ser observadas nas lavouras brasileiras - devem ser pautadas pela
imprensa que cobre agricultura e meio ambiente no Brasil.

Fonte: EcoAgência, Internet, 28-11-05.

ONG europeia desmistifica “vantagens” dos transgênicos


A ONG “Friends of the Earth” acaba de divulgar relatório mostrando que após 10 anos de cultivo comercial, as
plantas transgênicas não apresentaram benefícios nem para o meio ambiente, nem para os consumidores. Da
mesma forma, apesar das promessas das empresas, os transgênicos não trouxeram nenhuma contribuição no
combate à fome e à pobreza. A entidade é formada por ativistas de 75 países, com sede em Bruxelas, e reúne
centenas de organizações civis de todo o mundo.

O estudo também mostra que “a empresa Monsanto, que controla 90% do mercado global de transgênicos,
planeja em 4 anos substituir todo o milho europeu por suas sementes transgênicas. Para isso, nos últimos dez
anos a empresa trabalhou insistentemente no sentido de flexibilizar as leis europeias de proteção aos
consumidores, ao meio ambiente e aos agricultores”.

Em novembro de 2005 a Monsanto anunciou a seus investidores que vê na Europa sua “próxima oportunidade”,
destacando que até 2010 há mercado potencial para introduzir 9,7 milhões de hectares de seu milho resistente
ao herbicida Roundup e mais 8,2 milhões de hectares para o milho transgênico inseticida. Ademais, a companhia
crê na possibilidade de se introduzir 400 mil hectares da soja transgênica. Atualmente apenas uma variedade de
milho transgênico da Monsanto pode ser cultivada em solo europeu.

Fonte: AE Notícias [06/02/2006].

Censura: Greenpeace França é obrigado a tirar do ar site


com informações sobre plantações transgênicas
Se você sobrevoar o sul da França talvez pense que seres extraterrestres desenharam um grande círculo em um
campo de milho. Mas esses Ets não são de uma galáxia distante. Essa é uma plantação de milho transgênico da
Monsanto – e que o governo francês disse que a população não tem o direito de saber. A corte francesa obrigou
o Greenpeace França a retirar do ar um site mostrando a localização de campos comerciais de milho transgênico
na França, apesar de uma lei da União Europeia determinando que o governo divulgue esse tipo de informação.
Por isso, na manhã desta quinta-feira, ativistas do Greenpeace entraram em um campo de milho transgênico em
Grezet Cavagnan, no sul da França e marcaram a lavoura com um enorme "X", denunciando o campo como área
de contaminação transgênica. A área marcada é um dos campos de milho transgênico destacado no site
censurado. “Como fomos proibidos de publicar esses mapas sobre o milho transgênico em nosso site,
resolvemos ir até o campo e marcá-lo de verdade”, disse Arnaud Apoteker, do Greenpeace França. “Vamos
continuar mostrando à população onde o milho transgênico é cultivado, até que o governo francês cumpra sua
responsabilidade, publique um registro oficial das lavouras geneticamente modificadas e disponibilize esse
registro para todo e qualquer cidadão”, complementou.

A legislação europeia (Diretriz 2001/18) que trata de organismos geneticamente modificados determina que os
estados membros da União Europeia são obrigados a manter registros públicos a fim de informar os cidadãos
sobre a localização dos campos transgênicos. Mas o governo francês ainda precisa transformar essa diretriz
europeia em lei nacional, para assim suprir seus cidadãos com essas informações vitais para evitar a
contaminação de lavouras convencionais e orgânicas.

“Ao tornar pública a localização dos campos de milho geneticamente modificado, o Greenpeace está
defendendo o direito de informação e de dizer não aos riscos ao meio ambiente e à saúde associados aos
transgênicos”, disse Geert Ritsema do Greenpeace Internacional. “É absurdo que o sistema legal francês tenha
impedido que o Greenpeace França forneça essas informações à população. De acordo com a legislação
europeia, essas informações deveriam ter sido publicadas pelo governo francês há muitos anos”, avaliou.

O Greenpeace vai continuar denunciando a localização das lavouras transgênicas e, devido à retirada forçada do
site francês, os mapas de localização dessas lavouras estão disponíveis em www.greenpeace.org. O mapa
também será distribuído em forma de e-mail para milhões de pessoas em todo o mundo. A ação de hoje marca o
início de uma campanha global para informar o público sobre os riscos do milho transgênico para o meio
ambiente e a saúde humana.

A França não é o único país europeu onde o plantio de transgênicos acontece em segredo. Na Espanha, o
governo até agora se recusa a publicar a localização das lavouras geneticamente modificadas. As dramáticas
consequências dessa “política do silêncio” vieram à tona em abril passado, quando o Greenpeace publicou o
relatório “Coexistência Impossível”, que mostra que cerca de 20% plantações convencionais e orgânicas
investigadas foram contaminadas por transgênicos, sem o conhecimento dos agricultores e dos consumidores.

O Greenpeace faz campanha pela produção de alimentos livres de transgênicos e se baseia nos princípios da
sustentabilidade, proteção da biodiversidade e da garantia de acesso a alimentos seguros e nutritivos para todas
as pessoas. Os transgênicos são fruto de uma tecnologia desnecessária e indesejada, que contamina nosso meio
ambiente, ameaça a biodiversidade e representa riscos inaceitáveis para a saúde.

Fonte: Greenpeace, 27-07-2006 - Marmande (França).

Decisão da Justiça amplia rotulagem de transgênicos


Uma decisão da Justiça Federal do Piauí, válida para todo o país, determinou que o governo federal torne
obrigatória a rotulagem de "transgênico" em todos os alimentos que contenham ou sejam produzidos a partir de
OGMs (organismos geneticamente modificados), independentemente da quantidade. Cabe recurso.
O decreto federal, de 2003, que regulamentou o direito à informação sobre a transgenia de produtos,
determinava a rotulagem somente em casos de produtos com mais de 1% de transgênicos em sua composição.

A decisão deu prazo de 60 dias para que a União passe a exigir a rotulagem.

Fonte: Agência Folha, 19/04/2007.

IDEC pede postura cautelosa na liberação de produtos


transgênicos
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, deve haver um sólido processo regulatório,
complementando-se com um controle governamental eficiente na produção, industrialização e comercialização,
além de uma rotulagem plena desses produtos, manifestando a preocupação dos consumidores brasileiros em
relação aos produtos transgênicos, o IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, organização civil com
40 mil associados - distribuiu nota assinada por Marilena Lazzarini, coordenadora executiva da entidade. Ela
declara que “no caso dos alimentos transgênicos há uma associação incompreensível de interesses de governos
nacionais e de pouquíssimas empresas globais que antes fabricavam venenos e que agora passam a produzir
sementes transgênicas resistentes aos seus próprios venenos! Essa união tem empreendido um grande esforço
para colocar rapidamente tais produtos no mercado, sem regras de segurança, com uma avaliação superficial de
riscos e uma firme determinação em ocultar do consumidor o tipo de alimento que ele irá consumir”.

Marilena, engenheira agrônoma e também presidente do Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do
Consumidor, explica que “na nossa visão há a necessidade de se adotar uma postura cautelosa na liberação de
cada produto transgênico, visando garantir a proteção dos consumidores - e do meio ambiente - em relação aos
alimentos transgênicos. Deve haver um sólido processo regulatório (incluindo testes pré e pós-comercialização e
estudos de impacto ambiental), complementando-se com um controle governamental eficiente na produção,
industrialização e comercialização, além de uma rotulagem plena desses produtos”. E alerta que “a adoção de
procedimentos rígidos para a avaliação dos impactos à saúde dos seres humanos e ao meio ambiente se justifica
pelos os riscos inerentes aos transgênicos. A existência de riscos é alertada não apenas por entidades de defesa
do consumidor e ambientalistas. É reconhecida pela legislação (especialmente, Constituição Federal, artigo 225,
§ 1º, II, e V e Lei de Biossegurança). Igualmente, os riscos dos transgênicos são considerados por entidades
científicas notórias como a SBPC no Brasil, a Union of Concerned Scientists nos Estados Unidos, a Physicians and
Scientists for the Responsable Application of Science and Technology na Europa, a Associação Médica Britânica,
para citar poucos”.

A coordenadora do IDEC salienta que a entidade está preocupada com o aumento ou potencialização dos efeitos
de substâncias tóxicas naturalmente presentes nas plantas que tenham o seu material genético manipulado; o
aumento das alergias alimentares, por se tratar de novas proteínas ou novos compostos; a possibilidade de se
causar resistência bacteriana a antibióticos, pelo uso de genes marcadores na construção do organismo
geneticamente modificado que podem conferir àqueles micróbios resistência a antibióticos; o aumento de
resíduos de agrotóxicos nos alimentos e nas águas de abastecimento, pelo uso em muito maior quantidade
dessas substâncias em plantas resistentes às mesmas; além de uma série de graves danos ambientais que
indiretamente comprometerão a inocuidade dos alimentos. Além da prevenção dos riscos à saúde e ao meio
ambiente, deve-se assegurar na regulamentação desses produtos que os consumidores tenham o direito à
informação e à liberdade de escolha. “É legítimo que fatores éticos, religiosos e culturais, determinem, por
exemplo, preferências por uma dieta vegetariana, orgânica ou isenta de proteínas de origem animal. Além disso,
sabemos, que a rotulagem, neste caso, é o meio de permitir a rastreabilidade na investigação de qualquer
evento ocorrido após a comercialização dos produtos”, disse ela.

Fonte: A Tribuna do Povo, Umuarama – PR, 15/09/2005.

Polêmica: Greenpeace x Bayer


Milho Transgênico
Segundo o Greenpeace, a Bayer quer que a CTNBio libere a comercialização da variedade transgênica resistente
ao agrotóxico que pode causar náuseas, diarreia e até aborto. Segundo a Bayer, todos os seus trabalhos de
pesquisa e desenvolvimento seguem rigorosas normas de segurança e qualidade, sempre atendendo às políticas
de governo e regulamentação vigentes em cada país, o que incluí também a biotecnologia.

Ponto: Greenpeace
O Greenpeace realizou em 21 de novembro, um protesto pacífico em frente à sede da Bayer CropScience, em
São Paulo. Cerca de 30 ativistas da organização ambientalista isolaram simbolicamente a sede da empresa com
uma fita zebrada dizendo “área contaminada”, simularam uma plantação de milho no jardim e colaram uma
faixa no prédio com os dizeres “Milho transgênico: no nosso prato não!”.

A atividade teve como objetivo pressionar a empresa para que retire da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança) o pedido de liberação comercial de seu milho transgênico Liberty Link. O processo de liberação
dessa variedade geneticamente modificada está na pauta da reunião da CTNBio, que começa amanhã em
Brasília. Após a atividade, a Bayer não se posicionou sobre as evidências do risco do milho transgênico.
Representantes da empresa apenas apresentaram ao Greenpeace uma carta informando que a variedade está
em avaliação na CTNBio. Por isso, a organização ambientalista encaminhou uma denúncia à CTNBio, solicitando
um posicionamento sobre o assunto (1).

O milho transgênico Liberty Link recebeu um gene artificial de bactéria para ser resistente ao agrotóxico
glufosinato de amônio – também fabricado pela Bayer e conhecido comercialmente pelo nome Basta. No início
de novembro, o Greenpeace enviou documentos (2) à CTNBio sobre os possíveis impactos do milho Liberty Link
para a saúde e o meio ambiente. Os documentos mostram que a quantidade de resíduo de agrotóxico no milho
transgênico é muito maior do que a registrada no milho convencional, o que pode trazer sérios riscos para a
saúde humana, como náuseas, diarreias, nascimento de fetos prematuros e até aborto (3). Além disso, os
relatórios enviados apontam para o risco de aparecimento de ervas daninhas resistentes ao agrotóxico e para a
possibilidade de contaminação de lavouras convencionais e orgânicas por milho transgênico.

O milho transgênico da Bayer foi proibido na Áustria em 1999, e não é plantado comercialmente em nenhum
país da União Europeia. A própria empresa retirou seu pedido de liberação em diversos países – como a
Inglaterra – alegando que seria economicamente inviável produzir esse milho seguindo todas as medidas de
segurança necessárias para evitar a contaminação de plantações vizinhas (4).

“A Bayer não pode usar o Brasil como campo de testes e os brasileiros como cobaias. Este milho transgênico não
pode ser liberado até que exista uma certeza sobre a sua segurança”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora da
campanha de engenharia genética do Greenpeace. “Se a empresa for irresponsável e mantiver seu pedido de
liberação comercial, caberá à CTNBio e ao governo proteger os brasileiros”. O Greenpeace exige que a Bayer siga
o Princípio da Precaução e não coloque em jogo a saúde da população, a segurança de nosso meio ambiente e a
agricultura familiar.

Desde o último dia 8, o Greenpeace disponibilizou um protesto virtual contra o milho transgênico. Cerca de 7 mil
pessoas já participaram, pedindo que o milho geneticamente modificado da Bayer não seja aprovado pela
CTNBio. O endereço do protesto é http://www.greenpeace.org.br/ciber_milho

Fonte: Jornal do Meio Ambiente, de 22/11/2006.

Ser cobaia não é bom


Os riscos do arroz transgênico
Contaminação genética - Devido às características de polinização do arroz, estudos apontam que o cruzamento
entre as variedades transgênica e convencional é possível, o que resultaria na contaminação genética de
diversas variedades. A contaminação genética ameaça a biodiversidade do arroz e também a produção dos
agricultores que optarem por plantar um arroz convencional e/ou orgânico.

Surgimento de ervas daninhas resistentes - Se o arroz transgênico pode realizar cruzamentos com outras
variedades - como o arroz vermelho, por exemplo - a propriedade de resistência ao glufosinato de amônio
também poderá ser transmitida. Com isso, variedades convencionais poderão adquirir a resistência ao
glufosinato, criando as condições para que o agrotóxico seja mais e mais usado no campo, oferecendo risco aos
agricultores, ao meio ambiente e à saúde dos consumidores.

Fonte: Greenpeace

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